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Cláudia Regina Silveira Doutora em Letras – Literatura Brasileira

ESTUDOS DE TEXTOS Vestibulares UFSC – UDESC – ACAFE 2020 A autora deste livro adverte: nenhum resumo substitui a leitura da obra original.

Florianópolis Edição do Autor 2019


Capa: Jessiane Motta Gabriela Zanin Projeto Gráfico: Elisa Vieira Queiroz Juliana Tonietto Diagramação: Jessiane Motta Revisão: Cláudia Regina Silveira Contato com a Autora: professoraclaudiasilveira@gmail.com www.facebook.com/professoraclaudiasilveira

S587e Silveira, Cláudia Regina Estudos de textos : vestibulares UFSC – UDESC – ACAFE : 2020 / Cláudia Regina Silveira. Florianópolis : Ed. do Autor, 2020,. 538 p. Inclui referências ISBN: 1. Língua portuguesa – Estudo e ensino. 2. Língua portuguesa – Gramática. 3. Literatura brasileira – História e crítica. 4. Exame Vestibular. 5. Língua portuguesa – Composição e exercícios. I. Título. CDU:806.90:37

Reservados todos os direitos de publicação total ou parcial para o autor. Impresso no Brasil.


PRÓLOGO Óióióió, tás tolo, tás? Oi, quiridus! Como vocês tão? Tudo certin? Cumigo tá munto bom! E tu, já lessi os livrinho da UXQUI da UDÉXQUI e da ACAFI desse ano, sô amarelo? Não?!? Meu Deuxxx! Tua mãe sabe disso, sô ixtepô? Ela tá pagando tua escola, e tu tás nessa vadiági? Sai desse zapzap e desse inxtagrã e vai estudá, seu peste! Ô raça triste... Ah! Qués sabê o que te espera esse ano no vestibulári? Hã, hã, nem te conto, ô ixtepô. Mintira, conto, sim, que tens que sabê, pruquê tá cheio de concorrenti por aí e tens que passá eles. Mas pra isso tens que ixtudá e ixtudá muuunto! Qués moleza? Senta na paçoca! Se não, vai pro mato pra vê se urubu te pinica, sô triste! Olha, negos, essi ano esse livrinho demorô um poquinho, mas antes tarde do que nunca, né? Mas tombém, tamo com uma novidade: aqui tem todos os estudos de texto que vais precisá pros trêx vestibulári, não tem? Uma côsa maix quirida que a ôtra. E cada côsa, rapázi... Tem pra todos os gosto: romance, poesia, conto, crônica. Tem livrinhu alegri e livrinhu triste... Por falá em tristeza, nego, tadinho do mô Avaí... Mas vamos falá de côsa boa: nesse ano, essa edição saiu maix tarde pruquê nós quiria colocá todos os livrinhu, e como as universidades botaro côsa diferente em tempos diferente, atrasô tudo... mas vamo lá que ainda dá tempo. Te organiza que dá! Pra UXQUI, temos o Cimintéro dos vivo, cruzi, nego, o Lima é muito down, me matei de tanto chorá; os Capitão das areia, do Amadinho, esse é quiridu, né? Apesá de triste... Tem tombém os Milagre do cão Jerônimo – Jesuisssssss! Milagre é a gente consegui entendê ele, né quiridus?, tem os Melhó conto da Lija, tem uns conto bem legal e ôtros uma côsa medonha, o Quarto de despejo, da Maria Carolina... uma tristeza que só tu vendo! E tem tombém um duma guria gaúncha, nego, o útero que é do tamanho do punho... já lêssi? Olha, essa gaúncha é munto


subversiva, não diz pra tua mãe que tás lendo isso, não nego, se não, tu vais apanhá nos córno. A UDÉXQUI, além do Cimintéro e dos Milagre do cão, botô maix três livrinhu diferente (que delícia, né, quiridus?): As memória póstuma do Brás Cubas, aquele burguesinho que dizia que era um defunto-autô, O conto da mulhé brasileira – só 19 continho pra ti lê, nego! Um amor! E os Melhó poema, do maluco do Leminski... Negos, tens que tá bem inspirado pra entendê a poesia do Leminski, que são muito quiridas, mas viági total, não tem? Parece inté que ele fumô um cigarrinho do capeta pra iscrevê aquelas poesia... A ACÁFI, pra não ficá por baxo, botô tombém três diferente (Senhô, me ajuda!). São uns medonho, né, quiridu? Fazê o quê... Fazê o quê? Tens qui lê, sô mandrião! E lê muito... Mas, já faz um bucado de tempo que são os mesmo livrinhu que ela cobra. Além dos Capitão das areia e do Quarto de despejo, tem tombém o Quarenta Dias, As fantasia eletiva (aquele da Copi, que amava tirá retrato) e os Zoio d’água, negos, que me dá inté água nos zoio só de lembrá da tristeza que é. Como podem ver, a maioria dos livrinhu lembram o mô Avai: uma tristeza só, mas são quiridus. Então, todas essas historinhas tão aqui nesse livrinho que eu fiz especialmente pra ti, quiridu e quirida. Pra te ajudá, eu coloquei as partes do livro em itálico, para tu sabê que quando é itálico é cópia do livrinho origináli; daí tu percébi bem o estilo dos autôri e podis fazê a prova bem feitinha. Mas atenção, isso não é um livrinho de resumo: é um livro de estudo de texto, qué dizê, além da síntese das historinha, tem todo um estudo sobre o livro, com exercícios pra vê se tu tás bem antenado, sô amarelo! Claro que preciso dizê que nada substitui a obra origináli, o interessante é si tu pudés lê a obra e depois esse livrinho, mas se não dé, tombém tá valendo. O importante é istudá e sabê que esse livrinho não faz milagre.


