Revista "Conhecendo a Ciência" - Edição 28 / Novembro de 2020

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ISSN 2446-5445 | Vol. 07 | no 04 | Novembro de 2020

Revista de DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Ciência para o desenvolvimento sustentável

XII CONFICT/ V CONPG

Conferências

Prêmio aos melhores trabalhos

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

XII CONFICT/ V CONPG Nos últimos meses pesquisadores de todo o mundo, inclusive do Brasil, estão mostrando a força e a importância da Ciência para a humanidade, buscando formas de combater a Covid-19 e se reinventar frente a inúmeras novas situações, como o isolamento social.

apresentadas as pesquisas desenvolvidas nos seus Programas de Iniciação Científica e Tecnológica e de Pós-Graduação. Esse ano, o tema em destaque foi “Ciência para o Desenvolvimento Sustentável”. As pesquisas desenvolvidas pelos estudantes de Iniciação Científica e Tecnológica e de Pós-Graduação contribuem para o desenvolvimento regional, para o avanço técnico-científico do país e para a solução de problemas em suas áreas de atuação. Neste ano o XII CONFICT apresentou a 25ª edição do Encontro de Iniciação Científica da UENF, o 17º Circuito de Iniciação Científica do IFFluminense e a 13ª Jornada de Iniciação Científica da UFF. O Congresso também apresentou os trabalhos da Edição 2019-2020 do Programa Viva a Ciência, da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes.

Enfrentando esses novos desafios, o Programa de Iniciação Científica e Tecnológica da UENF se organizou para realizar seu encontro anual de forma totalmente remota. Excepcionalmente, esse ano, o XII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT) e o V Congresso Fluminense de Pós-Graduação (CONPG) aconteceram totalmente on-line, adaptados à nova realidade. Para isso, as comunidades universitárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), do Instituto Federal Fluminense (IFF) e do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Fluminense (UFF) firmaram mais uma vez a parceria na realização do evento conjuntamente. Os Congressos foram transmitidos pelo Facebook da Uenf, e por meio de webconferências, no Google Meet, onde foram

O 25º Encontro de IC e de Pós-Graduação da UENF foi organizado por uma equipe liderada, pelas professoras Maria Cristina Gaglianone, coordenadora Institucional do Programa de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica e Valdirene Moreira Gomes, assessora da Pró-Reitoria, além da Pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Professora Maura Da Cunha.

Ciência para o Desenvolvimento Sustentável 13 a 16 de outubro de 2020 Excepcionalmente, esse ano, o XII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT) e o V Congresso Fluminense de Pós-Graduação (CONPG) aconteceram totalmente on-line, adaptados à nova realidade.

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem A Coordenadora do Programa de Iniciação Científica da UENF, Professora Maria Cristina enfatiza que: “Pela primeira vez realizamos um congresso com todas as atividades remotas. Foram quatro conferências de pesquisadores renomados, muitas apresentações de trabalhos em salas virtuais e em vídeos, além de uma intensa programação cultural organizada pela Assessoria de Cultura da UENF em parceria com o LabCult da UFF, com as coordenações das professoras Maria Priscila Pessanha de Castro e Elis Miranda. Entre as atividades culturais, a mostra de cinema organizada pela equipe do Cine Darcy, e uma exposição de representações espaciais dos congressistas sobre suas próprias pesquisas "Des-Coordenadas". Além disso, foi uma semana riquíssima em oportunidades de intercâmbio de informações científicas e de interações acadêmicas. Mais de 40% dos participantes apresentou trabalho pela primeira vez no CONFICT-CONPG, mostrando que o congresso é um ótimo tanto das pesquisas em fase inicial de desenvolvimento acompanhamento dos trabalhos em fases mais avançadas.

Segundo a assessora da Pró-Reitoria, Valdirene Moreira Gomes o V Congresso Fluminense de Pós-Graduação (V CONPG) se resume em duas principais palavras: aprendizado e superação.

O congresso foi avaliado pelos participantes com nota média de 9, em uma escala de 0 a 10. Este indicador nos mostra que o congresso foi um sucesso, superando nossas expectativas, principalmente frente às grandes dificuldades que enfrentamos neste momento com a pandemia. Especificamente quanto ao nosso Programa de Iniciação Científica e Tecnológica da UENF, que apresentou a 25ª. edição do encontro anual, tivemos a oportunidade de mostrar a qualidade dos trabalhos para os 16 avaliadores externos e 53 avaliadores internos, a quem agradecemos muito pela contribuição ao nosso Programa. O sucesso deste evento foi resultado de um esforço conjunto dos estudantes, orientadores, avaliadores e coordenação".

