Diario de Minas

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ECONOMIA

Samarco/Divulgação

Interesses de Minas nas mãos de mineiros A Câmara abre este mês as negociações sobre o novo código da mineração na Câmara. Os royalties do minério são o centro das discussões. A primeira audiência pública vai discutir a transformação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em agência.

Páginas 2, 4 e 5

POLÍTICA

novo marco da mineração Em entrevista ao Diário de Minas, o presidente da Comissão Especial, deputado federal Gabriel Guimarães, fala sobre a importância da aprovação do projeto para o desenvolvimento do setor mineral no estado. Página 4

DIÁRIO DO LEITOR Frederico monte alto Cada vez mais tecnológicos e com novas funções, os smartphones estão substituindo outros produtos na rotina dos usuários Página 10

MINAS criminaliDaDe em contagem em contagem, o programa rede de vizinhos Protegidos o plano de segurança pública do município e será estendido para toda a cidade. Página 9

CULTURA Salão Do livro inFantil e Juvenil ainda dá tempo de participar do evento, que se encerra hoje depois de promover lançamentos de livros, oficinas e outras diversas atividades culturais. Página 13

Brilha a estrela de ronaldinho O Galo de R10 e companhia encara o Internacional e avisa que vai dar gás para buscar o bicampeonato brasileiro. Página 15


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DOMINGO - 18 DE AGOSTO DE 2013

O debate nacional sobre os royalties dos minérios não pode mais ser postergado.

Heder Lafetá

MINÉRIO, PETRÓLEO E OS NOVOS INCONFIDENTES

heder-diretoriageral@diariodeminas.com

Antonio Anastasia

Ferro de Minas “O maior trem do mundo Puxado por cinco locomotivas a óleo diesel Engatadas geminadas desembestadas Leva meu tempo, minha infância, minha vida Triturada em 163 vagões de minério e destruição O maior trem do mundo Transporta a coisa mínima do mundo Meu coração itabirano Lá vai o trem maior do mundo Vai serpenteando, vai sumindo E um dia, eu sei não voltará Pois nem terra nem coração existem mais.” (Carlos Drummond de Andrade – nascido em Itabira/MG – 1.902-1.987) Minas Gerais é o quarto estado Brasileiro em extensão, cujo Território equivale ao da França e abrange uma grande riqueza natural e mineral, além das mais belas paisagens de montanhas, serras e vales de todo Estado Brasileiro. É responsável por quase 50% (cinqüenta por cento) de toda a produção mineral brasileira, tradição histórica que lhe acompanha desde sua fundação e que fora um dos grandes responsáveis pela ocupação inicial do seu território desde o período colonial. Minas Gerais evidencia, semanticamente, a importância histórica da mineração, que foi o principal motor de desencadeamento da ocupação de seu território no período colonial e, hoje, o Brasil é o segundo produtor de minério de ferro do mundo e Minas Gerais ocupa o primeiro lugar no país, com destaque para a Região do Quadrilátero Ferrífero, na qual se insere a Região Metropolitana de Belo Horizonte. Embora faça parte da história a extração do minério nas Minas Gerais e no Brasil, precisamos nos preocupar em manter e recuperar o meio ambiente degradado com as explorações desordenadas. A nossa Constituição Cidadã, em seu art. 225, §2º, reconhece que é necessário recuperar o meio ambiente dos efeitos devastadores da exploração dos recursos minerais, ao dispor que “...aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com a solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei...” Da leitura da própria Constituição da República Brasileira, extrai-se a preocupação dos constituintes em salvaguardar os impactos negativos ao meio ambiente causados pela atividade minerária, devendo ser esta atividade submetida a controles de qualidade ambiental, de monitoramento e auditorias constantes pelo poder público. Segundo o teólogo defensor das causas sociais e debatedor das questões ambientais, Leonardo Boff, “...a humanidade se encontra numa encruzilhada: deve decidir se quer continuar a viver nesse Planeta ou se aceita caminhar ao encontro do pior...” Nesse sentido também afirmou Darcy Ribeiro, mineiro de Montes Claros,filho de Mestra Fininha, antropólogo, escritor e político brasileiro, imortalizado, em 08 de outubro de 1.992, na qualidade de Membro da Academia

EXPEDIENTE

Uma publicação da EDMIG EditoraLtda

Brasileira de Letras para a cadeira número 11, “...nunca foi tão escasso o sentido do bem comum, a noção do interesse público, que é o ponto de vista do povo inteiro. O que nos sobra, nestes tristes dias, são as vozes de irresponsáveis só sensíveis aos interesses minoritários, às razões do lucro...” A grande preocupação do imortal Darcy Ribeiro tem tomado conta do POVO BRASILEIRO, que tem se manifestado, através de Movimentos, Associações em Defesa do Meio Ambiente e outras formas, e conquistado, através dessa pressão social, uma mudança de paradigma nesta “empresa chamada Brasil”. O povo Brasileiro não suporta mais práticas minerarias irresponsáveis, que tem sido foco das atenções das principais economias mundiais desde a ECO92 e, recentemente, na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a RIO+20, evento que foi considerado o maior já realizado pelas Nações Unidas, contou com a participação de Chefes de Estado de cento e noventa países que propuseram mudanças especialmente na forma como estão sendo usados os recursos naturais do planeta, renovando o compromisso com o desenvolvimento sustentável. Um dos importantes temas debatidos naquele encontro fora a ECONOMIA VERDE, que deve ser entendida como um conjunto de processos produtivos, sejam eles industriais, comerciais, agrícolas e de serviços, que, ao ser aplicado em determinado local, é capaz de gerar ali um desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental e social. O principal objetivo da implementação da ECONOMIA VERDE é possibilitar que o desenvolvimento econômico mundial não seja um fenômeno isolado e que traz riqueza apenas para um pequeno grupo de pessoas, mas que haja integração com a igualdade social, erradicação da pobreza, melhoria do bem-estar do homem, redução dos impactos ambientais negativos e escassez ecológica. E, um dos aspectos desta ECONOMIA VERDE é que a atividade mineratória seja implementada de forma a se cumprir uma responsabilidade social, investir mais na área de sustentabilidade ambiental EM RESPEITO A TODA A COMUNIDADE. O segundo semestre de 2.013 será de fundamental importância para todo esse processo de regulação da atividade mineratória, visto que será votado pelo Congresso Nacional o Novo Código da Mineração, estando programadas audiências públicas em agosto e setembro para discutir as propostas com os setores envolvidos e com o POVO, principal interessado. Esse é o momento para a manifestação das vanguardas representativas dos interesses mineiros e dos seus defensores, causa abraçada pelo DIÁRIO DE MINAS. A sociedade civil deve se movimentar para influenciar os parlamentares a votarem a favor das mudanças propostas que favoreçam o bem-estar do POVO. O POVO deve se mobilizar para participar ativamente deste processo e tomar a decisão proferida por Leonardo Boff de “querer continuar a viver nesse planeta” e não permitir que o prenúncio de Carlos Drummond Andrade, que diz que ‘... o maior trem do mundo ... não voltará ... pois nem terra nem coração existem mais...” seja concretizado.

■ A Inconfidência Mineira legou aos brasileiros um dos mais vigorosos pilares na formação da nacionalidade. Seus líderes tornaram-se ícones da luta pela liberdade e pela independência. Dessa maneira, é muito apropriado buscar inspiração em 1789 para o movimento Justiça Ainda que Tardia, que lançamos recentemente e cujo nome homenageia a bandeira dos inconfidentes. Nosso combate de hoje busca maior compensação financeira pela exploração de recursos minerais. Há, atualmente, uma grande disparidade entre os royalties do petróleo e do minério, o que prejudica Estados como Minas Gerais e Pará, com atividade mineradora intensa. Enquanto, em 2011, os royalties e participações especiais referentes ao petróleo alcançaram a soma de R$ 25,8 bilhões, o valor arrecadado com a Contribuição Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) foi de apenas R$ 1,54 bilhão. Queremos mudanças na legislação brasileira que define os royalties sobre as atividades de mineração. Não se justifica a disparidade existente entre a CFEM e os royalties do petróleo. Por mais que se rejeite a comparação, não há como negar tão grande distorção. No caso do minério de ferro, principal produto da pauta das exportações brasileiras, nossa proposta é que o percentual da CFEM seja, em média, de 4% sobre o faturamento bruto das empresas mineradoras. Em 2011, verificamos que enquanto a CFEM destinou aos cofres de Minas Gerais cerca de R$ 181,4 milhões, o Rio de Janeiro foi destinatário do significativo montante de R$ 6,9 bilhões relativo aos royalties e à participação especial (valor 38 vezes maior do que Minas). Essa gritante distorção se repete em relação aos municípios. Enquanto todos os municípios mineiros produtores de minério receberam R$ 512 milhões, os mu-

