Dia da Mulher

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I 8 | Marรงo | 2012


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Dia da Mulher

8 | Março | 2012

8 de Março = lutas pelos direitos das mulheres Em 1910, durante uma conferência internacional de mulheres em Copenhaga ficou decidido que o dia 8 de Março passaria a ser o Dia Internacional da Mulher, em homenagem a 129 mulheres que tinham morridos queimadas nesse dia no ano de 1857. Esta tragédia resultou de um incêndio numa fábrica de têxteis, em Nova Iorque, há 155 anos, onde as mulheres estavam em greve e reivindicavam direitos como a redução da carga horária de trabalho (de 16 para 10 horas diárias) e licença de maternidade. O ano de 1975 foi designado pela ONU como Ano Internacional da Mulher. Em Portugal, só a partir de 1974, após a Revolução de Abril, é que a mulher adquiriu direitos que até então nunca tinha tido e começou a ter um papel activo na sociedade. Decorria o ano de 1977 quando foi institucionalizada a Comissão da Condição Feminina, que foi o primeiro passo para a defesa da igualdade entre mulheres e homens em Portugal. Em 1991 recebeu a designação de Comissão para a Igualdade e Direitos das Mulheres (CIDM) e desde 2007 Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG). Assinalar esta data significa, igualmente, reconhecer que todos aqueles que têm colaborado na luta para a igualdade dos direitos humanos, contribuíram ou contribuem para que se operem conquistas importantes nos domínio dos direitos das mulheres em todo o mundo. UMA EVOLUÇÃO LENTA NA CONQUISTA DOS DIREITOS

Foi durante a Revolução Francesa, em 1789, que se fez ouvir pela primeira vez a reivindicação do voto feminino. Durante mais dois séculos, em vários países, as mulheres foram recordando que também deveriam ter o direito de votar. Uma conquista que foi obtida muito lentamente. A Nova Zelândia foi o primeiro país a conceder o direito de voto às mulheres, em 1893, seguindo-se a Austrália (1902), Finlândia (1906), Noruega (1913), União Soviética (1917), Inglaterra (1918), Estados Unidos da América (1920), Portugal (1931), Espanha (1931), França (1945) e Itália (1945). Na Suíça a totalidade das mulheres só puderam votar a partir de 1971. As mulheres portuguesas só tiveram direito a votar a partir de 1931, há 81 anos. Mas foi apenas há 36 anos – pela Constituição de 1976 – que viram consagrados os seus direitos em pé de igualdade com o homem. Na I República o direito de voto era reconhecido apenas a “cidadãos portugueses com mais de 21 anos, que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família”. A primeira mulher portuguesa a votar foi Carolina Beatriz Ângelo, que reivindicou esse direito, invocando a sua qualidade de chefe de família, pois era viúva e mãe de uma filha. A lei não previa que o chefe de família fosse entendido como uma mulher. Contudo o Tribunal Constitucional entendeu que a forma gramatical “cidadãos portugueses” abrangia também as mulheres e deferiu a sua pretensão. Para evitar que tal precedente se repetisse, a lei foi alterada no ano seguinte, com a especificação de que apenas os chefes de família do “sexo masculino” poderiam votar. O movimento feminista iniciou-se no século XIX e visava o estabelecimento de direitos e deveres iguais para a mulher e para o homem nos domínios social, político, jurídico e económico. Em 1910 é promulgada a primeira Lei do Divórcio estipulando que seja dado o mesmo tratamento ao marido e à mulher tanto em relação aos motivos do divórcio como aos direitos sobre os filhos. A mulher deixa de dever obediência ao marido e o crime de adultério tem o mesmo tratamento quando cometido por qualquer dos cônjuges. Mas durante o Estado Novo assiste-se a um recuo destes direitos. Em 1940 Portugal e a Santa Sé assinam a concordata, que proibia os portugueses de recorrer ao divórcio, situação que se manteria até pouco depois do 25 de Abril. Hoje a mulher é considerada como igual em dignidade e direitos (e também em deveres) ao homem. Susana Gonçalves susanagoncalves@gazetacaldas.com

A vida sobre rodas de Zaida Dias

Zaida Dias andou oito anos a conduzir camiões com o marido

Natural de Monção (Minho), Zaida Dias desde cedo mostrou a sua coragem e espírito aventureiro. Com apenas 11 anos veio morar para as Caldas da Rainha para junto da família de acolhimento, que trata por pai e mãe, afastando-se dos seus irmãos que, a pouco e pouco também lhe seguiram as pisadas. Foi nas Caldas que estudou, casou e estabeleceu-se no comércio de electrodomésticos. No entanto, as dificuldades que o negócio atravessava levou o marido a voltar a conduzir transportes de longo curso, profissão que já tinha antes de a conhecer. Há 15 anos Zaida Dias tinha 33 anos e, movida pela curiosidade despertada pelo marido, começou a tirar a carta de condução de pesados em segredo. E um dia apresentou-lhe o facto consumado – tinha uma carta igual à do marido. De imediato foi trabalhar com o cônjuge para uma empresa de transportes em Alfeizerão, onde também já havia outros casais a conduzirem juntos em viagens de longo curso. “Não me estava a ver sozinha num camião” camião”, recorda a condutora, destacando que os homens continuam a achar que aquele é um mundo deles. Garante que nunca teve qualquer tipo de problemas, até porque normalmente viajava com o marido, e os outros colegas até a elogiavam. “Muitos punham-se de parte a apreciar as minhas manobras e depois aplaudiam” aplaudiam”, lembra Zaida Dias, acrescentando que estes comportamentos a deixavam contente e, ao mesmo tempo, “encavacada” por se sentir o centro das atenções. Ao volante de camiões Zaida conheceu quase toda a Europa e também parte das antigas repúblicas da União Soviética. Reconhece que era um trabalho cansativo e tinha horários a cumprir. Mas, por outro

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lado, trouxe-lhe a possibilidade de conhecer culturas e povos diferentes. E chegou a “navegar” com o seu camião nos ferrys entre países nórdicos. Entre os muitos milhares de quilómetros que percorreu, houve um susto que a marcou para o resto da vida - o de adormecer ao volante. Aconteceu em Itália, a caminho de Nápoles, numa tarde quente de Verão. O marido ía a dormir e, como a auto-estrada de Nápoles tem poucas áreas de serviço, Zaida tentou controlar o sono, aguentando-se ao volante. “Ainda hoje digo que foi o camião que nos salvou a vida porque tinha uma travagem automática, que antes eu tinha programado” programado”, recorda a condutora, que despertou de imediato quando sentiu o impulso do camião a travar. Logo de seguida parou numa área de serviço e recompôs-se para continuar viagem. “Sei que nessa noite já não dormi” dormi”, conta Zaida, que nunca teve qualquer acidente durante todo o período em que trabalhou no longo curso. Por concretizar ficou o sonho de Zaida em ir à Finlândia. Esteve prestes a realizá-lo, mas a forte ondulação não permitiu que o barco zarpasse da Alemanha, onde se encontrava, para Helsínquia. A carga teve, assim, que ser entregue por via aérea e o casal voltou para Portugal. Apesar de ter inicialmente pensado em andar dois ou três anos a conduzir veículos pesados a fim de resolver a sua vida financeira, esta minhota e caldense por adopção acabou por andar oito anos no longo curso. Também o filho, que tinha oito anos quando o casal começou a trabalhar nos transportes pesados, chegou a acom-

panhar várias vezes os pais ao estrangeiro, nomeadamente ao norte da Europa. DOS CAMIÕES PARA OS AUTOCARROS

O desgaste da profissão e também o objectivo de estar próximo de casa para dar mais apoio ao filho, levou o casal a tentar mudar de vida. Aproveitando umas férias do trabalho, Zaida tira a carta de condução de transportes públicos e, pouco tempo depois, foi chamada para trabalhar na Rodoviária do Tejo, onde ainda hoje se mantém. A vida nos transportes públicos é “mais activa, lidamos muito com o público e eu gosto muito disso” disso”, conta à Gazeta das Caldas . Também a responsabilidade aumentou, porque, como faz questão de frisar, “nos camiões transportamos apenas duas vidas e nos transportes públicos chegamos a ter 55 vidas nas mãos, por isso é preciso estar muito atento a tudo” tudo”. Actualmente Zaida Dias, de 49 anos, continua numa profissão essencialmente masculina e nota, em algumas conversas, que “nós mulheres estamos a mais” mais”. Mas isso não a demove, até porque ela é a prova de que não há trabalhos específicos para géneros. “Somos tão competentes como eles, embora ainda tenhamos um bocado de dificuldades em entrar no dito mundo de homens” homens”, afirma. A mulher, que em menina tinha o sonho de ser professora de Matemática, gosta do que faz e não se imagina a fazer outra coisa. “Não tenho qualquer dificuldade em conduzir um autocarro e gosto. Mas quando vejo passar um camião continuo a ter saudades de o manobrar” brar”, conta. Fátima Ferreira fferreira@gazetacaldas.com


