Araguari

Page 1

Araguari onte m e hoj e I nstituto Maste r de Ensino P re side n te An tônio Carlos José Júlio Lafaye tte ( coorde n ação)

1



3


4


Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos-IMEPAC José Júlio Lafayette

Araguari o n te m e h o j e

Belo Horizonte 2018


Editora C/Arte Editor Fernando Pedro da Silva Coordenação Editorial Fernando Pedro da Silva Marcela Rêgo do Nascimento Conselho EditoRial João Diniz Lígia Maria Leite Pereira Lucia Gouvêa Pimentel Heloisa Soares de Moura Costa Marília Novaes da Mata Machado Otávio Soares Dulci Vera Casa Nova COORDENAÇÃO GERAL José Júlio Lafayette ORGANIZAÇÃO João Rocha Rejane Cristina Rubio Rodrigues da Cunha COLABORADORES Neilton de Paiva Neves William Gebrim Junior Revisão Primeira revisão: Rejane Cristina Rubio Rodrigues da Cunha Segunda revisão: Cláudia Rajão capa e projeto gráfico Peter de Andrade PARTICIPAÇÃO Mara Cristina Filbida Shirley Cristina da Silva Alvarenga FOTOS E LEGENDAS (HISTÓRICAS) Frederico Ozanan Ribeiro Pinto FOTOS (AGRONEGÓCIO) André Azevedo Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD

L161a

Lafayette, José Júlio

Araguari ontem e hoje / José Júlio Lafayette ; João Rocha, Rejane Cristina Rubio Rodrigues da Cunha (Coords.). - Belo Horizonte : C/Arte, 2018. 264 p. ; 24cm x 22,5cm. ISBN: 978-85-7654-368-8 1. História do Brasil. 2. Araguari (MG). I. Rocha, João. II. Cunha, Rejane Cristina Rubio Rodrigues da. III. Título. CDD 981 CDU 94(81)

2018-1382 Elaborado por Vagner Rodolfo da Silva - CRB-8/9410 Índice para catálogo sistemático: 1. História do Brasil 981 2. História do Brasil 94(81)

Direitos exclusivos desta edição: Editora C/Arte Av. Otacílio Negrão de Lima, 16570 Pampulha - CEP 31555-016 Belo Horizonte/ MG - Brasil Tel.: (31) 3491-2001 fernandopedro@comartevirtual.com.br www.comarte.com Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem a prévia autorização por escrito da Editora.


7


8


Entre tantos amores, o Amor à Terra

Acróstico a Araguari

Aqueles que criaram tua forma Rasgando teus caminhos, sempre em frente, Aqui ficaram, lançaram semente. Guardas nas tuas ruas mais antigas Um pouco do passado e do presente. Aqueles que primeiro te venceram Rendidos à beleza dos poentes, Inflamados de amor, permaneceram. Primavera de 2013 Amariles Alves do Nascimento Acadêmica Efetiva da Academia de Letras e Artes de Araguari (ALAA), ocupando a Cadeira de N° 30.

Lavoura de Girassóis. Município de Araguari. 2010. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 9


10


Apresentação

“As coisas das quais nos ocupamos na fotografia estão em constante desaparecimento e, uma vez consumado, não dispomos de qualquer recurso capaz de fazê-las reaparecer.” Henry Cartier Bresson

Uma cidade, com suas construções em concreto, madeira, aço e vidro está longe de guardar apenas a frieza inanimada dos materiais de suas edificações. Ela é como um organismo vivo, em permanente transformação pela ação da natureza e do homem. Cada fase é um reflexo de seu tempo e, sobretudo, da cultura, dos hábitos e da força do povo que nela habita. E assim é com nossa Araguari, que chega aos 130 anos como fruto de muito trabalho, coragem e determinação, mas também de pequenos atos cotidianos que constroem a realidade. A vida que se desenvolve nas vias e edifícios de uma cidade deixa nela suas marcas e, por vezes, apaga antigos marcos de tempos passados. Basta pensar na quantidade de eventos, de momentos que ocorrem a cada minuto, para se ter uma noção tênue dessa transformação contínua, feita de grandes mudanças, nascidas de obras e construções, ou de um emaranhado de pequenos fatos que tecem novas paisagens e escrevem novos capítulos na história. De cada ciclo, sobram memórias e é a elas que se refere a frase do fotógrafo Henry Cartier Bresson, em epígrafe. Muito do que foi Araguari existe como lembrança, mas também como alicerce do que é nossa cultura e nossa capacidade de realização como povo. 11


Década de 1910 - Rua do Comércio, atual Rua Rui Barbosa. Primeira casa à esquerda, hoje sede do Banco Itaú. A Rua do Comércio, em 1901, abrangia o perímetro do Largo da Matriz até a Praça da Concórdia, hoje Praça Farid Nader. No ano de 1906, o logradouro foi dividido em duas partes, passando a ter dimensão entre o Largo nº 05, hoje Praça Manoel Bonito, até a Praça da Concórdia.

Este livro se propõe a fazer um exercício de contemplação e conexão da história e das transformações de Araguari. De um lado, estão fotografias de diversos momentos do passado; de outro, registros atuais de nossa cidade, tomados do mesmo ângulo ou do ponto mais aproximado possível.

Não experimentaremos os mesmos sentimentos originais do passado, da realidade viva no momento do registro fotográfico, mas teremos a oportunidade de vivermos novas experiências interligadas com os acontecimentos que estruturaram em nós o que somos no presente.

12


Rua Rui Barbosa. O casarão à esquerda da foto comparativa é lugar atualmente do Banco Itaú. À direita, a casa deu lugar, na década de 1940, ao imóvel Banco de Crédito Real de Minas Gerais. Funcionou como sede de outras instituições financeiras e depois passou a abrigar lojas. Por muito tempo foi sede da Lojas Cruz. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Desta forma, podemos viajar no tempo e constatar as transformações na paisagem e um pouco das características de cada época. São instantes capturados na nossa cidade, do passado e do presente, e que, desde já, estabelecem um marco para que, no futuro, uma nova obra retrate mais um período de evolução de nossa Araguari.

Por ora, vamos nos deter no presente e olhar para a trajetória percorrida, que teve sua partida no desbravamento da região iniciado por volta de 1720 e seguindo pelo caminho histórico que perpassa pelo que foi o Arraial da Ventania, a Vila de Brejo Alegre, até a cidade de Araguari.

13


Década de 1910 - Rua do Comércio, atual Rua Rui Barbosa. Primeira casa à esquerda, hoje sede do Banco Itaú. A Rua do Comércio, em 1901, abrangia o perímetro do Largo da Matriz até a Praça da Concórdia, hoje Praça Farid Nader. No ano de 1906, o logradouro foi dividido em duas partes, passando a ter dimensão entre o Largo nº 05, hoje Praça Manoel Bonito, até a Praça da Concórdia.

Araguari foi uma importante referência na área educacional da região, especialmente por meio do Colégio Sagrado Coração de Jesus e, também, do Colégio Regina Pacis, além de outros excelentes estabelecimentos de ensino que atraíam estudantes de diversas localidades.

Com o passar dos tempos, o município se desenvolveu e experimentou um crescimento exponencial a partir da chegada dos trilhos da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro (1896) e da Estrada de Ferro Goiás (1909 - 1910). A prosperidade trouxe também a sofisticação dos serviços e, entre as décadas de 1930 e 1960, 14


Igreja Matriz Senhor Bom Jesus da Cana Verde. Edificado na década de 1960, o atual templo da Paróquia Matriz possui arquitetura moderna e se observada sobre ângulo aéreo, possui formato de uma cruz. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Nas primeiras décadas do século 20, essa posição privilegiada rendeu a Araguari a abertura de empresas de diversos ramos, como as de exportação e importação, cerealistas, indústrias e comércio em geral. Também as atividades agropastoris se beneficiaram da facilidade de escoamento da produção e do crescente mercado de consumo do próprio município.

Porém, o ciclo de expansão se esgotou na década de 1950, primordialmente em razão de dois motivos: a mudança da sede da Estrada de Ferro para Goiás, em 1954, e a opção do governo federal por expandir o modal rodoviário de transporte em detrimento da ferrovia. O município precisava se reinventar. 15


Década de 1910 - Avenida Bôa Vista, aparecendo à direita a Pharmacia Adalardo. O logradouro em 1945, teve sua denominação alterada para Avenida Joaquim Aníbal. Isto após o passamento do ilustre morador e destacado empresário que, apesar de jovem, era um empreendedor nato que conquistou em poucos anos larga fortuna e respeitabilidade nacional e internacional.

Um primeiro alento veio ainda pela ferrovia quando, em 1965, chegou a Araguari o 2o Batalhão Ferroviário e, com ele, vieram e se integraram à comunidade, as famílias de servidores civis e militares.

da produção agrícola. Primeiro veio o cultivo do maracujá, mas o grande salto foi dado com a criação do programa de desenvolvimento dos cerrados, pelo governo federal, que fomentou estudos para o desenvolvimento e implementação de inovações tecnológicas que tornariam o cerrado brasileiro apto à produção agrícola, principalmente através da irrigação e

Foi a partir da década de 1970 que Araguari encontrou um novo caminho, por meio da diversificação 16


Avenida Joaquim Aníbal. À direita, antiga Farmácia do Adalardo. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

correção do solo. Assim, autoridades e empreendedores de Araguari trataram de atrair produtores rurais de outros estados para expandir os cultivos locais.

tro produtor de um dos melhores cafés do país, com proeminência internacional, e também de soja, milho, hortifrutigranjeiros e gado.

Em linhas muito gerais, que outros textos do livro retomarão em diferentes ângulos, foi essa a gênese do movimento que transformou Araguari, hoje, em cen-

Com isso, vieram também as empresas de serviços ligados ao agronegócio, como as de torrefação, ensacamento, corretagem e distribuição, no caso do café. Há também 17


Década de 1910 - Pharmacia Adalardo na Avenida Bôa Vista, hoje Avenida Joaquim Aníbal, esquina com a Rua Quinca Mariano. A “botica” pertencia a Adalardo Alberto Pereira da Cunha, que foi Agente Executivo em Araguari de 08 jan. 1916 a 31 dez. 1922. O proprietário desta atividade, foi sócio na Tipografia Aurora, auxiliar na Sociedade São Vicente de Paulo, gestor por algum tempo do Curtume Araguarino, dono do jornal Cidade de Araguary e de alguns imóveis no centro da cidade. A Pharmacia Adalardo funcionou até a década de 1920, quando faleceu seu proprietário.

indústrias nos ramos de esmagamento e processamento da soja, frigorífico, calçados, metalurgia, produtos em inox e, claro, alimentício (sucos, cereais e outros).

Tudo isso contribui para o dinamismo da economia local, que atrai investimentos como o terminal de transbordo da Companhia Vale do Rio Doce – o maior da América Latina – e na construção civil, além de sustentar um 18


Avenida Joaquim Aníbal. Antiga Pharmacia Adalardo, atualmente, escritório de Advocacia. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

setor de serviços e comércio que conta com unidades de algumas das principais lojas de redes do país, bem como agências dos bancos mais importantes.

Nesse caminho, Araguari impulsiona também sua tradição no ensino, voltando a ser um polo educacional de referência, desta vez universitário. E é nesse ponto 19


histórico, que nos detemos para render merecidas homenagens ao Deputado Federal Bonifácio Andrada, sobretudo por grandes feitos políticos e educacionais que a própria população intitula como divisor de águas para os rumos que tomou a nossa “Cidade Sorriso”. Dentre tantas ações que beneficiam nosso município, compreendendo desde a viabilização de novas oportunidades para gestão pública municipal, da representatividade nas esferas superiores, até a destinação de volumosos recursos do governo federal, destacamos a primeira, ocorrida no ano de 2001. O parlamentar e reitor licenciado da UNIPAC, Deputado Federal Bonifácio Andrada, com apoio de seu filho Doorgal Gustavo Borges de Andrada, depois de ampla discussão com as lideranças públicas e privadas locais foi possível realizar a incorporação da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Araguari – FAFI, instalando-se o campus da Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC, hoje Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos – IMEPAC. De lá para cá, a expansão do IMEPAC foi pujante e muito vem contribuindo para o progresso de Araguari. Conta atualmente com uma infraestrutura de primeira linha em permanente ampliação, equipamentos e tecnologia de ponta, valores humanos da maior honradez e qualidade profissional, tudo para servir com excelência aos nossos acadêmicos em formação nos 15 cursos de graduação oferecidos. Ainda, para o alcance de sua missão institucional, sem perder de vista a essência de ser uma instituição reconhecida pelos seus valores, consolidada no mercado, com contínuo aprimoramento profissional e totalmente integrada na sociedade. Retomando o percurso que vem de tempos longínquos, os fundadores de Araguari tinham, por certo, um sonho maior que vem se concretizando. Uma cidade é muito mais do que um lugar. E cada um deixou e deixa aqui sua marca, seja pelas ideias, pela vocação, pelo trabalho ou pelos gestos simples do cotidiano. A história registra ainda, a dedicação de muitas personalidades políticas comprometidas com o progresso de nossa terra, aqui lembradas através dos Deputados João Nascimento de Godói, Jeová Santos, José Botelho, Milton de Lima, Raul Belém e Marlos Fernandes.

