A Voz da Escola - Edição 104

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A Voz da Escola “Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro.” Trimestral | Edição 104 | março 2021 Capa inspirada nos trabalhos de 9.º ano - páginas 18 e 19


A comemoração do Ano Jubilar – 150 anos das Religiosas do Sagrado Coração de Maria em Portugal, assenta em quatro etapas que vão sendo apresentadas semanalmente, com início no dia 30 de cada mês: divulgação da palavra inspiradora e oração; acontecimento histórico fundacional; dinamismo de fé/atualização do carisma; desafio/ interpelação. Para esta última etapa, os jovens do movimento CoMTigo têm sido desafiados a participar em momentos de oração, realizados em formato online, e organizados pela equipa da Pastoral Juvenil Vocacional do Instituto das Religiosas do Sagrado Coração de Maria (IRSCM). Esses momentos de oração têm como base as palavras inspiradoras propostas em cada mês e têm contado com uma participação muito significativa. Além dos jovens, também se têm associado colaboradores e religiosas. Até ao momento já se realizaram quatro encontros de oração, o último decorreu no dia 24 de fevereiro – 172.º aniversário da fundação do IRSCM. Este encontro congregou os jovens do movimento CoMTigo, os membros da Família Alargada e da Formação de Leigos.

“A oração é a rede que introduz Deus no ato da pesca, ou antes, Ele é que é o grande pescador. É Deus que atrai as pessoas pela sua graça. É ele que lhes concede que deixem tudo e lhes diz: Sigam-me”. Venerável Pe. Jean Gailhac

Sandra Venâncio, Coordenadora da Equipa da Pastoral

O exemplo do WALL-E A preservação do meio ambiente deve ser uma preocupação de todos e o Clube de Solidariedade também partilha essa preocupação. Nos últimos encontros vimos o filme WALL-E e gostávamos de partilhar convosco a sua mensagem. O WALL-E é um robô que vive no planeta Terra, apenas com um ser vivo, a sua amiga barata – ela é muito engraçada! O planeta Terra está habitado apenas por lixo, montanhas de lixo, e o WALL-E tem como missão limpar todo esse lixo, compactá-lo. Os seres humanos foram viver para uma estação espacial, livres de toda aquela poluição. Aí estão rodeados de tecnologia para tudo, aparentemente vivem felizes, mas na verdade a tecnologia priva-os do relacionamento humano, tornando-os numa espécie de robôs humanos! Durante o seu trabalho na Terra, o WALL-E recebe a visita de outro robô, a EVA, que vem verificar se já existe vegetação na Terra e a partir daí sucedem-se as aventuras, mas não queremos contar tudo… se quiserem saber mais, vejam o filme! Para nós, o mais importante deste filme é o alerta para a poluição que fazemos. Muitas vezes, sem nos apercebermos, guardamos e amontoamos coisas que já não precisamos, quando podíamos reutilizá-las ou reciclá-las! Assim, queremos dizer-vos: devemos pôr em prática a política dos 3 R’s; pensar no valor que a Terra tem, pois sem ela não vivíamos; ter cuidado com o corte de

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árvores, pois são elas que nos dão o oxigénio; ter atenção ao uso excessivo das tecnologias para não deixar que elas dominem a nossa vida e pensar que as consequências da poluição são muito perigosas para a vida. Não existem dois planetas Terra, por isso é dever de todos cuidar do único que temos e onde vivemos. Os alunos do Clube de Solidariedade

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Editorial Tempo de esperança e resiliência Como em todas as Primaveras, esta não é diferente. A natureza desperta em todo o seu esplendor, com uma agradável variedade de cores e cheiros. E com ela, é renovada a esperança que o nosso quotidiano retome o habitual. Não só na nossa vida familiar, mas também comunitária, de modo a que todos possamos voltar aos locais de trabalho, à escola presencial, ao reencontro físico com familiares e amigos. Mais uma vez, fazemos chegar-vos o nosso jornal escolar A Voz da Escola, fonte de notícias das atividades e dos trabalhos desenvolvidos pelos alunos, professores e comunidade, ao longo deste 2.º período. Foi um período letivo atípico, quase todo na modalidade de ensino a distância. Procurámos minimizar algum impacto negativo desta modalidade de ensino, estreitando distâncias, estando sempre presentes, ultrapassando as dificuldades técnicas, de falta de equipamentos e de internet. Foi possível constatar que alunos e professores estão familiarizados com a plataforma Microsoft Teams, sendo evidente a melhoria da utilização das diversas ferramentas digitais e das dinâmicas criadas por todos. Quero deixar uma palavra de agradecimento aos professores pela sua entrega, capacidade de adaptação a novas realidades, pelo esforço e engenho em não deixarem nenhum aluno para trás. É admirável a dedicação de tantos professores na sua missão de formar integralmente os seus alunos, à luz do Ideário deste estabelecimento de ensino. Conseguiram manter um contacto próximo e dinamizar as atividades de complemento curricular - Clubes, Apoios Pedagógicos, Centro de Apoio à Aprendizagem, reunião semanal com o Diretor de Turma, assim como, a título de exemplo, as atividades do programa Eco-Escolas e a Semana das Profissões. Bem Hajam! Apesar de neste momento, sentirmos uma diminuição do número de casos positivos de Covid-19 e algum alívio nas medidas de contenção, importa que cada um mantenha uma atitude responsável garantindo as medidas de proteção individual e comunitária a fim de evitarmos uma nova vaga, que nos obrigaria a novo confinamento, com todas as consequências negativas que daí adviriam. Apelamos ao esforço de todos. Neste tempo, e mais do que nunca, importa continuar a cuidar dos mais frágeis da nossa sociedade, daqueles que perderam o emprego, ou que se vêm diminuídos na sua saúde física e psicológica, importa olhar a realidade com “lentes positivas”, ou seja, que realcem as boas notícias e que nos permitam suavizar

as dificuldades com resiliência, sem nos deixarmos abater. Para que isso seja possível, importa sintonizar os nossos objetivos com os nossos valores, focarmo-nos no que pretendemos para a nossa vida e persistir na sua concretização. Esta resiliência que enfrenta a realidade com otimismo, com um olhar sábio na procura de soluções, com os recursos disponíveis, alterando a realidade e acreditando num futuro melhor é uma ótima ferramenta que podemos colocar em ação. Importa não esquecermos que nos dias de tempestade, o Sol continua lá e voltará a brilhar. Como nos diz o Papa Francisco para este tempo Quaresmal, “O tempo da Quaresma é feito para ter esperança, para voltar a dirigir o nosso olhar para a paciência de Deus.”, sublinhando a importância de não termos somente esperança, mas também transmiti-la aos outros. Ter um sentido para a nossa vida, um objetivo, um projeto a concretizar, ajuda a manter um horizonte de esperança e a superar as dificuldades. Mas quando o sentido da nossa vida é serviço ao outro, é possível encontrar a esperança no meio da dificuldade. Na verdade, qualquer um de nós pode, em qualquer momento, decidir o que fazer com aquilo que lhe acontece. Acredito que estes tempos de dificuldade são também tempos de oportunidade de crescimento. As aprendizagens na área da utilização das ferramentas digitais por parte de todos, professores e alunos, a aquisição de competências de conhecimento científico e tecnológico, aproximam-nos mais das competências exigidas no futuro cada vez mais tecnológico, onde a forma como cada um aprende, trabalha e comunica está em constante e acelerada mudança. Estes tempos de dificuldade também constituem uma oportunidade para crescermos emocionalmente, treinarmos a nossa resiliência e sermos exemplos de esperança para os outros. Boa Páscoa para todos! Serafim Assunção e Costa Diretor Pedagógico

Edição 104 | março de 2021 Mail: avozdaescola@cscm-fatima.pt | web: www.cscm-fatima.pt | Propriedade: Colégio do Sagrado Coração de Maria - Fátima | Redação: Alunos e Professores do CSCM | Edição e Design Gráfico: Bruno Agostinho e Eliana Oliveira | Depósito Legal: 328177/11 | Distribuição gratuita à comunidade educativa. É permitida a reprodução dos conteúdos publicados nesta edição do jornal A Voz da Escola desde que seja citada a fonte.

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Venerável Jean Gailhac... ... porque continua a ser importante hoje? Gailhac nasceu em 1802, numa França em guerra, no seio de uma família cristã de 7 filhos. Homem de fortes convicções, desde muito cedo demonstrou grande generosidade, amor ao próximo e sensibilidade ao sofrimento humano, especialmente dos mais desfavorecidos. Decidiu ser padre para dedicar toda a sua vida a Deus e aos outros. A vida e obra de Jean Gailhac, que perante as injustiças e os enormes problemas do seu tempo, não se resignou e passou à ação, continua hoje a desafiar-nos e a provocar-nos. Porque mais do que nunca o seu projeto continua atual. in, https://150anos.irscm.pt

“Ouvem-se os avisos, os conselhos, mas eles não entram nem se gravam no coração senão pelo exemplo.” (GS/6/IV/74/A. Vol. I, p. 194.) “Trate-se, trate-se e cuide da sua saúde, peço-lhe, para que, quando eu aí for, a encontre de boa saúde, bem como a todas.” (GS/28/VI/72/A. Vol. I, p. 89.) “Nunca admitamos ideias preconcebidas. Em qualquer pessoa há defeitos e qualidades. É necessário agir com serenidade.” (GS/8/VI/80/A. Vol. II, p. 149.)

Um Homem de Amor É um homem de Amor porque nos inspira com as suas palavras e com o seu exemplo: “Com o amor vencem-se todas as dificuldades. O amor está pronto para tudo.” (GS/20/IX/72/A. Vol. I, p. 130.) “É preciso um amor forte, valente, que se apodere de todas as potências da alma, que fortaleça a vontade. A vontade fortalecida põe mãos à obra.” (GS/2/VII/77/A. Vol. I, p. 317.) “Que o sofrimento não nos seja inútil, que sirva para nos purificar, santificar e obter mérito.” (GS/17/X/71/A. Vol. I, p. 71.) “Sejamos corajosos e quaisquer que sejam as dificuldades conservemo-nos sempre confiantes e firmes, pois somos amparados por Jesus Cristo.” (GS/21/X/80/A. Vol. II, p. 207.) “Em todas as coisas e em todos os nossos exercícios de piedade, procuremos Deus com um coração reto, simples e cheio de amor por aquele que é o único digno de nós. Se Deus quer esconder-se, não nos perturbemos. Vejamo-lo na fé, pois Deus olha-nos sempre.” (GS/9/II/71/A. Vol. I, p. 45.)

“Que as crianças vejam na prática aquilo que lhes dizem em palavras, pois elas ouvem mais pelos olhos do que pelos ouvidos. Tudo estará perdido se elas as virem fazer o contrário do que lhes dizem e ensinam. Nesse caso, não darão mais atenção. O que lhes fica na memória é apenas aquilo que viram fazer e praticar.” (GS/3/IX/80/A. Vol. II, p. 180.)

Com todo o seu legado, o Padre Jean Gailhac continua presente nos nossos dias, porque: É exemplo de resiliência, fé e bondade. “Posso falar por experiência: o pouco bem que fiz durante os meus sessenta anos de ministério, se é que consegui fazer algum bem, se conquistei corações para Deus, foi através da bondade, delicadeza, paciência e contínua perseverança…Não há nada tão poderoso como a bondade quando esta tem a sua fonte no amor de Deus”. Uma caminhada na fé e no tempo, Vol. 3 - (GS/9/IX/86/A)

Ensina a cuidar de todos em perfeita união. “Porque é que Deus criou o nosso pequeno, mas muito querido Instituto, senão para levar a toda a parte o amor de Deus e a caridade que une os corações?”

P. Jean Gailhac

É atento à formação integral do ser humano. “A árvore será o que receber das suas raízes.” P. Jean Gailhac

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tendo-se fiel ao Carisma e Identidade; . continua empenhado na transformação do mundo, conhecendo Deus e tornando-o conhecido e amado; … porque proclamamos que Jesus Cristo veio para que todos tenham Vida e a tenham em abundância.