Tens que te ajudá tombém, ô ixtepô! Vai lê! Vai estudá! Vai ixcrevê! Falando em ixcrevê, rapázi, já ixcrevessi alguma redação esse ano? Então tá na hora, sô peste! Então, môs quiridus, se vocês quiséri entrá em contato cumigo pra qualqué dúvida, me inscreve, tá? Meu e-mail é o claudinhaifsc@gmail. com e tem tombém o feicebuque. Acessa Professora Cláudia Silveira – sô eu, quiridus! Olha que chiqueza. Boa diversão pra vocês, quiridus! Lê bem dereitinho tudo. Sucesso no vestibulári!

Bejins pra vocês!



SUMÁRIO 1.Como estudar literatura para o vestibular?.......................................11 2.Figuras de Linguagem....................................................................... 13 3.Escolas Literárias Brasileiras............................................................... 25 4.O cemitério dos vivos (UFSC e UDESC) .................................................43 5.Capitães da areia (UFSC e ACAFE).........................................................78 6.Quarto de despejo: diário de uma favelada (UFSC e ACAFE)............ 141 7.Os milagres do cão Jerônimo (UFSC e UDESC)................................. 181 8.Melhores contos (UFSC) ................................................................. 221 9.Um útero é do tamanho de um punho (UFSC)................................ 281 10. Memórias póstumas de Brás Cubas (UDESC)................................ 317 11.O conto da mulher brasileira (UDESC)........................................... 339 12.Melhores poemas (UDESC)............................................................ 383 13.Quarenta dias (ACAFE)................................................................. 406 14.As fantasias eletivas (ACAFE)........................................................ 443 15.Olhos d’água (ACAFE) .................................................................. 475 16.Gabarito ..................................................................................... 513 17.Referências .................................................................................. 533



COMO ESTUDAR LITERATURA PARA O VESTIBULAR? Depois das palavras da mané, as palavras da professora Claudinha... Estudar literatura para o vestibular exige o mesmo empenho que estudar para uma prova de Matemática, Física ou Química. Sim, as obras literárias indicadas pelas comissões dos vestibulares não estão ali para caracterizar “um momento de deleite” aos vestibulandos. Não! Ler uma obra para fazer uma prova é diferente de você ler um livro por hobby. Isso porque não basta “ter uma noção” das histórias. É preciso saber, e muito bem, sobre essas histórias e todo o contexto que a cerca (histórico, social e cultural). Assim, uma boa leitura exige que você tenha à mão caneta (ou lápis) e um caderno (ou folha de papel) para anotar elementos importantes da obra, tais como, o enredo, os personagens e algumas passagens que lhe chamam a atenção. Depois disso, você deve partir para uma pesquisa sobre o autor e a escola literária a que pertence a obra, observando suas características (e tudo isso você encontra neste livro de estudos de texto!). Tal como em uma prova de Matemática, em que a gente precisa fazer exercícios para treinar, para a prova de literatura você também precisará se exercitar. Não basta ler. Você tem que ter a certeza de que sabe o que leu – e isso não é só uma vez, não. O treinamento deve ser contínuo. A cada livro que você ler, faça os exercícios do livro anterior novamente. Neste livro, nós trazemos vários exercícios de cada obra para intensificar seu treinamento. Outra boa opção de se exercitar é procurar na internet questões de obras que já caíram nos vestibulares do país – esta é uma ótima oportunidade para você conhecer a prova para a qual prestará o concurso. Uma dica importante: organize-se. Faça um plano de estudos até o final do ano, mais especificamente até o dia da prova, e inclua a literatura nesse plano, assim como fará com as outras disciplinas. Não deixe


para ler as obras nos últimos meses ou no último final de semana antes da prova. Mesmo este livro que aqui está precisa de tempo para ser estudado – ele não faz milagre, galera! Programe-se para estudar apenas um livro de cada vez, fique uma semana, 15 dias estudando apenas um deles. Não seja afoito. Cuidado com os resumos de internet. Nem todos são confiáveis. O que é ideal? O ideal é você primeiro ler a obra original, fazer suas próprias anotações e depois ler este livro como apoio, ler as análises e depois fazer todos os exercícios. Assim você estará muito preparado. Mas, nem sempre o ideal é possível, porém não há motivo para pânico. Você poderá estudar por este livro tranquilamente, é seguro. Palavra da prof.! E qualquer dúvida pode me escrever ou mandar mensagem pelo facebook. Um grande abraço e espero que vocês gostem muito dessa edição. Professora Claudinha


