Edição CORREIO 40 anos - 1ª parte

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Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

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2 0 1 9 1 Pelourinho 1979 No largo, bem em frente à Igreja do Rosário dos Pretos, em 23 de janeiro, carros estacionados e até um homem montado a cavalo. Foto de Valente 2 Pelourinho 2019 As ruas continuam movimentadas, cheias de moradores e turistas, mas os cavalos sumiram. Foto de Betto Jr

Ontem, agora e amanhã

Edição Especial Convidamos você para uma viagem pelas imagens e histórias que contamos em 40 anos, com os olhos atentos ao que virá

Quarentamos. E como 40 anos não são 40 dias e 40 noites, comemoramos. Juntos com você, pra não perder o costume e a amizade. O mundo e até a gente mudou: no nosso caso, inclusive de endereço. Mas, entre o jornal inaugural, datilografado na noviça Avenida Paralela e publicado em 15 de janeiro de 1979, e este número 13.227, digitado em computadores ultraconectados na sede da Federação, uma coisa coincide: o tamanho família das edições. Lá, 92 páginas. Aqui, 80, num esforço de pesquisa que durou me-

ses. Talvez 40 semanas — uma gestação, então!

IMAGENS E TEXTOS E do berço dá pra ver como as coisas mudaram: basta comparar os velhos retratos analógicos com as fotografias digitais (autorretrato virou selfie!). Elas mostram o ontem e o agora. E é por essas imagens que te convidamos, primeiramente, nesta viagem pelo acervo do Correio da Bahia — ou só CORREIO, já que somos íntimos. Sim, mergulhamos na memória, na intimidade do jornal, e percebemos até uma certa sisudez (ou matu-

ridade?) que chegou com o tempo, vide as fotos de seios à mostra de outrora. Elas voltam hoje, rapidinho, num artigo sobre o comportamento nas praias, por onde também navegamos pra mostrar o sobe e desce do turismo, as fases da orla (das antigas barracas à nova configuração em locais como Barra e Rio Vermelho), os seres encantados (de Iemanjá ao Sereio de Itapuã), enfim, as novas ondas desta Atlântida suspensa. Falamos, em jornalistês ou bom baianês mesmo, o que a Bahia quer ou precisa saber. Nesta edição de aniversário,

Entre o jornal inaugural, datilografado e publicado em 15 de janeiro de 1979, e este número 13.227, digitado em computadores, algo coincide: o tamanho família das edições

convidamos pessoas que são referências em diversas áreas para passar em revista (ou jornal, no caso) estes 40 anos e, quando possível, especular o futuro: analisam temas tão diversos como economia, tecnologia e, claro, música. Os repórteres também se debruçaram sobre o acervo para mostrar a alegria de outros carnavais, das festas populares, dos Ba-Vis marcantes e da recepção a visitantes ilustres. Também relembramos a tristeza que vivemos juntos, em grandes tragédias, nos crimes de grande repercussão ou no

adeus aos nossos imortais. Na semana em que a guarda imortal da Bahia é reforçada sob os desígnios de Senhor do Bonfim, ou de Oxalá, as coisas também navegam antes pelo ‘infomar’ — não é demais lembrar que o Correio24horas é o site de notícias mais acessado do Norte e Nordeste. Na onda dos virais, um texto saudosista sobre a velha e a nova Bahia, assinado por Nizan Guanaes, já navega pelo WhatsApp desde que ele, desavisado, mandou para uma amiga, que mandou pra uma coligada, e caiu na vista de

um ministro, e talvez já tenha chegado a você: eis um retrato (ou selfie?) da nova era, das dobras tecnológicas do tempo, em que tudo é misturado e junto e conectado. Feita a sala, mostrando os quadros com as carinhas e historinhas de quem fez e faz o jornal, chegue mais, #cheguejunto nos projetos e eventos de comemoração, que vão surpreender você a partir de hoje — com uma coletânea em CD recheada de estrelas da nossa música —, e continuando amanhã, e depois, e durante o ano todo. JOÃO GABRIEL GALDEA

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1 Piedade 1981 Ainda no tempo dos lambe-lambes, a Praça da Piedade, com um Fusca passeando entre os pedestres. Foto de Rosemary Simão (Secom). 2 Piedade 2019 Com segurança reforçada, mas ainda com uma atmosfera de tranquilidade que permite o descanso de quem anda pelo Centro. Foto de Betto Jr

GUIA DE LEITURA

NOSSA HISTÓRIA 4 A 9 FUTURO 10 E 11 QUEM FAZ 12 A 13 URBANIDADE 14 E 15 PATRIMÔNIO 16 E 17 A GESTÃO 18 TECNOLOGIA 20 GRANDES TRAGÉDIAS 22 A 26 VISITANTES 28 A 31 GRANDES FUNERAIS 32 A 36

GRANDES CRIMES 38 A 43 RELIGIOSIDADE 44 A 47 PRAIA E FESTA 48 E 51 CARNAVAL 52 A 55 FANTÁSTICO E ABSURDO 56 A 59 MÚSICA 60 A 61 ECONOMIA 62 E 63 IDENTIDADE 64 E 65 LEGADO 66TURISMO 68 E 69 BA-VIS 70 A 73 24H 75 A 79


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Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

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COBERTURA 40+ NOSSA HISTÓRIA

Que história é essa? Nossa ligação com a Bahia, isso não vai mudar nunca. Nós trabalhamos para o desenvolvimento econômico, social e cultural da Bahia. Esse é o nosso princípio básico. Fazer tudo o que for possível para a Bahia ter destaque. Esse princípio só foi aprimorado Antonio Carlos Júnior

De 1979 a 2008, o CORREIO esteve perto dos mais importantes fatos da Bahia e do mundo

Presidente do Conselho de Administração da Rede Bahia

Alexandre Lyrio e Fernanda Lima* REPORTAGEM redacao@correio24horas.com.br

O CORREIO tem uma característica muito importante: consegue ter muita flexibilidade, uma linguagem adequada aos soteropolitanos. A gente consegue ir direcionando o conteúdo do jornal atento às mudanças. A gente consegue se destacar por nossa relevância e credibilidade. É um legado nossa proximidade com o leitor Renata Correia Acionista e Diretora do CORREIO

Este jornal saiu do nada e hoje é um dos mais lidos do país. Tenho muito orgulho de nossa história. No início, isso aqui era uma tipografia. Investimos e hoje somos grandesWilson Maron Conselho de Administração

Chegamos às bancas com 92 páginas, na manhã do dia 15 de janeiro de 1979. A caminhada de dois anos até a impressão daquele primeiro periódico enfim tinha chegado ao fim. Às 22h do dia anterior, o primeiro Correio da Bahia desceu à gráfica. Comemoramos, todos os 74 integrantes da equipe novata, após quatro pilotos lançados. O telefone do editor-chefe, Sérgio Tonielo, tocou ainda bastante cedo. O chefe de circulação do jornal havia sumido. E era ele o responsável pela distribuição dos 68 mil exemplares. Foi assim, na agonia, nosso primeiro dia de vida. Sobrevivemos para contar nossos próximos 40 anos. Um ano antes, o telefone de Sérgio soou por outro motivo. Do outro lado, Antonio Carlos Magalhães, que dois meses depois assumiria pela segunda vez o governo da Bahia. “(Ele) me perguntou se eu queria fazer um jornal... não acreditei. Fundar, editar um jornal? Isso era motivador”, lembra. O gaúcho seguiu para Salvador imediatamente. Começamos o trabalho em um prédio na Avenida Paralela, onde funcionaríamos por 27 anos. Nas reuniões com os mais próximos, a partir dos anos 1970, ACM sinalizava a vontade de criar um jornal. A essa altura, já sabia que deveria ser a Bahia o tempero de tudo. “Ele queria que algum veículo tivesse e fosse realmente defensor da Ba-

hia. Esse era o objetivo: um efeito de promoção do estado, um instrumento”, recorda o filho Antonio Carlos Júnior, diretor da Rede Bahia. Por isso, não seria um Correio qualquer. Um Correio da Bahia. Antes, houve da parte de ACM, junto a outro grupo, a tentativa de comprar o Jornal da Bahia, ligado à oposição e ferrenho crítico da Ditadura Militar. Não conseguiram e os caminhos levaram à criação do Correio. A Tarde, líder absoluto, Diário de Notícias, Tribuna da Bahia e Jornal da Bahia eram os grandes noticiários. Nascemos num ambiente de florescência do jornalismo impresso. Mas, também, de desconfiança. A ditadura e o acirramento político começaram a respingar nas páginas. No nosso primeiro editorial, escrito por Mino Carta, um aviso: “Ninguém se espante se muitas vezes os sentimentos aflorarem mais veementes, nas colunas deste jornal”. “O objetivo inicial não era esse. Acabou tomando um posicionamento político até pelo acirramento. Mas isso foi uma fase que, depois, começamos a repensar. Antes mesmo da morte de ACM (2007), começamos a articular essa mudança”, afirma Antonio Carlos Júnior. Antes da mudança, retornemos à confusão com o chefe de circulação. Quando encontrado, ele recebeu apenas o aviso da demissão. A redação começou, aos poucos, a criar a sua própria rotina e encontrar o tom. Também acompanhamos as transformações. O Olodum seria criado em março, dois meses depois da nossa primeira tiragem. O axé, no ritmo do fricote de Luiz Caldas, em 1985. Em 20 de fevereiro daquele ano, destacamos: “Trios elétricos: corpo e alma do

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1 Primeirão O primeiro piloto do Correio da Bahia, com o slogan “Já ameaçando a concorrência” 2 Lançamento A capa da nossa primeira tiragem, com a descoberta de uma mina 3 Quem faz Os jornalistas por trás do jornal 4 Adeus Uma das capas especiais do CORREIO, quando da morte da escritora Zélia Gattai, em 2008. Sete anos antes, o marido, Jorge Amado, tinha feito sua despedida

carnaval baiano”. A Bahia nunca nos escapou. Osmar Martins, o Marrom, funcionário mais antigo do CORREIO e dono de prodigiosa memória sobre a cultura baiana, lembra: “O jeito foi apostar na Bahia. Nessa época, era uma efervescência total. Até os barzinhos pegavam fogo”. Desse período até 1986, Ana Lucia Magalhães, filha de ACM, foi diretora do jornal e a responsável pela coluna Gente, com atualizações sobre a cultura, o cotidiano e a sociedade baiana.

