Nº00 • Ano 01 • Outubro 2012
milhanáutica A Revista do Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima - CRPNM / IFPB
O CRPNM E O ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO A Diretoria de Portos e Costas (DPC) da Marinha do Brasil assina com o CRPNM / IFPB um Acordo de Cooperação Técnica acreditando-o à formação, aperfeiçoamento e adaptação de aquaviários
LIGHT
HOUSE
A HISTÓRIA DA UNIDADE DE ENSINO QUE FORMA PROFISSIONAIS DO MAR NA PARAÍBA
A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PARA INCLUSÃO DO PESCADOR
SITUAÇÃO LEGAL DO TRABALHO DO MENOR
O CRPNM 04 A História do CRPNM
06 Os Cursos do CRPNM 08 Educação Profissional para Inclusão do Pescador 10 Mulheres Mil 11 Projetos de Pesquisas 12 Programa Eu e o Mar 14 Programa Sagres
NAVEGAÇÃO MARÍTIMA 16 O que vem a ser milha náutica?
LEGISLAÇÃO AQUAVIÁRIA 18
As Convenções da OIT ratificadas pelo Brasil no setor marítimo, portuário e da pesca - Parte 1: Situação do Trabalho do Menor
CAPA 21 INSTITUTOS FEDERAIS OFERTARÃO CURSOS PARA AQUAVIÁRIOS
VIDA MARINHA 22 Conhecer, comer e conservar - A importância da pesquisa marinha para qualidade de vida na zona costeira
CULTURA MARÍTIMA 24 Navegar é Preciso 25 Filmes & Livros
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EDITORIAL É com muita honra que colocamos a disposição de todos que estudam, trabalham e se dedicam as atividades pesqueiras, marítimas e portuárias, a primeira edição da Revista Milha Náutica, do Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima-CRPNM do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba-IFPB. Temos enfrentado muitos desafios, mas como mencionado por John A. Shedd “Um navio está seguro no porto - mas os navios não são feitos para isso...”. Nossa embarcação abriga muitos sonhos, mas também muitos resultados concretos, de muitas narrativas de vidas que se transformaram após terem passado pelo CRPNM. No início éramos poucos, agora a “tripulação dessa embarcação” aumentou e consequentemente novos rumos estão sendo traçados, com muita precisão, embora haja sempre variações ao longo do cruzeiro, às vezes causadas pelo “mau tempo”, o que é natural. Temos uma equipe que ama o que faz, e isso certamente faz toda diferença. O profeta Isaias 43:13, nos deixou sábias palavras, para aqueles que sabem que nada é impossível “Agindo Deus, quem o impedirá?” É nesse espírito de amor, de fé e de esperança, que conseguimos chegar até aqui e da mesma forma seguiremos avante, com a proa direcionada de forma a percorrer sempre novos destinos. Chegamos a um novo porto, o Memorando de Entendimento assinado entre o Ministério da Defesa (MD), o Ministério da Educação (MEC), através da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e a Marinha do Brasil (MB), e por isso, os Institutos Federais poderão ministrar cursos para o 1º, 2º e 3º grupos, Marítimos, Fluviários e Pescadores, respectivamente. Nessa edição, temos a satisfação de anunciar a assinatura do Termo de Cooperação Técnica entre o Centro de Referência em Pesca e Navegação
Editor Chefe Ticiano Alves, ticianosalves@gmail.com
Editor Assistente Alexandre Ribeiro Andrade, xandreriband@yahoo.com.br
Revisor Textual Robson Santiago, robson.santiago02@gmail.com
Marítima-CRPNM e o Diretoria de Portos e Costas - DPC da Marinha do Brasil-MB, que possibilitará a oferta de cursos do 3º grupo, pescadores.
Revisora Textual
Para finalizar, temos que agradecer: primeiro a Deus, por tudo; a equipe
Raphaella Belmont, raphabelmont@gmail.com
do CRPNM; a SETEC/MEC que um dia despertou para a necessidade de implantar no Nordeste do Brasil um Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima; ao IFPB que conseguiu ganhar a chamada pública e sempre apoiou o CRPNM que já é Referência para o mundo; ao Porto de Cabedelo (Cia Docas); a Marinha do Brasil; o Ministério da Pesca; o Governo do Estado da Paraíba; a Prefeitura de Cabedelo e a todos que junto com o CRPNM fazem parte desse cruzeiro. Boa Leitura _________________________________ Professora D.Sc. Margareth Rocha
Revisora de Conteúdo Margareth Rocha, margarethifpb@gmail.com
Colaboraram nesta Edição André Campos, Onaldo Júnior, Rivânia Sousa, Ionara Amâncio, Ariana Guimarães e Cláudio Natividade.
Diretora do CRPNM/IFPB
Editora LIGHT HOUSE / Programa Sagres
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NAVIO PESQUEIRO BOREAL, FUTURA EMBARCAÇÃO ESCOLA DO CRPNM
A HISTÓRIA DO CRPNM CRPNM / IFPB O CENTRO
No âmbito do Projeto de Formação Profissional, parte da Cooperação Bilateral BrasilEspanha na área de Pesca, foi realizada uma missão brasileira à comunidade autônoma
Uma unidade de ensino do IFPB dedicada à formação dos profissionais do mar e à inclusão social de seus familiares.
da Galícia-Espanha, ocorrida no período de 15 a 22 de setembro de 2007, coordenada pela SETEC e AECID. Foram enviados representantes de 12 Centros Federais de Formação Tecnológica com vistas ao intercâmbio de informações e à identificação de possibilidades de transferência de conhecimentos e tecnologias apropriadas para o fortalecimento do programa de formação profissional brasileiro, na área de pesca e aquicultura. Uma das principais conclusões da missão foi que o Brasil necessita de ter um centro de referência em capacitação marítimo-pesqueira, nos moldes do Instituto Politécnico de Vigo e da Escola Oficial Náutico Pesqueira de Ferrol, com simuladores de navegação por instrumentos, planetário, laboratórios, simuladores de naufrágio e incêndio e as instalações de apoio.
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...uma unidade de multiplicadores de saberes e referência para os demais institutos federais”
Para a seleção do local do futuro centro
a serem oferecidos aos técnicos e comuni-
de referência a SETEC criou uma comissão
dades de pescadores da Região Nordeste.
através da Portaria n° 406, de 3 de setembro de 2008. Foi realizada uma chamada
A criação do CRPNM / IFPB teve como
pública para que instituições interessadas
finalidade a instituição de uma unidade
apresentassem seus projetos.
de multiplicadores de “saberes” e de uma referência para os demais Institutos
A Comissão (Portaria MEC 406/08) efetu-
Federais, bem como na oferta de forma-
ou a análise dos projetos e ao final apre-
ção profissional marítima tanto no Brasil
sentou o IFPB como 1º colocado.
quanto na América do Sul e África.