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Dia da Mulher

8 | Março | 2012

Ullaoop uma marca caldense dedicada ao design de moda Há na Praça 5 de Outubro (ex-Praça do Peixe) um atelier de design de moda onde três mulheres caldenses criam colecções de roupa originais usando materiais portugueses de qualidade que dão grande durabilidade às peças. As autoras, formadas em design, estilismo e ilustração, criaram a marca ullaoop – fashion Portugal, da qual já produziram a primeira colecção de Inverno, que foi bem sucedida e comercializada na loja caldense Vanity Land. Mafalda, Ana e Helena estão agora a trabalhar na colecção de Primavera e Verão. Mafalda Santos, 40 anos formouse em Design Industrial na ESAD e está a terminar o curso de Alta Costura em Lisboa. Ana Raposeira, 41 anos obteve o seu curso de Estilismo no IADE há vários anos, ao passo que Helena Veludo, de 38 anos, é desenhadora projectista e tem como hobbie a ilustração. É com os seus desenhos que colabora neste recente projecto que já conta com uma colecção de Inverno que foi vendida na loja caldense Vanity Land. “Encaramos as peças de roupa como se fossem telas para serem ilustradas ilustradas”, dizem as autoras. A colecção distingue-se tamclássibém pelos cortes que são “clássicos, simples e muito confortáveis veis”, garantiram. Acrescentam ainda que os modelos são bem femininos, além de servirem de suporte às ilustrações. A ullaoop – fashion Portugal foi criada em Maio de 2011 e já marca presença no Facebook. “O nosso objectivo inicial era fazer a primeira colecção e este foi cumprido o”, contaram, explicando que ainda estão numa fase inicial. Mafalda Santos e Ana Raposeira explicam que é tudo executado à mão desde o design, aos moldes passando por todas as fases do design e da confecção. Para a criação das diferentes peças de roupa têm conseguido usar em exclusivo tecidos portugueses. Na colecção de Inverno usaram fazendas de lã e para a colecção Tede Verão, algodões nacionais. “Temos que usar os meios do próprio país país”, contaram as criadoras. Para já, as autoras dizem que o

Mafalda Santos e Ana Raposeira são duas das mentoras da ullaoop – fashion Portugal

projecto ainda não se rentabilizou mas, se tudo correr bem, gostariam até de abrir mais postos de trabalho. Só não fazemos os tecidos, “Só mas já pensamos os padrões que queremos queremos”, disseram A primeira colecção foi pequena, “mas a reacção do público foi positiva sitiva”. Além da Vanity Land, que fica nas Caldas, querem depois vender noutros locais e até em lojas online. APOSTAR NA QUALIDADE E DURABILIDADE DAS PEÇAS

A colecção de Inverno era composta por três modelos de vestidos, dois modelos de capas e de saias. Um vestido de Inverno feitos em fazenda de lã custa entre os 85 e os 90 euros, enquanto as saias do mesmo tecido 60 e uma capa 55 euros. São peças elabora“São das à mão, sem recorrer a processos industriais e por isso somam muitas horas de trabalho lho”, justificaram as autoras. Reforçam ainda que os tecidos que usam são de qualidade e as peças feitas para durar. “São feitas ao nosso gosto e têm a ver com a nossa forma de estar estar”, disseram. O mercado está de facto inundado de coisas de “usar e deitar fora” e por isso apostam no inverso. “A durabilidade é-nos garantida

pela qualidade dos tecidos” tecidos”, explicaram. A ideia a quem usa esta marca é está a vestir que possa sentir que “está algo especial e diferenciado daquilo que habitualmente se encontra na maioria das lojas lojas”, contaram Mafalda Santos e Ana Raposeira. A colecção de Primavera/Verão irá incluir túnicas, vestidos, t-shirts e saias. A novidade é o uso de serigrafias no tecido, que são feitas pelas autoras. Numa primeira fase trabalharam com Nuno Bettencourt, na Oficina de Serigrafia do Centro da Juventude, e depois com uma empresa na Benedita. Para já, só estão dedicadas à roupa de mulher, mas no futuro poderá haver lugar a linhas para homem e criança. Paralelamente à marca, “também fazemos confecção por medida e quem experimenta sabe das vantagens de ter uma peça feita de raiz para o seu corpo po”, disseram. As autoras produzem guarda-roupas para espectáculos de teatro e de dança e para ocasiões especiais. Já forneceram as roupas para espectáculos da Escola de Artes e Representação das Caldas da Rainha. Este atelier também colabora em projectos de alunos da ESAD que vêm pedir ajuda para a concretização de projectos relacionados com acessórios de moda e decoração . O Atelier de Design e Confecção

– que funciona há dois anos - fica na Praça 5 de Outubro nº 12, r/c. A ex-Praça do Peixe poderia albergar outros locais criativos similares a este atelier e ali formar-se um bairro criativo que poderia fun-

cionar bem com cafés, restaurantes e restante comércio tradicional que ali labora. Natacha Narciso nnarciso@gazetacaldas.com

Um dos vestidos que fez parte da colecção de estreia desta marca de design caldense


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Dia da Mulher

8 | Março | 2012

O Bilhete de Identidade de 13 mulheres 1. Ser mulher representa uma dificuldade acrescida no cargo que ocupa? 2. Que significado tem o Dia da Mulher para si? Nome: Maria João Morais de Oliveira Domingos Idade: 45 anos Estado Civil: Casada Filhos: Um rapaz de 13 anos e Uma rapariga de 10 Função: Psicóloga, directora técnica e presidente de direcção do CEERDL

1. Não. Numa organização em que a Direcção é composta por cinco mulheres, com cerca de 95 colaboradores e em que 65% são mulheres, as tarefas de quotidiano não são marcadas por dificuldades de género. Em algumas situações, contactos

com fornecedores e com algumas esferas das entidades tutelares podem num primeiro momento encerrar dificuldades acrescidas por ser mulher. Mas estou absolutamente convencida que o que prevalece nas relações laborais é a

competência técnica e a capacidade de comunicação dos intervenientes.

mens era 451 euros. As desigualdades existem e têm de ser derrotadas!

2. Uma data que simboliza que a igualdade de oportunidades, de direitos e de tratamento foi uma conquista secular para as mulheres e que ainda hoje muitas mulheres em vários países do mundo, mesmo na civilização ocidental são ainda alvo de discriminação, abuso e de negação de direitos, continuando a ser necessário a sensibilização para a igualdade de género e o cultivar de uma cultura e educação em que se valoriza o papel de cada cidadão e a diversidade individual como uma mais valia colectiva.

2. É o dia que comemora o longo caminho que as mulheres, em todo o mundo e no nosso país, têm percorrido na direcção da igualdade na lei e na vida. Historicamente, assinala a luta de operárias têxteis de Nova Iorque pela redução do horário de trabalho. Tantos anos depois, quando as gerações de mulheres que já nascemos depois do 25 de Abril, somos confrontadas com o maior desemprego de sempre, com desigualdades e injustiças brutais, continua a ser profundamente actual a causa da emancipação feminina.

Nome: Isabel Maria da Almeida Baptista Idade: 51 anos Estado civil: Casada Filhos: Um Função que exerce: Juiz de direito tão doentes é preciso ficar com eles, e o trabalho avoluma-se.

1 - Certamente, apesar do elevado número de mulheres magistradas. Contudo é essencialmente sobre as mulheres que

recai a responsabilidade da casa e da família com a consequente sobrecarga de trabalho. Por exemplo, quando os filhos es-

2- O dia 8 de Março continua a ser um dia importante, não só em nome da memória, mas também porque ainda não foi alcançada a igualdade de género, sendo ainda as mulheres as mais atingidas pelo desemprego, as que mais dificuldade têm em alcançar lugares de topo, as que menos participam na vida pública. Tudo isto porque, como disse antes, ainda são principalmente as mulheres que constituem os suportes da vida doméstica e familiar.

Nome: Maria João Querido Idade: 46 anos Estado Civil: Casada Filhos: Dois filhos Função: Presidente da Junta de Freguesia de Carvalhal Benfeito 1. Não. Antes de ser mulher, sou ser humano e trabalho com honestidade e empenho, por isso não sinto nenhuma dificuldade neste aspecto. Foi um pouco estranho no início, mas mais pelo facto de ser a primeira mulher a ocupar este cargo. De resto, não me deparei com nenhuma dificuldade acrescida. Sempre me senti bem em qualquer lado onde estive e sempre fui tratada com igualdade.

Nome: Margarida Botelho Idade: 35 anos Estado civil: Solteira Filhos: Um filho a caminho Função: Membro da Comissão Política do Comité Central do PCP

2. O Dia da Mulher não é apenas o dia 8 de Março, mas sim os 365 dias do ano. Em cada dia temos de viver como o mais importante. Gosto de ser mulher, nunca me senti inferior em lado nenhum. Todos os dias do ano são Dia da Mulher. Não tenho nada contra este dia, mas acho que todos os dias do ano deviam ser Dia da Mulher. Respeito este dia, mas não lhe dou especial relevo. Penso que os nossos direitos e as nossas obrigações têm de ser uma luta diária.

1. Não. Mas as discriminações que as mulheres portuguesas vivem não podem ser só vistas no plano individual. Quatro exemplos, só do mundo do trabalho: em média, as mulheres recebem menos 270 euros de salário do que os homens; 40% das mulhe-

res trabalhadoras têm salários que não ultrapassam os 500 euros; 60% das jovens trabalhadoras até aos 25 anos não têm emprego estável; a pensão média das mulheres do distrito de Leiria em Outubro de 2011 era de apenas 287 euros, quando a dos ho-

Nome: Maria Teresa da Silveira Bretão Machado Luciano Idade: 45 anos Estado Civil: Solteira Filhos: Não tem Função: Directora Executiva do Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte (ACES Oeste Norte ) 1. Não, pelo menos que tenha dado por isso... 2. Um dia de alegria e orgulho para todas as que novas, velhas, gordas, magras, altas, baixas, brancas ou pretas, mantêm o mundo em crescimento e mudança fazendo diariamente o seu melhor.

