01 db

Page 1

TEMA

JUSTIFICATIVA

Com base nas discussões atuais sobre a problemática da possível escassez de alimentos no futuro, assim como discussões sobre sustentabilidade na agricultura, fazendas verticais entre outras alternativas para driblar as mudanças climáticas e conseguir alimentar toda população mundial, este trabalho de conclusão de curso vai abordar a modernização de uma associação de produtores rurais de uma pequena comunidade, além de criar um centro de pesquisas voltado para o estudo de soluções do urbanismo e planejamento agrícola, assim como gestão e inovação no campo.

Sendo assim, para o projeto arquitetônico cria-se três funções básicas para garantir a funcionalidade, rotatividade e “vida” permanente da associação, lugar e terreno. Primeiramente é mantida a função comercial da Associação, através de um packing house que receberá, empacotará , armazenará e comercializará as frutas, buscando menor desperdício, maior qualidade, rapidez e agilidade. Em um segundo momento cria-se um laboratório de pesquisas regionais, destinados à aspectos da região, adaptabiliade de novas variedades fornecidas por entidades como a EMBRAPA, estudo de patologias, analises de solo e estudos ligados ao desenvolvimento da parceria entre meio rural e urbano através da agricultura agrícola ligado à universidades. Outra função estabelecida é a formação dos agricultores, com o intuito de melhorar as condições e incentivar a permanência dos mesmos no campo, a associação disponibilizará do espaço físico para cursos e mostras que são de curta duração com resultados do centro de pesquisa, e/ou ministrados por empresas ou entidades governamentais como EMATER/IBRAVIN entre outros. Também agrega-se um espaço de uso comunitário para os eventos já realizados na associação, como o almoço anual e missas à Nossa Senhora de Caravaggio, cultuada pelos associados.

O tema foi escolhido devido à busca da sustentabilidade ambiental, inovação tecnologica e identidade do lugar, seu intuito é fortalecer a agricultura famíliar e colaborar para a comunidade em geral com o comprometimento de criar soluções para a alimentação no futuro além de garantir uma melhor qualidade dos alimentos. Eco-alimentos Forqueta trata-se de um pólo modelo de produção, pesquisa e inovação de alimentos que busca a eco-inovação, ou seja, criação/desenvolvimento de soluções, processos, estruturas organizacionais e arranjos institucionais novos ou significativamente melhorados que induzem à melhorias ambientais quando comparadas à alternativas convencionais. Assim, considera-se eco-alimentos aqueles “ dotados de apelos éticos/sociais/ambientais”, que visam atender às demandas dos consumidores e que são produzidos a partir de critérios de produção bem estabelecidos. (ORGANISATION FOR ECONOMIC CO-OPERATION AND DEVELOPMENT,2009)

Cria-se então um pólo agrícola, que serve de MODELO e que pode estar interligado com outros pólos formando uma rede de informações e cooperativismo entre várias regiões do estado. Essa rede exaltaria a importância do agricultor e da agricultura no cenário urbano, assim como o crescimento e desenvolvimento de pesquisas seria impulsionado pela força desses pólos interligados.

A idéia é encurtar, através desse mecanismo comunitário, o caminho do produtor ao consumidor aumentando a qualidade do produto e gerando um menor desperdício. Além de formar e incentivar jovens a permanecer no campo tendo em vista a importância da agricultura familiar e da pequena propriedade na agricultura orgânica.

Através do comércio, pesquisa, formação e tradição/cultura da comunidade busca-se a criação de um grande pólo de incentivo e amparo agrícola. Um novo programa e uma nova imagem às cooperativas, um centro voltado não somente para o fortalecimento dos produtores mas sim ao problema de caráter comum: os rumos da alimentação e produção no futuro.

A estação pertencente à associação de produtores existente funcionará como um catalisador recebendo alimentos redistribuindo nos bairros e cidades próximos, sendo o centro de uma rede composta por várias atividades. Além de ultrapassar “conflitos” e preconceitos entre território e funções urbanas e rurais, hoje menosprezadas. A problemática sobre alimentação vem sido discutida mundialmente nos ultimos ano, sendo tema da exposição de milão do ano passado. A exposição intitulada “Nutrir o Planeta, Energia para a Vida” A exposição buscou discutir e encontrar soluções para melhorar a vida das pessoas, ao mesmo tempo que respeita o planeta traçando diretrizes para o desenvolvimento sustentável, segurança alimentar e qualidade na cadeia de produção. “AGRITECTURE”

Com as mudanças climáticas e crescimento da população mundial, começam a surgir teorias e protótipos de alternativas sustentáveis para a agricultura. Podemos citar o escritório francês SOA Architects que desenvolvem pesquisas neste meio. O grupo de arquitetos criou o Laboratório de Agricultura Urbana em 2012 com o intuito de promover o urbanismo agrícola através da colaboração contínua de diversas habillidades e áreas profissionais em busca de projetos inovadores neste campo.