A SETEC/MEC e o Instituto Federal de
A Resolução Nº 012, de 4 de Junho de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba
2009, dispõe sobre a criação do Centro
- IFPB consideram imprescindível a co-
de Referência em Pesca e Navegação
operação para a implantação do Centro
Marítima do IFPB.n
de Referência mediante a capacitação de
________________________________
docentes, apoio na elaboração de material
Professora D.Sc. Margareth Rocha
didático e a estruturação laboratorial, com
Diretora do CRPNM / IFPB
vistas a assegurar a qualidade dos cursos
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CURSOS DO
CRPNM CRPNM / IFPB ENSINO
O CRPNM / IFPB atingiu a marca de 800 alunos apenas no ano de 2012.”
1.
NAVEGAÇÃO COSTEIRA E ESTIMADA Começou a ser ofertado no 1º semestre de 2004, sendo o primeiro curso do Centro de Formação em Pesca e Cultura Marinha, que hoje pertence ao CRPNM e é responsável pelos cursos de Extensão Pesqueira
do mesmo. O presente curso visa qualificar pescadores artesanais e industriais, marítimos e seus familiares, e pessoas da comunidade em geral que tenham interesse em atuar na área de pesca e transporte marítimo, quanto às técnicas e métodos da arte da navegação costeira e estimada, como o uso da carta náutica e dos instrumentos de auxílio à navegação e conhecimentos de legislação aquaviária. Anualmente são qualificados 50 alunos.
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2.
NAVEGAÇÃO ELETRÔNICA Visando estender o curso de Navegação Costeira e Estimada, foi criado, a partir do segundo semestre letivo de 2011, o curso de Navegação Eletrônica. Através deste
6.
INFORMÁTICA BÁSICA O CRPNM / IFPB, através do curso de Informática Básica, promove a inclusão digital de profissionais do mar que não tiveram a oportunidade de obter os co-
curso, o aluno irá conhecer os principais
nhecimentos básicos para o manuseio
equipamentos eletrônicos utilizados na navegação marítima,
adequado do computador. Durante o curso, o aluno aprende a
bem como os procedimentos básicos para instalar e configurar
utilizar os aplicativos de produção de textos e planilhas, apresen-
estes equipamentos, conhecerá as etapas para o bom manuseio
tação de slides, compactação de arquivos e o uso de pesquisa,
dos aparelhos eletrônicos e aprenderá a planejar uma derrota
navegação e e-mail na internet. Anualmente são atendidos 80
de navegação em carta náutica digital. São atendidos 50 alunos
alunos.
anualmente.
3.
ASTRONOMIA
APLICADA
À
NAVEGAÇÃO Este curso, pertencente ao projeto “A Importância da Astronomia para
7.
SEGURANÇA NO MEIO PORTUÁRIO Em parceira com a Cia. Docas de Cabedelo / PB, o CRPNM oferta cursos voltados para o comunidade portuária. Entre eles, tem-se o curso de Segurança no Meio
Navegação”, do Programa Institucional de
Portuário, que por sua vez objetiva pre-
Bolsas de Extensão - PROBEXT 2011-2012, destina-se aos alunos
parar pessoas para atuação na área de segurança do trabalho nas
do curso técnico em pesca, pescadores, marítimos e seus famili-
atividades portuárias, visando a valorização do trabalhador por-
ares com pouca experiência prática em observação dos astros
tuário, através da prevenção dos riscos de acidente do trabalho e
que pretendam reunir conhecimentos e experiências que lhes
doenças ocupacionais. Nº de alunos: 50/ano.
permitam observar a esfera celeste de uma forma mais proveitosa, fornecendo-os a base do conhecimento para a aprendizagem da Navegação Astronômica. São 50 alunos atendidos em 1 ano.
4.
NAVEGAÇÃO
MARÍTIMA
COM
CARTAS NÁUTICAS E GPS
8.
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO MEIO PORTUÁRIO Este é mais um curso em parceria com a Cia. Docas. O Curso em questão visa formar promotores de uma educação ambi-
Este também é um curso pertencente ao
ental e ampliar a competência técnica e o
PROBEXT 2011-2012 do CRPNM / IFPB,
compromisso ambiental desse público, de modo que se formem
sendo ofertado nas colônias das cidades
verdadeiros agentes de transformação da comunidade portuária,
de Cabedelo e Lucena. Tem como objetivo principal a capacitação
no que tange ao meio ambiente. Nº de alunos: 50/ano.
de pescadores na navegação em cartas náuticas e no manuseio do GPS, como principal equipamento eletrônico de auxílio à navegação. Foram atendidos 100 pescadores apenas no ano de 2012.
5.
LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
9.
COMÉRCIO EXTERIOR Preparar os atores que ocupam as posições diversificadas nas operações de comércio exterior é o objetivo do curso. Sua estrutura é de um curso de natureza
O CRPNM / IFPB, através de consulta aos
básica com conteúdo teórico e prático
profissionais do mar, observou que havia,
para os que querem atuar no setor ou estão exercendo funções,
por parte deles, a necessidade de aprender
sem, contudo ter participado de uma formação básica. Também
idiomas comerciais, usais em embarcações
faz parte da parceria com a Cia. Docas. Nº de alunos: 50/ano.
marítimo-pesqueiras estrangeiras. A partir dessa informação, foram criados os cursos de Inglês Básico e Espanhol Básico. Ambos cursos são dados em dois níveis de conhecimentos da língua. Os alunos que concluíram o primeiro nível, partem para o segundo nível, onde poderão desenvolver o seu vocabulário, a fala e aplicar seus conhecimentos no linguajar técnico-marítimo. Os cursos atendem anualmente cerca de 200 alunos, em sua maioria, aquaviários.
10.
ARTESANATO PESQUEIRO Tornar os alunos aptos para o mercado de trabalho artesanal ou para formação de outros arranjos produtivos, realizando processos de transformação e construção de peças artesanais com
escamas, conchas, couro de peixe e outras matérias-primas da natureza, de acordo com as normas e procedimentos técnicos de qualidade, segurança, higiene e saúde. Nº de alunos: 30/ano
n
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EDUCAÇÃO PROFISSIONAL PARA INCLUSÃO DO PESCADOR CRPNM / IFPB ENSINO
O
público alvo do Centro de Referência em Pesca e
uma ferramenta fundamental para a avaliação das condições de
Navegação Marítima - CRPNM do IFPB constitui-se,
manobra nos atuais portos e terminais.
basicamente, de pescadores e filhos de pescadores, profissionais marítimos, portuários e pessoas já
Fazer Educação de Jovens e Adultos com qualidade, numa área
engajadas profissionalmente, mas que procuram uma melhor
tão específica quanto a pesca, requer do corpo docente uma
qualificação, além daquelas com as mais diversas formações
prática reflexiva e aprimoramento contínuo da própria prática,
que buscam no setor marítimo-pesqueiro uma oportunidade de
imprimindo à sua ação uma intencionalidade, uma decisão pe-
ingressar no mercado de trabalho.
dagógica sustentável, ensinar a aprender e aprender a ensinar, a pensar, auxiliar o alunado a buscar uma perspectiva crítica dos
Ofertar uma educação profissional e tecnológica de qualidade
conteúdos e práticas, a enxergar a realidade em que está inserido.