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nicípios fluminenses produtores de petróleo receberam R$ 3,7 bilhões (sete vezes mais). As atividades de exploração de petróleo e de minérios, produtos primários não renováveis, têm, ambas, alto impacto ambiental. Entretanto, são tratadas de forma muito desigual. Enquanto os royalties do petróleo chegam a até 10% do faturamento bruto, no caso dos minérios são de, no máximo, 3% do faturamento líquido (faturamento bruto menos despesas). A arrecadação estatal em relação ao minério de ferro teve uma redução expressiva nas últimas décadas. Em 1988, era de US$ 1,30 por tonelada explorada. Hoje, equivale a apenas a US$ 0,26 por tonelada de minério de ferro. O aumento do valor dos royalties da mineração é necessário para financiar projetos de desenvolvimento sustentável de longo prazo, pois trata-se de uma riqueza finita como dizia o ex-presidente Arthur Bernardes, o minério só dá uma safra. Esta é uma discussão mundial. Muitos países têm proposto um aumento de alíquota que pode chegar, em alguns casos, a 15% do faturamento bruto. Na Austrália, por exemplo, a alíquota é de 7,5% sobre o faturamento bruto no caso do minério de ferro, e está sendo discutida uma participação especial de 30% sobre o lucro. Na Índia, a alíquota está em 10%. O debate nacional sobre os royalties dos minérios não pode mais ser postergado. O clamor de Tiradentes e seus contemporâneos de rebeldia ajudou a formar o nosso Brasil. Esse é o exemplo de civismo que nos inspira.

Antonio Anastasia (PSDB) é governador do Estado de Minas Gerais. Artigo publicado originalmente na Folha de São Paulo

Jornalista Estagiária - Sheila Fernandes fernandessheila@yahoo.com.br

Executivo de Novos Negócios - Fábio Vincent comercial@diariodeminas.com


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Telefonia Projeto propõe o aumento da CFEM, compensação financeira pela exploração mineral, transforma o DNPM em Agência Mineral, cria o Conselho Nacional de Política Mineral, altera o modelo de concessão para pesquisa e a exploração dos recursos minerais.

Primeira CPI em oito anos apura a responsabilidade das operadoras na má qualidade na prestação dos serviços

CPI da Telefonia recebe reclamações dos cidadãos guilHerme Bergamini

■ Pessoas que já se sentiram lesadas por operadoras de telefonia móvel podem enviar suas reclamações e ajudar a Assembleia Legislativa de Minas Gerais a dar andamento na CPI da Telefonia. A Comissão de Inquérito Parlamentar, instalada em junho, apura a responsabilidade das operadoras que atuam no estado por danos causados em função da prestação inadequada de serviços. Para isso foi criado um canal direto de reclamações, que funciona no site da Assembleia. O consumidor pode enviar denúncias de irregularidades na prestação de serviços, e também encaminhar dúvidas e sugestões de atividades para a CPI. A comissão está analisando também as queixas que já estavam registradas no Procon. Essa é a primeira CPI realizada na Assembleia Legislativa em oito anos. Depois do longo recesso, a expectativa é que a comissão resulte num relatório que sirva como base para que a legislação sobre telefonia seja cumprida e aprimorada.

Segundo o autor da comissão o deputado Sargento Rodrigues (PDT), a CPI foi criada em função da crescente insatisfação dos consumidores: as empresas de telefonia lideram o ranking de reclamações no Procon Assembleia, pelo terceiro ano consecutivo. Nos últimos seis anos, a telefonia sempre esteve entre as principais causas de reclamação. Os consumidores se queixam, principalmente, de cobranças abusivas ou indevidas, problemas com o contrato e serviços não fornecidos ou não concluídos. Existem hoje mais de 264 milhões de linhas de telefonia móvel no país. A Oi é a operadora que recebeu mais reclamações, sendo que os serviços prestados pela empresa na telefonia móvel renderam o maior número de queixas, e na telefonia fixa o terceiro maior. A Claro ocupa a segunda posição nesse ranking. A CPI da telefonia vai apurar problemas como defasagem tecnológica, falta de sinal ou sinal deficiente em áreas que possuem cobertura, queda de lig-

a cPi da telefonia é a primeira instalada na assembleia mineira em oito anos.

ações, forma de cobrança, e atendimento das centrais de reclamação. Segundo o deputado, todas essas reclamações indicam que há um sério descumprimento da Lei Federal 8987, de 1995, que regula a concessão e a permissão de serviços públicos no país. São previstos na

lei, por exemplo, o investimento em tecnologia e a prática de preços moderados nas tarifas. O vice-presidente da comissão, deputado Ulysses Gomes (PT), lembra que em outros estados iniciativas semelhantes já foram tomadas. “Minas é o 17º estado a abrir uma CPI

com esse propósito. Esse tema interessa a todos os brasileiros”, afirma. Segundo o deputado, relatórios produzidos por CPIs de alguns destes estados, como do Paraná, também serão analisados. As cinco operadoras que atuam em Minas – Claro, CTBC, Oi, Tim e Vivo -

serão convidadas a prestar esclarecimentos sobre os serviços prestados. As CPIs não têm poder de punição, mas a expectativa é que, a partir do relatório final os resultados melhorem, efetivamente, no outro lado da linha, onde o consumidor já está cansado de aguardar.

criS Duarte / aSSeSSoria De comunicação Do DePutaDo Duílio De caStro

Sete Lagoas

Deputado Duílio de Castro reinvidica criação de mais duas varas criminais para Sete Lagoas

Deputado Duílio de castro e Desembargador Joaquim Herculano, após a reunião.

■ Na manhã dessa quartafeira, 14, o deputado Duílio de Castro se reuniu com o presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Joaquim Herculano Rodrigues, levando a reivindicação, do judiciário e das entidades de classe, de criação de mais duas varas criminais no município de Sete Lagoas. O excesso de processos nas duas varas, 253 em uma e 206 na outra,

demonstra essa necessidade. Durante a reunião, o parlamentar apresentou ao desembargador um levantamento com inúmeros dados, que comparam Sete Lagoas com outras cidades do mesmo porte, o que justifica tal reivindicação. O presidente do TJ acolheu a reivindicação do parlamentar se propondo a incluir a cidade na relação de municípios que receberão novas varas para o próximo ano,

já que não haveria tempo hábil nem orçamento suficiente para a implantação imediata. “Vamos continuar trabalhando para atender a demanda do município. Uma cidade do porte de Sete Lagoas, onde temos julgamentos agendados para o ano de 2017, precisa de uma estrutura maior que a atenda. Essa demora nos julgamentos gera uma sensação de impunidade na população ”, comentou o deputado.


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POLÍTICA

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Entrevista

Instalada a Comissão Especial que analisará o Projeto do Novo Marco da Mineração: Minais terá papel decisivo ■ Proposta tão aguardada por Minas e pelo Brasil, que propõe o aumento da cobrança da compensação para os estados e municípios mineradores está sendo analisada por Comissão Especial instalada pela Câmara dos Deputados e tem como presidente o deputado federal Gabriel Guimarães. Dentre outros assuntos, o Projeto de Lei que trata do tema, tramita sob o número 5.807/2013, enviado em regime de urgência pela presidenta Dilma Rousseff ao Congresso Nacional, propõe o aumento da CFEM, compensação financeira pela exploração mineral, transforma o DNPM em Agência Mineral, cria o Conselho Nacional de Política Mineral, altera o atual modelo de concessão tanto para pesquisa como para a exploração dos recursos minerais, bem como traça diretrizes para a proteção à saúde e à segurança dos trabalhadores do setor, com a atenção à necessidade de preservação do meio ambiente, em sintonia com o desenvolvimento sustentável. Em entrevista ao Diário de Minas, o presidente da Comissão Especial, deputado federal Gabriel Guimarães, fala sobre a importância da apovação do projeto para o desenvolvimento do setor mineral no estado. Qual é a importância da aprovação deste projeto para Minas e para o Brasil? Dep. Gabriel Guimarães - O setor mineral é estratégico para a economia nacional, tendo sido um dos principais motores garantidores da nossa competitividade internacional e uma forte base para a nossa posição favorável na balança comercial. A história do fortalecimento do setor é totalmente associada à história do fortalecimento de Minas e do Brasil. A nossa economia dependeu e depende até hoje do desenvolvimento do setor mineral. O atual modelo foi fundamental para que chegássemos até aqui, mas a nossa legislação

atual é regida por um Código promulgado em 1.967, que representa a situação política e econômica da época, com um planejamento para os períodos subsequentes. Em outras palavras, a legislação atual foi importante para o desenvolvimento desse período e o Novo Marco Regulatório Mineral será importante para atravessarmos esse novo momento, valorizando os estados e municípios produtores, propiciando um planejamento para um futuro em que não tivermos mais à nossa disposição determinada riqueza mineral; os trabalhadores que atuam no setor, com a qualificação necessária por se tratar de um setor em plena modernização e principalmente com a valorização dos seus direitos, no que toca à saúde e segurança no trabalho; a preocupação com o desenvolvimento da atividade de forma sustentável. Tudo isso sem por em risco a competitividade da nossa indústria.