20


Já nos tempos modernos, quando o mundo vivencia uma revolução tecnológica e de inovação, a cidade ultrapassa novas fronteiras por meio do prestígio nacional e internacional, alcançado por filhos renomados, de mente criativa e visionária, dentre eles destacados Gustavo Caetano, Manoel Lemos e Ronaldo Lemos. Araguari surpreende, também, por seus recursos naturais. São mais de cem cachoeiras, grutas, nascentes, córregos e uma linda paisagem habitada por rica fauna e flora exuberante. Além de uma das maiores reservas florestais urbanas do Brasil, o espetacular Bosque John kennedy, com veredas calçadas por entre a mata, sempre disponíveis para serem descobertas e desfrutadas. Araguari foi e é construída por seu povo, pelos que aqui nasceram e pelos que vieram de fora, nela acreditando e investindo. Foi erguida pela iniciativa privada em todos os setores e pelo poder público em sua tarefa de gerir os serviços prestados aos cidadãos, e também de estimular e fomentar os empreendedores. O que se verá nas páginas desta obra é um pouco disso tudo, dessa longa trajetória de 130 anos, com seus lugares e personagens. É um registro orgulhoso dos momentos de uma cidade construída com muito amor e muito trabalho por gerações e gerações de araguarinos, juntamente com aqueles que, como nós que para cá viemos, fizeram desta cidade a sua própria terra. Não faremos a Araguari do passado reaparecer, mas podemos contemplá-la e compará-la com o que temos, já pensando e sonhando com a cidade do futuro que estamos construindo no agora. José Júlio Lafayette Diretor Executivo do IMEPAC

21


22


23



Araguari, algumas lembranças de seus 130 anos

A história de uma cidade é construída pelo seu povo, ao longo dos anos. A história de Araguari não é diferente. O desbravamento da região começou por volta de 1720, liderado pelo Bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, enfrentando os índios Caiapós, então donos das terras que bravamente resistiram aos colonizadores e contra eles lutaram em vão. Acontecimentos diversos se sucederam até que em 1816 a área do Sertão da Farinha Podre, depois Triângulo Mineiro, que pertencia à Capitania Hereditária de Goiás, foi anexada à Capitania de Minas Gerais. Segundo as históriadoras Maria Consuelo Ferreira Montes Naves e Gilma Maria Rios, “... a história propriamente dita de Araguari data dos princípios do Século XIX, época em que Antônio de Resende Costa, o Major do Córrego Fundo, comissário das sesmarias da Região do Triângulo Mineiro, demarcou, entre outras a sesmaria do Serrote (hoje Fundão) e da Pedra Preta (hoje Cunhas), início do atual município de Araguari. O Major tomou posse também de um terreno de sobra entre duas sesmarias, doando-o mais tarde à Igreja, como Patrimônio da Freguesia que ali se estabeleceu, sob a invocação do Senhor Bom Jesus da Cana Verde do Brejo Alegre, ou Ventania. Foi o primeiro passo para a construção do povoado”. (Araguari, Cem Anos de Dados e Fatos, p.17, 1988).

25


Década de 1910 - Rua Jaime Gomes. Nota-se que o logradouro tinha composição diferente da atualidade, aparecendo a Igreja Matriz ao fundo. Esta via, tinha até o ano de 1918 a denominação de Rua Bonfim (uma referência ao cemitério que ficava no fundo da igreja).

Em 3 de abril de 1840 foi fundado o povoado que recebeu o nome arraial da Ventania e em 1882 deu-se a criação do Município e da Vila com a denominação de Brejo Alegre depois Araguari. Este nome, segundo se afirma, deve-se à existência, na localidade, de numerosos bandos de periquitos “araguaris”.

A cidade se espalhava e crescia em ritmo normal para aquele tempo mas, a partir de 1896, com a inauguração da Estrada de Ferro Mogiana e posteriormente a sede da Estrada de Ferro Goiás (1910), a vida do Município passou por acentuado incremento, colocando-o entre os mais dinâmicos, populosos e prestigiados municípios triangulinos. 26


Rua Jaime Gomes. Ao fundo, parte da atual Igreja Matriz. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Pelas duas ferrovias que se entroncavam aqui, tudo era transportado entre São Paulo-Araguari-Goiás, vice-versa e várias cidades ao longo dos trilhos, em trens com as mais variadas cargas e em comboios de passageiros que marcaram época.

Nas décadas que se seguiram as atividades econômicas locais cresceram bastante e importantes empresas foram criadas atuando, inclusive, como exportadoras e importadoras, cerealistas, indústrias, comércio em geral variado e moderno etc., bem como intensa atividade agropastoril.

27


28


Entre os anos 1930 e 1960, Araguari foi o principal polo educacional da região, com o Colégio Sagrado Coração de Jesus (feminino), criado em 1918 e o Regina Pacis (masculino), instalado em 1926, nos quais vinham estudar, em regime de internato ou não, alunas e alunos de várias paragens de Minas, de Goiás, dentre outras. Destaque ainda para a Escola de Comércio Machado de Assis, Ginásio Dom Vital e para os estabelecimentos públicos e particulares de ensino de 1º grau. Na segunda metade da década de 1950, o Brasil optou de vez pelo transporte rodoviário e aos poucos a ferrovia perdeu espaço e importância. A nova política de transportes mudou o país e seus reflexos foram grandes, discutindo-se até hoje a relação custo benefício da mudança em termos macroeconômicos. É fato que a cidade sentiu o revés, ampliado pela mudança da sede da Estrada de Ferro Goiás para Goiânia em 1954, levando consigo centenas de ferroviários e respectivos familiares. O reencontro da cidade com a ferrovia deu-se em 1965, quando, com a missão de lançar os trilhos nos trechos Uberlândia – Araguari – Pires do Rio e Celso Bueno, demandando a Brasília, o 2º Batalhão Ferroviário aqui chegou no referido ano, transferido de Rio Negro PR, trazendo numerosos servidores civis e militares acompanhados de suas famílias, que aqui lastraram raízes.

29


Década de 1910 - Rua da Matriz, com destaque para a Igreja de Nossa Senhora do Rosário ao fundo e à esquerda a Casa Daher. O Largo da Matriz, hoje denominado Praça Padre Nilo Tabuquini, passou com os anos a ser diagnosticado como o berço inicial da cidade de Araguari por ter formado a primogênita nucleação urbana da outrora Freguesia.

30


Praça da Matriz. À direita da imagem e ao fundo, a atual Igreja do Rosário. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

No início da década de 1970, foi estimulada a diversificação agrícola no município, com o cultivo do maracujá, principalmente. E, em 1975, foi criado pelo Governo Federal o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polo Centro), com o objetivo de fomentar os estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

para implementação de inovações técnicas que tornariam o cerrado brasileiro apto à produção agrícola. Com larga extensão de terras de cerrado que pouco valiam, Araguari não perdeu tempo e fez bom trabalho junto a produtores rurais de diversos estados (Paraná, 31


São Paulo e outros) convencendo muitos deles a adquirirem por preço baixo, terras aqui e, com orientação, inovação, assistência técnica e financiamentos do citado Polo Centro, iniciar o cultivo de café, soja, dentre mais, nas áreas antes sem proveito e improdutivas.

públicas, de fomentar e motivar os empreendedores, de oferecer o exemplo de fé e de amor à cidade, de seriedade e de transparência em seus atos. Alinhada ao serviço público, a atividade privada é a grande impulsionadora do progresso, no comércio, na indústria, na prestação de serviços em geral, na agropecuária etc., não há como deixar de reconhecer que sua atuação é cada vez mais intensa, mais ajustada aos dias de hoje, mais dinâmica, eficiente e vestida de profissionalismo.

Em terra corrigida e irrigada, de fato “em se plantando tudo dá” e o Município produz hoje um dos melhores cafés do Brasil, concorrendo com os melhores do mundo, sendo também, grande produtor de soja, milho, além de tomate, hortaliças e outros.

A Araguari de ontem transformou-se na Araguari do presente, que está prenhe da Araguari do futuro. E, o futuro depende de todos a partir de uma realidade que é motivo de orgulho, entusiasmo e otimismo diante da Araguari de hoje, em resumo: 120 mil habitantes; 91 mil eleitores; 57 mil domicílios; 99% de domicílios com água encanada; 51 mil e 500 pontos de energia elétrica; 43 mil ligações de água; 95% de esgoto coletado; 100 % de lixo coletado; 80 mil veículos em circulação; 18ª economia de Minas Gerais; 19ª melhor cidade para se viver em Minas Gerais; 198ª cidade mais desenvolvida do Brasil (entre 5.570 mil cidades); 2º lugar em Minas Gerais na redução de crimes violentos; 1º lugar em Minas Gerais na redução de roubos consumados; Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB: 5,2 (MG, 5,2 – Brasil, 4,5); Índice de Desenvolvimento Humano - IDH: 0,77 (MG, 0,73 – Brasil, 0,72); Renda per capita R$24.881,83 (MG, R$23.649,21 – Brasil, R$24.065,00); Entre as 10 cidades que mais geram empregos em Minas Gerais; Excelente rede de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Superior, pública e privada; 2º melhor curso de Medicina de Minas Gerais, (segundo a Folha de São Paulo); Curso de Direito do IMEPAC com alto índice de aprovação nos exames da OAB; dentre outros.

Se Araguari já havia reconciliado sua história com a ferrovia, em 2001 foi o ano de voltar a ser um polo educacional regional, no segmento do ensino superior, com a chegada do IMEPAC – Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (antes, UNIPAC), que trouxe cursos como Administração, Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia de Produção, Enfermagem, Farmácia, Gestão em Recursos Humanos, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Pedagogia, Psicologia, que atraem jovens locais e de todo o Brasil em busca de seu futuro. Recentemente também, inovando na oferta de cursos na modalidade de Educação a Distância. Há 130 anos, nossos antepassados fundaram neste lugar uma cidade. Um lugar que é o espaço de vida no qual as pessoas percorrem o caminho entre o nascimento e a morte, numa espécie de jogos olímpicos com provas diversas, fáceis e difíceis, com vitórias, derrotas, alegrias, tristezas, esperança, descrença, altos e baixos. Vale repetir que uma cidade é construída por seu povo, pelos que nela acreditam e nela investem, pela iniciativa privada em todos os setores, cabendo ao poder público o papel de gerir os serviços públicos, de executar as obras

Dr. Neiton de Paiva Neves 32


Imepac e o crescimento de Araguari

Impulsionar carreiras profissionais de sucesso é uma das características que consagraram o IMEPAC, como uma instituição séria e dinâmica, dedicada à qualificação profissional, socialmente responsável e que fomenta, cada vez mais, o progresso educacional e o desenvolvimento social e econômico de Araguari. Como ex-prefeito, ex-deputado estadual e federal, agradeço, em nome de meus conterrâneos, a confiança e a oportunidade de acreditarem que Araguari teria o potencial necessário para o continuado sucesso do IMEPAC, que registra sua história com esplêndida reverência e deslumbre.

Minha tão amada cidade localizada no Triangulo Mineiro, sempre teve sua economia baseada na agricultura e pecuária. No entanto, nos últimos tempos passou por uma transformação positiva, com a vinda da Universidade Presidente Antônio Carlos - UNIPAC. Diante do perfil de luta e persistência desenhado por seus pioneiros e, por caminhos democráticos e participativos, a UNIPAC chegou ao complexo universitário que é hoje e, tornou-se o Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos - IMEPAC.