Nome: Teresa Paula Xavier Marques Idade: 48 anos Estado civil: Casada Filhos: Três Função: Empresária, presidente da Direcção da SIR Pimpões

1. Não, até hoje a dife-

rença que sinto no trato que recebo, por variadíssimas pessoas, é o carinho com que normalmente sou recebida nas mais variadas situações. Quando esta Direcção foi constituída os meus colegas propuseram-me logo como presidente, apesar de ser-

mos três mulheres e quatro homens. 2. Para mim o Dia da Mulher significa todas as vitórias, que ao longo de vários séculos, as Mulheres foram conquistando e que nos permite hoje estarmos nos mais variados cargos e não nos sentirmos tratadas de modo diferente. Eu tenho por hábito dizer que “ O futuro do Mundo está nas mãos das Mulheres”.


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Dia da Mulher

8 | Março | 2012

Nome: Maria Teresa Maio Santos Milhanas Serrenho Idade: 55 anos Estado Civil: Casada Filhos: Duas filhas e Um filho (e quatro netos – três meninas e um menino)

1. Actualmente sou Coordenadora do Primeiro Ciclo do Agrupamento de Escolas de Campelos, onde fui presidente do Conselho Executivo e depois directora, estando na Direcção daquele Agrupamento durante nove anos, até Julho de 2011. Saí por opção própria (pedi a demissão em Janeiro do mesmo ano), por não concordar com o rumo que se tem vindo a dar à educação e não querer ser uma representante directa do Ministério da Educação. Desde 2009 fui conselheira do Ministério da Educação, onde representava as escolas do norte do Distrito de Lisboa. Respondendo à vossa pergunta, penso que, basta referir um pormenor: na profissão docente, em que a maioria é mulheres, mais de 70% dos conselheiros do Ministério da Educação eram homens! Dá para reflectir! Na Direcção do Agrupamento de Campelos e dentro da comunidade local e escolar, sempre me senti respeitada e acarinhada, pelo que, localmente, nunca senti qualquer dificuldade acrescida, assim como não o sinto no actual cargo que ocupo.

2. Lamento sinceramente que seja necessário que este dia exista. Porquê? Porque se virmos bem, só há Dias Mundiais dedicados a assuntos ou temas para as quais se precisa chamar a atenção ou defender alguma coisa. Logo só existe Dia da Mulher, porque ainda não há efectiva igualdade de género. Pelo mundo fora ainda se encontram situações absolutamente aberrantes, que carecem de defesa e de denúncia, por isso este dia pode ser muito importante. Nas sociedades ocidentais, como a nossa, cada vez se reconhece mais o papel da mulher, no entanto, quando por parte de quem governa, se sente a necessidade de instituir uma Lei da Paridade, com quotas para candidaturas, de uma forma “paternalista”, que pouco reconhece o verdadeiro mérito, competência e capacidade da mulher, é porque também aqui há um longo caminho a percorrer e este dia continua a fazer sentido. Por mim, não comemoro o Dia da Mulher, perdoem-me as que gostam e festejam este dia, mas não posso comemorar um dia que nos é concedi-

do, porque este mundo de homens, reconhece que ainda hoje, em pleno século XXI, continuam a existir a descriminação, a injustiça, o sofrimento, as humilhações, e os maus tratos! Não acho dignificante as festas mais ou menos “feministas”, comemorando uma liberdade fortuita e passageira, como se num dia de euforia se expiasse tudo o que se vive e se vê à nossa volta durante o resto do ano. As mulheres têm competências, ideias e capacidades para chegar onde chegam os homens, sem precisarem que lhes dêem lugares de faz de conta. O respeito pela família e pelos filhos fazem muitas vezes com que a opção das mulheres seja a de dar prioridade ao amor aos filhos, à família, ficando a progressão nas carreiras, ou a intervenção na vida pública para segundo plano, ou mesmo alheando-se delas. No entanto a defesa do bem comum também implica na vida da família e sobretudo no futuro dos nossos filhos, por isso é tempo de nós mulheres ficarmos mais atentas e mais disponíveis para defendermos o mundo onde terão que viver os nossos filhos e crescer os nossos netos. Com toda a dignidade, com todo o respeito, sem ódios, com muita assertividade, ousemos participar mais activamente na nossa sociedade, na defesa de um bem comum, de um Mundo melhor, em que a nossa seja efectivamente a politica do amor! Todos os dias do ano, de todos os anos das nossas vidas!...

Nome: Ana Maria Jean-Baptiste Cruz Carneiro Pacheco Idade: 56 Estado Civil: Casada Filhos: Um filho com 31 anos Função: Empresária e dirigente associativa

1. Não, talvez até pelo contrário. Para a classe média e na Europa, muito depende da

nossa própria atitude. 2. É um dia normal, que como os outros, não se

repetirá ...e por isso devemos vive-lo o melhor possível Positivamente e com boa disposição. Mas é também a oportunidade de lembrar as desigualdades e injustiças que ainda existem em tantas partes do mundo, em relação à maioria da humanidade que são as mulheres, apoiar quem não se acomoda e luta e sentir o enorme poder, tantas vezes não reconhecido por elas próprias, que as mulheres encerram em si. Basta lembrar os mais recentes prémios Nobel da Paz!

Nome: Isaura Maria Elias Crisóstomo Bernardino Morais Idade: 45 anos Estado Civil: Viúva Filhos: Um Função: Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior

1. Ser mulher é, antes de mais, um privilégio. É ter sensibilidade, é sentir o apelo da maternidade, é ter uma visão muito prática, é saber fazer mil coisas ao mesmo tempo. Porém, ser mulher é também pertencer àquela metade da população que precisa de demonstrar que é tão capaz como a outra metade. Por

isso, ser mulher e estar na política é, antes de mais, um desafio permanente. Em todo o caso, e valha a verdade, só sinto dificuldades em ser mulher nos dias em que tenho de ser fotografada de manhã. Em tudo o resto, prefiro ser eu a causar as dificuldades a quem não gosta de ver mulheres em cargos públicos do que ser eu a senti-las.

2. O Dia da Mulher representa um combate não acabado pela equivalência de direitos entre ambos os sexos. Este dia assinala-se em nome de todos os homens e mulheres que deram a vida por uma equivalência que teima em ainda não existir em muitas partes do mundo. Respeito quem ache que deveria haver também um Dia do Homem, mas o Dia da Mulher existe porque no passado a mulher (enquanto género) não podia votar; porque no passado a mulher não podia sair do País sem autorização masculina ou porque não tinha acesso à instrução. Acho, por isso, relevante que se assinale o Dia da Mulher como uma efeméride de conquistas que não podem retroceder.

Nome: Susana Rodrigues Idade: 43 Estado Civil: União de facto Filhos: Dois Função: Directora da ESAD.CR 1. Não, pelo contrário. Acho que as mulheres têm sensibilidades e capacidades que podem ser uma mais valia para o desempenho de cargos de direcção. 2. O Dia da Mulher é uma oportunidade para celebrar e partilhar o percurso e a vida de cada mulher. É uma oportunidade para, por causa desse dia, nos reunirmos, falarmos, partilhar desencontros e alegrias e nos divertirmos.

Nome: Célia Roque Idade: 38 anos Estado civil: Casada Filhos: Um Função: Directora do Centro de Emprego das Caldas da Rainha 2 . Bem, não pensando no significado histórico em concreto, porque esse será sempre um marco histórico no papel e integração sócioeconómico da mulher, o dia é vivido com alguma descontracção adicional pelo enquadramento dado ao tema da valorização da mulher… Mas, sinceramente, e numa opinião muito minha, acho que celebrar o dia é dizer que para se valorizar a mulher é preciso ter um dia. 1 . Não, de todo. Quando muito pode ser difícil conciliar família e trabalho,

mas quero crer que hoje em dia isso é válido tanto para mulheres como para homens!

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Dia da Mulher

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CONSELHOS ÚTEIS

Nome: Filomena Félix Idade: 57 anos Estado civil: Divorciada Filhos: Um (duas netas) Função: Proprietária e Gerente da discoteca Green Hill 1. Não, pelo contrário. Há situações em que por ser mulher tenho mais facilidade em lidar com as pessoas. Mas quem sabe como funciona a noite, também sabe que pode ser mais difícil para as mulheres. Tenho o meu espaço mais limitado e só lido com aquilo em que estou à vontade. 2. Não tem muito significado para mim. Há alguns anos as mulheres começaram a sair juntas nesse dia e como eu gosto de estar com amigas, acho que é divertido. As mulheres sozinhas divertem-se muito mais do que com os maridos. Só por isso é que acho giro o Dia da Mulher, mas como faço isso muitas vezes, tenho muitos dias da mulher.

Nome : Maria da Conceição Jardim Pereira Idade: 61 anos Estado Civil : Viúva Filhos : Dois Função : Deputada e Vereadora

1. Na verdade não sinto qualquer dificuldade no desempenho do actual cargo por ser mulher. Aliás, desde a entrada em vigor da Lei da Paridade o figurino do Parlamento alterou-se e, cada vez mais, se sente que as mulheres eleitas na Assembleia da República têm tido uma importante influência no funcionamento do Parlamento. Certamente que a eleição de uma mulher para a Presidência da Assembleia da República veio confirmar a referida influência. O desempenho tem a ver com a dedicação, empenho e capacidade de trabalho.