FotoS Divulgação / gaBinete DePutaDo gaBriel guimarãeS

Deputado Federal gabriel guimarães, fala sobre a importância da apovação do projeto para o desenvolvimento do setor mineral no estado.

siderar a necessidade de um tratamento que respeite os direitos adquiridos e os contratos já firmados com os investidores. Essa é a melhor forma de demonstração da preocupação da Comissão e é o que faremos.

A atração de investimentos é uma preocupação da Comissão?

Pelo novo marco regulatório da mineração qual será o ganho para Minas e para as cidades mineradoras?

Dep. Gabriel Guimarães - A Comissão Especial tem grande preocupação com esse ponto, já que trata-se de direito da União, mas que é explorado pelo setor privado e a melhor forma de despertar o interesse do setor é a garantia de que o investidor contará com regras claras sobre quais são os seus direitos e, principalmente, as suas responsabilidades com a sociedade. O setor mineral tem uma peculiaridade com relação a grande parte dos demais setores, devido ao volume de recursos envolvidos, mesmo na incerteza da existência de reservas em determinadas áreas, o que impõe a agregação de tecnologia e desenvolvimento de pesquisas. Esse ponto foi considerado pelo Poder Executivo e será tratado com toda cautela necessária pela Comissão, com a visão da importância da alteração legislativa no presente, sem descon-

Dep. Gabriel Guimarães - A proposta apresentada, em análise pela Comissão Especial, altera a base de cálculo da CFEM, que hoje é cobrada com base no minério líquido (descontando-se as despesas com seguro/ transporte) e tem alíquota de 2 por cento, no caso do minério de ferro. Pela proposta, a base de cálculo passa a ser de até 4 por cento do minério bruto. A simples modificação do líquido para bruto já proporciona um aumento direto no caixa das prefeituras, além de facilitar a condição de cobrança. A minha defesa sempre foi no sentido de que os estados e municípios produtores deveriam receber o máximo do valor suportado pelas empresas, de forma que não prejudique a competitividade de nossa indústria. Além do reajuste da CFEM, a modernização do setor, com a transfor-

mação do DNPM em Agência Mineral, a criação do Conselho Nacional de Política Mineral, a preocupação com a elaboração de diretrizes que irão regular nas próximas décadas, de forma planejada o setor, fazem parte de um conjunto de ações que tem por objetivo garantir que as cidades mineradoras estejam preparadas para um futuro em que se esgotarem as riquezas minerais. Nesse sentido, faz parte da preocupação da Comissão Especial a boa destinação dos recursos minerais. Fala-se muito na distribuição dos valores arrecadados com a CFEM para todos os estados e municípios, sejam eles mine-radores ou não, também motivada pelos debates polêmicos no caso do petróleo. De que forma a composição da Comissão Especial, que é majoritariamente formada por parlamentares de Minas Gerais pode contribuir pela defesa dos interesses dos municípios mineiros? Dep. Gabriel Guimarães Embora tanto o petróleo quanto os demais recursos minerais façam parte dos bens da União, conforme definido pela nossa Constituição, a diferença da forma da exploração, bem como dos impactos dela decor-

rentes nos dá o principal argumento de que o petróleo é por sua natureza uma riqueza da União e que a tendência, com o passar dos anos, seja a distribuição dos royalties para todos os estados e municípios, independentemente de serem eles produtores ou não já que a sua exploração é realizada nos mares, distante da vida das cidades. No caso das riquezas minerais, majoritariamente, a sua exploração gera um impacto no dia a dia das pessoas, já que as comunidades situadas nas regiões mineradoras deixam de vocacionar para outras atividades por causa dos impactos da mineração. A extração das riquezas minerais altera a rotina desses municípios. É comum ouvirmos a expressão “os buracos da mineração ficam na cidade após a exploração”, o que de certa forma representa a preocupação dessas comunidades com o período posterior ao da exploração mineral. Com base nessa preocupação, a CFEM foi instituída para garantir que os recursos provenientes da compensação aos estados e municípios produtores organize essas regiões afim de estarem preparadas para o desempenho de novas ativi-

dades que não seja mais a exploração das riquezas mi-nerais. Daí a preocupação em garantir que os valores arrecadados sejam cada vez maiores, que fiquem nos estados e municípios produtores e que, sobretudo, sejam bem aplicados. A composição da Comissão Especial, que conta com 17 deputados mineiros de um total de 63, é uma segurança para a aprovação de um texto que represente a realidade do setor, mas é também o reconhecimento de que somos referência dessa atividade de grande vocação do nosso estado. Minas está bem representada não apenas numericamente, mas principalmente pela qualidade dos membros da Comissão Especial. Esses parlamentares foram indicados pelos diversos partidos, da situação ou da oposição, porque conhecem o setor mineral e mantém permanentemente o diálogo com os principais atores dessa atividade, sejam eles os prefeitos das cidades mineradoras, os trabalhadores do setor público responsáveis pela fiscalização e pelo estudo dessa atividade, os trabalhadores que vivem do exercício da mineração e, principalmente, com os movimentos sociais que se dedicam ao debate do assunto.


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Reestruturação As audiências públicas ouvirão os governadores de estado e os prefeitos das cidades onde há extração mineral. Mais de 300 emendas foram apresentadas ao projeto original. A reestruturação do Departamento Nacional de Produção Mineral está em pauta.

Relator quer debater novo código da mineração antes da votação pela câmara

Relator quer debater novo código da mineração antes da votação ■ Este segundo semestre será palco de debates e discussões entre o governo Federal e os estados e municípios produtores de minério. O Congresso Nacional deverá votar o novo marco regulatório da mineração. O relator do texto na Câmara, deputado Leonardo Quintão (PMDBMG), pretende fazer uma rodada de audiências públicas em agosto e setembro para discutir a proposta com os setores envolvidos. A ideia é realizar as audiências públicas na comissão especial nas terças e quartas-feiras e, nos estados, às quintas e sextas, durante este mês. Serão ouvidos ainda os governadores de estado e os prefeitos das cidades onde há extração mineral. Ele quer apresentar o relatório para votação na comissão especial na primeira semana de outubro, e ao plenário na semana seguinte. Quintão acredita que o projeto carece de debate, e se for para o plenário sem ouvir o setor produtivo, ocorrerão surpresas na hora da votação, com aprovação de medidas inexequíveis, lembrando as 372 emendas

parlamentares apresentadas. Segundo ele também serão chamados para as audiências sindicatos de trabalhadores e garimpeiros. A primeira audiência pública seria em Brasília, para discutir a reestruturação do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que o projeto transforma em uma agência. Na sequencia, encontros nas assembleias legislativas dos principais Estados mineradores, Pará, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Goiás e São Paulo. Quintão pretende incluir em seu relatório a criação de uma Norma Brasileira de Classificação de Reservas e Recursos Minerais, apresentando padrões mínimos para a aprovação de projetos de mineração pelo órgão responsável, facilitando a captação de investimento externo e a colocação do produto no exterior. Outro ponto que ele destaca para o relatório é a previsão de um mapeamento geofísico do Brasil pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). “Os estudos

reProDução Site www.noticiaSDeitauna.com.Br

novo código vai propor mudanças que beneficiem municípios e estados mineradores.

atuais são das décadas de 60 e 70", diz. De acordo com ele, o país tem sete mil minas a céu aberto, mas as subterrâneas não chegam a 20. Quintão

acredita que se trata de uma questão de interesse nacional e deve ser coordenada pelo governo. Por último o deputado defende a transformação do DNPM

em agência com uma estrutura melhor e maior que a atual, como já prevê o projeto enviado pelo governo. Quanto à distribuição dos royalties

arrecadados para Estados que não produzem minério, Quintão sustenta que os valores devem ficar com os Estados onde se dará a extração mineral.

Entenda • conselho e agência de

mineração Apresentado pelo Executivo em junho, o texto revoga o atual código (Decreto-Lei 227), que é de 1967, e, entre as principais novidades, cria o Conselho Nacional de Política Mineral e a Agência Nacional de Mineração.Também eleva de 2% para 4% a alíquota da Contribuição Financeira sobre Exportação Mineral, paga pelas empresas do setor a título de royalties.