“A organização desse Congresso, em tempos de pandemia, exigiu de cada um de nós, sem exceção, em todas as etapas, um novo reaprendizado, desde o conhecimento de um sistema completamente novo, até os diferentes caminhos de como repassar este conhecimento nas diversas formas remotas. Outro ponto fundamental é que, em um momento no qual o distanciamento social é e, sem dúvida, deve ser a palavra de ordem, nossos alunos mostraram que não poderiam estar mais próximos das nossas Instituições. Tivemos uma adesão muito grande dos nossos estudantes. De um total de 714 inscritos no V CONPG, 528 são alunos da UENF. Vale ressaltar que este número iguala-se ao do CONPG 2019. Assim, olhar para esses números em um momento tão difícil, que exige superação de todos nós, não poderia ser mais gratificante. Não é nem um pouco trivial fazer um Congresso desse tamanho e com essa qualidade. Porém nada disso teria sido possível sem também a colaboração dos nossos Coordenadores de Programas. Todos se reinventaram juntamente conosco e motivaram a participação de seus alunos no V CONPG. Havia Programa no qual estava ocorrendo três salas simultâneas de apresentações, e que, ao final, foi um grande sucesso. Na verdade, o V CONPG foi a ratificação de um grande trabalho em equipe, da PROPPG, dos Programas de Pós-Graduação, da ASCOM, da Assessoria de Cultura e das demais Instituições envolvidas IFF e UFF. Esperamos que no próximo ano, em especial nossos estudantes, mais uma vez abracem nosso Congresso com todo carinho que ele merece. Não tenham dúvidas que estaremos aqui, nos dedicando o máximo possível para fazer mais um CONFICT-CONPG de excelência em 2021”, declarou a professora.

Professora Maria Cristina Gaglianone,coordenadora Institucional do Programa de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica.

Assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Professora Valdirene Moreira Gomes.

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem O 17º Circuito de Iniciação Científica do IFFluminense esteve representado pelo diretor de Pesquisa e Extensão Tecnológica e coordenador dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica do IFF, Professor Pedro de Azevedo Castelo Branco. Ele informou que o IFF apresentou 288 trabalhos, sendo 140 no CONFICT e 148 no CONPG e, mesmo em um momento tão ímpar, ele acredita que o congresso tenha sido realizado de modo satisfatório.

evento que pudesse proporcionar, ainda que remoto, um espaço de trocas e difusão do conhecimento, teve o acolhimento e o interesse de participação de nossos estudantes e professores. A participação dos alunos bolsistas e não bolsistas da UFF Campos foi muito significativa, em especial, considerando as condições socioeconômicas e as limitações tecnológicas de nossos estudantes. Foram produzidos e enviados os vídeos dos trabalhos e as sessões orais também contaram com a participação de todos os inscritos na modalidade. Essa participação efetiva mostrou mais uma vez a importância da Iniciação Científica na formação acadêmica e profissional de nossos estudantes” declarou a coordenadora.

“De modo totalmente virtual, tivemos ótimas palestras e nossos estudantes conseguiram expor seus trabalhos da maneira possível no momento. Se nossos alunos não puderam fazer suas apresentações de banner tradicionais, houve a possibilidade do vídeo explicativo para complementar o resumo, algo que teve uma adesão até maior do que imaginávamos a princípio. No lugar das apresentações orais que tradicionalmente ocorrem nos auditórios, tivemos salas de webconferência síncronas, que permitiram o mesmo tipo de exposição dos trabalhos. Recebemos um bom feedback passado por nossos alunos, bem como pelos avaliadores dos trabalhos. Enfim, nos esmeramos para oferecer o melhor possível, dentro da realidade vivida”, informou o coordenador.

Vanuza da Silva Pereira Ney, coordenadora da Iniciação Científica da UFF/ESR em Campos.

O Congresso contou também com a participação do Projeto “Viva a Ciência” da Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes. Esse é um programa municipal que oferece bolsa e incentiva os estudantes a desenvolverem ciência, tecnologia e inovação desde o Ensino Fundamental, até a Universidade. A representante do Viva a Ciência Leonora Souza Tinoco Lessa falou sobre os trabalhos apresentados e do contentamento pela realização do congresso, mesmo de forma remota.

Pedro de Azevedo Castelo Branco, diretor de Pesquisa e Extensão Tecnológica e coordenador dos Programas de Iniciação Científica e Tecnológica do IFF.

