Revista Brasil Paralímpico n° 42

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Entrevista: Mariana Mello

Brasil

número

42

Retorno de mídia dos Jogos passa de R$ 440 milhões

PARALÍMPICO revista do comitê paralímpico brasileiro // novembro/DEzEMBRO 2012 // www.cpb.org.br

Nas Alturas Brasil cumpre meta e fica em sétimo nos Jogos de Londres


Editorial

Andrew Parsons presidente do comitê paralímpico brasileiro

Caros leitores,

Para nós, brasileiros, mais motivos ainda para comemorar. Logo após assumir o comando do Comitê Paralímpico Brasileiro, juntamente com o Departamento Técnico e as demais Confederações e entidades do Movimento Paralímpico nacional, fizemos nosso planejamento estratégico até 2016. A primeira etapa foi cumprida com louvor, ao atingirmos

nossas metas: repetir o primeiro lugar do Parapan do Rio em Guadalajara, em 2011, e subir da nona colocação de Pequim para a sétima em Londres. Neste ciclo paralímpico, o CPB, além da verba proveniente da Lei Agnelo-Piva, conseguiu novas receitas, por meio de convênios com o Ministério dos Esportes e também com o apoio do Governo do Estado de São Paulo e da Prefeitura do Rio, com os Times SP e RJ. A Caixa se manteve como um parceiro fundamental, e desta vez ainda contamos com patrocínios da Infraero e da Ecorodovias – este último específico para o Voleibol – que nos ajudaram a chegar ao sonhado e suado sétimo lugar."

edição especial, e nos enchem de alegrias, ao mesmo tempo que aumentam nossas responsabilidades. Queremos e acreditamos que poderemos chegar ao quinto lugar no Rio 2016, mas percebemos em Londres que não será nada fácil. Vamos precisar de mais apoio ainda e será fundamental que a iniciativa privada abra os olhos e passe a ver no Esporte Paralímpico uma excelente oportunidade de investimento, com retorno garantido. Afinal, em qual outro segmento o Brasil é tão vencedor e é possível unir alto desempenho, vitórias e responsabilidade social?

Um grande abraço,

Os resultados foram espetaculares, como vocês poderão ver nas páginas desta

Crédito: Bruno de Lima

Os Jogos Paralímpicos de Londres ficarão na história. Na volta ao país onde tudo começou, o movimento paralímpico confirmou o seu crescimento e amadurecimento. Estádios e ginásios lotados (foram 2,7 milhões de ingressos vendidos), grande audiência na TV em todo o mundo e, principalmente, desempenhos sensacionais dos atletas mostraram a todos que, definitivamente, estamos falando de esporte de alto rendimento, de eficiência.


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Colunista convidado

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Jairo Marques

Revista Brasil Paralímpico

Revista Brasil Paralímpico

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Atletas de ouro Confira quem brilhou em Londres

Uma cadeira

de vantagem Durante a cobertura dos Jogos Paralímpicos de Londres, preciso confessar, tive uma vantagem intrínseca por ser o único jornalista cadeirante credenciado do Brasil: eu estava no mesmo nível de visão de mundo de muitos de nossos atletas e demais envolvidos no evento.

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Balanço Com 21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes, Brasil termina em 7o

Crédito: Buda Mendes

Crédito: Fernando Maia

Crédito: Buda Mendes

Crédito: Patrícia Santos

Londres me ofereceu uma estrutura de trabalho incrível e condições de ir e vir que jamais estive próximo na vida

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Novos Tempos Esporte paralímpico sobe de patamar após Jogos de Londres

Na muvuca das coletivas dos vencedores, muitas vezes, os medalhistas direcionavam o olhar e a fala para mim, que estava mais próximo de seu campo de visão, sem falar que não teriam de expor o pescoço a esforço básico.

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Sucesso na mídia Retorno midiático das Paralimpíadas supera R$ 440 milhões

Afora uma questão meramente física, havia também um diálogo sem palavras. Um deficiente tende a saber com perfeição o caminho de seu igual para tentar simplesmente ser igual. Quando um campeão facilitava minha vida ao se aproximar do meu gravador, ele sabia que os outros poderiam se agachar, poderiam se sentar no chão, mas eu não poderia ficar em pé. Em outra oportunidade, levei “vantagem” com a autoridade máxima da Paralimpíada,

o inglês Philip Craven, que também é do time dos que usam cadeira de rodas. Assistindo a uma partida de vôlei, no espaço reservado à mídia, vejo que uma caravana de engravatados se aproximava trazendo o cartola. Ele me viu, tivemos aquela conversa sem palavras, apenas com simpatia. “Presidente, sou do Brasil, o senhor me dá uma entrevista?”, no que ele respondeu “of course”. E daí nasceu uma conversa exclusiva, fechando com um “foi uma grande honra”, dos dois lados. Em minha carreira, sempre tive temor de me envolver em grandes coberturas, menos por achar que eu era incompetente para tais empreitadas e mais porque sempre tive receio de que minhas condições físicas pudessem comprometer um resultado jornalístico. Mas o evento paralímpico me era muito caro, seja por minha trajetória, também, ligada à inclusão das pessoas com deficiência no Brasil, seja para experimentar uma realidade que eu esperava ser ideal para um repórter cadeirante desempenhar bem seu papel. Londres me ofereceu uma estrutura de trabalho incrível e condições de ir e vir que jamais estive próximo em doze anos de profissão. Também foi admirável a disposição dos londrinos para encarar o cego, o sujeito sem pernas ou braços, o indivíduo que não anda como cidadãos, como pessoas que podem dar orgulho e gerar admiração. Ou não, que seja apenas uma pessoa comum...

