Olimpo#131

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Editorial

JOSÉ VICENTE MOURA Presidente do Comité Olímpico de Portugal

A CAMINHO DE LONDRES

“Não fiz o melhor, mas fiz tudo para que o melhor fosse feito.” Martin Luther King

S JOGOS OLÍMPICOS ESTÃO EMINENTES. A tónica das nossas preocupações prende-se agora com uma representação repleta de dignidade e estoicismo, que prestigie o País e orgulhe os nossos concidadãos, inspire a juventude, faça vibrar a diáspora espalhada pelas quatro partidas do mundo. Embora recorrentes, não são conjecturas e prognósticos de resultados — sempre aleatórios em desporto — que nesta recta final de quatro anos, pautados por um criterioso trabalho de todos os envolvidos no esforço de preparação para este desafio universal, nos vão desviar das metas traçadas. Lançando um olhar retrospectivo, é iniludível que tudo foi feito para atingirmos os melhores resultados possíveis, depois de nos termos erguido sobre novas bases e consensos em 2005. Os problemas estruturais e as variáveis

concretas estão identificados. Apesar das adversidades que afectam Portugal estamos convictos que delineando um Programa Integrado de Desenvolvimento Desportivo a implementação de um sistema nacional de detecção de talentos funcionará, o desporto escolar e universitário serão uma realidade, a concepção de um novo modelo que privilegie os desportos colectivos verá a luz do dia, um sistema de apoio público e avaliação à alta competição, sustentado em indicadores estatísticos fiáveis, impermeáveis a propósitos políticos de circunstância,

constituirá uma prioridade no respeito pela meritocracia. O caminho é sinuoso mas a vontade inquebrantável, e anima-nos a convicção de que, apesar do clima de incerteza que o desporto atravessa, os agentes e as estruturas que compõem o sistema estão hoje apetrechados como nunca, com um capital de conhecimento, preparação e sobretudo vontade suscetível de impulsionar um futuro condizente com o índice de desenvolvimento humano que lográmos atingir sob a liberdade no Estado de Direito democrático. Cumpre-nos acreditar, sem vacilar, na capacidade e na vontade de superação dos nossos atletas, na qualidade dos nossos treinadores, no mérito das federações e dos clubes que os enquadram e formam, pois é para eles e por eles que queremos valorizar o nosso trabalho.

4 . Olimpo . Junho 2012

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