DeepArt nº13

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Revista Mensal Gratuita - DeepArt - NĂşmero 13 - Agosto de 2013


FICHA TÉCNICA Direção Inês Ferreira Tel: 966 467 842 direcao@deepart.pt Editor-in-chief Tiago Costa Tel: 965 265 075 direcao@deepart.pt Diretora de Comunicação Maria João Simões comunicacao@deepart.pt Design Gráfico e Direção Criativa Inês Ferreira design@deepart.pt Fotografia e Pós-Produção Tiago Costa fotografia@deepart.pt Colaboradores Ágata C. Pinho - André Albuquerque Andrea Ebert - Charly Rodrigues - Joana Domingues - Marcos Alfares - Nervos Pedro Barão - Pedro Carvalho - Rita Reis - Rita Trindade - Rui Zilhão - Sandra Roda - Tiago Miguel Andrade - Vítor Marques Colaborações Especiais Carla Pires - Carlos Teixeira - Fabiana Capra - Idilza Santos - Inger Helene Hammrstrom - Ivanna Yankovska - João Paulo - Liliana Ribeiro - Margarita Pugovka - Marta Sousa Silva - Marta Teixeira - Miguel Oliveira - Natacha de Deus - Ola - Pedro Nicolau - Pedro Soares - Rachel Marques - Ricardo Aço - Rui Rocha - Style By Three - Tinoca

Revista Mensal Gratuita - Nº 13 - Agosto de 2013

Fotografia - Carlos Teixeira Modelo - Margarita Pugovka @ Elite Lisbon Styling - Idilza Santos e Natacha de Deus (assistente) Maquilhagem - Tinoca Cabelos - Rui Rocha

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Propriedade Inês Ferreira Periodicidade Mensal Contribuinte 244866430 Sede de redação Rua Manuel Henrique, nº49, r/c, dto., 2645-056 Alcabideche Inscrição na ERC 126272

É proibido reproduzir total ou parcialmente o conteúdo desta publicação sem a autorização expressa por escrito do editor.


Multiculturalidade Multiculturalidade e “mundo globalizado” são nomenclaturas cada vez mais utilizadas na nossa sociedade. Um dos fatores mais decisivos tem sido sem dúvida a inestimável Internet, que através de simples motores de busca nos leva em frações de segundo até ao canto mais remoto do planeta. Esta simples, mas simultaneamente complexa invenção, proporciona todos os dias uma maior aproximação e conhecimento de outras maneiras de estar, de vestir, de relacionamentos e de tradições, que levam à aquisição de outros hábitos. Paralelamente, também a emigração e os voos low cost têm proporcionado uma maior aproximação de pessoas de diversos países, seja por procura de melhores condições de trabalho, por férias, ou qualquer outro motivo. E é precisamente nesta altura do ano (tal como acontece na Páscoa), que mais estrangeiros poderão ser vistos por “paragens lusas”. Cada vez é menos estranha a presença de diversas nacionalidades diferentes em Portugal na altura do Verão, ou não fosse Portugal um dos melhores destinos para fazer férias! Além das famosas praias portuguesas, com extensos areais, outra qualidade ressalta também aos olhos dos turistas: os festivais de Verão! Muitos são aqueles que partem dos seus países para verem e ouvirem cartazes com artistas e bandas ido-

latrados por milhões. Cada vez mais a música enquanto arte faz com que todos os estilos de pessoas se unam por um mesmo propósito. Estivemos por este motivo, a acompanhar um dos festivais mais conceituados do momento: o Optimus Alive, que uma vez mais não desiludiu quem esteve presente. Como o tema nos é querido e pertinente para a Era em que vivemos, até o nosso editorial de produto se “vestiu” para a ocasião e trouxe em 4 imagens, 4 estilos de vida distintos (encarnando claro está, profissões ligadas ao mundo da Arte). Verão remete imediatamente para calor, e pensando em paisagens mais quentes, como as africanas, entrevistámos o conceituado escultor Rui Vasquez, cuja obra ref lete muita da inf luência da arte africana, bem como a sua extensa coleção de peças pertencentes a esta cultura. Caso ainda não tenha começado a época de férias, ou simplesmente de maior descanso, tem nesta edição uma “mão bem cheia” de motivos para se apaixonar pelo tempo quente e se inspirar para férias. Se já foi de férias, nunca é de mais informar-se sobre tantas coisas que pode ainda fazer e de toda a arte que abunda nesta época do ano. Boa leitura!


agosto 2013

Goodies

Editorial

010 - DESIGN - Cortex Cast 014 - DESIGN - Produto

066 - MODA - The Colors of Love 076 - MODA - São Rosas Senhor 088 - MODA - Let’s Get Minimal 096 - MODA - Heat Wave

Lifestyle 022 - ARQUITETURA - Multiculturalidade 024 - TEATRO - Entrevista - SillySeason 036 - MÚSICA - Nervos - Best Youth 038 - ILUSTRAÇÃO - Outras Direções 042 - CARICATURAS - EmCara 050 - MÚSICA - DJ Cam 060 - CINEMA - Takeshi Kitano 064 - FOTOGRAFIA - Paulo Nozolino

Pride 030 - ENTREVISTA - Anabela Moreira 044 - ENTREVISTA - Rui Vasquez 054 - ENTREVISTA - Joana Seixas

Trends 106 - MODA - Wonder Room 108 - MODA - Tendências 112 - MODA - Quando o formal... 114 - MODA - Como manter...

Agenda 116 - Optimus Alive 118 - Alcobaça


TEMA - Fábrica

ARTISTA - Don’t Panic

SITE - facebook/DontPanicPortugal






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DESIGN

C ortex Cast Gesso quem? Por Rita Trindade

Não importa de onde vimos, o que fazemos, do que gostamos, em que acreditamos. No final de contas, somos todos feitos do mesmo. O tema deste mês é Multiculturalidade e a minha interpretação não se foca nas óbvias diferenças que esse tema traz à luz, mas antes na mais básica semelhança. Somos todos carne e osso, mais frágeis do que queremos acreditar e mais fortes do que pensamos ser. Quem desse lado já partiu um osso? Ou vários? Quem é que teve de andar semanas a fio de gesso? Eu já. Felizmente, foi no Inverno e por isso não sofri muito com o calor e com as comichões que, juntamente com o gesso, ele provoca, mas conheço quem tenha tido de recorrer a

agulhas de tricot para procurar algum alívio. Mas alegrem-se, pois o futuro do gesso como tratamento de fracturas ósseas está em mudança. Mas, antes disso, um pouco de História e (multi)Cultura. Nos tempos do Egipto Antigo já se usavam talas feitas com casca de árvore e envoltas em linho para tratar membros partidos. Há inclusive registos da autoria de Hipócrates que recomendam o uso de talas de madeira e exercício para tratar fracturas e ao mesmo tempo evitar a atrofia dos músculos em volta. Na Grécia Antiga, a técnica utilizada envolvia ceras e resinas para fortalecer ligaduras, enquanto os Romanos utilizavam amido e os médicos


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árabes utilizavam cal (proveniente de conchas) e claras de ovo para obter o mesmo efeito. Bem mais tarde, em 1835, Louis Seutin, chefe-cirurgião do exército belga na altura, foi o autor de uma prótese feita com talas de cartão e ligaduras embebidas numa solução de amido e aplicadas ainda molhadas. Secas, tornavam-se rígidas e fortes o suficiente para aguentar as fracturas causadas na guerra. Contudo, demoravam dois ou três dias a secar. Este método foi melhorado por um cirurgião francês, alguns anos mais tarde, mas o tempo de secagem continuava a rondar as seis horas. Só em 1851 se começaram a fazer as primeiras talas de gesso, um método semelhante ao utilizado hoje em dia. Aplicava-se minuciosamente gesso seco através de fricção em ligaduras (normalmente de linho), que eram então humedecidas com uma esponja e esfregadas até endurecerem. Quase dois séculos mais tarde, a solução pouco evoluiu. Jake Evill, recém-licenciado oriundo da Nova Zelândia começou a desenvolver uma alternativa bem mais amigável (a vários níveis) a esta solução que considera pouco user-friendly. Depois de ter partido a mão e ter sido sujeito a usar gesso, achou que esta era uma solução cujo prazo de validade expirara há muito. Quem já usou saberá do que falo: o desconforto que é usar algo tão pesado em volta de um membro, as figuras que temos de fazer para podermos tomar banho sem molhar o gesso (quer seja na privacidade do lar ou em público, como na praia, por exemplo!), os desenhos que toda a gente à nossa volta insiste em fazer nele, e Deus nos livre de cair alguma nódoa no gesso! Fica lá para a vida; acreditem, não é bonito. E isto são só problemas de utilização. Muitas vezes usar gesso durante tanto tempo provoca problemas de saúde, como por exemplo dermatites e afins.


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Foi para eliminar estes problemas e mais alguns que Jake começou a trabalhar numa solução mais confortável e, ao mesmo tempo, barata: o Cortex Cast. As vantagens deste conceito são, no mínimo, apelativas: é um produto lavável e cuja espessura rondaria os 3mm, sendo por isso confortável e fácil de usar por baixo de roupa; para além disso, pesaria menos de 500 gramas. A forma, que se assemelha aos alvéolos hexagonais presentes nos favos das abelhas, foi de facto inspirada na natureza, mas numa natureza mais perto da humana – as treliças que formam a estrutura do tecido interior dos ossos. Esta estrutura provou ser tão forte e leve como os próprios ossos que protege. A implementação passaria por um raio-X tirado à zona da fractura, seguido de um scan tridimensional ao membro, de modo a estudar a sua anatomia e determinar qual o padrão e a estrutura ideais para o molde, tendo em conta o tipo de fractura e onde deverá a estrutura ser mais forte de modo a estabilizar o membro. O protótipo actual que podemos ver nas imagens foi impresso em 3D na Holanda, em plástico nylon. Para se perceber a forma do braço, foi utilizado um scanner 3D pirateado, que o designer quer evitar usar de novo, estando por isso de momento a trabalhar no aperfeiçoamento desta fase, bem como na procura de qual será o melhor material para o Cortex Cast. O próximo objectivo inclui ainda testar o produto com a colaboração de hospitais, e procurar produtores e parceiros que ajudem a desenvolver esta ideia. Mais uma prova de que a impressão 3D está – não assim tanto a pouco e pouco – a mudar o mundo. Fonte: http://www.wired.com/ Imagens: Jake Evill

Esta colaboradora/autora não escreve com o novo acordo.


http://www.andreaebert.com/


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PRODUTO

Mala - Pepe Jeans; €30 Camisa - Barbour; €129 Boina - Pepe Jeans; €30 Lenço - Pepe Jeans; €30 Óculos - Mango; €12,99 Colete - Pepe Jeans; €90 Calças - Pepe Jeans; €90 Sapatos - Pepe Jeans; €115 Fisga - A Vida Portuguesa; €12 Cinto castanho - Pepe Jeans; €50 Pincel - A Vida Portuguesa; €37,50 Cinto laranja e azul - Pepe Jeans; €40 Carteira - Pepe Jeans; preço sob consulta


PRODUTO

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PRODUTO

Mala - Melissa; €55 Ténis - Lacoste; €115 T-shirt - Lacoste; €55 Óculos - Fly London; €59,90 Pião - A Vida Portuguesa; €5 Sapatos roxos - Melissa; €106 Livro - A Vida Portuguesa; €35 Sapatos transparentes - Melissa; €288 Afias - Fine&Candy; preço sob consulta Lápis - Viarco em A Vida Portuguesa; €6,50 Cadernos - Fine&Candy; preço sob consulta Borrachas - Fine&Candy; preço sob consulta Andarilho Camões - A Vida Portuguesa; €16,40 Bisnaga de tinta 60ml - A Vida Portuguesa; €3,50 Peça cor de rosa - Fine&Candy; preço sob consulta Andorinhas médias - A Vida Portuguesa; €11(cada) Andorinhas pequenas - A Vida Portuguesa; €8 (cada) Bisnagas de tinta 21ml - A Vida Portuguesa; €1,50 (cada) Lápis brancos - Viarco em Fine&Candy; preço sob consulta