Um Homem de Serviço É importante porque foi missionário, um homem de serviço… . soube perscrutar as necessidades do seu tempo; . soube acolher os mais pobres e os mais desprotegidos, as mulheres e os órfãos; . fez-se presente, transpondo fronteiras, chegando a Portugal, a segunda Fundação do Instituto fora de França; . soube resistir a tudo o que se opôs ao seu caminho: epidemia da varíola, perseguições, maledicência, guerra civil e desafio cultural e linguístico; . soube acolher, chamando leigos para serem instrumentos de Deus nas suas obras; . deixou-se tocar pela imagem do Bom Pastor como expressão de Identidade e de Missão de quem ama de maneira autêntica, de quem dá a vida para que todos tenham Vida; . soube criar unidade nas obras que se diversificaram, revitalizando a Missão e impregnando-a do Carisma do Instituto; ... porque cultivou o dom da Internacionalidade. O Padre Jean Gailhac continua a ser importante porque é missionário… . continua a acolher os mais pobres e mais desfavorecidos; . continua a ser voz ativa na promoção dos valores da dignidade humana e preocupação pela sustentabilidade do planeta, comprometendo-se com a Justiça; . continua a dar prioridade à educação dos que lhes são confiados nos colégios, nos equipamentos da Obra Social e nos lares; . continua presente no apoio às paróquias dando testemunho autêntico e alegre dos valores evangélicos; . continua presente em quatro continentes e doze países; . continua a aceitar o desafio cultural e linguístico; . continua a contar com a colaboração dos leigos ao serviço da Missão; . continua presente em diversas culturas, mas man-

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Um Homem de Ação O Padre Jean Gailhac é importante, porque foi empreendedor… . foi muito mais do que um inventor e/ou sonhador; . foi um fazedor; . foi alguém que observou, que deambulou pela sociedade do seu tempo e soube capturar as imagens que precisavam, urgentemente, de serem trabalhadas, com tintas especiais; . foi arrojado, teve iniciativa, ousou romper barreiras, tirou pedras da calçada e pôs-se a caminho; . fundou o Refúgio e abriu o Orfanato, valendo a tantas mulheres e crianças desprotegidas e desamparadas, fruto de uma França fragilizada; . foi alguém que cedo percebeu que o nosso querer depende de Deus; . fundou o IRSCM; . ampliou a Casa Mãe, pois compreendeu que precisava de uma base sólida para poder continuar. O seu impulso empreendedor era muito forte, assim como a sua capacidade de planeamento, sabendo muito bem onde estava, mas sabendo, ainda melhor, onde queria chegar. O Instituto transpôs fronteiras e abriu-se ao mundo, permanecendo, hoje, na Irlanda, em Portugal, em Inglaterra, nos Estados Unidos da América, em Itália, no Brasil, no México, na Zâmbia, no Zimbabué, em Moçambique e em Timor. “A Casa Mãe, como uma árvore plantada por Deus, produz novas casas que, como ramos da árvore, se estendem ao longe, no mundo, segundo os desígnios de Deus.” GS/8/VIII/81/A

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O Padre Jean Gailhac continua, hoje, a ser empreendedor: . porque sabe ser um líder inspirador, que incentiva cada um de nós a dar-se; . através das suas obras, das suas irmãs e dos seus colaboradores que acreditam neste grande alicerce do AMOR e que não cruzam os braços aos desafios e necessidades deste tempo presente, deste aqui e deste agora. As suas palavras testemunham-no... “Quando o amor reside num coração, não pode ficar ocioso. A sua natureza é a ação.” (GS/8/III/82/A. Vol. II, p. 335.)

“Reze muito, pense, peça conselho, mas depois entre em ação.” (GS/8/VIII/72/B. Vol. I, p. 111.)

“Começar é alguma coisa, mas bem pouco. É preciso continuar. É preciso agir melhor. Não durante algum tempo, mas todos os dias da sua vida.” (GS/28/X/72/A. Vol. I, p. 151.)

“Faça tudo com prudência, pois embora seja necessário agir com confiança, Deus quer também que planifique o futuro.” (GS/20/IX/73/A. Vol. I, p. 173.)

que não forem preenchidos por estas ocupações serão dedicados às boas obras”. Uma caminhada na fé e no tempo, pág. 34

A educação da fé tinha um lugar primordial no internato das Meninas Vidal, não se limitando a certas práticas determinadas pelo regulamento. Os princípios da fé eram transmitidos com profundidade e de uma maneira existencial. À teoria procurava-se aliar a descoberta do amor de Deus e a vivência das virtudes para que, no futuro, as alunas vivessem segundo os valores cristãos. O Internato das Meninas Vidal era considerado, em Béziers, um espaço de educação integral. Ibidem, pág. 74

Só depois da confirmação de D. Thibault o Padre Gailhac acolhe como verdadeira a vocação de Appollonie Cure. A partir deste momento, intensificam-se os preparativos para a fundação. O Padre Gailhac põe Appollonie em contato com Eulalie Vidal e Rosalie Gibbal para que se conheçam e organizem o estritamente necessário. A 15 de fevereiro, Appollonie Cure compra um terreno contíguo ao Bom Pastor com a finalidade de aumentar as instalações22. Depois de tanto procurar, rezar e sofrer, o Padre Gailhac tinha o grupo adequado para criar o novo Instituto. A sua visão de fé ia ser partilhada por outras pessoas e transmitida de geração em geração, através de uma cadeia de fidelidade que permaneceria muito para além da sua morte. Ibidem, pág. 66

... a largueza de visão do Padre Gailhac está claramente definida. As obras são apenas um meio para conduzir as pessoas ao amor de Deus. O Instituto é um espaço de libertação no plano humano-divino. Existe para salvar com Jesus Cristo, para ser vida para o mundo. Com a classificação oficial de congregação hospitaleira-educadora. está confirmado o fim do Instituto já consignado, desde 1850, nas Constituições: “o fim do Instituto do Sagrado Coração de Maria é dedicar-se a todas as obras que possam contribuir para a salvação das pessoas”. Ibidem, pág. 174

Um Homem de Futuro O seminário é o espaço onde vão germinar os elementos constitutivos da visão de fé de Jean Gailhac. No estudo, nas atividades apostólicas e na oração, realiza a síntese entre a cultura, a fé e a vida, amadurece o seu amor a Deus e aos irmãos e clarifica a maneira de viver o futuro ministério sacerdotal. Antes de ser ordenado decide em traços largos como pretende preencher o tempo no futuro - “Toda a minha vida será consagrada a Deus. Todo o meu tempo será distribuído entre a oração, o cumprimento do dever e o estudo. Os momentos

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A cidade do Porto também não parece a mais propícia. Meio anticlerical e maçônico, ali se aplicam com especial rigor, as leis contra as ordens religiosas. Contudo, Gailhac sente que ali há uma grande necessidade de tornar Deus conhecido e amado. Por isso é para lá que envia as Irmãs. Para ele não há obstáculos, quando a causa de Deus está em jogo. A própria situação – até então inédita no Instituto – de as Irmãs colaborarem com leigos, não usarem vestuário religioso e não terem espaços reservados, será para elas, confia ele, enorme desafio, do qual resultará grande glória para Deus. Uma Vida para Todos, pág. 115

Em setembro de 1872, a escola é transferida para uma outra casa alugada na Rua Coronel Pacheco. É uma casa grande, com jardins, um pequeno bosque e um pomar. A situação é esplêndida. Domina toda a cidade do Porto e, de quase todas as janelas, tem uma vista para o mar.

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Entretanto o “Colégio Inglês” progride e é contado entre os melhores da cidade. Um inspetor, que o visita e entrevista as alunas, considera-o como sendo “o melhor da área”. Assim bem consolidado como está, é possível fundar uma escola gratuita para crianças economicamente muito carenciadas. O Padre Gailhac, consultado sobre tal projeto, responde prontamente: “Autorizo-a de todo o coração”. Ibidem, pág. 117

Alguns excertos que comprovam esta vivência plena: . “No caminho de DEUS não há descanso parar seria perder tudo.” . “O fim verdadeiro do zelo é unicamente Deus e a sua glória.” . “Que a vossa vida manifeste com evidência que são UM com Cristo e em Cristo.” . “A Igreja há de durar até ao fim dos tempos. Jesus Cristo estará sempre com ela”. . “A fé é para a vida cristã o que as raízes são para a árvore.” . “Para mim viver é Jesus Cristo é contemplar o seu Espírito para ser transformado por Ele.” . “Pertencer totalmente a Deus e à sua obra.” . “O fim verdadeiro da vossa missão da vossa dedicação é conhecer Deus e torná-Lo conhecido.”

Um Homem de Fé Um Homem de Deus Procurando nos escritos existentes sobre o Padre Gailhac, podemos encontrar um número muito grande de elementos que nos ajudam a reforçar a noção acerca da grandiosidade deste Homem. A sua Santidade – Um homem de Fé / Um homem de Deus – pode ser evidenciada através das suas palavras e da sua vida. Um grande amor a Deus, uma vontade firme de se Lhe dar totalmente, de viver sempre na Sua presença, uma profunda comunhão com Jesus Cristo e um desejo de identificação com Ele, é o que vai registando nos seus apontamentos e passando para a vida. Fundar uma congregação para a sua obra, vem com muita frequência ao espírito do Padre Gailhac, na oração sobretudo e vai-se tornando, progressivamente, sinal da vontade de Deus. O seu itinerário espiritual é marcado pela forma como é determinado na escuta da vontade de Deus e faz o discernimento das escolhas para tornar Deus conhecido e amado, servindo os mais carenciados nos ministérios que outros recusavam.

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. “Que o Deus de toda a bondade, o Deus do amor, o Deus imutável, reine para sempre no seu coração, nas suas ações e em todo o pormenor da sua vida.” . “Há ainda uma condição necessária para possuir o verdadeiro amor: ver a Deus em todos os acontecimentos.” . “Quem pode vencer o amor de um Deus? Como Salvador, Ele ama até a morte de cruz. Como último grau de amor, Ele ama até ao aniquilamento. Faz-se nosso alimento, Ele, fez-se nós.” . “Se Deus quiser provar-nos, Ele é o Senhor. As provas são mesmo necessárias para consolidar as obras de Deus.” . “Deus não nos exige nada sem nos dar os meios para o cumprir.” . “Procuremos Deus, Deus só, como Ele quer ser procurado.” . “Oh! Como é agradável trabalhar para Deus! Aquele que ama não acha isto um trabalho, e se de facto o é, é um trabalho que ele ama.” . “Não basta querer o bem. É preciso querê-lo segundo Deus.” . “É preciso ter vida de união com Deus... Uma vez mais: Deus, de Deus só. É esta a nossa divisa.” . “Eu prometi a Deus ser todo dele, viver só para O amar e O fazer amar.” Família Alargada SCM e Grupo de Formação de Leigos

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A Fé cristã Para ter fé cristã não basta dizer que se acredita em Deus e rezar-lhe todos os dias. Milhões de muçulmanos acreditam em Deus (Allah) e rezam-lhe, e o mesmo podemos dizer dos Judeus. Também os budistas acreditam em Deus, a seu modo… Mas nem o muçulmano nem o judeu e nem o budista se dizem cristãos. Professar a Fé cristã, ou seja, ser cristão é acreditar em Jesus Cristo, o carpinteiro de Nazaré que viveu há dois mil anos e reconhecer n’Ele o Filho de Deus feito homem, como nós, mas sem ter pecado (viveu sempre em sintonia com Deus Pai sem se desviar nem responder ao mal com o mal). Na Pessoa de Jesus Cristo estão duas naturezas: a humana e a divina. O facto de Ele se tonar homem não deixou de ser Deus. O que tradicionalmente chamamos a Palavra de Deus ou o Verbo de Deus, que é uma tradução do termo grego Logos (que poderíamos também traduzir por Sabedoria), assumiu a natureza humana no seio da virgem Maria que estava desposada com José, mas que ainda não viviam em comum, quando ela concebeu Jesus por ação do Espírito Santo. Naquele tempo as jovens eram dadas em casamento, mas só poderiam viver em comum passado um ano, depois de terem sido dadas em casamento. Portanto, aquele menino que Maria concebeu era Deus. Ficou limitado e finito, como nós, mas não deixou de ser e estar sempre em perfeita união com Deus Pai (como Ele lhe chamava) para nos dar a entender a intimidade e a comunhão com que Ele sempre esteve e está com o grande mistério de Deus (a Santíssima Trindade). Este grande mistério de Deus, que é invisível, tornou-se visível (há dois mil anos) em Jesus Cristo que passou fazendo o bem. Toda a vida de Jesus: o que disse e o que fez, foi a manifestação de Deus. N’Ele se manifestou a Bondade, o Amor, a Sabedoria e o Poder de Deus. Ele entrou neste mundo “armadilhado” para desarmadilhar. Apanhou “pancada” de todos os “lados”, mas nunca respondeu ao mal com o mal e, desse modo, quebrou o círculo da violência. Foi morto, mas não ficou na morte. Deus Pai ressuscitou-O e, desse modo, venceu a morte, que é o maior de todos os males, porque quem faz maldades também morre. Ressuscitar não é um voltar atrás, assumindo a mesma corporeidade. É entrar noutra dimensão e deixar de estar limitado ao espaço e ao tempo, como nós estamos. Também não é desencarnar. Jesus Cristo continua vivo com uma nova corporeidade, um corpo glorioso. Esta é a primeira e fundamental verdade do cristianismo ou do credo cristão que o distingue dos outros credos religiosos: judeu, muçulmano, budista e outros. Quem acredita em Jesus Cristo Ressuscitado acolhe a sua vida divina, acolhe o Espirito Santo que atua n’Ele, de tal modo, que quem O acolhe consegue, pela força do Espirito Santo, fazer coisas maravilhosas como Ele fez. Os santos foram pessoas que O acolheram e no seu tempo e nas circunstâncias em que viveram tornaram visível o rosto bondoso de Jesus Cristo, assim como Jesus Cristo tornou visível o rosto amoroso de Deus.