Milton de Lima Filho 33



Informaçþes sobre a cidade


Localização de Araguari

Está localizado no norte do Triângulo Mineiro, a uma altitude que varia entre 940 e 1.087 metros. O município tem uma área de 2.729,508 km², com 1.262 km² de área urbana e 1.481 km² de zona rural, e uma população de 116.691 habitantes, de acordo com estimativa do IBGE para 2018. A mesorregião é circundada pelos rios Grande e Paranaíba.

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MinasGerais_MesoMicroMunicip.svg


Gentílico: araguarino Aniversário 28/08 Bandeira de Araguari

A Bandeira de Araguari foi criada através da Lei n° 1156, de 7 de Julho de 1966 em conformidade com a Constituição Federal. O brasão tem um escudo no centro de retângulo branco, o escudo Sanifico, adotado para representar o Brasão de ARAGUARI. Foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal, por influência francesa, evocando aqui a raça latina colonizadora e principal formadora da nacionalidade brasileira. No alto, vê-se uma coroa mural de oito torres de prata, das quais apenas cinco são visíveis na perspectiva do desenho. Identifica o brasão de domínio, ou seja, sede de Comarca. O metal ouro no campo do escudo é símbolo heráldico de riqueza, esplendor, autoridade e liderança. Em campo de ouro, a letra “A” posta em abismo - centro ou coração do escudo, a inicial do nome “ARAGUARI”, e pela sua conformação gótica, lembra o TRIÂNGULO MINEIRO, onde se localiza a cidade. Ladeada por dois periquitos araguarinos ao natural, em ação de voo baixado, de que se origina o nome da cidade, serve de suporte ou apoio à letra “A”, esta representada na cor vermelha, simbolizando 37


a audácia, intrepidez, coragem, valentia, predicados que identificam os pioneiros desbravadores do agreste sertão brasileiro. Testemunhando a epopeia das Bandeiras de cuja ação resultou os fundamentos da cidade que é hoje ARAGUARI. Uma faixa azul ondulada, como suporte simboliza no brasão o rio das Velhas, hoje Rio Araguari, que serviu de roteiro natural à penetração dos bandeirantes. Dois ramos de arroz ao natural, entrecruzados em ponta lembram as riquezas oriundas da terra dadivosa e fértil, e no listel a frase é uma afirmação do dinâmico progresso da cidade de hoje, que se projeta no futuro, pela sua importância e avança no tempo, antecipando o que seria realizado no futuro, justificando o orgulho de seu povo ao afirmar em letras de ouro, a frase: “ARAGUARI, CIDADE SURPRESA”. A bandeira apresenta as oitavas de azul, com retângulo central branco, onde se aplica o brasão, tendo nos cantos do retângulo, quatro periquitos araguarinos, em ação de voo, de onde partem oito faixas, também brancas e carregadas de sobre faixas, dispostas duas a duas, em sentido horizontal, vertical, em banda e em barra.

38


39



Momentos eternizados: passado e presente


Avenida Tiradentes- Meados da década de 1920.

Na época da edificação da sede própria da primeira escola pública da cidade, o Grupo Escolar de Araguary (inaugurado em 1909). Ao término da obra a instituição passou à denominação de Grupo Escolar Raul Soares, em homenagem ao falecido governador do Estado de Minas Gerais. 42


Avenida Tiradentes. Escola Estadual Raul Soares 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

43


Década de 1920 - O hoje Colégio Berlaar Sagrado Coração de Jesus, da Congregação do Sagrado Coração de Maria, na época da inauguração de seu novo prédio.

Na fachada a data da construção é destaque, 1926. Nota-se à esquerda da imagem, a casa que serviu como primeira instalação da escola e foi demolida, no ano de 1952, para dar lugar a um edifício com quatro pisos o qual as religiosas usaram para o noviciado e o internato. 44


Rua Virgílio de Melo Franco. Complexo arquitetônico do Colégio Berlaar do Sagrado Coração de Jesus. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

À esquerda, aparece o edifício que tem sua parte inferior alugada para a administração municipal e acolhe o setor de Tributação. 2018.

45


Década de 1920 - Rua Rui Barbosa esquina com a Rua Afonso Pena. Foto: Antônio Gebhardt.

Aparecem na imagem imóveis que foram conservados ao longo do tempo e hoje abrigam, respectivamente, uma farmácia, lojas e um espaço de convívio social denominado Vitrola Ambiente Cultural.

46


Rua Rui Barbosa, esquina com Rua Afonso Pena, em 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

47


Década de 1920 - Praça David Campista. Foto: Antônio Gebhardt.

Anteriormente o logradouro teve outras denominações, como Largo nº 02, Largo da Misericórdia pela Lei 17 de outubro de 1901. Passou a Praça David Campista em 1911 e em 1964 se consolidou o atual nome, Praça Prefeito Elmiro Barbosa. A homenagem ao político, dentista, empresário e fazendeiro foi efetuada antes de seu falecimento ocorrido no ano de 1967.

Na imagem, aparece à esquerda o imóvel antecessor ao complemento do Colégio Sagrado Coração de Jesus, alugado à Prefeitura desde a década de 1970. E em destaque o Hotel Araguary, que foi adquirido por instituição de ensino e acoplado ao seu patrimônio, hoje principal entrada de alunos do Colégio Berlaar Sagrado Coração de Jesus, sistema COC. 48


Praça Prefeito Elmiro Barbosa. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

O antigo Hotel Araguary agregado ao patrimônio do Colégio Sagrado Coração de Jesus foi, a partir da década de 1980, a primeira sede do Conservatório Estadual de Música de Araguari. Com sua desocupação e reforma,

passou a ser a entrada de alunos do COC. À esquerda, antiga sede da Prefeitura Municipal de Araguari, alojando hoje órgãos da Administração Pública. 2018.

49


Década de 1920 - Rua da Estação, hoje Rua Marciano Santos, esquina com a Avenida Tiradentes. Foto Cartão Postal – Edição Carvalho & Co.

Aparece à esquerda a residência de Marciano Santos, comumente denominada pelos moradores de “palacete do Marciano” e à direita, a casa de seu filho, o médico

Dr. Joseh Jehovah Santos. Ainda aparece, ao fundo, a estação de embarque de passageiros da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro.

50


Rua Marciano Santos, esquina com Avenida Tiradentes. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Na década de 1970, ocorreu a substituição da residência do Cel. Marciano Santos por uma instituição bancária. Na mesma década, o complexo da Mogiana foi demolido.

Ainda, à direita, após algumas reformas de intervenção, a antiga residência Dr. Jeovah Santos foi extinguida para abrigar um prédio comercial. 2018.

51


Década de 1920 - Santa Casa de Misericórdia.

A instituição médica teve suas atividades, sob a ótica da filantropia, iniciadas em 1918. Os esforços para instalação começaram no ano de 1914. Esta denominação, para hospitais voltados para pessoas carentes tem sua origem em Portugal.

52


Santa Casa de Misericรณrdia totalmente modernizada. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

53


Aparece à esquerda o imóvel que, ao final do século XIX e início do século XX, serviu ao Paço Municipal, Cadeia e Fórum de Araguari. A igreja nesta época já havia sido modificada, tendo sua capacidade ampliada e a fachada alterada.

Década de 1920 - Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde. 54


55


Praรงa Padre Nilo Tabuquini, Igreja Matriz Senhor Bom Jesus da Cana Verde. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan. 56


57


1937 - Santa Casa de Misericórdia, após a reforma de ampliação que se iniciou no ano de 1934.

As campanhas em favor da Santa Casa foram intermináveis, transcorrendo por décadas, pois conquistando uma meta, imediatamente o provedor e seus diretores empenham-se em uma nova empreitada. 58


Centro MĂŠdico edificado no largo terreno da Santa Casa. 2018. Foto: GeĂłgrafo, Frederico Ozanan.

59


Década de 1930 - Igreja Presbiteriana localizada na Praça Manoel Bonito.

O templo que aparece na imagem foi construído no ano de 1908 e substituído pelo atual em meados da década de 1940.

Oficialmente a igreja foi implantada no município no ano de 1893. 60


Praça Manoel Bonito. Fachada da atual e imponente Igreja Presbiteriana. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

No passado, antes da denominação de Praça Manoel Bonito, o local era conhecido como Largo dos Protestantes devido a presença do templo. 2018. 61


Década de 1930 - Praça Manoel Bonito. Foto: Geraldo Vieira.

Bonito. Além destes, ainda foi conhecido popularmente como Largo dos Protestantes, devido à igreja e Largo da Gameleira referente a uma árvore da espécie existente no local, isto antes da concepção do primeiro paisagismo na década de 1920.

A praça teve vários nomes, o primeiro foi Largo nº 05, passando, em 1906, a Praça Francisco Salles. No início da década de 1930, em homenagem póstuma, e sem muito apoio popular, foi alterado para Praça João Pessoa. Em 1938, enaltecendo os feitos do empresário Manoel dos Santos Laureano, passou finalmente a Praça Manoel 62


Vista Parcial da Praça Manoel Bonito. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Nota-se a presença de dois importantes exemplares arquitetônicos remanescentes de outrora, que eram a residência de Adalcindo de Amorim (à esquerda, segundo prédio) e ao lado, a residência e consultórios da família Barbosa. 2018.

63


Década de 1930 - Igreja Presbiteriana localizada na Praça Manoel Bonito.

O templo que aparece na imagem foi construído no ano de 1908 e substituído pelo atual em meados da década de 1940. Oficialmente a igreja foi implantada no município no ano de 1893.

64


Rua Doutor Afrânio com Praça da Matriz. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Muitas mudanças ocorreram neste logradouro que teve muitos imóveis demolidos ao longo do século XX e início do XXI. À esquerda observa-se ao fundo a presença do Edifício Araguari, que foi concluído no ano de 1969. 2018.

65


Década de 1930 - Rua Coronel Jose Ferreira Alves. Fachada da sede da Câmara Municipal. Foto: Cartão Postal - Edição Carvalho Filho & Co.

66


Rua Coronel José Ferreira Alves. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Imóvel construído no início do século passado como residência do Cel. Olympio dos Santos. Ocupou o cargo de Agente executivo no período de 1898 a 1915. A casa passou para o poder público em 1916. Desde então, é sede do Poder Legislativo Municipal. Atualmente o imóvel abriga o plenário da Câmara, gabinetes dos Vereadores e um Museu Legislativo. 2018. 67


Década de 1930: Rua Coronel José Ferreira Alves. Sede da Cadeia Pública e Fórum. Foto: Cartão Postal Edição Carvalho Filho & Co.

68


Rua Coronel Jose Ferreira Alves, antiga Cadeia Pública e Fórum. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Já há algumas décadas, o prédio da atual Casa de Cultura de Araguari é palco de manifestações artístico-culturais, como: música, dança, teatro, exposições de artistas locais, regionais e nacionais. É interessante destacar que no passado o espaço cerceava a liberdade das pessoas.

Como espaço cultural, permite-se viajar pelos diversos segmentos artísticos sem se prender às fronteiras do local.

69


Década de 1930 - Instalações do Colégio Regina Pacis e sua capela na Avenida Minas Gerais. Foto: Antônio Gebhardt.

O Colégio Regina Pacis foi inaugurado no ano de 1926, em imóvel alugado na Avenida Bôa Vista, pelos padres da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. No ano de 1927 a instituição teve suas atividades iniciadas em sua sede própria, e em 25 de fevereiro de 1929 foi celebrada a primeira missa na capela. Trilhando 70


Complexo Arquitetônico do IMEPAC Araguari. 2018 Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

caminho de muito êxito nas décadas posteriores, foi desativado totalmente no ano de 1996. Como já dividia espaço com a FAFI - Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Araguari, esta instituição permaneceu no imóvel. Em 2001 a FAFI foi incorporada pela UNIPAC, hoje Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos - IMEPAC. 71


Década de 1930 - Entrada do Colégio Regina Pacis, localizada à Avenida Minas Gerais, esquina com a Rua Padre Anchieta.

No terreno, ainda sem construção, foi edificado, na década de 1940, um amplo edifício para abrigar alunos do internato, semi-internato e seminário. Com sua desativação, serviu de sede para o Colégio Objetivo de Araguari, sendo depois integrado ao IMEPAC.

72


Complexo do Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos - IMEPAC Araguari. 2018 Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

73


74


DÊcada de 1930 - Rua Marciano Santos, esquina com Avenida Tiradentes. Inauguração da bomba de gasolina da Casa do Serrador, uma das primeiras da cidade. 75


76


Rua Marciano Santos esquina com Avenida Tiradentes. Posteriormente à Casa do Serrador, o imóvel abrigou o Externato Santa Terezinha e depois, a Tipografia São José. Atualmente funcionam lojas populares de produtos importados e nacionais. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 77


Década de 1930 - Avenida Tiradentes. Na bucólica imagem aparecem: o Foto Cardoso, a residência de Antônio de Almeida e ao fundo, respectivamente, as casas de Joseh Jehovah Santos e Marciano Santos. Foto: Gerônimo Cardoso.