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PRODUTO

Chapéu - Gant; €59 Cuecas - Mango; €9,99 Calças - Mango; €29,99 Soutien - Mango; €19,99 Cinto - Louis Vuitton; €510 Mala - Louis Vuitton; €1900 Lenço - Louis Vuitton; €575 Pulseira - Louis Vuitton; €345 Top - Mango; preço sob consulta Perfume - Diesel; preço sob consulta Lavanda - A Vida Portuguesa; €12,50 Óculos tartaruga - Fly London; €49,90 Livro - Louis Vuitton&Marc Jacobs; €80 Garrafa de ginja - A Vida Portuguesa; €4 Sapatos - Fly London; preço sob consulta Santo António - A Vida Portuguesa; €2,50 Placa Ramos Pinto - A Vida Portuguesa; €18 Sabonete Tuberose - A Vida Portuguesa; €8,90 Óculos beiges e castanhos - Fly London; €59,90 Sabonete Claus Floral - A Vida Portuguesa; €7,30



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PRODUTO

Cinto - Pelcor; €45 T-shirt - 55 DSL; €45 Tambor - A Vida Portuguesa; €6 Bloco - A Vida Portuguesa; €4,50 Calças - Diesel; preço sob consulta Boneca - A Vida Portuguesa; €6,50 Chapéu - Diesel; preço sob consulta Sapatos - Fly London; preço sob consulta Viola de madeira - A Vida Portuguesa; €7 Gira discos pequeno - Depart em Vintage Corner; €75 Gira discos grande - Grundig em Vintage Corner; €150 Lata de conserva - Minerva em A Vida Portuguesa; €2,80 Mala - Casa Grigi; €59 (existe também em castanho e cinzento)


Todas as peças de roupa e acessórios de moda presentes neste editorial de produto, pertencem à coleção Outono/Inverno.


Lifestyle 022

ARQUITETURA

Multiculturalidade

Foto: chicago skyline_layoverguide_com

Por Pedro Carvalho Inception Architects Studio

O MULTICULTURALISMO [ou pluralismo cultural] é o termo ‘vulgarmente’ utilizado para descrever a coexistência e a integração de várias culturas numa qualquer região, cidade ou país, muito embora sem que nenhuma dessas culturas seja predominante, ou se sobreponha, a todas as outras… A partir desta definição podemos então dizer que não existirá disciplina tão ou mais multicultural do que a própria ARQUITETURA em si… Arquitetura é multiculturalidade! Enquanto matéria, sempre se soube assumir como uma amálgama, uma mistura ou uma combinação de várias culturas, sociedades, estilos, linguagens e opções formais; sempre agrupadas e conjugadas num todo aparentemente

coerente e focalizado, inserido no lugar e voltado para as pessoas e para a sua existência e interação nos espaços que produz. Mesmo no próprio exercício da arquitetura em si, se arroga igualmente uma clara abordagem policultural, dentro da própria multiculturalidade, condição que encontramos percorrendo as ruas de qualquer cidade do mundo! Esta ‘aventura criativa’ começa inicialmente - e numa abordagem meramente programática e funcional por parte do arquiteto - com a conjugação de intenções e vontades que dão vida a novas áreas e espaços; depois na harmonia e diversidade de linhas, volumes, cores, formas, simetrias, planimetrias e texturas que originam diferentes massas construídas; terminando depois num “trespassar” de vivências, intenções e sugestões provocadas a cada um de nós que visita, experimenta e adivinha os espaços


023 Lifestyle

Foto: wolpy_com_gafanha da vagueira

Foto: mercado mulricultural para Cova da Moura_prémio secil universidades_Ricardo Carreiro_Archdaily_net

ARQUITETURA

criados. Mas não só…

Foto: luanda_angola_skyscrapercity_com

O próprio arquiteto, enquanto criativo e veículo máximo na propagação destas intenções arquitetónicas, tem que ser também - por si só - um profissional capaz de ‘tocar’, de abordar e transformar várias temáticas, várias linguagens, várias leituras e interpretações, num todo coerente e harmonioso, conseguindo sempre a necessária conciliação entre os vários interesses públicos ou privados. É muito importante para o arquiteto conseguir, em todas as suas ações e método criativo - querendo mostrar todas as suas capacidades e sua ‘mestria’ face às condicionantes que surgem em todo o projeto - compreender questões, vontades, opiniões, demandas e ambições do cliente e do ambiente que o rodeia e circunda, no sentido de obter a solução perfeita aos olhos daqueles que são todos os intervenientes neste processo, nunca esquecendo o sítio, o lugar onde se encaixa e se implanta, bem como a experiência que advém deste exercício.


Lifestyle 024

TEATRO

E ntrevista aos SillySeason

Foto: Silly Season

Por Ágata C. Pinho

Os SillySeason são um promissor coletivo de teatro. Ana Sampaio, Rita Morais, Ricardo Teixeira, Ivo Silva, Cátia Tomé e João Leitão (como maestro da parte técnica) falam-nos sobre as muitas facetas da sua intervenção performativa, cujo espetáculo mais recente, DarkTourism, pode ser visto no Teatro de Carnide, nos dias 19 e 20 de setembro, às 21h30. Como é que começou este grupo? Qual a ideia-base que deu vida aos SillySeason? Rita Morais: Juntámo-nos o ano passado para fazer um espetáculo porque tínhamos muita vontade de trabalhar juntos e de fazer uma coisa que fosse da nossa criação e interpretação, porque somos todos intérpretes e co-criadores deste trabalho. Não há hierarquias, não há encenador, não há cargos propriamente ditos. O João Leitão ainda não estava connosco na altura. Decidimos fazer um espetáculo e esse espetáculo tinha intrínseca uma ficção: sermos uma banda de música chamada SillySeason. Basicamente era um concerto e a verdade é que correu

muito bem e gostámos muito de trabalhar juntos. Chegámos à conclusão que talvez fosse interessante expandir isto e torná-lo um pouco mais sério. Em certo sentido havia uma dúvida se seríamos uma companhia de teatro ou não. Queríamos um espaço onde houvesse liberdade suficiente para surgirem vários formatos de trabalho, em que pudesse chegar um de nós e propôr alguma coisa ou convidar alguém de fora, uma coisa mais dinâmica. No último espetáculo que fizémos convidámos um intérprete e co-criador de fora, o Miguel Cunha, e já tínhamos o João, dramaturgo e videasta. Como ele não costuma ser intérprete, acaba por ter um papel fundamental porque estamos todos implicados em cena e ele consegue ser a pessoa que está de fora a orquestrar a parte técnica. Agora estamos a escapar ao espetáculo de teatro convencional. No fim de agosto fazemos um ano de companhia e vamos festejar o aniversário inaugurando um período de curadoria no Clube Ferroviário. Vamos programar o espaço uma vez por semana, às terças-feiras à noite, e vai-se chamar Parque Jurássico.


TEATRO

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Em relação à vossa formação, vêm de uma linha mais clássica ou sempre se debruçaram sobre linhas mais alternativas e de rutura? Fizeram a escola de teatro? RM: Apesar de tudo, temos formações diferentes mas acabámos por fazer um percurso em que nos cruzámos sempre muito uns com os outros. Eu, o Ivo, a Ana e o Ricardo fomos da mesma turma no secundário, no Balleteatro Escola Profissional. Entretanto viémos para Lisboa e eu, a Ana e a Cátia fomos da mesma turma na ESTC. O Ivo estava no mesmo ano, mas em dramaturgia, com o João. O Ricardo entrou no ano seguinte para a ESTC. Direta ou indiretamente, estamos todos ligados.

o Rizoma de Deleuze, onde se fala exatamente disso, de juntar vários conceitos e linhas dramaturgicas. É isso que fazemos, além de escrevermos também.

Cátia Tomé: Eu comecei por estudar Direito, depois fiz a audição para o Conservatório e acabei por fazer a licenciatura em atores, que terminei em São Paulo, na Escola de Comunicações e Artes. A Ana foi comigo. Lá, desenvolvemos um projeto de criação nossa, com pessoas de lá – um rapaz do Chile, uma rapariga de Barcelona. Esta experiência foi muito enriquecedora porque foi a primeira vez que desenvolvemos algo sem um encenador. A escola estava toda em revolução! Em São Paulo têm havido imensas manifestações, como sabes, e já na altura elas aconteciam e começaram na universidade. Havia manifestações contra o Reitor e os grupos das artes e das humanidades eram os mais revolucionários de todos. Isso fez com que tivéssemos autonomia para, fugindo um bocado ao que seria o projeto da escola para aquele ano letivo, criarmos nós o nosso projeto sem um orientador. Chegámos cá cheios de vontade de continuar. Sempre tive muito interesse em cinema, artes plásticas e sempre tentei fundir essas experiências que tive fora da escola. Tentei trazer essas pessoas para trabalharem connosco. O teatro cada vez mais vai beber ao cinema e inclui vídeo, e tentei que isso nos enriquecesse.

IS: Tudo tem a mesma importância, gravita tudo para o mesmo fim.

João Leitão: Da minha parte, estou a estudar audiovisuais, mas o meu objetivo maior é tentar perceber como é que o vídeo se pode interligar e aplicar a contextos performativos. Vocês escrevem as vossas próprias peças ou adaptam textos/peças existentes? Como é o vosso processo de criação de cada espetáculo? Ivo Silva: Assim como fazemos isto das parcerias e até nos associamos a pessoas diferentes, ou que estão mais à parte do conceito que estamos a trabalhar, também fazemos isso com os textos e com as peças. Sempre estivémos muito interessados em manipular textos e no “corta e cose”, tanto no texto em si como no texto-cena. E isso vem de um livro que lemos já no início de SillySeason, que é

RM: Não há propriamente um critério. Existe uma ideia ou uma vontade cénica e o texto, não sendo encarado como literatura, é visto como algo que serve a cena e o discurso que nós queremos ter. Se houve alguém que disse algo que se aproxima do que queremos dizer, vamos buscar aquele pedaço e integramos no nosso discurso total do espetáculo. A qualquer altura pode surgir uma coisa que sirva aquela cena, está sempre a ser atualizado ao longo do processo.

RM: Eventualmente pode surgir uma proposta em que vamos fazer um texto na íntegra. Isso não está de todo fora de questão. Nada é uma regra estanque. Não há hierarquia, estamos sempre a vender ideias uns aos outros. Eles (Ivo e João) têm um papel fundamental porque o estudo da dramaturgia dá uma bagagem muito grande. IS: Dá um peso... (risos) RM: E têm este papel de servir uma coerência no espetáculo como um todo. É sempre um jogo, uma dança com o diabo. CT: A pluralidade de sentidos também nos interessa, ou seja, que uma obra nunca esteja fechada. Uma pessoa pode ir ver e interpretar de uma maneira e há coisas que são realçadas pelo olhar dela. Termina sempre na interpretação do público... RM: Termina, é como quem diz, às tantas perdemos o controlo daquilo que estamos a fazer, o que é a melhor parte. IS: Começa um novo processo. CT: Não somos ingénuos nisso, sabemos que isso acontece e fomentamo-lo. RM: O tempo presente vive um pouco deste tipo de arte, digamos assim, mas cada estética tem o seu espaço para existir. É algo que em certo sentido nos incutiram na escola. Uma licenciatura em artes tem sempre este carácter ambíguo, retiramos aquilo que nos apraz mais. Mas a qualquer momento muda, por exemplo, passámos a tarde a ler o Frei Luís de Sousa...