objetivando promover a inclusão social e o desenvolvimento
O trabalho com essa perspectiva crítica requer um tempo para o
social e sustentável de pescadores, marisqueiras, portuários da
diálogo, invariavelmente, necessário entre educadores, conteúdos
região litorânea da Paraíba é o norte do CRPNM. Aliado a esse
e disciplinas, bem como para atividades integradas, buscando
objetivo, outro fator de fundamental importância no trabalho
trabalhar o conhecimento numa relação respeitosa e construtiva
do Centro é o processo de resgate da cidadania dessas pessoas,
com seu alunado nos diversos momentos de exploração de todas
que em sua grande maioria estão afastados do convívio escolar
as linguagens e leituras possíveis da realidade.
há vários anos. Esse é o maior legado educacional trazido pelo CRPNM, para além da profissionalização, o resgate da cidadania
Diante desse contexto, a avaliação da aprendizagem é um fator de
de toda essa comunidade.
extrema importância para consolidação da metodologia adotada. Para o Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima do
Refletindo que de nada adiantaria o esforço para trazer de
IFPB a avaliação engloba todos os momentos e recursos da apren-
volta esses profissionais à sala de aula se não dispuséssemos de
dizagem, cujo foco deverá ser o acompanhamento sistemático
mecanismos para mantê-los na escola. Pensando assim para
do processo formativo dos educandos e a avaliação do projeto
alcançar seus objetivos, o processo educacional do CRPNM não
pedagógico de cada curso.
pode basear-se nos moldes tradicional de ensino. Dessa forma, as metodologias adotadas por esse Centro são voltadas para
Tal proposta considera a avaliação como um elemento substan-
educação de jovens e adultos, na perspectiva freiriana, uma
cial do processo ensino-aprendizagem que deve direcionar-se
vez que muitos dos alunos ingressos não têm uma formação
para o diagnóstico dos resultados a serem alcançados pelos
acadêmica consolidada ou possuem uma formação insuficiente;
discentes, priorizando os aspectos qualitativos sobre os quantita-
devendo incluir nessa metodologia o uso de situações simuladas
tivos, conforme o que preconiza a LDB nº 9.349/96 e as Diretrizes
e a exposição de vídeos práticos, uma vez que, a simulação é hoje
Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
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Curso de Carta Náutica e GPS para pescadores e familiares Para tanto, faz-se necessário, também, que
como resultado final de uma avaliação
os critérios e instrumentos de avaliação
processual, contínua e sistematizada, o
sejam planejados em consonância com
processo de avaliação será definido nos
a sua função formativa, utilizando-se de
Projetos Pedagógicos de cada curso, con-
instrumentos diversificados, reconhe-
siderando os fundamentos aqui expres-
cendo assim as formas diferenciadas de
sos.
aprendizagem do educando no seu desenvolvimento intelectual, afetivo e social.
É refletindo sobre as estratégias de ampliação da profissionalização nos seus alu-
O processo avaliativo deverá ser realizado
nos que o CRPNM pensa sua metodologia
através dos diversos instrumentos, incluin-
e avaliação, numa perspectiva coopera-
do atividades realizadas em grupo ou indi-
tiva, colaborativa e principalmente inclu-
vidualmente, tais como: projetos, práticas
siva,
em laboratório e simuladores, pesquisas,
apenas ingressem, mas permaneçam e
estudos de caso, trabalhos, exercícios,
obtenham êxito em seus estudos, alian-
relatórios, as provas também poderão
do também um importante incentivo ao
ser utilizadas, bem como a inclusão de
aumento do nível de escolaridade.
fazendo com que os alunos não
n
atividades demandadas pelo alunado e de experiências educativas em que os mesmos possam interagir refletir sobre sua realidade e/ou o objeto de estudo. Os critérios de acompanhamento do pro-
________________________________ Pedagoga Rivânia Silva Coordenadora de Ensino do CRPNM
É refletindo sobre as estratégias de ampliação da profissionalização nos seus alunos que o CRPNM pensa sua metodologia e avaliação...”
cesso de construção de conhecimentos
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MULHERES MIL
OPERADORAS DO BENEFICIAMENTO DO PESCADO
CRPNM / IFPB PROGRAMAS & PESQUISAS Mais do que um projeto, o Mulheres Mil representa comprometimento com a inclusão social e, consequentemente, contribui para construção de um Brasil mais justo e igualitário. Mulheres em situações de vulnerabilidade social, a maioria com baixa escolaridade e à margem do mundo do trabalho encontram no programa uma educação profissional que desempenha um papel central, pois
Trabalhando temas transversais - Campanha Outubro Rosa: Câncer de Mama
além de ser uma educação de curto prazo, permite facilidade de conciliar trabalho, estudo e se volta diretamente às necessidades dessa camada excluída ao longo da história. Os impactos dessa qualificação profissional traz à tona o empoderamento superando a realidade em que se encontram, devolvendo para elas poder de democracia, dignidade, emancipação individual, descoberta da cidadania, o resgate da auto estima, a melhoria nas relações familiares e no convívio das comunidades e principalmente a liberdade de decidir, garantido–lhes a autonomia no que se refere ao controle do seu corpo, da sua sexualidade, do seu direito de ir e vir, e equidade de gênero. Elas encontram na qualificação profissional uma forma de ingressar no mercado de trabalho, um estímulo para continuarem os
Sala de aula do Curso de Operadoras de Beneficiamento do Pescado
estudos e também o desejo de crescimento e ascensão social e financeira, quando entram neste novo momento, trabalho, estudo e vida social, despertam para uma reflexão que tem impactos em toda sua vida, são mulheres que voltaram a acreditar em si mesmas. As áreas da qualificação profissional são diversas e buscam convergir para as habilidades das alunas e a vocação da região. No Centro de Referência em Pesca e Navegação Marítima ( CRPNM) do Instituto Federal da Paraíba, o programa, realizado em parceria com o Campus João Pessoa / IFPB, é voltado para o público da cidade de Cabedelo onde está o CRPNM que realiza suas ações no setor pesqueiro. O Mulheres Mil está realizando o curso de Operadoras do Beneficiamento do Pescado que tem como objetivo capacitar pescadores e pessoas que tem interesse na área de beneficiamento de pescado quanto às técnicas de conservação,
Credenciamento das Alunas na Aula Inaugural dos Mulheres Mil do CRPNM
armazenamento e beneficiamento dos diferentes tipos de pescado, assim como o aproveitamento de seus subprodutos, além de conhecer as práticas de higiene de equipamentos, instalações e pessoal, sob a ótica dos programas de qualidade e Boas Práticas de Fabricação e Sistema APPCC. n
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_________________________________________________ Assistente Social Ionara Amâncio Coordenadora do Mulheres Mil do CRPNM / IFPB
PROJETOS DE PESQUISAS
CRPNM / IFPB PROGRAMAS & PESQUISAS
Atualmente, o CRPNM realiza pesquisas através do “Programa Institucional de Bolsas de Extensão - PROBEXT“, do Núcleo de Pesquisa Aplicada em Aquicultura e Pesca Nordeste II - NUPA NE II e a partir de uma parceria com a UFRJ e a Cia Docas da Paraíba.
