Arianismo na Europa e Santíssima Trindade O arianismo é uma visão sobre Jesus, sustentada pelos seguidores de Arius (cerca do ano 318), presbítero de Alexandria nos primeiros tempos da igreja cristã primitiva, que negava a existência da consubstancialidade entre Jesus e Deus, que os igualasse. Para Arius, Jesus era um homem moralmente superior a seguir, mas não era Deus; era filho de Deus como todos os outros homens. Não aceitava a visão trinitarista (santíssima trindade) que defendia que Jesus era Deus e segunda pessoa da santíssima trindade; esta visão foi idealizada por alguns cristãos por volta de 180 como um dogma e mistério que continua até hoje. Esta visão foi seguida pelo cristianismo católico defendido pelo papado em Roma. A visão de Arius era compartilhada por diversos outros cristãos por todo o império. Em 318 houve uma discussão entre o Bispo Alexandre de Alexandria e Arius, porque Alexandre defendia o trinitarismo. Num Concílio que Alexandre convocou de seguida, Arius foi condenado. Arius tinha no entanto numerosos apoiantes e a disputa espalhou-se desde Alexandria por todo o Oriente. Ao mesmo tempo, Arius encontrou refúgio e o apoio de Eusébio de Cesareia na Palestina. Nessa época, Constantino I era o imperador Romano. O império estava em crise. Em 285, o imperador Diocleciano (284–305) tinha dividido a administração imperial em duas metades que deram mais tarde origem aos impérios romanos do ocidente e oriente. Constantino achou que se se apoiasse nos cristãos que já eram em elevado número, seria benéfico para manter o império romano. Assim surgiu o Édito de Milão em 313 que tolerava o cristianismo no império, além de outras crenças. Entretanto, em 330, Constantino manda edificar a cidade de Constantinopla em cima de Bizâncio (atual Istambul na Turquia - Turquia onde se encontravam 3 centros importantes cristãos, Antioquia, Niceia e Éfeso). Para restabelecer a união entre os cristãos, Constantino convocou o Primeiro Concílio de Niceia em 325, onde a doutrina de Arius acabou por ser condenada como herética e foi criado o credo atual que se reza na maioria das igrejas cristãs, nomeadamente as católicas, isto é, foi oficializado o dogma da santíssima trindade. Nessa altura, Constantino não entendia que cristãos pudessem adorar um homem se este não fosse Deus. Anos mais tarde, Constantino terá compreendido o arianismo, mas a união do império precisava do apoio do papado católico sediado em Roma. Arius foi expulso, tendo no entanto a sua expulsão sido anulada pela influência do Bispo Eusébio de Nicomédia em 328, o mesmo ano em que Atanásio, então principal defensor do trinitarismo católico, se tornou Bispo de Alexandria. Em 335 Arius seria reabilitado. Alguns povos cristãos seguiram a doutrina de Arius até o século VII. As ideias de Arius difundiram-se no cristianismo do oriente: Grécia e Constantinopla Os povos bárbaros godos provenientes do norte da Europa (Escandinávia), que tinham migrado para estas regiões, foram evangelizados pela ação de Ulfila, missionário enviado pelo imperador romano do Oriente. Assim os godos (Ostrogodos e Visigodos) chegaram à Europa ocidental já cristianizados, mas arianos e entraram em conflito com a Igreja Católica romana.