Foto: Jo達o Leit達o

Lifestyle 026

TEATRO


TEATRO

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Quais são as vossas principais inf luências – obras, autores, atores? Qual foi a primeira peça que viram e que mais vos marcou? Ana Sampaio: A mim o que me marca mais são principalmente as coisas de que não gosto. Quase sempre que ía ao teatro não gostava de nada e não gosto. Então, como é que eu gosto da arte performática em si, mas não gosto daquilo que se faz com ela? Ou da maior parte das coisas que se faz com o teatro? Nós assumimos o que é um espaço performático, estamos em cena, num espaço que é diferente do público, apresentamos alguma coisa, mas não da mesma forma que é feita na maior parte dos teatros. Começa aí, pelo menos para mim. Eu não gosto de ator nenhum. Qual é o papel do ator e o que é que me interessa num ator? A maior parte dos atores assumem a função de cumprir e não de criar algo. Muitas vezes nem têm noção daquilo de que fazem parte, do que representam. Esta posição parece arrogante mas não é. No fundo é pôr a arrogância completamente de lado e tentar perceber aquilo que eu realmente quero fazer em vez de gastar energia a aproximar-me de atores do tempo da minha avó. A minha avó vai ver as nossas peças e gosta muito porque eu estou lá, mas há coisas que ela não compreende. Primeiro porque não tem formação para isso e depois porque não é dela. Ela é feita de outras coisas. São outros tempos e faz-me confusão quando pessoas da nossa idade tentam imitar modelos antigos que no fundo não lhes dizem nada. RM: De resto, o Garrett é o pai do teatro português. CT: Acho que podemos caraterizar aquilo que fazemos como experimental. É uma coisa que passa por sermos nós, agora, no momento, e aquilo que nós vemos e gostamos e queremos experimentar. Se é igual a x ou y, isso não nos interessa. Também estamos à procura da nossa identidade, no fundo. RM: Que experiência podemos ter a seguir? CT: Se nos pudermos contradizer, melhor. Significa que estamos a criar discurso com o que fazemos e connosco próprios. Não há medo de falhar ou de estarmos a fugir da nossa linha. RM: Porque não há linha. Qual é para vocês a importância do humor e do insólito na arte e nos vossos espetáculos? RM: Do amor? O humor. RM: O amor é importante. Se for amor com humor, ainda melhor. Alguém quer responder a isto? Não sei muito bem. Tudo são ferramentas, o humor, a tragédia, a seriedade. À partida acabamos por nos equilibrar a nível cénico porque se calhar, alguém está a fazer um momento mais sério e depois entra outro mais cómico. Temos queda para o humor.


TEATRO

Foto: SillySeason

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Ricardo Teixeira: É muito daquilo que nós somos. RM: Não foi predefinido. IS: Tem a ver com a nossa própria fusão de conceitos, estar sempre a brincar ou a testar. RM: E a descontextualizar. Imagina, estamos a falar de uma escova de dentes. Se puseres uma escova de dentes a ver um espetáculo de ópera, nenhum deles tem piada por si só, mas os dois juntos são insólitos e muito cómicos. Isso acaba por acontecer ao fundirmos materiais que normalmente não co-habitam, gera comédia e os textos, como são dessa natureza em certo sentido, ao interpretá-los acaba por se tornar uma bola de neve. IS: Está sempre a mudar, de frase para frase, de energia para energia. Tem a ver com a não-estagnação, que é própria em nós e em palco acontece naturalmente. RM: Somos mais extrovertidos do que introvertidos, temos esta vontade inabalável de comunicar. E isso é o fundamental do teatro para nós. Gostava que falassem um pouco do vosso projeto mais recente, o DarkTourism. RM: Não foi predefinido. RT: Foi uma ideia trazida pela Rita, basicamente como poderíamos fazer uma revisitação dos países que estão em expoente económico, os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, Indonésia, China e Sul de África).

RM: Eu estou a estudar turismo e o dark tourism no fundo é a viagem turística em locais de morte, massacre e sofrimento histórico: Auschwitz, o túnel da princesa Diana, etc. Eu disse-lhes: não imaginam o que eu aprendi hoje, isto vai dar um espetáculo... e pronto. Acabámos por perder o conceito original e fazer uma nova versão deste conceito, do qual pouco restava que não o título. Outros temas, que na verdade eram os que queríamos realmente abordar, sobressaíram. RT: O que nos fascinou também foi a emergência da arte nestes países, de artistas nacionais e também de artistas de outros países e a possibilidade de reescrita da História, incluindo a História da Arte. A crítica também pode ser essa. Há uma grande dose de improvisação quando estão em cena? AS: Há um esqueleto dramaturgico que está bem definido. A nível de improvisação, os textos estão marcados de uma forma bastante própria: se acho que uma palavra não é bem minha, vou mudá-lo. Mas em cena, temos o espaço pensado e é uma coisa que pode ser alterada em tempo real. A isso chamamos atualização e não improvisação. Em relação a apoios ou financiamento para os vossos projetos, numa conjuntura que é desafiante e difícil para a cultura, como vislumbram o futuro? Têm algum apoio ou parceiros neste momento? RT: Neste momento não temos qualquer espécie de apoio. Temos algumas “almas caridosas”. O Teatro Praga e a ESTC ajudam-nos com materiais técnicos e espaços.


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Foto: SillySeason

RM: Para o ano vamos estar com o Teatro Praga no DNA – District of New Art, espaço para artistas e companhias emergentes. Temos essa parceria mais ou menos alinhavada, que é essencial. RT: Agora estamos muito numa fase de planear mais para a frente, como teremos ajudas financeiras. Porque lá está, é o nosso trabalho e precisamos de dinheiro para o fazer. AS: Também aceitamos que temos de mostrar trabalho e fazê-lo, para que possamos ser recompensados no sentido de um financiamento ou apoio, mesmo que não seja só financeiro, a nível de espaços e outras ajudas. Mas gostávamos de levantar a qualidade dos nossos espetáculos e para isso são precisos meios dos quais ainda não dispomos. CT: Se há função que mais gostaríamos de delegar a alguém é a produção. Gostaríamos de arranjar um produtor, porque isso é o que nos rouba mais tempo!

RM: A noção de guilty pleasure pode ser mais coletiva ou pessoal. Quais são os teus impulsos que ficam reprimidos? Chamamos guilty pleasure mas pode ser outra coisa. Estamos sempre a perguntar: o que é que nos apetece fazer? CT: Passa por quebrar tabús. Não há tabús. Não há uma perspetiva moral ou ética ou até estética da coisa. Houve uma altura em que dei por mim a ouvir em repeat as músicas de Bollywood. Adorava ouvir aquilo e trazia-me alegria. E pensei, porque não inseri-las? Estamos abertos a projetos que nos queiram enviar, a novas parcerias. Estamos abertos a tudo. RT: No espaço onde vamos estar, no Clube Ferroviário, uma das nossas propostas é fazer um sorteio/concurso cujo vencedor terá a oportunidade de trabalhar connosco e de nos dirigir para uma das terças-feiras no Palco Jurássico! Fica feito o convite!

RT: Mas em dez meses conseguimos fazer três peças, estreadas em galerias, fomos ao Teatro Municipal em Vila do Conde. E nós queremos ir a um teatro, há esse interesse. Quanto de vocês é que está nos SillySeason? IS: Tem a ver com uma coisa que se chama guilty pleasures, que nós abarcamos do Teatro Praga. É aquilo que nós adoramos e temos vergonha de adorar. Nós aproveitamos isso e pomos isso em cena.

Os SillySeason online: facebook – https://www.facebook.com/pages/SillySeason /352844734811985?fref=ts blog – http://sillyseasonline.wordpress.com


Pride 030

ENTREVISTA

ANABELA

MOREIRA Desde tenra idade e de um modo quase inconsciente, Anabela desenvolvia já o seu gosto pela representação através de brincadeiras de crianças. Além da representação, aquilo que lhe dá prazer são os seus “estágios” em que “aprende a viver” de acordo com as personagens que vai interpretar. Por Inês Ferreira


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Foto: Tiago Costa


Pride 032

ENTREVISTA

DeepArt: Quando é que decidiste que querias ser atriz? Anabela Moreira: Não tenho a certeza, porque foi um processo mais ou menos natural. Eu, a minha irmã e alguns amigos, desde muito novos fazíamos filmes em casa. O meu pai, desde que me lembro, sempre teve máquinas de filmar em casa, então as nossas brincadeiras de amigos eram a fazer filmes ou rádio novelas, onde tínhamos tudo preparado, desde a pessoa que fazia os efeitos especiais, ao barulho das estaladas, aos passos, ao fechar de portas. As minhas brincadeiras passaram sempre pela criação de personagens, de filmes, de peças e bandas de rock. Lembro-me que o primeiro filme que vi a sério foi no Cinema Turim e como a sala estava esgotada, acabei por ir ver à sala do maquinista porque o meu pai era o proprietário da sala. E eu estava absolutamente fascinada não só com a máquina, como também com a película a passar e perceber como é que o filme era feito e de ver o resultado final na tela. Fiquei de tal forma fascinada, que o meu sonho passou a ser estar naquela tela. Mas não era uma coisa muito pensada, era só uma espécie de uma fantasia, um instinto de querer estar ali. Via algumas cenas difíceis em filmes, e não saía da casa de banho de frente do espelho até conseguir recriar aquela emoção, fosse de choro, raiva, ou medo e ficava extremamente desapontada e triste se não o conseguisse fazer. Mais tarde quis ir para o Conservatório mas como é natural, algumas famílias não acham muita graça a que os seus filhos corram o risco de ser atores e acabei por ir tirar um curso dito normal, Psicologia, do qual desisti no quarto ano e fui para a Act. Quando entrei era o primeiro ano da Act, que tinha um curso muito completo e foi onde conheci o João Canijo. Portanto eu posso dizer que decidi ser atriz quando desisti de Psicologia. DA: No filme do João Canijo “Mal Nascida” tiveste de engordar 25 kg... AM: Esse filme foi o primeiro em que ele me deu um papel com mais relevo. Quando me deu o guião faltavam cerca de 3 meses para o filme e nesse mesmo dia fui para Boticas, onde fiquei até ao final do filme. Na altura através do estágio que tive lá, e até por causa da densidade dramática do filme, (em que existia uma cena de sexo com o ator Gonçalo Waddington que fazia de meu irmão no filme, e eu pretendia que aquela cena não tivesse erotismo absolutamente nenhum), tomei a decisão de engordar 25 kg. Até porque todas aquelas mulheres com quem eu convivi durante o meu estágio comiam muito bem, porque trabalham no campo e têm que se alimentar para ter força, não estando por isso preocupadas com a elegância. Optei então por ter um corpo parecido com o de algumas destas mulheres e só parei de querer engordar até essa cena, que era a única cena de nú que eu tinha no filme. De resto eu tinha várias camadas de roupa e podia parecer o quão gorda eu quisesse. Essa parte foi muito divertida, a de poderes comer quanto queres. É muito fácil engordar 25 kg, mas emagrecer foi muito duro.