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É esta vida divina presente em nós (quando se acolhe e adere a Jesus Cristo Ressuscitado) a que vulgarmente se chama a Graça de Deus, que ilumina a nossa inteligência e nos dá força para agirmos segundo os ensinamentos de Jesus e nos permite viver como Ele viveu, em circunstâncias e tempos diferentes.1 É esta mesma vida divina que torna possível viver os valores morais da prática da justiça e do bem, de modo que a fé em Jesus Cristo se concretize na prática de boas obras, a fim de não se ficarmos numa religião ritualista que apenas realiza ritos desligados da vida, isto é, o que se celebra nos rituais não se aplica à vida das pessoas, como denunciou o profetas Jeremias (cf. Jr 7,4-11). A fé e a adesão à Pessoa de Jesus Cristo leva-nos ao mandamento do amor que não tem limites. O Seu Amor não tem limites e tem como finalidade atingir toda a humanidade de modo a gerar uma fraternidade universal. Compete-nos a nós colaborar com Ele, ou melhor, entrar nessa dinâmica de amor gerador de fraternidade. Podemos recusar, porque a amizade e o amor não se impõem. Deus e Jesus Cristo respeitam a nossa liberdade como ninguém, porque nos amam como ninguém. Propõem não impõem e podemos acolher ou recusar, mas Deus está sempre disponível para nos acolher . Frei António Lopes, Professor de EMRC 1

Cf. Youcat, Curso sobre a Fé. Para compreender a vida cristã p. 7-39.

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Os três pilares da aprendizagem ativa Os efeitos da aplicação de metodologias ativas na aprendizagem dos alunos e numa nova dinâmica de sala de aula são amplamente referidos na investigação como determinantes. Conscientes da importância da atualização pedagógica, os professores participaram, no passado dia 15 de janeiro, numa formação orientada pela Dr.ª Sofia Sá, investigadora na área do Coaching pedagógico e metodologias ativas e docente no Instituto Superior Técnico. A reflexão suscitada pela Dr.ª Sofia Sá permitiu mais uma vez concluir que “ensinar é mais do que transmitir conhecimento; é inspirar mudança” e que esse é o maior desafio de qualquer professor. Secção de Formação

Na sequência da aplicação de metodologias ativas em sala de aula, cabe-nos hoje refletir nos três pilares propostos por Susan Edwards no seu conhecido artigo “Active learning in the middle grades”. São eles a atividade intelectual, social e física, aspetos prementes e perfeitamente alinhados com a idade dos estudantes do preparatório/secundário. A questão de um momento pedagógico ser intelectualmente ativo prende-se com a estimulação da curiosidade inerente a estas idades. Segundo Engel (2011), “os professores podem promover oportunidades e guiar os alunos na tentativa de satisfazer a sua curiosidade”. Pretende-se que os/as alunos/as pensem, reflitam e analisem ativamente o conteúdo em mãos. Estes momentos complementam os momentos passivos, em que os alunos ouvem ou leem passivamente informação, e promovem aprendizagens significativas. Em relação ao segundo pilar, ser socialmente ativo, uma das queixas que ouço frequentemente quando ministro formação a professores é a necessidade constante de socialização dos grupos, mesmo em contexto de sala de aula –“estão sempre na conversa!”, “é um pesadelo chamar-lhes a atenção só querem é falar uns com os outros”. As queixas são reais. De facto, na idade dos alunos que se encontram nas nossas salas, a socialização é a chave. Nestas idades “os alunos são orientados para os pares”1 e a interação com os/as colegas faz parte do quotidiano. Também os/as professores/as podem

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fazer uso dessa necessidade e promover, em momentos ativos, a colaboração entre os elementos do grupo. Este aspeto vai tornar a atividade mais cativante e garantir que, nesse momento, as conversas são relacionadas com o tópico da aula. Finalmente, a questão de ser um momento fisicamente ativo refere-se a utilizar outra característica dos jovens, “tipicamente ativos e energéticos”2. Na prática, implica movimento, experimentação física, toque. Uma experiência num laboratório é um momento fisicamente ativo, em que o/a aluno/a se movimenta na sala, toca nos instrumentos e experiencia diferentes objetos. Na tabela seguinte podemos ver diversos exemplos propostos pela autora:

De salientar que nem todas as atividades apresentadas garantem os 3 pilares e nem devem, necessariamente, fazê-lo – um magnífico momento ativo é aquele que melhor fomenta os objetivos de aprendizagem propostos para aquela sessão de trabalho específica, mesmo que um dos três pilares seja promovido. Ainda assim podemos, com base nesta reflexão, e sempre que planeamos uma atividade, perguntar a nós mesmos/as – “conseguirei tornar esta atividade mais intelectualmente, socialmente ou fisicamente ativa?”. Certamente iremos desafiar-nos na descoberta de novas interações com os nossos alunos. Sofia Sá, Professora no Instituto Superior Técnico

1 Edwards, S. (2015). Active learning in the middle grades: This article offers examples of developing students’ participation as a central tenet of ideal middle level education that is intellectually active, socially active, and physically active. Middle School Journal, 46(5), 26-32. https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/00940771.2015.11461922?casa_token=8GntssUuNIoAAAAA:Szqq4vFQk9DwvdG8_05wPLFUQn2SNg7ehStmshEe_JImv1emSkRfjoXyOUcL4sm4_29lzeIgBZbX 2 Engel, Susan (2011). Children’s Need to Know: Curiosity in Schools. Harvard Educational Review, 81(4), 625–645. doi:10.17763/haer.81.4.h054131316473115

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Para bem falar e bem escrever Passada uma semana A forma participial passado deve concordar em género e em número com a expressão nominal que se lhe segue: passadas duas horas, passados uns dias. Perda/perca O nome relativo ao verbo perder é perda, do latim perdere. Exemplo: Acho uma perda de tempo fazer este puzzle. O nome perca designa um peixe. Precursor/percursor A palavra precursor designa alguém que anuncia antecipadamente, que age antes dos outros. Exemplo: João Batista foi precursor de Jesus Cristo. A palavra percursor designa alguém que percorre, que atravessa determinado caminho. Exemplo: os percursores do deserto de Atacama receberam uma medalha. Propor O verbo propor escreve-se sem acento circunflexo. Os verbos que derivam do verbo pôr não têm acento gráfico no infinitivo: compor, decompor, expor, repor, supor. Exemplo: gostava de vos propor um novo projeto editorial. Qualquer/quaisquer O plural do quantificador qualquer é quaisquer. Esta palavra é formada pela aglutinação do pronome relativo qual à forma verbal quer, pelo que apenas o relativo assume o plural quais. In Tavares, Sandra Duarte (2015). 500 erros mais comuns da Língua Portuguesa, Esfera dos Livros.

Sugestões de leitura Viagem no Tempo com um Hámster Ross Welford Para quem gosta de viagens loucas no tempo e aventuras daquelas que nem consegues imaginar, este livro é para leres! Aqui vais viajar no tempo para trás e para a frente, sem qualquer rumo definido e de uma forma verdadeiramente caótica. Isto é, vais viajar numa máquina do tempo e o objetivo é salvar a vida do pai do Al Chaudhury, algo que ele já fez por diversas vezes, mas em que cada uma, é uma verdadeira aventura! História muito original, que brinca com mundos paralelos e onde uma simples intervenção pode mudar o rumo de toda a história. Al Chaudhury, também, é responsável por uma das mortes do pai – só uma delas – mas não vos vou contar o que aconteceu, nem o que ele anda a fazer com um hámster numa história de viagens no tempo. É muito difícil resistir ao enredo e ao humor deste livro!

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Um Dia

Morris Gleitzman

Felix Salinger é um menino judeu que vive num orfanato polaco durante a Segunda Guerra Mundial. Ele é filho de livreiros e um rapazinho muito perspicaz, mas um dia decide fugir e procurar a sua família. Em plena guerra e com nazis por todo o lado, este rapaz sente que ninguém o consegue proteger. A sua vida não é nada fácil, mas a sua inteligência, determinação e imaginação fazem com que ele consiga lidar com situações muito complicadas e ao encontrar pessoas maravilhosas, consegue ajudar e ultrapassar obstáculos. Esta é uma história emocionante que fala de temas muito importantes, como a solidariedade, a coragem, a esperança e a amizade, num contexto histórico de guerra e drama. Existem mais quatro livros que continuam esta maravilhosa história. Aventura-te e conhece a vida de Felix Salinger! Zulmira Braga, Coordenadora da Biblioteca Escolar

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PICCLE Plano de Intervenção Cidadãos Competentes em Leitura e Escrita O PICCLE é uma plataforma de criação, agregação e curadoria de conteúdos dirigida ao desenvolvimento das competências de leitura, escrita, informação, “media” e digitais dos jovens do 3.º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário. Esta plataforma contém dezenas de recursos, propostas de atividades, bem como modelos teóricos, estudos e projetos de intervenção. Todos estes recursos são escolhidos e apresentados por um grupo de especialistas com trabalho e mérito reconhecido em cinco áreas centrais no cruzamento das literacias: Leitura, Escrita, Media, Informação e Digital. Todos os conteúdos estão de acordo com o Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e com os princípios e orientações da política educativa patentes em documentos como o Currículo do Ensino Básico e Secundário, as Aprendizagens Essenciais para o Ensino Básico e Secundário, o Regime Jurídico da Educação Inclusiva, a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania e o Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular das Escolas. A panóplia de recursos existentes na plataforma numa relação muito estreita com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória pretende contribuir para: “- Abordar os conteúdos de cada área do saber, associando-os a situações e problemas presentes no quotidiano da vida do aluno ou presentes no meio sociocultural e geográfico em que se insere, recorrendo a materiais e recursos diversificados. - Organizar o ensino prevendo a experimentação de técnicas, instrumentos e formas de trabalho diversificados, promovendo intencionalmente, na sala de aula ou fora dela, atividades de observação, questionamento da realidade e integração de saberes. - Organizar e desenvolver atividades cooperativas de aprendizagem, orientadas para a integração e troca de saberes, a tomada de consciência de si, dos outros e do meio e a realização de projetos intra ou extraescolares.

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- Organizar o ensino prevendo a utilização crítica de fontes de informação diversas e das tecnologias da informação e comunicação. - Promover de modo sistemático e intencional, na sala de aula e fora dela, atividades que permitam ao aluno fazer escolhas, confrontar pontos de vista, resolver problemas e tomar decisões com base em valores. - Criar na escola espaços e tempos para que os alunos intervenham livre e responsavelmente. - Valorizar, na avaliação das aprendizagens do aluno, o trabalho de livre iniciativa, incentivando a intervenção positiva no meio escolar e na comunidade.” Pode ser consultado em https://piccle.pnl2027.gov.pt/

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Auto da Barca do Inferno nos dias de hoje Eis quatro trabalhos de alunos, cujo desafio lançado, foi escreverem uma cena do Auto da Barca do Inferno com personagens do século XXI.