"Tivemos 55 projetos do Viva Ciência e para nós foi muito importante a realização desse congresso porque é um compromisso dos bolsistas como uma forma de avaliar o andamento dos projetos. Foi um desafio pois tivemos 7 salas com eventos simultâneos. Foram várias dúvidas dos alunos, orientadores, mas foi tudo muito bem resolvido e as apresentações ocorreram de forma perfeita. Queria aqui fazer um agradecimento especial a coordenação e a professora Maria Cristina Gaglianone, que é uma parceira, dedicada naquilo que faz e nos ajudou demais

A 13º Jornada de IC da UFF teve como responsável a coordenadora da Iniciação Científica da UFF/ESR em Campos, Vanuza da Silva Pereira Ney, que destacou que a organização do congresso foi um desafio e sua realização só foi possível pelo espírito coletivo e bravura das instituições no enfrentamento proposto. “O congresso de 2020 foi realizado de forma remota para que respeitássemos as orientações de proteção em período de pandemia da Covid-19. A vontade de oferecermos à comunidade acadêmica um

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No total, o XII CONFICT/ V CONPG apresentou 1350 trabalhos em 50 eixos temáticos, resultantes de pesquisas de estudantes de graduação e pós-graduação da UENF, IFF, UFF e do Programa Viva a Ciência.

Abertura do Congresso O reitor da UFF, Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega, também falou sobre o tema do Congresso ressaltando a importância do meio ambiente e da ciência.

A cerimônia de abertura do XII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT) e V Congresso Fluminense de Pós-Graduação (CONPG) contou com a participação dos três reitores das universidades participantes (UENF, IFF e UFF). Em seu discurso, o reitor da UENF, Raul Palacio, enfatizou a importância da parceria entre as três instituições públicas de ensino superior de Campos dos Goytacazes, que já dura 12 anos.

“O momento como o de hoje não serve apenas para prestarmos conta da produção de conhecimento, mostra que o conhecimento científico é parte integrante da formação do cidadão de maneira inteligente e responsável para as futuras gerações”, afirmou.

“Vivemos em um momento polarizado, onde muitos procuram inimigos o tempo todo. Nós, das universidades, fazemos justamente o contrário: procuramos parceiros. Principalmente quando ocorre a diminuição dos recursos para as instituições e, consequentemente, para as pesquisas. Quero aqui aproveitar a oportunidade e ressaltar a importância do tema do Congresso que está relacionado ao desenvolvimento da sociedade, da coletividade, do país como um todo. Alguns que estão participando se tornarão cientistas, mas o mais importante é que todos sairão daqui entendendo a importância da ciência para a vida”, disse o reitor.

Jefferson Manhaes de Azevedo, reitor do IFFluminense, ressaltou a importância do evento no momento em que a ciência vem sendo tão desvalorizada pelos governantes. “Não existe democracia sem instituições democráticas fortes, não existe pesquisa sem universidades fortes, sem grupo de pesquisadores fortes. Sem parceria não conseguiremos fazer nada. Temos que usar o nosso conhecimento e o que há de mais sofisticado na educação, ciência e tecnologia. Que a nossa ciência se torne mais sábia”, disse.

A cerimônia de abertura do XII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT) e V Congresso Fluminense de Pós-Graduação (CONPG) contou com a participação dos três reitores das universidades participantes (UENF, IFF e UFF).

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Conferências A conferência de abertura, intitulada "As emergências climáticas, de saúde e de biodiversidade: como sairemos delas?", foi realizada pelo professor Paulo Eduardo Artaxo Netto, do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). O palestrante é doutor em Física Atmosférica (USP) e já trabalhou na NASA e nas Universidades de Antuérpia (Bélgica), Lund (Suécia) e Harvard (Estados Unidos). Em 2006, foi eleito fellow da American Association for the Advancement of Sciences. É membro da equipe do IPCC que foi agraciada com o Prêmio Nobel da Paz de 2007. A mediação ficou por conta da coordenadora Institucional do Programa de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica da Uenf, Maria Cristina Gaglianone.

O segundo dia de Congresso teve como destaque a palestra do professor Rômulo Dante Orrico Filho, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (COPPE) da UFRJ. O Prof. Dr. Rômulo Dante Orrico Filho é engenheiro Civil (UFBA), Dr.Ing. em Urbanisme et Aménagement du Territoire pela Universidade de Paris, com ênfase em pesquisa em transporte público, atuando principalmente no planejamento, economia e regulamentação de redes de transportes. O professor Rômulo falou sobre "Mobilidade urbana sustentável: um desafio para o desenvolvimento". A mediação ficou por conta do professor Guilherme Chagas Cordeiro (CCT/UENF). Dentre as ações possíveis para a melhoria do transporte público, ele defendeu a cobrança de tarifas para aqueles que utilizam veículos próprios para se locomover e ações que facilitem o transporte ativo, como caminhadas e bicicleta. “Temos que pensar no transporte público como algo mais amplo. De que adianta pavimentar ruas e deixar as calçadas estragadas? É preciso melhorar as calçadas, arborizar as ruas, criar ciclovias. O transporte público precisa estar alinhado com o planejamento urbano, um ajudando o outro. Nós precisamos desenhar uma rede de linhas que atenda às necessidades da população e também ao potencial da cidade que precisa ser desenvolvida. Ou seja, atender à população, mas também àquilo que o planejamento urbano quer que a cidade se transforme”, disse.