78


Ao longo dos anos houve uma repaginação quase integral deste quarteirão da Avenida Tiradentes. Nota-se nitidamente a ausência do canteiro central e novas edificações em substituição às anteriores. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

79


Década de 1940 - Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.

Edificada em meados do século XIX, formou o Largo do Rosário que posteriormente, viria a ser sede do bairro de mesmo nome. Acolhendo para os ritos sacramentais a população negra e menos favorecida, com o passar do tempo procurou manter os vestígios antepassados de

seus frequentadores, inserindo nas festas elementos africanos como as Congadas, Moçambiques e Catupés. A secular igreja foi demolida no ano de 1953, para dar lugar a nova construção que hoje conhecemos.

80


Igreja do Rosário atualmente. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Construída na década de 1950, teve sua primeira etapa inaugurada no ano de 1956, por ocasião da festa de São Benedito. O altar-mor e a mesa eucarística foram edificados no ano de 1958. 2018.

81


Década de 1940 - Igreja Matriz Senhor Bom Jesus da Cana Verde.

No ano de 1943, aos 31 de outubro, foi instalado na Praça da Matriz um monumento ao Sagrado Coração de Jesus. E no ano de 1947, novo calçamento do logradouro foi efetuado. 82


Igreja Matriz Senhor Bom Jesus da Cana Verde. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

A secular praça, recentemente, recebeu total remodelação, com projeto de sua agregação ao espaço da Igreja. A intervenção visou o resgate de seu antigo formato quando o largo era parte territorial da igreja. 2018. 83


Década de 1940 - Estação de embarque de passageiros da Estrada de Ferro de Goiás. Foto: Geraldo Vieira.

A empresa férrea Estrada de Ferro de Goiás passou a operar no município em 1906 e edificou o majestoso prédio para o embarque durante os anos de 1926-1928.

84


Antigo imóvel da estação da Goiás, atualmente denominado Palácio dos Ferroviários, sede da Prefeitura de Araguari e do Museu dos Ferroviários. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Alguns anos depois, como mostra a imagem, o imóvel sofreu um acréscimo lateral permanecendo assim até os dias de hoje.

85


Década de 1940 - Rua Rui Barbosa esquina com a Rua Marciano Santos. Foto: Geraldo Vieira.

No local onde hoje se encontra a Casas Bahia, antes havia um emblemático edifício com função de comércio e residência na parte superior. O referido abrigou em áureos tempos a Casa Patrícia e depois, a Livraria São José.

86


Rua Rui Barbosa, esquina com Marciano Santos. A antiga Livraria São José deu lugar à nova edificação que abriga a Casas Bahia. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

87


Década de 1940 - Avenida Tiradentes esquina com a Praça Manoel Bonito. Foto: Geraldo Vieira.

Em destaque a residência assobradada de Orcalino Teodoro da Silva, que era importante pecuarista e empresário no ramo de garimpos. O imóvel, posteriormente, na sua parte inferior onde se localizava o porão, foi adaptado para um estabelecimento de salas comerciais. Ao final do ano de 1938, no local foi instalado o serviço provisório do Banco do Brasil. Desde então serviu a vários usos.

Avenida Tiradentes esquina com a Praça Manoel Bonito. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

88


Década de 1940 - Rua Marciano Santos esquina com a avenida Tiradentes. Foto: Antônio Gebhardt.

Aparece no canto direito a concessionária Ford da firma J. França & Filho. A empresa além de revendedora de carros e peças, tinha uma oficina e um posto de abastecimento de combustível. O imóvel há alguns anos abriga a Relojoaria Londres e a Buggy Acessórios. Rua Marciano Santos com Avenida Tiradentes. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

89


Década de 1940 - Rua Rui Barbosa esquina com a Rua Rodolfo Paixão. Foto: Geraldo Vieira.

Aparece em destaque o sobrado da família Abbud, edificado em 1915 por José Elias Abbud. Na parte inferior, segundo conta-se a primeira locação foi para Carlos Beliskein, um russo que trabalhava com roupas feitas com sistema de pagamento à prestação, até então inédito na cidade. 90


Rua Rui Barbosa esquina com Rodolfo Paixão. Observa-se ao fundo a presença do Edifício Magalhães Pinto (inaugurado em 1966) e o sobrado da família Abbud nos dias atuais. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Em 1937, funcionou o Banco Comércio e Indústria de Minas Gerais. Após muitas mudanças na parte inferior, vários estabelecimentos tiveram sede no local. A família residiu por muitas décadas na parte superior até que o local também foi destinado a locação de salas. 91


Década de 1940 – Parte inferior da Praça Manoel Bonito. Foto: Geraldo Vieira.

Na imagem o emblemático conjunto de imóveis edificados por Manoel dos Santos Laureano, o Manoel Bonito. No primeiro plano, o imóvel que abrigou na parte superior CRA (Clube Recreativo Araguari) e ao longo dos anos serviu a vários usos. Sua parte inferior, sempre teve fins

comerciais. Em seguida, aparece o Palace Hotel (que no terraço sediou a primeira locação da PRJ-3 Rádio Araguari) e o Cine Teatro Rex (hoje, Napolitano Restaurante e Café).

92


Na atualidade, o conjunto arquitetônico da parte inferior da Praça Manoel Bonito permanece resguardado através do tempo e com adequações para usos comerciais. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

93


Década de 1940 - Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde. Foto: Geraldo Vieira.

A igreja inaugurada no ano de 1941 foi edificada após a demolição integral da, quase secular, antiga matriz. Na década de 1960, com intuito de ampliação de espaço 94


Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde com seu formato amplo, tem ao seu centro uma abóboda de alumínio, marca de sua arquitetura modernista. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

para os fiéis e inspirados nas mudanças de percepção daquele tempo, a Igreja Matriz foi novamente alterada com a construção do templo que hoje conhecemos. 95


Década de 1950 - Praça Manoel Bonito, esquina com Rua Rui Barbosa. Sede do Banco de Comércio e Indústria de Minas Gerais. Fundado no Brasil em 1923, foi inaugurado em Araguari em 16 dez. 1934, à Rui Barbosa, 17. Celebrou nova sede em 03 nov. 1967 na Praça Manoel Bonito. Foto: Simão Costa Neto.

O Itaú foi inaugurado em 05 set. 1975 na antiga sede do Banco de Comércio e Indústria de Minas Gerais, sob as bênçãos do Bispo Dom Almir Marques. O imóvel foi

totalmente remodelado para abrigar o órgão. A origem do Itaú provém da Cia. Cimento Portland Itaú fundada em 1937 e devido ao seu progresso, seus diretores 96


Rua Rui Barbosa esquina com Praça Manoel Bonito. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

resolveram configurar também um banco. Com diversas mudanças no nome ao longo dos anos, devido a fusões, permaneceu por volta dos anos de 1970 como Banco

Itaú S/A. O prédio recebeu total remodelação por volta dos anos de 1980/1990. 2018.

97


Década de 1950 - Avenida Joaquim Aníbal, número 802, esquina com Rua Luiz Schinnor, sede da Cooperativa de Consumo dos Servidores da Estrada de Ferro de Goiás Limitada. Foto: Geraldo Vieira.

Na cooperativa os associados tinham acesso a gêneros alimentícios, farmácia e tecidos, além de se reunirem para deliberarem sobre os nortes da entidade e para elegerem seus representantes. A confraria dispunha,

também, de empregados contratados para os trabalhos em prol dos filiados. Na década de 1950 foram presidentes Luís Lins Monteiro de França e Álvaro Cecílio de Oliveira; na década de 1960, Otto Tormim e nos anos 98


Avenida Joaquim Aníbal, esquina com Rua Luiz Schinnor. Prédio da CCSEFGL (Cooperativa Consumo Servidores Estrada de Ferro de Goiás Limitada), há algum tempo sem atividade. Antes de sua desativação, esta instituição foi dirigida por Napoleão Rodrigues Borges. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

de 1970, Alaor Luiz dos Santos. Com o desfalecimento dos serviços férreos e as mudanças no modo de vida, a entidade entrou em declínio.

99


Década de 1950 - Travessa São Bento. Foto: Geraldo Vieira.

Composta de poucos metros, a Travessa São Bento tem nome popular e não teve uma lei de denominação. Inserida entre dois imóveis imponentes, à esquerda a residência de Ricardo Paranhos e à direita o Cine Teatro Rex, ela acabava na Rua Rio Branco. Na época não tinha ainda a

abertura que ia até a Avenida Coronel Teodolino Pereira de Araújo. Ao longo dos anos, o imóvel residencial se tornou hotel, depois lojas e o terreno de seu quintal foi ocupado por outra edificação como mostra a imagem.

100


Travessa São Bento. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Aparecem os imóveis na esquina com a Praça Manoel Bonito, citados na imagem comparativa e ainda, ao fundo, o antigo Clube Recreativo Araguarino concluído nas décadas entre 1960 a 2018.

101


Década de 1950 - Rua Rio Branco. Foto: Antônio Gebhardt.

Aparece no destaque no lado esquerdo, dois imóveis edificados por Manoel dos Santos Laureano. O sobrado com uso residencial e comercial alojou a Mercearia Triângulo e nos últimos tempos, serviu de locação para a loja 1001 utilidades 1,95, a Art & Tapete e atualmente a Armarinhos Artesanal.

A residência de formato geminado compõe um conjunto de três imóveis idênticos, que com o passar dos anos sofreram muitas transformações internas e outras externas para acolherem comércio, profissionais liberais e prestadores de serviços.

102


Rua Rio Branco, esquina com Brasil Accioly. As edificações erguidas por Manoel Santos Laureano, ainda denotam sua imponência no logradouro. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Do lado direito, o imóvel de esquina com a Rua Brasil Accioly, hoje Drogaria Central, foi local de funcionamento da primeira agência da Caixa Econômica Federal na cidade.

103


Década de 1950 - Avenida Tiradentes. Foto: Geraldo Vieira.

Aparece no canto esquerdo a Igreja Presbiteriana que foi edificada na década de 1940, após a demolição de sua antiga instalação. Na atualidade o templo atende pelo nome de Igreja Presbiteriana Central de Araguari, subordinada à Igreja Presbiteriana do Brasil. 104


Avenida Tiradentes. Aparecem à esquerda: Igreja Presbiteriana, Edifício Nephtali Vieira e a ACIA (Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e de Prestação de Serviços de Araguari). 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Nota-se, também, no retrato, a linda iluminação do logradouro com postes encravados em pequenos canteiros centrais.

105


Década de 1950 - Rua Rio Branco, aparecendo os Correios e a Companhia Telefônica de Araguari. Foto: Antônio Gebhardt.

A Companhia Telefônica de Araguari, de caráter privado, foi inaugurada oficialmente no logradouro em 1955, sendo que o serviço telefônico na cidade havia se iniciado desde 1910. Quanto aos Correios, ele foi implantado na cidade mesmo antes da denominação Araguari. 106


Rua Rio Branco. Agência dos Correios preservada, 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

O prédio da extinta Companhia Telefônica Araguarina foi totalmente modificado para abrigar uma galeria de lojas. A primeira agência postal da vila de Brejo Alegre foi criada em 12 de setembro de 1883 sendo administrada por pessoas da área privada e residentes na comunidade.

Na Rua Rio Branco passou a funcionar após o ano de 1954, com a edificação da sede própria.

107


Década de 1950 - Rua Brasil Accioly esquina com Rio Branco.

O edifício foi construído por Petrônio Accioly & Cia, que adquiriu o terreno em 1946 do Banco de Crédito Real de Minas Gerais S/A que ficava anexo à Praça Manoel Bonito esquina com a Rua Rui Barbosa. Era Concessionária Chevrolet. Depois o imóvel abrigou a famosa Casa Patrícia. 108


Rua Brasil Accioly, esquina com Rio Branco. Antiga Casa Patrícia, Consórcio Adcar e atualmente loja de vestuário. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

109


Década de 1950 - Inauguração do Centro de Puericultura e Pediatria Palácio da Criança, gerido pela AMPI. Foto: Geraldo Vieira.