Crédito: Bruno de Lima

sumário

edição 42 // NOV/DEz 2012 // www.cpb.org.br

Jairo Marques Colunista da folha de são Paulo

Os aspectos que tive alguma dificuldade em meus dias de cobertura pelas arenas paralímpicas não guardaram relação nenhuma com barreiras arquitetônicas,mas, sim, com algo que ultrapassa a lógica de uma rampa que garante vencer um degrau. Eles têm pura relação com a tal língua não falada, mas plenamente entendida com mais facilidade pelos cadeirantes, pelos cegos, pelos surdos, pelos “mal-acabados” em geral. Uma língua que interpreta demandas humanas de alguma “vantagem”, de alguma atenção diferente para que todos sejam realmente iguais.


Balanço Participação

Revista Brasil Paralímpico

Resultados consolidados Crédito: Buda Mendes

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Missão

cumprida

medalhistas do Brasil

A Delegação Brasileira saiu dos mais competitivos Jogos Paralímpicos da história com um salto qualitativo. Ainda que terminando as competições com um total de medalhas inferior às 47 obtidas em Pequim, nossos atletas saíram de Londres com um maior total de ouros (21) e um desempenho geral que garantiu ao País a sétima posição no quadro geral, a melhor colocação da história, dois postos à frente de Pequim e atingindo a meta estabelecida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro. Um resultado que consolidou a posição verde-amarela no grupo das 10 maiores potências mundiais do esporte para deficientes. Ao todo, o Brasil conquistou medalhas em sete dos 18 esportes que participou nas competições da capital britânica, uma distribuição que encoraja as perspectivas de um salto qualitativo e quantitativo para o Rio 2016, em que o objetivo em termos de resultados é assegurar a quinta colocação geral. Muito trabalho precisa ser feito, já que a diferença entre o sétimo e quinto lugar em 2012 foi de 14 medalhas de ouro, mas há perspectivas de ascensão ao pódio de esportes como o Tênis em Cadeira de Rodas e o Vôlei Sentado.

|

país

|

Daniel Dias (6) Andre Brasil (3) Terezinha Guilhermina (2) Alan Fonteles Yohansson Nascimento Tito Sena Shirlene Coelho Futebol de 5 Jovane Guissone Felipe Gomes Dirceu Pinto/Eliseu dos Santos Dirceu Pinto Maciel Sousa Prata 14

quadro de medalhas ranking

Ouro 21

|

|

|

total

1

China

95

71

65

231

2

Rússia

36

38

28

102

3

Grã-Bretanha

34

43

43

120

4

Ucrânia

32

24

28

84

5

Austrália

32

23

30

85

6

EUA

31

29

38

98

7

Brasil

21

14

8

43

8

alemanha

18

26

22

66

9

Polônia

14

13

9

36

10

Holanda

10

10

19

39

Andre Brasil (2) Lucas Prado (2) Jerusa Geber (2) Daniel Silva Yohansson Nascimento Claudiney dos Santos Odair Santos Goalball Masculino Lucia Teixeira Phelipe Rodrigues Edênia Garcia Bronze 8 Felipe Gomes Jonathan dos Santos Jhulia Santos Eliseu dos Santos Antônio Tenório Daniela Bernardes Michele ferreira Joana Silva


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Balanço Participação

Revista Brasil Paralímpico

Resultados consolidados Crédito: Luciana Vermell

Crédito: Guilherme Taboada

8

3

Crédito: Marcio Rodrigues

Crédito: Guilherme Taboada

6

4

Crédito: Buda Mendes

Crédito: Luciana Vermell

5

1

Balanço Participação

9

Resultados consolidados

Revista Brasil Paralímpico

Atletismo 1

Ciclismo

Futebol de Sete 5

Mais uma vez o carro-chefe do Brasil nas medalhas. Em Londres foram 18 pódios, número superior ao de Pequim, com sete ouros, oito pratas e três bronzes. Em número de medalhas, a dobradinha de Terezinha Guilhermina nos 100m e 200m T11 foi o destaque, principalmente por um pódio brasileiro - Jerusa Santos e Jhulia Santos fecharam a tripleta. Nenhuma medalha, porém teve a repercussão do título de Alan Fonteles nos 200m T44. Afinal, o paraense deixou o mundo de boca aberta ao derrotar o sul-africano Oscar Pistorius, até então invicto na prova. Também se consagraram em Londres Felipe Gomes (100m T11), Yohansson Nascimento (200m T46), Tito Sena (Maratona T46) e Shirlene Coelho (Dardo F37/38).

A participação do Ciclismo brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Londres por muito pouco não terminou com medalha. Na prova de estrada C4-5, disputada no autódromo de Brands Hatch, João Schwindt terminou em quarto lugar e Soelito Gohr em quinto. Ambos finalizaram o percurso de 80km com o tempo de 1h55m51s, com diferença apenas na ordem de chegada. O resultado foi o melhor do Ciclismo brasileiro nas Paralimpíadas de Londres. Na outra prova de estrada disputada pela dupla, Gohr terminou em sétimo e Schwindt em nono lugar no Contra Relógio Individual C5. Nas provas de pista, João foi o 12º e Soelito o 16º no Contra Relógio Individual C4-5. Na Perseguição Individual C-5, os brasileiros não passaram das eliminatórias.

Ainda não foi dessa vez que o Brasil conseguiu voltar ao pódio paralímpico. Assim como em Pequim, a Seleção Masculina terminou na quarta colocação, perdendo a disputa do bronze para o Irã (5 a 0). Na primeira fase, os brasileiros bateram a Grã-Bretanha por 3 a 0, e massacraram os EUA (8 a 0), antes de empatar em 1 a 1 com a Ucrânia. Na semifinal, porém, a seleção perdeu para a Rússia, eventual campeã dos Jogos (3 a 1).

Basquete em Cadeira de Rodas

Esgrima em Cadeiras de Rodas 3

Após terminar na décima colocação em Pequim, o Brasil mostrou evolução com a Seleção Feminina. A estreia foi com a Austrália, numa derrota por apenas dois pontos (50 a 52) contra uma equipe que está no pódio desde Sydney-2000 e que derrotara as brasileiras por 36 pontos de diferença em 2008. Na sequência, as meninas perderam para Grã-Bretanha (42 a 37), Canadá (65 a 51) e Holanda (55 a 42). Ficaram fora das quartas de final, mas superaram a França na disputa do nono lugar para alcançar o melhor desempenho em Jogos Paralímpicos. A meta agora é chegar o mais perto possível das quatro primeiras colocações em 2016.