DA MAIORIDADE, AVANTE Os jornalistas ultrapassavam uma porta vai e vem para chegar à nossa primeira redação. Reuniam-se em mesas redondas e redigiam suas matérias em máquinas de datilografia. Era comum encontrar bitucas de cigarro entre as folhas de papel e jornalistas com bebidas às mãos. “Dizem que o jornalismo é boemia”, brinca o fotógrafo Almiro Lopes, conhecido como Maguila, que dedicou boa parte dos 36 anos de jornal à cobertura policial. “Naquela época, o texto era mais nostálgico, mais apurado”, afirma o arquivista Milton Luiz Cerqueira da Silva, 54, talvez o ser humano que mais conheça a história do jornal. Conhecido na redação como Bozó, Milton, junto com Maguila, estão entre os personagens mais folclóricos do CORREIO. Mas, outros que já deixaram a redação não podem deixar de ser lembrados. João Borges Bougê, o Bougê, e José Carlos Mesquita, o Zé do Rádio, dois rubro-negros da editoria de Esportes nos anos 1980 marcaram época. No estádio, além de trabalhar, Bougê berrava na beira do campo e aprontava horrores contra o adversário.

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5 Primeira redacão do jornal, perto do lançamento da primeira edição. No comando, Sérgio Tonielo, de pé à esquerda

É um orgulho para todos nós chegarmos aos 40 anos como líderes em circulação e audiência. Isso só foi possível graças aos que fizeram e fazem parte desta história. Queremos comemorar esta data com um calendário de projetos editorais e ações que começa hoje com esta edição e se estenderá por todo o ano. E, mais do que tudo, continuar a oferecer um jornalismo de credibilidade, essencial em tempos de fake news Roberto Gazzi

Diretor de Jornalismo e Mídias Digitais

EDITORES-CHEFES DO JORNAL AO LONGO DO TEMPO

Sergio Tonielo 1979–1981 O jornalista gaúcho formado na Universidade Federal da Bahia (Ufba) tornou-se editor-chefe a convite de Antonio Carlos Magalhães. Trabalhava como editor de esporte do novato, hoje extinto, Folha da Manhã, em Porto Alegre. Antes, em Salvador, havia passado por A Tarde e Tribuna da Bahia. “Fundar, editar um jornal? Isso era motivador”, lembra, sobre os motivos de ter acreditado no projeto. Permaneceu um ano e meio no cargo. FOTO ARQUIVO CORREIO

Certa vez, o zagueiro Otávio Souto, do Vitória, estava prestes a ser vendido para outro clube. “Boujet escreveu uma matéria dizendo que o jogador estava com o joelho bichado. A negociação melou e ele veio na redação atrás de Boujet, que se escondeu na cantina com uma faca”, narra, aos risos, Milton. Pelo jeito, definimos até carreiras no futebol. Sim, temos muito o que lembrar. As tragédias, as festas, o cotidiano, os funerais: as histórias sempre foram nosso impulso. “Lembro que, quando estava fraco, a gente ia para a estrada do CIA Aeroporto. Olhava para o céu e, quando via os urubus, sabia que tinha coisa”, conta Maguila. Em 1989, firmamos a busca pelas histórias e seus atores. Num quarto do atual Hotel Pestana, os jornalistas Paulo Adário e Laerte Moraes discutiam, sob sigilo, uma virada editorial. A novidade seria o “Quem”, o personagem, as fotos maiores e informações mais objetivas. Em setembro, inauguramos uma nova forma de pensar e traduzir fatos. “O princípio só foi aprimorado”, acredita Antonio Carlos Junior. Nessa primeira reforma gráfico-editorial, o jornal passou a ser dividido em cadernos. Um ano depois, Demóstenes Teixeira assumiu como editor-chefe e, em 1996, coordenou, com Moisés Júnior, uma reforma ainda maior. Ganhamos cor nas capas principal e dos cadernos. Em 2000, o jornal, que só saía até os sábados, passou a circular aos domingos. No domingão, investimos na área cultural. Se sempre demos atenção às questões de identidade negra e racial, as histórias dos diversos personagens negros resgatadas no Correio Repórter deixaram isso ainda mais evidente. “A ideia era reforçar a cobertura local, cultural e de história da Bahia”, explica Demóstenes. “Também passamos a humanizar mais as reportagens”, confirma Ana Paula Ramos, na época editora-coordenadora do Aqui Salvador e Correio Repórter. Decidimos, então, que seria a hora de uma nova casa. No mês de julho de 2006, saímos da Paralela e chegamos à Federação, onde já funcionavam outras empresas da Rede Bahia. Daí em diante, a partir de 2008, viramos a página desses 29 anos. Para conhecer o restante dessa história, basta você, leitor, virar algumas páginas e chegar até a folha 10 deste especial. *COM SUPERVISÃO DO EDITOR JOÃO GABRIEL GALDEA

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PRODUTOS QUE MARCARAM NOSSA HISTÓRIA CORREIO REPÓRTER: FAZENDO HISTÓRIA Suplemento publicado aos domingos, entre os anos 2000 e 2007, o Correio Repórter fez história. Projeto de Ana Paula Ramos e coordenação de produção de Linda Bezerra, nossa atual editora-chefe, produziu grandes reportagens com foco nos maiores personagens e fatos da nossa história. De matérias sobre os saveiros esquecidos e tesouros perdidos no mar até as trajetórias de personalidades como Mãe Menininha e Juliano Moreira, tornou-se referên-

cia. A equipe tinha nomes como Mônica Celestino, Adriana Jacob, Pablo Reis e Flávio Novaes. “O Correio Repórter foi uma aula de história e uma pós-graduação em história da Bahia para nós jornalistas e, antes de mais nada, para os leitores”, afirma Novaes. Um sem-número de histórias contadas ganhou prêmios. Histórias também de desconhecidos. Na contracapa, havia o chamado Perfil, que revelava personagens anônimos da cidade.

FOLHA DA BAHIA: MARCANDO ÉPOCA Outro caderno que se tornou referência de jornalismo na fase antiga do CORREIO foi o Folha da Bahia. Suplemento publicado diariamente, trazia a cena cultural local e muito mais. Teatro baiano, afro-baianidade, música pop mundial e artigos assinados por jornalistas de primeira linha. “O Folha era uma celebração de diferenças, o que enriquecia o conteúdo”, define a jornalista Isabela Larangeira. O Folha também descobriu muitos

talentos. Inclusive de moda. Antes do Bazar surgir, em 2000, foi o primeiro a falar, por exemplo, da existência de uma tal de Adriana Lima, hoje top model internacional. “Adriana, finalista do prêmio Ford Models”, anunciava o título da matéria. “É muito provável que, dentro em breve, ela esteja, mesmo que não ganhe a final, estampando editoriais de moda e capas de revista”, profetizou o texto. O Folha marcou época!

BAZAR: CRIANDO MODA O Bazar foi lançado no dia 7 de maio de 2000, com a proposta de trazer destaques de moda, gastronomia, comportamento, turismo e beleza. O jornalista Jamil Moreira Castro foi convidado para coordenar o projeto. O caderno abriu portas para o CORREIO participar dos grandes eventos de moda no país, como o atual São Paulo Fashion Week. “Durante anos, apenas o CORREIO cobria os eventos nacionais como esse“, diz Jamil. Mesmo com a reforma de 2008,

o Bazar foi mantido sob comando das jornalistas Gabriela Cruz e Paula Magalhães. “Semanalmente, a equipe tem o desafio de criar e produzir pautas inovadoras em todas as editorias que o caderno atende”, diz Gabriela, hoje editora de conteúdo do Estúdio Correio, setor de projetos do jornal que, desde 2015 realiza o Afro Fashion Day, o primeiro desfile de moda negra do país, concebido na época pelo então diretor de redação, Sérgio Costa.


