ALGARVE INFORMATIVO #222

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apenas um recomeço, porque depois foi necessário cortar a peça. “Fiz tudo num dia, foi uma maratona de loucos, gestos repetidos centenas de vezes e, à meianoite, tive que ir para o hospital tratar da mão, estava toda esfacelada. Ia cortando a peça, algumas pessoas iam levando os fragmentos para o hangar central do LAC e, quando terminei, estava o chão todo ocupado. Vai ser uma instalação com cerca de 50 metros quadrados”, antevê. Depois, os fragmentos ficaram perto de um mês a secar, seguindo-se o processo de empacotamento para levar para a «Terracota do Algarve», onde a cozedura foi dividida em quatro momentos distintos. O que obrigava a regressar uns dias depois para recolher os fragmentos, levá-los para casa, lavá-los, identificá-los, empacotá-los e começar tudo de novo. “Houve alturas em que pensava que estava louca, foram meses passados a ALGARVE INFORMATIVO #222

evitar que esses fragmentos se voltassem a fragmentar durante os transportes, feitos no meu próprio carro, que tem uma capacidade limitada”, reconhece, com uma risada. Crucial em tudo isto foi, sem dúvida, a colaboração da «Terracota do Algarve», que depressa se disponibilizou para ajudar a escultora no que fosse necessário. “Arranjaram uma maneira de eu fazer aquilo que sabia fazer, ou seja, cozer na fogueira, ao invés de eu ter que adaptar-me ao que eles tinham. Reativaram um forno antigo de propósito para mim e, em vez de estar a fazer uma fogueira ao ar livre, quase uma queimada, o fogo aqui está condicionado num poço entre quatro paredes e não há qualquer perigo de incêndio”, enaltece Sara Navarro, não poupando elogios a esta empresa de 68


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