Education
Por Elizabete Gonzales
Amigos imaginários O companheiro imaginário geralmente é dócil e representa o ideal de amigo
Elizabete Gonzales Pedagoga e psicopedagoga atuando em educação de criança, jovens e adultos há 20 anos. É também a coordenadora pedagógica da escola Kids Place, em Alphaville.
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Entre na brincadeira
Observe o que seu filho sente e pensa sobre vários assuntos, pontuando sempre que tudo não passa de uma brincadeira.
Quando passa da medida
Se “ele” não foi embora aos sete anos, investigue melhor o comportamento de seu filho. Nessa idade a criança já tem condições de expressar o que pensa, sem ter a necessidade de um companheiro imaginário. Negar-se a brincar com as outras crianças e querer somente o amigo imaginário - “levando-o” para a escola e tudo mais - não é natural e requer uma atenção maior.
Compartilhe o amor
Utilizar o tal amigo pode ser um facilitador para conhecer melhor o seu filho. Preste atenção em suas conversas e descubra quais são seus medos e suas vontades. Mas não interrompa o processo de criação. O amigo imaginário pode ser uma resposta para certas atitudes.
o: Conrad Divulgaçã
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osso filho de quatro anos tem falado há uma semana de “seu amigo Teco”. Uma em cada três crianças nutre temporariamente uma relação existente apenas na fantasia. Isto é natural e saudável, mas algumas mães sentem-se inseguras quando percebem que o filho pequeno conversa e brinca com um companheiro imaginário. As crianças chegam a convidá-lo para sentar-se à mesa, brincar, falar e até morar com elas. Mas, pais, fiquem tranquilos. Esta fantasia faz parte do universo infantil e, até certo ponto, é um comportamento natural que pode ser bom para o desenvolvimento do seu filho. De acordo com pesquisas, 30% das crianças em idade escolar, entre três a sete anos, têm amigos que só existem em sua imaginação. Alguns estudos observados por psicólogos e psicopedagogos ressaltam que não há motivo para preocupações. O amigo imaginário é criado para suprir uma falha emocional proveniente de um sentimento de falta ou insegurança. Fatos como a separação dos pais, os problemas de relacionamento na escola, o nascimento de um irmão são comumente citados como o start para o comportamento. Geralmente da mesma idade do criador e dócil, o novo companheiro é a representação ideal de um amigo podendo se manifestar de diversas formas. Pode ser invisível, um bicho de pelúcia ou uma boneca que gostam muito e atribuem personalidade própria, ou até mesmo uma família inteira. Quem não nunca leu as aventuras de Calvin e seu amigo Haroldo? Piaget, psicólogo suíço e maior expoente do estudo do desenvolvimento cognitivo, não atribuiu a criação do amigo imaginário à solidão ou a condições de vida difíceis. Via nele muito mais uma prova de criatividade e prazer comunicativo. Ele os interpretou como uma forma especial do jogo simbólico. Com isso a criança treina reações diante de situações e relações inusitadas. Ao contrario do que os pais pensam, ela sabe muito bem que seus parceiros não são reais e que só existem em sua imaginação, diferenciando-se claramente das fantasias patológicas que acontecem nas psicoses, por exemplo. A criança nunca se sente indefesa ou dominada pelo amigo que criou, pelo contrário, pode modelar, modificar, manipular sua invenção como quiser e ainda determinam a duração desse relacionamento. Vivemos em tempos em que conversar com gente que nunca vimos é comum. Pense nos chats, blogs e twitter, grupos de discussões, onde se trocam informações com pessoas que mantém relacionamentos virtuais saudáveis e que até ajudam a superar traumas e dificuldade. Então, repare na relação que a criança tem com o seu amigo e o quanto ele lhe influencia. O segredo, no fundo, no fundo, é conhecer melhor o seu filho.
Haroldo é um tigre de pelúcia, amigo imaginário de Calvin. Personagens criados por Bill Watterson famosos por suas tirinhas inteligentes e diverstidas.