O enfermeiro Vem um enfermeiro portuense acompanhado do seu uniforme de trabalho e de todo um conjunto de proteções contra a Covid-19, nomeadamente, máscara, desinfetante, “biseira”1 e um frasco com a “bácina”1 contra a mesma. Dirige-se, primeiramente, ao Batel Infernal, deparando-se com o Diabo, que diz: Diabo - Ora cá chegais, que boa hora vinhais! Enfermeiro - Por mim podia tardar um pouco mais... Diabo - Venha! Suba cá para dentro, que guardei um lugar para si! Enfermeiro - Para onde se dirige esta barca? Diabo - Tem destino às Terras Obscuras2. Enfermeiro - Creio que o meu lugar seria numa outra Barca, não acha? Diabo - Não lhe dou tamanha razão, mas terá de experimentar, meu coração3! Tal mistério não irei eu desvendar! Enfermeiro - Mas o que “haberia”1 eu de ter feito para tal destino merecer! Eu que combati a pandemia, E curei tantos quanto pude, Até não mais poder! Diabo - Veremos!3 Após a conversa com o Diabo, o Enfermeiro dirige-se à Barca do Paraíso, indagando: Enfermeiro - Alô! Está cá alguém? Quem és tu? Joane - Olá meu companheiro! Chamo-me Joane, cheguei cá primeiro. Enfermeiro - Nesta barca, posso entrar? Anjo - Como será possível Que alguém como o senhor, Não pudesse aqui embarcar? Com toda a dor que poupou, O sofrimento por que passou A saudade que vivenciou Porque não haveria eu de deixar? Se assim pretender, pode entrar. 1 2 3

Caricatura de cartoonista iraniano Alireza Pakdel in, https://www.updateordie.com/2020/04/06/artista-iraniano-retrata-o-sacrificio-dos-profissionais-de-saude-na-pandemia/

Cristiano Ronaldo Anjo Santiago - Para onde caminhais? Cristiano - Oh que má-hora vieste. Anjo Santiago - Porque dizes isso? Cristiano - Digo isto, porque vou fugir ao confinamento. Anjo Santiago - Ó polícia, ó polícia! Cristiano - Entra, entra nesta Barca Infernal! Anjo Santiago - Senhor agente, o Cristiano quer fugir. Polícia - Ó Cristiano, pode ir, mas tem de tirar uma foto comigo Cristiano - Não seja esse o problema! Anjo Santiago - Que brincadeira vem a ser esta? Polícia - O senhor cale-se ou irá ser detido. Anjo Santiago - Ó senhor polícia, vou-me já embora para a minha barca em direção ao Pa- raíso! Santiago Carvalho, 9.º ano

Sotaque do Porto – Cómicos de linguagem, situação e carácter Terras Obscuras – Inferno (eufemismo) Cómico de Linguagem (ironia)

Ana Lopes e Samuel Deboeuf, 9.º ano

Caricatura do liustrador português Abel Costa in, https://industriacriativa.pt/abelcosta

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O Polícia Vem o polícia responsável pela morte de George Floyd, um homem negro que perdeu a vida devido à brutalidade policial, e quando chega ao batel infernal diz: Polícia - Hou da barca! Diabo - Quem aí vem? Polícia - Não vês pelo meu distintivo? Sou Derek Chauvin, protetor de tudo e todos. Diabo - Não me parece que tenhas protegido todos em Terra… Entra na barca que estamos para partir! Polícia - E para onde me levas? Diabo - Para a ilha dos condenados. Polícia - Porque haveria eu de estar condenado? Não mereço tal destino! Diabo - Tiraste a vida a um inocente que merecia um melhor fim. Polícia - Eu não! A sua cor foi a responsável pela sua morte. Diabo - Não tenho o tempo todo, entra na barca! Polícia - Estava a cumprir o meu trabalho. E os meus colegas? Sou tão pecador quanto eles. Diabo - Esses terão o mesmo destino e o vosso trabalho podia ter sido cumprido sem cometer tal atrocidade! Polícia - Bem, sei que não pertenço a esse batel e espero a misericórdia de Deus.

Dirige-se à barca do Anjo e diz:

Polícia - Ora aqui está o meu devido destino. Podes me levar na tua viagem? Anjo - Isso tu desejavas. Não levo tais pecados nesta barca. Polícia - E não levas em conta as pessoas que protegi? Anjo - Protegeste quem achavas que tinha o direito à vida, a qual tiraste a quem julgaste não a merecer. Podes entrar na outra barca!

Os quatro Combatentes Vêm o Belchior, o Gaspar, o Baltazar e o José, de estetoscópio ao pescoço, ambos morreram de cansaço a salvar pessoas, muitas delas com covid-19. Passaram pelo corredor da morgue onde tinham duas saídas, foram diretos pela saída da direita que levava ao paraíso, ignorando a saída da esquerda. Malvada Temido - Companheiros, vós, passais, E não perguntais onde is? Gaspar - Vós, atentai com quem falais! Belchior - E vós, que nos demandais? Ao menos conhece-nos bem! Morremos a salvar vidas E não queirais saber mais. Malvada Temido - Vinde comigo! Este é o vosso destino! José - Quem morre a salvar vidas Não vai por tal saída. Tornam a prosseguir o seu caminho direto ao Paraíso. Quando chegam o responsável, Dom Marceloni diz: Dom Marceloni - Ó Cavalheiros!, A vós estou esperando, Que morreste lutando, Para que outros pudessem viver Sois livre de todo o mal, Que quem morre a salvar uma vida, Salva o mundo inteiro E merece paz eternal. Oureana Santo, 9.º ano

Assim o agente Chauvin dirige-se novamente ao batel infernal e embarca. Matilde Sofia Vieira, 9.º ano

Caricatura de cartoonista iraniano Alireza Pakdel Caricatura de cartoonista Ankyr

in, https://www.irancartoon.com/site/daily/political/i-cant-breath-ankyr

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in, https://virtz.r7.com/fotos/cartunista-mostra-luta-incansavel-de-medicos-contra-coronavirus-17042020#!/foto/7

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Na ponta da esferográfica... Em tempos de confinamento, os alunos foram convidados a fazer apelo à sua criatividade e a escreverem algumas histórias. Eis uma delas:

Margarida e a busca da cura da floresta A última paragem, foi a ilha dos cogumelos. Lá, ela escalou uma montanha e lutou contra um cogumelo gigante. Com todos os ingredientes, a mulher misteriosa preparou a cura da floresta. Margarida percebeu que a mulher poderia ter feito tudo aquilo sem ela, mas quando lhe perguntou o porquê, ouviu o seu alarme a tocar, era segunda-feira de manhã. Então, tinha sido tudo um sonho? Carolina Silva, 8.º ano

@artmilco

Num domingo chuvoso, às nove e meia da noite, Margarida estava a preparar-se para ir dormir. Como de costume, jantou, lavou os dentes e vestiu o pijama... De repente, ouviu algo a bater na sua janela, mas não era a chuva. Era uma andorinha! O que lhe parecia estranho, pois era inverno e as andorinhas já teriam partido para um país mais quente. Então, ela decidiu deixá-la entrar. A andorinha correu para debaixo da sua cama e Margarida pensou em chamar os pais, mas eles estavam fora aquela noite. Margarida empurrou a cama para o lado e deparou-se com algo inesperado. Tinha um buraco enorme lá debaixo. Margarida sabia que tinha uma imaginação fértil, mas aquilo parecia demasiado real. Então, ela entrou. Margarida estava numa floresta quase morta. Todas as plantas pareciam infetadas. Que lugar era aquele? Ao fundo, viu uma casa, já que era a única coisa que ali estava e entrou. Lá dentro, uma mulher esperava-a e contou-lhe que havia uma profecia de que a floresta seria infetada e que uma menina seria mandada para um mundo debaixo dos seus pés e iria salvar a floresta sagrada, que outrora estava saudável e cheia de vida e animais. Ela era a menina da profecia! A mulher misteriosa deu-lhe um mapa com três pontos marcados e três ingredientes: uma fruta azul, folhas de azevinho e um cogumelo dourado. Esta prometeu-lhe que se cumprisse a profecia, ajudá-la-ia a voltar para casa. Sem saber o que fazer, Margarida embarcou na aventura em busca da cura para a floresta. O primeiro ponto do mapa era num local chamado O Lago do Polvo Arthur. Depois de o derrotar num jogo de xadrez, conseguiu a fruta azul. A sua segunda paragem foi na Terra dos Espinhos. Ela teve de ajudar um senhor a cortar umas ervas daninhas para conseguir uma tesoura e cortar os espinhos, que lhe bloqueavam o caminho até ao azevinho.

Um lugar onde se é Feli • 14

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Novo E@D Os “três Rs” – Relações, Rotinas e Resiliência Com o novo confinamento e o consequente encerramento das escolas, educadores e pais terão um papel importante para ajudar as crianças e jovens a lidar com o stress do mundo assustador e incerto em que vivemos. Como sugere a especialista Pamela Cantor, será importante que nos centremos numa nova abordagem dos “Três Rs”: relações, rotinas e resiliência, para minimizar o impacto desta situação na saúde mental das nossas crianças e jovens. Relações: ainda que em casa, os alunos devem manter as suas relações sociais, por exemplo, através dos ecrãs. É através deles que contactam com os amigos e com os familiares que estão distantes. Esta interação, ainda que à distância, pode reduzir a ansiedade e garantir algum convívio entre as crianças e jovens. Contudo, nada substitui o contacto pessoal e devem estabelecer-se algumas regras para o uso regulado do ecrã. Para reforçar as relações entre a família em casa, é importante definir momentos para estarem todos juntos, sem distrações, ecrãs ou obrigações. Ao partilharem interesses uns com os outros e desenvolvendo atividades em conjunto, vão acabar por se conhecer melhor, o que é um passo fundamental no fortalecimento de qualquer relação.

Rotinas: os nossos cérebros, escreve Cantor, são “máquinas de previsão que gostam de ordem, e quando nossos ambientes são ordenados, o cérebro fica mais calmo”. As rotinas dão segurança às crianças, porque conseguem ter alguma previsibilidade no seu dia. Para estabelecer rotinas, as famílias podem criar horários semanais que incluem tempo para estudar, tempo para brincar ou para fazer atividades diferentes do habitual. Resiliência: a habilidade para regular emoções e comportamentos num contexto de Ensino a Distância, diferente do habitual, que é o ensino presencial, começa com a capacidade de perceber que todos nós precisamos de nos adaptar a novas situações e a lidar com os nossos medos perante as mesmas. Educadores e pais podem ajudar, incentivando ao trabalho em equipa e à resolução criativa de problemas. As crianças e jovens devem ser orientados para que desenvolvam a capacidade de reconhecer as suas emoções e fortalecer a sua resiliência durante o ensino a distância, o que ajudará a prepará-las para o regresso ao ensino presencial. Serviços Especializados de Apoio Educativo Gonser, Sarah (2020), 3 Ways to Reduce Stress and Build Connections During Distance Learning, acedido a 24 de fevereiro de 2021, em: http://www.edutopia.org/ article/3-ways-reduce-stress-and-build-connections-during-distance-learning Rodrigues, Hugo (2021), Novo confinamento? 6 dicas para manter a saúde mental das crianças, acedido a 24 de fevereiro de 2021, em: https://www.portoeditora.pt/ paisealunos/pais-and-alunos/noticia/ver/?id=182885&langid=1

