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Perspectivas do pré-sal
Pedro Rezende Foto
Estratégica no contexto regional
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Reflexos do pré-sal e da expansão portuária devem resultar em investimentos na cidade nos próximos anos
Por Mayumi Kitamura
Graças à sua proximidade com as áreas de interesse da Petrobras, Bertioga deve atrair investidores. Grandes empreendimentos são aguardados na cidade, a exemplo do City Acaraú e Buriqui Costa Nativa
·• Rodolfo Amaral sugere a criação de um Grupo de Inteligência Empresarial com foco em estudos de demandas futuras •·
A área do pré-sal da Bacia de Santos, somada à Bacia de Campos, atingiu uma produção de 300 mil barris de petróleo por dia (bpd), com estimativa de superar a marca de 1 milhão/bpdem 2017, segundo o plano de negócios da Petrobras. Até lá, a empresa calcula que US$ 147,5 bilhões serão investidos em exploração e produção, sendo 11% deste valor, ou seja, US$ 16,3 bilhões, destinados à infraestrutura e suporte. Por isso, a localização de Bertioga a torna um dos possíveis pontos de apoio na exploração do petróleo na região.
Os reflexos do pré-sal devem atingir toda a região em diferentes proporções, segundo estimativa de Rodolfo Amaral, diretor da consultoria RAmaral & Associados: “Muitas cidades já sentem tais reflexos na indústria da construção civil, inclusive Bertioga, e a tendência é de que isto cresça nos próximos cinco a dez anos. Há, também, a perspectiva de crescimento decorrente da expansão do porto de Santos para a área continental, que faz divisa com Bertioga. Desta forma, é indispensável pôr o assunto em pauta dentro do contexto de discussão de um plano de negócios a ser inserido no debate sobre a reformulação do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado”, afirmou.
Amaral acredita que a cidade deva criar um Grupo de Inteligência Empresarial, com a finalidade de acompanhar as tendências de desenvolvimento da região, com foco em estudos de demandas futuras. Assim, a cidade poderá “vender” suas potencialidades de acordo com a necessidade. Apesar disso, para ele, Bertioga perdeu uma chance de se beneficiar com o pré-sal há três anos, quando a empresa IESA tentou se instalar no município. “Houve manifestação contrária de parte da sociedade, por desconhecimento efetivo dos serviços executados por esta empresa (montagem de módulos de plataforma de petróleo), de modo que a empresa acabou se instalando na área continental de São Vicente. Na época, havia uma previsão de criação de mais de 1.500 empregos diretos e indiretos, expansão da receita do ISS e também do ICMS. Bertioga deve procurar se inserir na rede de serviços do pré-sal, mas terá muitas dificuldades em encontrar locais para receber novas empresas, diante das inúmeras restrições de ocupação ambiental do seu território”, ressaltou.
Há poucas áreas disponíveis para empreendimentos, ainda assim, há possibilidades de instalação na cidade, conforme explicou o secretário municipal de Habitação, Planejamento e Desenvolvimento Urbano da prefeitura José Marcelo Marques. Ele reforça que é uma questão de demanda, mas que, com a iminente necessidade de ampliação da capacidade portuária, Bertioga deve despertar interesse. Contudo, isto não deve ser de imediato, mas dentro de, aproximadamente, 15 anos. Graças à sua localização estratégica, deve atrair investidores. Grandes empreendimentos são aguardados na cidade, a exemplo do City Acaraú e Buriqui Costa Nativa. Os loteamentos preveem a construção de centro comercial, hotel e unidades habitacionais. O City Acaraú tem sua localização próxima à Riviera de São Lourenço, e o segundo, entre os bairros Jardim Ana Paula e Jardim Raphael. Ambos aguardam aprovação dos órgãos ambientais.
Empreendimentos como estes, além de aumentar a atual população da cidade e proporcionar a criação de empregos, também geram impostos para o município.