NUPA NE II O CRPNM possui aprovado dois projetos. Um trata do desenvolvimento de produtos destinados às merendas escolares das escolas públicas a partir de espécies de peixes endêmicas da região de Cabedelo. E o outro promove um estudo sobre a viabilidade do uso do Espinhel Long-line como arte de pesca a ser difundida entre os pescadores artesanais da região.
PROBEXT
Equipe do CRPNM no Porto de Cabedelo (Cia. Docas) / Paraíba.
Sólidos e Efluentes dos Portos”, cujo objetivo é dar condições para que os portos brasileiros possam se adequar às exigências
O PROBEXT é um Instrumento que abrange Programas e Projetos
ambientais e da vigilância sanitária e agropecuária relacionadas
de Extensão, com ênfase na inclusão social nas suas mais diversas
ao gerenciamento dos resíduos e efluentes.
dimensões, visando aprofundar ações políticas que venham fortalecer a institucionalização da Extensão no âmbito do Instituto
O Programa faz parte de um conjunto de melhorias propostas
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.
pelo Governo Federal, com vistas a alavancar o setor portuário brasileiro, que estão a cargo da Secretaria de Portos da Presidência
Atualmente, 07 projetos do PROBEXT estão em execução no
da República (SEP/PR) e é parte integrante do Programa de
CRPNM. São eles:
Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
1- Desenvolvimento de Eco-covos para a captura de peixes no
Atualmente, o Programa está na fase de desenvolvimento dos
litoral sul de João Pessoa/PB.
estudos ambientais, econômicos, sociais e tecnológicos para
2- Elaboração de Produtos de Valor Agregado à base de Mariscos,
elaboração de um diagnóstico/inventário de resíduos sólidos,
denominados: “Salgariscos”.
efluentes líquidos e fauna sinantrópica nociva. Para tanto, a
3- Importância da Navegação Astronômica.
equipe do CRPNM/IFPB que compõe a rede institucional de
4- Caracterização dos locais de desembarque pesqueiro nos
Desenvolvimento do projeto de implantação do Programa de
municípios Cabedelo, Lucena e Bahia da Traição/PB.
Conformidade do Gerenciamento de Resíduos Sólidos e Efluentes
5- Qualificação para Pescadores das Comunidades de Cabedelo,
Líquidos portuários nos portos marítimos brasileiros recebeu
Lucena e Forte Velho: Navegação Marítima com Cartas Náuticas
uma formação realizada por pesquisadores da COPPE/UFRJ. Esta
e G.P.S.
formação teve como foco o zoneamento do Porto de Cabedelo e
6-Saúde e Segurança do trabalho na atividade pesqueira.
o treinamento específico quanto à metodologia que será utilizada
7-Catálogo das Artes de Pesca do Litoral Paraibano.
nas três linhas de ação do projeto: efluentes, resíduos e fauna sinantrópica.
n
PARCERIA DO CRPNM COM O PORTO DE CABEDELO (CIA DOCAS/PB) E UFRJ
________________________________
A Secretaria Especial de Portos da Presidência da República (SEP-
Professora M.Sc. Ariana Guimarães
Professora D.Sc. Margareth Rocha Professor M.Sc. Ticiano Alves
PR) assinou um termo de cooperação técnica com a Coppe/UFRJ para implantar o programa “Conformidade Gerencial de Resíduos
FONTE: www.PortalMarítimo.com
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A importância do mar como fonte de Recursos vivos e não vivos, a importância de Preservação e Exploração Sustentável dos recursos marinhos.”
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PROGRAMA EU E O MAR CRPNM / IFPB PROGRAMAS E PESQUISAS Promovendo o desenvolvimento de uma mentalidade marítima O CRPNM / IFPB observou a necessidade de implantar, em Cabedelo, um Programa de Desenvolvimento da Mentalidade Marítima, doravante denominado “EU E O MAR”, para despertar na população litorânea, nos estudantes do IFPB e nos turistas, um conhecimento mais aprofundado sobre as questões que envolvem o mar. A importância do mar como fonte de Recursos vivos e não vivos, a importância de Preservação e Exploração Sustentável dos recursos marinhos, dentre outros assuntos. Esse programa foi implantado a exemplo do PROMAR – Programa de Mentalidade Marítima, desenvolvido pela Marinha do Brasil.
FONTE: http://www.wallpapersbrasil.com
O Programa Eu e o Mar promoverá ações que visem o desenvolvimento da educação ambiental, como: palestras, workshops, Semana do Meio Ambiente e Semana da Pesca e Navegação, Semana da Água e outras.
n
________________________________ Professora M.Sc. Ariana Guimarães Coordenadora do Programa Eu e o Mar Professora D.Sc. Margareth Rocha Diretora do CRPNM / IFPB
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FOTO: https://www.facebook.com/portalnautico
PROGRAMA SAGRES CRPNM / IFPB PROGRAMAS E PESQUISAS
A
tualmente, há no Brasil uma carência de espaços onde se possam discutir o ensino da Navegação Marítima com vistas ao seu desenvolvimento. Este espaço foi sonhado em Portugal pelo infante D.
Henrique, que por volta de 1.450, fundou uma vila, onde eram realizados estudos náuticos através de debates com geógrafos, matemáticos, astrônomos e náuticos. A Escola de Sagres, como ficou conhecida a vila, tornou-se o símbolo da progressão das técnicas de navegação adquiridas empiricamente pelos navegadores que enfrentaram o Atlântico no século XV, e que criaram as bases da navegação astronômica, tal como veio a ser praticada nos séculos subsequentes - no que é, aliás, uma das consequências mais importantes dos Descobrimentos. Considerando os objetivos do CRPNM / IFPB, a implantação da concepção da Escola de Sagres, através do Programa Sagres, vem sancionar o Centro de Navegação e Pesca como uma referência no desenvolvimento da prática e do ensino da Navegação Marítima.
LINHAS DE TRABALHO O Programa Sagres é composto por linhas de trabalho, chamadas de micro-programas. Cada linha ou micro-programa conterá projetos que visem o cumprimento do objetivo principal do Programa Sagres. Seguem ao lado os micro-programas:
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Inovação Compreende
Náutica : projetos
de
pesquisa que visem o desen-
promover estudos de naufrágios e sondagem de novos naufrágios na costa da Paraíba.
volvimento dos métodos de navegação. Como primeiro
Conexão Sagres: Rede
projeto estamos analisando a precisão
social que promove o
dos tablets como instrumento auxiliar a
desenvolvimento do ensino da navegação marítima
navegação marítima.
através da interação entre professores,
Bússola: Promover a partici-
pesquisadores e profissionais do mar, do
pação de alunos dos cursos
Brasil e de outros países. No momento a
técnicos e de graduação em
rede encontra-se na versão Beta 1.0.
pesca nos projetos de pesquisas através da orientação de TCCs. O
Cabo Náutico: Promover a
CRPNM, através do Bússola, orienta TCCs
interação entre o Programa
de três alunos do curso Técnico Integrado
Sagres, o Programa Eu
em Pesca do IFPB.
e o Mar e o Centro de Formação em Pesca e
Light House: Desenvolvimento
Cultura Marinha, através de projetos de
de materiais didáticos que
pesquisas.
visem a melhor difusão do ensino da navegação marítima.