iz! Inscrições Abertas • A Voz da Escola

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Vidas marcadas, vidas marcantes Um testemunho de vida Os alunos de 9.º ano abraçaram o projeto Sagrado MUN, uma simulação das Nações Unidas, no âmbito do Domínio de Autonomia Curricular, com o objetivo de promover e desenvolver ideias criativas e construtivas, que, no âmbito de um fórum mundial, permitam a elaboração de cláusulas destinadas à resolução de diversos problemas. Têm, por isso, refletido sobre temas como as condições de vida dos refugiados nos campos de Lesbos e a importância do acesso à educação de qualidade como chave para o desenvolvimento no Comité dos Direitos Humanos. No Programa das Nações Unidas para o Meio ambiente, têm refletido sobre o compromisso na redução das emissões de CO2 e na redução dos plásticos nos oceanos. A internet tem sido uma forte aliada neste trabalho de pesquisa, no entanto, considerámos que não há nada como dar sentido a esta realidade que, às vezes, lhes parece tão distante. Neste sentido, convidámos uma refugiada da Eritreia, atualmente residente em Fátima, para nos dar o seu testemunho de vida na primeira pessoa. E foi, sem dúvida, um testemunho marcante de quem tem uma história de vida marcada pela angústia e sofrimento. No entanto, uma vida que não se resignou a aceitar essa dor e num ato de resiliência absolutamente extraordinária, lutou por ser feliz e é. Eis a sua história, na voz de quem a ouviu: Trhas veio contarmos o seu percurso da Eritreia até Portugal. A sua história começa pelo desespero de deixar para trás a sua família, na busca incessante por uma vida melhor. A travessia pelo deserto no Sudão foi difícil, caminhou uma semana praticamente sem pão e água; o deserto da Líbia foi feito numa atribulada viagem de camião, onde só desejava não cair. Cair do camião significava ficar abandonada à sua sorte. Agarrada à vida chegou a Tripoli onde foi acolhida num campo de refugiados. Aí partilhou um espaço exíguo e sem condições com mais de uma centena de pessoas. Foi duro,

muito duro, mas faltava ainda o derradeiro trajeto até à Europa. Pela frente tinha o Mar Mediterrâneo, que se pudesse ser transformado em gente tanto tinha a contar. Um mar que fervilha de barcos carregados de pessoas em busca da salvação. Thras dividiu o bote com mais 300 pessoas, um bote sem espaço, onde respirar era uma tarefa difícil. Aí esteve durante quatro horas até ser resgatada por um navio. Eram 1200 pessoas, 1200 vidas que haviam sido salvas. Estiveram 3 dias no Mar Mediterrâneo, pois precisavam de uma autorização para entrar em Itália. Aí esteve num campo de refugiados onde existiam melhores condições. Viveu nesse campo por 10 meses, até Portugal a acolher. Veio para Ourém e depois para Fátima onde atualmente reside e trabalha. Orgulhosamente, diz adorar trabalhar na Santa Casa da Misericórdia. Orgulhosamente, juntou dinheiro, com o seu trabalho, e conseguiu recentemente trazer, para junto de si, o seu filho e marido. Sentimo-nos muito gratos pela coragem que teve em vir ao Colégio e abrir o seu coração, relatar os momentos difíceis da sua história e que tanto nos emocionou. A esperança que a Thras teve na busca de um futuro melhor, motivou-nos, não só para nunca perdermos a esperança, mas também a nunca desistirmos, por mais que tenhamos de enfrentar duros obstáculos. Tal como o tema do Colégio nos diz, Lança redes de esperança, este testemunho criou, de certa forma uma rede de esperança. Ao ligar-nos a esta rede, a Trhas incentivou-nos a lançarmos redes de esperança, para que todos tenham vida! Eliana Oliveira, Professora de História e Alunos de 9.º ano

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Nós e a Acne! No mês de janeiro, no âmbito do projeto Promoção e Educação para a Saúde, os alunos do 7.º ano de escolaridade receberam a visita da Dr.ª Beatriz Borges e da Enf.ª Ana Rita Abreu, da Unidade de Cuidados na Cova da Iria, para abordar um tema que tanto nos aflige: a acne! A Dr.ª Beatriz começou por nos perguntar o que sabíamos sobre a acne, afirmando, depois, que é bastante comum nos adolescentes pois afeta 80 a 90% das pessoas entre os 15 e os 24 anos, podendo acontecer mais cedo ou mais tarde. De seguida, explicou-nos as causas da acne apresentando alguns fatores responsáveis pelo seu aparecimento: fatores genéticos, hormonais (puberdade, gravidez, doenças hormonais), medicação (por exemplo a toma prolongada de corticóides), stress e ansiedade. Os alunos colocaram questões às quais a Dr.ª Beatriz respondeu, referindo os tipos de lesões que surgem e as consequências ao nível psicológico e socioeconómico. Referiu, também, a forma como a acne pode condicionar o nosso relacionamento com amigos e familiares. Deixou-nos alguns cuidados a ter com a nossa pele: . lavar a cara, de manhã e à noite, com produtos adequados a cada tipo de pele; . aplicar protetor solar todos os dias; . evitar exposição direta ao sol; . não espremer as borbulhas para que a pele não fique mais inflamada; . praticar atividade física e alimentação saudável. Na última parte da aula, fomos convidados a responder a questões de resposta “verdadeira” ou “falsa” tais como: o chocolate causa acne? Falso! A acne é contagiosa? Falso! Gostámos muito! Obrigado.

Em linha Novas Descobertas

Fragmentos bíblicos encontrados

Foram descobertos novos fragmentos de manuscritos bíblicos que datam do período entre o século III a.C. e o século I d.C. Tratam-se de escritos principalmente em grego e contêm fragmentos dos doze profetas menores, em particular Zacarias e Naum. Do estudo dos fragmentos emerge um detalhe: no texto grego, as quatro letras impronunciáveis do ​​ nome de Deus são escritas na língua paleo-hebraica, a antiga escrita que era usada na época do Primeiro Templo (até 586 a.C). “Já havia naquela época, como nos pergaminhos usados ​​ na época de Jesus, um grande respeito pelo Nome de Deus, que não era pronunciado.” Adaptado de https://www.vaticannews.va/pt/mundo/news/2021-03/ israel-descoberta-fragmentos-biblicos.html

Diana Santos, Diana Silva, Gabriela Gameiro, Guilherme Santos e Rafael Deboeuf, 7.º Ano

Vestígios arqueológicos descobertos em Gaia

Basílica e necrópole paleocristã encontradas na zona do Candal em Gaia. A colocação do achado totalmente a descoberto poderá demorar vários anos, mas já se sabe que este será aberto ao público. O arquiteto responsável pelo projeto, explica a importância da preservação do achado. “Trata-se de algo único e de grande importância, tendo sido encontrados vestígios arqueológicos de vários períodos, destacando-se o que se pensa tratar de uma basílica e necrópole associada que terão estado ativas durante período de antiguidade clássica e tardia”. Os trabalhos de arqueologia serão retomados brevemente, “é um trabalho minucioso e de cuidado extremo e que poderá demorar alguns anos até se poder pôr tudo a descoberto, estudar e inventariar, assim como criar condições para que possa ser visitado”, conclui o arquiteto. Adaptado de https://www.radiovozdonorte.pt/noticias/sitio-arqueologico-de-grande-importancia-foi-descoberto-em-gaia/

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O Holocausto aos nossos olhos “O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons.” Martin Luther King “Não há história mais difícil de contar em toda a História da Humanidade.” Esta afirmação de Hannah Arendt justifica-se não só pelo intenso sofrimento de um povo, para além daquilo que é o entendimento humano, mas também porque o genocídio nazi é uma referência do inimaginável mal absoluto. Porque é uma história que nos questiona enquanto seres humanos, que nos faz pensar até onde o Homem pode chegar, para o bem e para o mal. Sim, porque nesta história dura, física e emocionalmente, que foi o Holocausto há alguns raios de luz representados por homens e mulheres que, contra tudo e contra todos, tiveram a coragem de lutar contra a barbárie nazi. Pessoas que elevaram o sentido de Humanidade ao mais alto nível para salvarem tantos quantos lhes foi possível. Homenageamos todos eles, porque “quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”. Uma sobrevivente afirmava que “esperávamos o pior, mas não o impossível.” E a verdade é que o Holocausto nos mostrou que aquilo que nos parecia impossível se tornou uma possibilidade em aberto. No entanto, e apesar de conscientes que é uma história difícil de contar, não queremos deixar de o fazer. Acreditamos que é importante recordar para que nunca mais se volte a repetir. Num mundo a fervilhar de cansaço, os movimentos extremistas têm vindo a crescer e, por isso, queremos consciencializar os nossos alunos para a importância de promover os valores do respeito e da dignidade humana, em todos os domínios. Porque raça só há uma, a humana. Neste sentido, os alunos do 9.º ano refletiram sobre o temas a partir da análise de testemunhos de quem sofreu na pele o terror nazi, imortalizado em livros, poemas, pinturas ou documentários. Desta reflexão surgiram os trabalhos que aqui expomos.

António Oliveira e Diana Khalyknazarova

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1939-1945

JUDEUS ALEMANHA

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Eliana Oliveira, Professora de História

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Contar o Holocausto

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Andreia Maximiano, Margarida Rodrigues, Micaela Rosa e Nádia Oliveira

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Carlota Silva, Matilde João, Martim Borges e Tomás Pereira

A Voz Escola • Trabalhoda realizado por: Carlota Leitão Silva nº5 9ºc


H HO OL LO OC CA AU US ST TO O “O que é feito não pode ser desfeito, mas podemos prevenir que aconteça novamente” Anne Frank

Ana Lopes, Carolina Chainho, Duda Camará e Guilherme Reis

Gonçalo Vicente, Guilherme Almeida,

Sofroni Gonçalo nº12 | Guilherme nº13 | Madalena nºe20Madalena | Simão nº 27

Diana Sukhoveyeva, Leandro Silva, Raquel Catulo e Sílvia Pascaru Ângela Simões, Arina Yaremchuk e Maria Zuquete

Quando ouvimos e lemos testemunhos acerca do Holocausto, desperta em nós um sentimento de espanto. Como é que pode ter acontecido tamanho desrespeito para com os Direitos Humanos? Como é que foi a realidade e não só mais um filme, uma história hipotética? Temos de honrar todas as vidas que foram alvo deste racismo, temos de lutar para que nada disto, nem mesmo nada parecido, volte a acontecer. Temos de tornar o Mundo num lugar melhor. Educar para o respeito de tudo e todos. Ana Lopes, Gonçalo Mota, Maria Ribeiro e Pedro Rodrigues

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Um mundo + justo Com a crescente mobilidade populacional, determinadas caraterísticas sociais e culturais originam consequências multifacetadas que ultrapassam fronteiras e desencadeiam situações de conflito, racismo e xenofobia. As recentes alterações no cenário migratório português tornaram a nossa sociedade mais rica, diversificada e complexa. Acolhemos imigrantes de diferentes países, continentes e realidades. A melhor forma de os acolhermos e evitar os cenários desagradáveis que se verificam um pouco por todo o mundo, é através do conhecimento. Assim, perante esta realidade é fundamental promover experiências de aprendizagem que permitam educar as novas gerações para atitudes de tolerância e valorização das outras culturas. Com este propósito, os alunos do 8.º ano, foram convidados a assinalar o Dia Internacional para Eliminação da Discriminação Racial (21 de março) com a apresentação de trabalhos sobre diferentes manifestações culturais. Modos de celebração do nascimento, casamento ou mesmo cerimónias fúnebres foram alguns dos temas pesquisados e apresentados. Conscientes de si e dos outros, os alunos foram desafiados a exercer uma cidadania ativa num mundo cada vez mais global, construindo sociedades mais justas, onde a valorização do ser humano seja uma constante. Bruno Agostinho e Céu Mendes, Professores de Geografia

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Cristina Moreira

Alice Lopes

Francisco Valentim

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Viajar pelo mundo romano Visita virtual ao PO.RO.S. No mês de fevereiro as turmas do 7.º ano visitaram, virtualmente, o PO.RO.S. - Museu Portugal Romano em Sicó, no âmbito da disciplina de História. Como numa viagem pelo tempo fomos convidados a entrar no Túnel do tempo, que marca os principais feitos históricos da identidade portuguesa. Na sala imersiva, as projeções nas paredes e nos tetos conduziram-nos aos momentos marcantes da História até à chegada dos romanos às terras de Sicó, há aproximadamente 2000 anos. E porque “em Roma, sê romano”, assumimos o papel de legionários e passeámos pelos corredores como se numa cidade do Império vivêssemos. O PO.RO.S. mostrou-nos como eram as cidades, dando a conhecer a monumentalidade e robustez das suas construções, as

Jacinta Fialho

João Ferreira

Gabriela Gameiro

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Mariana Marques

rotinas e muitas curiosidades sobre o Império Romano. Mergulhados verdadeiramente na época, conhecemos ainda a sala do domínio dos deuses e a representação das termas, que tanto caracterizaram o povo romano. Ao aliar a tecnologia aos achados arqueológicos, o conhecimento ao entretenimento, o museu apresenta-se como o local ideal para compreender melhor a história do Império Romano e contribuir para a salvaguarda e divulgação da memória histórica da romanização. Para consolidar os conhecimentos, desafiámos os alunos a ilustrar uma expressão que perdura até aos dias de hoje e que esteja relacionada com a presença dos romanos em Portugal. Eliana Oliveira e Vitalino Carreira, professores de História

Rafael Deboeuf

Diana Oliveira

Rita Maurício

Maria Francisco

Djulia Savchenko

Margarida Ferreira

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Joana Filipa da Silva Oliveira | 29 anos Profissão: Médica Último ano no Colégio: 2006

Quais são as recordações mais presentes que tem do Colégio? Volvidos mais de 15 anos desde a última vez que cruzei o portão do Colégio tenho memórias bem vívidas desses tempos … o toque da campainha que abria a porta às brincadeiras no recreio, as tasquinhas do grupo de solidariedade, a viagem do 8.º ano a Santiago de Compostela, a música da sala de alunos, a preparação para as festas de final de ano … os sorrisos e os raspanetes dos vigilantes, por incrível que pareça até a fila para o refeitório. Sinto-me grata por ter crescido e aprendido num ambiente tão familiar.