FIGURAS DE

LINGUAGEM


FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de linguagem são recursos linguísticos utilizados para tornar nossas mensagens mais ricas e expressivas. As figuras de linguagem são classificadas em quatro tipos: figuras de palavras, figuras de construção, figuras de pensamento e figuras de som. Mas, antes de verificarmos o exemplo de cada uma delas, convém relembrar o que é denotação e conotação:

Denotação

Conotação

Quando a palavra é empregada em seu sentido real, literal. Ex.: A avó coseu uma colcha de retalhos. (colcha de retalhos = coberta feita à base de pequenos tecidos) Quando a palavra é empregada no sentido figurado, às vezes, permitindo mais de uma interpretação. Ex.: Minha vida é uma colcha de retalhos. (colcha de retalhos = recurso utilizado para dizer que a vida está toda fragmentada)

Agora que relembramos o que é denotação e conotação, vamos às figuras de linguagens, que são empregadas em seu sentido conotativo. 1. Figuras de palavras – são aquelas que se caracterizam por apresentar mudança no sentido real da palavra. São elas: metáfora, comparação, catacrese, metonímia, antonomásia (perífrase) e sinestesia.

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Metáfora - é um tipo de comparação em que o conectivo está subentendido. O segundo termo é usado com o valor do primeiro. Ex.: Meu filho é um doce. Comparação ou símile - aproximação de dois elementos realçando pela sua semelhança. Conectivos comparativos são usados: como, feito, tal qual, que nem... Ex.: Aquela criança era delicada como uma flor. Catacrese - metáfora tão usada que perdeu seu valor de figura e tornou-se cotidiana não representando mais um desvio. Isso ocorre pela inexistência de palavras mais apropriadas. Surge da semelhança da forma ou da função de seres, fatos ou coisas. Ex.: céu da boca; cabeça de prego; asa da xícara; dente de alho. Metonímia - uso de uma palavra no lugar de outra que tem com ela alguma proximidade de sentido. *A metonímia pode ocorrer quando usamos: a) o autor pela obra Ex.: Nas horas vagas, lê Drummond. (a obra de Drummond) b) o continente pelo conteúdo Ex.: Conseguiria comer toda a marmita. Comeria a comida (conteúdo) e não a marmita (continente) c) a causa pelo efeito e vice-versa Ex.: A falta de trabalho é a causa da desnutrição naquela comunidade. A fome gerada pela falta de trabalho que causa a desnutrição. d) o lugar pelo produto feito no lugar Ex.: O Porto é o mais vendido naquela loja. O nome da região onde o vinho é fabricado e) a parte pelo todo Ex.: Deparei-me com dois lindos pezinhos chegando. Figuras de Linguagem

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Não eram apenas os pés, mas a pessoa como um todo. f) a matéria pelo objeto Ex.: A porcelana chinesa é belíssima. Porcelana é a matéria dos objetos g) a marca pelo produto Ex.: - Gostaria de um pacote de Bombril, por favor. Bom Bril é a marca, o produto é esponja de lã de aço. h) concreto pelo abstrato e vice-versa Ex.: Carlos é uma pessoa de bom coração Coração (concreto) está no lugar de sentimentos (abstrato) Antonomásia - substituição do nome próprio por qualidade, ou característica que o distinga. É o mesmo que apelidado, alcunha ou cognome. Ex.: Xuxa (Maria das Graças); O Gordo (Jô Soares) Obs.: Para alguns autores, quando a substituição ocorre com nome de coisas (rio, cidade, etc.), chama-se Perífrase. Ex.: A Cidade Maravilhosa (Rio de Janeiro) recebe turistas o ano inteiro. Sinestesia - mistura da sensações em uma única expressão. Ex.: Que perfume gostoso. Mistura de paladar (gostoso) e olfato (gostoso) 2. Figuras de construção – são caracterizadas por apresentarem determinadas mudanças na estrutura comum das orações. São elas: anacoluto, anáfora, pleonasmo (ou redundância), polissíndeto, silepse, assíndeto, anástrofe, hipérbato e elipse. Anacoluto- interrupção na sequência lógica da oração deixando um termo solto, sem função sintática. Ex.: Pobres, até quando irão sobreviver? 16

