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O que podemos aprender com a história vocacional de D. João Carlos Seneme, css

D. João Carlos Seneme, bispo da Diocese de Toledo, foi ordenado bispo no dia 16 de dezembro de 2007. Atuou primeiramente como bispo-auxiliar na Arquidiocese de Curitiba e foi transferido para o Oeste paranaense em 2013. Seu humilde chamado e sua inspiradora história vocacional são um convite à interação com os jovens e o encontro de culturas.

A história vocacional de D. João inicia com uma família que, apesar de católicos, não eram tão praticantes. Em uma entrevista, D. João afirma que buscou o aprofundamento por si próprio. Por volta dos 14 anos, era participante de grupos de jovens e tocava violão nas missas de sua paróquia, em Santa Gertrudes, município do interior de São Paulo. Apesar de ser muito ligado com a juventude, o bispo afirma que seu pároco na época, não era muito adepto aos movimentos juvenis. Contudo, o jovem João, movido pelo “amor de Cristo que nos impele”, escutava um programa no rádio, no qual um padre comentava o Evangelho do dia.

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D. João afirma que foi a união entre os laços com o grupo de jovens e aquele programa de rádio que despertaram nele a vocação ao sacerdócio. Seu desejo inicial era de proclamar a Boa-Nova, assim como aquela voz no rádio. Inquieto por esse desejo, João resolve escrever uma carta ao apresentador, e inicia seu contato com aqueles que seriam os instrutores no caminho de discernimento vocacional.

O jovem do rádio pertencia à Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (Estigmatinos – C.S.S), e em contato com ele, João inicia seu processo de acompanhamento junto ao seminário da congregação. Durante três anos ele passou por acompanhamento vocacional, até atingir a idade para o ingresso no seminário, no qual cursou Filosofia e Letras.

D. João, sobre a rotina do seminário, relata que eles estudavam Filosofia de manhã no próprio seminário, durante à tarde se dividiam entre formações sobre a fé católica, a doutrina e as regras da congregação e trabalhos braçais como cultivar a horta e manutenção da casa. No período da noite, eram levados ao centro da cidade e o grupo de seminaristas se dividiam para irem à faculdade, e no seu caso, para a PUC-Campinas, onde cursava Letras.

Ele descreve que sua experiência no seminário foi muito rica pois convivia com rapazes de todo o Brasil e pôde conhecer culturas de várias regiões. Além disso, destaca os momentos de oração, em que se recolhia, rezava a Deus e conhecia a vida do santo fundador da congregação dos Estigmatinos: São Gaspar Bertoni.

Assim ele passou o período de formação até sua ordenação diaconal. Trabalhou como diácono na Paróquia Nossa Senhora do Bom Conselho, no bairro Mocca, na cidade de São Paulo (onde tinha feito trabalhos pastorais durante sua formação) por seis meses até tornar-se padre em 15 de dezembro de 1985.

Após sua ordenação sacerdotal, o seu Superior lhe pediu para que fosse formador, atuando no seminário dos Estigmatinos na cidade de Curitiba, capital do Paraná. Depois de três anos, segue como formador, mas na cidade de Campinas, acompanhando os jovens que se preparavam para efetuar seus primeiros votos religiosos. E, posteriormente, na cidade de

“D. João exorta que sejamos abertos a escuta ao chamado de Deus, e que sejamos perseverantes, assim como ele foi nas diversas experiências e nos diversos caminhos que Deus lhe proporcionava. ‘Se nós ouvirmos Deus e acharmos que damos conta de responder ‘sim’, o Senhor nos ajuda com o restante. Basta querermos melhor servi-lo e servir ao povo que Ele nos confia’”.

Uberaba, Minas Gerais, onde ficou mais sete anos.

Após isso, foi trabalhar, por dois anos, como coordenador dos padres Estigmatinos que estavam estudando em Roma. O encontro com a cultura também estava bastante presente, já que convivia com pessoas do mundo todo. Em seguida teve um breve retorno para o Brasil. E, nesta visita, foi eleito como secretário-geral do Conselho da Congregação, indo novamente a Roma, por seis anos. Nesse tempo, acompanhava o superior-geral por vários países, conhecendo e visitando as várias casas dos Estigmatinos espalhadas pelo mundo. Novamente um encontro com a cultura é o que fascinava o Pe. João. Assim retorna para o Brasil e cerca de um ano depois é nomeado pelo Papa Bento XVI como bispo-auxiliar da Arquidiocese de Curitiba, retornando ao Paraná. D. João afirma que sua nomeação foi uma surpresa, mas sempre estava aberto para seguir os caminhos que Deus lhe mandava. Em 2007 é ordenado por D. Moacyr José Vitti (CSS) e se transfere para Curitiba, para trabalhar com ele.

No começo, relata, era difícil, pois era necessário se desligar de seus amigos e irmãos de congregação para trilhar um novo caminho, trabalhando nas periferias de Curitiba nos acompanhamentos pastorais. Ele permanece em Curitiba até 2013, ano em que foi nomeado bispo titular da Diocese de Toledo, onde permanece até os dias atuais. Segundo D. João, a sua história vocacional nos ensina sobre o convívio com os jovens, o trabalho

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