O professor Artaxo defende a tese de que existem três grandes crises da atualidade: a crise da saúde, da emergência climática e da perda de biodiversidade. Para ele é preciso repensar o modelo de desenvolvimento econômico e que precisamos de muita ciência para desenvolver os Objetivos dos Desenvolvimento Sustentável elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “A sociedade do futuro vai ser uma sociedade que será dirigida pela ciência e a UENF, UFF, IFF e demais universidades tem um papel estratégico e essencial de ajudar a sociedade a encontrar na ciência e na pesquisa os caminhos do desenvolvimento sustentável. Precisamos fazer ciência de qualidade e esse desafio está nas mãos dos estudantes que estão engajados nas pesquisas de excelência. Nós hoje precisamos de cientistas de alto nível, de um desenvolvimento científico e tecnológico de qualidade”, ressaltou.

Professor Rômulo Dante Orrico Filho do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da UFRJ.

A professora Lúcia Mendonça Previato foi destaque no terceiro dia de Congresso. Graduou-se em História Natural pela Universidade de Santa Lúcia, possui doutorado em Ciências com Ênfase em Microbiologia pela UFRJ,

Professor Paulo Eduardo Artaxo Netto, do Departamento de Física Aplicada do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem e realizou estágios de Pós-Doutorado no Canadá, Estados Unidos e na França. Atualmente é Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e tem experiência na área de glicobiologia e bioquímica de microrganismos, com ênfase em tripanosomatídeos, fungos e bactérias endofíticas fixadoras de nitrogênio, e na caracterização de glicofenótipos por espectrometria de massas (glicoma) e espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN).

Professor Hervé proferiu palestra com o título “Aportes da cartografia temática ao conhecimento das desigualdades e dinâmicas territoriais no Brasil". Segundo ele, a ideia é ver em que medida a cartografia que coloca em prática e que ensina aos seus estudantes pode ajudar como metodologia de pesquisa científica. “Não é só uma cartografia ilustrativa, é uma cartografia como metodologia de pesquisa a serviço da geografia e das ciências sociais. Nós usamos a cartografia ilustrativa como ferramenta de dados”, destacou o professor.

A palestra foi intitulada "Contribuição das ciências básicas na meta de desenvolvimento sustentável que visa o controle de doenças negligenciadas. O exemplo da doença de Chagas". A mediação foi feita pela professora Valdirene Moreira Gomes, assessora de Pesquisa e Pós-Graduação da UENF.

O palestrantes apresentou ainda outras aplicações da cartografia em temas como trabalho escravo, disseminação da epidemia da Covid 19, distribuição de renda e ações como as medidas de auxílio emergencial. “Temos uma abordagem mais ampla do sistema de informação geográfica com visão mais expressiva do relevo do Brasil. A geografia tem que ficar com os pés no chão no que tange ao relevo, clima, vegetação e meio ambiente em geral, determinantes que deveriam ser protegidos. Além disso, a dinâmica geográfica da população mudou muito nos últimos 30 anos. Dados mostram que houve uma concentração maior do número de pessoas no litoral e nas grandes cidades como Manaus e São Paulo”, declarou. Outro ponto destacado pelo professor Hervê foi sobre a “Violência contra a Terra”, mortes em conflitos fundiários. “Na Zona da Mata do Nordeste e Sul da Bahia, são registrados inúmeros casos de mortes violentas causadas por conflitos fundiários. Podemos também destacar as mortes por homicídio em que se registra 60 mil mortes por ano nas cidades e nos campos”, relatou o palestrante.

Lúcia Mendonça Previato, Professora Titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

"As doenças negligenciadas são doenças que afetam populações que vivem na pobreza, sem saneamento e em contato com vetores, cujo controle se dá através de políticas públicas. A Doença de Chagas é uma destas doenças negligenciadas, acarretando em um dos maiores impactos socioeconômicos na América Latina. Estima-se que a queda de produtividade em virtude da Doença de Chagas seja da ordem de U$ 1,2 bilhão/ano. Hoje existem de oito a dez milhões de pessoas infectadas em áreas endêmicas e 300 mil em áreas não endêmicas, número que vem subindo. A pesquisa básica tem sido muito importante e esperamos que as etapas de transformação das pesquisas básicas em novos medicamentos e uma vacina venham em breve”, destacou. O professor Hervé Théry da Universidade de São Paulo foi o palestrante no último dia do CONFICT. O professor possui graduação em História e em Geografia e atualmente é professor visitante do Programa de pós-graduação em Geografia Humana da USP. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Regional, atuando principalmente nos temas: geografia do Brasil, geografia política, cartografia temática e modelização gráfica. ISSN 2446-5445 | Vol. 07 | no 04 | Novembro de 2020