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COBERTURA 40+ NOSSA HISTÓRIA

E COMO SE FAZ UM JORNAL? DO PLANEJAMENTO À GRÁFICA

EDITORES-CHEFES DO JORNAL AO LONGO DO TEMPO

5 HORAS

7 HORAS

MEIO-DIA

14 HORAS

17 HORAS

19 HORAS

21 HORAS

23 HORAS

A PRIMEIRA RONDA DO DIA É FEITA COM A POLÍCIA CIVIL E A MILITAR, POLÍCIAS RODOVIÁRIAS ESTADUAL E FEDERAL, TRANSALVADOR, SITES LOCAIS E NACIONAIS E JORNAIS

O PRIMEIRO PLANTONISTA SEGUE PARA O HOSPITAL GERAL DO ESTADO (HGE) E PARA O INSTITUTO MÉDICO LEGAL NINA RODRIGUES (IMLNR), EM BUSCA DE POSSÍVEIS NOTÍCIAS

O CHEFE DE REPORTAGEM REPASSA OS CONTEÚDOS DO DIA COM A EDITORA-CHEFE. OS EDITORES ENVIAM AS SUAS APOSTAS DO QUE PODERÁ SER PUBLICADO PARA O DIA

O CHEFE DE REPORTAGEM DA MANHÃ MOSTRA O RESUMO DO DIA PARA A CHEFE DE REPORTAGEM DA TARDE, QUE REALIZA NOVAS RONDAS AO LONGO DO DIA

EDITORES DO IMPRESSO SE REÚNEM COM O EDITOR RESPONSÁVEL PELO FECHAMENTO DO JORNAL E MOSTRAM SUAS APOSTAS PARA O DIA SEGUINTE

EDITOR DE FECHAMENTO RECOLHE O ‘ESPELHO’ COM A PRODUÇÃO DO DIA E DISTRIBUI AS PÁGINAS DO JORNAL PARA OS EDITORES, A DEPENDER DE CADA NOTÍCIA

PRIMEIRA RODADA DO JORNAL É ENVIADA PARA A GRÁFICA E A CHEFE DE REPORTAGEM ENVIA UM RELATÓRIO SOBRE MATÉRIAS PARA O PRÓXIMO DIA

A SEGUNDA RODADA DO JORNAL É ENVIADA PARA A GRÁFICA, QUE INICIA O PROCESSO DE IMPRESSÃO DA EDIÇÃO DO DIA SEGUINTE

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Walfredo Girard Reis 1981–1995 Chegou ao CORREIO após passagem pelos Diários Associados, de Assis Chateaubriand, e Folha de S. Paulo. Quando decide retornar à Bahia, começa a trabalhar na Rádio Cruzeiro. Recebe o convite de ACM para comandar o periódico. Algo chama atenção da biografia do editor: jamais se formou, oficialmente, em Jornalismo. Com o pseudônimo Fredy Xisto, comentava sobre os últimos lançamentos literários na coluna Livros. Deixou o cargo apenas com a morte, em 1995. FOTO ARQUIVO CORREIO

Demóstenes Teixeira 1995–2008 Antes de Walfredo Reis morrer, na prática, Demóstenes Teixeira já havia assumido como editor-chefe, em 1990. Apesar de ter chegado para comandar o jornal (em um ano de campanha política), Demóstenes decide manter o nome de Reis no expediente como editor-chefe. “Era uma forma de homenagem pelos serviços prestados”, explica. Em 1995, é criado o cargo de diretor de redação, assumido por

PERFIS DE QUEM CHEGA JUNTO COM A GENTE

Demóstenes, que começa a aparecer no expediente. Na sua passagem, comandou duas reformas gráfico-editoriais. Na primeira, em 1996, o jornal se tornou colorido e mudou até a logomarca. Em 2000, com o objetivo de reforçar os conteúdos de arte, cultura e comportamento, também criou cadernos como o Folha da Bahia, o Bazar e o Correio Repórter, que se tornaram referências em suas áreas no país. Com Demóstenes, o jornal passou a circular também aos domingos. “A edição de domingo era de ouro. A gente precisava oferecer algo diferenciado ao leitor”, lembra Demóstenes, que deixou o cargo em 2008 com a chegada da consultoria espanhola Innovation. FOTO DE MANU DIAS

O mais antigo da casa OSMAR MARROM MARTINS Marrom também é rock ‘n roll. É verdade. O jornalista lembrado pelo Axé Music põe no topo da lista de álbuns favoritos clássicos do rock. Marrom, afinal, é mistura. Herdou o apelido de Alcione – é Osmar Martins de nascença –, era chamado de “xará” por Osmar Macedo, é neto de índio, cresceu na Liberdade e viveu o nascimento do Axé. Aos 60 anos, o funcionário mais antigo do CORREIO é uma memória viva da música. Chegou ao jornal em 1978, na fase de planejamento, para escrever sobre música. Mas, se perguntado como aconteceu a aproximação com o Axé, brinca: “Sou o cara certo na hora certa”. Tornou-se um dos porta-vozes do ritmo, nascido em 1985. Em 1989, deixou o jornal para um período sabático e retornou em 1999. No período, acredite, produziu shows de Barão Vermelho, Angela Rorô e Cazuza em Salvador. Também foi a Londres, estudar inglês. Lá, uma coincidência: viu o anúncio de um show junino do conterrâneo Gilberto Gil. Parece que a Bahia e a música estão com ele onde quer que seja. FOTO DE ARISSON MARINHO

O mais novo na área MARCUS BARBOSA

A memória do jornal MILTON CERQUEIRA

Primeiro jornaleiro ADELÁDIO NUNES

Aos 3 anos, Marcus Barbosa, 25, teve o primeiro contato com revistas de carro. Começou a desenhar veículos e, pela família, corria a previsão de que o menino seria desenhista. Um pouco mais crescido, assistiu à obra de Charles Chaplin e conheceu Jackie Chan. Uniu as referências. Antes dos 15, produzia, sozinho, curta-metragem, coreografias de luta, roteiros e dublagens. De desenhista, ganhou fama de “cineasta” entre pais, tios e primos. O funcionário mais recente do CORREIO é, definitivamente, um autodidata. O que não sabiam os familiares é que Marcus se tornaria de tudo um pouco e aprenderia tanto sem nenhuma orientação. Desenhista, videomaker, editor, cineasta, coreógrafo, arranha até no mandarim. Nunca imaginaram, também, que o jovem chegaria à redação de um jornal. Mas como um apaixonado por carros chegou ao cinema, à luta e a uma redação de jornalismo, sobrepondo as referências, nem ele próprio sabe. “O amor une todas coisas. Talvez seja como um membro do corpo”. FOTO DE MARINA SILVA

Boa parte do conteúdo do especial que você está lendo agora dependeu dele. No CORREIO desde dezembro de 1983, Milton Luiz Cerqueira da Silva, conhecido entre os colegas de redação como Bozó, é responsável por arquivar matérias e fotos. Começou como office-boy, mas logo se tornou arquivista. A catalogação das reportagens envolvia a colocação de cada uma delas em fichários com temas. De tanto ler matérias e arquivar fotos, Milton se tornou o maior conhecedor da história das coberturas do CORREIO - a memória do jornal. “Fica guardado na mente, né?”, diz. O fichário foi abolido em 1997, quando se iniciou a informatização. “Os últimos negativos que temos aqui são de 2005”, diz. Até 2005, o arquivo de fotos do CORREIO reuniu mais de 137 mil envelopes de negativos. O número exato de fotos é incalculável. Isso fora as imagens no Shell após as câmeras digitais. “Hoje, são poucos jornalistas que buscam o arquivo. O pessoal tem que entender que nem tudo está no Google”, ensina. FOTO DE ROBERTO ABREU

Hillary Clinton esteve no Pau Miúdo. E, quando saía de um projeto social no bairro, em 1995, mirou Seu Adeládio em frente a sua banca de jornal, na Rua Marquês de Maricá. Trocaram olhares e ela seguiu. Tornou-se mais uma personagem das histórias contadas ali. É de lá, o mais antigo ponto de venda do CORREIO, que Adeládio Nunes, 64, o dono, une e confronta a própria vida com a do jornal. O olhar da norte-americana como que eleva a banca a um ponto turístico. “Não que a gente tenha se falado, mas senti a empatia no olhar dela”, lembra Seu Adeládio. Para vender, há um método: a apresentação do produto e a fidelização do cliente deve acontecer em 20 segundos. A meta dos próximos 40 anos é reduzir para dez segundos. “Acho que, de alguma maneira, o CORREIO também foi buscando uma forma de melhorar”, explica. A banca surge em 1978, ano de registro do jornal. “Eu vi que o tamanho do ombro era ombro de gigante”, diz, sobre o jornal. O seu próprio vigor era e é de gigante. FOTO DE EVANDRO VEIGA

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Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

ARTIGO NOSSA HISTÓRIA

EDITORES-CHEFES DO JORNAL AO LONGO DO TEMPO

Rodrigo Cavalcante 2008 – 2009 Desembarcou em Salvador depois do Carnaval de 2008 para comandar a redação e coordenar a transformação editorial que viria em seguida. Em pouco mais de seis meses, “entre pratas da casa e novos talentos contratados”, relançaram o jornal. Antes, teve passagens por publicações como Veja, Superinteressante e Você S.A. “Sinto-me muito feliz por ter ajudado a construir a base que levou o Correio a se transformar no líder que se tornou”. FOTO ARQUIVO PESSOAL

Sérgio Costa 2009–2015 O carioca-baiano nascido na Tchecoslováquia e filho de jornalista chegou ao CORREIO no momento de maior mudança editorial e gráfica da história do jornal, em 2008. Um ano depois de Sérgio, o Correio já havia se tornado líder no mercado. Também concorreu a prêmios como o Tim Lopes e foi seis vezes finalista do Esso. Antes de assumir o cargo, comandou a Sucursal do Rio de Janeiro do jornal Folha de S. Paulo. Teve ainda

Design encantador, fotos marcantes, capas impactantes, texto envolvente, especiais multimídia, grandes histórias e coberturas, investigações profundas, eventos transformadores... A lista de inovações que o CORREIO vem promovendo desde 2008 é tão extensa que não é exagero dizer que, nos últimos 10 anos, o jornal provocou uma revolução no jornalismo na Bahia. Aliás, de tão poderosos, alguns desses rebuliços tiveram alcance mundial. Pelas mãos do CORREIO, a Bahia tem sido representada, desde 2008, nos grandes fóruns mundiais de comunicação. Numa década, já colecionamos mais de 50 prêmios de jornalismo, inovação, design e marketing — mais da metade deles internacionais, em que chegamos até a superar os maiores do planeta, como The New York Times, The Guardian, Washington Post, Folha de S. Paulo... Em nossa “sala de troféus” temos, entre outros, os prêmios Esso, Petrobras, Embratel, Tim Lopes, Vladimir Herzog, INMA e SND.