DA: Mas quando tu engordas estes 25 kg é porque pretendes ter uma maior proximidade à vivência de quem tu vais interpretar? AM: Essa questão da aproximação é interessante porque eu aprendi com o tempo, com o João Canijo e com alguns grandes atores que não nos aproximamos de nada. Colocas-te é na mesma situação. O João Canijo costuma dar o exemplo do Hamlet: existem tantos “Hamlets” quanto os atores que o fizeram. Não vale a pena eu fazer uma personagem a partir de fora, ou seja daquilo que os outros acham que ela é. Eu tenho de partir do que eu sinto, do que vejo, e só a partir dessa individualidade é que as coisas fazem sentido. Mas isto não é um processo muito complicado; é só estares disponível e deixares-te contagiar um bocadinho pelas coisas que estás a ver. E a partir do momento em que estou em Boticas e toda a gente come muitas batatas, enchidos, carne e manteiga para conseguir trabalhar, não faz sentido nenhum eu estar à mesa com eles a fazer um estágio, a ser como eles e estar a comer uma saladinha, à procura de manter-me a mim própria e recursar-me a entrar dentro do processo. Mas não era obrigatório eu ter feito aquilo, assim como não era obrigatório eu ter feito outras coisas que fiz, como viver no Bairro Padre Cruz antes e durante a rodagem do “Sangue do Meu Sangue”. Por exemplo, no “Mal Nascida” com os 25 kg a mais, eu tive uma cena que não conseguia fazer. Andei uma manhã a correr, a descer uma colina enorme e o João Canijo fez-me repetir aquela cena umas 20 vezes, e depois daquela cena tinha de subir a correr e a falar. Portanto, também é um pouco contraproducente, mas tens de arriscar um bocadinho nas coisas que fazes e eu para esse papel não só engordei os 25 kg, como rapei o cabelo e deixei crescer o buço. Ou seja, não é tanto por aproximação, mas mais por contágio, por te deixares contagiar pelo que estás a viver. Claro que por contágio as situações não desaparecem por completo. Ficas sempre com elas dentro de ti. DA: Como fazes depois para te “descolares” daquilo em que estiveste tanto tempo envolvida? AM: Deixas-te outra vez contagiar pela tua realidade, mas fica sempre! Eu não dizia asneiras antes do “Sangue do Meu Sangue” e de vez em quando sai-me uma, ou duas, ou três seguidas, mas sai porque “abriste aquela janelinha”. Nós somos produto de muita coisa e vamo-nos moldando de acordo com o que vivemos. Foi engraçado, eu estava muito cansada, mas quando chegou a altura da ação eu não tinha de fazer de conta que aquelas escadas eram as minhas escadas, que aquele quarto era o meu, que aquela almofada era onde eu dormia. E eu vivo numa zona mais ou menos abundante e tinha muito medo de ir a casa e me contagiar de alguma forma. Porque é mais fácil tu contagiares-te por uma coisa que te é habitual e tinha medo de perder tudo.


Foto: Tiago Costa


Foto: Tiago Costa

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ENTREVISTA


ENTREVISTA

DA: Qual é a tua ligação com o Teatro Turim? AM: O Cinema Turim era propriedade do meu pai que o abriu em 1983, na altura em que os cinemas de bairro tinham público e ele ainda resistiu durante muitos anos, embora a Lusomundo tenha “empurrado” todos estes cinemas para um sítio onde depois já era impossível existirem, porque passaram a ser distribuidores e donos de salas. Portanto, é óbvio que eles passavam todos os filmes para as suas salas. O meu pai ainda tentou reagir e instalou lá o sistema de som mais avançado em Portugal. Éramos a sala com melhor som digital e ainda reagiu um bocadinho, mas depois eles conseguiram “esmagar” todos os cinemas. As pessoas perderam o hábito de ir só ao cinema e passaram a associar o ir ao cinema, a uma ída ao shopping. Surgiu depois um projeto para o meu pai transformar o Turim num teatro. Ele investiu nesse sentido, mas o investimento foi feito por forma a poder continuar a ser cinema. Na altura houve vários problemas com as pessoas que estavam envolvidas no projeto, apesar deste negócio ser só do meu pai e ele desistiu do projeto. E foi nesta altura que eu me “atirei para a frente” e fui falar com todas as pessoas. Estava nomeada pelo “Mal Nascida” para o Globo de Ouro e estava lá o António Costa e eu fui ter com ele e pedi-lhe para me marcar uma reunião porque eu precisava de ajuda porque ía abrir um teatro e não tinha apoios. Andei cerca de 2 anos para conseguir abrir aquele teatro e por mais inacreditável que seja, se procurares ajuda e estiveres entusiasmada com os teus projetos, e fores apaixonada pelo que tens, as pessoas aparecem para te ajudar. E eu tive na altura o apoio (muito pequenino, mas que era o possível) do António Costa, através da vereadora da cultura, a Catarina Vaz Pinto. Tive também um apoio maravilhoso do Francisco Mota Veiga, que me disse quase exatamente passo por passo o que eu deveria fazer, como criar a associação cultural, entre outros, até abrir o teatro e depois foi trabalho que chegou a ser quase 24h sobre 24h. Cheguei a dormir dentro do teatro a arranjar tudo. DA: Na série “Sinais de Vida” fazias uma personagem que trabalhava no jardim zoológico e estavas fascinada porque aprendeste inúmeras coisas com essa experiência. Além de gostares daquilo que fazes deves ser uma pessoa extremamente curiosa. Onde é que acaba uma e começa a outra? AM: De facto eu acho que sou curiosa. Quando fui para Psicologia nunca foi para ser psicóloga, ou para exercer a atividade, mas porque eu tinha uma grande curiosidade sobre o assunto. E depois fiquei muito desiludida com a Psicologia porque percebi que havia inúmeras teorias contraditórias e ninguém sabia a verdade das coisas. E lembro-me que fiquei bastante desiludida com Psicologia porque eu pensava que ía lá chegar e perceber o porquê das coisas, o que não aconteceu.

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DA: Tens alguma vocação/inclinação para além daquilo que fazes, (representar e estágios)? AM: Fiz uma coisa durante muitos anos que infelizmente deixei de fazer, que é escrever. Na altura achava que tinha imenso jeito para escrever, até ao momento em que mostrei o início de um romance meu a uma pessoa que me perguntou que livros tinha lido e quais eram as minhas referências para estar a escrever aquilo. E isso bloqueou-me completamente. E depois dediquei-me a ler. Tenho cerca de 300 livros à minha espera na estante que tenho de ler antes de voltar a escrever. Adorava escrever, era capaz de ficar um dia inteiro perdida no sótão de minha casa, quase até sem comer a fazê-lo, e tive uma fase em que queria mesmo ser escritora. De vez em quando ainda escrevo umas coisas, mas é num bloquinho de notas em que nada chega a ser completo, são uns pensamentos, umas ideias, algumas sem sentido nenhum, só porque sinto a necessidade de dizer aquilo. Mas tenho consciência que para ser uma coisa mais séria e pensada e para ser algo que interesse, não só eu tenho que ter alguma coisa para dizer, como tenho que ler e saber muito. Aconteceram também tantas coisas na minha vida nestes últimos 3 anos, que não tive tempo para escrever mais nada. Depois para além disso, como hobbies, adoro viajar. Não é nenhum talento especial, mas poderia ser assim considerado. Adoro chegar aos sítios e misturar-me. Na Tunísia tenho fotografias em que estou vestida como elas. “Mascarei-me” por completo a pensar que ía passar completamente despercebida mas não aconteceu! Mas o exercício de tentar fazer de conta é que é engraçado. DA: Achas que a arte é uma maneira de estar na vida? AM: Essa é uma questão pertinente e é uma questão que me acompanha já há alguns anos, como uma espécie de “assombração”. Eu cheguei a escrever uma frase na parede do Turim que dizia: “There is no such thing as art. There are only artists”. Eu não sei o que é isto da arte, até porque um artista depois de ter provado ou conquistado alguma coisa, pode fazer tudo o que quiser. Quando eu era miúda muita gente dizia que o Picasso fazia coisas que qualquer um podia fazer quando era criança. É absolutamente mentira e ridículo. Quem conhece a obra de Picasso sabe que ele conseguia alcançar níveis de realismo com a sua pintura extraordinários. Ele podia ter seguido essa corrente; ele não a seguiu porque não quis. Ele tinha uma outra visão e foi uma opção artística, não foi uma incapacidade. Eu só o faria por incapacidade, nunca o faria por opção artística. Acho que todos nós podemos desenvolver as nossas capacidades artísticas, e não deixa de ser uma forma de comunicação muito interessante e valiosa, que exprime por vezes coisas tão profundas que não se podem exprimir de outra forma.


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MÚSiCA

Foto: Ana Limão

B est Youth


MÚSICA

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Catarina Salinas e Ed Gonçalves já foram parte dos Genius Loki, mas formam agora os Best Youth, nascidos e criados no Porto. Passaram já por vários palcos, numa panóplia de tamanhos, desde os colossais Optimus Alive! e Sudoeste TMN, à mais ínfima das FNAC pelo país fora, na apresentação do seu potencial e do encantador EP Winterlies que antecipa um longa-duração, ainda em processo. Depois da iniciativa “Fusão Acústica” que partilharam com André Tentugal no âmbito do Braga 2012: Capital Europeia da Juventude, a parceria tem continuidade na tour “There Must Be A Place”. www.nervos.pt/bestyouth


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ILUSTRAÇÃO

OUTRAS

DIREÇÕES https://www.facebook.com/pages/Sandra-Roda-httpdesabitarblogspotpt/199059776807875?ref=hl

by Sandra Roda


ILUSTRAÇÃO

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ILUSTRAÇÃO

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CARICATURAS

EmCara

by Rui Zilh達o

Charlot - caricatura de Rui Zilh達o


CARICATURAS

Hans Christian Andersen - caricatura de Rui Zilh達o

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ENTREVISTA

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VASQUEZ Fortemente inf luenciado pela arte africana na sua obra, o escultor Rui Vasquez explica de que forma a mesma se traduz nas suas peças. Por Inês Ferreira


Foto: Tiago Costa


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ENTREVISTA

DeepArt: O que é que o fez escolher a Escultura como profissão? Rui Vasquez: O ser escultor esteve sempre presente, mas só tive consciência disso mais tarde. Sempre trabalhei com barro. Em criança fugia de casa para brincar com barro que apanhava no chão. Pegava em madeiras e com os canivetes que tinha ía fazendo objetos, que a minha mãe tem em casa e guarda “religiosamente”. Depois entrei para os Salesianos e tive um padre que era meu professor de desenho, que achou que eu tinha acuidades artísticas. Falou com os meus pais para eu fazer um teste vocacional porque estava a chegar ao 5º ano e tinha de decidir a área de estudos em que iria prosseguir e ao fazer o teste o resultado que deu foi “escultor”. Fui depois para a António Arroio, aconselhado por essa empresa que fez o estudo psicotécnico, mas no ano em que entrei (89), o curso de escultura só tinha 2 alunos inscritos e não ía abrir porque o mínimo eram 9. Fiz então o curso de artes gráficas do qual gostei muito e ao entrar para Belas Artes pensei que iria para design e como no primeiro ano havia a junção de todas as artes, (design, equipamento, escultura e pintura), com o professor Jorge Vieira descobri que a escultura era o que queria fazer. No fundo foi no primeiro ano de Belas Artes que redescobri a aptidão que tinha desde o princípio e que decidi de facto. DA: A que se deve a inf luência da arte africana, presente nas suas obras? RV: Isso é uma história antiga. O meu pai é militar de carreira e era profissional da força aérea (piloto aviador) e como tal, tinha que combater nas frentes que lhe eram propostas pelo Estado (Moçambique, Angola, Guiné). Na altura ficava muito apreensivo porque apareciam na televisão os militares a dizer que estavam bem, em Angola, e eu via aquelas imagens e ficava sempre à espera do meu pai, mas achava interessante porque havia alguns que levavam bastões, outros que levavam macacos e a ideia de querer ir para África ficou “registada”. E ainda ficou mais “registada” quando o meu pai não me levou à Guiné e levou o meu irmão mais velho, numa altura em que já não havia conf litos. Eu tenho uma arma que é um canhangulo, que é uma espingarda de pederneira que os africanos roubavam aos brancos e depois utilizavam para disparar pregos e metal. É uma peça de finais do século XIX que o meu pai trouxe porque havia uma espécie de negócio de objetos de recordação, que ele dava aos que gostavam e colecionavam armas. Este foi o meu primeiro objeto e nunca me “livrei” dele. Depois nas Belas Artes, em que trabalhava ao mesmo tempo em que estava a estudar e tinha algum poder económico, comprava livros, muitos deles ligados à Arte Africana e comecei também a ir à Feira da Ladra comprar objetos deste tipo. Esta coleção é dinâmica porque há peças que entram, outras que saem; umas compram-se e vão ficando por muitos anos, mas há outras que podem ser trocadas por melhores.