Depois, o corpo docente é sem dúvida a marca de sucesso do colégio, pela competência e dedicação. Recordo com saudade o sorriso maternal da prof.ª Conceição Fartaria, primeira diretora de turma, a descontração do prof. Bruno Agostinho e da prof.ª Maria José Samouco, a exigência do prof. Aguinaldo, a organização da prof.ª Sandra Venâncio, o tom irónico da prof.ª Zulmira Braga que tornava as aulas de História cativantes, enfim, levo memórias indeléveis de todos. Finalmente, quero deixar um grande beijinho de saudade à prof.ª Manuela Neves de Francês, que nos deixou cedo demais. A escola por onde passamos marca inevitavelmente a pessoa que somos. Qual foi a influência que o Colégio teve no seu percurso profissional e pessoal? Posso afirmar, sem grandes dúvidas, que o Coração de Maria me abriu novos horizontes, me deu asas para novas formas de pensar. Os valores defendidos, o respeito e preocupação pelo bem-estar do outro e a promoção de um raciocínio livre, mas ponderado foi sem dúvida o que me permitiu seguir e concluir o meu percurso académico da melhor forma.

Quais são os colegas, professores, irmãs e/ou funcionários que mais marcaram as suas memórias? Porquê? Esta pergunta tem pano para mangas, mas obviamente todos os elementos da minha turma (D) marcaram o meu percurso, por entre brincadeiras, partilha de conhecimentos, companheirismo e até as discretas rivalidades que na altura tanto atrito criavam e passados estes anos se tornaram triviais. Cultivaram-se boas amizades.

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Lança redes de Esperança, para que todos tenham Vida! é o tema inspirador das atividades do Colégio este ano letivo. Encontra alguma relação entre este tema e o seu percurso de vida? Bom, tantos anos depois mais uma pergunta desafiante por parte do Colégio… Sem dúvida que manter a Esperança é o que me tem feito levantar diariamente de sorriso no rosto para enfrentar cada turno no Hospital neste último ano. Acreditar, ter Fé, ser resiliente são motos que me têm permitido a criação Redes ou laços de entreajuda numa tentativa de manter saudáveis em todas as vertentes (corpo, espírito e mente) aqueles que procuram a minha ajuda. Vivemos tempos desafiantes e facilmente seremos toldados pelo medo se não mantivermos a audácia e a expectativa num amanhã melhor. Afinal de contas, como dizia Darwin “Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças”. Se lhe pedíssemos para deixar uma mensagem aos nossos atuais alunos, o que lhes diria? Caros colegas, acreditem nas vossas capacidades, não se conformem, e ousem sonhar, definam metas

Filipe José Laranjeiro Henriques | 33 anos País onde reside: Canadá Último ano no Colégio: 2005 (sem ter a certeza) Qual a sua atividade profissional? Construção

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porque “Deus quer, o homem Sonha e a obra Nasce”. Permitam-se viver: estudar, ler, escrever, pintar, brincar e sobretudo tenham coragem de falhar, aprendam a lidar com as vossas fragilidades e lágrimas de forma a saborearem cada vitória. Respeitem e ouçam aqueles que vos querem transmitir uma mensagem, sejam eles os vossos Pais, ou os Professores, as Irmãs, os Auxiliares, mesmo que Hoje vos pareça aborrecido, Amanhã irão valorizar e sentir saudade de os ouvir.

Dos países para os quais já viajou, qual considera ser o culturalmente mais divergente da realidade portuguesa e porquê? Já estive em alguns países, mas o Canadá, talvez seja aquele do qual tenho um pouco mais de conhecimento, porque já aqui resido há muitos anos. O Canadá é um país originário de uma colónia inglesa, existem dois idiomas, o francês na região de Québec e o inglês no resto do país. Apresenta uma área territorial de cerca de 9,984,670 km2, dividido por 10 províncias. A nível de recursos naturais tem petróleo, carvão, minério, gás, zinco, cobre, madeira, etc. Faz fronteira com os Estados Unidos, separados pelas famosas Cataratas do Niágara. Uma economia bastante estável o que permite estar entre os 5 melhores países a nível mundial. A nível climatérico, durante o inverno atinge temperaturas muito baixas chegando mesmo a nevar. A nível gastronómico há muita diversidade devido ao misto de culturas que aqui existe. Tem uma população de cerca de 38 milhões de habitantes. Logo há uma grande divergência comparado com Portugal, desde a área territorial à vertente económica. A cultura portuguesa possui muito mais história, mais antiga e com tradições bem vincadas, passadas de geração em geração.

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São Valentim

Amor

São Valentim é um santo reconhecido pela Igreja Católica. Durante o governo do Imperador romano Claúdio II foi proibido a realização de casamentos, com o objetivo de obrigar os homens a participar nas guerras e assim criar um exército poderoso. Valentim ignorou esta ordem e continuou a celebrar casamentos. Foi preso e condenado à morte. Na prisão apaixonou-se por Artérias, filha cega do carcereiro, que milagrosamente recuperou a visão. Valentim deixou um bilhete à sua amada antes de ser decapitado em 14 de fevereiro de 270. O Dia de São Valentim, também chamado de Dia dos Namorados, é assinalado a 14 de fevereiro para celebrar a união amorosa entre casais e namorados. Os cartões são conhecidos como Valentines. Nesse dia é demonstrado o amor e a amizade entre amantes e amigos, sendo comum a troca de presentes, caixas de chocolates, flores e cartões com o símbolo de um coração.

O amor é um sentimento de carinho e uma demonstração de afeto que se desenvolve entre seres que possuem a capacidade de o demonstrar. É também um sentimento de afeição, paixão e grande desejo. Definir nem sempre é uma tarefa fácil, pois para cada pessoa o amor pode representar algo diferente. O amor pode-se manifestar de diferentes formas: amor materno ou paterno, amor entre irmãos (fraterno), amor físico (paixão), amor à vida, amor pela natureza, amor pelos animais, amor próprio, etc. O amor provoca entusiasmo por algo e/ou alguém, é a vontade de fazer o bem, o interesse em defender o que amamos. O amor físico acontece entre casais. É um sentimento que envolve uma forte ligação afetiva e, em geral, uma ligação de natureza sexual. O amor é simbolizado com corações e o Cupido é a figura alegórica que encarna a paixão e o amor em todas as suas manifestações. Carolina Sena e Matilde Reis, Clube Europa Adaptado de https://pt.wikipedia.org

Bullying •

O que é? Bullying é o nome dado ao ato de alguém ferir ou magoar outra pessoa (fisica e/ou psicologicamente) por razões indeterminadas. •

Quais as causas? O Bullying, muitas das vezes, acontece porque o agressor quer apontar (estereotipar) alguém. As razões podem ser variadas: alguém novo na sua escola; o agressor acredita que a pessoa é um alvo fácil; por diversão e gozo; por inveja, maldade ou até ódio. •

Qual é a origem? O Bullying remonta aos primórdios da criação do Homem, que lutavam entre si para conseguir e marcar território, para resolver os seus problemas ou para mostrar poder. Basicamente esta disputa perdura até aos dias de hoje. •

O que é o Cyberbullying? O Cyberbullying é bullying praticado na Internet. É feito através de mensagens com ameaças, vídeos provocadores, fotos constrangedoras, etc. Este tipo de bullying é usado para intimidar a outra pessoa, para a denegrir, ou para a chantagear.

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Quais os efeitos do Bullying? Muitas vezes a pessoa que está a sofrer de bullying está sozinha e não procura ajuda por ter vergonha ou falta de informação. Este sofrimento pode dar em depressão ou até terminar em suicídio. •

Quais são as soluções? Estas situações podem ser revertidas, basta procurar ajuda junto de familiares e amigos. Não se deve sofrer sozinho, mas sim ter a coragem de procurar um adulto de confiança: os pais, os professores, por exemplo. Devemos sempre desabafar e pedir apoio. Sempre! Martim Silva, Clube Europa

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Clin d’œil sur… le monde francophone Apprendre sur Internet Nous te suggérons ici de nouveaux quelques sites éducatifs à découvrir parce que l’on apprend mieux en s’amusant…

Lumni Avec plus de 12 000 vidéos, sons, jeux, dossiers, ce catalogue propose: aux élèves seuls ou accompagnés de développer leur culture générale, de prolonger leurs cours, de comprendre le monde en apprenant autrement et de devenir des citoyens éclairés capables de décrypter l’actualité. https://www.lumni.fr/

KéZaKo: Quand la science décrypte notre quotidien Pourquoi est-ce que la colle colle? Comment sortir de sables mouvants? Autant de questions intéressantes auxquelles on n’a pas toujours réponse. Heureusement, la petite équipe de la série KéZaKo? peut nous aider. «Fondé par des physiciens de l’Université de Lille et de l’Université des Sciences en ligne, ce site propose de passionnantes vidéos qui expliquent, de façon claire et souvent drôle, les mécanismes scientifiques à l’œuvre derrière les petites choses de notre quotidien.» https://webtv.univ-lille.fr/grp/231/kezako/

Geo Ado – magazine Le site du magazine GEO Ado nous présente des thèmes d’actualité: Actus, reportages, débats, questions (et réponses) ... Avec des photos époustouflantes, des enquêtes et des carnets de voyage, le magazine GEO Ado relie les ados entre eux et explore tous les continents pour découvrir la diversité des modes de vie. Ce magazine permet de découvrir l’actu, de s’émerveiller et d’apprendre. https://www.geoado.com/categorie/actus/

Il était une fois - Chaîne Youtube La chaine officielle de «Il était une fois...» présente les épisodes des différentes séries La Vie, L’Homme, Les Découvreurs, Les Explorateurs, L’Espace, Les Amériques et Notre Terre... On peut y suivre les aventures du célèbre Maestro avec sa longue barbe blanche, de Pierre, de Pierrette, du Gros et du Teigneux … «La vie, la vie, la vie, la vie…» Impossible de ne pas avoir en tête le générique culte de la série Il était une fois… la Vie. https://www.youtube.com/user/procidis/playlists Les professeures de Français

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Uma Semana das Profissões diferente Testemunhos dos Profissionais Na impossibilidade de recebermos presencialmente os profissionais, os alunos viram os vídeos que estes amavelmente produziram, explicando o quotidiano profissional e respondendo às suas questões. E, porque, o sonho comanda a vida desejamos que os alunos se sintam inspirados pelos fantásticos testemunhos que lhes foram deixados.

Ana Filipa Borralho, Psicóloga

Ser Advogado é uma atividade nobre. Fazemos parte deste processo da justiça que contribui para uma sociedade melhor. Eu quero viver numa sociedade justa, em que os inocentes não têm qualquer problema com tribunais, justiça, prisão e em que os culpados serão condenados.

Ser Ator é ser alguém que é criativo, que tem ideias e que joga bem estes vários jogos do teatro, do cinema, da televisão, da rádio, das dobragens… É uma profissão que me dá muito prazer fazer.

Pedro Lacerda

Ser Bailarina é não ter que trabalhar um único dia na vida, porque faço realmente aquilo que gosto. É ser feliz, é ser livre, ou, pelo menos, sentir-me livre. Patrícia Borralho

Eugénio Lucas

Ser Arquiteta é sonhar, é desenhar aquilo que estamos a conceber e no outro dia irmos para a obra e fazer acontecer. Perceber que o sonho que idealizamos vamos vê-lo na realidade é a magia da arquitetura.