PROGRAMA :

SISTEMA ATUAL X PACKING HOUSES DE COOPERATIVAS

PÚBLICO ALVO Principal público alvo são produtores rurais de Forqueta Baixa e região de um raio de 15 km, englobando todo município de Vale Real, promovendo a formação e melhoria no comércio de suas frutas. Também destina-se à mercados e comerciantes de uma região de raio de 30 km que buscam por frutas de qualidade e produto diferenciado. Esta região engloba os municípios de Vale Real, Feliz, Nova Petrópolis, Farroupilha e Caxias do Sul. Com isso, busca-se um encurtamento no caminho do produto até o consumidor final, sendo a associação um catalisador que recolhe e distribui os alimentos para a região. Outro público importante são pesquisadores, universidades e empresas interessadas em desenvolvimento agrícola com foco em sustentabilidade e soluções para alimentação no futuro. Este raio de atuação regional engloba os mesmos 30 km do público de consumo, mas pode-se ampliar caso haja surgimento de outros pólos de inovação e pesquisa como este. Dentres esses pesquisadores encontram-se engenheiros agronômos, biólogos, arquitetos e urbanistas, técnicos agrícolas, sociólogos entre outros profissionais que possam auxiliar no entendimento dos processos tanto do meio rural como urbano com o intuito de diminuir as fronteiras entres o meio urbano e rural.

RAIOS DE INFLUÊNCIA E REDE DE POLOS DE ECO-INOVAÇÃO

SETOR DE USO COMUM

A associação propriamente dita. Salas de formação, escritório e reunião aliàdos à um restaurante que pode ser de acesso à todos mas sob administração da associação. Esta área tem a missão de preservar o caráter de cooperativismo entre os agricultores e criar a imagem de que são eles que controlam todo o pólo. Este setor também traz a área religiosa, onde a gruta à Nossa Senhora de Caravaggio é alocada mantendo a tradição das missas e almoço anual, tradições de imigrantes italianos que devem ser preservadas. Esta área deverá ser símbolo da união e força dos agricultores assim como demonstrar a preocupação com a comunidade através de seu papel na sociedade.

“ Considerando-se a cidade como um território sustentável em si mesmo, ele procura colocar as pessoas no centro do seu pensamento e dirige o problema da agricultura urbana em torno dos conceitos de complementaridade entre a diversidade ambiental e social. “ Soa architects Porém, o laboratório realiza somente pesquisas em ambientes urbanos e em um plano generalizado ainda em implementação com poucas variedades e sem constatação de espécies adaptáveis ao meio. Considerando que nem todos os alimentos podem ser produzidos no ambiente urbano, cria-se a necessidade de pesquisas para soluções e alternativas focadas em uma região específica, observando-se as condições locais de clima, solo, topografia e consumo.

A Estação Forqueta Eco-alimentos, trata-se de um polo experimental, um modelo de equipamento rural a ser implantado formando uma rede de pesquisa, conhecimento e produção, onde a agricultura sustetável e orgânica ganha força e incentivo necessário para prosperar. essas redes, inclusive podem dar apoio para hortas urbanas e fazendas verticais. Pesquisas podem ser realizadas no campo mas fazer parte da cidade, excluindo fronteiras, interligando comunidades e conhecimento.

A problemática sobre alimentação vem sido discutida mundialmente nos ultimos ano, sendo tema da exposição de milão do ano passado. A exposição intitulada “Nutrir o Planeta, Energia para a Vida” A exposição buscou discutir e encontrar soluções para melhorar a vida das pessoas, ao mesmo tempo que respeita o planeta traçando diretrizes para o desenvolvimento sustentável, segurança alimentar e qualdiade na cadeira de produção. Os participantes apostaram na identidade nacional, materiais e tecnicas baseadas no conceito de sustetabilidade, assim como preservação de alimentos locais na dieta. O Brasil expôs mudas de feijão, jabuticaba entre outros produtos presentes em nossa cultura. Outro país que expôs sua tradição foi a Bélgica que pensou em um pavilhão sustentável retratando a fazenda tradicional.