2. Considero ainda muito importante esta Comemoração pois ainda existem muitas formas de discriminação, quer em Portugal, na Europa e em muitos Países fora da Europa. Continuamos a ve-

rificar que o número mais elevado de desempregados são mulheres e que estas continuam a receber salários abaixo dos pagos aos homens. Por outro lado, quando se analisam as estatísticas, quer no nosso País quer nos restantes países da Europa a percentagem de mulheres a ocuparem lugares cimeiros ainda é baixo em comparação com o número de mulheres licenciadas. Apesar de uma luta permanente e do trabalho que se está a realizar, ainda se continua a verificar um elevado número de mulheres mortas por violência doméstica o que não se pode aceitar. Em muitos países as mulheres ainda nem têm direito a voto ou, simplesmente, a conduzir um automóvel. Tudo isto justifica que o Dia da Mulher seja comemorado e, principalmente, que trabalhemos a nível nacional e internacional para que as mulheres se sintam igualmente tratadas, respeitadas e com igualdade de acesso e direitos compensatórios.

Os cuidados a ter com a pele Durante a Primavera as mulheres de todas as idades preocupam-se com o estado da sua pele, pois os frios meses do Inverno, como regra, afectam-na da má maneira. A pele sensível é a que sofre mais porque está sujeita a influências externas e é sensível às alterações do estado interno de um organismo, como a falta de vitaminas e minerais, má nutrição, falta de sono, stress. A pele é uma espécie de indicador de saúde humana. Para uma mulher moderna, o grande problema são a pele pálida e “exausta”, a falta de homogeneidade da cor, olheiras e rugas precoces. Todos esses sintomas

ocorrem devido aos impactes negativos de factores externos e internos (sobrecarga nervosa e física, dieta inadequada, tabagismo, luz ultravioleta agressiva, o ar poluído de gás urbano, entre outros.) Os factores negativos ambientais e do organismo fazem com que a pele passe pelo stress oxidativo, que é um estado de “fracasso” de alguns dos mecanismos biológicos da protecção natural e acumulação nas células dos radicais livres, que desempenham um papel importante na evolução do processo de envelhecimento. Muitas vezes as mulheres utilizam vários tratamentos ao mesmo tempo

para a terapia intensiva e recuperação da pele, o que não é muito favorável em relação aos bons cuidados da pele e economicamente. A utilização de produtos cosméticos com a composição óptima, escolhidos com base nos últimos desenvolvimentos no campo da cosmetologia, proporciona o efeito mais pronunciado positivo e mantém a pele saudável. De tudo o que foi dito anteriormente, propomos-lhe uma grande variedade dos tratamentos personalizados de rosto e corpo. Kateryna Burova Salão 7sentidos cabeleireiro e spa.

A saúde oral nas mulheres Um sorriso saudável é a forma que temos de nos exprimir com confiança. A boca é a porta de entrada do organismo, estando por isso exposta a um grande número de agressões, sobretudo causadas por bactérias. As mulheres associam a estas agressões as inúmeras alterações hormonais que ocorrem durante os diversos ciclos da sua vida e que contribuem para uma maior susceptibilidade a patologias orais. Todos estes factores resumem a importância que têm os cuidados de saúde oral, como uma higiene cuidada e visitas regulares ao dentista. Para além das cáries, pato-

logias como a Gengivite, que se caracteriza por inflamação gengival, com aumento de volume, alteração de cor e hemorragia nas gengivas, são causa comum de desconforto oral nas mulheres. Se não for tratada, a Gengivite pode progredir aos restantes tecidos que envolvem os dentes, tais como o osso e os ligamentos, evoluindo para a Periodontite, que conduz à mobilidade dentária e à perda dos dentes por falta de suporte. Esta inflamação é causada por bactérias, e muitas vezes por alterações na flora oral associadas a períodos como a puberdade, gravidez, amamen-

tação e menopausa. É assim fundamental que as mulheres mantenham os cuidados redobrados nestes períodos, cuidados que passam por visitas regulares ao dentista, para que se efectue a remoção da placa bacteriana bem como o despiste e tratamento de cáries, que também aumentam a sua incidência nestas fases. Se é mulher não descuide os cuidados de saúde oral, cuide de si, cuide do seu sorriso e permita-se sorrir com alegria. Ana Teresa Marques Médica Dentista Clínica Sorri Mais - Caldas da Rainha

Mais atenção ao cabelo A Primavera já nos espreita e como todos sabemos é uma altura do ano de alegria e de boa disposição, mas também onde os problemas de pele e cabelo se acentuam. Todos temos a percepção de que nesta altura aumenta a queda, a caspa, excesso de oleosidade e muito outros pro-

blemas. Mas já conseguiu encontrar uma explicação razoável para este fenómeno na Primavera e Outono? Nós temos a nossa opinião. O aumento da temperatura e o factor de humidade do ar ainda elevada nestas duas estações, as alterações do nosso corpo, fadiga, stress, sistema nervoso etc. são o ambiente ideal para o desenvolvimento e alterações do nosso couro cabeludo. E sendo possível prevenir e tratar estas alterações sugerimos que siga o nosso conse-

lho e cuide do seu cabelo... · Mantenha os cabelos limpos, lavando-os sempre que tiver excesso de oleosidade, pó, sujidade e comichão. · Utilize um shampoô apropriado, anti-fungos, anti-queda, recomendo a base activa de cetonazol e ketoconazole. · Não use shampoo de mais, nem coloque directamente sobre a cabeleira, espalhe-o nas mãos e só depois aplica-lo em toda a cabeleira, o excesso de produto pode provocar irritação, enfraquecimento da raiz, descamação e até queda. · Recomendo o uso temporário do tónico, loção anti-queda à base de vitamina complexo B e ómega 3. · Esfoliação no couro cabeludo mensalmente para renovação das células. São estes alguns dos cuidados para garantir um cabelo saudável e bonito, dicas para uso diário Sandra Carina Salão 7sentidos cabeleireiro e spa.


VII

Dia da Mulher

8 | Março | 2012

Anabela Carvalho foi a primeira bombeira pronta do distrito

Há mais de duas décadas que Anabela Carvalho veste a farda de bombeira e arrisca a sua própria vida para ajudar os outros. Foi em 1990 que integrou o corpo dos Bombeiros Voluntários da Benedita, numa altura em que ainda eram poucas as mulheres que se juntavam aos soldados da paz. Acabaria por ser a primeira bombeira pronta do distrito de Leiria. “Sempre tive a ideia de ir à tropa, mas na altura a tropa ainda não era muito divulgada para mulheres” mulheres”, conta. E aos 19 anos um colega da fábrica de calçado em que trabalhava lançou-lhe o desafio de se juntar à corporação beneditense. “Não me arrependo. Gosto de ser bombeira” beira”, garante, ainda que admita que “neste trabalho, como em tudo, há dias melhores e dias piores” piores”. Ainda assim, diz que se imagina nes-

te trabalho durante muitos mais anos. Durante muitos anos, Anabela Carvalho acumulava o seu trabalho com as horas que voluntariamente dava em prol dos outros. E a experiência profissional, numa fábrica de calçado ou numa fábrica de móveis, já a tinham habituado às tarefas pesadas e a trabalhar maioritariamente com homens, o que garante não lhe fazer qualquer confusão. Há cerca de dois anos, Anabela ficou desempregada e a casa que a acolhia como voluntária há duas décadas passou a ser o seu local de trabalho. “Vim fazer um estágio porque estava no desemprego e depois fizeram-me um contrato” contrato”, conta. Mas apesar de ser assalariada, esta bombeira não deixa de ser também voluntária. “Isto de ser bombeiro não é fácil. Temos horário para pegar,

mas para despegar nunca temos. Temos o ordenado de oito horas de trabalho, tudo o que fizermos a mais é como voluntários” voluntários”, explica. Por isso, garante que para abraçar o trabalho de bombeiro, seja como voluntário, seja como assalariado, “tem que se ter disponibilidade e gosto” to”. Se quando entrou para os Bombeiros da Benedita havia apenas outras duas mulheres na corporação, Anabela Carvalho tem agora muitas colegas, entre os cerca de 120 bombeiros que compõem a corporação. Quanto às dificuldades com que as mulheres se deparam, aponta que “não é fácil, sobretudo para as mulheres que têm filhos, que têm que se desdobrar” desdobrar”, que ainda assim, “se tiverem gosto, arranjam sempre disponibilidade” bilidade”. No seu caso, esta

questão não se coloca. “Não sou casada, não tenho filhos, tenho sempre mais vagar. Tenho mais tempo para estar aqui e se por qualquer razão tiver que ficar até mais tarde, tenho mais disponibilidade” ponibilidade”. Anabela Carvalho faz o que é preciso, do transporte de doentes, até aos incêndios, passando por socorro em acidentes. Mas garante que é no combate às chamas que sente mais adrenalina. Já quanto aos trabalhos onde sente mais dificuldade, “é com crianças, os mais pequeninos, que ainda não falam. A criança não se queixa e então há sempre mais dificuldade em perceber o que se passa” passa”. Quando lhe perguntamos se já se viu confrontada com situações realmente impressionantes, diz que até tem tido sorte, e que aos colegas têm calhado

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participantes devem contribuir trazendo algo para partilhar. A sessão ainda contará com a apresentação de um filme. No dia 13, entre as 15h00 e as 17h00, haverá com Ana Ra-

poseira uma conversa sobre partos que inclui o visionamento de um filme sobre o tema. Para marcar presença, as interessadas deverão contactar através do e-mail

situações de maior choque. “Mas apanhamos sempre algumas coisas que mexem com a gente” gente”, afirma. E quem é mais sensível, os homens ou as mulheres? “Agora sou capaz de dizer que as mulheres são mais sensíveis. Antes era mais forte, agora comovo-me mais com certas coisas. Os homens fazem-se

de valentes, mas de vez em quando também caem” caem”, afiança Seja homem, seja mulher, o trabalho como bombeiro “mexe com qualquer pessoa, pelo menos certas situações. Mas na hora temos que tentar controlar” controlar”. Joana Fialho jfialho@gazetacaldas.com

Sessão de Restyling and Trends

CriarEco organiza tertúlias dedicadas às mulheres Na sexta-feira, 9 de Março, no espaço da CriarEco, vai realizar-se uma tertúlia dedicada às mulheres, que terá início às 20h00. A iniciativa inclui um jantar volante para o qual as

Anabela Carvalho está há 22 anos nos Bombeiros Voluntários da Benedita

ecocriar@gmail.com ou do tel. 968900198. A CriarEco fica junto à Rotunda da EDP, à entrada da cidade. N.N.