DA: Sei que a terracota é o seu material de eleição. Num mundo repleto de materiais, julga ser este o mais completo para a escultura? RV: Gosto da terracota por várias razões e uma delas é pela tecnologia em si. Acho interessante modelar, poder pôr e tirar material no momento da criação, coisa que não acontece com outras matérias, como a madeira, ou a pedra. É uma técnica aditiva e subtrativa, enquanto as outras normalmente são apenas subtrativas, e quando se retira matéria, tem que pensar bem no objeto, porque quanto se retira a mais, já não há hipótese. A côr também me fascina e tendo a cerâmica como material de eleição, eu posso trabalhar a côr. Interessam-me essas relações formais e cromáticas que os objetos criam. Por outro lado também é um material que quando eu comecei era bastante barato e não preciso de grandes investimentos para trabalhar com ele, mas também trabalho a pedra e o metal, mas isso é só trabalho perante a encomenda. DA: Há constantemente a ligação da sua escultura ao amor pela terra e às emoções. Pretende que as pessoas sintam essas emoções quando olham para as suas esculturas? RV: A mim interessam-me essas relações com a terra e o registo da nossa memória. Interessa-me explorar esse lado mais ancestral, mas dando-lhe uma linguagem mais contemporânea, e a terracota tem esse lado táctil em que a pessoa quer queira quer não, é seduzida e vai mexer. Eu estimulo as pessoas a mexerem nas peças porque a escultura é feita para mexer. A cerâmica tem uma resistência específica em termos mecânicos, e os meus trabalhos além da pesquisa formal, têm esta pesquisa mecânica da resistência dos materiais. Coloco nelas molas e pêndulos e as peças ao serem tocadas, interagem com a pessoa, e isso é algo que eu tento explorar. Uma outra vertente que as peças têm é o facto das pessoas ao circularem em torno delas, irem descobrindo pistas, algumas eróticas, outras humorísticas, como forma de surpreender as pessoas, tal como existe na arte popular. DA: Sabendo que na sua carreira tem imensas exposições e prémios, onde é que sentiu até hoje que havia um maior conhecimento sobre a escultura e a medalhística? RV: A medalhística sempre foi um meio de comunicar eventos e acontecimentos, e em Portugal e na Europa teve um momento muito forte com o expansionismo europeu no mundo. Havia necessidade de perpetuar esses acontecimentos, e esta era uma maneira prolongada no tempo de o fazer, pelo facto do bronze ser o material eleito para a criação destes objetos. No Estado Novo houve um “boom” de propaganda, em que a medalha foi um dos meios, além dos cartazes e outros processos. Até então a medalhística


ENTREVISTA

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Foto: Rui Vasquez

Imagens da exposição de escultura “Sinais”


Foto: Tiago Costa

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ENTREVISTA


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era considerada uma arte menor e este interesse manteve-se até ao 25 de Abril e hoje existem objetos ligados à medalhística que podiam ser jóias, ou ter outra utilidade que não a da medalha. Portanto os colecionadores e o público em geral sempre aderiram bastante à mesma e atualmente penso que está a entrar numa espécie de declínio porque há outros meios de comunicação, como a internet por exemplo. As linguagens mudam, e hoje um jovem que esteja interessado pelas artes não tem a mesma abordagem que eu tenho. DA: Sendo um dos fundadores do Volte Face (Centro de Estudos de Medalha Contemporânea), pretende que com este se crie um maior conhecimento sobre a arte da medalhística? RV: O centro tem duas funções, uma delas é a formação dos alunos que entram em medalhística, tanto ao nível técnico como ao nível teórico, e se por um lado essa continuidade é dada, por outro há necessidade de fazer estudos sobre o passado e o presente. Se não fizermos esse registo, esse estudo, essa catalogação, estas informações perdem-se no tempo. Felizmente, com os novos cursos, mestrados e doutoramentos que têm aparecido, há um novo interesse no processo de investigação. DA: Que tipo de peça é para si mais desafiante criar? RV: Cada coisa tem o seu desafio. A encomenda é para mim um desafio muito interessante. É até “sedutor” o facto de conciliar o potencial desafio feito pelo encomendador, que cria limitações em termos da execução, com a minha criatividade. É um trabalho de comunicação mútua, até que parto para o objeto final, mas acho que é importante esse intercâmbio e feedback entre criador e encomendador. Nos monumentos, existem outras relações, uma vez que não basta criar o objeto, porque existem relações espaciais que também são outro desafio. Tem de se ter em conta se o espaço em que ele está inserido o vai destruir em termos da forma, a forma como se relaciona em termos de escala, os pontos de vista, de leitura, de textura, de forma, com o espaço. Já as minhas esculturas são mais intimistas, de interior e esse interagir com os elementos, também me seduz bastante. DA: Quais serão as suas próximas exposições? RV: Neste momento tenho uma exposição coletiva, com um colega que é pintor. Esta exposição chama-se “Da Terra ao Céu”, estando a terra ligada à parte da terracota, das coisas mais primárias que têm as minhas esculturas, e o Céu ao facto de ele trabalhar sobre o tema dos céus, da espacialidade aérea. Tenho outros projetos mas está tudo um bocado parado, são centros culturais com um elemento expositivo de caráter pedagógico. Já o fiz em Alcobaça, e no fundo pretende mostrar às pessoas as inf luências que tenho no processo criativo, mostrando também parte da minha coleção de arte africana, confrontando essa coleção com os objetos que construo. Basicamente as pessoas vão ver a exposição, e depois são confrontadas com essas inf luências.


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MÚSiCA

DJ Cam Por Marcos Alfares marcosalfares.tumblr.com www.facebook.com/killingelectronica

Nascido em Paris, Laurent Daumail dá a conhecer a sua música através do nome artístico DJ Cam. A residir atualmente em Los Angeles, este músico e produtor tem vindo a apresentar o seu trabalho desde 1994, a partir do lançamento do seu primeiro álbum “Underground Vibes”. Iniciando-se nos anos 90 ao lado de nomes como Air, Cassius, Daft Punk e Bob Sinclair e conhecido pela sua irreverência musical, seria através do seu estilo inconfundível que o faria percorrer toda a cena dance um pouco por todo o mundo. A sua fusão entre o hip-hop underground e o jazz, torna este músico um pioneiro dentro do género e coloca DJ Cam como um dos principais nomes a ter em conta. Seguindo como inspiração desde o trance hipnótico às tendências dub, até ao chillout jazz, é dentro destas vertentes que a sua identidade toma forma e transforma cada álbum em algo inesperado. Entre trabalhos paralelos e algumas remisturas de artistas tais como Michael Jackson, Serge Gainsbourg, Miles Davis, DJ Cam lança em 2002 o disco “Soulshine”. Desta vez, o músico decide criar tudo a partir de instrumentos reais, tocados por verdadeiros músicos, ao invés dos habituais samples. Este é um dos seus trabalhos mais importantes pelo facto de ter catapultado o seu trabalho e cujo reconhecimento se deveu também ao seu single de estreia, em parceria com a artista Angguun, “Summer in Paris”; vendendo mais de um milhão de cópias e tendo-se mantido até hoje como um dos temas mais emblemáticos de Paris.


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Foto: https://www.facebook.com/pages/DJ-CAM/138893066138586


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MÚSiCA

Foto: https://www.facebook.com/pages/DJ-CAM/138893066138586

É também neste ano que surge a colaboração de Juliet Lancelot. Anteriormente conhecida como modelo de marcas como Dior, Armani, Burberry e Lanvin, Juliet dá agora espaço à sua vertente artística como cantora e letrista, lançando o seu álbum de estreia em 2009 e co-produzindo ainda alguns projetos com DJ Cam. É nesta associação e colaboração conjunta que ambos se inspiram, dando lugar à música, ao cinema e à moda. Após novamente o lançamento de vários trabalhos e bandas sonoras, entre filmes, séries televisivas e eventos de moda, DJ Cam volta em 2011 para se afirmar num disco que é considerado o seu trabalho mais pessoal realizado até hoje; “Seven” é o “voltar atrás” às suas origens e a apresentação das suas verdadeiras inf luências trip-hop que o ajudaram a estabelecer-se na década de 90. Este disco revela-se também um projeto mais sólido e rico em referências visuais e a sonoridade melancólica de “Swim” é um exemplo disso mesmo. Através da batida jazzy, esta recorda-nos a sonoridade de Radiohead ou até mesmo o tom vocal de Chris James (Stateless), que nos faz reviver o universo de Jeff Buckley em algumas canções. E são todos estes ambientes que nos transportam para paisagens misteriosas, que nos fazem expandir a mente. Escrito em Paris e Los Angeles, DJ Cam refere-se a este trabalho como o seu mais intimista e a razão está na sua aproximação a cada tema, da mesma forma como nas suas primeiras músicas quando começou nos anos 90; por entre experimentações e puro prazer como principais motivações. “Seven” é uma composição entre música e fotografia, onde ambientes visuais e melodias e ritmos seguem juntos em slow motion, oferecendo-nos uma vez mais aquilo a que já estamos habituados por Laurent Daumail, o inesperado. DJ Cam é sinónimo de reinvenção. Fonte: www.inf lamable.com



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ENTREVISTA

JOANA

SEIXAS Cedo começou no mundo do espetáculo e atualmente bastante ligada a projetos na área do teatro, Joana mostra-se orgulhosa com a sua última peça “No Campo”, que promete ir em tourné. Por Inês Ferreira