A AMPI (Associação Araguarina de Amparo à Maternidade e Proteção à Infância), sem fins lucrativos, foi fundada em 1957 e mantinha assistência médica às crianças e a suas genitoras, além de outras atividades baseadas no

cuidado e higiene. Com a criação INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) na década de 1960, a instituição adotou parceria e o serviço passou a ser público.

110


Rua José do Patrocínio. Atualmente no piso superior, sede da Academia de Letras e Artes de Araguari. No piso inferior, Delegacia da Mulher e Polícia Civil. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Após a desativação da AMPI, o imóvel abrigou por cerca de 30 anos a Biblioteca Pública Municipal, posteriormente denominada Biblioteca Pública Municipal “Professor Paulo de Oliveira”. 111


Década de 1950 - Edificação da agência do BEMCA (Banco Mineiro de Produção S/A). Foto: Geraldo Vieira.

Instalado no município na década de 1940, transferiu-se para sede própria na década de 1950. No decênio seguinte, ocorreu a fusão entre o BEMCA e o Banco Hipotecário e Agrícola de Minas Gerais, surgindo o BEMGE (Banco do Estado de Minas Gerais). Na década de 1990 o BEMGE deixou a instalação, sendo posteriormente extinto. 112


Atualmente, sede administrativa da FAEC (Fundação Araguarina de Educação e Cultura) e alguns de seus departamentos. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

O imóvel foi adquirido pela PMA (Prefeitura Municipal de Araguari) que inicialmente recebeu a Secretaria de Educação e posteriormente passou a ser sede da FAEC, com seus departamentos: Biblioteca Pública Municipal “Prof. Paulo de Oliveira”, Arquivo Histórico e Museu “Dr. Calil Porto” e a Divisão de Patrimônio Histórico. 113


Década de 1950 - Rua José do Patrocínio esquina com a Praça Getúlio Vargas. Foto: Geraldo Vieira.

Aparece no destaque a residência do Sr. João Accioly. A Praça Getúlio Vargas, ao longo dos anos, recebeu alguns imóveis de grande valor arquitetônico. Muitos deles, permanecem no logradouro revelando aspectos

da época em que foram edificados. Ao fundo, aparece ainda, o prédio da antiga Escola Técnica de Comércio e Ginásio Dom Vital, inserida na Praça Getúlio Vargas na década de 1940.

114


Antiga residência na Praça Getúlio Vargas, atualmente sede da Secretaria Municipal de Trânsito. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

115


Década de 1950 - Rua Gonçalves Dias. Foto: Geraldo Vieira.

No primeiro plano o Educandário Lar das Crianças, subsidiado pela Sociedade São Vicente de Paulo. O Lar das Crianças foi construído entre 1948 e 1951 à Rua Gonçalves Dias, nº 281, frente à entrada do asilo, sendo inaugurado em 20 de maio de 1951. Posteriormente, em 1952, ao seu lado, a Igreja de Nossa Senhora das Graças foi edificada. 116


Lar das Crianças. Nota-se a alteração do telhado na configuração atual do prédio da Rua Gonçalves Dias. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

117


118


Inaugurado em 23 de abril de 1953, pelo governador de Minas Gerais, Juscelino Kubistschek e pelo prefeito de Araguari, Dr. Adalcindo de Amorim. Posteriormente o aeroporto passa a denominar-se Santos Dumont.

Década de 1950 - Construção do edifício de embarque de passageiros do Aeroporto Municipal. Foto: Geraldo Vieira. 119


120


O aeroporto viveu seu apogeu durante as décadas de 1940 à 1960. Após esse período entrou em declínio até encerrar em definitivo os voos comercias já na década de 1980. Desde essa época, funcionam apenas os hangares de aviadores particulares, clube de aviadores e ocasionalmente é utilizado para pouso e decolagem de autoridades que visitam a cidade. 2018.

Fachada do Aeroporto Santos Dumont. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 121


Década de 1950 - Igreja Nossa Senhora de Fátima na Praça Augusto Diniz. Foto: Geraldo Vieira.

A igreja teve intervenções estendidas por muitos anos até sua total conclusão, que só ocorreu na década de 1960. Na mesma época foi inaugurada sua praça.

122


Entrada da Igreja Nossa Senhora de Fรกtima. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

123


Década de 1950 - Hospital Santa Catarina. Foto: Antônio Gebhardt.

Instituição médica inaugurada em 1956 no entorno da Praça Padre Nilo Tabuquini, pertencente ao médico Dr. Oabi Gebrim. Após longas décadas foi desativado e o imóvel passou a abrigar o Hotel Matriz. Na imagem, no canto esquerdo, aparece imponente a antiga residência da família Gebrim. 124


Praรงa Nilo Tabuquini. Antigo Hospital Santa Catarina. Atualmente, Hotel Matriz. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

125


Década de 1950 - Rua Brasil Accioly, aparecendo à esquerda o Banco de Crédito Real de Minas Gerais e abaixo a loja Petrônio Accioly & Cia.

Brasil Accioly era sócio junto aos seus irmãos na firma Petrônio Accioly & Cia, revendedora da marca Chevrolet. Quando em 1949 Brasil veio a óbito, a municipalidade

no ano seguinte transformou a antiga Rua da Paz, em Rua Brasil Accioly, em apreço ao jovem empresário e grande desportista da cidade.

126


Rua Brasil Accioly, 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Observe a preservação de todos os principais edifícios mostrados na foto anterior. Mesmo com novos usos e intervenções em fachadas, o patrimônio predial se encontra mantido. 127


1951 - Fachada do Asilo São Vicente de Paulo.

Na década de 1930 iniciou um movimento social da SSVP (Sociedade São Vicente de Paulo) em favor da construção de abrigos que acolhessem os menos favorecidos. A iniciativa foi denominada no primeiro momento de Vila dos

Pobres e foi intitulada posteriormente, Asilo São Vicente de Paulo. Hoje, atende nominalmente como elemento congregador, Comunidade São Vicente de Paulo.

128


Fachada da Comunidade Sรฃo Vicente de Paulo. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

129


Década de 1950 - Loja Maçônica União Araguarina. Foto: Geraldo Vieira.

A Loja Maçônica União Araguarina foi instalada no ano de 1936, devido a fusão das Lojas Brasil Central e Triângulo

Mineiro e, logo depois, graças aos esforços de seus integrantes, mudou-se para a, hoje, Praça Farid Nader.

130


Praça Farid Nader. Loja Maçônica União Araguarina. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

131


Década de 1960 - Hospital São Sebastião. Foto: Geraldo Vieira.

As instalações médicas do hospital foram concluídas no ano de 1925 com nome de Casa de Saúde São Sebastião. Com mudança dos gestores originais, em 1948 a administração do hospital principiou obras de construção de uma nova ala e o novo complexo passou a receber, após

1952, a Casa de Saúde São Sebastião, enquanto a antiga ala foi reformada e passou a abrigar a Maternidade Santa Maria. No dia 20 de julho do ano de 1974, após ampla reforma de modernização, a instituição foi reinaugurada permanecendo o nome Hospital São Sebastião. 132


Hospital São Sebastião, 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Na Avenida Tiradentes o Hospital São Sebastião mantém sua fachada preservada. Nota-se a elevação do imóvel devido a rebaixamento da rua que ocorreu durante reformas da via. 133


Década de 1960 - Rua Rui Barbosa antiga Rua do Commercio. Foto: Geraldo Vieira.

O fluxo comercial da cidade se iniciou pelos logradouros Largo da Matriz, Rua Dr. Afrânio e Rua do Commercio, sendo que o último permanece até os dias de hoje como principal foco desta atividade na cidade, tanto em

134


Rua Rui Barbosa. Ao fundo parte inferior da Praça Manoel Bonito. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

movimento como em valorização predial. Ao longo dos anos foram inúmeros elementos comerciais que se destacaram na via, na imagem aparecem: Mário Relojoeiro, A Baiana, Agência de automóveis Dodge e a Riachuelo.

135


O estádio Sebastião César da Silva, casa do Fluminense de Minas Gerais foi palco de grandes jogos, que se tornaram clássicos do futebol na década de 1950. As Raposas araguarinas jogaram contra o Flamengo e o Fluminense do Rio de Janeiro, além do Cruzeiro.

O time também revelou grandes nomes que fizeram sucesso no futebol nacional, levando o nome da cidade de Araguari para todo o país.

136


Estรกdio do Fluminense, 2018.

137


1967 - Cine Teatro Rex, inaugurado em 1938.

Imagem revela o cinema por ocasião da estreia da película do diretor Luís Sergio Person sobre os injustiçados irmãos araguarinos acusados de latrocínio. O filme “O Caso dos Irmãos Naves” foi baseado no livro homônimo do advogado Dr. João Alamy Filho, defensor dos condenados. 138


Praça Manoel Bonito. Antigo Cine Rex, que funcionou até o ano de 1992 e desde a década de 1990, abriga o Napolitano Restaurante e Café. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

139


140


Em meados dos anos 1960, seguindo os passos da moderna capital Brasília - DF, a praça recebeu ampla repaginação. Foi construída uma estrutura com um palco elevado para apresentações cívicas e culturais. A obra teve como autor do projeto o renomado arquiteto João Jorge Coury. A inauguração oficial aconteceu em agosto de 1966, como parte das festividades em comemoração ao aniversário de elevação de categoria da cidade de Araguari.

1966 - Praça Manoel Bonito por ocasião da inauguração de sua remodelação. 141


142


Praça Manoel Bonito com todas as características arquitetônicas preservadas desde sua remodelação. Em destaque seu atual paisagismo com belas palmeiras. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 143


A praça de bancos contínuos, grande espaço aberto para o convívio e uma fonte luminosa sobre espelhos d’água complementaram o novo visual da praça, inaugurada em meados de 1960. Na imagem nota-se a presença de animais na fonte, que posteriormente foram extintos.

Década de 1960 - Praça Manoel Bonito com sua fonte e ao fundo o primeiro “arranha-céus” concluído na cidade, o Edifício Magalhães Pinto. Foto: Antônio Gebhardt. 144


Fonte da Praça Manoel Bonito. Observe a substituição do Prédio do Banco do Comércio e Indústria de Minas Gerais, pela nova edificação do Banco Itaú. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 145


Década de 1960 - Rua Marciano Santos, esquina com a Avenida Tiradentes.

Instalações da firma J. França & Filho, concessionária da renomada marca Ford. A empresa detinha filial também na cidade mineira de Monte Carmelo.

146


Rua Marciano Santos com Avenida Tiradentes. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

147


Década de 1960 - Cercania da Praça José Rodrigues Alves.

Na imagem, ao fundo direito, aparece a Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde em fase conclusiva de sua total remodelação. Nota-se ainda, a fachada com a torre da construção anterior, que foi a última a ser interferida.

148


Praça José Rodrigues Alves esquina com Praça Padre Nilo Tabuquini. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

149


Década de 1960 - Colégio Regina Pacis.

A escola em 1972, passou a coabitar com a instituição de ensino superior FAFI (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Araguari). Na atualidade o complexo abriga a sede do IMEPAC.

150


Avenida Minas Gerais. Fachada do Campus Universitรกrio IMEPAC. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

151


Década de 1960 - Rua Rui Barbosa, sede do Banco do Brasil S/A. Foto: Antônio Gebhardt.

A instituição bancária edificou o imóvel para ser sua agência na cidade, sendo que em 1963 passou a ocupar as instalações. Aos 03 de novembro de 1980, após a conclusão de um novo imóvel na Avenida Tiradentes, desocupou o prédio. Posteriormente, uma loja do conglomerado Magazine Luiza pertencente a proprietária homônima, passou a ocupar o local. 152


Rua Rui Barbosa, esquina com Rodolfo Paixรฃo. Antiga sede do Banco do Brasil. Atualmente, loja de departamentos. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

153


1967 - Educandário Espírita Eurípedes Barsanulfo. Foto: Antônio Gebhardt.

A instituição serviu de base educacional a inúmeras crianças que aprendiam, desde o ensino fundamental, até elementos que possibilitariam uma profissão. Também sedimentou seu apoio à filantropia, implementando

anexo ao educandário, o “Galpão da Sopa”, que, ainda hoje, colabora socialmente na distribuição de sopas e de cestas básicas.