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Anáfora- repetição de palavras. Ex.: Cantava, e ria, e trabalhava, e chorava. Pleonasmo (ou redundância) – repetição da mesma ideia com objetivo de realce. *Pode ser de dois tipos: a) Pleonasmo vicioso – subir pra cima, descer pra baixo. b) pleonasmo literário – As rosas, depositei-as no armário. Polissíndeto – repetição de conjunções (síndetos). Ex.: Estudou e casou e trabalhou e trabalhou... Silepse – concordância com a ideia, não com a forma. Ex.: Os manés (3ª pessoa) somos (1ª pessoa) muito gente boa. Pessoa Vossa Santidade (fem.) será homenageado (masc.). Gênero Havia muita gente (sing.) na rua, corriam (plural) desesperadamente. Número Assíndeto - ausência da conjunção aditiva entre palavras da frase ou orações de um período. Essas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas. Ex.: Nasci, cresci, morri. (ou invés de: Nasci, cresci e morri.) Anástrofe – é a inversão da ordem direta da frase, uma inversão simples do sujeito e do predicado. Ex.: Era um homem muito estranho, aquele sujeito. (ordem direta da frase: Aquele sujeito era um homem muito estranho.) Hipérbato – é uma inversão mais complexa que a anástrofe, com uma alteração um pouco mais acentuada. Figuras de Linguagem

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Ex.: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas/ de um povo heroico o brado retumbante” (ordem direta: As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico) Elipse - omissão de palavras ou orações que ficam subentendidas. Ex.: Marta trabalhou durante vários dias e ele, (trabalhou) durante horas.

3. Figuras de pensamento – são caracterizadas por apresentar ideias diferentes daquelas que normalmente a palavra sugere na frase. São elas: antítese, eufemismo, ironia, hipérbole, prosopopeia (ou personificação), gradação, apóstrofe e paradoxo (ou oximoro). Antítese - aproximação de ideias, palavras ou expressões de sentidos opostos. Ex.: Os bobos e os espertos convivem no mesmo espaço. Eufemismo – atenuação de algum fato ou expressão com objetivo de amenizar alguma verdade triste, chocante ou desagradável. Ex.: Ele foi desta para melhor. (evitando dizer: Ele morreu.) Ironia - forma intencional de dizer o contrário da ideia que se pretendia exprimir. O irônico é sarcástico ou depreciativo. Ex.: Que original essa blusa do ano passado. Hipérbole - exagero proposital com objetivo expressivo. Ex.: Chorei rios de lágrimas. Personificação (ou prosopopeia) – atribuição de características humanas a seres inanimados, imaginários ou irracionais. Ex.: As rodas da carroça gritavam de dor. 18

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Gradação – consiste em organizar uma sequência de ideias em sentido crescente ou decrescente. Ex.: Um dia, uma semana, um mês, um ano não fará diferença. Apóstrofe – é a invocação de alguém ou de alguma coisa (corresponde sintaticamente ao vocativo). Ex.: “Senhor, escutai a nossa prece.” Paradoxo (ou oximoro) – Aproximação de palavras ou ideias de sentido oposto em apenas uma figura. Ex.: “Estou cego e vejo. Arranco os olhos e vejo.” (Carlos Drummond de Andrade)

4. Figuras de som – são recursos que valorizam a expressividade do texto por meio da sonoridade, isto é, repetição de fonemas (sons). São elas: aliteração, assonância, onomatopeia e paranomásia. Aliteração – consiste na repetição de consoantes. Ex.: “A fossa, a bossa, a nossa grande dor.” Assonância – consiste na repetição de vogais. Ex.: “Chove chuva, chove sem parar...” Onomatopeia – uso de palavras que imitam sons ou ruídos. Ex.; De repente, bum! - uma bomba explodiu. Paranomásia – repetição de palavras cujos sons são parecidos (ou idênticos); é muito comum nos provérbios. Ex.: Quem casa, quer casa. O cavaleiro foi muito cavalheiro. Figuras de Linguagem

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EXERCÍCIOS 1. Marque V para as alternativas em que a figura de linguagem condiz com a frase dada e F para as alternativas que não condizem com a verdade. a) Faria isso mil vezes se fosse necessário – antítese ( ) b) Falta-lhe inteligência para compreender isso – eufemismo ( ) c) Muito competente aquele candidato, esquecendo-se de cumprir com suas promessas eleitorais – ironia ( ) d) “O amor que a exalta e a pede e a chama e a implora” – inversão ( ) e) “Saio do hotel com quatro olhos,/ Dois do presente,/ Dois do passado.” – antítese ( ) f) Proferiu um milhão de palavras tentando convencer-me de que tinha razão. – ironia ( ) 2. A frase: “Muito bom aquele encanador. Colocou em nossa casa vários canos furados.”, apresenta a seguinte figura: a) catacrese b) metonímia c) anáfora d) ironia e) elipse 3. A figura de linguagem que ocorre no trecho “A voz áspera daquele cantor nos fazia ter vontade de morrer” ocorre em qual outro destes? a) Aquela melodia era música nos meus ouvidos. b) Sentia o cheiro bom das flores. c) Cada vez que ela chegava perto, sentia o cheiro doce daquele perfume horrível. d) Todos podiam ver como ela era parecida com sua vizinha.