Por meio dessas seis linhas de traba-
Como projetos atuais temos a
lho descritas acima, o Programa Sagres
Revista MilhaNáutica, a con-
buscará promover o desenvolvimento da
fecção de Cartas Náuticas de Instrução e a
prática e do ensino da navegação maríti-
confecção de um Conversor Analógico de
ma através da inovação tecnológica, das
Rumos para o auxílio nas aulas de navega-
cooperações interinstitucionais e interna-
ção marítima.
cionais, da produção e difusão de material
Na linha de trabalho “Inovação Náutica“, o mesmo aplicativo de navegação será testado em tablets de três diferentes marcas para se avaliar o uso destes equipamentos como instrumentos de auxílio à navegação.
didático e da educação profissional. n
Arqueologia
Náutica :
________________________________
Compreende projetos de pes-
Professor M.Sc. Ticiano Alves
quisas que têm por finalidade
Coordenador do Programa Sagres
O Programa Sagres buscará promover o desenvolvimento da prática e do ensino da navegação marítima.”
milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 15
O QUE VEM A SER
MILHA
?
NAÚTICA
NAVEGAÇÃO MARÍTIMA
L
ogo no início dos estudos da navegação marítima
“Milha náutica pode ser definida como o comprimento do arco de
várias unidades de medida nos são apresentadas.
1’ de latitude”
Altineu Miguens (1996)
Como exemplos, temos a braça que indica profundidade, o nó que indica velocidade e a amarra que indica distância. Porém, hoje, iremos estudar ape-
A imagem abaixo vai apresentar de forma ilustrada a definição
nas uma, contudo, a mais importante e usual unidade de medida
dada por Miguens no primeiro volume da série “Navegação: A
de distância utilizada na navegação marítima, a MILHA NÁUTICA.
ciência e a arte”.
De acordo com Altineu Miguens (1996), a distância entre dois
O valor de uma milha náutica não é constante, variando de acor-
pontos é expressa pelo comprimento da linha que os une. Em
do com o lugar. Isso ocorre pelo fato da Terra não ser uma esfera
terra utilizamos os quilômetros, metros e milhas terrestres como
perfeita e sim possuir uma forma geóide.
as principais e usais unidades de medida. A escolha por uma unidade pode ser diferente dependendo do país. Enquanto nos EUA a distância é expressa em milhas terrestres, no Brasil, utiliza-se os quilômetros para a mesma função. Em contrapartida, na navegação, há uma maior padronização, empregandose em maior escala a milha náutica. Uma pergunta normal poderia ser feita agora:
Qual a diferença entre milha terrestre e milha náutica? A primeira diferença e a mais nítida está no valor. Equanto uma milha náutica equivale a 1.852 metros, uma milha terrestre equivale a 1.609 metros. A outra diferença está na definição. Para compreender essa diferença, irei definir milha náutica para depois retomar a diferenciação.
16 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm
FOTO: http://de.flash-screen.com
Milha náutica pode ser definida como o comprimento do arco de 1’ de latitude.” Visando padronizar o valor da milha náutica, fora realizado um
das nas Cartas de Mercator.
Acordo Internacional (1929), no qual determinou-se que 1 milha náutica seria equivalente a 1.852 metros.
Quanto ao símbolo usado para representar a milha náutica, não há uma padronização internacional, fazendo com que o mesmo
Retomando a diferença entre milhas náutica e terrestre. A milha
varie de acordo com a região do planeta. Seguem abaixo as varia-
terrestre é definida pelo Sistema Imperial de Medidas, também
ções:
conhecido como Sistema Inglês. Os valores de unidades de medida desse sistema era estabelecido pelos reis ingleses. Atualmente,
mn, ou m.n..................em português e noutras línguas latinas;
poucos são os países que ainda utilizam. Então, por definição,
nm, ou NM..................em inglês e outras línguas;
vimos que as milhas terrestres não foram determinadas levando
sm. de Seemeile........em alemão;
em consideração aspectos científicos, como é o caso das milhas
‘......................................o símbolo de minuto de ângulo, usando a
náuticas.
relação com o arco de meridiano. n ________________________________
Vale ressaltar que as distâncias em uma carta náutica são deter-
Professor M.Sc. Ticiano Alves
minadas na escala da latitude. Esse fato ocorre em virtude das
Coordenador do Programa Sagres
Latitudes crescidas, que são deformações em latitudes apresenta-
milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 17
AS CONVENÇÕES DA OIT RATIFICADAS PELO BRASIL NO SETOR MARÍTIMO, PORTUÁRIO E DA PESCA PARTE 1: SITUAÇÃO LEGAL DO TRABALHO DO MENOR
LEGISLAÇÃO AQUAVIÁRIA
A
OIT (Organização Internacional do Trabalho), com
(2006) e nº 188 – referente ao trabalho na pesca (2007).
sede em Genebra - Suíça, foi criada em 1919, pelo tratado de Versalhes após o fim da Primeira Guerra
Em 1920 surge a primeira convenção da OIT (nº 07) relacionada
Mundial. Sua estrutura tripartite é composta de
ao setor marítimo e portuário, que tratou sobre a idade mínima
re-presentantes de governos, de organizações de empregadores
para admissão de menores no trabalho marítimo, firmada em
e de trabalhadores e, atualmente, tem representação em 185
Genebra, por ocasião da 22ª sessão da Conferência Internacional
Estados-membros que participam em situação de igualdade das
do Trabalho. Posteriormente, em 1936, ela foi revisada pela con-
diversas instâncias da Organização. No final da Segunda Guerra
venção nº 58 da OIT, entrando em vigor no plano internacional
Mundial, nasce a Organização das Nações Unidas (ONU), com
a partir de 11 de abril de 1939. Entretanto, no Brasil ela passou a
o objetivo de manter a paz através do diálogo entre as nações.
vigorar em 30 de novembro de 1938, após a assinatura pelo presi-
Em 1946, a OIT é ligada a ONU, transformando-a na sua primeira
dente Getúlio Vargas do decreto nº 3.342, ao qual foi anexado
agência especia-lizada, aumentando sua influência política na
uma cópia do texto de 12 artigos traduzidos da Convensão nº 58
busca da promoção da justiça social nos diversos setores tra-
para a língua portuguesa.
balhistas. Desde sua criação já foram totalizadas 189 Convenções Internacionais de Trabalho e 202 Recomendações sobre diversos
Segundo a Convenção nº 58, ficaria proibido o serviço de meno-
temas relacionados ao emprego, saúde, proteção social, seguran-
res de 15 anos a bordo dos navios, com exceção nos navios em
ça no trabalho, trabalho marítimo, dentre outros. Todas as conven-
que só estejam empregados os membros de uma mesma família.
