3 minute read

Uma boa notícia para o mundo

5º Domingo do Tempo Comum | 5 de fevereiro de 2023 Leituras: Is 58,7-10; Sl 111(112),4-5.6-7.8a.9; 1Cor 2,1-5; Mt 5,13-16

Estamos no início do Tempo Comum. Nos domingos anteriores, mediante o evangelista São Mateus, fomos imersos na experiência do chamado dos primeiros discípulos e ao início do discurso do Sermão da Montanha. Nos encontramos, portanto, num contexto vocacional, onde os discípulos e a multidão topam com o caminho do discipulado e com um novo modo de ser.

Advertisement

DISCIPULADO: UM NOVO CAMINHO

A missão de Jesus, além de anunciar o Reino, é instruir os seus seguidores, o que se dá concomitantemente. Isto é, enquanto comunica a Boa-Nova, conduz os seus discípulos à experiência da Nova Aliança. Com o episódio do Sermão da Montanha, os seus seguidores terão a consciência de que o caminho é exigente e requer uma constante superação de si mesmo. Com os símbolos do sal e da luz, Jesus indica um novo modo de ser. São símbolos da identidade dos discípulos. Dizem de uma nova postura frente à vida e um cristão não pode agir senão de acordo com a sua identidade.

autoritarismo, opressão e fofoca, denotam a ausência de amor ao próximo. Não existe essa disparidade, como nos recorda a 1ª Carta de São João, de maneira que o amor a Deus sempre conduz ao amor fraterno, e não existe um sem o outro. O jejum nos leva a desejar uma boa refeição e esta não se realizará se não estiver bem temperada de sal. O Reino de Deus, cujo reflexo é a Igreja, não pode parecer como um alimento insosso, desinteressante e irrelevante. Precisamos ser uma boa notícia! Promover a diferença! Sermos sinal de justiça.

Inspira O E Bom Testemunho

- Será que a minha fé perdeu o sabor?

- A nossa comunidade de fé tem sido “uma boa notícia” para as pessoas?

- Tenho realizado boas obras por mim ou por Deus?

A luz pode iluminar a todos, contudo, também pode ser ocultada e distorcida. No exercício de sua função, não é a protagonista, mas evoca aquilo que precisa estar no foco. No anseio de darmos um bom testemunho do Reino, corremos o risco de nos colocar em evidência. Podemos usar das qualidades pessoais para parecermos habilidosos. Simular comportamentos a fim de expressar virtudes.

O Sabor Das Boas Obras

Na qualidade de sal, o cristão realça e conserva o Reino de Deus, mas pode correr o risco de se desvirtuar. A Igreja, a família de Deus, é a mais forte expressão do Reino entre nós. É a semente do projeto divino que se eterniza nos céus. Mas pode ser que se torne irrelevante em meio a comunidade humana em variados níveis e contextos. E tudo isso pode estar ligado à perda do sentido de ser sal. Quando nos tornamos uma instituição estática, de atividade cômoda e de “auto nutrição”, então, podemos dizer que perdemos o sabor. A anemia espiritual pode ocupar grande espaço e gerar elementos como o tédio, o descontentamento e a falta de sentido, levando à indiferença. Dessa forma, a força do Evangelho se esvai. A Igreja é cada um de nós! E antes de tomar conta de todo o corpo, o dissabor aflige os membros, ou seja, cada um de nós. Não podemos permitir que o Evangelho deixe de ser uma boa notícia. A leitura do profeta Isaías nos mostra o caminho!

O profeta denuncia a discrepância entre culto e vida. Na ambiência da perícope, a crítica está relacionada ao jejum, uma prática de piedade religiosa, muito indicada pela Igreja, principalmente, em tempos de forte apelo à conversão. Mas que pode perder o seu sentido, caso não ressoe em atitudes convertidas no cotidiano. O jejum demonstra o amor a Deus. A injustiça, a qual, a partir do profeta, podemos chamar de fome, apátridia, falta de moradia digna,

No discurso religioso, somos capazes de nos colocar no centro das questões. Todavia, esse não é sentido da luz. O cristão não é a Luz, uma vez que não tem luz própria. Podendo distorcer a própria identidade, precisa ter consciência de que a Luz é Deus e toda iluminação possível provém de Sua graça.

A humildade testemunhada na 1ª Carta de São Paulo aos Coríntios é um ótimo exemplo de ser luz, diferentemente do fariseu que reza agradecendo a Deus por “ser santo”. Não precisamos viver a patologia de nos considerarmos o centro do Universo com todos os problemas implicados. É bom e saudável a ciência de quem somos. É libertador reconhecer que toda graça manifestada em nós e por meio de nós tem a origem no Senhor. Para que tudo se mantenha no seu devido lugar, o protagonista de toda a história deve ter o seu justo espaço. Deste modo, cumpriremos o pedido de Jesus: “para que veja as vossas boas obras e louvem o vosso Pai que está nos céus”.

Leitura Diária

Dia 6 (São Paulo Miki e companheiros): Gn 1,1-19; Sl 103(104); Mc 6,53-56

Dia 7: Gn 1,20-2,4a; Sl 8; Mc 7,1-13

Dia 8: Gn 2,4b-9.15-17; Sl 103(104); Mc 7,14-23

Dia 9: Gn 2,18-25; Sl 127(128); Mc 7,24-30

Dia 10 (Santa Escolástica): Gn 3,1-8; Sl 31(32); Mc 7,31-37

Dia 11: Gn 3,9-24; Sl 89(90); Mc 8,1-10

This article is from: