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FÉ E COMPREENSÃO EUCARÍSTICA

Quando se toma a Eucaristia para dar base a essa reflexão sobre a fome, vale recuperar os escritos de São Paulo aos coríntios (cf. 1Cor 11,17-34), onde o apóstolo está preocupado com a forma pela qual estavam testemunhando sua fé. Naquela época, primeiro se fazia uma ceia, onde todos repartiam alimentos que cada um levava e logo em seguida se conduzia a celebração eucarística.

Lembrando: “Eucaristia é a memória permanente da morte de Jesus como dom de vida para todos (corpo e sangue)” (Bíblia Sagrada, Paulus, notas explicativas, p. 1404). O fato de descontentamento era de que quem chegava atrasado, por conta das tarefas, não encontrava mais nada para partilhar. E assim a celebração (que deveria ser da partilha) se tornou um lugar de ostentação para alguns, discriminação e contrastes. “Paulo interpela a comunidade: não será uma incoerência celebrar a Eucaristia quando na própria celebração se fazem distinções e se marginalizam os mais pobres? (....) Ao participar da Eucaristia a comunidade forma um só corpo. Se a comunidade não entender isso, estará celebrando a própria condenação” (idem). Quem deseja e comunga da Eucaristia deve ter consciência dos compromissos deste ato. É por meio de um pobre faminto que bate

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As etapas

à porta onde Deus faz o cristão compreender o que é o amor e materializá-lo no gesto concreto de partilha. “O Evangelho traz uma forma muito bonita e ao mesmo tempo muito intensa, muito forte, sobre a força do milagre da multiplicação que justamente se dá na partilha. Por isso, o pão partilhado com o pobre é o pão partilhado com Jesus”, comenta. “A partilha é um sinal eloquente do perfeito seguimento de Jesus”, completa. Quem não partilha está sendo egoísta, e com essa atitude as necessidades surgem e a desigualdade brota com

Em sua estrutura, a Diocese de Toledo conta com o serviço da Pastoral do Auxílio Fraterno, com mais de 30 anos de atuação e de resultados expressos em números (confira na página 32 desta edição), mas substancialmente vistos por conta da mudança de comportamento de pessoas que fazem uma experiência de fé prática por meio da partilha. Esse é um dos exemplos, pois existem outros tantos realizados pelas pastorais e movimentos.

Esta organização da Igreja Católica, em Toledo e outros 18 municípios, é aquilo que se diz da caridade visível no combate à fome e no resgate da dignidade humana. Leigos e sacerdotes que se empenham neste gesto concreto em auxílio a quem precisa. Um serviço estruturado, organizado, com cadastros, que muita força. Quem não partilha, portanto, ainda não entendeu o que é a Eucaristia; ela é o próprio corpo e sangue de Cristo, com tudo o que Ele ensinou e com todo seu amor. “E qual é o primeiro gesto que o padre faz quando no rito da consagração? Ele reparte o pão. Então, a partir do momento que faz essa partilha, todos nós fazemos memória de Jesus que deu esse exemplo para que nós o sigamos neste gesto com nossos irmãos. É importante a gente conseguir ter essa coragem e amor eucarístico de olhar para o outro”, salienta. faz o primeiro atendimento e mais urgente com alimentos. “É muito bom ver o quanto a comunidade pode se envolver pelo próximo para que ninguém passe fome e tenha sua dignidade respeitada. Afinal, não podemos ignorar a realidade e só ficar em casa rezando. A oração é extremamente importante, faz parte do processo de conversão e a Quaresma vem para nos lembrar disso. Mas também que a fé sem obras é morta. Esse compromisso social é o convite que a Campanha da Fraternidade vem nos fazer, um convite de olhar para o próximo e ver a fome que bate à porta de muitas pessoas. Precisamos desenvolver esse olhar carinhoso e misericordioso e enxergar que é o nosso irmão que está precisando”, conclui Jennifer.

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