Jovane Guissone fez história em Londres. Aos 29 anos e em sua primeira Paralimpíada, o gaúcho ganhou a medalha de ouro ao vencer o atleta de Hong Kong, Chik Sum Tam, na final da Espada. Para chegar à conquista, o brasileiro passou pelos franceses Marc-André Catrene (15-11), nas quartas de final, e Alim Latreche (1511), na semifinal. Na véspera, o brasileiro já havia se destacado nas disputas de Florete ao vencer o espadachim número um do mundo, o ucraniano Anton Datsko, durante a fase de grupos. Foi a primeira medalha do Brasil na Esgrima em Jogos Paralímpicos ou Olímpicos.

Bocha

O Brasil fez história com a conquista do tricampeonato paralímpico invicto assegurado em Londres, com uma vitória por 2 a 0 sobre a França na final. O mesmo adversário empatara com a Seleção (0 a 0) na abertura do Grupo B, na Riverbank Arena. Os brasileiros enfrentaram ainda China (1 a 0) e Turquia (4 a 0) na primeira fase. Nas semifinais, derrotaram a Argentina nos pênaltis (2 a 0). O sonho agora é o tetra diante da torcida brasileira.

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O Brasil terminou os Jogos de Londres reafirmando-se como o país a ser batido. A equipe verde-amarela conquistou três ouros (Maciel Sousa e José Dirceu Pinto, na individual B3 e BC4, respectivamente, e com Dirceu/Eliseu dos Santos nas duplas) e um bronze (Eliseu). Foi o melhor desempenho por países na modalidade, assim como em Pequim, de onde os brasileiros saíram com dois ouros e um bronze.

o Brasil nos Jogos

Heidelberg 1972 320 lugar

Futebol de Cinco 4

Toronto 1976 310 lugar

Arnheim 1980 420 lugar

Goalball 6 A Seleção Brasileira Feminina de Goalball chegou às quartas de final em Londres, despedindo-se com uma derrota por 2 a 0 para o Japão, que seguiu adiante para ganhar o título diante da China. A campanha da equipe em Londres registrou duas vitórias (Dinamarca e Finlândia) e duas derrotas (China e Grã-Bretanha). No Masculino, um resultado histórico: depois de cair no “Grupo da Morte”, que continha equipes tradicionais da modalidade como Filnândia e Lituânia, a Seleção chegou à disputa da medalha de ouro, contra a mesma Finlândia, que derrotara por 6 a 5 na fase classificatória. Infelizmente, não conseguiu repetir o desempenho e ficou com a prata, perdendo por 8 a 1. Mas mostrou que tem potencial para brigar pelo ouro em 2016.

Halterofilismo Com três atletas colocados entre os 10 melhores de suas categorias, a Seleção Brasileira de Halterofilismo encerrou sua participação nas Paralimpíadas com a sensação de estar cada vez mais perto da primeira medalha do País na modalidade. Márcia Cristina Menezes ficou em sexto lugar na disputa para atletas de peso até 82,5kg; Rodrigo Marques chegou a liderar a categoria até 90kg, mas também terminou na sexta posição; Alexsander Whitaker foi o sétimo entre os atletas até 67,5kg, enquanto Josilene Ferreira ficou em oitavo na categoria até 75kg.

Stoke Mandeville Nova Iorque 1984 240 lugar

Seul 1988 250 lugar


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Judô 8 Com quatro medalhas, uma prata e três bronzes, o Judô encerrou sua participação em Londres em décimo lugar. Destaque para o tetracampeão paralímpico Antonio Tenório (B1), ovacionado pela plateia que lotou a Arena ExCel ao conquistar o bronze contra o iraniano Hamed Alizadeh (B2). Lúcia Teixeira (B2), prata, Michele Ferreira (B2) e Daniele Bernardes (B3), bronze, foram os outros pódios brasileiros. Em Pequim, o Brasil ficara na terceira posição, com um ouro, duas pratas e dois bronzes.

Natação Além de fechar na sexta posição, à frente dos britânicos e com apenas dois ouros a menos que a Rússia, a Natação obteve seu maior número de ouros paralímpicos (nove) e viu Daniel Dias se consagrar como o maior atleta paralímpico brasileiro, com seis ouros e seis recordes mundiais. Destaque também para os três ouros e duas pratas de Andre Brasil. Também medalharam Phelipe Rodrigues (prata, 100m medley S10), Edênia Garcia (prata, 50m costas S4) e Joana Silva (bronze, 50m borboleta S5).

Barcelona 1992 320 lugar

Atlanta 1996 370 lugar

Tênis 9 Maurício Pomme e Carlos Santos, o Jordan, chegaram à segunda rodada do torneio de duplas, mas foram eliminados pelos holandeses Ammerlaan e Vink, cabeça de chave número 2. A outra dupla, Daniel Rodrigues e Rafael Medeiros, perdeu na primeira rodada para os sul-coreanos Lee/Oh. No individual, Rafael Medeiros (para Shingo Kunieda, do Japão), Natália Mayara para Jiske Griffioen, da Holanda) e Jordan (para Joachim Gerard, da Bélgica) foram eliminados na primeira rodada. Maurício Pomme e Daniel Rodrigues venceram seus primeiros jogos, contra o polonês Albin Batycki e o colombiano Eliecer Oquendo , respectivamente. Na rodada seguinte, Pomme foi derrotado pelo francês cabeça de chave número 1, Stephane Houdet, e Daniel pelo britânico Gordon Reid.