O projecto Olha-Te – que se destina a apoiar mulheres que sofrem de cancro – também vai marcar presença na Expowoman, onde realizará uma sessão de Restyling and Trends. O objectivo é aprender a tirar partido das características físicas e das tendências da moda para uma maior auto-estima,

elegância e feminilidade. A iniciativa, que será realizada pelo estilista Pedro Batim, em parceria com a Ana Saramago Cabeleireiros, consistirá numa demonstração prática em como beneficiar uma mulher. N.N.


VIII

Dia da Mulher

8 | Março | 2012

Feminismo - uma corrente com mais de dois séculos que continua a fazer sentido “Feminismo: sistema dos que preconizam a igualdade dos direitos da mulher e do homem”. A definição é dada por muitos dicionários de Língua Portuguesa e espelha, de forma simples, o que é ser feminista. Não se trata de pôr as mulheres em superioridade relativamente aos homens, nem tão pouco reclamar para o género feminino qualquer tipo de regalias. Trata-se, isso sim, de “uma corrente de pensamento e de acção que luta pela igualdade [e há que sublinhar esta igualdade] entre género feminino”. A explicação é dada à Gazeta das masculino e feminino” Caldas por Lúcia Serralheiro, uma feminista assumida. Apesar de irem já longe os tempos em que as mulheres nem sequer tinham direito a votar, ainda há “um longo caminho a percorrer” para que esta igualdade seja efectiva. Nascida há 60 anos na Benedita, Lúcia Serralheiro é a mais velha de dez irmãos – oito rapazes e duas raparigas. Se tivermos em conta os costumes das décadas de 50 e 60, “dá logo para perceber que se as mulheres não se tivessem imposto seriam uma espécie de escravas e isso não aconteceu” aconteceu”. É desta forma que Lúcia Serralheiro conta como percebeu, ainda jovem, que era feminista. Se para muitas mulheres chegaria conseguir fazer valer os seus direitos no seio da sua família, acedendo ao ensino superior (o que na altura ainda era maioritariamente reservado aos rapazes), para esta beneditense o feminismo era muito mais que uma luta pessoal. Mas também percebeu cedo que o feminismo nem sempre é visto com bons olhos. “Tinha a consciência de que falar sobre os direitos das mulheres não é nada fácil, leva-se para o gozo, as pessoas riem-se facilmente, acham piada. Isto não é apenas uma questão pessoal. Eu queria perceber a história das mulheres para ter argumentos argumentos”. Por isso baseia os seus argumentos em muito mais do que a sua experiência pessoal. “Há toda uma vivência de leituras, de contactos. E também a certeza de que falar dos direitos das mulheres é muito difícil” difícil”, diz. Uma certeza que a levou a fazer o mestrado em Estudos sobre as Mulheres, na Universidade Aberta, cuja tese está publicada com o título “Mulheres em Grupo Contra a Corrente”. Mas o feminismo também não é uma luta de género. Muitos foram os homens que ao longo da história juntaram as suas vozes às das mulheres que reclamavam direitos iguais entre os géneros. E muitos foram, e são, os feministas, homens ou mulheres, que lutam não pelos seus direitos, mas em nome das mais desfavorecidas, alertando para a condição da mulher em algumas culturas, para os crimes que frequentemente são cometidos contra as mulheres (lembremos por exemplo a prática da mutilação genital feminina), entre outros problemas que se multiplicam por todo o mundo. “Isto diz respeito também ao

bem-estar das mulheres, sobretudo das mais carenciadas. Não são as mulheres que estão a passar fome, que foram abandonadas pelos homens, que têm que cuidar dos filhos sozinhas que têm o poder de lutar pelos seus direitos. Têm que ser outras mulheres que hão-de estar um bocadinho melhor na vida que se hão-se interessar pelo bem-estar das que estão mais débeis. Isto é um movimento de solidariedade e de humanismo” humanismo”, explica. Embora admitam que homens e mulheres são diferentes, os feministas lutam contra o facto de esta diferença se ter “traduzido, ao longo dos séculos, numa construção de muitos privilégios para o género masculino” masculino”. E Lúcia Serralheiro não tem qualquer dificuldade em apontar exemplos destes privilégios. “Na cultura ocidental, da Europa, o espaço público era exclusivo dos homens, às mulheres estava reservado o espaço doméstico, e isso levava a que ainda há cem anos, mesmo no tempo da República, havia mulheres que trabalhavam, mesmo nas fábricas, e o seu ordenado era inferior ao dos homens” homens”, lembra. E embora ainda hoje esta diferença salarial ainda se verifique, “naquela altura o ordenado nem sequer era das mulheres pois tinham

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que o entregar ao pai ou ao marido” marido”. A ausência de direitos políticos, a falta de condições para que as mulheres pudessem ser mães e trabalhar, são outras desigualdades que fizeram com que a luta das mulheres se organizasse, sobretudo a partir da Revolução Industrial, iniciada em meados do século XVIII. “UM LONGO CAMINHO A PERCORRER”

Quase três séculos depois o trabalho dos feministas está longe de terminar. “O que é grave é que as pessoas já interiorizaram certas questões sociais que entendem como naturais” naturais”, lamenta, apontando como exemplo a discriminação, ainda que involuntária, que continua a persistir. Professora de profissão, constata diariamente a falta de modelos para as raparigas. No estudo da História, por exemplo, as figuras masculinas assumem inequivocamente um papel de destaque, ignorando-se muitas vezes os contributos das mulheres. “A co-educação é diferente de aulas mistas, isto nós já temos. Mas ter uma turma com raparigas e rapazes não significa que se construa uma igualdade paritária. Isso já exige uma reflexão para que na sala de aula não sejam dados materiais que tenham só veiculados heróis masculinos” masculinos”, defende. Até porque “se os modelos que as raparigas têm são só as revistas corde-rosa, as pop stars, as top model, então o mundo feminino fica estereotipado” estereotipado”. É por isso que Lúcia Serralheiro não hesita em afirmar que “ainda há um longo caminho a percorrer” rer”. Não em termos de legislação, onde acredita que se ganhou muito com “advogadas e juristas que fizeram lobbys na As-

Lúcia Serralheiro é membro da UMAR – União de Mulheres Alternativa e Resposta e já participou em diversas acções feministas internacionais

sembleia da República, bem como com a adesão à Europa” Europa”. O problema está na mentalidade, que “vai muito mais atrás do que a Lei” Lei”. Daí que lhe faça alguma confusão que muita gente resuma o Dia da Mulher a um dia para jantaradas. “Não tenho nada contra isso. O convívio entre as mulheres é importante, a solidariedade é importante, mas não pode passar só por um entretenimento. O Dia Internacional da Mulher, que começou no século XX nos Estados Unidos e na Europa, tinha razões de fundo muito sérias” sérias”, diz. E quando lhe perguntamos se acha que estas questões poderão ficar sanadas com as próximas gerações, a resposta é hesitante. “Não sei, porque as questões das mentalidades são regressivas, a história não tem sempre um progresso linear, muitas vezes se volta atrás” atrás”. Para que isso aconteça, urge que se divulguem com muito mais frequência modelos de papéis femininos de mulheres de causas, de mulheres empreendedo-

ras, de mulheres empresárias, de mulheres que não hesitaram em vingar em mundos tradicionalmente mais relacionados com o género masculino. E é preciso também que as mulheres não receiem lutar pelos seus direitos. “Há cem anos atrás as republicanas assumiam-se feministas. E agora, no final do século XX, há muitas mulheres que rejeitam a palavra feminista, como se ser feminista fosse ser uma tonta que não gosta de homens” mens”, lamenta, apontando “uma regressão e um desconhecimento do que é ser feminista” feminista”. E mais uma vez, fica a clarificação que se impõe: “ser feminista não significa só defender a mulher no abstracto, mas apoiar a luta das mulheres para a construção de um social mais humano e igualitário entre as pessoas” as”. E ainda que se tenha tornado moda “não é apenas com flores e jantares que vamos lá” lá”. Joana Fialho jfialho@gazetacaldas.com


IX

Dia da Mulher

8 | Março | 2012

Caldense Sónia Santos foi das primeiras mulheres a ingressar no Exército

A então capitão Santos, em Braga, no Regimento de Cavalaria nº 6 aquando da preparação para a missão no Kosovo, e actualmente na sala de reuniões do Comando da Logística, em Lisboa