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4. No fragmento do romance O Cortiço: “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas.”, temos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem: a) metáfora e antítese b) metáfora e onomatopeia c) metáfora e comparação d) personificação e onomatopeia e) comparação e catacrese 5. “Aquele ser desprovido de inteligência era como palhaço: não queria saber de nada, só contava piada e fazia graça até que todos morressem de rir. Era uma situação difícil, até uma porta pensa mais que ele!”. O texto possui as seguintes figuras: a) Eufemismo – Comparação – Hipérbole – Personificação b) Zeugma – Metáfora – Hipérbole – Personificação c) Eufemismo – Metáfora – Hipérbole – Personificação d) Metonímia – Comparação – Hipérbole – Personificação e) Nenhuma das alternativas corresponde às figuras do texto 6. Em: “Mãe, não tem mais Quiboa em casa.”, temos a seguinte figura de linguagem: a) metáfora b) antítese c) c. metonímia d) sinestesia e) comparação 7. Na frase: “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”, qual é a figura de linguagem existente? Figuras de Linguagem

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a) Aliteração b) Gradação c) Onomatopeia d) Anáfora e) Hipérbole 8. Quando ocorre a omissão de um termo, como em: “O rapaz trazia os lençóis, a garota, os cobertores.”, dizemos que ocorre: a) metáfora b) elipse c) comparação d) pleonasmo e) metonímia 9. (ENEM-2001) Oxímoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se excluem mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior de todos os oxímoros.

Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos retirados do poema “O operário em construção”. Pode-se afirmar que ocorre um oxímoro em: a) “Era ele que erguia casas/ Onde antes só havia chão.” b) “... a casa que ele fazia/ Sendo a sua liberdade/ Era a sua escravidão.” 22

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c) “Naquela casa vazia/ Que ele mesmo levantara/ Um mundo novo nacia/ De que sequer suspeitava.” d) “... o operário faz a coisa/ E a coisa faz o operário.” e) “Ele, um humilde operário/ Um operário que sabia/ Exercer a profissão.” (MORAES, Vinícius de. Antologia Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.)

10. (ENEM-2004) Nesta tirinha, a personagem faz referência a uma das mais conhecidas figuras de linguagem

Para: a) condenar a prática de exercícios físicos. b) valorizar aspectos da vida moderna. c) desestimular o uso das bicicletas. d) caracterizar o diálogo entre gerações. e) criticar a falta de perspectiva do pai.

Figuras de Linguagem

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ESCOLAS

LITERÁRIAS


ESCOLAS LITERÁRIAS QUADRO GERAL DA LITERATURA BRASILEIRA ERA COLONIAL

ERA NACIONAL

1500 – Quinhentismo

1836 – Romantismo

1601 – Barroco

1881 – Realismo

1768 – Arcadismo

1881 – Naturalismo 1883 – Parnasianismo 1893 – Simbolismo 1902 - Pré-modernismo 1922 – Modernismo 1960 – Lit. Contemporânea

QUINHENTISMO Período

Século XVI (1500 – 1601)

Marco inicial

A Carta, de Pero Vaz de Caminha

Contexto histórico

Grandes Navegações; Descobrimento do Brasil; Vinda dos jesuítas

Características

Literatura de caráter informativo, documental. Preocupação constante dos colonizadores em desbravar, conquistar a terra, defendê-la e catequizar os índios, ou escravizá-los

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Autores e obras

Literatura de Informação - Pero Vaz de Caminha - A Carta (1500) - Pero de Magalhães Gândavo - Tratado da Terra do Brasil, História da Província de Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos de Brasil (1576) - Gabriel Soares de Souza - Tratado descritivo do Brasil (1587) - Pero Lopes de Souza - Diário de Navegação da Armada que foi à terra do Brasil em 1530 - Hans Staden - Meu Cativeiro entre os selvagens do Brasil (1557) Literatura dos Jesuítas - Padre José de Anchieta - Poema da BemAventurada Virgem Maria e o Poema dos Feitos de Mem de Sá - Padre Manuel da Nóbrega - Diálogo sobre a conversão do Gentio e Informação das Terras do Brasil

BARROCO Período

Século XVII (1601 – 1768)

Marco inicial

Prosopopeia, Bento Teixeira

Contexto histórico

Reforma protestante; Contrarreforma; domínio espanhol sobre Portugal

Escolas Literárias

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Características

Arte rebuscada e exagerada Dualismos (claro x escuro; emoção x razão) Religiosidade Cultismo (jogo de palavras) x Conceptismo (jogo de conceitos, ideias) Abuso de metáforas, hipérboles e antíteses Conflitos (fé x razão) Carpe Diem Poesia: Gregório de Matos Guerra, o Boca do Inferno - Poesias satíricas, líricas e religiosas

Autores e obras

Bento Teixeira – Prosopopeia Prosa: Padre Antônio Vieira - cartas e sermões

ARCADISMO Período

Século XVIII (1768 – 1836)

Marco inicial

Obras Poéticas, Cláudio Manoel da Costa

Contexto histórico

Iluminismo; Revolução Francesa; Revolução Industrial; Inconfidência Mineira; vinda da família Real para o Brasil

Características

Movimento de reação ao Barroco Retorno ao Classicismo Predomínio da razão sobre a emoção Simplicidade Bucolismo (gosto pela vida do campo) Engajamento político Uso de expressões latinas Uso de pseudônimos