2008-2010: AGILIDADE E IMPACTO Toda essa trajetória de sucesso teve como grande pivô a reforma gráfica e editorial de 2008. O formato compacto e as edições 100% coloridas adotadas a partir de agosto daquele ano permitiram, de cara, grandes inovações. Com design envolvente, divisão de seções diferenciada e texto leve, mostramos que um jornal de qualidade podia ser também acessível e de fácil leitura. Um jornal assim só podia ser feito com uma equipe de jornalistas muito arrojada e criativa. Foi nesse ambiente fértil que começaram a surgir os primeiros exemplos do que — até hoje — é uma marca registrada do jornal: as grandes capas. Já em 2009, a capa A Certidão do Descaso foi finalista do Esso, à época o principal prêmio de jornalismo do Brasil. (Veja essa e outras marcantes acima). 2011-2013: CONSOLIDAÇÃO DA CULTURA DE INOVAÇÃO Mas, obviamente, não só de

#Às voltas com o futuro CORREIO revoluciona o Jornalismo na Bahia e ganha o mundo capas é feito um jornal. E a cultura de liberdade e criatividade dentro da redação também se refletia em grandes reportagens e novas formas de se fazer jornalismo. Assim, diversos trabalhos de profundidade — como uma investigação sobre a Operação Janus (2008), O Preço do Voto (2010) e a série Além do Hábito (2011), sobre a vida de Irmã Dulce — abriram a trilha dos grandes prêmios de jornalismo, depois seguida por trabalhos que, além de troféus, renderam frutos tão importantes como ações judiciais, audiências públicas (especial O Silêncio das Inocentes, 2015) e até um filme (da série Onde está Geovane?, 2015). Em 2011, a série 1000 Vidas inaugurou o jornalismo de dados no CORREIO, uma técnica de apuração que revolucionou o jornalismo mundial nos últimos anos. A série, sobre 1.000 homicídios em Salvador, foi finalista de três prêmios, entre eles o Data Journalism Awards, a mais prestigiada competição de jornalismo de dados do mundo. Foi nosso primeiro prêmio internacional de jornalismo. Outra iniciativa fundamental para a cultura da inovação, em 2011, foi o lan-

çamento do projeto de formação de talentos do jornal que dura até hoje: já são 13 turmas do Correio de Futuro, que dá a estudantes de jornalismo uma experiência de várias semanas conhecendo o jornal por dentro e produzindo reportagens e materiais especiais. É também nessa época que o CORREIO inova, ampliando sua atuação para além da redação com outro projeto importantíssimo: o Agenda Bahia, encontro que reúne dirigentes de grandes empresas, instituições, acadêmicos e governantes para discutir o desenvolvimento sustentável do estado. O evento é hoje o principal fórum de debate sobre o futuro da Bahia.

2014-2015: DIGITALIZAÇÃO Sem reduzir o ritmo de inovações, em 2014, o CORREIO entra em uma nova fase. Até então, o site era produzido por uma equipe própria. No segundo semestre daquele ano, porém, pela primeira vez, jornalistas que se dedicavam exclusivamente ao impresso desenvolvem um projeto 100% digital: o Especial Tempo Perdido. Desenvolvido com um design diferenciado, com uma lógica narrativa pensada especialmente para o inter-

nauta, repleto de recursos multimídia, o especial se debruçou sobre histórias de adolescentes que cometem atos infracionais. Com tantos predicados, acabou eleito o melhor trabalho investigativo online do Brasil pelo Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo e entre os três melhores produtos de Inovação da América Latina pela Associação Mundial de Jornais (WAN-Ifra). Os próximos passos necessários ficaram evidentes. Quebramos paredes, mudamos rotinas de trabalho e, três meses depois, toda a redação do jornal já trabalhava para o digital. Em 2015, produzimos um trabalho que é até hoje um dos mais fortes da história do jornal: o Silêncio das Inocentes. Com histórias de mais de 100 casos de estupro em Salvador, conquistou nada menos que quatro prêmios: Petrobras, Vladimir Herzog, INMA e Latam, mas, principalmente, provocando uma investigação do Ministério Público e emocionando e transformando até hoje. Tão emocionante e mobilizador é outro evento criado em 2015 e que prova que nosso conteúdo vai muito além do jornal: o Afro Fashion Day (AFD). Realiza-


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1 Trinta mortes num fim de semana rendeu medalha de prata no ÑH2018, prêmio de design internacional 2 Aniversário de Salvador também ajudou o jornal a levar o ÑH2018, mas, nesse caso, a medalha de ouro 3 A Voz de Kátia Vargas destacou a entrevista exclusiva que a médica Kátia Vargas deu ao jornal, dias antes de seu julgamento 4 Projeto Mil Vidas em 2011, ‘inaugurou’ o jornalismo de dados no CORREIO

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Essa alma inovadora, cunhada, amadurecida e consolidada ao longo desses anos, fez com que elevássemos a inovação a um patamar estratégico dentro do jornal

do sempre na época do Dia da Consciência Negra, o pro jeto reúne arte, moda, dança e gastronomia negras e já se tornou referência na agenda cultural do país.

2016 EM DIANTE: INOVAÇÃO ESTRATÉGICA Essa alma inovadora, cunhada, amadurecida e consolidada ao longo desses anos, fez com que elevássemos a inovação a um patamar estratégico dentro do CORREIO. Em 2016, criamos o cargo de editor de inovação — posição que existe em pouquíssimos jornais do mundo. O nome do cargo já é emblemático. É “editor” não porque edita conteúdo sobre inovação, mas para indicar que, no CORREIO, o conteúdo, o jornalismo e o leitor são o ponto de partida para qualquer inovação. Inovação é uma prioridade, assim como o compromisso de levar a informação o mais rápido possível para você — no nosso site, nas redes sociais, por email, com nossas newsletters, ou até no seu WhatsApp. É assim que colecionamos prêmios. É assim que colecionamos leitores. É assim que colecionamos credibilidade. É assim que colecionamos futuro.

QUEM É ï Juan Torres é jornalista e coordenador de Inovação do CORREIO

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uma passagem pela ONU, em Nova York, e pelas extintas revistas Ele e Ela e Manchete, e no jornal O Dia. A Bahia sempre foi seu ponto de referência entre tantas influências. No dia 6 de março de 2016, já diretor executivo do jornal, não resistiu a um infarto. É sempre lembrado pela ousadia nas capas e sugestões, pelo perfil de líder nato e pela simpatia. Nunca teve medo de ousar, como na capa da morte de Oscar Niemeyer, em 2012. Nela, uma frase do próprio arquiteto: “A vida é um sopro”. Em artigo publicado no dia seguinte, Juan Torres, editor de inovação, lembrou: “A Sala da Diretoria ou à beira da Baía de Todosos-Santos eram praticamente o mesmo ambiente para Sergio Costa”. FOTO DE SORA MAIA


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Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

COBERTURA 40+ QUEM FAZ

QUEM CHEGA JUNTO COM O CORREIO EDITORES-CHEFES DO JORNAL AO LONGO DO TEMPO

GESTÃO

MERCADO LEITOR

MARKETING, PROJETOS E MÍDIAS DIGITAIS

MAIRA AZEVEDO

MARA SALMERON

FABIO GOIS

ROBERTO GAZZI

DIRETOR DE JORNALISMO E MÍDIAS DIGITAIS

Estes profissionais produzem ou ajudam a produzir o conteúdo que você vê diariamente no papel e no digital

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LINDA BEZERRA

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EDITORA CHEFE

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DIGITAL JUAN TORRES

WLADMIR PINHEIRO

EDITOR DE INOVAÇÃO

EDITOR

JOÃO GABRIEL CAROLINE NEVES

Oscar Valporto 2015–2016 O também carioca Oscar Valporto assumiu a chefia do jornalismo do CORREIO logo depois da transferência de Sérgio Costa para a diretoria executiva. Jornalista desde 1981, passou pelo Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, no governo do Rio, no Viva Rio e no Comitê Olímpico Brasileiro. Ficou no CORREIO durante oito anos. Antes, tinha sido editor executivo do jornal. FOTO DE