• emendas O projeto recebeu 372

emendas dos deputados. Entre outros pontos, elas tentam modificar, das mais variadas formas, a estrutura do conselho e da agência, e apresentam novas alíquotas de royalties. O maior número de emendas (89) é do líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ).

• meio ambiente

A preocupação com o impacto ambiental está presente na maioria das 23 emendas do líder do PV, deputado Sarney Filho (MA). Mais de 70 organizações sociais já co-

braram participação efetiva nos debates em torno do novo Código de Mineração e algumas de suas reivindicações também estão contempladas nessas 372 emendas parlamentares.

• royalties

O que são royalties? Royalties são compensações financeiras que as empresas pagam aos estados de onde retiram os seus recursos naturais.

• Qual é o problema?

Os royalties do Petróleo representam

10% do faturamento bruto do petróleo retirado. Na mineração essa tarifa é de 2% do lucro líquido (faturamento menos todas as despesas). Isso significa que os royalties pagos pelas empresas mineradoras representam menos de 2% da fortuna que retiram do solo mineiro. Essas empresas são isentas do pagamento de ICMS para exportação, além de pagar os menores salários de mineiros entre os países produtores. Ou seja: royalties e salários baixíssimos, além de isenção de

ICMS, geram lucros exorbitantes para as empresas mineradoras, ficando para a população a degradação sócio-ambiental e a sobrecarga dos serviços básicos de saúde, água e esgoto causados pela mineração, além da destruição de rodovias por pesados caminhões de minério. Daí a necessidade de equiparação urgente dos Royalties do Minério aos Royalties do Petróleo, por ser uma compensação justa aos estados e municípios mineradores.


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ECONOMIA

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Empresa de Eike Batista busca parceiros e avalia venda de ativos • Bruno Villas Bôas e Daniel Haidar - RIO, (AG)

■ A MMX, empresa de mineração do grupo EBX, de Eike Batista, deve ser a próxima a sair de baixo das asas do empresário. A companhia informou que vai se desfazer da unidade de minério de ferro em Corumbá (MS), dentro da estratégia de enxugar suas operações e, assim, facilitar a venda do controle a potenciais sócios. Disse ainda que dispõe de recursos do BNDES para concluir as obras do Porto do Sudeste, em Itaguaí (RJ), tido como a cereja do bolo nas negociações. Para Corumbá, o presidente da MMX, Carlos Gonzalez, afirmou que mantém conversas com mineradoras regionais. A produção da unidade foi suspensa em julho, mas o executivo assegurou que os estoques são suficientes para atender os contratos. Em 2012, a produção foi 1,4 milhão de tonelada de minério de ferro. “Dentro da estratégia da MMX, Corumbá foge um pouco. Manter uma oper-

ação remota e uma logística complexa no interior do país, com uma produção pequena... Estamos em conversas com mineradoras para as quais o tamanho da unidade de Corumbá faz mais sentido” disse Gonzalez. A MMX tem ainda mina em Serra Azul (MG) e o Porto do Sudeste. Gonzalez disse que foram concluídas 92% das obras da primeira linha de embarque do porto, que deve ter a primeira operação até o fim do ano. Para concluir as obras, a empresa conta com R$ 600 milhões que tem a receber do BNDES em duas parcelas (uma este mês e uma em novembro). A primeira parcela de um empréstimo total de cerca de R$ 900 milhões já foi desembolsada. O executivo também informou que os dois principais bancos privados com os quais a MMX tem dívidas já estão em negociação para rolagem. O valor não foi informado. Na avaliação de Gonzalez, seriam necessários de R$ 3,3 bilhões a R$ 3,5 bilhões para concluir todas as

quatro linhas do porto. O orçamento para entrega de projetos foi apontado em relatório do banco JPMorgan como um dos “desafios que persistem”. As discussões sobre a reestruturação ainda trazem incertezas, segundo o banco. As discussões para a venda da MMX estão sendo travadas com fundos, tradings (a suíça Glencore e a holandesa Transfigura), mineradoras e siderúrgicas, como Usiminas. Só após a definição do novo acionista é que será revista a expansão do projeto de Serra Azul. Hoje, uma das dificuldades é o contrato com a MRS, ferrovia pela qual o minério de Serra Azul é escoado até o Porto do Sudeste. O contrato com a MRS envolve o pagamento mesmo que a MMX não transporte minério. Como as obras do porto atrasaram, é possível que o novo sócio tenha que pagar sem usar a ferrovia. Gonzalez admitiu que a discussão pode ir à Justiça: “Há espaço para renegociação, mas (isso) pode se tornar uma decisão jurídica”.

Perdas do grupo vão a R$ 6,7 BI ■ Enquanto Eike já vendeu parte da MPX (energia) para a alemã E.ON, e a LLX (logística) para a norteamericana EIG, a OGX é hoje a maior dificuldade para o grupo EBX — cujas empresas tiveram perdas de R$ 6,7 bilhões no 1º semestre, alta de 509% ante 2012. A OGX respondeu por 82% do prejuízo. Na Bovespa, as ações da OGX caíram 7,35% na quinta-feira. Para Gabriel Ribeiro, da UM Investimentos, as incertezas e os desafios em torno da OGX se concentram na capacidade de gerar caixa, após queda de 70% no segundo trimestre: “A visibilidade da OGX continua pequena. Sem caixa,

há um receio de como ela vai dar continuidade aos projetos. Não há essa perspectiva hoje. A compra de parte do campo Tubarão Martelo pela Petronas ainda não foi aprovada. E a empresa tem até o fim do mês para pagar pelos blocos obtidos na 11ª Rodada. Sem isso, não há previsão de novas receitas, e um sócio para a petroleira é difícil”. Um analista lembrou que a OGX tem de mostrar ao mercado uma maior previsibilidade em relação às receitas futuras. Segundo ele, os investidores precisam ter previsibilidade: “O fato de a empresa não ter feito conferência com analistas é complicado. Por isso, mui-

tas corretoras não estão mais analisando a companhia, pois toda análise precisa de premissas; as da OGX não são consistentes. Buscar um sócio é um desafio”. Relatório do Bank of America lembou que os riscos para os acionistas continuam elevados. Por isso, a OGX teria contratado a Blackstone Group para reestruturar sua dívida. Adriano Mezzomo, presidente da União dos Acionistas Minoritários do grupo EBX, considerou ruim a OGX não fazer conferência: “É importante ir ao mercado. Não fazer essa comunicação é pior que o resultado negativo”. Procurada, a OGX não quis comentar.

Carlos Sardenberg sardenberg@cbn.com.br

Como conseguem? É embaraçoso para o governo Dilma: como dizer que o automóvel particular a gasolina agora é o bandido, depois de ter passado anos dando-lhe tratamento de rei? Não é modo de dizer. Os carros tiveram seus preços abatidos, via redução de impostos, e as montadoras locais foram apoiadas com proteção e financiamento subsidiado para aumentar a produção. Os compradores também foram brindados com enorme ampliação do crédito — nada menos que R$ 52 bilhões concedidos nos últimos dois anos. De presente extra, a gasolina com o preço congelado e contido, para segurar a inflação e evitar a bronca dos motorizados. Agradecidos, os brasileiros, especialmente os da nova classe média, foram à luta, quer dizer, aos bancos e concessionárias, e cumpriram sua obrigação de apoiar o crescimento do PIB. Saíram de carro por aí. Infelizmente, a Petrobras não conseguiu entrar na festa. Sua produção de petróleo estagnou, as refinarias não deram conta da demanda, as novas refinarias estão atrasadas, de modo que a estatal precisou importar cada vez mais gasolina. E a preços não brasileiros, claro. Não é de estranhar que o resultado tenho saído muito errado. A inflação continuou elevada e o crescimento permaneceu muito baixo. Sempre se pode dizer que tudo teria sido pior com a gasolina e os carros mais caros. Mas pior comparado com o quê? De todo modo, o fato é que muitas outras coisas também deram errado. A Petrobras, perdendo receita, sendo obrigada a vender gasolina mais barato do que importa, teve que se endividar. E as ruas ficaram congestionadas, pois não se investiu na infraestrutura necessária para acolher os carros e abrir caminhos para o transporte coletivo. Como consertar isso, considerando ainda mais que a Petrobras precisa de dinheiro, muito dinheiro, para o pré-sal? E lembrando que o dólar caro veio para ficar? Claro, precisa aumentar o preço da gasolina para turbinar as receitas da estatal. Quanto? Se for apenas para equilibrar o preço atual, pelo menos 20%. Se for para recuperar perdas passadas, uns 30%. Mas isso jogaria a inflação de novo para cima do teto da meta — 6,5% — e provocaria uma justa bronca na classe média. Qual é? Não era para comprar carro? Que tal, então, um aumento moderado para a gasolina e para o diesel? Ruim também. Talvez pior. Provocaria inflação de qualquer jeito — pois o índice está rodando em torno do teto —, não resolveria o caixa da Petrobras e deixaria todo mundo aborrecido. E, para complicar, tem mais essa proposta do prefeito de São Paulo, Fernando Hadad, de colocar um imposto de 50 centavos por litro de gasoloina e usar todo o dinheiro para subsidiar e reduzir tarifas de ônibus. Para efeitos de índice de inflação, a redução da tarifa compensaria a alta da gasolina, mas vá explicar para o pessoal que está tudo bem com a gasolina a R$ 4,20. Imaginem o impacto psicolólogico e social, pois a gasolina subiria em dose dupla, uma para a Petrobras, outra para os ônibus. E, como estes passam a ter prioridade, os brasileiros que micaram com os carros pagarão mais caro para ficar em congestionamento mais demorado. Como o governo pode ter se equivocado tanto? Seria uma pergunta cabível se o resto estivesse funcionando. Mas considerem apenas o que tem saído na imprensa nos últimos dias. As usinas de Jirau e Santo Antonio, em construção no Rio Madeira, vão gerar uma carga de energia que não pode ser levada pela linha de transmissão projetada. Simplesmente queimaria tudo. A linha é insuficiente. Sabe-se disse desde 2010 — e ainda estão discutindo para descobrir de quem é a culpa. Mas deve estar sobrando energia, não é mesmo? Usinas eólicas estão prontas e paradas há um ano, por falta de linhas de transmissão. Há uma guerra judicial no setor elétrico, com o governo tentando empurrar para empresas a conta da energia produzida nas usinas térmicas. Há milho para ser estocado, uma superprodução, e armazéns da Conab fechados por falta de manutenção ou porque estocam milho... velho. Na política econômica, o Brasil é o único país importante que está subindo juros. É também o único emergente de peso que não pode se aproveitar do momento internacional para deixar a moeda local se desvalorizar o tanto necessário para dar muita competitividade às exportações. Uma ironia: a “nova matriz” do governo, alardeada pela presidente Dilma, se baseava em juro baixo e dólar caro, para ter crescimento elevado. Pois, no momento em que o dólar sobe sozinho, por conta dos EUA, o BC brasileiro tem que elevar os juros e tentar segurar o dólar para controlar a inflação. E lá se vai o PIB. Uma ironia pedagógica, se é que conseguem aprender com tantos equívocos.

