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Juventude conectada
A internet é certamente uma das maiores e melhores invenções do ser humano, e o jovem é o principal usuário de suas ferramentas, com destaque ao uso das redes sociais. Apesar das redes sociais terem se tornado nosso principal instrumento de comunicação, existe um perigo oculto nesse espaço, que é contrário à fé cristã.
Destila O Do Dio
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O uso das redes sociais dá ao usuário a ilusão do anonimato. Escondido atrás de telas, alguns malfeitores encontram a munição necessária para mostrar seu lado mais sombrio. Internautas destilam ódio e opiniões criminosas pelas redes sociais, metralhando o que lhes convém sem pensar nas consequências.
A Safernet é a primeira ONG do Brasil a estabelecer uma abordagem multissetorial para proteger os Direitos Humanos no ambiente digital. A ONG criou e mantém uma Central Nacional de Denúncias onde foi identificado um aumento expressivo de denúncias de crime de ódio na internet envolvendo racismo, lgbtfobia, xenofobia, neonazismo, misoginia, apologia a crimes contra a vida e intolerância religiosa.
A principal conclusão da Safernet é de que as denúncias aumentam em anos de eleições. Como comparativo, nos primeiros seis meses de 2022 foram 23.947 denúncias, 67,5% mais que o mesmo período de 2021. E é nesse ambiente hostil que o jovem passa a maior parte do seu tempo.
Liberdade E Limites
Recorda daquela máxima “a liberdade de um termina quando a do outro começa”? Pois bem, a liberdade é uma característica fundamental da pessoa humana criada à imagem e semelhança de Deus. É para a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1).
A liberdade cristã, além do amor a Deus, visa o amor ao próximo. Ao inaugurar a lei da liberdade, Cristo inaugura também a lei do amor ao dizer “Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor em nós é plenamente realizado” (1Jo 4,11-12). Dessa forma, sendo as redes sociais uma extensão do nosso convívio humano, lá também deve imperar a máxima divina: o amor ao próximo.
Deus nos dá a liberdade e nós devemos vigiar esse direito que nos foi oferecido, pois atentar contra a liber- dade viola a dignidade da pessoa humana e os desígnios de Deus.
“O olhar cristão é capaz de superar todas as barreiras que existem no mundo, e a criatividade do jovem pode ir muito mais além. Esses dois instrumentos aliados, são ótimas alternativas para superar o desafio de tornar as redes sociais um espaço de convívio pacífico, capaz de promover o bem comum”.
Certamente se você não fez ou faz parte de um grupo do WhatsApp em que pessoas se utilizam do espaço para destilar seu ódio gratuito, conhece quem participa desses grupos. Talvez você seja a pessoa que destila esse ódio, já parou para pensar nisso?
Por vezes, a intolerância e o ódio estão disfarçados sob um véu de religiosidade, mas lembre-se sempre: nossas palavras e ações devem promover o amor, a justiça e o cumprimento pleno e definitivo do projeto de Deus.
COMO SUPERAR O ÓDIO?
O olhar cristão é capaz de superar todas as barreiras que existem no mundo, e a criatividade do jovem pode ir muito mais além. Esses dois instrumentos aliados, são ótimas alternativas para superar o desafio de tornar as redes sociais um espaço de convívio pacífico, capaz de promover o bem comum. Deixo como sugestão, para refletirmos sobre nossas atitudes a seguinte atividade. Sempre que sentir necessidade de compartilhar sua opinião em grupos do WhatsApp e redes sociais, pense em como ela pode ofender e magoar outras pessoas, se coloque no lugar do outro e reflita: “Se outra pessoa fizesse o mesmo que eu estou fazendo, mas com uma ideia ou opinião contrária à minha, como eu me sentiria”? Se sua opinião ofender e magoar, guarde-a para você.
Vigia seus atos para que “Não saia da vossa boca nenhuma palavra que cause destruição, mas somente a que seja útil para a edificação, de acordo com a necessidade, a fim de que comunique graça aos que a ouvem” (Ef 4,29).
Cristina Coelho