Aos 36 anos Sónia Santos é major no Exército. Natural das Caldas da Rainha, onde estudou até ao final do ensino secundário, a jovem prosseguiu a formação na Academia Militar, em 1993, no segundo ano em que as Forças Armadas abriram as portas ao sexo feminino. Actualmente está em Lisboa, onde é responsável pela manutenção dos carros de combate, trabalhando essencialmente com homens. Gosta muito do que faz, da farda e não se imagina noutra actividade. “As mulheres trouxeram uma mais-valia às Forças Armadas” diz, com propriedade a também engenheira electrotécnica com um mestrado em Sociologia, sobre a integração do género no Exército Português. Apesar de viver em Lisboa, Sónia Santos aproveita praticamente todos os fins-de-semana para voltar às Caldas, cidade do seu coração e onde está a sua família. Em pequena sonhava ser polícia ou professora de ginástica, mas a ida do filho de um casal amigo para a Academia Militar viria a mudar o rumo da vida de Sónia Santos. A frequentar o 12º ano na área de Economia, a jovem foi com os amigos conhecer a instalações da Academia Militar e entrar naquele mundo passou a ser o seu objectivo. Começou a treinar para as provas físicas e, como também era boa aluna, conseguiu entrar na exigente Academia Militar em 1993, juntamente com mais duas mulheres. Ao todo eram oito mulheres (contando as do ano anterior) entre 70 homens. Mas esta diferença entre o número de géneros não afectou Sónia, que a partir de agora era apelidada de Santos. À Gazeta das Caldas recorda que gostou de imediato daquele ambiente e rigor, pois se assim não fosse não conseguiria permanecer por muito tempo. “É muito exigente a nível físico e estão sempre a dizer-nos

para desistir, que não aguentamos” os”, conta, acrescentando que nunca pensou em deixar a Academia e que se integrou com facilidade. Quando no segundo ano teve que escolher uma área para prosseguir os estudos, Sónia Santos optou pela engenharia electrotécnica, cujo curso teria que terminar no Instituto Superior Técnico. “Foi bom porque me permitiu sair do regime de internato que conhecia da Academia Militar e encontrar a vivência da faculdade”, recorda. A agora engenheira Sónia Santos integrou o ramo de serviço de Material, que trata da manutenção de equipamentos e viaturas. Foi, aliás, a primeira mulher da sua especialidade militar e agora existem apenas mais duas. Colocada em Paços de Arcos, na Escola Militar de Electromecânica (que actualmente se apelida de Centro Militar de Electrónica) Sónia foi, durante seis anos, formadora das disciplinas de electrónica, comandante da 1ª Companhia

de Instrução de Quadros e chefe da Secção de Pessoal. Pelo meio, em 2003, foi fazer o curso de promoção a capitão, e a partir de Outubro de 2007 parte para o Entroncamento, onde exerce as funções de chefe da Secção de Justiça e delegada responsável pela formação naquele Regimento de Manutenção. SEIS MESES EM MISSÃO NO KOSOVO

Em 2008 Sónia Santos propôs-se a mais um desafio - o de partir numa missão ao Kosovo, onde esteve durante seis meses. “Foi muito gratificante”, conta a jovem, adiantando que o mais difícil foi ultrapassar a distância da família e ter que andar sempre armada e fardada, por questões de segurança. Sónia era Oficial de Manutenção do Agrupamento Mike e a sua missão foi a chefiar um conjunto de homens que trabalhava nas oficinas. “Tive uma equipa excelente” excelente”, recorda, acrescentando que durante o período em que lá esteve também lidou com militares franceses e americanos. Passar o Natal longe da família não foi fácil, mas a camaradagem ajudou a atenuar a saudade. “Fizemos a nossa ceia de Natal e foi muito gratificante porque sentimos que estamos a ajudar um povo a reconstruir a vida” vida”, afirma. De regresso a Portugal, Sónia Santos voltou para o Regimento de Manutenção, no Entroncamento, e depois foi fazer mais um curso, o de promoção a major, que terminou em Maio de 2010. Desde então regressou a Lisboa, onde está a trabalhar na Direcção de Material e Transportes, como responsável

pela manutenção dos carros de combate Leopard, recentemente adquiridos pelo Exército Português.. “Estamos a desbravar caminho, os carros chegaram há dois anos e não tem sido fácil mantê-los, porque é tudo novo, mas temos estado a conseguir” conseguir”, explica a especialista. Depois de major, segue-se na hierarquia militar os postos de tenente-

coronel e coronel. Está tudo em reorganização e as regras para a promoção dificultam uma ascensão mais rápida. Esta militar não exclui a possibilidade de vir um dia servir no quartel da sua cidade natal. “Seria um prazer vir para a ESE” ESE”, diz. Fátima Ferreira fferreira@gazetacaldas

As mulheres trouxeram uma “mais-valia” à vida militar Entre 2002 e 2008 Sónia Santos foi nomeada representante do Exército no Committee on Women in the Nato Forces, participando numa reunião anual onde se encontram representantes dos vários países que integram aquela organização para falar sobre a integração das mulheres nas Forças Armadas. Ficou o gosto pela área e como queria tirar um mestrado, decidiu fazer uma tese nessa área. Inscreveu-se no ISCTE e, fora do seu horário de serviço (à noite), foi tirar o mestrado na área da Sociologia do Trabalho, das organizações e do emprego, que terminou em 2007. A sua tese foi sobre a “Integração do género no Exército Português” Português”, onde procurou saber qual era a perspectiva dos militares masculinos do quadro permanente em relação à inclusão das mulheres e o resultado que obteve foi muito positivo. “Sentiram que as mulheres estão bem integradas e que o processo não foi assim tão complicado” cado”, disse, concluindo que tanto os oficiaiscomoossargentosdoquadropermanente viram “com bons olhos” a

abertura das Forças Armadas ao sexo feminino. Sónia Santos entrou para o Exército numa altura em que havia poucas mulheres na vida militar. “Na altura tudo era uma novidade. Os militares mais antigos estavam habituados a militares só homens e, de repente, tiveram que passar a ter alguns cuidados, como conter um pouco a linguagem”, recorda, acrescentando que actualmente as mulheres estão completamente integradas. Ao longo do tempo também foram criadas, ou adaptadas, algumas instalações nas diferentes unidades militares, principalmente ao nível dos alojamentos, foram feitas fardas com tamanhos mais pequenos, e outras exclusivamente para mulheres. A major Santos diz mesmo que as mulherestrouxeramumamais-valia,pois emqualquersítiotemquehaverdetudo. “O homem pode ser muito bom em determinadas tarefas e a mulher noutras, o melhor será o complemento e noto isso isso”, conclui. F.F.


X

Dia da Mulher

8 | Março | 2012

Jovem caldense formada em Inglaterra quer dedicar-se à cerâmica de autor

Rute Félix trabalha agora na sua loja-oficina que fica em frente à Escola Secundária Raul Proença

Rute Félix, tem 25 anos e é caldense, lançou a sua própria marca, a Félix Design e abriu na cidade a sua loja-oficina, após se ter formado em 3D Design, em Inglaterra. Dedica-se agora a produzir acessórios de moda em cerâmica e a peças de decoração. Vende nas Caldas e em Óbidos e também dá a conhecer o seu trabalho em feiras de artesanato. A jovem quer dar formação na sua loja-oficina, junto à Escola Raul Proença, que abre com frequência para dar a conhecer as diferente fases do trabalho cerâmico. Rute Félix nasceu nas Caldas, sempre gostou de desenho e diz que gosta de trabalhar com vários materiais. Conta que quando frequentou o nível secundário, na Escola não achaBordalo Pinheiro, “não va grande piada à cerâmica ca”. Nessa altura estava ainda longe de imaginar que hoje esse material seria o seu ganha-pão. Em rigor, esta jovem chama-se Rute Felismina, mas como estudou em Inglaterra e não havia meio de colocar os ingleses a soletrar o seu sobrenome, decidiu passar a usar Félix, que é o nome pelo qual o seu pai, gerente em navios de cruzeiro, é igual-

mente conhecido. Acabou pois por escolher Félix para designar a sua marca que começou pelas peças em cerâmica. A conclusão da sua formação secundária coincidiu com uma oportunidade de trabalho do seu pai em Inglaterra e por isso toda a família foi viver para Terras de Sua Majestade em 2004. Por causa do seu pai ter emprego em ambientes internacionais, Rute e a sua irmã mais nova, Enia, sempre foram estimuladas a aprender outras línguas. Rute lembra-se que o pai, quando se zangava com dava-nos o sermão elas, “dava-nos em português, em inglês e às vezes, até em francês francês”.

