DC 04/10/2012

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

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11 PROCON Preços de brinquedos em São Paulo variam até 179%o

conomia

BRASIL País é o 37.º em ranking de competitividade da The Economist

Consumidores mostram ânimo

A intenção de compra dos paulistanos, com a proximidade do Dia das Crianças e do Natal, teve elevação moderada, segundo estudo divulgado pelo Provar. Alfredo Risk/AE

Paula Cunha

"Não é um ano perdido", diz Alfieri.

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intenção de compra dos paulistanos no varejo para o último trimestre do ano, com o estímulo do Dia das Crianças e do Natal, registrou elevação moderada de 2,2 pontos percentuais, passando de 53,8% para 56% na comparação com o período imediatamente anterior. A avaliação está no estudo divulgado ontem pelo Programa de Administração do Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), na Capital paulista, batizado "Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo – Outubro a Dezembro de 2012". Para Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Conselho do Provar, os consumidores devem aproveitar este período para organizar suas contas e quitar débitos – já que aproveitaram as medidas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), para adquirir eletrodomésticos, por exemplo. Para de Angelo, a expectativa para os próximos meses é de que os níveis de consumo voltem ao patamar anterior ao ciclo do boom de otimismo observado em 2009 e 2010. Ele avalia que o desempenho dos próximos meses dependerá da continuidade das medidas de estímulo à aquisição de bens. Segundo o levantamento do Provar/Fia, os efeitos destas políticas podem ser sentidos nas vendas gerais do varejo ampliado (que considera também a comercialização

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s resultados da pesquisa do Provar/Fia indicam uma retomada do nível de atividade econômica do País, mas ainda abaixo do desempenho observado em 2011. Esta é a avaliação de Emilio Alfieri, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV), da Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Para Alfieri, a economia do País mostra sinais de virada. "Já passamos do ponto de mínima e os indicadores começam a subir lentamente. Não é um ano perdido, mas é bem mais fraco que 2011", disse. Segundo ele, o consumidor está cauteloso e prefere, no momento, pagar por bens que já adquiriu. Alfieri lembra que os incentivos de isenção de imposto para a linha branca e para os móveis foram prorrogados e, com isso, houve uma antecipação nas compras. Agora, o momento é de pausa e expectativa para o Natal. "A recuperação já está se desenhando e será gradual."(PC)

Presentes: expectativa de compra para o final do ano melhorou consideravelmente em relação ao terceiro trimestre deste ano. de veículos). Essas vendas devem registrar aumento da ordem de 8,4% neste ano contra 7% em 2011. "Calcula-se que se tais medidas não fossem editadas o crescimento do consumo seria 2% inferior. Os dados do estudo de intenção de compra recolocam o consumo na trajetória anterior, ou seja, antes do início do ciclo recente de otimismo, o que revela os limites da política do governo de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) por meio do consumo", disse. Esta perspectiva de con-

tenção nos gastos pode ser percebida nos percentuais de intenção de compra de alguns produtos específicos no quarto trimestre deste ano. Os itens com variação mais expressiva são os de menor valor como vestuário e calçados (26,6%), seguido de viagens e turismo (12,4%) e produtos de informática (10,8%). Entre as categorias com menor intenção de compra, destacaram-se telefonia e celulares (6,2%), automóveis e motos (4,4%), eletroportáteis (3,2%) e cama, mesa e banho (2,6%). Destes,

apenas o último, tem valor menor, o que indica a preocupação do consumidor em evitar aquisições de bens de maior valor. O levantamento apontou que o índice de consumidores que pretendem ir às compras no quarto trimestre deste ano registrou recuo expressivo de 22 pontos percentuais em relação a igual período de 2011. Foi de 56%. No ano passado, o índice foi de 78%. A retração é a maior desde a criação do índice, em 1999. A amostra foi realizada junto a 500 consumidores da Capital paulista.

"Os números do estudo indicam que o País já atingiu um limite e não cresce mais nos índices observados anteriormente porque o desenvolvimento econômico através do mecanismo do estímulo ao consumo já deu o que tinha que dar. Não acho que ela foi irresponsável porque não havia outra opção naquele momento em razão das condições econômicas do exterior que eram desfavoráveis. O que poderia ser feito é melhorar a qualidade desses estímulos como o destravamento dos investimentos", concluiu.