ções da OIT ratificadas pelo Brasil no setor de trabalho marítimo,
Em outra convenção adotada pela OIT, surgiu mais um benefício
portuário e da pesca foram listadas na tabela adaptada do site
para os menores trabalhadores marítimos. É o que se pode ler na
www.oitbrasil.org.br . Ainda espera-se do Congresso Brasileiro
convenção nº 16, ratificada pelo Brasil pelo decreto nº 1.398/1937
as ratificações de outras três convenções da OIT relacionadas ao
que permitia apenas a permanência do menor como empregado
setor marítimo-pesqueiro que não foram citadas na tabela que
a bordo do navio, mediante apresentação de um certificado anual
segue, são elas: nº 23 – Convenção relativa ao repatriamento dos
de saúde pela autoridade competente que comprove a aptidão
marítimos (1926), nº186 – Convenção sobre trabalho marítimo
para o trabalho. Contudo, as convenções da OIT, nº 93 ratificada
18 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm
em 18 de junho de 1965, e a convenção
(Lei nº 10.097/2000) já adotavam a proi-
nº 109, ratificada em 30 de novembro de
bição de qualquer trabalho aos menores
1966, que proíbiam o trabalho noturno
de 14 anos de idade, salvo na condição de
aos menores de 16 anos, não entraram em
aprendiz. Além disso, essas leis preveem
vigor no território brasileiro. Lembrando
que o menor não poderá trabalhar em
que este período correspondeu ao Golpe
locais insalubres e perigosos que possam
Militar de 1964, que impõe medidas políti-
prejudicar a sua formação, seu desenvolvi-
cas para manutenção do poder, como
mento físico, psíquico, moral e social, e
o fechamento do Congresso Nacional
a atividade laborativa deve ser realizada
e a dissolução do Comando Geral dos
em horários e locais que permitam a sua
Trabalhadores (CGT) e da União Nacional
frequência à escola. O texto da convenção
dos Estudantes (UNE).
nº 182 da OIT, ratificada pelo Brasil no ano de 2000, reconhece que o trabalho infantil
Entretanto, na atual Carta Magna Brasileira,
é devido, em grande parte, à pobreza e
através da Emenda Constitucional nº
que a solução em longo prazo reside no
20/1998, está prevista a proibição de tra-
crescimento econômico sustentado, que
balho noturno, perigoso ou insalubre a
conduz ao progresso social, sobretudo
menores de 18 anos e de qualquer tra-
ao alívio da pobreza e à educação univer-
balho a menores de 16 anos, salvo na
sal. Ainda nesta convenção são citadas
condição de aprendiz, a partir de 14 anos.
que a escravidão, prostituição, todas as
É interessante notar que antes da emenda
atividades ilícitas, particularmente para
constitucional, o Estatuto da criança e
a produção e tráfico de entorpecentes e
do adolescente (Lei nº 8.069/1990) e a
qualquer trabalho que possam prejudicar
Consolidação das Leis trabalhistas - CLT
a saúde, a segurança e a moral da criança
Segundo a convenção nº 58, ficaria proibido o serviço de menores de 15 anos a bordo dos navios...”
milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 19
são as piores formas de trabalho infantil e requer ações imediatas por todos os países membros da OIT com investimentos em educação e planos governamentais que possam retirar a criança desses trabalhos, promovendo sua reabilitação e integração junto à sociedade, preservando os valores de suas famílias. As estimativas globais mais recentes da OIT indicam que no mundo existem 215 milhões de crianças vítimas do trabalho infantil e que mais da metade delas estão envolvidas em suas piores formas de trabalho conforme a convenção nº 182 da OIT. Neste mesmo ano, no dia 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE divulgou os números do Censo 2010 (ver gráfico ao lado), que contabilizou 3,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 17 anos de idade exercendo atividade laborativa. Em 2010 houve uma redução 13,4% do trabalho infantil, aproximadamente 529 mil, em comparação com o censo de 2000. Na faixa etária de 10 a 15 anos a redução foi de aproximadamente 193 mil (10,7%) mil (15,7%). Esses resultados mostram o compromisso do Brasil junto às convenções adotadas pela OIT em propor políticas de combate ao trabalho infantil e incentivo a educação básica. Para isso, o governo brasileiro criou, em 2002, a Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil (CONAETI), que visa propostas para a regulamentação e monitoramento das convenções 138 e 182 da OIT, além de elaboração do Plano Nacional de Combate ao Trabalho Infantil.
n _____________________________________ Professor D.Sc. Alexandre R. Andrade
FOTO: http://www.blogmercante.com
e na faixa de 16 e 17 anos a redução foi um pouco mais de 336
Campus Cajazeiras / IFPB
Decreto nº 3.342 de 30 de novembro de 1938. IBGE. <www.ibge.gov.br>. Acessado em 21/10/2012. ILO. <www.ilo.org>. Acessado em 17/10/2012. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Lei nº 9.537, de 11 de dezembro de 1997. Lei nº 10.097/2000 OIT BRASIL <www.oitbrasil.org.br>. Acessado em 17/10/2012. OIT. <www.oit.org.br/node/850>. Acessado em 17/10/2012. ONU. <www.onu.org.br>. Acessado em 17/10/2012. Portaria n.º 365, de 12 de setembro de 2002 do Ministério do Trabalho e Emprego
20 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm
FOTO: http://carlosarte-carlosarte.blogspot.com.br
Referências:
FOTO: Ticiano Alves
INSTITUTOS FEDERAIS OFERTARÃO CURSOS PARA AQUAVIÁRIOS CAPA A partir de memorando de entendimento
Marítima Internacional (IMO).
assinado entre o Ministério da Defesa (MD), o Ministério da Educação (MEC), através
Os cursos de Formação Inicial e Continuada
da Secretaria de Educação Profissional e
(FIC) serão ofertados a partir do primeiro
Tecnológica (SETEC), o Ministério da Pesca
semestre de 2013. A meta é formar um
e Aquicultura (MPA) e a Marinha do Brasil
grande contingente de pescadores, marí-
(MB), os Institutos Federais poderão mi-
timos e fluviários. Para isso, os acordos
nistrar cursos para o 1º, 2º e 3º grupos,
de cooperação têm vigência de 60 meses,
Marítimos, Fluviários e Pescadores, respec-
podendo ser renovados e estendidos a ou-
tivamente.
tras unidades da Rede Federal.
Os três primeiros acordos de cooperação
O Ministério da Pesca e Aquicultura
técnica para a oferta de cursos para pesca-
encaminhará o público-alvo para os
dores, acreditados pela MB, foram oficializa-
Institutos Federais, que farão a seleção
dos no dia 20 de novembro de 2012, duran-
de acordo com o previsto no Programa
te reunião ordinária do Conselho Nacional
do Ensino Profissional Marítimo (Prepom)
das Instituições Federais de Educação
da DPC como ofertantes. As Instituições
Profissional, Científica e Tecnológica (Conif ),
credenciadas pela MB, da Rede Federal
em João Pessoa (PB).
de Educação Profissional e Tecnológica também coordenarão os estágios a bordo
O Centro de Referência em Pesca e
das embarcações de pesca. A preparação
Navegação Marítima do Instituto Federal da
didática e o andamento dos cursos serão
Paraíba (CRPNM-IFPB), o campus Acaraú do
acompanhados pela DPC, que, ao final da
Instituto Federal do Ceará (IFCE) e o Centro
conclusão, emitirá as carteiras equivalentes
de Referência em Navegação e Pesca
a cada um deles.
