Revista Especial Bertioga 2013

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Gente nossa

O homem

por trás do político

Orlandini chegou a Bertioga em 1979, um jovem recém-formado em arquitetura e avesso à política. Mas, foi ela quem mudou sua história e, hoje, perto dos 60 anos, acredita ter feito tudo na hora certa Por Marina Aguiar Foto Dirceu Mathias

Mauro Orlandini, já em seu discurso de

lítica. Na faculdade, passei longe dos

posse no primeiro mandato, declarou que

movimentos e do diretório acadêmico.

desejaria ser o pior prefeito de Bertioga.

Quando vim para Bertioga trabalhar

Com isso, quis dizer que desejava que os

com arquitetura, a cidade pertencia a

próximos fossem sempre melhores. Eleito

Santos. Oswaldo Justo era o prefeito na

pela terceira vez em 2012, Orlandini vive

época e precisava nomear um adminis-

uma fase de colheita dos frutos que plantou.

trador para Bertioga. Ele ia nomear um

Nascido em Batatais, e criado em

amigo dele, mas se deparou com uma

Brodoski, ambas no interior de São

lei que só permitia que engenheiros ou

Paulo, Orlandini chegou a Bertioga em

arquitetos administrassem Bertioga.

1979, recém-formado em arquitetura

Ele me chamou; eu acreditava que só

(FMU - São Paulo) e avesso à política.

iria ficar dois meses e acabei ficando

Hoje, perto dos 60 anos, mudou sua

dois anos e meio. Não sei dizer como

história e acredita ter feito tudo na hora

ele me convenceu, mas todos têm o di-

certa. Acompanhe, a seguir, alguns as-

reito de acreditar no destino, não é?

pectos de sua vida e obra até hoje. Como foi a sua juventude? Eu era um adolescente com cabelão; cortei o cabelo quando entrei na faculdade, e minha mãe fez questão de guardar numa ·• “Agora conseguimos consolidar uma série de coisas, sem mudar a filosofia, e sem mudar os caminhos” Mauro Orlandini •·

caixinha de meia Selene. Ela sempre foi cuidadosa e eu, muito certinho. Depois que fui para a capital, vi que tudo era meu, ganhei o mundo. Vivi, curti bastante, foi um momento muito rico para mim. Depois, vim para cá e minha vida normalizou, casei. Fiz tudo o que tinha que fazer, na hora em que tinha fazer. Por que veio para Bertioga? Comecei a frequentar a cidade porque um tio meu

Sua formação o ajudou a encarar a política? O prefeito Justo me ajudou muito enquanto eu estava na administração, mas uma coisa me deu prazer em trabalhar no ramo: a sensibilidade. O arquiteto tem sensibilidade, e tudo o que faço é pensando no bem-estar das pessoas. Tenho percepção de que tudo deve ser feito pensando em gente. Porque a escola é feita para pessoas, o hospital é feito para pessoas. A felicidade das pessoas é o centro de tudo. A minha profissão é fundamental em uma prefeitura, principalmente, em uma cidade como Bertioga, que ainda está em processo de implantação.

tinha uma ruína de uma construção de uma casa em Bertioga. Quando eu fazia

Como analisa seus três mandatos? O

faculdade, vim visitar e percebi que aqui

período da gestão é muito curto, as coi-

era um lugar de futuro, só não sabia qual

sas acabam se atropelando, mesmo por-

era o futuro. Vim e enxerguei o potencial

que, quando ela vai dar resultado, você já

do turismo, não sabia como participaria

está em outro mandato. Já é outra pessoa

dessa área. Comecei a fazer projetos em

que comanda e, às vezes, não concorda

um escritório de arquitetura e engenharia

com o que foi feito antes. Isso atrasa

que montei com meu cunhado.

muito as coisas. Por isso fui candidato à reeleição; agora conseguimos consolidar

Prefeito, como o senhor entrou no meio político? Eu não gostava de po-

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uma série de coisas, sem mudar a filosofia, e sem mudar os caminhos.

Jornal Costa Norte - 19 de maio de 2013 · • · Edição especial de emancipação: Bertioga 22 anos


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