Tênis de Mesa O Brasil encerrou sua participação em Londres com a disputa das quartas de final por equipes nas classes 6-10. Bruna Alexandre e Jane Karla perderam para as polonesas Natalia Partyka, líder do ranking da classe C10, e Karolina Pek, por 3 a 1. Bruna Alexandre esteve muito perto também das semifinais na disputa individual da classe 10. A vaga escapou numa derrota por 3 a 2 de virada

Sidney 2000 240 lugar

Atenas 2004 140 lugar

para a australiana Melissa Tapper. Além dela, apenas Welder Knaf esteve a uma vitória de passar às quartas de final na classe 3. No jogo decisivo, ele perdeu por 3 a 2 para o sérvio Zlatko Kesler, que terminou com a medalha de prata.

Tiro Esportivo

Revista Brasil Paralímpico

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Único representante brasileiro em Londres, Carlos Garletti participou de quatro provas. Seu melhor resultado foi a 15º lugar na Carabina 3 x 40, distância 50m classe SH-1 (para atiradores que não requerem suporte para a arma). Seus outros resultados foram: Carabina deitado 50m SH-1 (19º), Carabina de Ar em pé 10m SH-1 (26º lugar) e Carabina de Ar deitado 10m SH-1 (27º).

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Crédito: Bruno de Lima

Cláudia Santos ficou em quarto na categoria Single Skiff (Braços e Ombros), a 32 centésimos do bronze, o melhor resultado dentre os quatro barcos brasileiros. Luciano Oliveira terminou na sexta colocação no Single Skiff (Braços e Ombros), Josiane Lima e Isaac Ribeiro ficaram em segundo lugar na Final B (oitavo lugar geral) do Double Skiff Misto (Tronco e Braço), e o Quatro Com Misto (Pernas, Tronco e Braço) foi terceiro lugar na Final B (nono no geral) com o tempo de 3min36s.

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Resultados consolidados

Vela 11 A dupla Bruno Neves e Elaine Cunha ficou em 11° lugar na classe Skud 18, após seis dias de competição em Weymouth. A última regata foi cancelada por falta de ventos e a modalidade foi decidida com base nas dez regatas anteriores.

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Vôlei Sentado 12 A participação brasileira foi marcada pela estreia paralímpica no Feminino. Apesar de estar no grupo de China e os EUA, campeã e vice em Pequim, o Brasil terminou em quinto lugar. Derrotada por americanas e chinesas, as brasileiras bateram a Eslovênia na fase de grupos. No torneio do quinto ao oitavo lugares, superou as britânicas e nova­­mente as eslovenas. No Masculino, o Brasil, na primeira fase, derrotou Ruanda e China e perdeu para os dois finalistas, Irã e Bósnia. Os jogadores tiveram a chance de fazer uma inédita semifinal ao levar a Rússia para o tie-break nas quartas, mas caíram por 3 a 2. No torneio de quinto a oitavo, vitória sobre os britânicos e, contra o forte Egito, bronze em Pequim e no último Mundial.

Pequim 2008 90 lugar

Londres 2012 70 lugar

12

10

Crédito: Bruno de Lima

Remo

O sétimo lugar de Sérgio Oliva montando Emily, no Individual Estilo Livre 1A, foi o melhor resultado do Brasil. Campeão mundial em 2007, o brasiliense ficou ainda em décimo lugar no Individual Misto 1A. Os conjuntos formados por Marcos Alves/Luthenay de Vernay e Davi Salazar/Dauerbrenner terminaram, respectivamente, em décimo e 11° na disputa Individual Estilo Livre 1B, e em 14° e 11° no Individual Misto 1B. Elisa Melaranci, com Zabelle, ficou em 11° no Individual Estilo Livre II e em 14° no Individual Misto II. O Brasil terminou a competição por equipes na 13° posição.

Crédito: Luciana Vermell

Hipismo 7

Balanço Participação

Crédito: Guilherme Taboada

Resultados consolidados

Crédito: Guilherme Taboada

Balanço Participação

Revista Brasil Paralímpico

Crédito: Patrícia Santos

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P R O G R A M A

MELHOR CREDITO

SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com deficiência auditiva ou de fala: 0800 726 2492 Ouvidoria: 0800 725 7474

O B A NCO D A S M E L H ORES TAXAS É TA M B É M O M A I O R I NCENTIVADO R D O PA RA D E S PO R T O B RASILEIRO .

ELES ENFRENTARAM O STÁ UL S E DESAFIOS. E TRANSFORMARAM TUDO ISSO EM ME ALH S. A C A I X A T E M O R G U L H O D E A C R E D I TA R N O D E P E R T O T O D A S A S C O N Q U I S TA S . A C A I X A , DESDE 2004, É QUEM MAIS INVESTE NA O R E S U LTA D O É U M T I M E

Atletas CAIXA, da esquerda para direita: Antônio Delfino (atletismo), Phelipe Rodrigues (natação), Alan Fonteles (atletismo), Terezinha Guilhermina (atletismo), Joana Neves (natação), Shirlene Coelho (atletismo), Andre Brasil (natação), Yohansson do Nascimento (atletismo). No total, o Brasil conquistou 43 medalhas em Londres. www.facebook.com/CAIXAEsportes

TA L E N T O D O S PA R AT L E TA S B R A S I L E I R O S E A C O M PA N H A R PAT R O C I N A D O R A O F I C I A L D O PA R A D E S P O R T O B R A S I L E I R O F O R M A Ç Ã O E N A D E S C O B E R TA D E N O V O S TA L E N T O S . VENCEDOR E UMA TORCIDA CADA VEZ MAIOR.

caixa.gov.br


14 Destaques 14 Matéria Modalidades Subtitulo Revista Brasil Paralímpico

Matéria

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Subtitulo

Revista Brasil Paralímpico

Alan Fonteles

Um time de

Ouro

Crédito: Fernando Maia

Crédito: Patrícia Santos

Crédito: Fernando Maia

Crédito: Mike Ronchi

A melhor campanha paralímpica brasileira de todos os tempos foi devido ao esforço de muitos, e não somente das principais estrelas do espetáculo. O desempenho repleto de coragem dos atletas nas pistas e quadras de Londres, fosse para confirmar favoritismos ou para surpreender, fica para a história.