Algumas das peças da caldense que são vendidas na sua loja-oficina

Quando chegou a Inglaterra e quis entrar na Wimbledon College of Arts apercebeu-se que não tendo portfolio, teria que frequentar um curso de artes durante o Verão de modo a conseguir ingressar no ano zero daquela escola. Assim fez, tendo tido a oportunidade de estudar fotografia, cenografia, teatro, artes plásticas e desenho. Recorda que tinha apenas um inglês na sua turma pois os restantes colegas vinham dos mais variados países do mundo. Recorda com saudade o seu ingresso no sistema de ensino inglês pois tinham aulas em museus por toda a capital britânica e aprendeu técnicas que ainda hoje lhe são úteis no seu trabalho actual. Depois de ter completado aquela formação – que correspondeu ao ano zero - quis prosseguir estudos e entrou nda Faculdade das Artes da Universidade de Brighton, tendo frequentado o campus de North College Sussex e tirado o seu curso em 3D Design. Apesar de ter gostado de viver e de estudar em Londres, Rute Félix acha que “é tudo muito caro”, mas salientou o bom sistema de transportes públicos e o facto de haver vários museus com entradas gratuitas. Na Brighton University teve a oportunidade de trabalhar em vários materiais e ter disciplinas que lhe deram luzes em áreas como a Pesquisa de Mercado, Gestão, Negócios, para além de ter tido a oportunidade de realizar projectos em vários materiais, desde a cerâmica às madeiras. “Gostei muito pois obti-

ve uma formação muito completa completa”, disse a caldense, contando que no último ano do seu curso participou no New Designers, um evento que teve lugar no centro de Londres e onde os finalistas de várias escolas londrinas dão a conhecer as duas várias ideias. Não fosse a crise generalizada, e era um local onde muitos jovens designers antigamente conseguiam o seu primeiro emprego pois o certame “é visitado por industriais de todo o mundo mundo”. Apesar de inicialmente não gostar muito de cerâmica, Rute Félix acabou por dar a mão à palmatória e escolheu a porcelana para fazer o seu trabalho final, um conjunto de peças que encaixavam entre si. Entre os seus projectos, a jovem fez investigação na fábrica Molde, tendo apresentado em Londres um trabalho sobre como se faz o reaproveitamento de matérias e de energia, tendo por base a experiência daquela unidade industrial das Caldas da Rainha. já Quando acabou o curso, “já grassava a crise crise” e apesar de ter enviado o seu curricununlum para todo o lado “nunca obtive respostas positivas tivas”. Notava-se já as maiores empresas a deslocalizar Deslopara outros países. “Deslocalizaram até os escritório de design design”, contou a caldense, que durante uns tempos, para se manter em Inglaterra, acabou por trabalhar durante algum tempo num bar de um teatro em Brighton, depois de ter tentado, sem êxito, uma actividade relacionada com a sua área. Chegou a ter três empregos para se conseguir manter, até que decidiu voltar a Portugal. Os seus pais possuem um espaço nas imediações da Escola Secundária Raul Proença - habitualmente alugada a cafés ou refeições rápidas - que estava vago pois os alugueres tinham dados problemas e eles preferiam ter o Falei com espaço fechado. “Falei os meus pais que me cederam durante alguns anos o espaço para iniciar o meu negócio negócio”, contou. A IMPORTÂNCIA DE UMA DISCIPLINA DE NEGÓCIOS

Rute Félix decidiu então tirar real partido dos conheci-

mentos que obteve na sua licenciatura em Design Tridimensional e usar, por exemplo, o que aprendeu na disciplina de Negócios para iniciar a sua própria empresa. “Vi que existia mercado para a minha ideia” ideia”, disse. E se as pessoas em Inglaterra “as preferem pagar 20 libras por uma peça e comprar ao artesão, aqui em Portugal ainda não é bem assim sim”, disse a criadora. As peças que produz são acessórios de moda, como colares, pregadeiras e anéis. Rute Félix começou a inovar e a aliar a cerâmica a outros materiais como a cortiça. Desde Janeiro de 2010 que trabalha como empresária em nome individual, mas foi no final de 2011 que abriu a sua loja-oficina ao público. No seu atelier, possui um forno eléctrico que coze a 1300 graus e neste momento já recebe encomendas que são feitas através do Facebook. A jovem participou na Praça das Artes (evento dedicado ao artesanato que teve lugar no Verão passado no Largo Dr. José Barbosa) e desde então tem clientes que vão visitá-la na sua loja. O próximo passo são as acções de formação, pelas quais vai cobrar 40 euros por mês,

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uma vez por semana (duas horas) incluindo vidrados e a cozedura. Alem dos acessórios de moda, área em que está sempre a inovar, também nas peças decorativas procura originalidade, tendo uma linha de peças em faiança picotadas que permitem bons efeitos com a luz. Rute Félix aprecia o trabalho das ceramistas caldenses Bolota e Ana Sobral, tendo esta última sido sua professora de cerâmica quando ainda frequentava a Secundária Bordalo Pinheiro. A jovem empresária e criadora conta com o apoio da família, se bem que diz que é diHá um fícil gerir tudo sozinha. “Há ano que não tenho uma folga... mas sempre que começo a querer desistir, entra alguém e compra uma peça” peça”, contou a jovem, que investiu seis mil euros para poder equipar o seu espaço. Neste momento já dá a conhecer as suas obras em Feiras de Artesanato, já participou numa colectiva na Centro Comercial Vivaci e está a criar o catálogo das suas peças pois pretende vender também em lojas na Nazaré e em S. Martinho do Porto. Natacha Narciso nnarciso@gazetacaldas.com


Dia da Mulher

XI 8 | Março | 2012

Expowoman - começa hoje na Expoeste um certame dedicado às mulheres Duas caldenses juntaram-se para organizar a Expowoman, um evento dedicado às mulheres que decorre de 8 a 11 de Março na Expoeste, nas Caldas da Rainha. O preço de entrada no recinto é de 2,50 euros (gratuito para crianças até aos 12 anos e para seniores a partir dos 65), mas lá dentro será possível usufruir gratuitamente dos mais diversos serviços, desde cabeleiros, a maquilhagem e espectáculos, entre muitas outras actividades. São vários stands dedicados à saúde, beleza, carreira, erotismo e moda, entre outros temas. Há muitas surpresas prometidas pela organização ao longo destes quatro dias, como, por exemplo, um touro mecânico. Os homens também podem entrar, mas na Expoeste vão encontrar essencialmente produtos e serviços vocacionados para as mulheres. As crianças também encontraram entretenimento com uma parede de escalada, insufláveis e karts a pedal. Hoje, 8 de Março, decorre um almoço só de mulheres no restaurante da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, cuja receita reverte para o projecto Olha-te, a 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. À noite a Expoeste recebe um mega jantar promovido pelo restaurante Lisboa, com buffet, música ao vivo, um show de striptease masculino e a presença de um dos concorrentes da Casa dos Segredos 2. Ao mesmo tempo a Expowoman irá estar a decorrer, mas neste dia só as mulheres poderão entrar no recinto. No dia 9, às 22h00, o recinto recebe um espectáculo com Carlos Moreno. Antes disso, às 20h00, a associação Olha-te promove uma experiência de aumento da autoestima e confiança na imagem pessoal, no qual uma mulher se irá submeter em palco a aconselhamento e execução de imagem, alteração de guarda-roupa, cabeleireiro e maquilhagem, com o estilista Pedro Batim. Na tarde de 10 de Março o estilista irá também promover um workshop de valorização pessoal. No mesmo dia decorre um debate com o tema “Igualdade Salarial”, às 18h00, e o espectáculo, às 21h00, de Ana Saramago, com o nome “Emoções”. No dia seguinte, às 17h40, há outro debate com “Mulheres de Destaque na Sociedade” sobre empreendedorismo feminino e um desfile de moda às 19h00. “QUISEMOS ‘MEXER’ COM O COMÉRCIO LOCAL”

As mentoras deste evento, Ana Ferreira e Marta Martins, conheceram-se recentemente num ginásio nas Caldas e ao longo das conversas que foram tendo, chegaram à conclusão que tinham algumas ideias em comum e que podiam organizar eventos diferentes para dinamizar a cidade de ambas. Como é habitual entre mulheres, “Como somos muito faladoras e foram surgindo ideias. Com a Expowoman quisemos ‘mexer’ com o comércio local,

Marta Martins e Ana Pereira estão a organizar este evento por conta própria

envolvendo comerciantes e empresas, e associando tudo isso à mulher mulher”, contou Marta Martins. É uma ocasião excelente para en“É contrar num só espaço tudo o que as mulheres procuram, a preços inferiores aos que encontra habitualmente habitualmente”, completou. Segundo Ana Pereira, esta será também esquecer a crise e dinauma forma de “esquecer mizar a economia local, tudo dentro do tema da mulher, que movimenta muitos sectores sectores”. Marta Martins é funcionária da Câmara das Caldas e Ana Ferreira tem um gabinete de contabilidade, mas decidiram avançar com este projecto, apesar de ser um granGostamos de arriscar e fade desafio. “Gostamos zer coisas novas novas”, adiantou a contabilista. O maior risco será financeiro, até porque tiveram que pagar o aluguer da Expoeste durante estes quatro dias. À iniciativa acabaram por se juntar muitas mulheres, ligadas aos mais diversos Talvez por causa da crise, as sectores. “Talvez pessoas entreajudam-se mais e há muita gente envolvida na feira. Todos quiseram ajudar e participar, principalmente com troca de serviços serviços”, disse Marta Martins. A ExpoWoman quer ser também um espaço de encontro e de reforço das relações entre as pessoas, as marcas, as empresas e os serviços presentes no certame. Estarão também presentes associações humanitárias defensoras dos direitos da mulher e outras temáticas. Haverá ainda um espaço dedicado empreendedorismo feminino, com o apoio da Associação Industrial da Região Oeste (AIRO), que irá apresentar programas de financiamento às empresas formadas por mulheres. O evento pode ser visitado nos dias 8 e 9 das 19h30 às 23h00, a 10 de Março das 14h00 às 23h00 e no dia 11 das 14h00 às 20h00. Pedro Antunes pantunes@gazetacaldas.com