Foto: Tiago Costa


Pride 056

ENTREVISTA

DeepArt: O que é que os Onda Choque representaram para ti, uma vez que foi onde começaste no mundo do espetáculo, apesar de não ter sido logo na representação? Joana Seixas: Foi o meu primeiro contacto real com este universo, apesar de na altura ter pouca perceção de tudo o que estava à minha volta. Fui a vários programas de televisão e estive ao lado de vários artistas que na altura admirava bastante. Os meus pais deram-me uma educação bem estruturada e sem grandes deslumbramentos, e sempre me transmitiram uma mensagem de equilíbrio, o que fez com que conseguisse estar nos Onda Choque de uma forma natural, divertida. Foi uma fase curta, estive lá apenas um ano, pois havia uma “reciclagem” natural dos cantores. Gravei 3 álbuns, dois deles a cantar músicas principais, e na altura do Natal chegávamos a fazer seis concertos num só dia. Era rigoroso mas foi uma experiência muito boa, que me deu boas noções do que é um profissional desta área e me fez perceber como é fazer parte de um projeto daquela dimensão. Andávamos sempre de um lado para o outro, e foi uma fase boa para eu me tornar mais independente a vários níveis, apesar de nunca ter tido muitos problemas a esse nível com os meus pais. DA: Sei que costumas cantar com frequência. Tens algum projeto nesta área? JS: Neste momento estou ligada a uma escola que se chama Vocal Emotions, que ensina novos cantores, eu e o Ricardo Carriço fazemos parte da imagem do projeto. O curso vai começar em setembro. Já tinha feito um semestre no Hot Clube de Portugal, na escola de jazz, e gostei muito, mas ainda não consegui acabar, porque não é muito fácil de compatibilizar com o meu trabalho. Com 3 faltas chumba-se o ano, e acaba por não compensar. Mas neste momento estou neste curso da Vocal Emotions que é um bocadinho mais aberto, não é tão ligado só ao jazz, apesar de o jazz ser um dos estilos que mais gosto de cantar e de ouvir, é o estilo em que me sinto mais à vontade. Ainda sou muito “verdinha” e conheço as minhas limitações, mas quero desenvolver projetos nessa área, aliás, já ando a “cozinhar” um musical com o Sérgio Praia. O curso é muito bom para treinar a voz, que é um instrumento muito importante para os atores, e é importante sentirmo-nos completos em todas as áreas, desde a dança, ao canto. Não temos que ser todos bailarinos de alta competição, mas sim enriquecer o nosso corpo e as nossas capacidades. DA: Estiveste ligada à campanha “Hora do Planeta”, da WWF. A defesa do planeta e dos seus recursos é algo que tens muito presente na tua vida? JS: Acho que é muito importante, enquanto figura pública assumir de certa forma, um papel de transmissão de alguns valores para as pessoas. Penso que existe uma responsabilidade acrescida na nossa posição pública perante certo tipo de assuntos. Em relação ao planeta e à defesa do mesmo, eu já tenho há muitos anos uma política

de vida mais ecológica, com uma alimentação mais saudável, e o facto de ter sido mãe fez com que tivesse cuidados acrescidos com o meu filho e lhe quisesse transmitir esses valores da defesa do planeta, porque o mundo daqui a uns anos vai ser mais dele do que meu. Acho que isso tem que entrar dentro da consciência das pessoas, mas tem que ser algo que façam com prazer. Não sou fundamentalista, nem gosto de movimentos extremos, até porque acho que muitas vezes, afastam as pessoas do cerne da questão, devendo passar um equilíbrio, de forma a que as pessoas sintam que vale a pena lutar pelo planeta, e pode ser algo tão simples como a reciclagem do lixo. DA: Como surgiu a ideia de lançares o projeto Casa Floresta Verdes Anos? JS: Foi precisamente quando fui mãe que tive essa necessidade. Acabei por inscrever o Francisco com um ano num projeto alternativo ligado a uma pedagogia nórdica/ alemã, que já tinha algum contacto com uma alimentação biológica/vegetariana na escola e com os brinquedos de origem natural. Não havia plásticos nem materiais processados, e todo aquele conceito fascinou-me. Na altura, em conjunto com um grupo de pais, quisemos criar um projeto com essa ideia, com essa ideologia das crianças crescerem próximas da natureza e de terem à sua volta uma série de elementos que não só estimulavam a sua criatividade, a sua imaginação, a sua maneira de estar, até a sua própria confiança, porque nós não precisamos de muita coisa para nos entreter. A Rita da Costa, é atualmente a diretora do projeto, e trabalha efetivamente na escola. Eu estou ligada à comunicaçãoo externa da escola e faço parceria com ela e em conjunto tomamos todas as decisões cruciais no projeto. DA: Começaste muito cedo a fazer teatro. Sentes que o teatro fez com que ganhasses muito mais experiência e aptidões para fazeres televisão? JS: Penso que sim. Tive a sorte de ter começado a trabalhar em teatro e em televisão numa época em que a abordagem à representação já era menos convencional, em que os atores passaram a ser menos teatrais e surgiu uma maior naturalidade na forma de estar em televisão. O teatro ajuda-nos a compor melhor as personagens, a pesquisar e a encontrar outros caminhos que não são tão óbvios, para além do que está escrito no texto da personagem. Ajuda-nos a trabalhar, porque durante o processo vamos aprendendo muitas técnicas diferentes e muitas maneiras de abordar o texto, em que fazemos um trabalho de desenvolvimento de personagem, ou mais físico ou mais psicológico, ou um trabalho ligado a varias referências. Portanto há muitas maneiras de fazer uma abordagem a uma personagem, e isso só nos pode enriquecer. No teatro temos mais tempo para nos dedicarmos à personagem, podendo crescer todos os dias e fazer melhor no dia seguinte, enquanto que em televisão o processo é diferente porque quando a cena está feita já não a podemos alterar. Temos que evoluir na cena seguinte.


Foto: Tiago Costa


Foto: Tiago Costa


ENTREVISTA

059 Pride

DA: Qual foi a personagem que mais te marcou? JS: Para mim a personagem de eleição é sempre a última, neste caso a Corine. É a personagem em que estou envolvida no momento. As personagens de teatro são sempre muito marcantes. As de televisão também, pelo processo intensivo, pelo feedback das pessoas e porque fica um registo para sempre. Às vezes ganham uma dimensão maior dentro de nós; no cinema também acontece isso porque é um processo de muita proximidade e de grande intimidade, apesar de ainda ter feito muito pouco cinema. DA: O que é que julgas que gera um verdadeiro sucesso de audiências? JS: Acho que muitas vezes tem a ver com um processo que não está bem no controlo das pessoas. No caso do Dancin’Days, julgo que vem na sequência de vários projetos da SIC que vinham num processo ascendente de audiências e em que o espetador decidiu apostar na credibilidade daquele produto. Nesta novela não temos a história clássica da luta do bom contra o mau, e talvez isso seja um dos segredos, porque mudou a perspetiva, e as pessoas talvez estivessem a ficar um bocadinho cansadas e se tenham sentido “desafiadas” por um projeto novo. DA: Estás a desenvolver algum projeto paralelamente à tua faceta de representação, música e colégio? JS: Gostava muito de desenvolver um projeto de recuperação de roupa em 2ª mão. Já dei os primeiros passos nesse projeto, mas ainda não me consegui dedicar muito. Faltam-me uns “upgrades”; gostava de aprender a costurar à máquina, preciso de experimentar e errar para perceber o que quero. É também uma forma de aplicar o meu conceito de defesa do planeta, pois acumulamos e estragamos tanta roupa, que acaba no lixo, e há muitas coisas que se podem adaptar e com um bocadinho de imaginação podem ficar bastante interessantes. Neste momento é só um projeto, que talvez um dia possa ganhar “mais corpo”. DA: Que projetos estás a planear para breve? JS: Acabei agora o primeiro projeto da minha produtora, o espetáculo “No Campo” com encenação de Pedro Mexia, no Teatro Turim, que terá reposição no próximo ano, lá para a abril. Em breve vou arrancar com os ensaios de um próximo espetáculo, que vai ser encenado pelo Martim Pedroso, no Teatro Mirita Casimiro, o texto é do John Osborne e é um clássico dos anos 50: “O Tempo e a Ira”.


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CINEMA

T akeshi Kitano Dolls “Há uma corda vermelha invisível que une aqueles que estão destinados a encontrar-se, independentemente do tempo, lugar ou circunstâncias. Esta corda pode ser esticada ou emaranhada, mas nunca se irá romper.” Crença Asiática - A Linha Vermelha Do Destino

Foto: “Office Kitano [jp]”

Por Pedro Barão


CINEMA

061 Lifestyle

Alguns filmes não são feitos para todos. Tal como uma obra de arte, contemplada na óptica inconstante da subjectividade: amada por uns, rejeitada por outros. Por vezes até infinitamente indiferente. Dolls, o filme do realizador japonês Takeshi Kitano, foi muitas vezes sujeito a uma comparação artística e, consequentemente, odiado por uns e idolatrado para outros. No entanto, nunca ignorado.

Na segunda história, Hiro (Tatsuya Mihashi) sente a nostalgia de um tempo passado, antes de se tornar líder de um grupo criminoso. Envelhecido, regressa ao banco de um parque onde 30 anos antes abandonara a sua mulher, que devotamente lhe levava o almoço todas as semanas. Acaba por encontrá-la de novo, ainda à espera. Mas ao ocupar o lugar ao seu lado, ela é incapaz de o reconhecer.

E esta incapacidade de ignorar Dolls prende-se com o simples facto de que este é um filme demasiado íntimo do universo das relações humanas. Uma verdadeira alegoria ao amor, pautada por uma celebração de vida e morte, paixão e obrigação, obsessão e fatalismo, narrada pausadamente em quadros silenciosos repletos de simbologia e rituais, cristalizados por uma passagem arrastada do tempo.

A terceira parte conclui com a história de Haruna (Kyoko Fukada), uma estrela pop de sucesso que se retira depois de um acidente de automóvel que lhe desfigura parcialmente a cara. Desde então recusa-se a ver qualquer admirador, até que um fã obcecado, Nukui (Tsutomu Takeshige), prova a sua devoção, cegando-se para poder estar junto dela.

O filme leva-nos para um estado de meditação em três actos: três histórias de amor distintas que se intersectam como estranhos que se cruzam na rua, indiferentes aos sentimentos de culpa e penitência, orgulho e vergonha e tantas outras dicotomias que pulsam em cada par de personagens e que fazem parte do balanço característico das obras de Kitano. A primeira história segue os passos de um jovem casal, amarrados um ao outro por uma corda vermelha, enquanto atravessam paisagens tingidas pelas várias estações do ano. Elipses de memórias circulares revelam-nos que Matsumo (Hidetoshi Nishijima) estava noivo de Sawako (Miho Kanno) antes de aproveitar a oportunidade de subir na vida, aceitando casar com a filha do seu patrão. Minutos antes do casamento, chega-lhe a notícia de que Sawako tentou suicidar-se. Matsumo encontra-a em estado catatónico e leva-a numa viagem sem destino certo que sela os seus verdadeiros sentimentos por ela.

Com uma fotografia cuidada e refinada, Dolls tem a fragilidade visual de uma boneca de porcelana. As próprias personagens inscrevem-se nesta delicadeza metódica, análogas aos bonecos japoneses de Bunraku, como que animadas por cordas cuidadosamente coordenadas, numa busca teatral de uma verdade maior. Juntamente com uma atmosfera harmoniosa, poética e inevitavelmente melancólica, que transparece nos dourados e vermelhos das folhas de Outono, passando pelo rosa desmaiado das cerejeiras em f lor, até ao branco pálido da fria neve de Inverno, estas três histórias prendem-nos ainda na elegância triste de uma banda sonora orquestrada pelo inconfundível Joe Hisaishi. Dolls é, sem dúvida, uma obra de arte, sintonizada numa frequência muito especial, desfiando a existência humana e a sua psicologia densa num filme que se prolonga nas mentes de quem o vê, já muito depois de ter terminado. Como um nevoeiro que teima em pairar na luz de uma eterna manhã.

Este colaborador/autor não escreve com o novo acordo.


