ENEM - História do Brasil

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História do Brasil

HISTÓRIA DO BRASIL UNIDADE 1 OS PRIMEIROS PASSOS DA COLONIZAÇÃO Os fundamentos da colonização A chegada dos europeus à América foi uma consequência direta do processo de expansão marítima das nações europeias dos séculos XV e XVI. A moral econômica da época era o mercantilismo, o qual tinha no metalismo seu pilar principal, medindo a riqueza de uma nação através de seu acúmulo de metais preciosos. Duas excelentes formas de se obter esse acúmulo eram através da descoberta de jazidas ou com o lucrativo comércio de especiarias. Nesse contexto, as colônias passaram a ter um papel fundamental para o entesouramento das potências europeias, pois tanto criavam a possibilidades de novas jazidas como produziam as tão desejadas especiarias. O pacto colonial, outro princípio fundamental do mercantilismo, garantia o monopólio dos valiosos produtos coloniais a suas metrópoles. Em termos gerais, a metrópole adquiria na colônia mercadorias nela produzidas e as exportava para outras nações europeias, o que fazia com que sua balança comercial ficasse sempre positiva e garantia o aumento de suas reservas em ouro. Dessa forma, a descoberta do Brasil foi de grande importância para o desenvolvimento econômico português, pois rendeu aos lusitanos grande lucro com o comércio do açúcar (então considerado uma especiaria) e possibilitou à coroa lusitana a extração de uma quantidade imensa de metais e pedras preciosas. Entre os anos de 1500 e 1822 o Brasil foi colônia de Portugal Período Pré-Colonial Quando a esquadra cabralina chegou ao Brasil, não avistou nada que justificasse economicamente sua imediata colonização. Nenhum dos nativos que habitavam o litoral apresentava ornamentos em ouro, prata ou pedras preciosas, o que indicava a inexistência de tais jazidas na região. Dessa forma, alguns dias após a descoberta, Cabral enviou um navio a Portugal para avisar a boa nova e seguiu com sua esquadra para as Índias, de onde levaria à Europa cravo, canela, pimentas, enfim, as valorosas especiarias orientais. Os primeiros trinta anos que se sucederam ao descobrimento ficaram marcados pelo comércio do paubrasil. Através do escambo com os povos nativos, os portugueses negociavam a extração e transporte da madeira em troca de objetos como pentes, espelhos e serrotes. Do pau-brasil era extraído um corante vermelho utilizado nas manufaturas têxteis da Inglaterra e, por isso, o produto alcançava um interessante valor comercial na Europa.

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Indígenas transportando o pau-brasil

FIQUE LIGADO NO ENEM! OS PRIMEIROS DONOS DA TERRA Quando os portugueses chegaram ao Brasil, existiam de 2 a 4 milhões de almas habitando nosso território. Diferente de outras regiões da América, onde encontramos a presença de grandes impérios, os indígenas brasileiros se dividiam em mais de 1.000 nações, com cultura, religião e costumes próprios. Diante dessa variedade, os índios brasileiros foram classificados segundo a língua que falavam. No território brasileiro existem mais de 150 idiomas indígenas diferentes, divididos em dois grandes troncos – Tupi e Macro-Jê – e 19 famílias. As tribos indígenas do tronco Tupi se encontravam no litoral do Brasil e foram os primeiros a terem contato com o homem branco. Dentre os tupis, destacam-se as tribos tamoio, guarani, tupiniquim, tupinambá e tabajara. As tribos indígenas do tronco Macro-jê eram encontrados principalmente no planalto central, mas também na serra do mar. As tribos de maior relevância desse tronco são: timbira, aimoré, goitacaz, carajá, bororó e botocudo. Esses povos tinham sua economia baseada na caça, pesca, coleta. Algumas tribos conheciam as práticas agrícolas, outras não. Tinham contato íntimo com a natureza e dela dependiam para tudo. Na mitologia de muitas tribos, os rios, as árvores, e até mesmo os ventos eram cultuados como deuses. A religião indígena era baseada na crença em espíritos de antepassados e em forças da natureza. Os índios faziam festas e cerimônias religiosas onde realizavam danças, cantavam e pintavam os corpos em homenagem aos espíritos da natureza e a seus antepassados. As sociedades indígenas eram igualitárias, ou seja, não existiam classes sociais. Havia, porém, uma hierarquização bastante clara. O cacique era o chefe político e administrativo da tribo. O pajé era o líder espiritual e cuidava da saúde dos membros da tribo, através da cura com plantas e rituais religiosos. O pajé também era o responsável pela transmissão da cultura e dos conhecimentos de uma geração à outra. Muitas tribos produziam objetos artesanais com elementos da natureza, como cerâmica, palha, cipó, madeira e ossos. O contato com o homem branco foi extremamente prejudicial para os povos indígenas, que perderam suas terras, foram escravizados e mortos pelos portugueses. Embora muitas tribos tenham resistido à dominação, essas levavam uma grande desvantagem em relação aos portugueses por não conhecerem as armas de fogo. As doenças trazidas da Europa também foram decisivas para a dizimação dos povos autóctones. Tribos inteiras desapareceram devido ao contágio da gripe e da sífilis.

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