154


Avenida Nicolau Dorázio, anteriormente Avenida Anhanguera. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

A antiga sede do Educandário Espírita, após sua desativação, abrigou algumas escolas e hoje é sede do Cine Teatro Odette Machado Alamy. E, ainda, mantém o galpão da sopa. 2018. 155


156


Em 1965 a Igreja de Nossa Senhora de Fátima iniciou um período de intervenção predial. O projeto era de conclusão da obra, visto que a igreja passou a receber fiéis sem ter sido totalmente acabada. O arquiteto espanhol Carlos Páchon Sanches, idealizou um interior ímpar na região. A fachada, ainda com tijolos aparentes, recebeu finalmente um projeto de acabamento.

Década de 1960 - Praça Augusto Diniz, Igreja Nossa Senhora de Fátima. Foto: Geraldo Vieira. 157


158


Praça Augusto Diniz inaugurada por ocasião da conclusão das obras da igreja na década de 1960. No destaque o arco de entrada e a Igreja Nossa Senhora de Fátima, 2018.

Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 159


Década de 1960. Rua Dr. Afrânio. No primeiro plano aparece o estúdio fotográfico “A Fotográfica” de Antônio Gebhardt, o Bazar Naves, a residência do Coronel José Ferreira Alves e ao fundo, na praça da Igreja Matriz, a Casa Paroquial Igreja Matriz. Década de 1960.

O alemão Antônio Gebhardt, chegou em Araguari logo depois de servir as forças armadas da Alemanha na Primeira Guerra Mundial em 1919. Seu destino era o Estado

de Goiás, mas decidiu permanecer em Araguari. Iniciou seu negócio de fotografias, tornando-se profissional conceituado que atuou por várias décadas na cidade. 160


Rua Dr. Afrânio. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Observa-se a extinção da firma A Fotográfica, que mesmo com a aposentaria do fundador atuou com seus descendentes até o ano de 2008. A partir de 1971, o tradicional Bar Apolo de Vilma de F. Clemente Salomão passou a

ocupar o espaço do antigo Bazar Naves. A residência do Coronel José F. Alves, permanece com seus descentes e ao fundo a Casa Paroquial continua servido aos párocos da Igreja Matriz. 2018. 161


Década de 1960 - Rua Gonçalves Dias. Aparece no primeiro plano a Igreja de Nossa Senhora das Graças, seguida pelo Educandário Lar das Crianças. Foto: Antônio Gebhardt.

162


Rua Gonรงalves Dias. Capela Nossa Senhora das Graรงas e Lar das Crianรงas. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

163


Década de 1960 - Estação Rodoviária localizada ao centro da Praça da Constituição. Foto: Geraldo Vieira.

A inauguração da Estação Rodoviária de Araguari, de caráter particular em sistema de concessão, ocorreu no dia 31 de janeiro do ano de 1959. Na década de 1980, o sucateamento do imóvel levou a municipalidade a projetar uma construção, edificada em concreto, em outro local, de maior acessibilidade. O referido foi denominado Terminal Rodoviário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 164


Praça da Constituição. Sede da UPA (Unidade de Pronto Atendimento). O logradouro hoje divide espaço com o CEMARB (Conservatório Estadual de Música e Centro Interescolar de Artes “Raul Belém”). 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

localizado na Praça Benito Felice. Com isto, um novo imóvel foi encravado no espaço antes ocupado pela antiga rodoviária, o Pronto Socorro Municipal. Com esta função operou até o ano de 2012, quando foi demolido para dar lugar à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que foi inaugurada em 2016. 165


166


Terminal Rodoviรกrio Presidente Tancredo Neves, localizado no Bairro Paraiso. Encravado na rotatรณria com Avenida Coronel Theodoreto Veloso de Carvalho e Avenida Mato Grosso. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan. 167


Final dos anos de 1960 - Vista aérea da Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde.

O templo católico foi totalmente remodelado nos anos de 1960, sendo sua cúpula concluída em fevereiro do ano de 1965. Mesmo com as obras de construção, as atividades

sacramentais continuaram sendo realizadas na igreja e muitos casamentos ocorreram com o templo inacabado. A fachada foi a última a ser alterada na intervenção.

168


Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde e sua Praça Nilo Ta­buquini, 2018. Registro aéreo captado por drone Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

169


Década de 1960. Foto: Geraldo Vieira.

Aparecem as obras de saneamento na esplanada da Goiás. E à esquerda, o Armazém de Cargas da Estrada de Ferro Goiás, hoje denominado Armazém da Educação “Alexandre Jairo Campos de Souza”. Este imóvel que

guardava as mercadorias para serem transportadas nos vagões de carga da empresa férrea, serve hoje à Secretaria Municipal de Educação e congrega também o Memorial da Imprensa.

170


Sede da Secretaria Municipal de Educação à esquerda. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

171


Década de 1960 - Praça Gaioso Neves, na época em que recebeu a pavimentação asfáltica. Logradouro localizado frente à estação de embarque de passageiros da Estrada de Ferro de Goiás.

172


Praça Gaioso Neves. Nota-se a preservação dos imóveis em frente ao, hoje, Palácio dos Ferroviários e a restauração da fonte luminosa. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

173


DĂŠcada de 1970 - Avenida Tiradentes. Destaque, Ă esquerda, para o extinto Externato Santa Terezinha que teve inaugurada sua sede prĂłpria no ano de 1955, sendo totalmente desativado nos anos de 2000 e demolido em 2011.

174


Avenida Tiradentes. Com a demolição um estacionamento e uma farmácia ocuparam o local do Externato Santa Terezinha. Nota-se, também, presença do prédio da Caixa Econômica Federal. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

175


O imóvel da Rua Marciano Santos abrigou a Caixa Econômica Estadual, inaugurada em 09 de dezembro de 1970. Depois, serviu a outras instituições financeiras, em caráter provisório, como a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. E, antes mesmo da sede estadual, já havia sediado o Banco Hipotecário.

Década de 1970 - Rua Marciano Santos. Foto: A Fotográfica. 176


Rua Marciano Santos. Antiga sede da Caixa Econômica Estadual, atualmente loja de calçados. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

177


Década de 1970 - Igreja de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e seu Mosteiro.

O templo foi construído com a ajuda do II Batalhão Ferroviário, da municipalidade e de vários benfeitores. A inauguração foi formalizada no dia 08 de dezembro de 1969, com festividades organizadas pelo saudoso Capelão Padre Eduardo Jordi.

178


Capela e mosteiro pertencentes a Igreja de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

179


Década de 1970 - Estação de embarque de passageiros da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro. Foto: Geraldo Vieira.

A empresa férrea Mogiana, instalada na Praça da Constituição, passou a operar no município de Araguari em 1896 e funcionou até a década de 1970. A empresa atuava com linha final em Araguari e ponto inicial na cidade paulista de Campinas, detendo também entroncamentos.

Com sua desativação todos os imóveis do complexo, inclusive a estação, foram demolidos e deram lugar a Avenida Batalhão Mauá e a construções na Praça da Constituição.

180


Praça da Constituição, 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Desde a segunda metade da década de 1970 a Cia. Mogiana foi extinta. O complexo da companhia era enorme e contava além da estação, com vários galpões e residências de funcionários.

181


Década de 1970 - Entrada do 2º Batalhão Ferroviário, o Batalhão Mauá.

Aparece em primeiro plano uma locomotiva. Hoje, a Locomotiva Rio Negro, em dias de exceção, como em atos solenes da corporação, deixa seu patamar de destaque e segue por caminho dentro do complexo militar em

182


Entrada Principal do 2º Batalhão Ferroviário - Batalhão Mauá. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

demonstração e saudosismo do grande papel desempenhado pelo Batalhão na construção de vias férreas e na manutenção de caminhos nos áureos tempos da ferrovia.

183


Década de 1980 - Realização de infraestrutura na Rua dos Portadores na Vila Goiás.

No bairro idealizado para servir de moradia aos funcionários da Estrada de Ferro de Goiás, suas ruas receberam o nome das profissões mais conhecidas no âmbito da ferrovia, como Rua dos Tatus (responsáveis pelas manutenção dos trilhos), Rua dos Foguistas (alimentadores das caldeiras), Rua dos Limpadores (limpezas de máquinas após o trabalho), e Rua dos Portadores (responsáveis pelas correspondências).

184


Rua dos Portadores no Bairro Goiรกs. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

185


Década de 1980 - Loja Maçônica Fênix nº 56, localizada na Avenida Mato Grosso.

A Loja Maçônica Fênix foi fundada em 1975 e em 1978 inaugurou sua sede à Avenida Mato Grosso. Uma curiosidade foi a águia instalada na fachada do prédio, restaurada por Honor Machado. O objeto antes ficava exposto na Av. Joaquim Aníbal, na antiga locação da Pharmácia Adalardo. 186


Avenida Mato Grosso. Loja Fênix nº 56. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

187


Década de 1980 - Rua Aurélio de Oliveira esquina com a Travessa Sete de Setembro.

Ao final do século XIX e nos primórdios anos do século XX, o Coronel Mariano Rodrigues de Carvalho foi o proprietário desta residência. Mariano era progenitor de Joaquim Rodrigues de Carvalho, conhecido vulgarmente como “Quinca Mariano”. O filho adotivo do Cel. Mariano,

José Vicente, recebeu o imóvel de doação e sua família por muitos anos ocupou o lugar. As últimas descendentes a residirem no imóvel foram Maria das Dores de Fátima Oliveira e sua mãe Maria Joana da Conceição Machado.

188


Rua AurĂŠlio de Oliveira com Travessa Sete de Setembro. 2018. Foto: GeĂłgrafo, Frederico Ozanan.

189


Década de 1980 - Travessa Sete de Setembro, aparecendo ao fundo a Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Alguns dos imóveis que aparecem na imagem foram demolidos ao longo dos anos. 190


Travessa Sete de Setembro. Ao fundo Igreja do Rosรกrio. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan. 191


192


Após a desativação integral das atividades férreas no complexo, a partir da década de 1970, o local ficou inabitado e sujeito a atos de ocupação e de vandalismo. Somente após o ano de 1997, com a compra do imóvel pela Prefeitura, a limpeza, a ocupação e a restauração começaram a ser implementados.

Década de 1990 - Estação de Passageiros da Estrada de Ferro de Goiás. Foto: Bruno Vieira. 193


194


Palácio dos Ferroviários, que teve sua restauração concluída no ano de 2005. Adotando novo uso, passou a ser a sede da prefeitura e do Museu Ferroviário, com o nome “Palácio dos Ferroviários”. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 195


Este imóvel residencial era pertencente a Adgar Ferreira Alves, sendo geminado com uma sala comercial onde ele montou sua farmácia. Depois deste uso, serviu de vidraçaria e a outros fins. No imóvel da residência ao final da década de 1980, após uma ampla reforma que recriou pinturas nas paredes, serviu como sede da Secretaria de Cultura

1996 - Residência na Rua Dr. Afrânio. Foto Silvana Vallinoto de Moraes. 196


do município. Após este período, voltou a ser moradia e nos anos de 2000 abrigou um bar noturno. Com sua comercialização, o novo proprietário optou por sua demolição e após embargo, abandonou a iniciativa.

Rua Dr. Afrânio. Ruínas do imponente casarão ornamentado com afrescos. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 197


1996 - O denominado “Palacete Verde” na Praça Manoel Bonito. Foto: Silvana Vallinoto de Morais.

O imóvel foi edificado na década de 1910 por Ricardo Paranhos para ser sua residência. Após seu falecimento na década de 1940, o prédio foi vendido e no decênio de 1970, após nova propriedade, se transformou no

Colonial Hotel. Com a extinção do hotel foi reformado para receber lojas e consultórios, atendendo pelo nome de Galeria Colonial.

198


Rua Doutor Afrânio esquina com a Praça Manoel Bonito. Antigo “Palacete Verde”. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

199


Década de 1990 - Rua Afonso Pena esquina com a Rua Jaime Gomes.

Imóvel edificado por Pedro Nasciutti para ser residência. Ele e sua família ocuparam o lugar até o falecimento do progenitor na década de 1940. Após este período, o edifício foi sempre locado a terceiros, sendo integralmente demolido nos anos de 2000, para dar lugar a uma clínica, o Centro Cardiológico de Araguari. 200


Rua Afonso Pena com Jaime Gomes. Clínica Médica. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

201


Década de 1990 - Palacete Jovino Araújo.

Edificado na década de 1970 para ser a residência do empresário Jovino, o imóvel foi ocupado até o ano de 2000 por integrantes da família. Após isto, foi vendido e seu proprietário optou por uma criteriosa restauração,

sugerindo o tombamento do imóvel em patamar municipal. Fato que ocorreu no ano de 2003, agregando formalmente critérios para sua preservação.

