JORNAL DIÁRIO DA POESIA - 1a edição impressa

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Vitor Adolfo, artista da terra P.7

JORNAL SÃO GONÇALO RIO DE JANEIRO ANO 1 Nº 1 EDIÇÃO BIMESTRAL FEVEREIRO/MARÇO 2016

História em Capítulos

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Diário inicia atividades em Fevereiro O Diário pode fazer deste movimento, não só um movimento, mas uma família, onde todos lutam, com simplicidade e sem vaidades, por um único objetivo que é levar a cultura gratuitamente e com qualidade a população.

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epois de um ano de afirmação no cenário cultural do município de São Gonçalo, o grupo Diário da Poesia retorna as atividades culturais no dia 19 de fevereiro no Restaurante Sintonia Fina, sob a coordenação do professor e Poeta Renato Cardoso, com o evento “Pelos Quatro Cantos do Brasil”, onde o grupo contará a história cultural de nosso país.

NESTA EDIÇÃO

Portal do Tempo. A professora e poeta Ivone Rosa discorre sobre o tempo, gentil e implacável ao mesmo tempo. Pág. 6

Poesia no dia-a-dia. A escritora Janne Duarte fala da importância da poesia no cotidiano em tudo que vemos ao redor. Pág. 6

Eulimpíada. Leticia Mounzer propõe um grande mergulho em nós mesmos em busca do autoconhecimento. Pág. 6

Quem foi Otto Maria Carpeaux? O filósofo Uberlan Macedo conta pra gente a trajetória deste importante intelectual. Pág. 4


DIÁRIO DA POESIA FEVEREIRO/MARÇO 2016

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EDITORIAL Por Renato Cardoso

O jornal Diário da Poesia nasce de uma iniciativa do grupo em divulgar ainda a arte e a cultura gonçalense. Será uma mídia totalmente voltada ao desenvolvimento cultural do nosso município. Depois de 7 anos de fundação e 23 edições, vimos como é difícil as grandes mídias darem visibilidade aos movimentos culturais que levam a cultura de forma gratuita a comunidade, então não esperamos e montamos a mídia que será a voz da arte gonçalense. Se você faz parte ou organiza algum evento cultural na cidade, mande-nos a cobertura do mesmo que publicaremos e daremos o valor que é devido aos grandes artistas que nesta cidade residem. Aqui encontraremos colunas culturais, reportagens, coberturas de eventos, entrevistas, assim como as histórias em capítulos. O jornal é uma versão impressa e bimestral. Para maiores informações, telefone: 994736353 (Whatsapp) e e-mail: renatocardoso82@gmail.com.

Diário da Poesia está de volta com as atividades em fevereiro

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epois de um ano de afirmação no cenário cultural do município de São Gonçalo, o grupo Diário da Poesia retorna as atividades culturais no dia 19 de fevereiro no Restaurante Sintonia Fina, sob a coordenação do professor e Poeta Renato Cardoso, com o evento “Pelos Quatro Cantos do Brasil”, onde o grupo contará a história cultural de nosso país.

Em 2015, com uma média de 110 pessoas por evento, o grupo homenageou grandes nomes da cultura gonçalense, tais como: Décio Machado, J.Sobrinho, Recicla Leitores, Levi Alucinação, Mario Dias e Altivo Aleixo, além de montar grandes eventos temáticos como: Brasilidade, I Festival de Artes Gonçalenses, Grandes Artistas, entre outros. Em 2016, o grupo manterá as homenagens a grandes gonçalenses e os eventos temáticos, além de desenvolver outros projetos paralelos. A única modificação foi com relação a data, o grupo agora pretende se estabelecer na 3ª sexta de cada mês, evitando assim conflito de datas com outros eventos, possibilitando aos artistas e ao grande público irem em