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Autores e obras

Cláudio Manoel da Costa - Obras poéticas; Vila Rica Tomás Antônio Gonzaga - Marília de Dirceu; Cartas Chilenas Basílio da Gama - O Uraguai Frei Santa Rita Durão - Caramuru

ROMANTISMO Período

Século XIX (1836-1881)

Marco inicial

Suspiros poéticos e saudades (1836), Gonçalves de Magalhães

Contexto histórico

Ascensão da burguesia (Revolução Francesa); vinda da Família Real para o Brasil (1808); surgimento da imprensa no Brasil (1808); Independência do Brasil (1822); a crise do 2º Reinado (1840); abolição da escravidão (1888)

Características

Reação ao Arcadismo (clássico) Subjetivismo, sentimentalismo Nacionalismo Egocentrismo Liberdade de criação Religiosidade (Igreja católica) Idealização (pátria, índio, mulher) Amor platônico

Escolas Literárias

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Poesia – três gerações 1ª geração (1840/50): Indianista ou Nacionalista. Temática: patriotismo, indianismo, religiosidade – inspiração medieval Gonçalves de Magalhães – Suspiros poéticos e saudades Gonçalves Dias – (“poeta do índio”) Primeiros cantos, Segundos Cantos, I-Juca Pirama, Os Timbiras, Últimos cantos

Autores e obras (Poesia)

2ª geração (1850/60): Byroniana, Mal do Século ou Ultrarromântica. Temática: morte, dúvida, melancolia, pessimismo Álvares de Azevedo – Lira dos vinte anos, Noite na taverna (contos), Macário, O conde Lopo Casimiro de Abreu – As primaveras Junqueira Freire – Inspirações do claustro Fagundes Varela – Cântico do calvário 3ª geração (1860/70): Condoreira, Social ou Hugoana. Temática: abolição e república Castro Alves – (“poeta dos escravos”) - Espumas flutuantes, Os Escravos (Poemas: Vozes d’África, Navio Negreiro) Sousândrade – O Guesa Errante

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Prosa – quatro tipos de romance 1. Romance urbano: histórias que se passavam na corte, mostram costumes da burguesia, bailes, tradições. Joaquim Manuel de Macedo - A moreninha; A luneta mágica; O moço loiro José de Alencar - Senhora; Lucíola; Diva; Cinco minutos; A viuvinha Manuel Antônio de Almeida - Memórias de um sargento de milícias Autores e obras (Prosa)

2. Romance Indianista: busca valorizar o herói nacional, o índio. José de Alencar - O Guarani; Iracema; Ubirajara 3. Romance Regionalista: Demonstra o ambiente rural, em oposição às cidades. Representam o sertanejo, as paisagens e os costumes do sertão. José de Alencar – O sertanejo; O gaúcho Bernardo de Guimarães - O Seminarista; A escrava Isaura Alfredo (Visconde) de Taunay - Inocência Franklin Távora - O cabeleira 4. Romance Histórico: há uma volta ao passado histórico, principalmente, ao Brasil Colônia. José de Alencar – As minas de prata Visconde de Taunay – A retirada da Laguna

Escolas Literárias

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REALISMO Período

Século XIX (1881 – 1893)

Marco inicial

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis

Contexto histórico

Abolição da escravatura; Proclamação da República

Características

A Ciência é a base da razão e do conhecimento Grandes progressos nas ciências biológicas, filosóficas e sociais mudam a mentalidade artística que começa a se opor aos padrões burgueses, ao individualismo Busca-se captar a realidade tal qual ela se apresenta aos sentidos, documentando a realidade, utilizando a Arte como instrumento de crítica social e de difusão de ideologias Realista é objetivo, observador, participante, antirreligioso. O homem para ele é objeto de pesquisa e análise. Machado de Assis – Fase Romântica: Contos Fluminenses; Ressurreição; Helena; Iaiá Garcia. Fase Realista: Memórias Póstumas de Brás Cubas; Dom Casmurro; Esaú e Jacó; Quincas Borba; Memorial de Aires

Autores e obras

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Características do autor Análise psicológica dos personagens Mais reflexões que ações Visão trágica, irônica, pessimista do homem e da vida Humor amargo, linguagem concisa e clássica Triângulo amoroso Conversa com o leitor

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NATURALISMO Período

Século XIX (1881 – 1893)

Marco inicial

O mulato, Aluísio Azevedo

Contexto histórico

Abolição da escravatura; Proclamação da República

Características

Cientificismo, determinismo biológico. Animalização das personagens que agem e reagem por instinto (zoomorfismo) Análise das classes mais baixas da sociedade Insistência nos aspectos patológicos, anormais das pessoas Linguagem de impacto, cenas grosseiras e macabras

Autores e obras

Aluísio Azevedo – O mulato; Casa de pensão; O cortiço Raul Pompéia – O Ateneu

PARNASIANISMO Período

Século XIX (1883 – 1893)