Professor Hervé Théry da Universidade de São Paulo

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Prêmio “Cristina Maria Magalhães de Souza” aos melhores trabalhos no 25º. Encontro de Iniciação Científica e Tecnológica da UENF O prêmio para os melhores trabalhos apresentados no 25º Encontro de Iniciação Científica e Tecnológi­ca da UENF recebeu o nome da Professora Cristina Maria Magalhães de Souza, como uma homenagem pela enorme contribuição que ela deu à formação científica dos estudantes. Sempre dedicada, atenciosa e muito firme na sua carreira acadêmica, Professora Cristal teve na orientação de estudantes um destacado zelo e profissionalismo, sem deixar de lado a empatia no trato com todos eles. A professora teve ainda uma participação marcante como representante do CBB na Comissão de Bolsas de Iniciação da UENF ao longo da sua trajetória e participou junto com seus orientados de edições anteriores da “Revista Conhecendo a Ciência”. Deixa, além do exemplo de profissionalismo e dedicação, muita saudade em nossos corações.

Professora Cristina Maria Magalhães de Souza, nosso muito obrigado.

Workshop de redação em inglês para os premiados "Isso é fundamental para a vida acadêmica destes estudantes e é uma forma de investirmos na internacionalização da UENF, uma vez que a mobilidade estudantil ficou prejudicada em função da pandemia. A expectativa é que estes alunos enviem seus resumos em inglês para o próximo CONFICT", complementa a professora.

Os estudantes premiados no XII CONFICT irão compor a sessão de entrevistados nesta e nas próximas edições da "Conhecendo a Ciência". Nestas matérias será possível conhecer a trajetória e um pouca da pesquisa desses jovens. Além disso, como prêmio, os 16 estudantes de iniciação científica da UENF nas diversas áreas do conhecimento foram contemplados com um workshop de redação científica em inglês, promovido pela Assessoria de Assuntos Internacionais e Interinstitucionais da UENF (ASSAII).

Os premiados da Pós-Graduação da UENF também receberão o mesmo prêmio, com a participação em uma segunda versão do workshop em redação científica em inglês que acontecerá no início de 2021.

Segundo a Professora Angela Pierre Vitória, Assessora da ASSAII, o prêmio vai ajudar na carreira dos estudantes.

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Estudo e Implementação de Tecnologias Assistivas: Desenvolvimento de dispositivos microcontrolados para portadores de deficiências “Estou no final da graduação e me sinto realizada por cada conquista. Antes de entrar na UENF cursei o ensino médio no Instituto Federal Fluminense (IFF) e fiz o ensino técnico em Automação Industrial. No último ano do ensino médio decidi prestar o processo seletivo para a UENF e consegui entrar em uma das primeiras reclassificações que teve. Escolhi o curso de Ciência da Computação porque sou apaixonada pela área da tecnologia e queria ter um futuro em uma área na qual me identifico”, disse ela. O primeiro contato com o Programa de Iniciação Científica na UENF foi a partir de uma amiga de curso que apresentou as ideias iniciais de seu projeto e fez com que ela ficasse encantada com a oportunidade. “Eu conversei com o orientador e juntos conseguimos montar uma ideia bem legal para a área que poderia seguir a minha pesquisa que é voltada para a tecnologia assistiva. Durante o projeto, pude perceber o quanto é importante colocar em prática o que aprendemos em sala de aula e expandir nossos conhecimentos para além do que aprendemos. Como planos para o futuro, pretendo seguir carreira na área de tecnologia, buscando aplicar um pouco de tudo o que aprendi durantes esses anos no Programa de Iniciação Científica, tanto no desenvolvimento de software quanto de hardware” declarou a estudante.

Gabriela Souza cursa Ciência da Computação na UENF

Natural da cidade de Campos dos Goytacazes, a estudante Gabriela Peixoto de Souza, 26 anos, foi um das premiadas no XII CONFICT com a pesquisa Estudo e Implementação de Tecnologias Assistivas: Desenvolvimento de dispositivos microcontrolados para portadores de deficiências”. Gabriela ingressou na UENF em 2012 no curso de Ciência da Computação e para ela, a UENF sempre foi sinônimo de desafio.

Conheça a pesquisa

“O projeto visa a construção de uma maquete feita com material MDF e que possui quatro cômodos representando uma residência, sendo eles: quarto, sala, cozinha e banheiro. Os cômodos possuem dispositivos como: lâmpadas, ventoinhas e um sensor de temperatura. O acionamento desses dispositivos é feito a partir de um aplicativo Android que foi desenvolvido durante a pesquisa e nele é possível encontrar a divisão dos ambientes e distribuição dos dispositivos. O sensor é utilizado para medir a temperatura em tempo real mostrado no aplicativo e após determinado valor, a ventoinha é acionada automaticamente. A intenção é que a maquete represente os dispositivos básicos presentes em uma residência e que eles possam ser controlados de forma remota atendendo às necessidades de um portador de deficiência”, explicou.