PROGRAMA Dia 8 19H00 - Inauguração com mega jantar promovido pelo Restaurante Lisboa com a presença de Marco (ex concorrente Casa dos Segredos), striptease e música ao vivo com Paulo Holandês Dia 9 19H30 - Abertura oficial 21H00 – Espectáculo de dança com bbalance 21H30 – Escola Portuguesa & English de Artes de Representação 22H00 - Escola Vocacional de Dança das Caldas da Rainha 22H30 – Carlos Moreno Dia 10 15H00 – Demonstração de patinagem (HCCaldas) 16H00 – Aula step – Gloria’s Gym 17H00 – Dance fusion – Gloria’s Gym 17H30 – Demonstrações – Gloria’s Gym 18H00 – Debate “Igualdade salarial” 18H30 – Body Combat – Gloria’s Gym 19H30 - Escola Portuguesa & English de Artes de Representação 20H45 - Espectáculo de dança com bbalance 21H00 – Espectáculo “Emoções” de Ana Saramago Dia 11 15H00 - Demonstração de patinagem (HCCaldas) 16H00 - Espectáculo de dança com bbalance 16H30 – Mega aula balance/ Woman com 6 professores em palco 17H00 - Dance fusion – Gloria’s Gym 17H30 - Demonstrações – Gloria’s Gym 17H40 – Debate “Mulheres de Destaque na Sociedade/ empreendedorismo feminino” 18H30 - Escola Portuguesa & English de Artes de Representação 19H30 – Desfile de Moda


XII

Dia da Mulher

8 | Março | 2012

Mulheres recebem em média menos 20% do que os homens Em Portugal as mulheres têm uma remuneração média cerca de 20% inferior aos homens, de acordo com os números apresentados pela central sindical CGTP, divulgada no Dia Europeu da Igualdade Salarial, assinalado a 22 de Fevereiro. “A Constituição da República Portuguesa consagra que todos os trabalhadores, sem distinção, têm direito à retribuição do trabalho, segundo ‘o princípio de que para trabalho igual, salário igual’. Mas a realidade em Portugal, é outra”, refere a nota de imprensa. Segundo alguns dos dados estatísticos recentes (MTSS, Dezembro 2011), tem-se acentuado “as discriminações directas e indirectas e aumentam as desigualdades salariais” salariais”, com as mulheres a receberam em média, menos 19% da remuneração base mensal dos homens, ou seja, 831,86 euros e 1.024,42 euros, respectivamente. Ainda de acordo com esses dados, a percentagem de mulheres que não ganha mais que o salário mínimo nacional (485 euros) é praticamente o dobro da dos homens. Se tivermos em linha de conta “Se que o salário mínimo nacional, após os descontos legais, se cifra em 432 euros líquidos (abaixo do limiar da pobreza, que é actualmente, 434 euros), significa que um imenso número de trabalhadores, na maioria mulheres, empobrecem diariamente a trabalhar trabalhar”, salientam. Por outro lado, a pensão média de velhice das mulheres é de 304 euros e a dos homens é de 516 euros, ou seja, a pensão das mulheres corresponde a 58,9% da dos homens. O rendimento social de inserção

As estatísticas mostram que no mundo do trabalho as mulheres não auferem dos mesmos rendimentos que os homens (Fotos de arquivo)

abrange maioritariamente mulheres (52,4% do total). A CGTP refere ainda a precariedade como a maior causa do desemprego (21% das mulheres trabalhadoras têm vínculos precários) e mais de 60% das jovens entre os 15 e os 24 anos estão nessa situação. As mulheres constituem a maioria dos desempregados em especial dos desempregados de longa duração. A realidade no nosso país de“A monstra também que a falta de infra-estruturas de apoio à família obriga, por exemplo, a mulher a trabalhar mais 16 horas por semana, em trabalho não remunerado, de apoio à família família”, assinalam ainda. GOVERNO E BRUXELAS QUEREM MAIS MULHERES EM LUGARES DE TOPO

Dias depois deste comunicado, o jornal Expresso divulgou que o governo

vai impor a todas as empresas públicas ou do sector empresarial do Estado que tenham mulheres na composição dos seus conselhos de administração e de fiscalização, embora não sejam estipuladas quotas. Contactada pela agência Lusa, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa está em cauMorais, explicou que “está sa conseguir uma representação mais equilibrada de mulheres e de homens nos conselhos de administração das empresas do sector empresarial do Estado Estado”. Esta decisão irá impor “a obrigatoriedade de adopção, por parte dessas empresas, de planos para a igualdade que depois terão de avaliar e dar conta dessa avaliação ao governo semestralmente” semestralmente”. De acordo com a secretária de Estado, o plano passa também por o Estado propor às empresas privadas onde é accionista que adoptem medidas de promoção de igualdade de gé-

nero, ao mesmo tempo que irá fazer a mesma recomendação às empresas do sector privado cotadas em bolsa. Segundo a governante, Portugal tem uma posição muito abaixo da média da União Europeia no que diz respeito à presença de mulheres nos centros de decisão económica. Dados da Comissão para a Igualdade no Trabalho revelam que em Portugal há apenas entre 20 a 30% de mulheres nos cargos de topo e que em 2010 havia apenas 6,2% de mulheres entre os membros do conselho de administração das 20 maiores empresas cotadas em bolsa (PSI 20). De acordo com a Dinheiro Vivo (www.dinheirovivo.pt), a Comissão Europeia está a planear introduzir quotas para aumentar a proporção de mulheres nos cargos de direcção. A Comissária de Justiça, Viviane Reding, anunciou na segunda-feira passada os primeiros passos para uma legislação a nível europeu destinada a promover a igualdade de géneros no

mundo dos negócios. Segundo dados comunitários, apenas 13,7% dos membros de direcção em grandes empresas são mulheres, muito abaixo da meta de 40% proposta por Bruxelas. Muitos países do sul da Europa, como Portugal e Itália, tem taxas muito baixas, de 6%, em contraste com a Escandinávia onde um quarto dos líderes são mulheres. A Igualdade Salarial será o tema de um debate que se realiza este sábado, 10 de Março a partir das 18h00, na Expowoman (Expoeste), com a presença de Albertina Jordão (Organização Internacional do Trabalho), Teresa Féria (Associação Portuguesa de Mulheres Juristas), Isabel Castanheira (livreira) e Catarina Albergaria (Comissão de Mulheres da União Geral de Trabalhadores da UGT). Pedro Antunes pantunes@gazetacaldas.com

Propostas para todos os gostos numa noite em que as mulheres se juntam em convívio Nos últimos anos, muitas são as mulheres que não deixam passar o dia 8 de Março sem um convívio onde, regra geral, não entram homens. E é a pensar nesta tendência que muitos restaurantes apostam em programas únicos para animar o Dia Internacional da Mulher. Tal como tem sido hábito, Gazeta das Caldas dá conta de algumas propostas sobre as quais nos foi enviada informação. O Restaurante Lisboa promove um mega Jantar Buffet de Gala na Expoeste, com a música ao vivo de Paulo Holandês, a presença do Marco (participante na Casa dos Segredos 2) e um show de strip masculino. Tudo a 19 euros por pessoa (jantar, bebidas e digestivos incluídos), com descontos para grupos. Reservas pelos telefones 262833228, 937742306 ou através de e-mail para info@restaurantelisboa.net. O cantor Emanuel é a grande atracção no Salão Milénio Milénio, onde também há show de striptease para animar as convivas. Paulo Figueiredo é outra presença nesta proposta, que custa 15 euros, com jantar. N’ O Assador Assador, no Coto, este dia também é celebrado de forma

especial. Os números de telefone 262845333 ou 919558102 e 919457671 são os contactos para reservar lugares. Rodízio à Brasileira é o que propõe o restaurante O Chumarrão rão, entre o Coto e Salir de Matos, numa noite em que há várias ofertas para as mulheres e animação com o cantor Paulo Seixas. As reservas devem ser feitas pelos telefones 262838736 ou 919213492. Também O Cortiço tem música ao vivo, numa noite com ementas especiais a 15 euros por pessoa. Reservas pelo telefone 262881328. Já nos Queridos o Dia da Mulher é celebrado ao som da música de Danny, numa proposta que junta o repasto à dança entre amigas. No Sons, Tons & Sabores, no CCC, a proposta é para jantar e ouvir fado, com Emanuel Soares. Pratos de bacalhau e frango fazem parte da ementa do jantar, onde não falta também a tradicional ginjinha. Há ainda ceia com caldo verde e pão com chouriço, numa proposta que custa 20 euros por pessoa. O restaurante Rosa Brava Brava, no Jardim d’Arte, preparou um

menu especial para esta noite. Além de um jantar com ementa especial, com um cocktail de frutos silvestres com espumante, salmão, frango, chocolate e morangos a fazerem as delícias das convivas, há ainda animação com o Dj Rodinhas (Mário Loureiro). Um programa que custa 20 euros por pessoa (sem vinho). Reservas com e-mail para geral.rosabrava@gmail.com, ou através dos telefones 262842377 ou 926812110. Em Alcobaça, o Parque dos Monges preparou uma ceia dos Monges para celebrar o Dia da Mulher. Numa noite animada pelos monges do parque temático, há sangria de espumante, pão quente, frango na púcara e doces conventuais. O jantar custa 15 euros por adulto e nove euros para crianças entre os quatro e os doze anos. Para os mais pequenos é gratuito. Joana Fialho jfialho@gazetacaldas.com


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