SUBEDITOR

SUBEDITORA

KIVIA SOUZA

REPÓRTER

AMANDA PALMA

BRISA DULTRA

REPÓRTER

AUDIOVISUAL

THARSILA PRATES

AUDIOVISUAL

POLÍTICA

DIVO ARAÚJO

JAIRO COSTA JUNIOR

GERALDO SAMPAIO

SUBEDITORA

SUBEDITOR

EDITOR

ANDREIA SANTANA

SOCORRO IRAN ARAÚJO PINHEIRO

REPÓRTER

REVISORA

LUAN SANTOS REPÓRTER

REVISOR

ALINI GOMES

MINHA BAHIA

MARCUS BARBOSA

YURI ROSAT

IMPRESSO

EDITOR DE FECHAMENTO

CLARISSA PACHECO

SUBEDITORA

GERENTE

GERENTE

GERENTE

SECRETÁRIA

AUDIOVISUAL

MARIANA RIOS EDITORA

ALBERTO DOS SANTOS

MEMÓRIA

AUXILIAR ADMINISTRATIVO

JORGE GAUTHIER

ANA PASSOS

FERNANDA VARELA

CHEFE DE REPORTAGEM

COORDENADORA ACERVO E BIBLIOTECA

PERLA RIBEIRO

SUBEDITORA

CHEFE DE REPORTAGEM

MARCIO COSTA E SILVA

GIL MÁRIO BITTENCOURT SANTOS

GRAÇA MILTON FIGUEIREDO CERQUEIRA ARQUIVO

Linda Bezerra DESDE 2016 A atual editora-chefe do jornal assumiu o cargo em setembro de 2016, no mesmo período em que Roberto Gazzi torna-se diretor executivo do periódico. Pode parecer mentira, mas ela começou a trabalhar no jornal no dia 1º de abril de 1997, há quase 22 anos. Trabalhou por dez anos em dois veículos: o CORREIO e a TV Band. Foi, nos dois veículos, chefe de reportagem e pauteira. Em 2008, recebeu a proposta de ser editora de produção do CORREIO. Desde então, dedica-se exclusivamente ao jornal. FOTO DE ANGELUCI FIGUEIREDO

ARQUIVO

REPÓRTER

REPÓRTER

REPÓRTER

REPÓRTER

JULIA VIGNÉ

TAILANE MUNIZ

REPÓRTER

REPÓRTER

NILSON VINÍCIUS YASMIN MARINHO NASCIMENTO GARRIDO ESTAGIÁRIO

ESTAGIÁRIO

BAZAR

ARTE

HERBEM GRAMACHO

PAULA MAGALHÃES

IANSÃ NEGRÃO

VICTOR VILLARPANDO

MORGANA MIRANDA

MIRO PALMA SUBEDITOR

BRUNO QUEIROZ

REPÓRTER

THAIS BORGES

ESPORTE/BA-VI

EDITOR

DANIELA LEONE

BRUNO WENDEL

REPÓRTER

EDITORA

IVAN MARQUES SUBEDITOR

GABRIEL RODRIGUES REPÓRTER

VITOR VILLAR

REPÓRTER

EDITORA

SUBEDITOR

GIULIANA MANCINI

DANIEL SILVEIRA

REPÓRTER

REPÓRTER

ESTAGIÁRIA

SUBEDITORA

LEO AMARAL

PRODUTOR DE MODA

AXEL HEGOUET

RENATO SANTANA

DESIGN

FOTÓGRAFO

ARI BARBOSA DESIGN

DADÁ JAQUES DESIGN

ISRAEL GONÇALVES DESIGN

QUINTINO ANDRADE DESIGN

HISTÓRICO DE PRÊMIOS 5 3º LUGAR

POR POSIÇÃO

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NACIONAL

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1º LUGAR

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2º LUGAR

6

PRÊMIO DE EXCELÊNCIA

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MENÇÃO HONROSA

3

REGIONAL

ALCANCE

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INTERNACIONAL


Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

COMERCIAL

OPERAÇÕES E CONTRATOS

INDUSTRIAL

LUCIANA GOMES

IVONEI TANAJURA

JERONIMO DE SOUZA

GERENTE

GERENTE

COBERTURAS E ESPECIAIS

GERENTE

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Onde está Geovane? A BUSCA SEM FIM A série de reportagens revelou a execução de Geovane Mascarenhas, em 2014. O trabalho inspirou o filme Sem Descanso

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ALGUNS DOS NOSSOS PRINCIPAIS PRODUTOS DO CORREIO

BIT.LY/ONDEESTAGEOVANE1

SUA DIVERSÃO/VIDA Tempo Perdido JOVENS DO CRIME

ANA PEREIRA EDITORA

OSMAR ‘MARROM’ MARTINS

NAIANA RIBEIRO

LAURA MARÍLIA MOREIRA FERNANDES

REPÓRTER

REPÓRTER ESPECIAL

REPÓRTER

ROBERTO KELVEN MIDLEJ FIGUEIREDO

REPÓRTER

REPÓRTER

ESTAGIÁRIO

SÓ SE VÊ NO CORREIO ALMIRO LOPES FOTÓGRAFO

DONALDSON DORIS HAGAMENON ALEXANDRE FERNANDA GOMES MIRANDA LIMA BRITO LYRIO EDITOR

EDTORA ADJUNTA

EDITOR

REPÓRTER ESPECIAL

ESTAGIÁRIA

MOTORISTAS

ARISSON MARINHO FOTÓGRAFO

BETTO JR.

FOTÓGRAFO

ADELSON ALMEIDA

REINALDO FREITAS

COLUNISTAS GABRIEL GALO | EDISIO FREIRE | CESAR ROMERO | MALU FONTES | HUGO BRITO | RONALDO JACOBINA | ÉRICO BRÁS | RAFAEL FREITAS | KELSOR FERNANDES | JOÃO CARLOS PEDREIRA ANDRADE | CLAUDIO CUNHA | PAULA THEOTÔNIO | NELSON CADENA | ARMANDO AVENA | FLAVIA AZEVEDO | ANINHA FRANCO | VICTOR UCHOA | KÁTIA BORGES | ROGÉRIO MENEZES | ELTON SERRA | MIRIAM LEITÃO | ELIO GÁSPARI

FLORISVALDO LAGO

LUÍS OLIVEIRA

EVANDRO VEIGA FOTÓGRAFO

MARINA SILVA

FOTOGRAFIA

MÁRCIO COSTA E SILVA EDITOR

FOTÓGRAFA

SORA MAIA SUBEDITORA

MAURO AKIN NASSOR FOTÓGRAFO

ROBERTO ABREU

PROJETOS ESPECIAIS

TRATAMENTO DE IMAGENS

FLÁVIO OLIVEIRA

ERLANNEY ROCHA

EDITOR

TRATAMENTO DE IMAGENS

JAGUARACY BATISTA

ANTÔNIO MEIRA

EDITOR DE AUTOS

VICTOR LAHIRI

REPÓRTER

PRISCILA CARMEN NATIVIDADE VASCONCELOS REPÓRTER

AUXILIAR ADMINISTRATIVO

REPÓRTER

POR ANO 2009 5

2008 1

2013 5

2010 8

2011 14

2012 5

2015 5

2014 1

2017 3

2016 4

2018 5

Investigamos a vida de jovens que cometem atos infracionais. A série conquistou o Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo BIT.LY/ESPECIALTEMPOPERDIDO

Silêncio das inocentes AS VOZES CALADAS Trabalho lançado em 2015 trata sobre a violência sexual contra mulheres em Salvador. Ganhou prêmios como o Petrobras, em 2017 BIT.LY/OSILENCIODASINOCENTES

ME SALTE INFORMAÇÃO COM FECHAÇÃO E RESPEITO. ASSIM, NO DIA 1º DE ABRIL DE 2016, SURGIU O ME SALTE, QUE É O PRIMEIRO CANAL DE NOTÍCIAS LGBTQIA+ HOSPEDADO NO JORNAL CORREIO. IDEALIZADO PELO JORNALISTA JORGE GAUTHIER, QUE TAMBÉM É RESPONSÁVEL POR TODA PRODUÇÃO DE CONTEÚDO DO CANAL, O ME SALTE JÁ SUPEROU A MARCA DE 20 MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES COM CONTEÚDOS QUE ABORDAM OS VÁRIOS ASPECTOS DA DIVERSIDADE, GÊNERO E IDENTIDADE. O CANAL PRODUZ REPORTAGENS MULTIMÍDIA E TAMBÉM ESTÁ DISPONÍVEL NAS REDES SOCIAIS ATRAVÉS NO PERFIL @ME_SALTE.


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Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

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ARTIGO WALDECK ORNÉLAS QUEM É

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Waldeck Ornélas é especialista em planejamento urbano-regional e ex-secretário do Planejamento, Ciência e Tecnologia da Bahia ï

ALGUNS DOS NOSSOS PRINCIPAIS PRODUTOS DO CORREIO

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AGENDA BAHIA EM SUA 10ª EDIÇÃO, O SEMINÁRIO DEBATE IDEIAS INOVADORAS, SUSTENTABILIDADE, COMPETITIVIDADE, NEGÓCIOS E TECNOLOGIA. O FÓRUM REÚNE ESPECIALISTAS EM DIVERSAS ÁREAS E CONECTA REPRESENTANTES DO PODER PÚBLICO, DA SOCIEDADE CIVIL E DE ORGANIZAÇÕES. A PROGRAMAÇÃO INCLUI PALESTRAS, PAINÉIS, TALKSHOWS, WORKSHOPS E OFICINAS. FOTO DE MARINA

AFRO FASHION DAY NO MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA, O CORREIO REALIZA O PRINCIPAL EVENTO DE MODA NEGRA DO PAÍS. PROPÕE, SOBRETUDO, A VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE. MODELOS SELECIONADOS EM BAIRROS DE SALVADOR E ESTILISTAS MOSTRAM SEUS TALENTOS NAS PASSARELAS. FOTO DE BETTO JR.

ESTÚDIO CORREIO NÚCLEO DE CRIAÇÃO DE PROJETOS DO JORNAL, O ESTÚDIO NASCEU EM 2017 PARA CONECTAR MARCAS E AUDIÊNCIAS. O SETOR, QUE FAZ PARTE DO MARKETING, É FORMADO POR COMUNICÓLOGOS QUE USAM O JORNALISMO PARA CRIAR PROJETOS EM DIVERSAS PLATAFORMAS: DIGITAL, IMPRESSO, AÇÕES, COMO O SOU VERÃO, E EVENTOS, COMO O AFRO FASHION DAY E O AGENDA BAHIA. FOTO DE BETTO JR.

