Livro Agenda Bahia 2010

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infraestrutura

A maior parte do investimento, de R$ 570 milhões, será para a construção do BRT (Bus Rapid Transit), linha expressa de ônibus na avenida Paralela que deverá ligar a localidade de Portão, em Lauro de Freitas, ao metrô de Salvador. “Com a implantação do BRT, a avenida Paralela voltará a ser um corredor de fluxo rápido de veículos, já que os ônibus vão ter essa faixa exclusiva”, explica Grace. O recurso já foi liberado pelo governo federal, mas falta projeto executivo para início das obras. Elas devem ter início em dezembro de 2012 e final em meados de 2013, quando será realizada a Copa das Confederações, evento que antecede o Mundial de futebol. O uso do BRT é sucesso em cidades como Johanesburgo, na África do Sul, e Bogotá, na Colômbia. Elas melhoraram sua capacidade de movimentação. “Mobilidade urbana, deslocamento de pessoas, produtos e matérias-primas são temas-chave para o desenvolvimento social”, diz Wagner Colombini, presidente da Logit, empresa que desenvolveu o projeto de BRT nas duas cidades. Das nove cidades que sediaram a Copa da África do Sul, sete adotaram o sistema BRT. Na capital, Johanesburgo, com mais de cinco milhões de habitantes, 320 quilômetros de BRT foram implantados, sendo 82 quilômetros estrategicamente para atender à demanda do evento. “As vantagens desse sistema são muitas: os veículos BRT permitem transportar um maior número de pessoas e trafegam em vias exclusivas. As estações são centrais fechadas, com abrigo e proteção ao passageiro, que paga ao entrar na plataforma de embarque”, destaca. O superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador, Horácio Brasil, disse que a iniciativa privada investirá em torno de R$ 390 milhões em equipamentos para o funcionamento do BRT. “Teremos que dar a contrapartida na qualificação dos equipamentos e de pessoal. Nós, inclusive, financiamos os estudos para o desenvolvimento do projeto, que foi doado ao governo”. Para o professor Elmo Felzemburg, especialista em trânsito da Ufba, o sistema BRT é uma medida emergencial válida, mas a cidade ainda precisaria de outros investimentos. “O BRT na Paralela não vai melhorar o engarrafamento, pois precisamos que as pessoas deixem de usar os carros, e se as outras vias estiverem engarrafadas e o BRT não tiver um fluxo de outros veículos interligados não vai adiantar. O metrô também precisa funcionar - já que a obra está muito atrasada”, diz o especialista.

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