Ser Designer é ser paciente, ser criativo, ser muito metódico, ser inovador…. É preciso conhecer o público para o qual estamos a comunicar e isto é até mais importante do que saber desenhar.

Ana Zagalo

Ana Alves

Ser Artista de Videojogos é corrigir muitos problemas, é estar constantemente a apagar fogos que aparecem e a controlar os bugs que aparecem. Mas é muito gratificante chegar ao final do dia olhar para uma parte do nível e conseguir estar a jogar com o personagem e a absorver a arte e os efeitos que fiz.

Ser Gestor é cumprir e superar expetativas de colaboradores, clientes e fornecedores. É conseguir delinear uma estratégia vencedora no mercado.

Luís Vieira

Ser Médica é ter que ser humilde, ter que estudar muito, ter que aprender muito, trabalhar em equipa, não ter medo de arriscar, mas nunca inventar, quando não sabemos temos que pedir ajuda. É uma profissão maravilhosa, é uma profissão nobre, ajudar o outro é lindo. Quanto mais uma pessoa dá, mais recebe em retorno.

Sofia Teixeira

Ser Eng.º Eletrotécnico é gostar de desafios, de ciências, de computadores e de línguas. É uma área com muito potencial, mas têm que gostar de estudar durante todo o vosso percurso.

João Carriço

Francisco Santos

Ser Eng.º Informático é participar nesta época de transformação digital que estamos a atravessar quer no mundo empresarial, quer no mundo pessoal.

Nelson Marques

Ser Enfermeira é dar o melhor de mim aos outros, aqueles que precisam de mim em determinadas alturas da vida, às vezes até mesmo no fim de vida. É estarmos ali a dar algum conforto.

Ana Rita Abreu

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Ser Fisioterapeuta é uma profissão difícil e exigente, falamos da recuperação e da saúde das pessoas. Mas ao mesmo tempo é uma profissão muito recompensante, aquilo que retiramos do dia a dia da nossa profissão é muito positivo, torna-nos pessoas melhores.

Tiago Marto

Ser Eng.ª Química é usar os conhecimentos da matemática e da física para a resolução de problemas. É sentir-me muito realizada, é gostar imenso daquilo que faço.

Ana Rebelo

Ser Biólogo é ser um apaixonado pela vida natural, quer seja animal ou vegetal. Sou absolutamente apaixonado por dar a voz aos animais e por trabalhar no Jardim Zoológico, que é um espaço magnifico.

Ser Nutricionista é um prazer e é uma responsabilidade muito grande. É utilizar os alimentos como os nossos medicamentos e é transmitir aos outros a importância das suas escolhas alimentares na promoção da sua saúde.

Micaela Silva

Ser Educadora é ser responsável, criativa e muito atenta. Ser boa ouvinte, ouvir com os ouvidos e com o coração. Temos que estar sempre ao lado da criança, temos que a sentir. A nossa missão é formar seres que estão em constante mutação, então temos que ter um grande amor. Rita Marto

Tiago Carrilho

Ser Organizador de Eventos hoje em dia é também ajudar as empresas turísticas a perceberem qual o caminho certo a seguir, como é que podem olhar para o futuro, como podem marcar pela diferença. Claro que acontecem alguns eventos online no meio disto tudo.

António Marto

Ser Veterinária é uma profissão muito dinâmica e muito interessante, todos os dias são completamente diferentes, mas também é cheia de emoções e devemos saber geri-las da melhor maneira.

Inês Guerra

Ser Psicóloga é estar disponível para o outro, para o ouvir e para o compreender sem juízos de valor, sem moralismos. É tentar ajudar aquela pessoa a encontrar soluções para os problemas com que se depara e a encontrar o seu bem-estar.

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Tânia Pires

Ser Jornalista é uma grande paixão, mas muitas vezes é uma paixão difícil, que dá muito trabalho. Esta profissão não é fácil em termos de horários, muito trabalho à noite e ao fim de semana, muitas horas a mais de trabalho, mas é uma profissão onde não existem rotinas, na qual todos os dias são diferentes.

Filipe Gonçalves

Ser Gestor de Oficina Auto é um desafio muito aliciante, porque a tecnologia é muita e está a ser atualizada todos os dias, o que requer um grande estudo da nossa parte e uma grande motivação para nos mantermos atualizados.

Bruno Ferreira

Ser Juiz é um saber fazer, um saber estar e sobretudo um saber ser. Temos que nos reger pelo supremo princípio da plenitude da nossa consciência. Um juiz é um homem ou uma mulher, e por isso, nada do que é humano lhes é estranho. Somos todos seres vulgares a exercer uma missão invulgar. Tento, a todo o custo, ser justo e, nessa decisão ficar de absoluta consciência tranquila.

Paulo Guerra

Ser Piloto de Aviação é juntar pessoas, famílias, amigos e trabalhadores. Realizar e possibilitar sonhos e aventuras dos passageiros. Trabalhar com pessoas diferentes todos os dias. Conhecer novos países.

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Gota a gota, todos a poupar! Data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993, assinala-se a 22 de março o Dia Mundial da Água, com o objetivo de lembrar a importância da água para a nossa sobrevivência e de todos os seres vivos. É também o momento de consciencializar para a urgência do seu uso de uma forma sustentável e de promover uma reflexão sobre a necessidade de conservação dos ambientes aquáticos. No 5.º ano, na disciplina de Ciências Naturais, esta reflexão já foi feita e, com a consciência de que se trata de um recurso renovável, mas escasso, os alunos apresentaram as suas propostas para utilizar, sem desperdício, este bem essencial e precioso, através de uma gestão cuidada no nosso quotidiano. Ficam as sugestões para poupar, gota a gota! Iolanda Faria, Professora de Ciências Naturais

Podemos colocar uma garrafa com água no autoclismo, diminuindo assim a capacidade do depósito. Miguel Simões

Em vez de deitar fora a água do desumidificador podemos utilizá-la para regar as plantas, na caldeira do ferro de engomar ou utilizar como descarga no autoclismo.

Uma maneira de economizar água é ligar a máquina da louça só quando estiver cheia. Miguel Alves

Uma das formas de poupar água é lavar as mãos com a torneira fechada, enquanto as estamos a ensaboar. Serena Ruivo

Júlia Faria

Pequenos cientistas O confinamento privou-nos do convívio, no entanto, permitiu-nos descobrir novas facetas. Numa reinvenção da disciplina de Ciências Naturais, os alunos de 5.º ano foram desafiados a “vestir a pele” de pequenos cientistas e a realizarem as suas próprias investigações sobre os conteúdos em estudo. O desafio foi aceite e alguns alunos transformaram as suas casas em laboratórios. Curiosidade não faltou e, de forma muito empenhada, deram expressão ao seu espírito científico. Os resultados foram surpreendentes: fizeram fotografias, vídeos e relatórios das atividades práticas realizadas. Parabéns pela criatividade, pelo trabalho realizado e pelo apoio (e paciência) dos pais! Iolanda Faria, Professora de Ciências Naturais

Vitória Oliveira

Serena Ruivo

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Vitória Oliveira

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Ketchup Mergulhador Como fazer?

De que precisas?

1. Coloca o pacote de ketchup dentro da garrafa e enche-a com água até ao máximo; 2. Fecha bem a garrafa com a tampa; 3. Faz força no centro da garrafa com as duas mãos; 4. Deixa de fazer força na garrafa e observa.

. 1 pacote pequeno de ketchup . 1 garrafa de plástico de 1,5 L . água

O que acontece? O pequeno pacote de ketchup, para além do molho também possui ar no seu interior. Ao fazermos força na garrafa, pressionamos ao mesmo tempo o pacote de ketchup, pois as forças de pressão exercidas sobre a água são comunicadas até ao pacote. Esta pressão faz comprimir o ar que existe no seu interior e o volume do pacote diminui, fazendo com que este se afunde na água. Quando deixamos de pressionar, o ar expande-se novamente e a embalagem recupera o seu volume inicial, voltando a flutuar até ao topo da garrafa. Ou seja, o pequeno pacote de ketchup sobe e desce na garrafa devido à compressão e expansão do ar que se encontra no seu interior.

Ao crescer perdemos ossos? O esqueleto humano é uma parte do nosso corpo extremamente importante, formado essencialmente por ossos e cartilagens. Entre outras funções, é graças ao esqueleto que o nosso corpo tem suporte, permitindo (em ação conjunta com os músculos) que nos movimentemos. Ele também armazena sais minerais e protege alguns dos nossos órgãos vitais (cérebro, pulmões e coração). Quando nascemos, o nosso esqueleto é composto por cerca de 300 ossos, sendo uma grande parte da sua composição cartilagem. A cartilagem é um material mole e flexível, o que facilita a saída do bebé no parto, bem como o desenvolvimento do cérebro nos dois primeiros anos de vida. As alterações no nosso esqueleto ocorrem maioritariamente até à adolescência. É durante estes anos que ocorre a junção de vários ossos, formando ossos maiores, bem como a ossificação dos mesmos (processo natural onde a cartilagem é substituída por tecido ósseo). Assim, ao atingir a idade adulta, fruto das junções que existiram entre os nossos ossos, o nosso esqueleto tem apenas 206 ossos. Inês Mendes, Professora de Físico-Química adaptado de Curtir a Ciência, Centro Ciência Viva de Guimarães

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Eco-Escolas… também a partir de casa A pandemia adiou vários projetos no âmbito do Programa Eco-Escolas, mas não nos faz baixar os braços! A partir de casa, e a desenvolver muitas outras competências, continuamos atentos ao que se passa com o ambiente e com o planeta. Enquanto não regressamos à escola, temos vários artistas a dar asas à sua imaginação e a participar em concursos promovidos pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) e parceiros. No concurso intitulado Pinta o Ecobag, o desafio passou por criar imagens para cada ecoponto - azul, amarelo e verde. Para comemorar o Dia Mundial das Zonas Húmidas, a 2 de fevereiro, o projeto “Aqui há vida!”, apelava à criatividade através de desenhos sobre a biodiversidade que habita em zonas húmidas e incentivava à partilha dos trabalhos nas redes sociais. Iolanda Faria, Coordenadora da Eco-Escola

Valeska Grizalez, 6.º ano

Serena Ruivo, 5.º ano

Mariana Marques, 7.º ano

Júlia Faria, 5.º ano

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Madalena Faria, 5.º ano

Rafael Debouef, 7.º ano

Fausto Lopes, 5.º ano

A Voz da Escola •


Articular Para estudar o tema Movimento e mecanismos, na disciplina de Educação Tecnológica, fomos desafiados a criar um mecanismo de movimento, ficando a decoração a nosso gosto. A base para este trabalho foram as articulações, formadas por vários elementos, ligados por ataches, de modo a permitir o movimento do desenho. Apesar de simples, as articulações são mecanismos de grande importância e que facilitam muitas ações no nosso dia a dia. Podem ser usadas para exercer uma força, ligar os diferentes elementos de um mecanismo, converter ou alterar a direção do movimento. Um candeeiro de secretária, uma mola de roupa ou um compasso são exemplos de articulações. Dinis Faria, 6.º ano

Dinis Faria, 6.º ano

Madalena Reis, 6.º ano

Santiago Pinto, 6.º ano

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Margarida Reis, 6.º ano

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Agamógrafo O agamógrafo foi inventado por Yaacov Agam, um artista que criou obras que se transformam, dependendo do ponto de vista. Integram-se na OPArt, a arte da ilusão de ótica. Dizia ele que a sua arte tinha como objetivo “mostrar o visível como possibilidade em permanente estado de transformação” As obras dele não são o que são, são o que podem tornar-se! Os alunos do 6.º ano, na disciplina de Educação Visual, já em ambiente de E@D, construíram o seu agamógrafo. Agostinha Primitivo, Professora de Educação Visual

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Arsen Tymchal

Francisca Homem

Margarida Pinto

Madalena Reis

Beatriz Silva

Carolina Arrátel

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Criação de texturas visuais Podemos desenhar texturas com o intuito de representarmos superfícies, materiais, tecidos, etc. Para representarmos graficamente texturas, recorremos ao desenho, utilizando elementos pontuais – o ponto – e lineares – a linha. Ora, explorando este tema, os alunos do 5.º ano das turmas A e B, no âmbito da disciplina de Educação Visual, executaram vários trabalhos e ficaram surpreendidos com os resultados... Parabéns aos alunos pelos belos trabalhos. Agostinha Primitivo, Professora de Educação Visual

Tiago Frias

Matilde Deboeuf

• A Voz da Escola

Tiago Frias

Matilde Deboeuf

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Votos 2021 Os alunos do 9.º ano, em Educação Visual, puseram em imagem o que mais desejam mais para 2021, porque “uma imagem vale mil palavras”.