CENTRO DE PESQUISAS AGRÍCOLAS

Envolvidos por esta problemática de escassez de recursos minerais e soluções para o futuro, universidades investem em pesquisas juntamente com governos afim de soluções para a agricultura nos próximos anos. Um exemplo de centro de pesquisa para este fim é o U.S. Arid Land Agricultural Research Center localizado em Maricopa, Arizona. A missão deste centro segundo a USDA (United States Department of Agriculture - Agricultural Research Service) é :

PAPEL DA ASSOCIAÇÃO

A associação dos produtores de frutas de forqueta baixa surgiur por volta de 1995 quando, devido à sucessivas catástrofes naturais e mudanças econômicas a monocultura familiar de pequena propriedade ficou desfavorecida. Os moradores, que já haviam presenciado sua força como comunidade, resolveram se unir para compartilhar cargas e atrair mais compradores para a região, principalmente de uva. Inicialmente, abrigou-se na beira da Estrada Municipal da Uva, e após uma doação de terras pode construir sua sede, uma galpão de madeira. Além de escoar a produção organizando cargas e pagamentos, a associação realiza pregões/licitações para compra de pesticidas para reduzir custos aos produtores comprando em grande quantidade. Além disso, a sede é utilizada para reuniões, demonstração de novos produtos e cursos sobre técnicas de plantio realizados pela EMATER, IBRAVIN e/ou EMBRAPA.

“A missão da U.S. Arid Land Agricultural Research Center é desenvolver sistemas agrícolas sustentáveis ,​​ proteger os recursos naturais e apoio a comunidades rurais em regiões áridas e semi -áridas por meio de pesquisa interdisciplinar. Tópicos de investigação incluem culturas e manejo do solo , manejo integrado de pragas , insetos e biologia molecular de plantas , tecnologia de irrigação , sensoriamento remoto e proximal , reuso de água , melhoramento de plantas e fisiologia, e da mudança climática global . “ Normalmente estes centros contam com apoio financeiro do estado e intellectual de universidades públicas e/ ou privadas. No Brasil, a área carece de investimentos, mas existem alguns centros mas ainda escassos, o que pdoemos destacar no país são os cursos técnicos agrícolas oferecidos pelos institutos federais, no Rio Grande do Sul temos o Curso em Técnico Agrícola no IFRS – Bento Gonçalves.

PAQUÍN (PACKING HOUSES)

Neste cenário de modernização e busca por segurança alimentar sem desperdícios as “packing houses” ganharam força nos últimos anos. O termo que deriva do inglês “packing houses”, que literalmente significa casa de empacotamento, é o termo utilizado para o local de onde o processo de recebimento de hortaliças, frutas e grãos, classificação, controle de qualidade, descarte, beneficiamento, embalagem e distribuição de alimentos oriundos de sítios ocorre. Surgiram no EUA na década de 1920 principalmente para classificação de laranjas na Flórida. Esta atividade é específica do agronegócio e ainda é desconhecida por muitos agricultores e sociedade em geral. As “packing houses” possuem o conceito de organização e setorização do manejo de frutas na busca de uma maior qualidade e um menor disperdício. Um fator que impede a expansão destas casas de beneficiamento é o alto custo de manutenção e custo do maquinário utilizado, sendo assim alguns governos incentivam cooperativas e associações de produtores a criar essas casas comunitárias. O estado de São Paulo já investe na área com programas especiais de financiamento como o Mircobacias II tendo entregue algumas unidades de beneficamento nos ultimos anos. Em uma das entregas o governador Geraldo Alckmin ressaltou: “O mundo inteiro consome frutas tropicais. Não há alimento melhor do que a fruta, é o mais nobre que existe. O Packing House, obtido por meio do Microbacias II, melhorará a renda do agricultor permitindo que dê um passo a mais na cadeia produtiva. Nesta casa de embalagens, os produtores poderão classificar e selecionar as frutas, preparar as embalagens e acondicioná-las. Isso significa respeito à capacidade de produzir, agregar trabalho e renda do produtor e gerar uma condição mais favorável de negociação” Sobre o espaço físico, as packing houses nada mais são que galpões com geralmente uma ou duas docas, câmaras frias (algumas frutas não podem ser acondiconadas em um mesmo ambiente devido à suas propriedades de amadurecimento), máquinas classificadoras, pallets de caixas cheias e vazias de frutas próximos às paredes, em um espaço fluído e contínuo, sem divisórias. Pallets, paleteiras e caixas são a principal imagem do lugar.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.