A pesquisa premiada de Gabriela é desenvolvida no Laboratório de Ciências Matemáticas (LCMAT), situado no Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), na UENF, e tem como orientador o professor Dr. Fermin Alfredo Tang Montané. O projeto “Estudo e Implementação de Tecnologias Assistivas: Desenvolvimento de dispositivos microcontrolados para portadores de deficiências” consiste em contribuir para ampliar as habilidades funcionais dessas pessoas, proporcionando diversos benefícios, além de mais segurança e acessibilidade no caso de portadores de deficiência motora dentro de sua própria residência.

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Reprodução de desigualdades na interação entre usuários e agentes implementadores de políticas públicas A recomendação do professor de História, ainda no Ensino Médio, foi o pontapé inicial para que o estudante Renan Salles Carneiro, 24 anos, do curso de Ciências Sociais, ingressasse na UENF e devido a sua dedicação foi um dos premiados do CONFICT deste ano. “Sou bolsista de Iniciação Científica do CNPq/PIBIC-UENF. Cresci e estudei, a maior parte da minha vida, na cidade de Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense. A UENF foi, então, a minha primeira e única opção no processo seletivo. Quando me matriculei, em 2016, os veteranos do meu curso fizeram uma semana de recepção, com atividades para apresentar a UENF, comentaram sobre a Iniciação Científica e alguns deles falaram sobre as suas pesquisas. Ainda nesse mesmo ano, por meio de um desses meus veteranos, eu conheci o professor Roberto Dutra, que me apresentou o seu projeto de pesquisa, e no início do ano seguinte, ainda no segundo período, consegui uma bolsa de IC. Foram dois anos consecutivos muito difíceis para a Universidade, e o meu envolvimento com a pesquisa foi de grande importância naquele momento. Desde então, a IC é uma parte inestimável da minha trajetória acadêmica”, disse o estudante.

Renan Salles Carneiro cursa Ciências Sociais na UENF

“Eu ampliei meu repertório de estudos, li e me dediquei a muita coisa que não vemos em sala de aula, e aprimorei a minha escrita. Todo o percurso na IC me ajudou muito, até mesmo a criar confiança. Tenho certeza de que é uma oportunidade imprescindível para quem almeja, como eu, continuar os estudos na pós-graduação. E fico muito feliz por ser testemunha, atualmente como representante discente na Comissão do PIBIC-UENF, da paixão e do trabalho duro das pessoas que fazem da UENF um destaque nacional na Iniciação Científica, que tanto contribui para a formação dos seus estudantes”, declarou.

A participação em Congressos passou a ser frequente na vida acadêmica de Renan que pode acompanhar grupos de trabalho, conhecer e manter contato com pesquisadores que eram as suas principais referências na pesquisa.

Conheça a pesquisa

ad), afetam o acesso dessa população a bens e serviços alocados na ponta desse processo. Ainda, tratando-se de uma população marcada por um processo de acumulação de exclusões e desigualdades sociais”, informou.

Como bolsista de Iniciação Científica, sob orientação do professor e sociólogo Roberto Dutra, do Laboratório de Gestão e Políticas Públicas (LGPP), do Centro de Ciências do Homem (CCH), Renan tem investigado o processo de implementação de políticas públicas, a partir de um estudo de caso no sistema de saúde, e os seus efeitos sociais. Sua pesquisa é sobre "Reprodução de desigualdades na interação entre usuários e agentes implementadores de políticas públicas"

Dentro da sua pesquisa Renan procurou entender como a forma de gestão e tratamento das instituições com os setores excluídos socialmente confirmam ou não suas trajetórias individuais. “Dessa maneira, a investigação, que enfocou as práticas e estratégias construídas por esses profissionais dentro dos espaços de decisão e autonomia das interações, demonstrou que o poder de decisão desses agentes tem grande influência elaboração da política que é efetivamente entregue ao público, bem como na produção de estruturas de acesso (inclusão) ou não acesso (exclusão), a partir de lógicas e referências próprias de funcionamento constituídas dentro desses encontros e da organização”, explicou o estudante.

“Durante a primeira etapa da pesquisa, busquei entender como os encontros recorrentes entre os profissionais que atuam “na linha de frente” dos serviços públicos de saúde mental em Campos dos Goytacazes/RJ, que efetivamente implementam a política no município, e indivíduos com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, que frequentam o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS

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Efeitos das Intensidades Atuais da Radiação Ultravioleta na Maquinaria Fotossintética e Atributos Morfológicos do Mamoeiro 9° período em Agronomia e teve sua pesquisa premiada no CONFICT. Conheci a UENF por meio de um casal de amigos, que foram meus professores, cujo filho, também é aluno da UENF. Meu primeiro contato com a IC foi na universidade, e minha primeira bolsa de IC foi em 2018. O maior desafio enfrentado foi a insegurança, que não me permitia arriscar, aprender fazendo e tomar atitude diante dos fatos, mas esse desafio foi sendo superado aos poucos, por meio das experiências, construção de conhecimentos que conciliam práticas e teorias” declarou. Claudio afirma que a Iniciação Científica, foi e está sendo de grande importância na sua trajetória, pois permite desenvolver suas habilidades de analisar, registrar e comprovar hipóteses.