Maria Carlota Silva, Martim Borges, Matilde João Vieira e Tomás Pereira

Ana Luísa Lopes, Carolina Chainho, Duda Camará e Guilherme Reis

Diana Sukhoveyeva, Leandro Silva, Raquel Catulo e Sílvia Pascaru

Caio Santos, Inês Ribeiro, Matilde Gameiro e Sofia Fernandes

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Avazbek Aminjonov, Catarina Fresco, Inês Nunes e Rodrigo Gonçalves

Gonçalo Vicente, Guilherme Almeida e Madalena Sofronii

A Voz da Escola •


A linha na paisagem Um desenho não é só a junção de linhas, pontos e cor, é muito mais. Mas estes são os Elementos Visuais mais simples e os alunos de 7.º ano procederam à exploração artística destes elementos, em duas ou três dimensões. Lucília Neves, Professora de Educação Visual

Maria Ferreira

Camila Neves

Catarina Santos

Guilherme Santos

O ponto gera figuras

João Bicho

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Davyd Melnyk

Francisco Frazão

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Comemorou-se no passado dia 9 de fevereiro o Dia da Internet + Segura. Nunca fez tanto sentido falar sobre a Segurança na Internet como nos dias de hoje. Passamos várias horas ao computador a ter aulas, a realizar os trabalhos propostos, a fazer pesquisas e nas redes sociais para comunicarmos com os outros. Conscientes dessa realidade, a Direção-Geral da Educação, através do Centro de Sensibilização SeguraNet, alerta para a importância de um conjunto de cuidados a ter na utilização destes serviços. Ao longo dessa semana e nas aulas de TIC, os alunos realizaram atividades alusivas ao tema: jogos disponíveis no site da SeguraNet e na plataforma Kahoot. Para mais informações, o site da SeguraNet disponibiliza os seguintes documentos: Estudo em Casa: Recomendações de Segurança, para plataformas de comunicação usando vídeo e áudio e Estudo em Casa: Dicas para te manteres seguro. O site da InternetSegura também disponibiliza brochuras de fácil leitura que devem ser consultadas, quer por pais quer por alunos. Clica nos QRCodes e consulta-as.

Encontras mais informações nos sites: . https://www.internetsegura.pt/ . https://www.seguranet.pt/ Elsa Ascenso, professora de TIC

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A Voz da Escola •


Privacidade na Internet

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CiberCrime

Discurso de ódio

Cyberbullying

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10 anos a fazer história O Clube de Voleibol foi criado no ano letivo 2010/2011 com a finalidade de promover o desporto no feminino, através da aprendizagem da modalidade de voleibol. Dando seguimento a uma tradição vivida nos Colégios do Rosário do Porto e do Sagrado em Lisboa, elementos da rede internacional de escolas do Instituto. Pretendia-se proporcionar às nossas alunas vivências desportivas de relevo, que contribuíssem ativamente para o seu processo educativo e formativo, sempre com a qualidade e competência que pauta as iniciativas do Colégio, aliando a excelência académica à desportiva.

nética. Desde cedo se estabeleceram objetivos, para os quais se trabalhou com muita união e grande dedicação por parte de todas. Os anos seguintes fomentaram um Clube cada vez mais sólido. O momento mais alto foi vivido na época 2017/2018 com a conquista do título de campeão regional e nacional no Desporto Escolar e, no Federado, com a vitória no Campeonato Inter-regional e a presença na Final 8 nacional. Esta última organizada em Fátima, após o Colégio ter sido campeão da série C do campeonato nacional da Federação Portuguesa de Voleibol. Foi também nesse ano a primeira chamada à Seleção Nacional da nossa aluna Alice Clemente. Muitos parabéns ao Clube por estes 10 anos e às alunas fantásticas que construíram a sua história. Ricardo Sardinha, Responsável pelo Clube de Voleibol

Passados 10 anos, o Clube tem cumprido a sua missão, tendo proporcionado a cerca de duas centenas de alunas momentos únicos de aprendizagens, emoção, amizade e partilha. Como resultado do investimento feito nas nossas alunas, estas desenvolveram um enorme sentimento de pertença, laços de afeto que ainda hoje perduram e uma dedicação inacreditável por parte de todas, que ao longo de uma década têm construído a história de um Clube que sustenta a sua atuação nos valores das Religiosas do Sagrado Coração de Maria. Com o lema “Um por todos e todos por um”, que se grita antes de cada jogo, as nossas alunas conquistaram para o Colégio 29 títulos, entre competições escolares e federadas. Iniciava-se o ano letivo de 2010/2011 quando o Clube do Colégio aceitava as primeiras inscrições. Era uma novidade para todos. As alunas começaram a ensaiar os primeiros passes no pavilhão duas vezes por semana. Rapidamente se apaixonaram pela modalidade e o espírito de grupo criado, deu lugar a uma dinâmica fre-

“Se hoje me considero uma pessoa com ambição e determinação deve-se principalmente aos anos que me dediquei ao Clube de voleibol do Coração de Maria. Foi uma escola de vida. Em cada treino, fazia-se notar a dedicação de cada aluna e do próprio treinador. O espírito de equipa e a persistência eram as nossas principais armas. As vitórias ensinaram-me que com esforço o sucesso é possível e as derrotas tornaram-me uma pessoa ainda mais persistente e sem medo de arriscar. Nos anos que estive no Clube, nunca deixei de lado os estudos, pelo contrário. Conciliar o desporto com a escola levou-me a ser ainda mais responsável e motivada para conseguir alcançar os meus objetivos. Só tenho de agradecer a oportunidade que tive de pertencer ao Clube, ao professor Ricardo que, mesmo passados 10 anos, mantém contacto e preocupação com cada uma de nós.” Bruna Faria, capitã de equipa 2012/2013

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“O Clube de Voleibol foi um pilar na minha formação e ainda hoje me guio pelo lema da nossa equipa “Um por todos e todos por um”, porque se juntos somos mais fortes, todos juntos, somos imbatíveis, e mais do que uma equipa, importa sermos uma família. Para vocês que ainda estão a crescer dentro do mundo do voleibol, quero realçar que o percurso até atingirmos o nosso objetivo é mais importante que o próprio fim. O reconhecimento do erro e superação da falha faz-nos aprender e, acima de tudo, quanto mais penoso é o caminho, mais saborosa é a vitória.”

se ganhar”. Trago comigo também uma força de vontade brutal para alcançar todos os meus objetivos porque aprendemos a acreditar que tudo é possível com trabalho.” Margarida Gonçalves, capitã de equipa 2015/2016

“Em 2012, quando frequentava o 7.º ano, entrei para o Clube de Voleibol. Fiz parte da equipa durante 3 anos, sendo capitã no último ano. Durante este percurso evoluí bastante, tanto a nível desportivo como a nível pessoal. Com cinco treinos semanais, aprendi a gerir o meu tempo, tornei-me uma pessoa mais persistente e proativa e, sobretudo, aprendi como liderar uma equipa. Foram 3 anos da minha vida que irei recordar com muito carinho.”

“O Clube de Voleibol nasceu da vontade de praticar o desporto por parte de um grupo de raparigas de 7.º e 8.º ano e do esforço e dedicação de um professor incansável. No ano seguinte ali estava, no papel dos clubes, a possibilidade de nos inscrevermos no Clube feminino de voleibol. É difícil acreditar que já passaram 10 anos. O Clube ajudou-me a desenvolver o espírito de equipa, de competição e de perseverança. Ensinou-me que quanto mais trabalhamos, mais facilmente atingimos resultados positivos. Deu-me a oportunidade de conhecer melhor pessoas de outras turmas, de outras equipas espalhadas pela região, e até de anos mais novos quando fazíamos os nossos encontros anuais. Foi uma experiência muito enriquecedora e fico contente que as alunas do Colégio possam continuar a desfrutar do Clube tantos anos depois.”

Clara Marto, capitã de equipa 2014/2015

Mariana Vieira, primeira capitã de equipa 2010-2012

“Em poucas palavras o que levo deste Clube, para além das amizades e muito boas recordações de cada treino, jogos e semanas de torneios, são sem dúvida os valores de humildade e resiliência que o professor Ricardo sempre nos incutiu. “É preciso perder para depois

“Foram 10 anos de um ciclo, que termina mas não é esquecido. Um Clube que deu a todas as alunas o que precisavam para aprender a crescer como atletas e como pessoas e, tal como todas elas, tive oportunidade de pertencer a esta família. Aprendi a respeitar, a saber perder, mas também a saber ganhar, aprendi que nada aparece sem esforço e dedicação, aprendi a ser a melhor versão de mim. Foi naquele pavilhão que tudo começou a fluir, foi a partir dali que apareceram todas as oportunidades incríveis que tive e que continuo a ter, todo o reconhecimento que adquiri deve-se ao trabalho individual e de equipa. Mesmo com as dificuldades que passámos, é com um sorriso que me lembro de todos os momentos que sempre me ajudaram a ver as coisas de forma positiva e a traçar objetivos. Por fim, mas não menos importante, nada disto poderia ter acontecido sem todas as horas gastas do professor Ricardo connosco, é a ele que agradeço tudo o que aprendi durante estes anos. Foi toda a sua resiliência que nos fez chegar aqui. Obrigada ao Colégio pela disponibilização de tudo o que precisámos e obrigada por acreditarem em algo tão bonito que foi a paixão pelo voleibol que cresceu dentro de cada uma de nós.”

Mariana Castelo, capitã de equipa 2013/2014

Alice Clemente, capitã de equipa 2016/2019 e atleta da Seleção Nacional

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Tempo de partilha Projeto Educar para a Justiça Nos dias 26 de fevereiro, 16 e 17 de março, as turmas do 8.º ano participaram na atividade Zoomas-me uma história?, promovida pelo Centro de Reabilitação e Integração de Fátima (CRIF), no âmbito do Projeto Educar para a Justiça, para um momento de partilha e de divertimento. No dia 26 de fevereiro, a turma B apresentou música dos mais variados estilos musicais, desde Beatles a Beethoven, com vários instrumentos, nomeadamente piano, órgão e baixo elétrico. Todos os participantes se sentiram felizes por dar e receber alegria de casa para casa. Através da plataforma Zoom, conversaram, riram, cantaram. Como afirmou a aluna Cristina Moreira “foi uma forma enriquecedora de conviver com os outros e um modo diferente de estarmos juntos”. No dia 16 de março, a turma C apresentou um pequeno vídeo, cujo mote era “ler é fixe” e este foi o ponto de partida para alunos do CRIF e Coração de Maria começarem a conversar sobre a ocupação dos tempos livres de cada um, que é bastante diversificada. Os alunos dedicam o seu tempo ao teatro, à dança, a jogar às cartas, ao Karaté, a jogar playstation,… Foi curioso também que alguns alunos de ambas as instituições já tinham sido colegas no primeiro ciclo. Os alunos da turma C adoraram o momento de convívio com o Rodrigo, o David, a Suzanne, a Bruna, a Mariana, o Artur e o Rui. No dia 17 de março, a turma A iniciou o encontro com uma apresentação musical preparada pelos alunos Isadora Gomes, Maria Gonçalves, Matilde Batista, Rodrigo Vicente e Rita Prazeres que tocaram All of me de John Legend. A seguir, todos se divertiram, construindo, em conjunto, uma história improvisada sobre um gato que tinha caído num portal mágico… Bem-dispostos, conversaram, depois, sobre as suas paixões, sobre o dia a dia de cada um e, assim, descobriram que o mundo é pequeno, pois alguns tinham partilhado a mesma sala de aulas ou conheciam familiares uns dos outros…

Foi um momento muito agradável, em que todos, “cada um no seu quadrado”, partilharam o que têm de melhor. Como afirmou Emília Castanheira “oportunidades como estas são algo que nos aquece o coração”.

Educamos para a Excelência

As Diretoras de Turma do 8.º ano


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