SILVA

Salvador nasceu planejada, à moda da época, tendo sua planta sido trazida de Portugal por Luiz Dias, na comitiva de Thomé de Souza. Logo tornou-se uma cidade global, pela condição de primeira capital do Brasil e pela importância do seu porto. Nos últimos 40 anos, no entanto, é que talvez tenha vivido seus momentos mais desafiadores. Em 1979, com cerca de 1,5 milhão de habitantes, vivia sob o impacto de uma imigração acelerada – a população triplicara nas duas décadas anteriores – ao mesmo tempo em que se beneficiava da implantação do sistema de “avenidas de vale”, preconizado pelo Escritório do Planejamento Urbanístico da Cidade do Salvador (Epucs), e da Avenida Paralela, nomeada Luís Viana, à Avenida Otávio Mangabeira, que tornara possível a ampliação do seu casco urbano e a absorção dos refugiados da seca, que se concentrariam no Subúrbio Ferroviário e no Miolo. Esse processo fez com que a cidade se degradasse. Sob o impacto do acelerado crescimento populacional, pudemos assistir, em quatro dé-

Pela retomada da posição de Cidade Global Urbanidade Em meio a avanços e retrocessos, Salvador ainda depende de planejamento para tornar real um novo tempo de protagonismo cadas, agigantar-se o desequilíbrio entre as demandas por infraestruturas, como a abertura de novas vias, pavimentação e drenagem; equipamentos sociais, especialmente os de educação e saúde; habitação popular, do que os programas predominantemente federais nunca deram conta; serviços públicos, como os de limpeza,

iluminação e transportes, e a incapacidade fiscal da prefeitura e do estado de atenderem as necessidades. As favelas assim geradas são aqui chamadas de invasões, pela forma como foram produzidas. A reação se deu com a implantação de políticas de desenvolvimento, buscando a criação de oportunidades de

trabalho e renda. Os reflexos positivos da implantação do Polo Petroquímico, ao longo da década de 1970, fazia surgir uma nova classe média, trazendo dinamismo e modernidade ao comércio e aos serviços, com a implantação do primeiro shopping center (1975), o segundo do país, símbolo desse novo momento, e começo da formação do

segundo centro, proposto pelo Plano de Desenvolvimento Urbano de Salvador (Plandurb), no que é hoje a região da Avenida Tancredo Neves. Contando com a energia de Paulo Afonso e a água do Paraguaçu (Pedra do Cavalo), Salvador estava pronta para absorver um ciclo de acelerado crescimento. O sistema de esgotamento sanitário veio com o Bahia Azul, nos anos 1990. Antes, a implantação do aterro Centro houvera permitido o fechamento do antigo lixão de Canabrava, onde está hoje o Estádio Manoel Barradas (Barradão). Salvador também ganhou, ao longo desse período, um expressivo número de parques públicos, como Pituaçu, Abaeté, São Bartolomeu, Costa Azul e o do Dique do Tororó, que se juntaram ao Parque da Cidade – doado por Joventino Silva e há pouco requalificado. A cidade tornara-se metrópole e mantinha-se como centro de uma vasta região que sempre ultrapassou os limites da Bahia. O início dos anos 1990 assistiu a um momento mágico para a cidade: a recuperação do Pelourinho, que fora reconhecido pela Unesco como Patrimônio da Humanidade. Roberto Marinho, Jorge Amado e o ex-presidente de Portugal, Mário Soares, foram as personalidades convidadas pelo então governador Antonio Carlos Magalhães para a inauguração de cada uma das primeiras etapas. Desde então, o Centro Histórico, tendo recuperado o seu esplendor, voltou à agenda da cidade, onde retoma o seu lugar de destaque com cada passo que é dado no sentido de redefinir o seu papel na vida urbana. A recente implantação dos hotéis Fera e Fasano, a instalação da Casa do Carnaval, a criação do Hub Salvador são exemplos de dimensões múltiplas que o “centro ex-

cêntrico” a que se referia Milton Santos passa a assumir, em uma cidade cuja população ainda não o adotou, mas que os visitantes de todo o mundo fazem questão de reverenciar. O turismo, ancorado na força da cultura local, ocupou seu lugar como um importante eixo de desenvolvimento, trazendo dinamismo e visibilidade à capital da Bahia. Em desenvolvimento desde os anos 1970, a evolução tem sido oscilante, e neste momento inicia novo movimento ascendente. Cidade sem indústrias – direcionadas que foram para a região metropolitana –, o turismo, o comércio e os serviços constituem a sua base econômica. Essa é uma vertente que precisa ser continuamente aprofundada e qualificada. A modernização da orla marítima, a Casa de Jorge Amado, os “fortes” de Caribé e Verger, as obras de modernização do aeroporto, o Cimatec, a implantação do metrô, o novo Centro de Convenções, a Arena Aquática, são signos de uma nova era que a cidade começa a viver. Agora, aos 470 anos de sua fundação e com o declínio do ritmo de crescimento populacional, abre-se a oportunidade de Salvador reencontrar-se com o seu passado de glórias e, sobre ele, erguer as bases do futuro, reequilibrando o desenvolvimento urbano, com o fortalecimento de sua rede de equipamentos sociais e infraestruturas, e recolocando-se como cidade global, no contexto tecnológico, econômico e cultural do século XXI, para o que dispõe de condições excepcionais, com a marca de sua cultura singular, diferenciada e diversificada – fruto das características de sua gente, fonte de sua literatura, música, gastronomia, patrimônio e tradições – formada sobre o sólido suporte do que se convencionou chamar de baianidade. ï

1 Obras do Bahia Azul 1996, Arquivo Correio 2 Dique do Tororó 2014, foto de Mauro Akin Nassor 3 Farol 2015, revitalização da Barra, foto de Betto Jr. 4 Canabrava 1992, aterro sanitário, foto de Francisco Galvão

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Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

Salvador, terça-feira, 15 de janeiro 2019

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ARTIGO NIVALDO ANDRADE

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PARABÉNS COM MÚSICA NO NOSSO ANIVERSÁRIO, O PRESENTE, EM FORMA DE MÚSICA, É SEU: COLETÂNEA ESPECIAL REÚNE 13 ARTISTAS E 22 CANÇÕES, ALGUMAS DELAS CANDIDATAS A HIT DO VERÃO.

As pessoas me ligavam falando: ‘o Harmonia foi indicado ao Grammy Latino’. Mas eu confesso que só acreditei quando vi no CORREIO. Foi emocionante Xanddy O vocalista do Harmonia do Samba só acreditou na indicação quando conferiu a notícia no jornal

Em 1992, quando fiz o show no Masp, foi um sucesso imenso. Eu voltei para a Bahia e vi na manchete do CORREIO o título ‘Rainha do Axé’. Eu senti um orgulho imenso Daniela Mercury Ao relembrar a repercussão de seu show em São Paulo, um dos momentos mais importantes da história da axé music

Assim como eu, o CORREIO é Gigante e merece ser prestigiado, sempre! Dá-lhe, CORREIO! Que venham mais 40! Estamos juntos! Léo Santana Sobre sua relação com o jornal, realçando que sempre se sentiu apoiado em todos os momentos de sua carreira

Mais respeito e carinho com o Pelourinho Patrimônio O Centro Histórico perdeu metade da população em 20 anos. Dos projetos para o local, poucos estiveram à altura da sua importância

Coração da Roma Negra, o Centro Histórico de Salvador (CHS) se encontrava bastante degradado e perdia população no final da década de 1970. A criação do Centro Administrativo (CAB), a partir de 1972, e a inauguração da nova Rodoviária (1974) e do Shopping Iguatemi (1975) transferiram funções importantes para uma nova área da cidade e contribuíram para acelerar o processo de esvaziamento da área que, por mais de quatro séculos, foi o centro nervoso de Salvador, da Bahia e, nos seus primeiros 200 anos, do Brasil. À época, o governo do estado, através da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (hoje Ipac), com recursos próprios e do governo federal, estava implementando o Projeto Pelourinho,