O objetivo do velocista paraense era voltar de Londres com pódio nos três eventos, mas Alan Fonteles certamente não deixou cabisbaixo a pista do Estádio Olímpico de Londres. Sua única medalha não apenas foi um ouro (nos 200m T44) como representou ainda uma das maiores zebras paralímpicas dos últimos anos, já que o então defensor do título paralímpico, Oscar Pistorius, jamais havia perdido o evento numa competição de alto nível. Aos 20 anos, ele também ganhou experiência em sua segunda Paralimpíada e contribuiu para um aumento substancial de interesse do público nas competições paralímpicas.


Modalidades

Shirlene Coelho

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Subtitulo

Revista Brasil Paralímpico

Yohansson Nascimento Yohansson Nascimento empolgou e emocionou em Londres. O alagoano bateu quatro recordes mundiais, nos 100m, nos 400m e duas vezes nos 200m classe T45. Nos 200m, ele ficou com o ouro e ainda pediu a noiva Thalita em casamento com uma cartaz após a vitória. Nos 400m, subiu ao pódio com a prata e, nos 100m, emocionou a todos. Com uma lesão na coxa, depois de ficar sentado no chão, se levantou e cruzou a linha de chegada quase se arrastando.

Crédito: Márcio Rodrigues

Crédito: Buda Mendes

Integrante do Programa Ouro do CPB, Shirlene Coelho mostrou em Londres que a aposta estava mais do que certa. Com a marca de 37,86m, a brasileira bateu o recorde mundial e conquistou o primeiro lugar no Lançamento de Dardo na F37/38. Assim como Tito Sena, Shirlene fora medalha de prata nos Jogos de Pequim.

Matéria

felipe gomes Aos 26 anos, Felipe Gomes viveu seu melhor momento esportivo em Londres. O campista não só conquistou o bronze nos 100m T11 como superou o compatriota Daniel Mendes e subiu ao lugar mais alto do pódio nos 200m T11. Para quem havia se contundido nos Jogos de Pequim, as lembranças da “Terra da Rainha” serão bem mais agradáveis.

Crédito: Bruno de Lima

Conhecida como a velocista cega mais rápida do mundo, graças ao fato de ter chegado a Londres como recordista mundial dos 100m, 200m e 400m da categoria T11, Terezinha Guilhermina era uma das principais esperanças de medalhas do Brasil nas Paralimpíadas de Londres. A mineira não decepcionou, voltando para casa com o ouro nos 100m e 200m, com um novo recorde mundial na primeira prova e um novo recorde paralímpico na segunda. E teve personalidade para se recuperar do acidente que a tirou da disputa por medalha nos 400m, quando seu guia, Guilherme Santana, tropeçou e caiu. Aos 34 anos, ela brilhou tanto com a velocidade quanto com a irreverência mostrada nas máscaras coloridas com que correu.

Crédito: Marcio Rodrigues

Crédito: Patrícia Santos

Crédito: Buda Mendes

Terezinha Guilhermina

Crédito: Patrícia Santos

Crédito: Buda Mendes

Destaques

Revista Brasil Paralímpico

Crédito: Patrícia Santos

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Destaques

Revista Brasil Paralímpico

Modalidades

Matéria

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Subtitulo

Revista Brasil Paralímpico

Daniel Dias

Tito Sena fechou com ouro a participação brasileira em Londres. Com uma emocionante reação no fim da prova, Tito venceu a Maratona na classe t46 com o tempo de 2h30m40, sua melhor marca pessoal, e terminou 40 segundos à frente do espanhol Abderrahman Ait Khamouch. Em Pequim, o brasileiro ficara com a prata.

Crédito: Fernando Maia

Crédito: Bruno de Lima

Tito Sena

Mesmo sendo um dos mais famosos atletas paralímpicos da atualidade, Daniel Dias chegou a Londres com uma montanha para subir. O nadador tinha a meta de seis medalhas de ouro em seis provas individuais e para buscar o pódio nos revezamentos. Cumpriu a meta individual à risca, com direito a seis recordes mundiais. As braçadas levaram-no ainda mais longe: com os seis ouros em Londres, ele chegou a 15 medalhas paralímpicas (10 ouros, cinco pratas e um bronze), tornando-se o maior nome do esporte paralímpico brasileiro, superando os também legendários Ádria dos Santos e Clodoaldo Silva. E o paulista, de 24 anos, quer mais, convicto de que tem pelo menos mais duas Paralimpíadas para aumentar uma já invejável coleção.

Crédito: Fernando Maia

Jovane Guissone Enquanto deixava a área de competições da Arena Excel, após ser eliminado da competição de Florete, nas quartas de final, Jovane Guissone deu entrevistas prevendo um desempenho melhor na disputa de Espada. Mas talvez nem mesmo o espadachim gaúcho esperasse sair de Londres com um ouro paralímpaico inédito e que também representou a primeira medalha paralímpica brasileira na Esgrima em Cadeira de Rodas.

Crédito: Buda Mendes

A tarefa hercúlea de Daniel Dias ofuscou o esforço não menos consagrador de Andre Brasil. O carioca simplesmente venceu as duas provas mais rápidas da categoria S10, os 50m e 100m livre, ficando com o ouro também nos 100m borboleta. Andre foi ainda prata nos 100m costas e, já na categoria SM10, também terminou em segundo nos 200m medley. É outro candidato a protagonista anfitrião na Rio 2016.

Crédito: Buda Mendes

Crédito: Luciana Vermell

Crédito: Bruno de Lima

AndrE Brasil


20 Revista Brasil Paralímpico

Revista Brasil Paralímpico

maciel santos Um dos atletas paralímpicos mais experientes - já pratica a Bocha há mais de uma década - o cearense Maciel Santos deu um verdadeiro show em Londres e conquistou a medalha dourada na classe BC2. Na decisão, Maciel não tomou conhecimento do chinês Zhiqiang Yan e venceu por nada menos do que 8 a 0.

