Sustentação 22 / Revista do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará

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LIVRO O Alienista Autor: Machado de Assis

LIVRO Elogio Da Loucura Autor: Erasmo de Rotterdam

LIVRO A criança e a Saúde Mental Autor: Tânia Ferreira(org.)

Louco seria aquele que não gozasse do perfeito equilíbrio das faculdades mentais, ou aquele cujo equilíbrio é perfeito, ou, finalmente, louco seria o próprio alienista que pontifica sobre a sanidade mental dos outros? Do Alienista, primeira novela da fase madura de Machado de Assis, não basta dizer que faz sátira do cientificismo aplicado ao estudo da loucura. É verdade que, sendo a partilha entre a razão e a “desrazão” o cerne da trama, a história toma o ar divertido de uma comédia de erros, sobre a qual paira sempre a sugestão de ser o alienista o único alienado. Embora essa história de loucos toma uma outra dimensão, que ultrapassa a caricatura do perfeito alienista. Porque há nela um desenho claro de uma situação de força. O prestígio de Bacamarte, transforma-o em ditador da pobre vila de Itaguaí. O eixo da novela é portanto o arbítrio do poder, antes de ser o capricho de um cientista.

Neste libelo do teólogo Erasmo de Rotterdam (1469-1536), quem fala é a Loucura. Sempre vista apenas como uma doença ou como uma característica negativa e indesejada, aqui ela é personificada na forma mais encantadora. E, já que ninguém mais lhe dá crédito por tudo o que faz pela humanidade, ela tece elogios a si mesma. O que seria da raça dos homens se a insanidade não os impulsionasse na direção do casamento? Seria suportável a vida, com suas desilusões e desventuras, se a Loucura não suprisse as pessoas de um ímpeto vital irracional e incoerente? Não é mérito da Loucura haver no mundo laços de amizade que nos liguem a seres perfeitamente imperfeitos e defeituosos? Nas entrelinhas de Elogio da Loucura, o humanista Erasmo critica todos os racionalistas e escolásticos ortodoxos que punham o homem ao serviço da razão (e não o contrário) e estende um véu de compaixão por sobre a natureza humana.

A criança e a saúde mental Este livro apresenta o encontro da crianças com as políticas da saúde. No nó desse enlace surge a clínica, por meio de fragmentos, no relato de uma convivência delicada que se recusa a ceder às demandas de ajustamento social. Nesse movimento de basta aos modelos exclusivamente adaptativos é criado um fora de ordem que não podem ser silenciado, nem mesmo quando o sujeito, como no caso do bebê, é corpo mais do que fala. Enfim, em seus diversos textos encontramos um convite, conduzido pela psicanálise, a todos que estão inseridos nas práticas, nos serviços e nos dispositivos de atenção à saúde para o envolvimento em relação conseqüente com a criança.


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