“Uma ironia: a ‘nova matriz’ do governo, alardeada pela presidente Dilma, se baseava em juro baixo e dólar caro, para ter crescimento elevado”

marcelo



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Acessibilidade A parceria entre prefeitura de Contagem e o governo federal garantiu recursos de R$ 97 mil para promover a acessibilidade e inclusão dos estudantes com deficiência matriculados no ensino regular municipal. Sete escolas serão beneficiadas.

Contagem garante recursos de R$ 97 mil para a educação inclusiva

Sete escolas terão recursos para a promoção da acessibilidade FotoS eliaS ramoS / aSSeSSoria De imPrenSa

■ A parceria entre a Prefeitura de Contagem e o governo Federal garantiu recursos de R$ 97 mil para pr omover a acessibilidade e inclusão dos estudantes com deficiência matriculados no ensino regular municipal. A verba será destinada a ações que visem a acessibilidade física, alterações arquitetônicas e aquisição de recursos didáticos e pedagógicos para os estudantes com deficiência. Os recursos serão empregados na aquisição de materiais e bens, como cadeiras de rodas, bebedouros e mobiliários acessíveis. Além disso, servirão para a contratação de serviços para construção e adequação de rampas, sanitários para acessibilidade, alargamento de portas e passagens, instalação de corrimão e colocação de sinalização visual, tátil e sonora. Parceria vai permitir ações que favoreçam a acessibilidade na escola regular. OS INvEStIMENtOS. Prove- grama Escola Acessível, gos Belém, Heitor Villa- Vasco Pinto da Fonseca. tecnologia

assistiva, nientes do Programa atenderão as escolas lobos, Júlia Kubitschek E também servirão para como softwares que Dinheiro Direto na municipais Benedito de Oliveira, Maria Silva a aquisição de produtos promovam a acessibiliEscola (PDDE) / Pro- Batista, Escola Domin- Lucas, Ápio Cardoso e e equipamentos de alta dade às pessoas com deficiência, além de recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que visam permitir maior autonomia, independência e inclusão educacional dos estudantes com deficiência.

GOvERNO. A secretária de

Educação, Ana Prestes, ressalta a importância dos benefícios. “Mantemos um bom relacionamento com o governo Federal. Os recursos servirão para aumentar a qualidade do ensino oferecido aos estudantes com deficiência, representando avanços significativos na Política de Educação Inclusiva do município”.

Educação Inclusiva

Atendimento Educacional ressalta autonomia dos alunos

alunos de sete escola serão beneficiados com os recursos do programa

■ O Atendimento Educacional Especializado é a busca por uma ressignificação do atendimento da educação especial, e tem por objetivo o pleno acesso ao conhecimento dos estudantes que possuem necessidades especiais. Esses alunos estudam na escola regular normalmente e, no período em que não estão na sala de

aula comum, frequentam salas multifuncionais. Os pais que quiserem matricular seus filhos no Atendimento Educacional Especializado devem procurar a escola de interesse ou a Secretaria de Educação, para ser atendido e encaminhado para o local mais conveniente. O telefone para contato é 3352-2063 ou 3352-5113.


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IPATINGA Parceira da Prefeitura com governo estadual e Fundação Israel Pinheiro garante diagnóstico sobre áreas ameaçadas e ações preventivas

Município elabora Plano de Redução de Riscos em Ipatinga ■ Técnicos da Fundação Israel Pinheiro (FIP), de Belo Horizonte, estiveram em Ipatinga para realizar um diagnóstico completo sobre as áreas de riscos geológicos existentes no município. O estudo vai embasar a elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos, que será criado em parceria da Prefeitura de Ipatinga com o governo estadual. O projeto foi resgatado pela Administração Municipal, desde o início do ano, envolvendo a participação de representantes das áreas de saúde, obras, segurança pública, assistência social, serviços urbanos e meio ambiente. “O objetivo é mapear locais de riscos de desabamentos, inundações e ameaças a moradias, para que ocorram intervenções planejadas e seguras que beneficiem toda a comunidade”, ressalta o secretário de Segurança e Convivência Cidadã de Ipatinga, Coronel Ramalho. De acordo com a arquiteta da FIP, Fernanda Ferreira, em reunião com representantes da Prefeitura, da Defesa Civil e

Foto JB reiS Secom-Pmi

do Corpo de Bombeiros, o diagnóstico leva em consideração diversos aspectos, como as condições administrativas do município, a situação do Plano Diretor, o nível de urbanização e a ocupação geográfica do território municipal. “Realizamos um mapeamento minucioso sobre os tipos e os níveis de riscos predominantes em todo o município”, adianta a especialista, completando que o trabalho é “bastante longo e detalhado”. DEfESA CIvIL. “Nosso obje-

tivo é transformar a comunidade em agente atuante na prevenção de riscos, por isso a Defesa Civil realiza uma campanha permanente de conscientização da população”, destaca o coordenador da Defesa Civil de Ipatinga, Joel Lopes da Silva, que colabora para elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos. Mesmo em períodos de estiagem, como acontece durante o inverno, o trabalho preventivo é mantido pela seção vinculada à Secretaria de Segurança e Con-

a arquiteta da Fundacao israel Pinheiro Fernanda Ferreira (e) em reunião com representantes da Prefeitura

vivência Cidadã. “Atuamos em todo o município e acompanhamos as condições de moradia nas áreas de riscos, para que seja possível ao menos minimizar os danos e as vítimas de desastres naturais, como é mais comum nas chuvas”,

afirma o coordenador. Joel Lopes explica, também, que a Defesa Civil não é responsável por fazer doações de telhas, tijolos, móveis, vestuários e alimentos. O repasse de materiais acontece, exclusivamente, para atender

moradores vítimas de de- para a sociedade”, finaliza sastres naturais ou o coordenador. acidentes geológicos. “Independentemente da classe Contatos social, todo morador de • Defesa Civil de Ipatinga tem o direito de reIpatinga podem ser ceber apoio da Defesa feitos pelos telefones Civil, e estamos aptos a 199 e 3829-8414. prestar um serviço eficaz

CONTAGEM

Programa vizinhos Protegidos será implantado em toda Contagem ■ Os programas “Rede de Vizinhos Protegidos” e “Rede de Comerciantes Protegidos” farão parte do plano de segurança pública do município, como orientação para que sejam estendidos para toda a cidade. A notícia foi divulgada pelo secretário de Defesa Social, José Rodrigues, na solenidade em comemoração ao primeiro ano da implantação da rede de vizinhos do bairro Santa Cruz. “Incentivaremos e trabalharemos para que estes programas sejam levados a toda a cidade.