Crédito: Patrícia Santos

Crédito: Luciana Vermell

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Modalidades

Crédito: Guilherme Taboada

Por ter levado o ouro paralímpico em Atenas 2004 e Pequim 2008, a Seleção Brasileira masculina de Futebol 5 era a favorita natural para a disputa em Londres. A conquista do tri e a manutenção da hegemonia na modalidade, porém, não foi missão simples. Depois de um empate com a França e uma vitória apertada contra a China na primeira fase, a Seleção precisou de muito sangue frio para superar a Argentina na semifinal, nos pênaltis. Na final, brilhou ainda a estrela do goleiro Fábio, que defendeu duas cobranças no tempo normal e pôde enfim coletar sua medalha de ouro – nas Paralimpíadas de Atenas e Pequim, os jogadores da posição não eram elegíveis para o pódio.

Crédito: Patrícia Santos

Futebol de Cinco

Destaques

eliseu dos santos O multimedalhista Eliseu dos Santos repetiu nos Jogos de Londres o mesmo espetacular desempenho de quatro anos antes, em Pequim, com a conquista de uma medalha de bronze e outra de ouro. O bronze veio no individual classe BC4, enquanto o lugar mais alto do pódio foi alcançado nas duplas, ao lado do amigo e parceiro Dirceu Pinto, na mesma classe.

Competindo na Bocha, um dos esportes mais difíceis do programa paralímpico, seja pela precisão exigida nos arremessos ou pelo grau de deficiência de seus participantes, o paulista Dirceu Pinto confirmou sua condição de expoente. Ao triunfar nas competições de simples e duplas da categoria BC4, Dirceu chegou à quarta medalha de ouro paralímpica. É o homem a ser batido na modalidade.

Crédito: Guilherme Taboada

Dirceu Pinto


23 Revista Brasil ParalĂ­mpico


Matéria Novos tempos

Revista Brasil Paralímpico

Subtitulo O sucesso de Londres

Crédito: Luciana Vermell

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Novos tempos

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O sucesso de Londres

Revista Brasil Paralímpico

O Estádio Olímpico, por exemplo, estava apinhado dia e noite, sob sol ou chuva.

Participantes

3.259 3.057 3.001

1.973 1.657 750

122

984

21

83 43

146

166

Países

61 29

135

104

400 375 23

40

43

45

Londres

Pequim

Atenas

Sydney

Atlanta

Barcelona

1960 1964 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 2000 2004 2008 2012 Seúl

De certa maneira, Londres entregou ao Rio uma senhora missão junto com a bandeira paralímpica. Por outro lado, é um renascido e renergizado Movimento Paralímpico que em 2016 voltará a se reunir, desta vez numa inédita passagem pela América do Sul. O mundo mal pode esperar.

2.900

Stoke Mandeville/ Nova York

“O desafio agora é mantermos o interesse para os eventos futuros. Mas as pessoas já perceberam que a Paralimpíada não é apenas uma confraternização de atletas com deficiência, mas sim uma imensa competição de elite, com os melhores atletas do mundo”, afirmou o diretor de Comunicações do IPC, Craig Spence, sobre o mito Oscar Pistorius nos 200m.

4.200

3.881 3.808 3.951

Arnhem

Um recorde também foi batido na venda dos direitos de transmissão, que renderam o equivalente a mais de R$ 35 milhões em

acordos com emissoras do mundo inteiro, inclusive a Rede Globo no Brasil. Porém, mais do que gente em frente à telinha, uma medida do sucesso comercial destes Jogos foi na procura por lugares nas arenas, do Estádio Olímpico ao estande de Tiro de Royal Army Barracks. Segundo o LOCOG – o Comitê Organizador dos Jogos de Londres – a Paralimpíada de 2012 teve venda de 2.7 milhões de ingressos, resultando não somente em arenas cheias, mas numa atmosfera inesquecível para atletas, público e mídia.

Fonte: Comié Internacional Paralímpico

Toronto

os mais bem-sucedidos comercialmente da história. De acordo com projeções do Comitê Paralímpico Internacional, as competições foram assistidas por mais de 4 bilhões pessoas ao redor do mundo, 200 milhões a mais que o número que acompanhou os Jogos de Pequim, em 2008, o dobro da audiência da Paralimpíada de Atenas (2004).

Evolução do número de atletas e de países presentes nos Jogos Paralímpicos

Heidelberg

Se sediar pela terceira vez os Jogos Olímpicos, honraria nunca antes concedida a uma cidade, foi uma responsabilidade e tanto para Londres, a realização da Paralimpíada trouxe uma pressão especial. Afinal, a maior festa mundial do esporte para deficientes estava retornando pela primeira vez ao país onde teve origem, em 1948, com a realização dos Jogos de Stoke Mandeville. Mas assim como nas Olimpíadas, a capital britânica brilhou na organização da Paralimpíada. Os Jogos de Londres foram simplesmente

503 provas • 2,7 milhões de ingressos vendidos • 20 esportes

Tel Aviv

Com público recorde e alta performance dos atletas, os Jogos de Londres levaram o Esporte Paralímpico a outro patamar

Números chave

Roma

Novos tempos

Os resultados dessa filosofia, no entanto, não foram apenas vistos em planos de marketing. Quem ouviu o Estádio Olímpico se transformar num caldeirão ensurdecedor durante provas como os 100m T44, em que 80 mil pessoas cantaram o nome do novo campeão paralímpico, o britânico Jonnie Peacock, sentiu–se testemunha de um momento especial, e não apenas por conta do fim da hegemonia paralímpica do mítico Oscar Pistorius nesta prova. Tal a evolução competitiva, vista também quanto Pistorius perdeu a coroa nos 200m na histórica vitória de Alan Fonteles, é uma garantia de que é também com grandes atletas que se faz uma grande competição.