202


Palacete Sr. Jovino Araújo. Imóvel inventariado e tombado pela municipalidade. Após seu tombamento, foi totalmente restaurado e preserva suas características originais. 2018. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

203


Década de 1990 - Avenida Joaquim Aníbal.

O primeiro imóvel da esquerda foi demolido e ao lado aparece a Goiás Atlética. A Goiás Atlética era uma associação dos funcionários da extinta Estrada de Ferro de Goiás. Antes disto, foi construído em 1922 para ser moradia da família de Manoel dos Santos Laureano.

204


Avenida Joaquim Aníbal, esquina com Bias Fortes. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Aparece a antiga sede da Associação Atlética da Goiás hoje integrante da AGAPA (Associação Goiás Atlética de Aposentados e Pensionistas de Araguari). Nota-se um novo edifício ao fundo e a ausência do antigo casarão de característica colonial. 2018.

205


Acervo do Museu dos Ferroviários de Araguari, constituído de doações particulares, localizado na parte inferior do Palácio dos Ferroviários. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

Foi criado a partir do ano de 2006, por meio da Lei nº 4.228, e coabita espaço com a sede da Prefeitura Municipal. O museu é composto por objetos de trabalho, ferramentas, fotografias, textos, documentos históricos, depoimentos e diversos utensílios que faziam parte da rotina de trabalho dos ferroviários. 2018.

206


Interior do Museu Ferroviário com a exposição permanente do acervo que comtempla fragmentos históricos da memória ferroviária do município de Araguari e região. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.

207


Galpรฃo das oficinas da antiga Estrada de Ferro de Goiรกs, localizados no antigo complexo ferroviรกrio e abandonados desde o encerramento das atividades ferroviรกrias. 2018. Foto: Geรณgrafo, Frederico Ozanan.

208


No galpĂŁo de, outrora, intenso movimento, observa-se o total abandono e alguns importantes remanescentes operacionais, compostos de grandes tornos e mĂĄquinas pesadas. 2018. Foto: GeĂłgrafo, Frederico Ozanan.

209


210


Antiga Ponte do Pau Furado sobre o Rio Araguari. Servia de ligação entre os municípios de Araguari e Uberlândia. Este retrato integra o livro “A Natureza Ainda é Bela”, deste mesmo autor das imagens fotográficas. Com a construção da Usina Capim Branco Pau Furado, a antiga ponte foi suprimida, dando lugar à construção da barragem. 2000. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 211


212


Pontilhão da linha férrea sobre o Rio Araguari. A imagem mostra o rio já represado pela Usina Capim Branco. Na época de construção do viaduto, exatamente sob o “A” corria o leito original do rio. O mesmo, tinha seu curso encaixado nas rochas metamórficas das unidades geológicas do Grupo Araxá e Complexo Basal Goiano. Imagina-se que, na época do projeto e execução da obra, não seria interessante alocar um pilar de sustentação exatamente no leito do rio, tendo em vista a elevada energia nessa região de confinamento de suas águas. O formato de um “A” na estrutura reporta ao “A” de Araguari. 2010. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 213


214


Pontilhão da linha férrea sobre o Rio Araguari. Imagem obtida com uma máquina fotográfica Pentax 645N2 - Médio formato 6x4,5. Na parte superior da imagem está o município de Araguari. Abaixo, o município de Uberlândia. Fotografia obtida de um helicóptero. 2010. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan. 215


216


217


218


219


220


221


222


223


224


225

Palácio dos Ferroviários. Iluminação de Natal. 2014. Foto: Geógrafo, Frederico Ozanan.


226


227



O agronegรณcio: vigor da nossa terra


Araguari (cidade surpresa)

És primeira e última morada De ruas suaves próprias de ti És tu minha terra encantada Ufania mineira és tu Araguari Enlevo causa quem por ti passas Suas calçadas cheias de história Ornada por suas tão belas praças Do Triângulo é princesa e glória Ciciante cerrado e perfumadas matas Grotões poéticos e matinais serenatas Água mineral tem em suas cascatas São suas as serras azuis sinuosas Que encantam e cantam em prosas Herdades saudosas e formosas... Luciano Spagnol – Poeta mineiro do cerrado (Rio, 2011)

230


Observa-se a região limítrofe do topo da chapada, área mais alta e plana, com o Vale do Rio Araguari, área com a presença de vertentes com declividades mais acentuadas. Foto: André Azevedo.

231


232


Localizado na porção oeste do Estado de Minas Gerais na mesorregião do Triangulo Mineiro, o município de Araguari sempre teve sua história permeada pela vocação agrícola em suas atividades econômicas. Após a década de 50 do século passado, houve uma maior intensificação dessa atividade tendo em vista, inclusive, o processo de ocupação do Bioma Cerrado, em função da construção da nova capital Brasília, no distrito Federal, e a promoção dos planos de expansão da fronteira agrícola do governo federal (PROCEDER e POLOCENTRO). Esse conjunto de fatores promoveu a vinda de imigrantes do sul do país em função dos benefícios oferecidos pelo governo em ocupar toda essa região do Triangulo Mineiro, sudoeste do Estado de Goiás e uma porção do Estado do Mato Grosso do Sul. Observa-se que atualmente essa nova expansão da fronteira agrícola acontece nas regiões do norte do Estado da Bahia, sul do Pará norte do Mato Grosso, saindo então do Bioma Cerrado, adentrando ao Bioma Amazônico. Esses imigrantes do sul do país que aqui se estabeleceram, contribuíram em muito para o desenvolvimento das atividades de agricultura e pecuária no município. Atualmente devido ao emprego de modernas tecnologias e insumos, em toda a cadeia produtiva, associada a modelos de gestão de administração das atividades rurais, surgiu o termo que conhecemos como agronegócio.

Nota-se a presença de uma colheitadeira realizando a colheita de grãos. É uma área de baixa inclinação topográfica. Foto: André Azevedo. 233


Foto: Arquivo COOCACER.

Araguari é hoje, referência em diversas atividades agrícolas destacando-se pela produção de grãos de café de alta

qualidade e por abrigar uma das maiores feiras nacionais de irrigação cafeeira (FENICAFÉ). É também grande 234


Foto: Arquivo COOCACER.

produtor de soja, milho, tomates, banana, maracujá, entre outros. Na pecuária, o município ganha realce por possuir uma significativa bacia leiteira e indústrias de

laticínios. Bovinos de corte integram a economia local, além de possuir um frigorífico de importância regional. 235


Ao fundo nota-se a presença do sítio urbano de Araguari. Destaque para a região do Distrito Industrial, com o complexo do terminal de cargas da Vale, indústrias e armazéns da Selecta e ADM. Nesse local a estrutura de transporte ferroviário de cargas, é motivo de orgulho pra cidade, que teve em sua história e desenvolvimento econômico alicerçado na questão ferroviária. Foto: André Azevedo.

É importante ressaltar a geomorfologia do município de Araguari no que tange ao desenvolvimento das atividades agrícolas. Grande parte do município possui um

relevo do tipo chapada com característica de topografia praticamente plana, o que propicia o desenvolvimento de lavouras de milho, soja, café, entre outras, que possi-

236


Nota-se uma diversidade agrícola com soja, café, área de reserva legal e pastagens. Foto: André Azevedo.

bilitam o emprego de maquinários agrícolas sem grandes dificuldades. Onde não existe o relevo do tipo chapada, encontram-se vertentes de media e alta declividade,

onde se desenvolvem atividades de pecuária e produção de olericulturas.

237


Foto: André Azevedo.

Outro ponto a se destacar, refere-se ao grande manancial de água subterrânea do município, que propiciou o desenvolvimento das atividades com a utilização dessa água

para a irrigação. Do ponto de vista de canais de águas superficiais, o município possui significativos córregos,

238


Foto: André Azevedo.

ribeirões distribuídos em toda sua área, e, também, dois importantes rios em seus limites, sendo o Rio Araguari e o Rio Paranaíba. Frederico Ozanan Geógrafo. 239



A forรงa do cooperativismo em Araguari


Agência Centro inaugurada em 1999: Rua Marciano Santos, 136.

Há em Araguari, 06 cooperativas: 02 do ramo saúde, 01 do setor agropecuário, 01 de consumo e 02 de crédito.

de uma coisa: Cooperação. Logo a ideia cresceu, mais e mais pessoas começaram a acreditar nela e aí, tudo aconteceu. No princípio, 22 fundadores capitalizaram a cooperativa e começou então a trajetória da Aracoop - Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Comerciantes de Confecções de Araguari Ltda. Fundou-se então a primeira unidade na cidade de Araguari em outubro de 1999. A cooperativa cresceu, expandiu e conquistou cada vez mais cooperados para acreditar no cooperativismo.

O Sicoob Aracoop é uma cooperativa de crédito que conta com uma trajetória de valorização e reconhecimento da cidade de Araguari. A história começa em 1999, quando os diretores da CDL Araguari tiveram um sonho em conjunto, uma ideia que mudaria a história da cidade e da região: Fundar uma cooperativa de crédito. Para colocar essa ideia em prática, os diretores só precisavam 242


Agência Centro Atual: Rua Marciano Santos, 140.

Hoje, o Sicoob Aracoop é uma cooperativa de crédito de livre admissão, isto é, abrange atendimento às pessoas físicas e jurídicas de todos os segmentos, representa a maior cooperativa de crédito regional e está posicionada entre as 100 maiores cooperativas de crédito do Brasil. Conta com mais de 30 mil cooperados, 20 postos de atendimento localizados no Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Norte de Minas e administra mais de 600

milhões em ativos. A cidade de Araguari, além da Unidade Administrativa, contempla 04 postos de atendimento localizados nos bairros: Centro, Goiás, Miranda e Jardim Regina. Mais que um modelo de negócios, o cooperativismo é uma filosofia de vida que busca transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos.

243



Uma cidade e suas memรณrias


Essa Lembrança

Essa lembrança que nos vem às vezes... folha súbita que tomba abrindo na memória a flor silenciosa de mil e uma pétalas concêntricas... Essa lembrança...mas de onde? de quem? Essa lembrança talvez nem seja nossa, mas de alguém que, pensando em nós, só possa mandar um eco do seu pensamento nessa mensagem pelos céus perdida... Ai! Tão perdida que nem se possa saber mais de quem! Mario Quintana (A Cor do Invisível, 1989)

246


Desbravando o gigantesco território brasileiro aquele sertanista que recebeu a alcunha de Anhanguera, que por ter jogado pinga num rio, provocando fogo, ameaçou os índios dizendo que faria o mesmo em todos os outros, então eles, muito assustados, o apelidaram de “Anhanguera” que, no idioma indígena, significa “diabo velho”.

Gerais, relata que o nome araguá-r-y significa “água ou rio da baixada dos papagaios”. Mas o fato é um só: desde suas pequenas ruas, sua igreja que mostra fé pura, sua história viva e cheia de surpresas, seu povo que sempre faz o dia de todos ser sempre melhor, pois traz entusiasmo em seu viver.

Foi quando embrenhando pelo sertão de Goiás, em busca de ouro e índios para capturar e vender como escravos, certamente, passou por esta região onde, bem perto do apagar das luzes do final do século XIX, brotaria um tímido arraial que se caracterizava por uma ventania marcante em meio a um brejo sereno, que inspirava sorriso e este, sempre alegre.

Coisas dessa nossa Araguari que sempre nos vem à mente: - o caso tenebroso dos irmãos Naves – erro judiciário que maculou a justiça do Brasil; - a nossa sempre eterna PRJ 3 que abraçava o Brasil com seus cinco mil watts;

O arraial – de pequeno e temporário, tornou-se grande e eterno.

- o cineteatro Rex, que dava vida à praça Manoel Bonito, principalmente antes da primeira sessão de domingo, quando o vai e vem na sua calçada encantava a todos, pois a beleza das moças da cidade, desde esta época, era incontestável;

Da ventania – que de há muito se tornou uma brisa mais enérgica. O brejo – esse sim, continua fértil e rodeado dos mesmos rios. Alegre – espírito de uma criança que com seu jeito comunicativo acolhe de braços abertos os que aportam por aqui.

- seu centro movimentado com o Bar OK e a Boate Cairo, numa época, enquanto noutra o Bar Serrot e o Porãozinho e sempre no final da noite era lembrado o Corujão e, também, o Bar do Arédio e do Cabrito; tudo isso remete a momentos inolvidáveis;

O sorriso – límpido e franco por onde quer que se ande nesta feliz cidade.

