A amante infiel brody jessica

Page 76

homem que estava no balcão tentando conversar com uma moça oriental alta e bonita, sem sucesso. – E aposto como consigo decifrá-lo. Sophie olhou para o homem do balcão, depois voltou a se virar para mim e, incrédula, cruzou os braços. – Está bem. Virei-me na cadeira e observei o indivíduo de calça preta e camisa cinza. Examinei-o exatamente como analisaria o marido ou namorado de uma cliente, procurando cada mínimo detalhe, gestos pequenos e imperceptíveis. Geralmente não tinha método para essa loucura; as respostas simplesmente vinham a mim, quase como mágica. – Bem, para começar, ele gosta de mulheres orientais. Sophie revirou os olhos. – Ah, vá. Isso é meio óbvio. Eu poderia ter falado isso, e não sei nada sobre homens. Ergui uma mão. – Sim, mas você seria capaz de me dizer que ele nunca saiu com uma antes? A expressão de suspeita de Sophie foi se transformando em um fascínio dissimulado, e eu sabia que tinha que continuar falando. – Essa é uma obsessão relativamente nova dele. Ele sempre gostou de mulheres brancas de aparência clássica: loira, olhos azuis, o de sempre. Na verdade, ele nunca tinha dado atenção para orientais, mas é provável que tenha assistido recentemente a Memórias de uma Gueixa ou algum outro filme que tivesse uma linda mulher oriental e aí, do nada, ficou pensando por que nunca havia reparado nelas antes. Por isso, pouco tempo depois, resolveu que começaria a tentar a sorte com orientais, em parte porque agora enxergava como eram lindas, mas mais porque ele nunca teve nenhum sucesso com as loiras. Ele frequenta bares pelo menos duas vezes por semana para tentar conhecer mulheres, mas, na maioria das vezes, é um esforço em vão, pois não sabe conversar com elas. Ao tentar impressionar as mulheres, ele acaba soando ansioso ou arrogante demais, porque essas são as únicas estratégias que conhece. Respirei fundo e me recostei na cadeira. Eu sabia que estava certa. Só esperava que Sophie também soubesse disso. Ela ficou olhando para mim, com o queixo caído. – Você tem treinado? – ela falou lenta e cautelosamente, como se eu fosse uma bruxa maluca e instável conhecida por retalhar as pessoas e usá-las como recheio de tortas quando provocada. Dei um gole no meu Chocolate Mint Martini e evitei contato visual. – Não, acho que é só uma coisa que avançou com a idade, como calvície. Sophie continuou olhando para o homem, que agora estava sozinho no balcão depois de a oriental prontamente tê-lo rejeitado e ido para a sala ao lado. – Mas como é que você sabe que está certa? E, assim, levantei-me do meu assento, sem nada a perder; exceto, talvez, minha melhor amiga, se esse plano não desse certo. – Vou provar para você.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.