Estádios lotados chamaram atenção durante os Jogos de Londres

Tóquio

Os Jogos de Londres também foram sucesso de uma filosofia de organização que tratou os dois Jogos como competições complementares, tanto na cronologia como no legado a ser deixado para as gerações futuras. A Paralimpíada de Londres será lembrada como um divisor de águas no que diz respeito às percepções da deficiência, uma lição que certamente foi captada pelos mais de 100 observadores enviados pela Rio 2016 a Londres antes e durante as competições.

Crédito: Marcio Rodrigues

Uma vitória de uma política de preços bem mais flexível que a das Olimpíadas – havia ingressos para competições paralímpicas custando cerca de R$ 35 – mas também do apelo despertado pelos ídolos nas pistas e quadras, e cuja atratividade também foi captada por patrocinadores como a rede de supermercados Sainbury’s, que pagou cerca de R$ 70 milhões pelo direito de ser o principal patrocinador paralímpico e usou celebridades do calibre do jogador de futebol David Beckham para promover as competições. O Canal 4 britânico, por sua vez, não apenas dedicou quatro vezes mais espaço aos Jogos que a rival BBC havia dedicado a Pequim, como criou uma campanha de promoção da Paralimpíada (“Conheça os superhumanos”) que resultou, por exemplo, numa audiência de um quinto da população britânica assistindo à prova de Peacock.


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Operação de imprensa

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Números midiáticos

Revista Brasil Paralímpico

Revista Brasil Paralímpico

Sucesso

também na mídia Retorno com a operação de imprensa ultrapassa os R$ 440 milhões Enquanto os atletas brilhavam em Londres, o Comitê Paralímpico Brasileiro trabalhou em outra frente para que os ótimos resultados de nossas estrelas pudessem ser acompanhados pelo maior número de brasileiros. O CPB montou uma grande operação de imprensa para produzir e distribuir notícias, fotos e vídeos, além de auxiliar a cobertura dos mais de 60 jornalistas brasileiros presentes em Londres , assim como todos os demais no Brasil.

"Nosso objetivo foi oferecer as melhores condições de trabalho para a imprensa e acho que fomos muito felizes e os resultados, excelentes", disse Frederico Motta, gerente de Marketing e Comunicação do CPB. Londres consagrou o modelo iniciado em Atenas e mantido em Pequim, pelo qual o CPB comprava os direitos e ajudava na produção e distribuição de conteúdo para as TVs brasileiras. Desta vez, de forma inédita, uma rede de TV (a Globo) comprou os direitos de transmissão dos Jogos Paralímpicos e colocou no ar mais de 160 reportagens. O hotsite do CPB foi o canal utilizado para a distribuição dos boletins diários que a Rede Globo disponibilizava para toda a mídia. Os resultados foram tão bons quanto de nossos atletas. Para cada real investido na operação de imprensa, CPB teve um retorno de 450 reais, atingindo cerca de R$ 450 milhões, de acordo com a tradicional análise de mídia por centimetragem. A exposição dos Jogos Paralímpicos de Londres na mídia nacional tem números que impressionam, como o total de mais de 130 horas de aparição na televisão. Este e outros dados podem ser acompanhados em detalhes ao lado.

Crédito: Buda Mendes

Jornalistas brasileiros e também alguns estrangeiros que participaram da cobertura dos Jogos contaram com excelente estrutura montada no Centro de Imprensa, no coração dos Jogos. O CPB ofereceu uma sala de 400m2, com internet exclusiva e potente, e colocou no ar um hotsite (www.cpb2012.com.br) que disponibilizou todo o conteúdo produzido por uma equipe de 17 jornalistas, entre coordenadores, editores, repórteres e fotógrafos que fizeram a cobertura como uma verdadeira agência de notícias. Alan Fonteles cercado por jornalistas após fazer história nos Jogos de Londres

Os Jogos na mídia em número de matérias

Jornais Nacionais e Revistas

Jornais Regionais

TV

Total geral

363

965

1080

2408

Valoração | Centimetragem | Minutagem Meio

Cm/Col | Minutagem

Valor estimado* (R$)

Jornais nacionais

9.303,64 cm/col (31 pg)

R$ 4.568.373,41

Jornais regionais

22.228,71 cm/col (74,5 pg)

R$ 1.918.528,79

Televisão

130h 41m e 26s

R$ 442.252.107,48

Total Geral

31.532,36 (105,5 pg) 130h 41m e 26s

R$ 448.739.009,68


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Entrevista

Entrevista

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Revista Brasil Paralímpico

Mariana Mello

Mariana Mello

Revista Brasil Paralímpico

De olho na

integração

Crédito: Guilherme Taboada

Diante da complexidade logística em que se transformou a maior festa do esporte mundial, a transição dos Jogos Olímpicos para os Jogos Paralímpicos é um dos pontos cruciais para o sucesso da organização dos dois eventos. Não por acaso, Mariana Mello foi uma presença constante no Parque Olímpico de Londres 2012. Exjudoca profissional e técnica da Seleção Brasileira de Judô Feminino paralímpico, a gerente de Integração da Rio 2016 acompanhou de perto o trabalho feito pelos anfitriões britânicos, que ela não só define como exemplar, mas identifica muitos paralelos com o projeto carioca. Em entrevista ao Brasil Paralímpico, Mariana fala sobre as lições e desafios que aguardam a realização da primeira Paralimpíada na América do Sul.

RBP // Antes de mais nada, seria possível explicar o trabalho de integração paralímpica? Mariana // É uma área muito extensa, mas que gira basicamente em torno de várias vertentes. Vai desde o trabalho de aumento da conscientização interna e externa ao suporte para as áreas funcionais. Em resumo, somos responsáveis pelo período em que as arenas que receberam os Jogos Olímpicos sejam preparadas para os Paralímpicos. E isso passa até pela certificação da qualidade de adaptações para espectadores e atletas, por exemplo. Há uma transformação, pois até detalhes como a mudança de identidade visual, com a troca dos anéis olímpicos pelos agitos paralímpicos em locais de competições. RBP // São apenas 18 dias separando a Cerimônia de Encerramento Olímpica da Abertura Paralímpica. Qual a chave para o que se pode chamar de transição suave?