Foto: “Office Kitano [jp]”

Lifestyle 062 CINEMA



Lifestyle 064

FOTOGRAFIA

P aulo Nozolino

O olhar tem que viajar Por Charly Rodrigues www.therapa.blogspot.pt

Em Portugal, os anos 70, foram uma época de mudança, revolução e independência. Tais fatores sociais certamente inspiraram criativamente muitos artistas, com a vontade de dar de si e contribuir para a abertura e crescimento social e artístico. Foi exatamente nos 70’s que a carreira de Paulo Nozolino se iniciou. Tirou um diploma em Fotografia Criativa em Londres, e desde aí não parou, pois foi quando descobriu que a grande escola são as viagens. Um viajante compulsivo, percorreu os cinco continentes e como fruto destas viagens resultam vários trabalhos para os ‘Carnets de Route’. A sua curiosidade natural, apelo pelo desconhecido e pontos de vista vincados, são retratados nas suas fotografias que traduzem bem as suas inquietações políticas com uma sociedade em mutação. Apesar de nunca ter querido ser artista, a fotografia foi o que lhe permitiu andar pelo mundo a experimentar a liberdade. Nozolino defronta a fotografia como a vida, usando-a tanto para compreender o mundo, como a si próprio e levando-a até aos limites das suas inquietudes e interrogações, das suas respostas e das suas vivências. Não há espaço para condescendências no seu trabalho.


FOTOGRAFIA

É uma obra construída com temas bastante crus e muito honestos; a dor significa a dor, a morte é a morte, a destruição é a destruição, o negro, os destroços, e a violência têm sido os lugares para onde mais tem olhado, pois considera que só assim, consegue enfrentar o sofrimento que o mundo carrega, devolvendo-nos sempre imagens monocromáticas retratadas com um gesto de rara beleza e dramatismo poético, como podemos assumir pelos seus mais recentes trabalhos: ‘bone lonely’, ‘Makulatur’ e ‘Usura’.

065 Lifestyle

O reconhecimento público foi acompanhando a obra do artista, e são disso ref lexo prémios tão relevantes como a Villa Médicis (1994), em França, o Grande Prémio Nacional de Fotografia (2006) e o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores (2013), em Portugal. Tem livros publicados na prestigiada editora Steidl; expôs na Maison Européenne de la Photographie de Paris e em 2005 o Museu de Serralves, no Porto, dedicou-lhe uma extensa exposição antológica chamada Far Cry. É por isto que Paulo Nozolino nos salva de uma miséria intelectual, usando a luz para aguçar a escuridão.

Fotos: http://www.jokerartgallery.com/fotos/foto/pnz/pnz.php e http://www.dpgr.gr/forum/index.php?topic=32349.0


THE COLORS

OF LOVE

Fotografia: Carlos Teixeira (Right Artists) Modelo: Margarita Pugovka @ Elite Lisbon Styling: Idilza Santos (Feel and Dress) Assistente de Styling: Natacha de Deus Maquilhagem: Tinoca (com produtos MAC) Cabelos: Rui Rocha (com produtos SENCIENSE)


MODA

Body - H&M Capa - H&M Sapatos - Guess Cinto - da produção Cuecas altas - Topshop

067 Editorial


Editorial 068

MODA

Body - Topshop Cinto - da produção Pulseira com pedras - H&M Sapato-stiletto em pele - Malene Birger Fio com pedras - Swarovski - Feel and Dress


MODA

Sapatos - Guess Fio - Feel and Dress Pulseiras - Feel and Dress Fato de banho - Cia MarĂ­tima

069 Editorial


Editorial 070

MODA

Acessórios - Feel and Dress Fato de banho - Women’secret


MODA

071 Editorial

Pulseiras - Feel and Dress Fato de banho - Cia Marítima Fio de pérolas - Feel and Dress


Editorial 072

MODA

Casaco - H&M Cinto - Balmain 675 Sapatos - Michely Perry Brincos - Feel and Dress Fato de banho - Pucci 309 Anel com pedra preta - Swarovski


MODA

Fato de banho - H&M Sapatos - Lu铆s Onofre Acess贸rios - Feel and Dress

073 Editorial


Editorial 074

MODA

Camisa - Elsa Body - Intimissimi Fio - Feel and Dress Cinto - Patrizia Pepe Pulseira - Feel and Dress


MODA

075 Editorial

Cinto - 477 Pucci Sapatos - Etxart e Panno Acess贸rios - Feel and Dress Fato de banho - Cia Mar铆tima


SÃO ROSAS SENHOR Fotografia: Carla Pires Modelo: Fabiana Capra @ L’Agence Styling: Ricardo Aço Assistente Styling: Pedro Nicolau Maquilhagem e Cabelos: Miguel Oliveira

Carregadas de um grande simbolismo na cultura ocidental, as rosas são as f lores consagradas a muitas das Deusas da mitologia. Não se trate este editorial de uma “Rosália”, enaltece-se o lado sagrado e puro da figura, aliado a uma extrema sensualidade. Este é o símbolo de Maria, a rosa.


MODA

Brincos - Swarovski

077 Editorial


Editorial 078

MODA

Lingerie - H&M Brincos - Swarovski Saia - Alexandra Moura


Soutien - Intimissimi


Editorial 080

MODA

Cinto - Tezenis Boxers - Intimissimi Brincos - Swarovski


MODA

Capa - Twin Set Brincos - Bowtie Body - Intimissimi

081 Editorial


Editorial 082

MODA

Brincos - Bowtie Vestido - Dino Alves


MODA

Body - Intimissimi Brincos - Swarovski

083 Editorial


Editorial 084

MODA

Cuecas - H&M Soutien - Intimissimi


MODA

Meias - H&M Brincos - Bowtie Saia - Patrizia Pepe Soutien e Cinto de Ligas - Intimissimi

085 Editorial



MODA

Cuecas - H&M Soutien - Intimissimi

087 Editorial


LET’S GET MINIMAL Fotografia: João Paulo Modelo: Ola @ Just Models Styling: Marta Teixeira Maquilhagem e Cabelos: Liliana Ribeiro


MODA

Blazer - Mango; €49,99 Conjunto de anéis - Bershka; €5,99 Pulseira - H&M; preço sob consulta

089 Editorial


Editorial 090

MODA

Blazer - Mango; €49,99 Conjunto de anéis - Bershka; €5,99 Pulseira - H&M; preço sob consulta


Top curto - Mango; €9,99 Macacão em pele - Zara; €199 Brincos em metal - H&M; €4,99


Colar - Bershka; €19,99 Botins - Mango; €79,99 Calças capri - Zara; €19,99 Body com detalhes em pele sintética - Bershka; €17,99


MODA

Saia - Mango; €15,99 Blazer - Mango; €49,99 Sandálias - Zara; preço sob consulta

093 Editorial


Editorial 094

MODA

Saia - Zara; 29,95 Casaco - Zara; €29,95 Conjunto de anéis - Bershka; €5,99


Casaco - da produção Sapatos de camurça - Mango; €79,99 Pulseiras em plástico - H&M; €7,95 (cada) Saia em pele com corrente - Mango; €49,99


HEAT WAVE

Fotografia: Rachel Marques (www.rachelmarques.com) Modelo: Inger Helene Hammrstrom @ L’agence Styling: Ivanna Yankovska Maquilhagem: Marta Sousa Silva Pós-Produção: Rachel Marques


MODA

097 Editorial

Biquíni - H&M Colar - da produção



MODA

099 Editorial

Saia - Zara Casaco de ganga - da produção


Editorial 100

MODA

Top - da produção Colares - da produção



Editorial 102

MODA

Acessórios - H&M Biquíni - da produção Casaco - da produção


T-shirt - Bershka


Editorial 104

MODA

Todos os artigos - da produção


Todos os artigos - da produção


Trends 106

MODA

W onder Room Seleção de marcas emergentes nacionais Por Rita Reis

O Torreão Nascente do Terreiro do Paço na Praça do Comércio, entre os dias 5 e 14 de julho, foi palco de uma seleção de marcas de moda e lifestyle nacionais. A entrada livre permitiu ao grande público conhecer de perto as sugestões das marcas portuguesas associadas a um design único e a uma criatividade soberba.

Fotos: associação modalisboa

Ao longo de dez dias, a Pop Up Store abriu uma das portas do mítico Terreiro de Paço convidando o público a conhecer diversas marcas como: a coleção de senhora de linhas geométricas da saymyname; as malas e acessórios em pele da Ideal & Co; o knitwear work in progress de Jannis del’ Arte; as jóias exclusivas de Valentim Quaresma; as malas com combinações únicas de formas, texturas e cores da Manjerica; os lenços reciclados e estampados à mão de Natacha Duarte; a linha de vestuário sustentável da Best Sunday Dress; as bicicletas que são verdadeiros objetos de design da Roda Gira; os acessórios e joalharia da Umbrae; as t-shirts ilustradas de Wasted Rita; as malas em tyvek da Krv Kurva ; as jóias da Ceagage; a linha de roupa reciclada da Change; as camisas estampadas de Daniela Ponto Final; os fatos de banho e roupa de praia da Latitid; os calções da WetheKnot; as mochilas de Teresa Gameiro; o vestuário tribal urbano da Quimera Species; a perfumaria da Antiga Barbearia do Bairro, da CastelBel e da Aldeia da Roupa Branca; os móveis em madeira e cortiça da Around the Tree; o mobiliário reciclado da Pura Cal; as peças eco design do Projeto Remix; entre outros produtos exclusivos, que mostram o que de melhor se faz no nosso país.


MODA

107 Trends

Fotos: associação modalisboa

Com um espaço de esplanada com vista privilegiada sobre o Tejo dinamizado por vários DJ’s, o Wonder Room apresentou também uma programação diária, que incluiu o My Day, a exposição de projetos dos designers de moda que participam no prestigiado ModaLisboa: Alexandra Moura, Dino Alves, Filipe Faísca e White Tent. Muitos foram os turistas que visitaram esta mostra nacional e que de forma surpreendente gostaram da iniciativa, abrindo a porta ao conhecimento e internacionalização das marcas que participaram na Pop Up Store. Este é um evento que deverá prosperar dada a recetividade do público e o seu fator turístico e cultural.


Trends 108

MODA

Foto: Mad Hatters at Paris Haute Couture Fashion Week Foto www.fabulousmuses.net/ Quyen

Mediterrâneo Carteira, €112, Furla.

Saia, €25,99, Blanco.

Colar, preço sob consulta, Gucci.

Sandálias, €46, Topshop. Lenço, preço sob consulta, Hermès.

Verniz, preço sob consulta, Essie. Fato de banho, €455, Norma Kamali, em www.net-a-porter.com.

Óculos, €390, Louis Vuitton.

Máquina fotográfica Diana, preço sob consulta, Embaixada Lomográfica Portuguesa.

Relógio Touch, Yellow Flake, €116, Swatch. Sandálias, €79,90, Zilian.

Máscara, €30, Chanel.

Vestido, €860, Givenchy, em www.mytheresa.com. Por Rita Reis


MODA

109 Trends

Festival Look

Carteira, €443,49, Moschino Cheap&Chic, em asos.com. Chinelos, €25,90, Havaianas.

Macacão, preço sob consulta, Topshop.

Biquíni, soutien €20 e cuecas €15, Calzedonia. Clutch, €19,95, Zara. Sérum para pestanas, €39,95, Good Skin. Boné, €15, Authentic Wear.

Óculos, €9,99, Bershka.

Mala, €68, Pelcor.

Corretor de manchas 100ml, €141, Clinique.

Máquina fotográfica Diana Champagne, preço sob consulta, Embaixada Lomográfica Portuguesa.

T-shirt, €15, Authentic Wear.

Vestido, preço sob consulta, Topshop. Por Rita Reis


Trends 110

MODA

Beauty

Protetor FPS50 + Zonas Sensíveis, stick 10g, €9,98, Avène.

Foto: Fendi

Kit de viagem, €42,87, Aesop.

Comprimidos Sensibilidade Solar, €25,95, Innéov.

Sérum, €25,95, Caudalie.

Autobronzeador 100ml, €16,88, Uriage.