Poetas, músicos e trovadores voltam às atividades em 19 de fevereiro

todos. Um dos principais projetos do grupo será o jornal impresso, que terá uma tiragem de 3000 exemplares bimestralmente, que falará somente sobre arte e cultura, tendo a participação de aproximadamente 15 artistas. Outro grande projeto que virá a somar é o lançamento do e-book “Roda dos Poetas Gonçalenses”, além do e-book dos artistas plásticos. Queremos agradecer a cada um que passou pelo Diário este ano, e pode fazer

deste movimento, não só um movimento, mas uma família, onde todos lutam, com simplicidade e sem vaidades, por um único objetivo que é levar a cultura gratuitamente e com qualidade a população. Foram 43 poetas, como: Marcelo Motta, Nereis Ribeiro, Carlos Galeno, José Francisco Rodrigues, Fatima Daniel, Ivone Rosa, Vitor Adolfo, Fabio Hartmann, dentre outros, 15 cantores, como: Fellipe Gambarine, Tatiani Lima, Karoline Alves, Banda Tétrade, dentre outros, 10 artistas plásticos, 2 bailarinos, 6 escritores, 3 ato-

res e 6 homenageados, totalizando 85 artistas em um ano (11 edições). Além do reconhecimento da mídia cultural, foram mais de 90 notas em mais de 50 sites e jornais. Veja a nossa programação do ano de 2016 em nosso site ou na página do facebook.

ANUNCIE

COM A GENTE INVISTA NA CULTURA

Colunistas: Uberlan Macedo, Kaio Rodrigues, Ivone Rosa, Fernando Petri, Alexandre Martins, Janne Duarte, Carlos Alberto Oliveira, Letícia Mounzer, Daniel Barradas, William Borges, Marcelo Motta, Thiago Cirne, Melisa, Mikael Viegas. Quadrinista: Eberton Ferreira História em capítulos: Raphaela Scarpi. Matérias e entrevistas: Renato Cardoso Idealizador do projeto: Professor e Poeta Renato Cardoso. Jornalista responsável: José Jerônimo Sobrinho. Editoração: Helcio Albano. Edição: Editora Apologia Brasil. Distribuição Gratuita. Facebook: diariodapoesiasg Tel.: 99473- 6353


DIÁRIO DA POESIA FEVEREIRO/MARÇO 2016

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Para um país sério, governantes sérios O SUS (Sistema Único de saúde) deveria mudar sua denominação para SUS (Seu Último Suspiro). Incontáveis são os casos de pacientes que morrem na fila esmolando atendimento, quando este deveria ser prioritário. Exames são feitos indiscriminadamente somente para que tal ou qual órgão privado possa cobrar o mesmo do governo pertinente, Prefeitura ou Estado. Marcação de consulta é algo utópico no que tange o SUS, infelizmente o cidadão mais humilde não tem acesso

A segunda impressão é a de que, mesmo neurastênicos, são deslocados do restante do mundo. Do paraíso onde habitam, dizem as más línguas, é impossível ver todas as desgraças que afligem a sociedade. Ah, e não sentem dor, claro. Tampouco medo ou angústia. Seguros de si, são envolvidos por uma película

Marcelo Motta

a um tratamento particular, quando necessita deste mesmo bem. A saúde privada é outra questão, trata-se de uma quadrilha para lá de bem organizada. Quem paga por um plano de saúde e por alguma fatalidade se vê com uma doença como câncer ou AIDS, o plano de saúde alega que tal plano não cobre esta ou aquela moléstia, caindo assim na chamada “carência” do plano, porém, quem mais depende do mesmo é que fica carente de atendi-

Kaio Rodrigues

O mundo tem uma relação complicada com os artistas. A primeira impressão é a de que estão sempre no topo, em algum paraíso onde só existem roupas de marca, jantares luxuosos e carros importados. E holofotes, claro. Muitos holofotes.