Marítima do Instituto Federal de Santa Catarina (CNPMar-IFSC) formarão os pri-
Atualmente, muitos alunos que passam
meiros pescadores seguindo novos moldes
pelo CRPNM e também pessoas da comu-
estabelecidos, em conjunto com a Diretoria
nidade, sem condições financeiras, migram
de Portos e Costas (DPC/MB) e o MPA.
para outras regiões do país para fazer os cursos da carreira de aquaviários. O esta-
Segundo a Professora Margareth Rocha,
belecimento da parceria do CRPNM com a
Diretora do CRPNM e membro do Grupo
DPC torna-se, portanto, um marco histórico
de Trabalho (GT) Formação e Qualificação
para a Paraíba e estados vizinhos, uma vez
do Pescador – criado para aprimorar a for-
que acabará com essas longas e custosas
mação do profissional da pesca – os cursos
migrações. n
passam a ter um novo aporte em suas
___________________________________
matrizes curriculares, que, por orientação
Professora D.Sc. Mrgareth Rocha
da DPC, foram realizadas tomando como
Diretora do CRPNM
O CRPNM / IFPB ofertará no primeiro semestre de 2013 o seu primeiro curso do Ensino Profisisonal Marítimo.”
base a adequação às regras da Organização
milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm • 21
CONHECER, COMER E CONSERVAR – A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA MARINHA PARA A QUALIDADE DE VIDA NA ZONA COSTEIRA VIDA MARINHA
S
ol, praia e água fresca. Sem dúvida, estes fatores
alcançam o horizonte. Assim, com exceções, não atentamos ao
agradam as pessoas e são bons motivos para que,
que não vemos e não estamos habituados, neste caso, ao que está
segundo a UNESCO, atualmente cerca de metade
embaixo da água. No mar há fenômenos que ocorrem localmente,
da população mundial viva em áreas costeiras
como uma pluma estuarina, outros que ocorrem globalmente,
a menos de 50 km do mar. Mas não é só pela paisagem que a
como a circulação termohalina, e outros que se estendem além
humanidade procura os oceanos.
dos limites costeiros, como alterações no pH dos mares em função da concentração de CO2 atmosférico. Em relação à vida, os limites
Noventa por cento do comércio mundial é feito por via marítima
e as escalas possuem amplitudes igualmente contrastantes, seja
e, graças aos avanços tecnológicos, as atividades econômicas em
nos estuários, nas praias arenosas, nos costões rochosos, nas
áreas costeiras e águas profundas estão cada vez mais se inten-
plataformas continentais ou mesmo nas dorsais meso-oceânicas.
sificando e diversificando, como, na exploração do petróleo e na
Há organismos microscópicos, como os foraminíferos, gigantes-
aquicultura. Segundo a FAO, os produtos de origem marinha são
cos, como as baleias, ou que formam imensas colônias, como os
fonte de proteína animal para 25% da população mundial. Para
corais. Alguns passam a vida toda fixados em um só lugar enquan-
ter uma ideia, de acordo com dados do MPA, no Brasil, mesmo
to outros deslocam-se ao redor do planeta continuamente.
com uma geografia desfavorável e com o setor pesqueiro e aquícola ainda engatinhando, o país tem consumido 1,7 milhões de
Ainda há os que vivem em substratos consolidados ou não
toneladas de pescados/ano. Entretanto, esta histórica e crescente
(bentos), os que nadam ou deslocam-se ativamente (nécton), os
relação da humanidade com oceanos está aquém das necessárias
que estão à deriva na superfície dos mares (plâncton), e os que
políticas públicas e investimentos em conhecimento e conserva-
passam por todos estes compartimentos ao longo da vida. Com
ção. É como um adultério: um dos parceiros “pinta e borda” e o
exceção das necessidades intrínsecas à navegação, o conhe-
outro não entende direito o que está acontecendo. Neste caso,
cimento profundo dos oceanos ainda é muito raso. Por exemplo,
estamos usando todos os recursos do mar e não estamos “nem ai”
estima-se que somente 10 % do fundo marinho esteja mapeado
para as consequências!
em uma escala útil para a ciência e que se conheça apenas 10% das espécies marinhas existentes. Além disto, a maior parte da
Em geral, a humanidade sempre foi displicente em relação aos
informação disponível relaciona-se às áreas rasas das plataformas
impactos de suas ações – em qualquer ambiente. Em parte
continentais. Esta falta de conhecimento e a alta complexidade
porque sempre existiu abundância de recursos e as consequên-
do ambiente marinho levaram a graves problemas ambientais,
cias demoraram a aparecer, mas também porque pouco se sabia
que se destacam nas zonas costeiras de todo o mundo – pois,
sobre os impactos das atividades antrópicas sobre os processos
além de serem valiosas do ponto de vista ecológico, as áreas rasas
ecológicos relacionados. No mar isto é ainda mais grave, pois
são as porções mais exploradas dos oceanos e também as mais
além de serem altamente complexos, os oceanos são ambientes
impactadas pelas atividades antrópicas. Em conjunto, a ocupação
totalmente diferentes dos ecossistemas terrestres. Estamos acos-
territorial desordenada, a destruição de habitats, a introdução de
tumados a perceber os fenômenos naturais até onde nossos olhos
espécies exóticas, a poluição (orgânica e inorgânica) e a sobre-
22 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm
explotação dos estoques pesqueiros, levam à desestabilização das teias tróficas e a perda de biodiversidade – gerando significativa degradação da qualidade de vida e incalculáveis prejuízos ecológicos e socioeconômicos. Neste cenário, considerando apenas a pesca, estima-se que mais de 50% da proteína marinha mundial é oriunda das proximidades FOTO: Felipe Daros
da costa. Apesar do aumento do esforço pesqueiro (número de embarcações, tempo e tecnologia empregada) na última década a produção mundial de pescado tem se mantido em torno de cem milhões de toneladas. Ironicamente, os avanços tecnológicos (sonares, radares, sobrevoos, GPS, embarcações de grande autonomia, comunicação sem fio, etc.) andam de mãos dadas com técnicas rudimentares de pesca (como o arrasto de fundo) e com a ignorância sobre a ecologia marinha. Este aumento do esforço pesqueiro e dos impactos sobre os ecossistemas marinhos tem trazido consequências desastrosas para os recursos pesqueiros e para a biodiversidade marinha. Algumas estatísticas alarmantes podem dar um quadro mais real da situação: nos últimos 50 anos, a indústria pesqueira mundial reduziu a população de peixes
FOTO: Felipe Daros
oceânicos em 90%. Das 25 mil espécies-alvo marinhas, 30% estão ameaçadas de extinção. De acordo com a FAO, 80% da biomassa marinha já foi capturada nos últimos 100 anos e, mesmo assim, continuamos a explorar incessantemente os 20% restantes. Isso vai contra a maré do desenvolvimento sustentável da região costeira. A satisfação das necessidades humanas das gerações presentes e futuras, não apenas para os nossos filhos e netos, mas de todas as gerações posteriores, depende do manejo e da conservação dos recursos naturais e da orientação de mudanças tecnológicas e institucionais. É necessário investimento em pesquisa e educação, como ocorre no CRPNM, para ampliar nosso conhecimento sobre
FOTO: Ariel Scheffer
e sob o mar. Seja para uma equilibrada alimentação, manutenção do modo de vida de comunidades litorâneas ou para o crescimento do PIB – ou mesmo para a simples curtição da praia com água fresca.