Londres trouxe um conceito muito interessante em que o Rio estará se inspirando, que foi o de minimizar o esforço de transição. Isso diz respeito tanto às instalações físicas, em que as arenas já foram planejadas com questões de acessibilidade, quanto a aspectos mais periféricos como a identidade visual. Chegaram ao ponto de unificar a logo olímpica e paralímpica, algo visto pela primeira vez na história, e que não repetiremos no Rio. Também achei muito interessante a maneira como Londres lidou com as comunicações, mais especificamente a promoção dos dois eventos. A troca de pessoal também foi impressionante, levando-se em conta de que entre os voluntários houve uma troca na ordem de 70%.

Mariana //

RBP // Que lições foram aprendidas pela Rio 2016?

Mariana // A principal foi a de que o planejamento é fundamental, mas que nenhum plano é imune a alterações. Londres precisou, por exemplo, adaptar uma nova arena em apenas 15 dias para a disputa do Futebol de 5, anexa à Riverbank Arena (Futebol de 7), e que anteriormente era uma quadra de aquecimento para a disputa olímpica do hóquei sobre a grama. Houve ainda mudanças em arenas a pedido do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), como rampas de acesso que não existiam no projeto original. Nesse quesito, o fato de o Rio ter realizado o Parapan de 2007 é um trunfo, já que a estrutura fez parte da candidatura do projeto da Rio 2016. RBP // No que diz respeito ao legado, como você vê a importância dos Jogos Paralímpicos do Rio?

Trata-se de um grande desafio para o Rio, uma cidade em que a acessibilidade ainda não é tão forte como em Londres. Mas a realização dos Jogos tem que ser encarada com uma oportunidade preciosa para a melhora da qualidade de vida da população deficiente. É preciso que também seja um catalizador para uma maior mobilização da população para o esporte paralímpico.

Mariana //

RBP // Isso não foi problema na Paralimpíada de Londres, que além de um sucesso comercial também registrou recordes de público. Como repetir esse sucesso? Mariana // O envolvimento do público em Londres foi realmente impressionante. Mas precisamos lembrar que a Grã-Bretanha já tem uma história de Movimento Paralímpico ao ponto de os Jogos terem nascido no país – e não foi por acaso que muitos britânicos consideraram que a Paralimpíada estava voltando para casa. O sucesso também se deveu à demanda por ingressos para os Jogos Olímpicos.

A realização dos Jogos tem que ser encarada com uma oportunidade preciosa para a melhora da qualidade de vida da população deficiente É preciso que também seja um catalizador para uma maior mobilização da população para o esporte paralímpico.

Houve gente que viu na Paralimpíada a chance de participar da festa. Os ingressos praticamente se esgotaram, e nenhum deles foi dado de graça ou coisa do gênero. É inegável que os britânicos abraçaram a Paralimpíada. RBP // O que você pode nos contar sobre como o Rio está se preparando para tentar repetir este sucesso?

O sucesso do Parapan já nos mostrou que o público gosta do esporte paralímpico. No momento, nosso planejamento é um trabalho forte educacional. Uma outra razão para estarmos otimistas é que o Brasil tem um time paralímpico forte, que ganha muita medalha, o que certamente entusiasma o público. Quermos fazer como Londres, que não precisou de plano B para encher as arenas. É sempre um desafio mobilizar o público, mas vamos trabalhar forte. A qualidade dos atletas brasileiros e o trabalho do CPB vão ajudar muito. É legal lembrar que dois heróis paralímpicos brasileiros, o Daniel Dias e a Ádria dos Santos, fazem parte do Conselho de Atletas da Rio 2016 e certamente têm muito dizer.

Mariana //


Crédito: Guilherme Taboada

30 Revista Brasil Paralímpico

31 Revista Brasil Paralímpico

Judô para cegos. Um esporte que, antes de a luta começar,

Próxima edição

já tem dois vencedores.

Cobertura completa das

Paralimpíadas Escolares Turma da Mônica

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Expediente Presidente Andrew Parsons

Coordenação da Revista BP Media Guide Comunicação

1º Vice- Presidente LUIZ CLAUDIO PEREIRa

Jornalista Responsável Diogo Mourão MTB 19142/RJ

2º Vice- Presidente MIZAEL CONRADO

Edição e Textos Ananda Rope Janaína Lazzaretti

Superintendente Administrativo, Finanças , Contabilidade e Eventos Carlos José Vieira de Souza

Estagiário JORGE MACEDO

Diretoria Técnica Edilson Alves da Rocha

Imagens arquivo cpb

Gerência de Comunicação e Marketing Frederico L. Motta

Projeto gráfico e diagramação Inventum design

Conselho Fiscal José Afonso da Costa Hélio dos Santos Roberto Carlos Emilio Picello

Impressão Gráfica santa marta

Brasil Paralímpico é uma publicação bimestral do Comitê Paralímpico Brasileiro e esta edição teve 3.500 exemplares impressos em novembro de 2012. Endereço Sede CPB SBN Qd- 2- Bl. F- Lt. 12 Ed. Via Capital – 14º andar Brasília/DF – CEP: 70040-020 Fone: 55 61 3031 3030 Fax: 55 61 3031 3023 www.cpb.org.br www.twitter.com/cpboficial www.youtube.com/cpboficial www.facebook.com/comiteparalimpico

Através do judô, deficientes visuais provam que o esporte tem poder de superação e que impossível é uma palavra que não deveria existir.

Infraero. Patrocinadora oficial do Judô para Cegos Brasileiro.


caixa.gov.br SAC CAIXA: 0800 726 0101 (informações, reclamações, sugestões e elogios) Para pessoas com deficiência auditiva ou de fala: 0800 726 2492 Ouvidoria: 0800 725 7474

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