Marco inicial

Fanfarras, Teófilo Dias

Contexto histórico

Idem ao Realismo/Naturalismo

Características

Poesia realista, objetiva, descritiva, impassível (“Arte pela arte”) A perfeição formal é o mais importante Ligações com o classicismo, a mitologia, o soneto Linguagem culta elitista, rebuscada No Brasil, os Parnasianos não chegaram à impassibilidade

Escolas Literárias

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Tríade Parnasiana Olavo Bilac - Panóplias; Via-láctea; Sarças de Fogo; Hino à Bandeira; Profissão de fé Autores e obras

Alberto de Oliveira - Meridionais; Versos e rimas; Vaso grego; Vaso chinês Raimundo Correia - Sinfonias; Versos e versões; Aleluias

SIMBOLISMO Período

1893 – 1902

Marco inicial

Missal e Broquéis, Cruz e Sousa

Contexto histórico

Arrefecimento das correntes materialistas e cientificistas; iniciam-se fatores que desencadearão na Primeira Guerra Mundial (crise social)

Características

Reação contra a objetividade Predomínio da emoção sobre a razão Sugestão Uso de figuras de linguagens como metáforas, sinestesia, aliterações e assonâncias Alegoria de cores, luzes e sons Musicalidade e harmonia das palavras Poesia misteriosa, nebulosa, indefinida Misticismo Vocabulário litúrgico Satanismo

Autores e obras

Cruz e Sousa - Missal e Broquéis; Tropos e Fantasias; Evocações; Farois; Últimos Sonetos Alphonsus de Guimaraens - Kyriale; Septenário das dores de Nossa Senhora; Dona Mística.

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PRÉ-MODERNISMO Período

1902 – 1922

Marco inicial

Canaã, Graça Aranha Os sertões, Euclides da Cunha

Contexto histórico

Guerra de Canudos; Guerra do Contestado; Revolta da Chibata; Revolta da Vacina; Revolta Federalista; Vinda dos imigrantes italianos para o Brasil

Características

Preocupação em despertar a opinião pública para os problemas sociais, políticos e econômicos nacionais Regionalismo Literatura de denúncia da realidade brasileira Representação dos personagens: jagunço, caipira, imigrante, mulato Prosa

Autores e obras

Euclides da Cunha – Os Sertões – marco inicial do Pré-Modernismo Graça Aranha – Canaã - marco inicial do PréModernismo Monteiro Lobato – Urupês; Reinações de Narizinho Rui Barbosa – Oração aos moços Lima Barreto - Recordações do Escrivão Isaías Caminha; Triste Fim de Policarpo Quaresma; Clara dos Anjos; Os Bruzundangas Poesia Augusto dos Anjos – Eu e outros poemas

Escolas Literárias

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MODERNISMO Período

1922 – 1960

Marco inicial

Semana de Arte Moderna – 1922 Pauliceia Desvairada, Mário de Andrade

Contexto histórico

Início da modernização da sociedade brasileira, com a retirada do poder político das mãos das oligarquias rurais Aceleração do processo de industrialização e a urbanização do país Invenção do telégrafo, da eletricidade, do telefone, do cinema, do automóvel e do avião Destaque na ciência para a Teoria da Relatividade, de Einstein, e a teoria da psicanálise, de Freud Início da Primeira Guerra Mundial Descrença da sociedade nos sistemas políticos, sociais e filosóficos e questionamento sobre os valores de seu tempo Surgimento dos movimentos de Vanguarda: Futurismo, Cubismo, Expressionismo, Impressionismo, Dadaísmo e Surrealismo

Características

Ruptura com o tradicionalismo; Experimentações artísticas; Liberdade formal (versos livres, abandono das formas fixas, ausência de pontuação); Linguagem com humor (poema-piada) Valorização do cotidiano. Nacionalismo (primitivismo: mitos e lendas) Valorização da linguagem coloquial

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Três Manifestos Pau-Brasil (primitivismo) - 1924 Verde-Amarelo (xenofobia) - 1926 Antropofágico (primitivismo selvagem) - 1928

Particularidades

Revistas Klaxon (1922) Estética (1924) A Revista (1925) Antropofagia (1928) Gerações do Modernismo 1ª geração: 1922 - 1930 2ª geração: 1930 – 1945 3ª geração: 1945 – 1964 Primeira Geração – Geração de 22 (1922 – 1930) Espírito polêmico e destruidor

Autores e obras

Escolas Literárias

Mário de Andrade - Líder modernista – o folclore, mitos e lendas. Pauliceia desvairada (prefácio interessantíssimo); Lira paulistana; Macunaíma Oswald de Andrade - Organizador da Semana (Pau-Brasil e Antropofagia). Estilo coloquial, conciso, revolucionário. Memórias sentimentais de João Miramar; Serafim Ponte Grande Manuel Bandeira - Coloquial, prosaico, bomhumor, o cotidiano, infância, morte. Carnaval; Libertinagem; Estrela da manhã; Ritmo dissoluto; Estrela da vida inteira Cassiano Ricardo - Vamos caçar papagaios; Martim Cererê Menotti Del Picchia - Juca Mulato; Salomé; Poemas Raul Bopp - Cobra Norato