- no futebol, o Araguari, o Fluminense e o inesquecível Operário movimentavam o mundo esportivo local;

Muitos pássaros bailam para lá e para cá e, dentre eles, o Psittacara leucophthalmus, um pequeno papagaio neotropical, muito comum no terreno alagadiço próprio desta região, também chamado de periquitão-maracanã, conhecido por aratinga-de-bando, maritaca e, dentre tantos outros nomes, destaca-se Araguari.

- o Clube Recreativo Araguarino, sempre engalanando com seus bailes de carnaval, dos mais elegantes e tantos outros; - sua história nos conta que seis hospitais serviam a população (hoje somente três), e - celeiro de nomes que nacionalmente mostram a sua

Joaquim Ribeiro Costa, em sua Toponímia de Minas 247


pujante cultura e, dentre tantos, é fundamental citar Geraldo França de Lima que ocupou a cadeira 31 da Academia Brasileira de Letras. Cantando seu hino, cuja letra é de Zequinha Torres e a melodia de Murilo Alvarenga, da dupla Alvarenga e Ranchinho, gravado em 1940, percebe-se que magicamente profetiza: Araguari dos meus sonhos Orgulho de Minas Gerais Relembro os dias risonhos Da mocidade que não volta mais. Vivo carpindo a saudade Saudade que me invade o ser. Araguari que me viu nascer Longe de ti não sei viver Araguari do meu bem querer Sem ti não posso viver. Ar perfumado Das flores do mato A noite as estrelas beijando o regato Tudo a sorrir em mágico esplendor. Araguari é um ninho de amor! William Gebrim Júnior

248


Galeria de prefeitos - Araguari (1884 – 2020)


José Rodrigues da Cunha

Início

Fim

Vice: João Rodrigues Peixoto Sobrinho

31/03/1884

06/01/1887

07/01/1887

24/09/1890

1890

1892

23/05/1893

1894

1895

1897

Substituto: José Carrijo Peixoto Substituto: Lindolfo Rodrigues da Cunha Agentes Executivos em exercício1885/1886: Elias Rodrigues Peixoto Carrijo Herculano José Siqueira Raphael Rodrigues Alves Vice: Theophilo de Godoy Substituto a partir de 1888 José Rodrigues Alves Vice: Padre João Carneiro de Castro Gestão: 24/09/1890 – 07/03/1892 Período transitório da Monarquia para a República. Aurélio Antônio de Oliveira 1º mandato Vice: Padre João Carneiro de Castro e José Carrijo Peixoto 2º mandato Vice: Antônio César de Siqueira

250


Olympio Ferreira dos Santos

Início

Fim

1ª Gestão

1898

1900

2ª Gestão todo período assumido por Nicolau Elias.

1901

1904

3ª Gestão

1905

1907

4ª Vice: Miguel José da Costa

1908

01/07/1912

5ª Vice: José Ferreira Alves assumiu interinamente em 1915

01/07/1912

1915

Adalardo Alberto Pereira da Cunha

08/01/1916

1922

1923

09/1930

Mário da Silva Pereira

10/12/1930

30/04/1933

Delermando Cardoso

18/05/1933

29/09/1934

Gestões:

Vice: Marciano Santos Marciano Santos Vice: Philadelpho de Lima No período de outubro e novembro de 1930, o Município foi governado por Conselho Consultivo, exercido por 05 pessoas.

04/1932 Carlos Antônio de Andrade interino.

251


José Jehovah Santos

30/09/1934

18/06/1945

Jaime Veloso Meinberg

19/06/1945

11/1945

Edmundo Augusto Lins

11/1945

02/1946

Jaime Veloso Meinberg

02/1946

05/1946

Elmiro Barbosa

26/06/1946

01/1947

José Antônio Saraiva

01/1947

04/1947

Elmiro Barbosa

13/04/1947

26/12/1947

Oswaldo Pieruccetti

27/12/1947

09/1950

31/01/1951

30/01/1955

31/01/1955

30/01/1959

Júlio Falcone assumiu de maio a junho de 1946

Vice: Elpídio Viana Canabrava Em 09/1950, assumiu o governo Theodolino Pereira de Araújo, Presidente da Câmara, devido ao afastamento do Prefeito e Vice-Prefeito. Adalcindo de Amorim Vice: Eduardo Rodrigues da Cunha Neto Eduardo Rodrigues da Cunha Neto Vice: Moisés de Carvalho Alves

252


José Jehovah Santos

31/01/1959

30/01/1963

31/01/1963

30/01/1967

31/01/1967

30/01/1971

31/01/1971

30/01/1973

31/ 01/ 1973

30/01/1977

31/ 01/ 1977

31/01/1983

01/02/1983

31/12/1988

1989

1992

Vice: Antônio Nunes de Carvalho Miguel Domingos de Oliveira Vice: Milton de Lima Filho Fausto Fernandes de Melo Vice: José Veloso de Araújo Milton de Lima Filho Vice: Fábio Divino de Oliveira Milton Lemos da Silva Vice: Luiz Fernando Belém Botelho Fausto Fernandes de Melo Vice: Luiz Cláudio Barreiros da Cunha Neiton de Paiva Neves Vice: Luiz Alberto de Fátima Rodrigues Wanderley Inácio Vice: Napoleão Rodrigues Borges

253


Miguel Domingos de Oliveira

1993

1996

1997

2000

2001

2004

2ª gestão: Vice: Marlos Florêncio Fernandes

2005

2008

Marcos Coelho de Carvalho

2009

2012

2013

2016

2017

2020

Vice: José Antônio Tomé Milton de Lima Filho Vice: Delermando Veloso de Araújo Marcos Antônio Alvim Vice: Marlos Florêncio Fernandes

Vice: Júberson Santos Melo Raul José Belém Vice: Werley Ferreira de Macedo Marcos Coelho de Carvalho Vice: Clayton Fernandes

254


Agradecimentos



Agradecimento especial

O parlamentar é casado com D. Amália Borges de Andrada e tem 8 filhos, dentre eles políticos como Lafayette Andrada, o ex-advogado geral da União e vice-procuradorgeral da República José Bonifácio Borges de Andrada, e o desembargador do TJMG Doorgal Gustavo Borges de Andrada que é pai de Doorgal Andrada, eleito vereador de Belo Horizonte - MG no último pleito. Brasileiro notável que vem dedicando a maior parte de sua vida à causa pública, Bonifácio Andrada, aliado de grandes conquistas, cumpre seu papel histórico não só na política, mas também na educação. É ele o responsável decisivo pela vinda da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC, hoje IMEPAC) para o município de Araguari - MG no ano de 2001, com apoio de seu filho Doorgal Gustavo Borges de Andrada, inaugurando um novo e importante marco de desenvolvimento local e regional.

Bonifácio José Tamm de Andrada Nascido em Barbacena – MG, é advogado, jornalista, cientista político, professor universitário, autor de dezenas de obras, reitor licenciado da UNIPAC e político brasileiro. É deputado federal desde 1979, encontrando-se em seu décimo mandato consecutivo.

Neste ano de 2018, Bonifácio Andrada decidiu deixar a vida pública e não mais concorrer a uma vaga no Congresso Nacional nas eleições. O desafio de prosseguir o bom trabalho por Minas e pelo Brasil ficará a cargo de seu filho Lafayette Andrada e do neto Doorgal Andrada, com novas ideias e uma trilha aberta pela frente.

Anteriormente, foi deputado estadual de Minas Gerais, de 1959 a 1975, e vereador de Barbacena, de 1954 a 1958, tendo assim exercido cargos legislativos por quase sessenta anos.

Com essa extensa e relevante trajetória, Bonifácio Andrada já escreveu seu nome em definitivo na história de nosso estado e país. Fazemos essa homenagem e o registro do agradecimento por tudo que ele ajudou a construir também em Araguari.

É filho de José Bonifácio Lafayette de Andrada e de Vera Raymunda Tamm de Andrada, e irmão do já falecido deputado José Bonifácio Tamm de Andrada. É ainda descendente do estadista José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência – irmão de seu trisavô, Martim Francisco Ribeiro de Andrada. 257



Agradecimentos

Aos colaboradores que dedicam seus melhores esforços profissionais em favor do desenvolvimento do Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos – IMEPAC Araguari Academia de Letras e Artes de Araguari - ALAA: Amariles Alves do Nascimento. Acadêmica Efetiva da Academia de Letras e Artes de Araguari (ALAA), ocupando a Cadeira de n° 30. Frederico Ozanan Ribeiro Pinto. Acadêmico Efetivo da Academia de Letras e Artes de Araguari (ALAA), ocupando a cadeira de n° 36. Demais Acadêmicos Efetivos da ALAA. Arquivo Histórico e Museu Dr. Calil Porto: Aparecida da Glória Campos Vieira Cristiane Alves Marques Alamy Eliane Rossi de Freitas Juscélia Abadia Peixoto Maria Consuelo Ferreira Montes Naves Demais Funcionários da Fundação Araguarina de Educação e Cultura - FAEC Sicoob Aracoop – Araguari/MG

259



Referências

Acervo de imagens do Arquivo Histórico e Museu Dr. Calil Porto. Araguari/MG.

PEIXOTO, Juscélia Abadia; VIEIRA, Aparecida da Glória Campos. A Ferrovia em Araguari. Goiânia, GO: Kelps, 2012.

ARQUIVO HISTÓRICO E MUSEU DR. CALIL PORTO. Marcas de um Tempo. Diário de Araguari. Araguari, 24 de maio 2000.

PEIXOTO, Juscélia Abadia; VIEIRA, Aparecida da Glória Campos. Araguari e sua história. Goiânia GO: Kelps, 2013.

BRESSON, Henri Cartier. Henri Cartier Bresson, o poeta da luz. Disponível em: https://focusfoto.com. br/henri-cartier-bresson-o-poeta-da-luz/ Acesso em 31/07/2018.

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAGUARI. Araguari em Dados, Araguari, 1975. PREFEITURA MUNICIPAL DE ARAGUARI. Araguari em Dados, Araguari, 1978.

DIÁRIO DE ARAGUARI. Você Sabia? A Origem do Município de Araguari. Araguari, 12 fev. 2011, Ano XV, n. 4466.

QUINTANA, Mario. A cor do invisível. Rio de Janeiro: Globo, 1989.

DIÁRIO DE ARAGUARI. Você Sabia? Araguary. Araguari, 06/07 março 2011, Ano XV.

QUINTANA, Mario. Caderno H, (1945-1973). Porto Alegre: Globo, 1973.

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL E CULTURAL DE ARAGUARI, FACULDADE DE FILOSOFIA CIÊNCIAS E LETRAS DE ARAGUARI. Coordenadoras NAVES, Maria Consuelo F. Montes; RIOS, Gilma Maria. Araguari Cem Anos de Dados e Fatos. Brasilia, DF: Mendes, 1988.

SPAGNOL, Luciano. Araguari (Cidade surpresa). Disponível em: <https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=183604> Acesso em 26/07/2018.

MAMERI, Abdala. Ventania. Araguari. 31 dez. 1956, n. 23/24. MEMERI, Abdala. Pelos Caminhos da História, Pessoas, Coisas e Fatos de Araguari. Araguari: Artgraf, 1988.

261



“O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.” Mario Quintana, in: Caderno H, (1945-1973), Porto Alegre: Editora Globo, 1973.




Esta edição foi composta com as fontes Chaparral Pro e Myriad Pro. Impressa em 2018. Editora C/Arte



Araguari foi e é construída por seu povo, pelos que aqui nasceram e pelos que vieram de fora, nela acreditando e investindo. Foi erguida pela iniciativa privada em todos os setores e pelo poder público em sua tarefa de gerir os serviços prestados aos cidadãos, e também de estimular e fomentar os empreendedores. O que se verá nas páginas dessa obra é um pouco disso tudo, dessa longa trajetória de 130 anos, com seus lugares e personagens. É um registro orgulhoso dos momentos de uma cidade construída com muito amor e muito trabalho por gerações e gerações de araguarinos, juntamente com aqueles que, como nós que para cá viemos, fizeram desta cidade a sua própria terra. Não faremos a Araguari do passado reaparecer, mas podemos contemplá-la e compará-la com o que temos, já pensando e sonhando com a cidade do futuro que estamos construindo no agora.

José Júlio Lafayette

Diretor Executivo do IMEPAC


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.