Paulo Pampolim/Hype

Sondagem aponta fase de transição

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confiança do pesquisa, em junho de empresário do 2011, é o segundo comércio caiu resultado positivo do menos na passagem de varejo restrito, ao lado da agosto para setembro. taxa de maio, de 1,3%. O Índice de Confiança Como comprovação de do Comércio (Icom), que ocorre uma melhora divulgado ontem pela no setor, ele ressalta o Fundação Getúlio Vargas espalhamento de taxas (FGV), melhorou: em positivas no varejo restrito, setembro era 1,4% em oito dos nove inferior à de setembro de segmentos pesquisados. 2011, mas em agosto, na Fase de transição – "A mesma comparação, a economia está em uma queda da confiança fase de transição para a chegou a 3,8%. aceleração. Isso é bem Em captado setembro, pelas o Icom sondagens. ficou em É claro que 128,0 não vai O resultado pontos, haver uma contra explosão de sugere um 132,2 crescimento aquecimento pontos em Se os moderado do igual mês números de setor ao final do de 2011. confiança do terceiro trimestre "Esse empresário resultado do setor de 2012. sugere um estão RELATÓRIO DA FGV aquecimento melhores é moderado porque o do setor ao empresário final do teve uma confirmação de terceiro trimestre de que as vendas 2012", informou relatório melhoraram. A da FGV. recuperação é gradual, Portanto, a sondagem mas é consistente", diz aponta para uma Campelo. O Icom, que recuperação da economia inclui o varejo restrito, o neste segundo semestre, atacado e o varejo segundo o coordenador ampliado (formado pelo da pesquisa, Aloisio varejo restrito mais Campelo. O economista veículos e motocicletas e destaca o avanço de 0,2% material para construção), do índice de confiança do passou de menos 3,8% em varejo restrito, na agosto para queda de 1,4% comparação de setembro em setembro, em relação a com o mesmo mês de igual mês de 2011. Cenário 2011, após queda de é de otimismo também 4,5% no mês anterior. entre empresários do Desde que foi iniciada a varejo ampliado. (AE)

Indústria deve cortar preços para diminuir os níveis de estoques no final do ano

Previsão de estoques reduzidos

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retomada da demanda e do consumo neste último trimestre, principalmente em datas como o Dia das Crianças e o Natal, farão com que setores da indústria encerrem o ano com estoques reduzidos aos níveis mais baixos dos últimos anos. Na avaliação de lideranças setoriais, os estoques formados no primeiro semestre, período de desempenho negativo da produção, bem como a atividade industrial, irão suprir picos de demanda até o início de 2013. Com demanda constante, sustentada pela redução na alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), as indústrias de linha branca e de veículos já mantêm, nos últimos meses, estoques ajustados à procura. Já os setores têxtil e de brin-

quedos, considerados os mais sensíveis à concorrência de importados, começam a adequar a produção industrial à procura, preveem um aumento de até 20% nas vendas no último trimestre, o que ajudará a consumir os estoques excedentes. De acordo com Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), o estoque da indústria têxtil no primeiro trimestre de 2012 chegou a ser um dos maiores entre todos os setores. "Mas, com a melhoria de demanda e expectativa positiva até o final do ano, empresas adequaram a produção e encerraremos (2012) com estoques ajustados", disse. Diniz Filho classificou o primeiro semestre como "péssimo" e, por isso, evita fazer projeções para o de-

sempenho do setor nos últimos seis meses de 2012. Mas, a influência sazonal das vendas de novas coleções para a primavera e verão, bem como as medidas de desoneração da folha, redução nos juros e a alta no dólar, trazem otimismo para o executivo. "Com base na nossa empresa, espero uma alta de 15% a 20% nas vendas, se compararmos os segundos semestres de 2011 e 2012", avaliou. Depois de encerrar 2010 e 2011 com até dois meses de estoques, as indústrias de brinquedos esperam começar 2013 com apenas 20 dias de produtos disponíveis para as lojas. Nesta época do ano, antes das principais datas para o setor, o Dia da Criança e o Natal, as companhias nacionais atingem o maior nível de estoque, reforçado pelos

1,8 mil lançamentos que chegam às lojas. Com os estoques desovados no trimestre, um crescimento vegetativo nas vendas e uma retomada da fatia chinesa nas vendas no mercado interno, a indústria nacional de brinquedos espera encerrar 2012 com alta de 11% nas vendas sobre 2011. "Para que isso aconteça, precisamos crescer 15% das vendas na semana da criança, que responde por 35% da nossa receita, e ainda ter de 7% e 8% alta no Natal", avaliou Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq). Outra ação do setor industrial para reduzir estoques foi a redução média de 3% nos preços dos brinquedos, em relação ao último trimestre de 2012. (AE)


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