Inclusive a Guarda Municipal participa do projeto, instruindo a comunidade em relação às ações preventivas”, disse. Durante o evento, o tenente Reinaldo ressaltou a importância do programa. “O artigo 44 da Constituição Federal diz que a segurança é dever do Estado e responsabilidade de todos. Essa união entre Polícia Militar, prefeitura e comunidade é fundamental na prevenção e combate à cri-minalidade. Esse programa produz um bem para todos”. Segundo dados da corpo-

ração, a criminalidade teve uma queda geral de 30% durante este ano em que o programa vigora. O presidente da Associação Comunitária dos Moradores dos Bairros Santa Cruz e Industrial, Cícero Plínio Azevedo, lembrou que a comunidade aderiu em peso ao programa. “Atualmente temos mais de 320 residências participando do projeto. Não houve só a queda dos índices de criminalidade, mas também aumentou a sensação de segurança na região”.

Programa ■ A Rede de Vizinhos Protegidos é um programa que integra as forças de segurança pública e a comunidade. Nela a Polícia Militar trabalha em parceria com os moradores na prevenção e combate à criminalidade. ■ Os moradores participantes recebem uma placa de identificação na residência e um número de telefone celular, que fica com os policiais militares que fazem a

ronda no bairro. Caso o morador perceba uma movimentação estranha, liga para o celular e a viatura da PM se desloca para o local indicado o mais rápido possível. ■ O programa fa-

vorece a prevenção, uma vez que as placas de identificação nas casas inibem a ação criminosa e o trabalho policial é agilizado quando um crime ocorre ou está prestes a ocorrer. FotoS reProDução Site

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Use, sem excessos O Venga!, bar que tem unidades no Leblon e em Ipanema, também levantou a bandeira alertando os dependentes de smartphones. Os frequentadores, ao acessarem o wi-fi da casa, encontram a seguinte frase: “Ah, larga o celular, curta o momento.” Eu apoio

Frederico monte alto

Comunicação & Inteligência Digital

frederico@somoscom.com.br

Mineiro além de Minas e protagonista

Tela múltipla do smartphone

Os integrantes da banda pop mineira Jota Quest viraram estrelas da publicidade. FotoS reProDução Site

Sucesso nos palcos e nas ondas do rádio, os membros da banda pop mineira Jota Quest viraram estrelas da publicidade. Acostumados ao papel de coadjuvantes em comerciais da operadora de tevê por assinatura Sky protagonizados pela supermodelo Gisele Bündchen, agora são o motivo de uma série da internet. A Sky começou a veicular semanalmente na rede os episódios de uma espécie de reality show, chamada Entre sem Bater, que mostrará o grupo do vocalista Rogério Flausino gravando o seu novo álbum. Serão 25 capítulos. A criação é da AgênciaClick Isobar.

Quer ajudar a limpar sua capital ? Use o celular Cada vez mais tecnológicos e com novas funções, os smartphones estão substituindo outros produtos na rotina dos usuários, segundo pesquisa feita pela PiniOn em parceria com a Hibou. No total, 9% dos proprietários desse tipo de aparelho, por exemplo, já abandonaram completamente o PC. Câmeras, MP3 Players, filmadoras e o GPS também estão entre os que foram preteridos pelos smartphones.

Quem mora nas grandes cidades já deve ter se deparado com maus cidadãos descartando lixo em áreas públicas. Para tentar coibir essa prática e enquadrar os porcalhões, a paulistana Wise Waste desenvolveu um aplicativo, o lixerada, para iPhone e iPad, que roda o sistema iOS e permite denunciar casos do tipo. Para isso basta fotografar o entulho e descrever sua composição e localização e depois enviar a imagem para a Wise Waste, que processa os dados e os envia aos órgãos de fiscalização da prefeitura local

Sempre Coca Cola... e agora com música

Rede social com audiência de TV 2. Sua empresa está atenta a essa audiência ? Como conquistar 5,7 milhões de fãs nas redes sociais em 6 meses Nos seis primeiros meses do ano, a Dafiti conquistou 5,7 milhões de fãs nas redes sociais, incluindo o Facebook, Twitter e YouTube. O número gera uma média de 950 mil fãs por mês ou 31,6 mil por dia. Os dados fazem parte do levantamento feito pelo indexSocial, ferramenta que monitora o desempenho das empresas nas redes.

Para colocar o e-commerce de moda no ranking das empresas com maior audiência nas redes sociais, o gerente de CRM e Social Media da Dafiti, Roberto Motta, aponta três estratégias da empresa. A primeira inclui a divulgação das redes sociais em diversos canais, como nas caixas dos produtos, folders e newsletters. A empresa

também faz anúncios no Facebook. "Dessa forma adquirimos sempre novos fãs interessados nos produtos da Dafiti ou simplesmente interessados em receber informações sobre moda, tendências e novidades", disse Motta. A marca também prioriza o engajamento dos usuários. "A partir do momento que

outros usuários curtem, compartilham ou comentam nos posts da Dafiti, essa comunicação aparece também na timeline dos amigos de nossos fãs, o que torna nossa divulgação maior ainda e de forma espontânea, o que é muito interessante", disse. A marca tem 4,4 milhões de fãs no Facebook e 18 mil seguidores no Twitter

Coca-Cola Zero lança latas que dão acesso às músicas do Rock in Rio Para divulgar o rock in Rio, as latas de 350 ml e garrafas de 600ml da Coca-Cola Zero darão acesso a músicas de um dos sete gêneros escolhidos ao comprar a lata. As latas continuam a campanha "Quanto mais melhor" com gêneros musicais. A escolha será entre metal, MPB, rock, pop, clássicos, eletrônico e hip hop. Para ouvir, será preciso baixar o aplicativo "CocaCola Zero Música", es-

canear a onda sonora das embalagens de Coca-Cola Zero e colocar para tocar no celular ou tablet. O aplicativo estará disponível para Android e iOS, mas também é possível ouvir pelo site da Coca-Cola Zero, inserindo o código promocional das embalagens


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Números altos Registros de homicídios na capital caíram 19,49% nos primeiros sete meses de 2013 em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e julho de 2012 foram 472 mortes por homicídio em Belo Horizonte, e, em 2013, 380 registros.

Número de homicídios no Estado cresceu 80,7% entre 2001 e 2011

Alto índice de homicídios preocupa a população de Minas ■ Um novo dado alarmante na história recente de Minas Gerais vem causando grande preocupação entre os mineiros, o crescimento vertiginoso da violência. O Estado, com 19.5 milhões de habitantes de acordo com Censo 2010, viu crescer em 80,7% no número de homicídios no período de dez anos. A pesquisa registrou 2.344 casos, enquanto em 2011, esse número atingiu 4.235. Os dados são do “Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil”, pesquisa do Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos. Em contrapartida, os registros de homicídios na capital caíram 19,49% nos primeiros sete meses de 2013 em comparação ao mesmo período do ano passado. Os números são do Boletim Mensal de Estatísticas da Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS). Para o sociólogo Luiz Flávio Sapori, a violência em Minas Gerais não deve diminuir. De acordo com ele, o corte de gastos promovido pela atual administração, e a descontinuidade da política implantada pelo ex-governador Aécio Neves, são fatores que con-

tribuíram para o aumento da criminalidade no Estado. Na visão do sociólogo, existe a necessidade de retomar as diretrizes públicas, promovendo a integração social, melhorando o sistema prisional e integrando as polícias. Sapori acredita que mudanças visíveis na segurança constituirão um grande desafio para o governador Antônio Anastasia no cumprimento de seu mandato. Estudos feitos recentemente apontam que a capital mineira se destaca como a mais violenta da região Sudeste do país. A taxa de homicídios em Belo Horizonte é superior à média nacional de 36,4 por 100 mil habitantes. Em 2011 foi registrada a média de 40,3 assassinatos, contra 35 em 2001. Enquanto Minas Gerais segue em ascensão nos indicadores do crime contra a vida, os Estados vizinhos de São Paulo e Rio de Janeiro indicam quedas de 64,2% e 37,9%, respectivamente. A Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) emitiu em seu balanço, realizado mensalmente, que entre abril e julho de 2013, houve uma diminuição nos homicídios de 8,36% em Minas, passando de 323

marco evangeliSta/imPrenSa mg

o secretário de Defesa Social, lafayette andrada (centro), apresenta dados de criminalidade em minas, juntamente com o comandante geral da Policia militar, coronel márcio martins Sant´ana, e o chefe da Polícia civil, delegado-geral Jairo lellis.

