Correio de Azambuja

Page 8

8

Correio de Azambuja- Junho de 2013

ATLETAS GDA EM GRANDE FORMA

É preciso moralizar a gestão da coisa pública José Leirião

Decorreu este mês o Campeonato Nacional de Ginástica Artística da Divisão Base inserido no Festival Nacional de Ginástica. Pela 1ª vez o GDA foi representado por duas atletas Beatriz Boligo (escalão juvenil) e Joana Santos (escalão Junior) que tiveram de se qualificar numa prova anterior. Beatriz estava qualificada para 3 finais:

paralelas assimétricas 13,350 (8,750 de execução) alcançando as melhores notas da época nestes aparelhos.Na trave e no solo as coisas não correram tão bem a Joana com dois grandes desequilíbrios que levaram a queda do aparelho e no solo foi penalizada nos saltos gímnicos. A Joana tinha sido apurada para duas finais: Geral e Paralelas Assimétricas Na geral terminou em 16º lugar com

Geral, Paralelas Assimétricas e Solo.... na Geral classificou-se em 12º lugar com 50,850 pontos Sendo que na final por aparelho não foi muito feliz:- nas Paralelas teve uma queda terminado em 10º e no Solo a dificuldade não contou na totalidade terminando em 17º lugar Destaque para a boa nota obtida no salto de cavalo com 14,950 (8,900) de execução batendo anterior nota alcançada no apuramento para o nacional No Escalão Júnior a Joana Santos teve duas excelentes prestações no salto de cavalo 15.500 (9.100 de execução) e nas

52.150 e nas paralelas assimétricas terminou em 6º lugar . O Grupo Desportivo de Azambuja felicitou estas duas atletas por terem sido as primeiras a representar o clube a nível nacional e pela sua prestação! Inês Grazina, treinadora do GDA mostrou-se muito orgulhosa das suas atletas e espera que este seja apenas o início de grandes feitos. As famílias de Beatriz Boligo e Joana Santos também se podem considerar como muito importantes no apoio que dão às sua “meninas”.

É do conhecimento de todos os resultados desastrosos para o herário público, das negociatas que envolveram as PPP (Parcerias Públicas Privadas) e os Swaps levadas a cabo por membros de vários governos envolvendo grandes empresas portuguesas e bancos portugueses e estrangeiros, respectivamente. O que são as PPP (envolvimento de empresas privadas em projectos de investimento de interesse público) de notar que este tipo de contratos é encorajado pela União Europeia. Normalmente envolvem obras de elevados custos para os quais o Estado não dispôe dos capitais necessários e acorda com a empresa privada a realização da obra sendo garantido pelo Estado um certo rendimento ao longo da vida do contrato), isto é, se da exploração da obra (auto-estradas, caminhos de ferro, barragens, etc) não resultarem lucros para a empresa, o Estado através do dinheiro dos contribuintes garante esses lucros às empresas, isto é, as empresas não estão expostas a qualquer risco porque este, se existir, será o Estado a cobrir e não as empresas. Algo está aqui errado pois a iniciativa privada está sempre exposta ao risco. Desde o final dos anos 90 foram celebradas algumas centenas de PPP, mas foram durante o governo de Socrates que alguns contratos de elevados valores foram renegociados tendo sido ainda mais penalizado o Estado e favorecidas as grandes empresas. Estima-se que o prejuizo para o Estado envolva mais de 9 mil milhões de euros em resultado das derrapagens no sector rodoviário das estimativas iniciais (conforme o relatório da comissão parlamentar de inquérito) O que são Swaps (imagine que tem um crédito à habitação indexado à Euribor a 6 meses à taxa de juro de 2% e quer protegerse para que não tenha de suportar custos adicionais caso a taxa seja superior aos 2%. Para isso, contrata um instrumento financeiro junto de um banco que lhe paga a si a diferença sempre que a Euribor seja superior aos 2%, mas, se a Euribor se situar abaixo dos 2% é você que tem de pagar ao banco essa diferença. Na prática esta operação consegue transformar uma taxa variável que é a Euribor numa taxa fixa) Este instrumento não está disponível aos investidores particulares mas sim às empresas que recorrem a este tipo de instrumento para fazerem uma cobertura do risco se os seus custos de financiamento disparem com a subida das taxas de juro. Tomando num exemplo, uma empresa faz um contrato de taxa de juro de 100 milhões para uma taxa Euribor de 2%. Se a taxa estiver a 1% a

empresa tem de pagar ao banco 1 milhão. Além do risco da taxa de juro muitas empresas recorrem a contratos de cobertura cambial (moeda), o modo de funcionamento é igual, em que há pagamentos e recebimentos conforme a evolução cambial da moeda. O prejuizo potencial para Estado dos contractos ‘swaps’ realizados pelas empresas publicas já vai em cerca de mil milhões de euros que já pagos pela Estado para evitar males maiores existindo potencial de perdas na ordem dos 2,5 milhões de Euros com o Santander. É de realçar que o governo já renegociou com vários bancos para evitar perdas maiores. Endereço daqui os meus parabéns ao governo. Criticar sim, mas elogiar também quando é merecido. À primeira vista podemos dizer que se trata de operações normais, que pode acontecer um azar. Mas, o que nos surpreende com estes milhões de prejuizos potenciais para o Estado, é isto: será que os negociadores do Estado foram enganados pelos bancos e foram negligentes ao assumirem riscos demasiado elevados ? ou foram ingénuos nos seus cálculos, se é que os fizeram e atiraram-se de ‘cabeça’ ? Uma situação parece certa este tipo de operações requer um elevado conjunto de informações de elevada qualidade e exactidão e conhecimento avançado de como calcular a evolução das taxas de juro ou cambiais e deve ser sempre acompanhado de uma enorme dose de ‘prudência’. Não há notícia de grandes prejuízos nas empresas privadas, porque será que estas coisas acontecem no Estado ? Uma coisa é certa os governantes que negociaram tanto os contratos PPP que garantiram às empresas elevadas taxas de rentabilidade e passaram todos os riscos para o Estado, como os que negociaram as Swaps não defenderam os interesses do Estado e foram alegadamente cúmplices de crimes lesa Estado. Estes ‘buracos’ tem sido levantados durante o tempo de crise, parece que a crise é benvinda para se descobrir estes casos, mas não basta serem apenas investigados e alguns gestores despedidos, pois, tudo pode ficar como dantes. É preciso julgar e condenar os culpados, é preciso mais acção da Procuradora Geral da República, onde pára a Senhora que não se vê ? É preciso mais e melhor Justiça. É preciso varrer e afastar dos cargos públicos quem não sabe gerir a coisa pública. A Justiça tem falhado demasiado neste campo. Não basta ser político para ser gestor público é preciso muito mais do que apenas pertencer ao partido, seja ele qual for. José Leirião

“Tudo é possível” todas as manhãs na Rádio Ribatejo Não perca nada sobre o tempo, o trânsito e a actualidade do país e do mundo. Em 92.2 e na Internet

em www.ribatejofm.pt


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.