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A fome e suas consequências
A proximidade do início da Campanha da Fraternidade 2023 provoca cada cristão profundamente com o tema da “Fome”. E este ano com uma novidade na nossa Diocese. Todo serviço de articulação desta temática está sob responsabilidade da Cáritas Diocesana, um organismo recentemente articulado para interagir com as Pastorais Sociais que já realizam um excelente serviço em prol de quem mais precisa e é o rosto caritativo da Diocese.
tando aqueles que passam fome (cf. 1Cor 11,17-34). Aqui reside uma falta grave para com Deus no rito celebrado que é necessário cada um refletir um pouco diante dessa proposta quaresmal em que se insere a Campanha da Fraternidade. Portanto, fome, Eucaristia e missão estão entrelaçados nessa proposta.
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Desperdício de
A Cáritas tem muitas linhas de ação, cada qual com seus líderes referenciais, e uma dessas áreas é justamente a sua atuação na CF 2023. Dentre essas pessoas responsáveis pela mobilização da Campanha, a Revista Cristo Rei conta com a Jennifer Teixeira para contribuir com a reflexão desta temática. “A Campanha tem um histórico que nos permite olhar para o chão que pisamos e pensar de que forma podemos agir, à luz da fé, para afastar esse flagelo da fome que é um problema muito sério no nosso País. A fome está interligada com problemas sociais, com saneamento básico, saúde, com desemprego, com educação, trabalho infantil, enfim, uma série de situações que envolvem os direitos dos cidadãos brasileiros. É assim que a fome grita”, pontua.
A necessidade de tocar nesse assunto vem da gravidade revelada pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, a qual apurou que 33 milhões de pessoas estão em “insegurança alimentar grave” no Brasil. Uma pessoa em situação de ainda é um desafio para a sociedade insegurança alimentar grave é quando não tem dinheiro para comprar alimentos, faz apenas uma refeição ao dia ou fica sem comer um dia inteiro. O dado inclui crianças. Por isso, essa constatação é base para promover reflexões que ajudem a recuperar a dignidade das pessoas. “A fome existe; ela é real. Ela está aqui em municípios da nossa Diocese. É muito comum ouvir pessoas dizendo que na minha cidade não há fome ou pessoas passando fome ou que não tem pobreza. Contudo, nós precisamos olhar a realidade mais de perto”, afirma Jennifer que já atuou em Centro de Referência em Assistência Social, um serviço público presente nos municípios para o atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Eu lembro que no período mais forte da pandemia de covid-19, a procura por alimento só aumentou e mesmo com a diminuição dos riscos da pandemia essa procura continuou intensa. Vejo que a popula- ção está sim precisando desse cuidado, dessa atenção com políticas públicas que venham a convergir para romper o ciclo de pobreza. Com toda certeza, os municípios precisam de investimentos nessa área”, considera.
Para ela, vale a pena ouvir o convite do Papa Francisco para que os cristãos cheguem mais perto dessa realidade e pratiquem a caridade. “Isso é parte da nossa fé, é parte daquilo que acreditamos. Mas também precisamos lutar para que essas pessoas que sofrem de insegurança alimentar ou que passam fome, tenham o direito garantido através de políticas públicas. Quem nunca se preocupou como vai conseguir essa comida, esse alimento para si e para sua família? Então essa tem que ser a nossa preocupação de cristãos: como está aquela pessoa que talvez vive na nossa rua e não tem um rendimento, não tem um trabalho ou condições de trabalhar?”, pondera.