QUEM É Nivaldo Andrade é professor da Faculdade de Arquitetura da Ufba e presidente da Direção Nacional do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) ï

em grande medida fundamentado no relatório elaborado em 1967 pelo especialista francês Michel Parent, que recomendava a restauração dos sobrados do Largo do Pelourinho e arredores, e sua adaptação para fins comerciais, turísticos e culturais. O Projeto Pelourinho instalou, na década de 1970, equipamentos como o Museu das Portas do Carmo, o Restaurante-Escola do Senac e o teatro anexo, e restaurou igrejas, como a do Rosário dos Pretos e a Catedral Basílica, implementando, em parte, a proposta de Parent. Por outro lado, visando oferecer infraestrutura para os moradores locais, o projeto incluiu ações como a implantação de uma escola profissionalizante e de uma creche e centro de saúde em sobrados restaurados. Esse projeto, contudo, teria uma ação bastante restrita em termos geográficos e quantitativos. Somente após a inscrição do CHS como Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1985, a área passaria por uma intervenção mais ampla voltada à sua transformação em centro de lazer e turismo. No Programa de Recuperação do Centro Histórico (PRCHS), concebido e executado pelo governo do estado entre 1991 e 1997, foram investidos quase 100 milhões de dólares. O PRCHS recuperou fisicamente mais de 500 edifícios, incluindo a restauração de nove monumentos tombados; criou três estacionamentos periféricos – eliminando a circulação de veículos em diversas ruas – e melhorou as redes de infraestrutura. O programa, porém, foi bastante criticado pela retirada compulsória de quase 3 mil famílias que viviam em sobrados encortiçados na área. A modelagem financeira do PRCHS também se mostrou, a longo prazo, equivocada, por exigir vultosos e contínuos investimentos do estado para a manutenção da programação cultural e da segurança. Certamente, o fato do programa não ter contemplado o uso habitacional de qualquer faixa de renda, também contribuiu para o seu fracasso. A eleição da oposição ao governo, em 2007, não representou avanço na questão. O modelo de gestão voltado para o turismo e lazer e baseado na “animação cultural” foi abandonado, sem que fosse substituído por qualquer outro. O Plano de Reabilitação Participativo do Centro Antigo de Salvador, elaborado pela nova gestão estadual, identificou 1.100 imóveis fechados ou em ruínas no CHS e arredores e propôs que fossem reabilitados em 8 mil moradias para famílias de classe média e para aquelas em situação de vulnerabilidade social já residentes na área. Apesar das boas intenções, quase nada foi feito nesse sentido. Até projetos de habitação

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Quero desejar mais 40 anos, mais 60 anos, ao CORREIO,que fala a linguagem da gente Márcio Victor Líder da banda Psirico, que participa da coletânea com duas canções: Subindo e Descendo e Empina e Joga

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1 Pelourinho 1993, Arquivo Correio 2 Azulejos raríssimos da Ordem Terceira de São Francisco 1982, Arquivo Correio 3 Detalhe da Igreja de São Francisco Centro Histórico, 2018, foto de Marina Silva

social, como o da comunidade da Vila Nova Esperança, uma promessa da nova gestão, seguem até hoje, mais de 10 anos depois, paralisados, enquanto as famílias “temporariamente” desalojadas para a execução da obra continuam em casas de passagem. O que se observa no CHS é um progressivo esvaziamento: de 11.949 habitantes em 1991, passaram a 8.255 em 2000 e apenas 5.985 em 2010. Uma perda de metade da população em menos de 20 anos. Esses dados demonstram a necessidade urgente de elaboração de um plano urbanístico para a área, envolvendo todos os atores sociais. Esse plano deverá ser elaborado de forma integrada e participativa, atraindo investimentos públicos e privados e prevendo a criação de incentivos fiscais e a redução ou isenção de impostos para proprietários de imóveis que os mantenham conservados e utilizados. Deverá contemplar uma série de usos, sem esquecer, evidentemente, a habitação para diversas faixas de renda, incluindo os atuais moradores. Só assim poderemos garantir a preservação desse sítio urbano cujos valores são mundialmente reconhecidos, e só assim poderemos garantir que ele volte a ser um espaço cívico, de integração social e de estruturação urbana, no qual o invisível se visibiliza e a alteridade se constrói.

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Sei como é difícil se reinventar, se atualizar e se adaptar aos novos tempos. E o CORREIO tem feito o mesmo de forma muito positiva Bell Marques Em 2019, o cantor celebra 40 Carnavais. Ele participa da coletânea especial com a música B de Bell

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ARTIGO ACM NETO

LINHA DO TEMPO JORNAL CORREIO 1977 COMEÇAM AS PRIMEIRAS DISCUSSÕES DE PLANEJAMENTO DO CORREIO DA BAHIA E A CONSTRUÇÃO DA EMPRESA.

1978 É FORMADA E REGISTRADA, OFICIALMENTE, A EMPRESA BAIANA DE JORNALISMO, O CORREIO DA BAHIA.

15.1.79 É LANÇADA A PRIMEIRA EDIÇÃO DO CORREIO DA BAHIA, COM 92 PÁGINAS.

18.9.89 NOVO PROJETO GRÁFICO COM ENFOQUE NOS PERSONAGENS, DIVISÃO DAS MATÉRIAS EM BOXES E FOTOS GRANDES.

1992 É CRIADA UMA OPERAÇÃO DE TELEMARKETING PARA ATRAIR ASSINATURAS E LANÇAMENTO DE PRODUTOS AGREGADOS, COMO O ATLAS GEOGRÁFICO.

1994 CHEGAM OS PRIMEIROS COMPUTADORES À REDAÇÃO.

O presente projeta o futuro. A colheita de amanhã depende da semeadura de hoje. Mas os frutos já brotam nesta terra chamada de Kirimurê pelos seus primeiros habitantes, os índios tupinambás. Fundada por Tomé de Souza em 1549 para ser a primeira capital do Brasil, a Cidade de São Salvador da Baía de Todos-os-Santos chega aos 470 anos ingressando num novo círculo virtuoso com um destino promissor. O futuro é auspicioso para uma cidade que organizou suas finanças. Com as contas arrumadas, tornou-se possível investir na transformação de Salvador, melhorando a sua infraestrutura e as condições de vida de seu povo. Quando hoje todo o Brasil se vê diante da urgência de buscar o equilíbrio fiscal, a nossa capital se antecipou e dá exemplo de responsabilidade, com gastos sob controle, recursos em caixa e capacidade de investimento. Com planejamento e priorizando aqueles que mais precisam, Salvador vai superando índices negativos e descartando rótulos como o de “capital do desemprego”. A maior recessão econômica da história do Brasil não freou o progresso da Cidade da Bahia nesses últimos anos. O desafio de vencer essa adversidade impôs a necessidade de estratégias que evitassem o aprofundamento de nossas desigualdades sociais. O programa Salvador 360 é a bússola que nos guia para o futuro. Abordando a cidade sob todos os ângulos, essa iniciativa da prefeitura traça metas e ações que já transformam a realidade de nossa urbe e delineiam um alvissareiro porvir para a nossa população. Estamos recuperando a nossa vocação turística. As nossas joias estão sendo restauradas. O Centro Histórico e o território de identidade da Cidade Antiga, que abrange o Comércio e a Avenida Sete, estão sendo revitalizados. Salvador constrói o seu futuro sem esquecer o seu passado.

O NOVO SEMPRE VEM Um novo Centro de Convenções começa a surgir para dinamizar a atratividade turística, integrado a nossa nova orla que vem se transformando na mais bela do país: de São Tomé de Paripe a Stella Maris, com intervenções que destacam o esplendor da beleza da Ribeira, da Barra, do Rio Vermelho e de Itapuã. Os novos tempos apontam para novos meios de produção. Inovação, empreendedorismo e conexão são palavras-chave dessa nova era

Salvador e o futuro Desafios Em transformação, cidade constrói seu futuro sem esquecer seu passado; investimentos em turismo e inovação são destaques que já fazem parte do vocabulário soteropolitano. O Hub Salvador é o ambiente criado pela prefeitura para a gestação das startups made in Bahia. Salvador está em sintonia com o futuro e abraçada com sua gente. Afinal, como canta Caetano Veloso, “gente é pra brilhar!”. Numa terra

abençoada por Nossa Senhora da Conceição e o Senhor do Bonfim, não cabem mais abissais desigualdades. No presente, a prefeitura investe mais de 76% de seus recursos nas áreas mais carentes para aplacar os problemas sociais de nossa cidade. São verbas alocadas nos setores de educação,

Farol da Barra em 2014. Após revitalização, uma novidade a cada Verão. Foto de Robson Mendes

QUEM É Antonio Carlos Magalhães Neto é prefeito de Salvador ï

saúde, habitação, infraestrutura e assistência social. O objetivo é um futuro onde não haja crianças fora da escola, ninguém morra em filas para obter um atendimento médico, sejam dignas as condições de moradia e os cidadãos de Salvador possam viver em paz e tranquilos. ï


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ARTIGO ANDRÉ LEMOS COLAGEM QUINTINO BRITO

QUEM É André Lemos é professor e pesquisador, mestre em Política de Ciência e Tecnologia, doutor em Sociologia e pós-doutor pelas University of Alberta e Mcgill University, no Canadá. ï

29.6.96 PRIMEIRO JORNAL BAIANO A COLOCAR UMA HOME PAGE NA INTERNET.

1996 CRIAÇÃO DO CLUBE CORREIO, PLANO DE DESCONTOS E DIVULGAÇÃO DE EVENTOS.

11.1996 É CONSTRUÍDO UM NOVO PRÉDIO PARA ABRIGAR A REDAÇÃO E O DEPARTAMENTO DE MARKETING. AS CAPAS COMEÇAM A SER COLORIDAS.

2000 O CORREIO ANUNCIA UMA ‘VIRADA HISTÓRICA’. O JORNAL PASSA A CIRCULAR AOS DOMINGOS E SÃO LANÇADOS TRÊS NOVOS CADERNOS: REPÓRTER, BAZAR E TRABALHO.

2006 REDAÇÃO DO JORNAL CORREIO MIGRA PARA A FEDERAÇÃO, ONDE JÁ FUNCIONAM AS OUTRAS EMPRESAS DO GRUPO REDE BAHIA.

Dobras tecnológicas do tempo Tecnologia O progresso das últimas décadas é inegável. Mas com ele vem a assustadora vigilância algorítmica de dados

27.8.08 ACONTECE A MAIOR REFORMULAÇÃO GRÁFICA DA HISTÓRIA DO JORNAL. O JORNAL MUDA PARA UM FORMATO MENOR – BERLINER – E ADOTA DESIGN E MANCHETES MAIS ARROJADOS.