Claudio Martins Almeida cursa Agronomia na UENF

A área agrícola sempre esteve presente na vida do estudante Claudio Martins de Almeida, 24 anos, natural de Teixeira de Freitas, BA, mas cursou todo o ensino fundamental e todo o ensino médio numa escola agrícola no Espírito Santo, para onde se mudou com apenas 9 anos. Deste então, a agronomia esteve muito presente em sua vida. Hoje ele cursa o

O mais importante é saber que o trabalho que desenvolvo com uma equipe, tem muito a contribuir para a agricultura fluminense, nacional e até internacional. Para o futuro, pretendo ingressar na pós-graduação, e finalizando, pretendo retornar para minha cidade natal, para dar continuidade ao trabalho familiar (agropecuária)”, informou o estudante.

Conheça a pesquisa Claudio foi premiado no CONFICT no projeto intitulado “Efeitos das Intensidades Atuais da Radiação Ultravioleta na Maquinaria Fotossintética e Atributos Morfológicos do Mamoeiro (Carica papaya L.)” no Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), orientado pelo Professor Eliemar Campostrini.

Claudio informou ainda, que para a pesquisa ter bons resultados é preciso muitos equipamentos que permitem fazer inúmeras avaliações como fotossíntese, transpiração, abertura estomática, eficiência no uso da luz, crescimento, e alocação de fotoassimilados, e a partir dessas avaliações, caracterizar os efeitos da radiação UV no mamoeiro.

“O objetivo do meu trabalho é avaliar os efeitos das intensidades atuais da radiação Ultravioleta (UV) no desenvolvimento do mamoeiro. Para tanto, estou trabalhando com dois genótipos de mamão, o ‘Sunrise Solo’, que tem as folhas de coloração verde-escuro, e o ‘Golden Amarelinho’, que tem as folhas de coloração verde-amarela. Pretendo verificar também, se existem respostas diferentes entre esses dois genótipos quanto aos níveis de radiação UV. O setor onde sou bolsista, tem uma pequena estrutura, que chamamos de mini casa de vegetação, dividida ao meio, em que uma das metades não bloqueia a radiação UV (UVambiente), enquanto a outra metade bloqueia a radiação em cerca de 70% (UVreduzido). Colocamos 6 plantas de cada genótipo nestas duas metades (UVambiente e UVreduzido), além disso, colocamos outras 12 plantas, sendo 6 de cada genótipo, ao pleno sol, ou seja, não estão sob nenhuma estrutura”, relatou.

Este trabalho é de grande importância, pois com as mudanças climáticas globais que estão previstas pelos cientistas, num futuro próximo, haverá um incremento na intensidade desta radiação UV, o que poderá causar ou não danos ao mamoeiro. Em caso de os processos fisiológicos do mamoeiro serem afetados negativamente pela radiação UV atual (UVambiente), será possível traçar estratégias de manejo, como exemplo a aplicação de filtros solares em folhas das plantas (filmes de partículas inertes a base de caolinita processada), bem como, no caso de cultivo do mamoeiro em sistemas protegidos (estufas)(como se verifica na Espanha, Israel, Japão, entre outros), utilizar plásticos que bloqueiam a radiação UV (plástico anti-UV). Ainda, neste trabalho será possível saber qual das duas plantas estudadas (‘Sunrise Solo’, ‘Golden Amarelinho’) é mais tolerante à radiação UV em níveis atuais”, informou.

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Estudo da avaliação da citotoxicidade de um composto de coordenação de cobre denominado H01 sobre linhagens cancerígenas Lais Nogueira Machado, 21 anos, do 5º período do curso de Ciências Biológicas foi premiada no CONFICT com a pesquisa denominada Avaliação da citotoxicidade de um composto de coordenação de cobre frente à linhagem de células humanas prostáticas neoplásicas PC3. Lais é campista e cursou o ensino médio na Escola Técnica Estadual João Barcelos Martins integrado ao curso técnico de análises clínicas, mas o seu sonho era realmente a UENF, que sempre foi uma referência de instituição, tanto que ainda muito nova ingressou na universidade. “Ainda na primeira semana de aula já comecei a conhecer os diferentes laboratórios e suas linhas de pesquisa e, após alguns meses, ingressei no Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB). No mesmo ano, fui aprovada no edital de Iniciação Cientifica do PIBIC e me tornei bolsista de IC no segundo período da graduação. O grande desafio é conciliar a vida acadêmica com as pesquisas, a rotina universitária, o cronograma de aulas, trabalhos e provas é avassalador e a rotina laboratorial também não fica para trás.