ocorrências para 296. Na Região Metropolitana, o acumulado desde abril também aponta queda de 8% nas estatísticas de homicídios consumados. Foram 150 ocorrências em abril deste ano nas Regiões Integradas de Segurança Pública (Risps) 1, 2 e 3, e 138 em julho. O secretário de Estado Rômulo Ferraz espera estabilizar até o final do ano os indicadores dos crimes vio-

lentos. “Temos conseguido diminuir de todos os tipos de crimes desde abril com perspectivas de ainda mais redução no segundo semestre.” De acordo com o secretário, os resultados positivos são creditados ao trabalho integrado entre as polícias Militar, Civil e secretaria. Mas para alguns cidadãos mineiros que vivem em áreas consideradas críticas, os números

são meramente ilustrativos diante do cotidiano violento em que vivem. Para a autônoma A.N de 50 anos, moradora do aglomerado da Serra há mais de 20 anos, região sul de Belo Horizonte, cujo nome não quis divulgar por medo de retaliação, a violência tem os seus altos e baixos na Capital. “Quando eu cheguei era muito tranquilo e depois ficou muito violento até o ano de 2007. Mas quando

ocorre algum crime hoje em dia, pode saber que é homicídio”, afirma a moradora. Argumentada sobre o que seria necessário para melhorar a qualidade de vida dos moradores da região, A.N foi enfática ao dizer: “Aqui precisa de policiamento. Não temos posto policial e precisamos também de projetos sociais que eduquem as crianças para não se envolverem com o crime.”

Fora das estatísticas

As baixas brasileiras em números Nas últimas décadas o Brasil perdeu milhões de habitantes que tiveram suas vidas interrompidas pela violência. A Organização Mundial da Saúde (OMS) promoveu uma pesquisa e estabeleceu um mapa da violência. Segundo os registros do Sistema de Informações de Mortalidade: ■ Entre os anos de

1980 e 2011, morreram no país 1.145.908 pessoas vítimas de homicídio. ■ O número de 1.145.908 representa um crescimento de 132,1% dos óbitos no país considerados como mortes por fatores externos. ■ Hoje o Brasil ocupa a sétima posição no grupo dos 95 países

do mundo com dados homogêneos, com uma taxa de 27,4 homicídios por 100 mil habitantes e 54,8 por 100 mil jovens, segundo dados da OMS. ■ Entre janeiro e julho de 2012 foram 472 mortes por homicídio em Belo Horizonte, e, em 2013, esta estatística atingiu os 380 registros.

IPEA relata 8,6 mil homicídios não computados nos relatórios oficiais ■ O mais recente levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), indicou o número de 8,6 mil homicídios não computados nos relatórios oficiais elaborados anualmente. Isso implica que os dados emitidos pelo Governo do Estado de Minas Gerais podem estar incompletos e equivocados. A denúncia foi feita pelo próprio Conselho Regional de Medicina (CRM-MG),

que alega que em muitos dos casos, a falha é provocada pela irresponsabilidade dos próprios médicos ao informarem erroneamente a “causas mortis”. O CRM-MG vem cobrando do Governo a implementação de um novo serviço para verificação de óbitos e já confeccionou um manual em parceria com o Ministério da Saúde, na tentativa de combater a subnotificação dos homicídios.

De acordo com João Batista Gomes Soares, presidente do CRM-MG, “Nesse manual, a orientação é clara para o médico. Todo óbito que teve início com uma agressão é considerado como causa violenta. Mesmo que o indivíduo morra um mês depois, um ano depois, a causa principal continua sendo a agressão. E esse corpo deve ser objeto de exame médico legal".



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Black Sabbath em Belo Horizonte O Jornal Destak, famoso por antecipar a vinda de grandes nomes ao Brasil, divulgou que um show do BLACK SABBATH na esplanada do estádio Mineirão está confirmado. Ainda segundo informações do Jornal Destak, a data e demais informações serão divulgadas em breve.

Literatura para crianças e jovens movimenta Belo Horizonte, a capital que mais lê no Brasil

Salão do Livro Infantil e Juvenil se encerra hoje ■ Hoje é o último dia para aproveitar um dos eventos literários mais expressivos do país. Imperdível para crianças e adolescentes, o Salão do Livro Infantil e Juvenil, realizado na Serraria Souza Pinto, é uma boa pedida também para todos os amantes da literatura. Os ingressos custam R$ 5,00, e a entrada é gratuita para crianças de até 10

“É preciso que os pais deixem para seus filhos o legado da literatura” Zulmar Wernke, Presidente da Câmara Mineira do Livro

Para Wernke, os esforços feitos para incentivar a leitura serão sempre insuficientes se comparados à importância do hábito na formação de uma pessoa. Mesmo assim, é possível afirmar que esse esforço tem gerado um bom resultado em Minas Gerais. É o que aponta uma pesquisa divulgada pela Câmara Mineira do Livro durante a realização do Salão. No estudo, foram entrevistadas 1.100 pessoas, em oito cidades polo do interior do estado. Os dados mostram que, nos últimos doze meses, a média de leitura no interior do estado foi de 6,5 livros por pessoa, bem superior aos 3,6 livros lidos na média nacional. Poços de Caldas é a cidade que tem o melhor índice; 9,78. “Os melhores resultados foram alcançados, não coincidentemente, por municípios que possuem equipamentos culturais instalados e programas de

FotoS ignácio coSta

crianças circulam pelas atrações do Salão do livro infantil e Juvenil. o evento recebeu mais de 30 mil alunos de 200 escolas diferentes.

anos, professores, bibincentivo à leitura”, exliotecários e profissionais plica o presidente. “Em do livro. Poços, por exemplo, é reDurante 10 dias, a 2ª alizada anualmente a edição do Salão promoveu Flipoços, uma importante mais de 120 atividades culfeira de literatura”. turais diferentes, como narO índice de leitura em ração de histórias, Belo Horizonte também lançamentos de livros, palestras, debates, apresentações teatrais e exibições de filmes. O Presidente da Câmara Mineira do Livro, Zulmar Wernke, comemora o balanço positivo do evento. “Alcançamos nossos principais objetivos, que são chamar a atenção para a importância da leitura e promover a democratização de acesso ao estudante folheia um livro. mais de 100 autores foram livro”, afirma. contemplados no evento.

está acima da curva nacional. Segundo pesquisa do Ibope, realizada no ano passado e em 2012, Belo Horizonte é a capital brasileira com maior índice de leitura: 41% dos mais de 20 mil entrevistados disseram ter lido ao menos um livro nos 30 dias anteriores à pesquisa. Com relação à tarefa de incutir hábitos de leitura nas crianças, o que se pode afirmar é que essa é uma tarefa coletiva. O professor é responsável, em grande parte, por despertar o desejo de leitura, mas é em casa, com os pais, que esse incentivo é

mais eficiente. Zulmar afirma que o velho costume de ler histórias para a criança na hora em que ela for dormir já contribui muito para deixar o legado da leitura. “Não basta comprar roupa, ma-

tricular numa boa escola, é preciso dar caminhos ao seu filho. O método do conhecimento é mais importante do que o conhecimento em si, porque assim ele pode buscar o que for”.

obras consagradas e lançamentos podem ser encontrados no salão.

Serviço • Último dia do II Salão do Livro Infantil e Juvenil Hoje, das 10h às 21h Serraria Souza Pinto – Av. Assis Chateaubriand, 809 – Floresta

• Ingressos a cinco reais.

Quem circulou elo corredores do salão encontrou obras de mais de 200 editoras.

Entrada gratuita para crianças de até 10 anos, professores, bibliotecários e profissionais do livro.

contadores de histórias, escritores e outros artistas desenvolveram atividades lúdicas para as crianças.


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CULTURA

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Igreja do Belvedere celebra festa da Padroeira Nossa Senhora Rainha ■ A Paróquia Nossa Senhora Rainha no bairro Belvedere, em Belo Horizonte, há 27 anos, vem crescendo com a comunidade. É uma Igreja Viva em Missão porque sempre contou com a participação incansável de muitos colaboradores para a edificação do Reino de Deus. A Paróquia funciona todos os dias e oferece oportunidade de crescimento para todas as pessoas. As Celebrações Eucarísticas, aos sábados e domingos, recebem mais de 6500 fiéis. A paróquia conta com várias pastorais e grupos que atuam em frentes de formação, inclusive, em comunidades carentes da região metropolitana de BH. Possui um amplo am-

bulatório que atende mais de 9.000 pessoas carentes/ano, em diversas especialidades médicas e odontológicas, fármacia e muitos encaminhamentos de laboratórios para a população carente. As obras sociais e as atividades desenvolvidas na Paróquia Nossa Senhora Rainha, oferecem, acima de tudo, evangelização, saúde, dignidade e promoção humana. A festa da Padroeira Nossa Senhora Rainha começou no dia 14 de agosto com um Terço e uma Santa Missa na Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem e Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua. No dia 15, na Paróquia, aconteceram Terço da Misericórdia, Adoração ao Santíssimo Sacramento, Oração do

FotoS ParóQuia noSSa SenHora rainHa

intensa programação marca a festa da padroeira da paróquia de nossa Senhora rainha

Rosário, e o tema foi “Maria, mãe da Igreja e emoção, fé, esperança e Enfermos, Santa missa e “Maria, íntima de Deus”. formadora da comu- cura na Administração do logo depois recitação do No dia 16, o tema foi nidade”. Nesse dia, muita Sacramento da Unção dos terço.