SALVADOR, JANEIRO DE 1979 Estamos há 15 anos sob ditadura militar, em meio a uma cultura de massa restritiva e americanizada. Assisto pela nossa primeira TV colorida o JN com Cid Moreira informando que, em março, o general Figueiredo começará o processo de abertura democrática. O tripé “informática – engenharia genética (a primeira bebê de proveta nasceu em 1978) – energia nuclear” é a locomotiva do mundo, mas o gap tecnológico entre países centrais e periféricos é de décadas. O Polo Petroquímico de Camaçari começa as suas operações, mas já nasce superado pela divisão internacional do trabalho. A infraestrutura urbana e os serviços pú-

blicos são muito deficientes. Eu me preparo para o terceiro ano e o funil do vestibular. Nas escolas, poucos recursos audiovisuais. Computadores? Ouvíamos falar! Estudamos pelos livros didáticos comprados nas poucas e deficientes livrarias da cidade. Os mais abastados têm enciclopédias, que os pais exibem com orgulho. Nas bancas, apenas jornais e revistas locais (com poucos exemplares vindos do Sudeste). Para ter acesso a mais informações sobre arte e cultura, temos que ir ao aeroporto para comprar revistas estrangeiras, ou viajar para visitar lojas de vinis e livrarias de São Paulo ou Rio, onde, com sorte, podemos assistir a shows com estrelas mundiais. Os poucos canais

de TV e rádio locais não são atraentes para adolescentes ávidos por novidades. Estou de férias. Ligo para os amigos que têm telefone (fixo, alguns alugados – era caríssimo ter uma linha) para irmos a um dos poucos cinemas, ao único shopping, à praia, ou jogar Pong e Space Invaders na casa de um deles (o pai trouxe um console dos EUA).

SALVADOR, JANEIRO DE 2019 Primeiro militar eleito por voto popular toma posse. O desenvolvimento da tecnologia nos leva da era da escassez à do excesso de informação, nos jogando no capitalismo global de dados e na plataformização digital da sociedade. A história mundial pode ser definida como antes e depois da internet.

Hoje a vida é produzir, consumir e distribuir informações digitais. Minha filha busca no aplicativo do seu celular informações sobre o ônibus no ponto mais próximo. Hoje ela não vai pegar um Uber. Eu, apressado, consulto o tablet para saber quanto tempo levarei até o meu destino. Escolho o caminho e deixo o Waze me levar. Recebo pelas redes sociais e jornais online informações locais e mundiais que não cessam de dizer que o mundo não anda bem. Muita certeza e pouco diálogo entre humanos e bots. Ligo a TV por satélite. Passo pelo canal japonês e paro na TV francesa para ter informações sobre o movimento dos coletes amarelos, o perigo do Antropoceno, ou os problemas da África, continente ausente dos noticiários locais. No carro, pelo bluetooth, recebo ligações e, por comando de voz, peço para a assistente digital deixar lembretes e tocar músicas em streaming. Estaciono no trajeto e pago pelo celular, dizendo um não sem graça ao obsoleto vendedor de cartelas. Sem dinheiro no bolso, pago (quase) tudo pelo relógio. Ainda no veículo, circulo documentos em ambientes online de compartilhamento, mantendo os alunos informados. No meu gabinete, dou bom dia ao alto-falante inteligente que recita a agenda e avisa que a aula vai começar. Salvador oferece um ecossistema midiático pós-massivo, hubs de startups, centros educacionais de tecnologia, monitoramento e vigilância georreferenciados, semáforos inteligentes, redes de alta velocidade… Realidade bem diferente de 40 anos atrás.

ïïï O progresso tecnológico das últimas décadas é inegável. Mas, com ele, vem a assustadora vigilância algorítmica de dados e o domínio da economia pelos “big five” (Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft). A tecnologia parece sempre avançar, mas não é um domínio independente. Nem sempre o seu desenvolvimento anda em fase com a justiça e a igualdade social. Ele não nos protege do empobrecimento cognitivo, ou do retrocesso político. Saúde, educação, segurança e infraestruturas urbanas continuam deficientes. Os excluídos ainda são muitos. A Bahia está em último lugar no índice do ensino médio e o investimento em C&T só diminui. No cenário nacional não há motivos para otimismo. Há sempre dobras no tempo que podem nos levar a emancipações ou retrocessos. Esperemos que 2019 não nos leve de volta a 1979! ï


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COBERTURA 40+ GRANDES TRAGÉDIAS

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LANÇAMENTO DO CORREIO DA BAHIA.

4 DE MAIO MARGARET THATCHER TORNA-SE A PRIMEIRA MULHER A OCUPAR O CARGO DE PRIMEIRA-MINISTRA DO REINO UNIDO. (FOTO)

1 Segredos soterrados DESLIZAMENTO DESTRÓI MOTEL

O cliente estava no banho quando ouviu a batida na porta. Era a camareira, que gritava para ele fugir. Segundos depois, 30 mil toneladas de terra do morro

de Boa Vista do Lobato sonhecida. Ainda hoje, corre encostas. A identifiterraramra o nas Motel Mustang, a história de que uma garocação vítimas, na noite do dia das 19 de maio inclusita - no motel sem conhecifoi dificultada de 1989, ve, e mataram nove por um mento dos pais - morreu a presença pessoas. detalhe: As mortes realça- dasem ter sido encontrada. maioria delas ali era descoram a falta de infraestrutuFOTO DE ROBERTO FURTADO

29 MAIO CONGRESSO DE RECONSTRUÇÃO DA UNE TEM INÍCIO, NO CENTRO DE CONVENÇÕES, SALVADOR, PONDO FIM A QUASE 15 ANOS DE ILEGALIDADE IMPOSTA PELA DITADURA.

Lamento e luto Fernanda Lima*

28 DE AGOSTO PROMULGADA A LEI DA ANISTIA POLÍTICA, QUE GARANTE O RETORNO DOS EXILADOS DURANTE O PERÍODO MILITAR AO PAÍS.

4 DE NOVEMBRO CRISE DIPLOMÁTICA ENTRE O IRÃ E OS ESTADOS UNIDOS, QUANDO 52 AMERICANOS FORAM MANTIDOS REFÉNS POR 444 DIAS.

1980 30 DE JUNHO O PAPA JOÃO PAULO II CHEGA A BRASÍLIA PARA UMA VISITA A 13 CIDADES BRASILEIRAS, NA PRIMEIRA VINDA DE UM PONTÍFICE AO BRASIL. (FOTO)

REPORTAGEM fernanda.lima@ redebahia.com.br

O rastro do fogo seguiu Pojuca durante a noite de 31 de agosto de 1983. Pela manhã, três vagões tombaram e der-

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ramaram milhares de litros de gasolina e óleo diesel. Os combustíveis que foram armazenados nas casas explodiram na tragédia que matou 99 pessoas. Queimaram como objetos. É a mais letal tragédia da Bahia. Trinta e cinco anos depois, Silvia Nascimento, então repórter, lembrou fatalidades como essa. “É como se vís-

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semos os mesmos erros”, contou. É como se todas as fatalidades fossem anunciadas. A força da chuva sobre as encostas, por exemplo, causou cinco das dez maiores tragédias levantadas pelo CORREIO. E os morros seguem em risco. Nestes 40 anos, também vimos parte da Fonte Nova cair, em novembro de 2007,

e como sua interdição teria evitado mortes. Na manhã de agosto de 2017, a lancha Cavalo Marinho I virou e transformou-se na maior tragédia desta década. A agonia de famílias destroçadas na Baía de Todos-os-Santos será uma das memórias em que o estado vestiu o luto. Mais uma. *SUPERVISÃO DO EDITOR JOÃO GALDEA

PRESIDENTE DO IRAQUE SADDAM HUSSEIN DECLARA GUERRA AO IRÃ, CONFLITO QUE DURA OITO ANOS.

8 DE DEZEMBRO O EX-BEATLE JOHN LENNON MORRE EM NOVA YORK, ASSASSINADO A TIROS PELO FÃ MARK CHAPMAN.

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Não se sabe se uma lâmpada acesa ou o riscar de um fósforo transformou Pojuca, na Região Metropolitana de Salvador, numa imensa fogueira. Por volta de 7h30 do dia 31 de agosto de 1983, um comboio ferroviário com 22 vagões descarrilou. Fluíram pela cidade 135 mil litros de gasolina e diesel, depois estocados em casas da região. Seriam vendidos no dia seguinte. As crianças, de bicicleta, foram as principais transportadoras. Às 20h30, do local encharcado pelos combustíveis, irromperam as chamas. A língua de fogo, como definiu um morador, lambeu a todos. Mais de 200 pessoas ficaram feridas. Duas semanas depois, 99 mortes foram confirmadas. É a tragédia mais letal dos últimos 40 anos na Bahia.

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A história se repetiu

3 BARRO BRANCO EM DOIS ATOS Em abril de 1996, Maria das Graças viu o barranco cair sobre seis sobrinhos. As encostas do Barro Branco, na capital, não suportaram as chuvas. No mesmo lugar, também nas águas de abril, em 2015, outro desabamento

matou 11 e desabrigou 500 moradores. Bombeiros choravam, como choravam mais Marias da região. Algumas pela tristeza de perder um parente, outras pelo desalento de perder o teto, de ficar sem chão. FOTO DE ANTENOR PEREIRA

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Língua de fogo POJUCA CHORA 99 MORTES

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Tragédias Explosões, deslizamentos, descaso... O que nos fez chorar e que não podemos esquecer

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