Acaso vivêssemos em um país sério, a corrupção seria tratada com pena de morte, como deveria ser tratado diversos crimes, assassinato, estupro e tantos outros

mento. Suga-se o dinheiro dos mais humildes de forma totalmente legal, não existe mais princípios e dignidade, estas se foram e escorreram pelo mesmo ralo junto com a seriedade de um governo que todos merecemos e precisamos. Acaso vivêssemos em um país sério, a corrupção seria tratada com pena de morte, como deveria ser tratado diversos crimes, assassinato, estupro e tantos outros. A ineficácia já começa pelo próprio governo, o

qual se encontra em estado terminal. A corrupção se alastra por todos seus ramos e falta remédio, leito, tratamento digno para quem mais precisa de cuidados médicos, urgente ou não, mas o SUS está fragmentado, deteriorado. Contas bancárias em nome de “laranjas” avolumam cifras inimagináveis, com dinheiro desviado de órgãos públicos que deveria ser destinado à saúde, educação e segurança. O governo é o corpo e a corrupção uma doença terminal e incurável.

Quando morrem os astros

Marília partiu de repente, surpreendendo a todos os que a viam como imortal. Antes dela, partiram Yoná Magalhães e José Wilker. A lista se torna ainda maior...

que os protege da sociedade ao redor – e dos problemas dessa sociedade. Um dia, porém, toda essa felicidade chega ao fim. Recentemente, Marília Pêra nos provou isso. Atriz, diretora, cantora – com voz boa o suficiente para cantar na Broadway –, Marília era um desses astros que aprendemos a admirar antes mesmo de entendermos o significado da palavra “arte”. Marília partiu de repente, surpreendendo a todos os que a viam como imortal. Antes dela, partiram Yoná Magalhães e José Wilker. A lista se

torna ainda maior se pararmos para pensar em artistas de outras áreas: Ariano Suassuna, Gabriel García Márquez, João Ubaldo... apenas alguns dos que resolveram que era hora de brilhar em outro lugar. Suas mortes são um spoiler. Revelam algo que preferíamos não saber: se até eles se vão, também nós o faremos um dia. A morte não poupa ninguém. Na vida, como em um bom drama, até os mocinhos morrem no final, não importando se esses moram na Rocinha, no Leblon, em São Gonçalo ou nas ilhas de “Caras”. A morte é democrática.

O fato a ser observado, contudo, é que quando morrem os astros, um pouco de nós morre junto. Quando morrem os astros, as manhãs se tornam mais cinza: o mundo parece chorar a perda de figuras tão queridas. Quando morrem os astros, nossa fé na vida fraqueja, e, em nosso íntimo, começamos a aceitar que um dia seremos nós a cruzar as fronteiras do desconhecido. Quando morrem os astros, resta-nos apenas admirar sua arte, pura, simples e acolhedora. Esta sim é imortal.


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História em capítulos

DIÁRIO DA POESIA FEVEREIRO/MARÇO 2016

Capítulo 1: Redenção de si

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os 7 anos de idade eu achava que todas as histórias tinham um final feliz e previsível, porém, conforme fui crescendo, descobri que a vida é um ciclo desordenado, onde não sei se tudo acabou ou está apenas começando. E foi assim com a Mariá. Ela me lembrava a mulher mais linda da cidade, não na visão de Bukowski, mas na minha concepção, por conta da sua beleza, onde os seus cabelos castanhos se movimentavam com a brisa, seus olhos continham o universo, e o seu sor-

Raphaela Scarpi

Decidi viajar pelo país, com o intuito de me descobrir, comprei passagem para o Sul, levei o necessário, não queria nada que me prendesse, era um momento meu, e eu precisava vivê-lo

riso galáxias, também pela forma como encarava o interior sendo a parte mais bela, digamos que ela sempre soube apreciar o que não era visível. Sua única mania era a de amar, e não havia uma pessoa que não a admirasse, adorava criar mistérios por onde passava, e o que conseguíamos desvendar a tornava ainda mais encantadora, e ela vivia assim, pelo mundo com o objetivo de proporcionar momentos especiais para as pessoas, encontrando em cada um o que nem eles conhe-