Perfume L’eau, €65, Narciso Rodriguez.

Solução Micelar Suavizante Reequilibrante 200ml, €13,56, Lierac.

Creme Sunific, €18,70, Lierac.

Aclarante intensivo, €7,99, Syoss.

Verniz, €10,95, Anny.

Protetor Facial, €23,50, Clinique. Desmaquilhante 200ml, €15,16, Lierac.

Protetor FPS30 Spray 200ml, €16,13, Avène. Gel Creme com côr, €22,36, Lierac.

Toalhitas Desmaquilhantes, €7,99, Uriage.

Desmaquilhante olhos sensíveis 150ml, €10,99, Vichy. Por Rita Reis


MODA

111 Trends

Tropical

Biquíni, €42, Topshop. Blazer, preço sob consulta, Zara.

Vestido, €29,99, Mango.

Chapéu, preço sob consulta, Pull&Bear.

Casaco, €119, Maison Scotch.

Calças, €338, Hudson em farfetch.com. Ténis, €82,27, New Balance. Camisa, €97,55, Lavender Brown, em farfetch.com.

Máquina Fotográfica Diana, preço sob consulta, Embaixada Lomográfica Portuguesa. T-shirt, €19,90,H&M.

Sandálias, €36,85, Nastygal.

Calças, €642, Stella McCartney em matchesfashion.com.

Por Rita Reis


Trends 112

MODA

Q uando o formal se une ao informal Pode surgir a perfeição... Por Vítor Marques ourworldourstyle.blogspot.pt

A peça mais formal que um homem pode ter no guarda-roupa é um fato. Contudo já há alguns anos que a formalidade do mesmo tem vindo a ser reduzida com o uso diário, através da eliminação da gravata, pela simples substituição dos sapatos por ténis, ou ainda pela substituição dos tradicionais tons, por cores quentes e vibrantes. Para a coleção deste Verão foram várias as marcas internacionais que apresentaram nas seus desfiles a conjugação fato mais ténis. Eliminando o mito de que o privilégio de usar um fato com um bom corte com uns ténis pertencia apenas às estrelas de Hollywood. A Maison Valentino, fundada por Valentino Garavani tem dado que falar após cada desfile. Se na coleção Primavera/Verão 2013 os modelos desfilaram de fato de cortes tradicionais com (os) ténis camuf lados (que depressa se tornaram objetos de desejo), já na coleção Primavera/Verão 2014, acabada de sair da Semana da Moda de Paris, os modelos desfilaram de fato calçando Havaianas.

Valentino SS’13

A ténue linha que separa o formal e o informal está prestes a desaparecer e a dar origem a uma junção que pode alterar a genética da moda masculina nos próximos tempos. Tudo isto é produto da capacidade de alguns designers de reinventar aquilo que parecia não ter mais forma de mudança. A mudança não será abismal, mas gradual. Cada vez se vê mais na rua homens que envergam orgulhosamente, fatos que fogem ao tradicional no que diz respeito à côr. Espera-se que sejam cada vez mais. Trocam os sapatos por ténis e dizem não às gravatas e laços, mas continuam com o estilo impecável e limpo que a situação assim o exige.

Louis Vuitton SS’13

Fotos: Style.com

Se a proposta dos designers da Valentino, Maria Grazia Chiuri e do Pier Paolo Piccioli, para o próximo Verão pega moda, só o street style o dirá.


MODA

113 Trends

City Boy Por Vítor Marques ourworldourstyle.blogspot.pt

Foto: Tommy Ton

Foto: Tommy Ton

Camisa, €210, Givenchy.

Relógio, €185, CK.

T-shirt, €250, Alexander McQueen .

Ténis, €390, Valentino . Óculos, €276, Saint Laurent.

Fato, €1380, Maison Martin Margiela. Calças, €595, Lanvin.


Trends 114

MODA

Como manter o estilo no Verão Por Style by Three

A altura dos saldos no Verão é sempre uma boa oportunidade para repensar o guarda-roupa. E porque nesta altura do ano passamos grande parte do tempo na praia, é sobre ‘como manter o estilo na praia’ que vos vamos falar. Desde as alpargatas às Havaianas, há uma enorme variedade para escolher. O nosso conselho é quanto mais prático melhor! As alpargatas continuam a ser uma ótima aposta: confortáveis, práticas e com imensa pinta, estes sapatos estão cada vez mais em voga, desde as clássicas em tons neutros, às mais arrojadas com padrões e cores fortes.

Vestido, H&M. (foto: H&M) Vestido, H&M. (foto: H&M)

Falando agora da parte mais importante, o que vestir? Com os cremes, óleos e calor, a expressão chave é: roupas f luídas. Começando pelas túnicas, a jumpsuits largos, o leque de opções é imenso. Deixamo-vos com alguns exemplos bem acessíveis e confortáveis. Por fim mas não menos importantes, são os acessórios! Nos dias de praia os acessórios tornam-se uma peça fundamental. Seguindo a tendência da estação, deixamo-vos alguns modelos espelhados.

Óculos de Sol, Topshop.

Bolsa de Praia, Zara.

As malas de praia são sempre essenciais, e podem ir desde as clássicas cestinhas, até a um simples saco de pano.

Óculos de Sol, Topshop.

O chapéu de palha também nos acompanha nestes dias quentes, havendo modelos e feitios para todos os gostos. Chinelos, Havaianas.

Saco de Praia, Stradivarius.

Bolsa, Zara. Saco, Topshop. Alpargatas, Paez.

Chapéu, Zara.



Agenda 116

Optimus Alive Por Inês Ferreira

Quem passa pelo Optimus Alive, não passa sem lá voltar! Esta é a certeza com que provavelmente se não todas, pelo menos a maior parte das pessoas fica ao ir a este festival, que cada vez mais se tem vindo a afirmar não só em Portugal, como também além fronteiras.

Eis senão que perto da hora do início do concerto de Of Monsters and Men muitas foram as pessoas avistadas a correr para marcar lugar o mais perto possível do palco, proeza que não terá sido com certeza fácil de realizar, devido à multidão ansiosa que aguardava pelo início do concerto.

A DeepArt esteve presente na edição deste ano do Optimus Alive, mais precisamente no dia 14 (último dia do festival) e é precisamente sobre este dia, que vos venho falar.

Não querendo incorrer num erro relativo à questão numérica, atrevo-me a dizer que foi provavelmente um dos concertos mais concorridos do dia!

Muitas foram as bandas presentes no cartaz deste dia, nos diversos palcos, desde Kings of Leon, a Twin Shadow, Phoenix, Band of Horses, Alt-J, entre muitos outros, mas farei uma mini review apenas de alguns destes concertos, por forma a não me alongar em demasia devido ao entusiasmo!

Cenário semelhante foi o da atuação de Twin Shadow, ainda que com menos público. O americano George Lewis Jr. abriu o concerto com “Golden Light”, tendo sempre em conta a simpática interação com o público. Seguiu-se o êxito “Five Seconds”, que fez com que todos dessem um “pézinho de dança”.

Brass Wires Orchestra foi um concerto que provou que os portugueses têm já uma legião de fãs. Tendo começado por tocar as suas próprias versões de bandas que admiravam, parecem ter ficado no ouvido dos fãs com o seu próprio repertório. Perto da hora do concerto no Palco Heineken juntavam-se já inúmeras pessoas, desde portugueses a estrangeiros, para assistir ao concerto que foi aberto de “guitarras em riste” para deleite de quem os via e ouvia.

Já os aguardados Phoenix deram uma vez mais um concerto brilhante. Os franceses tiveram uma plateia composta por muitos estrangeiros além dos fãs portugueses, e ninguém ficou parado a ouvir o rock alternativo pelo qual são conhecidos. Muitos foram os êxitos presentes no repertório, composto por músicas de 3 dos seus álbuns: United, Wolfgang Amadeus Phoenix e o seu mais recente Bankrupt!

Fotos: Optimus Alive

Twin Shadow


Fotos: Optimus Alive

117 Agenda

Of Monsters and Men

Já diz o ditado que um mal nunca vem só, mas eu acredito também no oposto, em que quando um bem vem, por certo também não vem só. E prova disto mesmo foi o concerto de Alt-J ao qual ninguém ficou indiferente. Mesmo para quem não seja propriamente fã, este concerto intimista provou a todos os presentes, que o quarteto inglês consegue despertar emoções mesmo nos menos emotivos! Todo o ambiente criado pela voz de Joe Newman e do som de todos os seus instrumentos, faz com que fiquemos estarrecidos a ver o seu concerto e ainda com a sensação no final de que se podia continuar ali a ouvi-los até ao dia seguinte. Este concerto foi aberto com uma das suas músicas mais conhecidas, “Breezeblocks” e foi na música “She Makes The Sound” que se ouviu o maior coro de fãs. Para fechar em beleza, os Kings of Leon deram uma vez mais um concerto memorável, cujo repertório foi também composto por muitas das músicas que deram nome a esta banda. Se ainda não foram, aconselho vivamente que vão a este festival a que ninguém fica indiferente! Phoenix


Agenda 118

A lcobaça mosteiros e doces “Veja os mais belos pormenores de uma cidade que soube preservar a sua história...”

Foto: Bruno Gascon

Por Joana Domingues

Dizem que quem passa por Alcobaça não passa sem lá voltar... É fácil perceber porquê. A paisagem rural fora dos centros populacionais é um misto de habitação, agricultura, mato e f loresta... Logo à chegada deparamo-nos com a beleza das macieiras em f lor... Delas nascerá a típica, doce e saborosa maçã de Alcobaça. Antes de irmos conhecer o centro da cidade e os seus monumentos, vamos instalar-nos... Se é sossego que desejamos, sossego teremos... e vamos encontrá-lo no Your Hotel e Spa Alcobaça.

Aqui ficava o antigo Hotel das Termas da Piedade... Tudo aqui nos faz sentir tranquilidade, seja o bar bem decorado, sejam os quartos luminosos e onde certamente qualquer pessoa pode ter uma noite de sono relaxante. Este é assim um ponto de partida para descobrir a cultura, a história, os monumentos e a gastronomia desta região! Vamos passear um pouco? Observemos a vida da cidade, as suas muitas esplanadas, os edifícios bem cuidados e coloridos. Maravilhe-se com a beleza da arquitetura, percorra ruas e ruelas e veja os mais belos pormenores de uma cidade que soube preservar a sua história...


Foto: Bruno Gascon

119 Agenda

A história da cidade de Alcobaça e a sua vida contemporânea estão indissociavelmente ligadas à presença da Ordem de Cister durante quase setecentos anos e isso leva-nos até ao ex-libris da cidade: o grandioso e imponente Mosteiro de Alcobaça. Entrar neste edifício é sentir que somos esmagados pela beleza dos espaços, das estátuas e da luz suave que entra pelas rosáceas, deixando tudo com um ar etéreo e suave. É aqui que se encontram duas figuras icónicas: os túmulos de D. Pedro e de D. Inês de Castro que descansam frente a frente, para quando despertarem do sono eterno serem a primeira pessoa que os seus olhos encontram... Numa terra de monges e mosteiros a doçaria conventual é uma tradição. Existem doces para todos os gostos. E sabe onde pode encontrar os mais típicos? Na conhecida Pastelaria Alcoa!

Foto: Bruno Gascon

E como é doce este momento em que nos sentamos à mesa e nos servem as belas e típicas cornucópias... E é aqui, entre os doces mais típicos desta terra que lhe dizemos: como é bom passar por Alcobaça!

Mosteiro de Alcobaça - ingresso geral 6€ Your Hotel&Spa Alcobaça - cerca de 70€ (quarto duplo)


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