n ________________________________ Professor M.Sc. Cláudio Natividade
FOTO: Ariel Scheffer
FOTO: Ariel Scheffer
IFPR
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NAVEGAR É PRECISO
Fernando Pessoa Mestre em interpretar palavras e simbolismos, Fernando Pessoa, como bom português, costuma em muitos de seus poemas falar sobre as aventuras no mar tendo em vista a importância deste na história de seu país. O poema reproduz uma antiga frase dita por Pompeu, general romano, 106-48 a.C., aos marinheiros, amedrontados, que recusavam viajar durante a guerra (cf. Plutarco, in Vida de Pompeu). “Navigare necesse; vivere non est necesse”, ou seja, “Navegar é preciso, viver não é preciso”. No poema Navegar é Preciso, o poeta dialoga com toda a tradição ao evocar o percurso de errantes viajantes a partir da frase de encorajamento aos Argonautas,
24 • milha náutica • www.ifpb.edu.br/crpnm
tripulantes da nau Argo que, segundo a lenda grega, foi até à Cólquida (atual Geórgia) em busca do Velo de Ouro (tesouro). O poeta parece relacionar três dimensões: o mito que fundamenta o imaginário da viagem; a história de Portugal como uma das grandes nações navegantes que protagonizou os grandes descobrimentos; e a criação literária (em especial a poética) como a grande e insuperável viagem pela linguagem.
MARÍTIMA Os Argonautas O Barco! Meu coração não aguenta Tanta tormenta, alegria Meu coração não contenta O dia, o marco, meu coração O porto, não!... Navegar é preciso Viver não é preciso. O Barco! Noite no teu, tão bonito Sorriso solto perdido
A frase pode ser interpretada de muitas maneiras, o que gostaria de destacar é a antítese entre a navegação e a vida. Tendo em vista que para navegar são necessários muitos instrumentos precisos para o navegador se localizar e dar rumo ao seu curso, por isso “navegar é preciso”, pois é determinado com absoluto rigor. O que não acontece com a vida, tendo em vista que embora possamos planejá-la não é possível determiná-la com perfeição, pois algo escapa a precisão científica e a certeza do experimento. Sendo a vida cheia de inquietações, amores e paixões faz com que o sujeito se depare com as suas incertezas e o seu vazio, próprio do que é humano e por isso “viver não é preciso”. Essa frase que se tornou uma espécie de refrão aos argonautas e aos navegadores - e por que não, a todos que se encontram nessa imensa nau que é a vida - ecoa na música brasileira numa bela canção de Caetano Veloso, Os argonautas, que segue para encerrar este pequeno artigo. Até breve!. n ___________________________________ Professora Raphaella Belmont Licenciatura Plena em Letras (UFPB)
Horizonte, madrugada O riso, o arco da madrugada O porto, nada!... Navegar é preciso Viver não é preciso O Barco! O automóvel brilhante O trilho solto, o barulho Do meu dente em tua veia O sangue, o charco, barulho lento O porto, silêncio!... Navegar é preciso Viver não é preciso.
Caetano Veloso
FOTO: http://guisax.blogspot.com.br
“Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: ‘Navegar é preciso; viver não é preciso.’ Quero para mim o espírito desta frase, transformada A forma para a casar com o que eu sou: Viver não É necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso Tenha de ser o meu corpo e a minha alma a lenha desse fogo. Só quero torná-la de toda a humanidade; ainda que para isso Tenha de a perder como minha. Cada vez mais assim penso. Cada vez mais ponho Na essência anímica do meu sangue o propósito Impessoal de engrandecer a pátria e contribuir Para a evolução da humanidade. É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.”
CULTURA
FILMES & LIVROS
CULTURA MARÍTIMA
20.000 LÉGUAS SUBMARINAS Título Original: 20.000 Leagues under the sea CLASSIFICAÇÃO: maior de 12 anos
ATOR / ATRIZ: James Mason (I), Kirk Douglas, Paul
ANO: 1954
Lukas, Peter Lorre (I)
GÊNERO: Ação/Aventura Drama Familiar Ficção Científica
SINOPSE:
DURAÇÃO: 172 minutos
James Mason é o capitão Nemo, um ser atormen-
TEXTO: Jules Verne
tado e visionário. Efeitos especiais famosos (o
REALIZAÇÃO: Richard Fleischer, Richard Fleischer
polvo gigante criado por Chris Mueller e Robert
INTERPRETAÇÃO: James Mason (I), Kirk Douglas,
Mattey) e as mais espectaculares imagens sub-
Paul Lukas, Peter Lorre (I)
marinas até então captadas.
Argumento:Earl Felton
ATLÂNTICO
AUTOR: SIMON WINCHESTER
Neste livro de aventuras e escopo enciclo-
ginário de grande parte da civilização ociden-
pédico, Simon Winchester narra desde a for-
tal. O resultado desses séculos de convivência
mação do oceano, com seus 6.400 km de lar-
entre homem e oceano é a destruição da imen-
gura máxima e profundidade média de quase
sidão que parecia invencível. Poluição química,
4 km, até a história mais recente, tornando o
pesca excessiva e aquecimento global amea-
relato mais pessoal e próximo do leitor — no
çam transformar o Atlântico para sempre.
princípio, o tempo geológico corre numa velocidade estonteante, enquanto imensas massas
FONTE: Livraria Saraiva
de terra se deslocam e formam continentes. Passam por essa história o caramujo raríssimo usado como moeda por mercadores fenícios, os Editora: Companhia das Letras romanos antigos, os nórdicos que se lançaram Edição: 2012 Atlântico afora até chegar perto do Canadá, os descobridores da América, os tsunamis e muito mais. O oceano está no centro das ambições de exploradores e cientistas, foi crucial para as grandes navegações, as estratégias de guerra e o desenvolvimento da aviação; além de ter inspirado incontáveis obras literárias e o imaIMAGEM: http://www.titanic-nautical.com
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CONHEÇA-NOS VENHA SER UM PROFISSIONAL DO MAR
Qualificar homens e mulheres para o trabalho no mar, através da aplicação do conhecimento teórico e do aperfeiçoamento dos saberes, é um desafio constante do CRPNM. Para isso oferecemos cursos nas mais diversas áreas. E ao trabalhar nossas ações de forma dinâmica e inovadora, o CRPNM dá às famílias que do mar tiram o seu sustento a oportunidade de se inserirem no mundo do trabalho. Te l e f o n e ( 8 3 ) 3 2 4 8 - 5 4 1 7 o u v i s i t e w w w . i f p b . e d u . b r / c r p n m
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FOTO: Hermin Abramovitch
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