ciam, e procurava por algo que lhe faltava, talvez alguém, sem querer encontrar, pois enquanto a maioria de nós tememos a partidas, a Mariá temia a chegadas. Ouvi dizer pelas cidades, as quais ela passou, que nunca se envolveu com homem algum, porque nenhum deles soube decifrar os seus mistérios. Decidi viajar pelo país, com o intuito de me descobrir, comprei passagem para o Sul, levei o necessário, não queria nada que me prendesse, era um momento meu, e eu precisava vivê-lo, embora já

tivesse feito várias viagens antes, nenhuma tinha a intenção de algo tão pessoal quanto essa, e eu havia certeza de que me proporcionaria muitas descobertas, diferente de todas as outras. Cheguei atrasado na estação e perdi o segundo trem, nunca fui pontual, mas isso me deu tempo para pensar se era loucura demais ou apenas vontade de viver. Concluí que só estou aqui de passagem quando o trem chegou, entrei, acomodei as minhas malas e fui criar a minha história. Continua na próxima edição...

Quem foi Otto Maria Carpeaux ?

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m 9 de março de 1900, nasce em Viena aquele que dedicou parte da sua vida à literatura. Otto Karpfen, como era chamado pelos seus familiares e amigos, chegou a cursar direito, porém após um ano frequentando palestras e cursinhos de literatura, Carpeaux viu que tinha uma grande admiração por obras literárias. Com dedicação à literatura, Carpeaux inicia uma carreira de jornalista político escrevendo para grandes re-

No ano de 1947, Otto Maria Carpeaux, publica sua grande obra- História da Literatura Ocidental. Não existe no mundo uma obra tão completa

vistas como: Berichte zur Kultur und Zeitgeschichte. Em 1930 se casa com Helena Carpeaux aquela que seria sua companheira até o fim da vida. Por tornar-se homem de confiança de alguns ministros de Viena, teve grande prestigio na Áustria, antes da mesma ser incorporada ao Reich alemão. Com as tormentas e o crescimento do nazismo, veio exilado para o Brasil em 1939. Logo chegando no Brasil, Maria Carpeaux viu que nada conhecia da literatura brasileira e chegou a trabalhar por um

Uberlan Macedo

período no campo, pois não tinha conhecidos e não entendia a língua portuguesa. Um homem culto e que falava cerca de onze línguas não poderia permanecer no serviço braçal. Otto Carpeaux vai para São Paulo e sem trabalho começa a vender seus bens para se manter na capital. Em um ano Carpeaux aprende a língua portuguesa e faz analises sobre a literatura brasileira e com isso foi convidado a escrever artigos sobre Eça de Queiroz. Com apenas três anos no Brasil, foi convi-

dado para ser o diretor da biblioteca da faculdade Nacional de Filosofia e em 1944 se torna diretor da biblioteca da Fundação Getúlio Vargas. No ano de 1947, Otto Maria Carpeaux, publica sua grande obra- História da Literatura Ocidental. Não existe no mundo uma obra tão completa que relate toda a literatura ocidental. Hoje essa obra é dividida em dez volumes, pois Otto Carpeaux nos fez o favor de torná-la complexa ele descreve e explica desde de Homero até a literatura dos anos 40.


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Altivo Aleixo foi

o homenageado

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de dezembro

o dia 11 de dezembro, o grupo Diário da Poesia, sob a coordenação do professor e poeta Renato Cardoso, no Restaurante Sintonia Fina, homenageou o professor Altivo Aleixo, encerrando as atividades culturais de 2015 no município. Uma noite marcada por uma plateia cheia de autoridades e pessoas influentes de nossa cidade, o grupo contou a história e obra do ex-sargento do Exército Brasileiro e agora educador e participantes de diversas instituições culturais, educacionais e de pesquisas. No Instituto Histórico Geográfico de São Gonçalo, foi convidado por Avaí Macedo, pelo fato de ser geógrafo e amante por São Gonçalo, sendo eleito presidente por duas vezes. No Rotary Club, foi convidado por Elcino Dello Carmo, tendo como padrinho José Guilherme Moreira, sendo eleito presidente duas vezes, destacando a presidência dos 50 anos de Rotary Club. O homenageado destaca o Rotary como uma das instituições mais importantes do mundo, principalmente pelo investimento de 9 milhões na erradicação da poliomielite. Na Academia Gonçalense de Letras e Ciências (AGLAC), teve como padrinho o professor Hélter Barcellos, com quem ficou muito feliz após ouvir o discurso de posse. Na União Brasileira dos Trovadores, entrou há pouco tempo, sendo uma associação há apenas 2 anos. Na poesia tivemos a participa-

