
1 minute read
Suinocultura apresenta tendências para 2023
O Centro de Pesquisa em Economia Aplicada, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), trouxe uma expectativa positiva ao setor do agronegócio que atua na produção de suínos. Ao menos dois fatores convergem para essa tendência. Um deles está ligado à demanda interna e externa da carne suína. O outro está relacionado ao poder de compra do consumidor.
Os pesquisadores entendem que existem indicativos de aumento na demanda interna e externa pelo produto. Se confirmar, esse fator ajudaria muitos suinocultores do Oeste do Paraná a deixarem os prejuízos para trás, ao mesmo tempo em que poderiam iniciar um novo ciclo de recuperação da atividade.
Advertisement
Na ponta do lápis, o custo de produção de suínos passou R$ 8,00 por quilo vivo até o encerramento de 2022, conforme as contas feitas pela Embrapa Suínos e Aves, que mantém a Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS), responsável pela atualização dos custos de produção destes animais. Deixando os custos de dezembro, o novo ciclo de produção nos galpões apresentaria essa possibilidade de melhora na remuneração. Mas, todos sabem que para isso acontecer, outros fatores influenciam. Logo, é aguardar os desdobramentos da política eco - nômica que também deve ganhar ritmo.
Com relação à demanda interna por carne suína, os olhares estão voltados ao poder de compra do consumidor. Se os planos para a economia se aquecer derem certo será bom. Contudo, o Cepea alerta no seu boletim divulgado no começo do ano: o poder de compra do brasileiro tende a se manter fragilizado.
Embora essa seja uma notícia nada agradável, ela reflete outro significado: que o consumidor tenderá a adquirir a carne suína por ter menor preço que a carne bovina. Isso ajudaria a explicar como uma situação difícil para o consumidor pode contribuir na sustentação desta cadeia produtiva.
Outros dois elementos nesta análise são importantes de serem observados. O documento cita “as estratégias da indústria em investir em diversificação e posicionamento do produto suinícola no mercado doméstico”, que devem ser mantidas em 2023; e a procura externa pela carne brasileira. “O USDA estima que as exportações nacionais tenham incremento de 2,7% e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), de 12%. A aposta do setor está na diversificação dos destinos e na consolidação de parcerias firmadas ao longo do ano passado”, pontua.
Vale lembrar que 2023 começou com queda no preço do suíno vivo, especialmente por conta da demanda interna que enfraqueceu. É algo comum para a época do ano, mas que merece atenção na organização de toda a cadeia produtiva para os próximos meses.