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Segunda Geração – Regionalismo de 30 (1930 – 1945) Prosa Visão realista e crítica dos problemas socioeconômicos do Nordeste e de outras regiões. Américo de Almeida - A bagaceira Raquel de Queirós - O Quinze José Lins do Rego - Menino de Engenho; Usina; Fogo morto Graciliano Ramos - São Bernardo; Angústia; Vidas Secas; Caetés Jorge Amado - Terras do sem fim; Mar morto; Capitães de areia; Gabriela, cravo e canela; Dona Flor e seus dois maridos; Tieta do Agreste Érico Veríssimo - Clarissa; Música ao longe; O tempo e o vento; Incidente em Antares Autores e obras

Poesia Poesia existencialista e ideológica Carlos Drummond de Andrade - Sentimento do mundo; Rosa do povo; Claro enigma; Lição de coisas; Poemas: José, Quadrilha, Poema de Sete Faces, Procura da Poesia. Cecília Meireles - Romanceiro da Inconfidência; espectros; Vaga música; Mar absoluto; Solombra. Murilo Mendes - Poemas; História do Brasil; Tempo e eternidade. Jorge de Lima - XIV Alexandrinos; Invenção de Orfeu. Vinícius de Moraes - Antologia Poética Terceira Geração – Geração de 45 (1945 – 1960) Prosa Guimarães Rosa - Linguagem regionalista e inovadora. Primeiras estórias; Grande sertão: veredas; Sagarana.

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Clarice Lispector – Introspecção, fluxo psicológico. A paixão segundo GH; Laços de família; A legião estrangeira. Autores e obras

Poesia João Cabral de Melo Neto - Dramas do nordeste, poesia neo-realista, seca, objetiva. Morte e vida Severina

LITERATURA CONTEMPORÂNEA Período

A partir da década de 1960 até os dias atuais

Anos 60 - governo de JK - uma grande euforia política e econômica, com amplos reflexos culturais: Bossa Nova, Cinema Novo, teatro de Arena, as Vanguardas, e a Televisão. Golpe militar que desencadeou a Ditadura: censura, perseguição e exílio aos intelectuais, artistas e políticos. Anos 70 – Conquista do tricampeonato Contexto histórico mundial de futebol – nacionalismo ufanista. Marginalização da cultura. 1979: Presidente Figueiredo sanciona a Lei da Anistia – volta dos exilados e esperança de um mundo novo. Anos 80 – “Diretas Já” – mobilização popular Anos 90 – Cassação de Fernando Collor de Mello (1991)

Características

Escolas Literárias

Pluralismo de estilos União da arte erudita e da arte popular Prosa histórica, social e urbana Poesia intimista, visual e marginal Temas cotidianos e regionalistas Engajamento social e literatura marginal Experimentalismo formal Técnicas inovadoras (recursos gráficos, montagens, colagens, etc.). Formas reduzidas (minicontos, minicrônicas, etc.) Intertextualidade e metalinguagem

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Autores e obras

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TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS Poesia Concretismo - 1952 - Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Décio Pignatari Poesia-Práxis - 1962 - Mário Chamie Poesia-Social – 1964 - Ferreira Gullar, Affonso Romano de Sant’Anna, Chico Buarque, Gianfrancesco Guarnieri Tropicalismo - 1960 - Gilberto Gil e Caetano Velloso Poesia Marginal - Chacal, Paulo Leminski, Cacaso, Ana Cristina César Prosa Realismo Urbano - tematiza a violência e a marginalidade nas grandes cidades. Rubem Fonseca, Dalton Trevisan, Cristovão Tezza Prosa Regionalista - Retrata as regiões brasileiras e suas particularidades humanas e sociais. José J. Veiga, Moacyr Scliar, Márcio de Souza, João Ubaldo Ribeiro, Milton Hatoum, Lausimar Laus e Silveira de Sousa Romance Psicológico - Possui um tom intimista e centra-se nas inquietações interiores dos personagens, trabalhando temas do cotidiano, relacionados à família e à afetividade. Lygia Fagundes Telles Romance Político – Aspectos urbanos e políticos. Marcelo Rubens Paiva e Rubem Fonseca (romance policial); Ignácio de Loyola Brandão, Antônio Callado, Rubem Fonseca (romance reportagem) Romance Memorialista – mistura de autobiografia, relatos de viagens e reflexões intelectuais sobre as memórias dos que viveram ou conheceram o regime ditatorial. Pedro Nava, Érico Veríssimo, Fernando Gabeira, Marcelo Rubens Paiva

Estudos de Textos


Autores e obras

Escolas Literárias

Crônica - Pequenas histórias baseadas em fatos do cotidiano. Luis Fernando Veríssimo, Stanislaw Ponte Preta, Rubem Braga, Fernando Sabino entre outros Teatro - Obras de caráter realista que denunciam as injustiças sociais. Nelson Rodrigues, Gianfrancesco Guarnieri, Chico Buarque e Dias Gomes

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