ção dos poetas: Marcelo Motta, Carlos Galeno, Nereis Ribeiro, Vitor Adolfo, José Francisco, Rosi Torres, Fatima Daniel, Daniel Barradas, Carlos Alberto Oliveira, Tito Duarte, Giulia Correa. Na música tivemos as participações da cantora Karoline Alves com o músico Daniel Dutra, dos cantores Onofre Esteves, Hudson Muniz e Vitor Adolfo. Tivemos também as apresentações do ator Elcino Dello Carmos, dos bailarinos Juliana Medina e Vinicius Matos, além do artista plástico Kleber Marques. No final do evento, tivemos os depoimentos de grandes personalidades municipais, o escritor e poeta Oton São Paio, o jornalista J.Sobrinho, o presidente da UBT, Levi Alucinação, o ativista cultural Décio Machado, homenageados do grupos em 2014-2015. Mais um ano cultural encerrado. Acreditamos que com grande sucesso. O Diário da Poesia teve um ano de confirmação no cenário municipal da cultura, com um público médio de 100 pessoas por evento. Queremos agradecer a cada um que passou pelo Diário este ano, e que pode fazer deste movimento, não só um movimento, mas uma família, onde todos lutam, com simplicidade e sem vaidades, por um único objetivo que é levar a cultura gratuitamente e com qualidade à população. Foram 43 poetas, 15 cantores e músicos, 10 artistas plásticos, 2 bailarinos, 6 escritores, 3 atores e 6 homenageados, totalizando 85 artistas em um ano (11 edições).

Levi Alucinação, Oto São Paio, Decio Machado e Altivo Aleixo, o grande homenageado. Fotos: José Franciso Rodrigues

Jornalista Mario Dias com os artistas do Diário da Poesia

Jovens da Banda Tétrade

Decio Machado e o grupo Diário da Poesia Além do reconhecimento da mídia cultural, foram mais de 90 notas em mais de 50 sites e jornais. O grupo volta a se apresentar em fevereiro de 2016, mantendo o cronograma de homenagens a grandes gonçalenses vivos.


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Poesia no dia-a-dia Ivone Rosa, professora e poeta

Portal do tempo

O tempo é nosso melhor aliado, um excelente reparador após uma grande perda. Normalmente amadurecemos após passarmos por uma experiência dolorosa...

Semana passada, olhando uma foto de meus pais, bateu uma saudade imensa! Ao ponto de me fazer chorar baixinho e sorrir simultaneamente. Isso me fez perceber que só sentimos saudade de pessoas, momentos ou algo que foi bom. Ninguém sente falta, em absoluto, de alguma situação que tenha sido desagradável, não é mesmo?! O tempo é nosso melhor aliado, um excelente reparador após uma grande perda. Normalmente amadurecemos após passarmos por uma experiência dolorosa e através do tempo, amenizam -se as dores. Quando falo aos meus filhos, acerca da morte, digo sempre que essa separação é temporária, comparo esse momento a um aeroporto. Pessoas vão, pessoas vêm, e no saguão as que se despedem e as que aguardam estão sempre com lágrimas nos olhos... Acredito, portanto, que um dia a gente se reencontra! É só uma questão de tempo. Guardei, então, o porta-retratos.