Programação:

• Dia 22 - quinta-feira | Maria, primado da sex. 17h15; sábado, 19h30.

escuta da Palavra na vida do discípulo e - Vai na Fé: apresentação Ariella Bersan • Dia 19 - segunda-feira | Maria, modelo missionário. Dia de Nossa Senhora Rainha: Domingo, 14h; seg. 16h30; sex. 14h30, 19h: Procissão motorizada pelas ruas do do verdadeiro discipulado. sábado, 19h. bairro; 20h: Missa Solene da Padroeira 18h: Terço; 18h30: Santa Missa; 19h30: Confissão comunitária

• Dia 20 - terça-feira | Maria, a serva do Senhor. 18h, Terço; 19h: Santa missa; 19h30: Grupo de Oração

• TV Canção Nova (Canais 45 UHF, SKY (Canal 163) - Oi TV e Terça e quarta: 7h; quinta: 19h; sexta: 15h; Net (Canal 27) - Claro TV (Canais 119 e sábado: 17h; domingo: 8h45, 10h30, 12h, 173) Vivo TV ( canal 233 ) 17h45, 19h30

• Missas na Paróquia:

• No Hospital Biocor: quarta, 16h; sábado, 10h.

• Dia 21 - quarta-feira | Maria, amiga de Cristo. 18h30: Terço no Salão Pedro; 19h: Santa missa no Salão Pedro. 20h: Grande concerto com o Tenor Matheus Pompeu e músicos da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais. A apresentação será na igreja e a entrada é franca.

O deputado estadual Luiz Henrique recebeu o título de Cidadania Honorária de Belo Horizonte, em solenidade na Câmara Municipal. O vereador Leonardo Mattos, destacou as ações do deputado pela da cultura mineira. Na foto o deputado e o diretor geral do Diário de Minas, Heder Lafetá.

• NSRainha na TV: TV Horizonte (canais 19 UHF, 22 NET, 24 OITV) - Palavra de Fé: Pregações com a dra. Filó Todos os dias, 00h20

- Discipulus Quarta, 23h, quinta, 13h.

Paróquia Nossa Senhora Rainha Rua Modesto Carvalho Araujo, Nº 227 Bairro Belvedere Cep: 30.320-410 Belo Horizonte / MG Fone:(31) 3286-3034

- Cheia de Graça: apresentação Isa Costa Domingo, 12h30; seg. 14h30; ter. 16h30;

Ajude a resgatar a história de Minas Empresários interessados em cultura podem participar do resgate de parte da história de Minas Gerais. Invista 4% dos impostos federais de sua empresa, dedutíveis integralmente na fonte, e dê visibilidade ao seu negócio. O DIÁRIO DE MINAS, através da Casa da Cultura, entidade que há mais de 20 anos atua no segmento de projetos culturais via Lei Rouanet, aprovou junto ao Ministério da Cultura o projeto “É Show Memórias do Diário de Minas”, que compreende a criação, produção e publicação de um Suplemento Literário História, Grandes Nomes, Livro – Diário de Minas o primeiro jornal diário dos mineiros, desde 1866, e um vídeo documentário.


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DIÁRIO DO ESPORTE

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Bruno cantini

ATLÉTICO

Vai pra cima deles Galo O Atlético segue em busca da reabilitação e já sonha alto com a parte de cima da tabela do brasileiro ■ Um jogo cheio de lances bonitos protagonizados pelo craque Ronaldinho. Além de uma assistência digna de repercussão internacional, o talento, que já foi considerando inúmeras vezes acabado para o futebol, voltou a brilhar. Com gols de Alecsandro e Léo Silva, o time atleticano bateu em casa a equipe do Bahia. O jogo, vencido pelo Atlético pelo placar de 2x0, foi um alívio para o torcedor, jogadores e comissão técnica. Já se passavam cinco rodadas sem vitória, incluindo a der-

rota no Horto, de virada, para o chará paranaense, que quebrou uma invencibilidade de quase um ano. A meta do time agora é continuar ascendendo na tabela que, hoje ocupa apenas a décima quinta colocação, empatado em número de pontos com a Ponte Preta e há duas colocações da zona de rebaixamento. Para o craque do Galo e ídolo atleticano, o time tem que tomar uma postura digna de um campeão de Libertadores da América. “A gente tem que se concentrar na competição. É retomar esse caminho das vitórias e continuar assim. A gente vai brigar para ser campeão. A mentalidade tem que ser essa. Jogador que não pensa assim, não pode jogar”, afirmou Ronaldinho.

Para o técnico Cuca, existem chances do Atlético brigar pelo topo da tabela, visto que o primeiro colocado encontrase com 26 pontos, uma diferença de somente 11, ou quatro vitórias. O zagueiro artilheiro Léo Silva, reconhece o mau começo da equipe na competição e afirma que não há acomodação entre os atletas e que irão buscar passo a passo melhores resultados e evoluir no brasileirão. O Atlético enfrenta o Internacional de Porto Alegre no Sul, no próximo domingo, dia 18.08, às 18h30. O Galo vai ter que tomar muito cuidado com o time gaúcho, que vem fazendo excelente campanha e tem um dos elencos mais fortes do campeonato brasileiro.

o volante argentino Dátolo treina entre os titulares

CRUZEIRO

A Raposa está na caçada

AMÉRICA

América na cola dos líderes

aSSeSSoria aFc

Cruzeiro desafia o Vitória da Bahia com os olhos na liderança do campeonato 2013

Para a partida de ontem, A luta da Raposa vai ataque. O Cruzeiro tem contra o Vitória da Bahia exigir muita paciência e um dos melhores elencos no estádio do Mineirão, frieza dos jogadores, da série A, que conta com realizada às 18h30, o deslizes banais podem atletas consagrados e exCruzeiro não contou com prejudicar em muito os in- perientes, o que os torna Luan e Bruno Rodrigo, teresses do time e a vida um dos times favoritos suspensos pelo terceiro do técnico. A questão é para buscar o título de ■ Um tropeço na quarta- cartão amarelo e Souza, saber analisar a situação campeão do brasileiro feira contra Grêmio fora expulso contra o Grêmio. jogo a jogo e armar bem o 2013. de casa ligou o alerta na Denilton DiaS/ viPcomm equipe cruzeirenses. Após perder por 3x1, os jogadores e a comissão técnica perceberam que a tarefa no campeonato não será fácil. A competição não segue a lógica do melhor desempenho continuo, mas sim a de quem jogar melhor durante as partidas. Mas não existem motivos para preocupações maiores. Restam dois terços do campeonato e equipe Azul pode dizer que está em área de conforto na tabela. O técnico Marcelo de Oliveira cobrou atenção do time para o excesso de erros e faltas desne-cessárias que acabam prejudicando o Dagoberto durante treinamento com bola na toca da raposa andamento do jogo.

rodriguinho mostra toda a sua habilidade durant treino com bola

Coelho desponta como um dos favoritos ao G4 e a ascensão a séria A ■ A equipe do América vem encantando a torcida. São seguidas vitórias e méritos atribuídos à comissão técnica que vem sendo comandada por Paulo Comelli. Parece que dessa vez a direção do clube acertou na contratação do técnico paulista. A missão vai ser difícil

para o América. Alguns destaques da competição, como o meia Rodriguinho, artilheiro do clube na série B, já estão sofrendo com o assédio de equipes que disputam a série A, inclusive de seu rival, o Atlético. Para isso, a diretoria americana já estuda algumas formas para segurar o jogador, que está desde 2010 no Coelho. O objetivo americano é manter a boa sequência de jogos dos últimos meses e não deixar o ritmo cair.


DIÁRIO DE MINAS

Cruzeiro

DOMINGO - 18 DE AGOSTO DE 2013

Cruzeiro joga com os olhos bem abertos e com postura típica de uma raposa caçadora

Página 15 Juliana FliSter/viPcomm

www.diariodeminas.com

Ronaldinho brilha mais uma vez Flickr atlético

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Atlético Ronaldinho em partida conta o Bahia, brilhou com passes, dribles e assistências de tirar o fôlego do torcedor atleticano.

ronaldinho durante partida impecável contra o Bahia


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