Lais Machado cursa Ciências Biológicas na UENF

Lais acredita que a pesquisa não se resume apenas nos experimentos (que são repetidos exaustivamente para que a inferência estatística seja confiável), mas também no estudo diário de artigos e técnicas, com muitos conceitos novos a se aprender.

desenvolvimento pessoal, além de impulsionar o aluno no universo científico, muitas vezes visto como algo distante. Para o futuro pretendo concluir a graduação, me dedicar na publicação deste trabalho como um artigo científico, me candidatar para o mestrado na área de Imunologia e, quem sabe no futuro, conseguir uma bolsa no exterior para cursar meu doutorado, seguindo carreira acadêmica”, relatou a estudante.

“Apesar de árdua, a IC é gratificante, as experiências proporcionadas pelo dia a dia no laboratório e o contato direto com outros pesquisadores são cruciais no

Conheça a pesquisa

Laís acrescenta que até o momento dois experimentos foram efetuados para investigar a hipótese de apoptose, o sub-G1, que proporciona uma análise do ciclo celular e o JC-1, que analisa a capacidade do composto em induzir a despolarização da membrana mitocondrial.

A pesquisa premiada e elaborada por Laís ocorre no Laboratório de Biologia do Reconhecer (LBR), sob a coorientação da professora Marina Barreto Silva e orientação do professor. Milton Masahiko Kanashiro, chefe do LBR.

“Com o ensaio de sub-G1 observamos que o composto foi eficaz em causar o desvio da população para a região de sub-G1, característica de apoptose. Através do ensaio de JC-1 observamos que o composto foi eficaz em causar a despolarização da membrana mitocondrial, o que, agregado ao resultado do sub-G1, demonstra indicativos de morte celular por apoptose pela via intrínseca, com participação dependente da mitocôndria. Outros experimentos são necessários para que a ação do composto H01 seja melhor compreendida, mas sua notável citotoxicidade in vitro incentiva futuros testes, incluindo ensaios in vivo”, finalizou a estudante.

“Nossa pesquisa se baseia na avaliação da citotoxicidade de um composto de coordenação de cobre denominado H01 sobre linhagens cancerígenas, principalmente na linhagem PC3 (câncer de próstata). Inicialmente, diferentes linhagens neoplásicas são expostas a variadas concentrações do composto através do método de MTT. Nele analisamos a taxa de viabilidade celular (células vivas) pelo funcionamento da succinato desidrogenase (enzima presente na mitocôndria). A linhagem PC3 apresentou notável sensibilidade ao composto, portanto, essa foi a escolhida para dar prosseguimento aos estudos” relata. ISSN 2446-5445 | Vol. 07 | no 04 | Novembro de 2020

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Agradecimentos: Queremos aproveitar a oportunidade para agradecer a todos que direta e indiretamente contribuíram para que o XII CONFICT e V CONPG fosse realizado. Aos avaliadores que contribuíram para a melhoria dos trabalhos dedicando seu tempo às avaliações dos trabalhos apresentados nos Congressos. Aos palestrantes que aceitaram nosso convite e gentilmente nos brindaram com suas excelentes palestras, apresentando importantes informações científicas. Aos coordenadores das instituições promotoras dos eventos UENF, IFF UFF e o Projeto Viva a Ciência que, apesar das dificuldades, realizaram as ações conjuntas necessárias para a alta qualidade do evento. Aos estudantes que compareceram, submeteram seus resumos, enviaram seus vídeos e fizeram as apresentações orais com muito empenho e dedicação. Aos orientadores que participam ativamente da formação científica dos estudantes e os apoiaram na confecção e apresentação dos trabalhos. As agências de fomento CNPq, FAPERJ e CAPES pelo financiamento das bolsas dos estudantes Aos PPG Ecologia e Recursos Naturais e PPG Genética e Melhoramento de Plantas pelo apoio financeiro As Assessorias de Cultura, de Comunicação (ASCOM), e de Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (ASSAII) da UENF e ao LabCult/UFF, e todos os seus respectivos coordenadores e equipes, pelo apoio.

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Disponível em http://uenf.br/projetos/pibic/revista-pibic-conhecendo-a-ciencia/ ISSN 2446-5445 | Vol. 07 | no 04 | Novembro de 2020 Esta revista faz parte do Programa “EDUENF difundindo a Ciência” (PROEX-UENF) Bolsistas de Extensão e Universidade Aberta: Jane Ribeiro (Jornalista), Miguel de Araújo (Designer Gráfico), Osniel Herrera (programador) e Sarah Sheyne Damasceno (Graduanda/UENF) Equipe Editorial: Maria Cristina Gaglianone, Rosana Rodrigues, Maura Da Cunha e Valdirene Moreira Gomes @conhecendoaciencia @proppguenf

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