As transformações fazem parte da nossa vida, portanto, não seria diferente quando se trata de tecnologias e mídias. O que se percebe, atualmente, é uma grande necessidade da utilização desses recursos, em nosso cotidiano, até por uma questão de tempo. Hoje tudo é muito rápido, e não sei o que seria de mim sem as tecnologias. A internet nos aproxima na troca de conhecimentos, nas informações, no contato com pessoas, na busca de textos para reflexão com alunos, dentre outras coisas. Enfim, hoje, não consigo imaginar a vida sem tecnologias.

Janne Duarte, Poeta, Professora e Escritora autora, Beatriz Dutra (Presidente da Academia de Letras Rio-Cidade Maravilhosa) que diz:

A POESIA também está no nosso dia-a-dia, nos comerciais, vídeos, músicas, livros, revistas, etc

Será? Haverá o dia em que os transplantes não apenas se cinjam a órgãos ou partes do corpo mas também abranjam caráter, sabedoria, temperamento, personalidade? E talvez, quem sabe, transfiram, ainda, inesgotáveis capacidades, de respeito ao próximo, amor, generosidade e felicidade? Quem sabe, assim, possa estar a salvo a humanidade?

A POESIA também está no nosso dia-a-dia, nos comerciais, vídeos, músicas, livros, revistas, etc. Então, como viver sem pensar em poesia como boa iniciativa para a criação e produção de texto, no resgate da autoestima, da interação entre as pessoas, na valorização humanística, através das emoções e sentimentos que serão expostos e refletidos através da leitura. Em minhas pesquisas, entre cd´s, livros, e outros meios, escolhi um poema para trabalhar com alunos, no livro Suavidade, ed. ZMF, 2014, da

Então, será possível imaginar como aprender, viver, e ser, sem os recursos midiáticos, e sem poesia?

Medalha Eulímpica

Dar conta das contas que nos dão: pra pagar, pra prestar, pra pegar sem emprestar (...)

Letícia Mounzer

Nesse ano de Olimpíadas, vamos fazer a maratona do autoconhecimento. Correr os desafios do “eu”, mergulhar na piscina da própria existência e boxear os nossos medos infinitos. Só assim podemos ganhar medalha de ouro na conquista da descoberta existencial: Haver-se com o que há ao avesso; Dar conta das contas que nos dão: pra pagar, pra prestar, pra pegar sem emprestar;

Vestir a roupa que não cabe, mesmo que não caiba a nós vestir roupas; Nessa época, nossa hipocrisia. Acordamos nossos sonhos que não sonham de acordo S.O.S. segamos cegamente. É a mente que mente, Controla e protocola. Leticia é estudante de Direito.


Artista da nossa terra

DIÁRIO DA POESIA FEVEREIRO/MARÇO 2016

Diário da Poesia Apresenta:

Vitor Adolfo

“Imagine um rio em dias de chuva, imagine o oceano e dias de tormenta. É bem assim que a voz da inspiração trabalha nos sentimentos que me acertam. São tempestades com ondas gigantes em séries ininterruptas de saudade, amor e devaneios. Misturadas as correntezas de dor, incertezas, inseguranças, aceitação, rejeição e complexos da psique humana. Tudo isso só acalma de um jeito: escrevendo. Ao escrever minha alma aquieta por um instante e para o tempo na batida do meu coração, traduzindo a voz que tanto agiganta em meu peito. Traduzir a voz da inspiração, coração e alma misturados, isto é escrever, isto é poesia.”

Ontem Ontem seu sorriso estava lindo. Tinha um brilho estonteante, envolvente. No seu olhar um fogo divino. Ouvir sua voz dizendo: Eu te amo! Era frequente. Ontem tudo era diferente, era de verdade. Tínhamos um beijo quente, inconsequente Parceiros e amantes riamos de tudo. E tudo era saudade. Ontem eu tinha certeza e você também. Ontem eu tinha um mundo com você. E o nosso mundo era um armazém, Cheio de abraços, toques, carinhos, laços, calor....amor Ô saudoso ontem, Velho amigo do passado, Quem me dera fosse presente, Ontem quem me dera, fosse pra sempre. Vitor Adolfo 08/10/2015

coluna do SOBRINHO Viva o Diário!

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ultura e Poesia tem tudo a ver. Contribuem decisivamente para o desenvolvimento de grupos. E o surgimento do Diário da Poesia - idealizado e coordenado pelo professor Renato Cardoso – não foi um acaso; até porque nada acontece por acaso, conforme dizem. O Diário da Poesia veio para somar esforços e dar forte contribuição - abrindo portas para os que não tinham voz nem vez.

Quando falamos em cultura, falamos da alma, falamos da vida. E isso atinge todo o país. Dou como exemplo a Folia de Reis, que reúne grupos de foliões que, trajados com roupas típicas, enfeitadas de fitas, espelhos etc., visitam casas de pessoas hospitaleiras – dançando e cantando músicas do gênero. Aqui, em São Gonçalo, existem três grupos com essas mesmas características. O município tem muita coisa a ser desvendada.

Não é novidade que São Gonçalo é celeiro de craques, tanto na arte, na bola, na música, na poesia e na cultura. Faltavam espaços. Então, como colocar a turma na vitrine ou em evidência? Daí a grande importância do Diário da Poesia, surgiu na hora certa, no momento certo. E como vibrante entusiasta do projeto, fico feliz com a sua projeção.

São Gonçalo terá dentro em breve - o seu teatro municipal, com capacidade para aproximadamente 300 pessoas. De uma forma ou de outra, a iniciativa merece aplausos. Vamos torcer para que o artista gonçalense seja priorizado - o que não quer dizer que tenhamos que desprezar os que vêm de fora dar o seu recado, o intercâmbio é positivo.


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DIÁRIO DA POESIA FEVEREIRO/MARÇO 2016

Quando a Educação se encontra com a Cultura

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artimos do princípio que este jornal é um meio que visa a divulgação da cultura, não só gonçalense, mas de todo o local que queira divulgar os seus artistas e o que os destacam. Mas não podemos nos alienar, temos que ter uma visão crítica de mundo e usar nosso meio para uma ampla divulgação daquilo que está errado. Há cerca de um mês e meio, fui procurado pelo professor de Física Laio Cardozo, que veio me contar a história de abandono do pré-vestibular comunitário do Governo do Estado do Rio de Janeiro, gerenciado pelo CECIERJ. Prontamente me solidarizei e enviei o relato da professora de História, Munique Costa, do polo de Três Rios, para algumas mídias, na esperança de divulgação. Então, decidi publicar esta matéria, marcando a união entre a Cultura e Educação. Entendo que não há Educação sem Cultura e vice-versa. No relato da professora, ela diz, em uma descrição revoltante, que os preparatórios estão abandonados à própria sorte, e que, em muitas

Pré-Vestibular Social do governo do estado sofre com cortes de verbas e atrasos no pagamento de bolsas

vezes, os alunos que se mobilizam para que os mesmos funcionem.

dores sofreram com diversos atrasos no pagamento das bolsas.”

Segundo a professora: “O Pré-Vestibular Social da Fundação CECIERJ oferece material didático. Os dias e horários de aulas do curso variam de acordo com o polo escolhido. A iniciativa é direcionada àqueles que não têm condições de pagar por um curso preparatório. Infelizmente, desde o ano de 2015 o projeto vem sofrendo cortes; tutores e coordena-

Os professores, classe relegada a último plano, estão há meses sem receber. Falta material, falta estrutura, e principalmente falta vergonha na cara do senhor governador. Ainda segundo a professora: “No ano de 2015 os alunos tiveram aulas reduzidas e algumas vezes canceladas por que muitos tutores são de regiões distantes dos polos em que atuam

e não tinham mais como arcar com os custos de transporte devido aos atrasos nas bolsas.” Então, mediante a esse quadro de total descaso, peço a todos, não somente a Cultura e a Educação, mas também a Saúde, a Segurança, ao Ministério Público que se unam a favor destes alunos e professores. Deixemos de olhar somente por nós mesmos e lutemos por um país melhor e mais unido.


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