Revista "Conhecendo a Ciência" - Outubro de 2021

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ISSN 2446-5445 | Vol. 08 | no 05| Outubro de 2021

Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

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Currículo Lattes para quê? O currículo é uma ferramenta que reúne conquistas profissionais e acadêmicas de uma pessoa. No Brasil, existe o Currículo Lattes, considerado um repositório de informações a respeito da trajetória pessoal, profissional científica e tecnológica. Resumindo: é no CV Lattes que pesquisadores e pesquisadoras divulgam artigos publicados, informações sobre sua formação e trajetória profissional, produções acadêmicas, premiações, participações em congressos, apresentações de palestras, etc.

ter o Currículo. Sobre as produções, os seguidores relataram que se preocupam mais com itens que contemplam os trabalhos apresentados, as publicações e a participação em eventos. As universidades públicas, sem nenhuma dúvida, possuem grande destaque como produtoras de conteúdo científico em nosso país, sendo, portanto, fundamental que tais feitos estejam disponíveis para o conhecimento de todos. A Prof.ª Dr.ª Valdirene Moreira Gomes, docente da UENF, uma das entrevistadas desta edição, esclarece o papel do CV Lattes como uma importante ferramenta para esse reconhecimento.

Elaborado nos padrões da Plataforma Lattes, administrada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Currículo Lattes concentra em sua base de dados o percurso acadêmico de pesquisadores de todo o país, além de ser adotado pela maioria das universidades e outras instituições de pesquisa e instituições de fomento.

“Neste Currículo devem-se incluir informações e conquistas acadêmicas e científicas, independentemente de ser professor, pesquisador, ambos ou estudante. É fundamental que o estudante, seja ele de iniciação científica ou de pós-graduação, tenha desde cedo o conhecimento do caminho de construção deste currículo. Claro que existem outras ferramentas para balizar a produção acadêmica, porém o currículo Lattes tem em especial esse papel de retratar e deixar disponível para conhecimento nacional e internacional, uma primeira impressão profissional dentro e fora da academia.”, explica a professora.

Dentre as maiores vantagens para o pesquisador estão a facilidade de preenchimento e de consulta, a uniformidade dos dados e o recurso de exportação em diferentes formatos. Plataforma possui diversos itens a serem preenchidos de acordo com a trajetória de seus usuários. A Revista Conhecendo a Ciência, em interação com seus seguidores via Instagram, propôs algumas reflexões a respeito do assunto. Em síntese, foi possível constatar que muitos estudantes (maioria em nosso público) têm o CV Lattes e buscam mantê-lo atualizado. Das quase 70 pessoas que interagiram conosco, todas relataram

No geral, como o CV Lattes é específico do universo acadêmico, estudantes só se deparam com a necessidade de ter esse currículo quando iniciam a graduação. Os professores, então, atuam como mediadores, mostrando os primeiros passos para registrar

Interação com os seguidores do perfil da Revista no Instagram, @conhecendoaciencia

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem os feitos dentro e fora da universidade. É muito importante ter o conhecimento do caminho de construção deste Currículo desde cedo.

O Prof. Dr. Thiago Soares de Oliveira, que atualmente, é professor do Instituto Federal Fluminense campus Campos Centro, passou grande parte da sua formação na UENF, cursando o mestrado e o doutorado e, hoje, incentiva seus alunos da graduação a se dedicarem à construção do Currículo.

“Desde o primeiro contato com o estudante de Iniciação Científica, deixo claro o papel do Currículo Lattes em sua vida e como é importante esta construção para outras etapas em um futuro próximo da sua caminhada científica e acadêmica. Para exemplificar, podemos citar o nosso principal Congresso local, o CONFICT. Além da participação do estudante neste Congresso, ele deve também informar em seu currículo sua contribuição, incluir uma breve descrição do trabalho apresentado como título e palavras-chave, demais colaboradores e, se for o caso, premiações derivadas dessa realização. O mesmo se aplica às demais produções, como um artigo científico publicado ou um resumo expandido. Com isto, tento sempre ressaltar o quão fundamental é este preenchimento, como forma de, no futuro, através da análise deste currículo, o estudante vir a alcançar objetivos idealizados, como um emprego ou o ingresso em curso de pós-graduação. Esta importância sempre me foi traduzida pelo meu ex-orientador e tento repassar tal aprendizado todos os dias aos meus alunos.”, diz a professora Valdirene.

Docente Thiago Soares de Oliveira, doutor em Cognição e Linguagem (UENF) e professor no IFF Campos Centro

“Costumo dizer que o Currículo Lattes funciona como se fosse o Instagram ou o Facebook do pesquisador de todos os níveis. Ele reúne e organiza todas as atividades relevantes na vida acadêmica, fornecendo a todos um panorama que facilita a compreensão de quem é o pesquisador, quais são seus interesses de pesquisa, como se deu a formação ao longo do tempo, etc. O estudante deve ter consciência da importância do Currículo Lattes desde o período inicial, já que muitas das atividades acadêmicas ocorrem na universidade ou a ela estão vinculadas, mas não apenas. Em aula, costumo consultar na Plataforma o currículo de algum pesquisador vinculado à área de estudo da disciplina que está sendo ministrada, explicando aos alunos as diversas possibilidades acadêmicas que merecem registro para a posteridade.”, relata o Prof. Dr. Thiago. No fim das contas, reunir informações acadêmicas e profissionais no Currículo Lattes durante a graduação pode abrir muitas portas, principalmente para

Prof.ª Dr.ª Valdirene Moreira Gomes, docente UENF

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem Para ter um bom currículo, é muito importante estar por dentro do que acontece dentro e fora da universidade. Congressos, palestras e mostras, por exemplo, oferecem ao estudante a oportunidade de assistir ou participar, expondo as suas produções com certificação que pode e deve entrar no escopo de seu currículo.

quem deseja ingressar em uma pósgraduação por exemplo. Devido à base de dados padronizada, agências de fomento aproveitam a plataforma para levantar as informações de que precisam para cumprir com critérios estabelecidos em editais, avaliações institucionais, dentre outros. “Para os que pretendem seguir um percurso acadêmico-universitário, cursando um mestrado e, posteriormente, um doutorado, é importante consolidar um currículo que demonstre as várias experiências do graduado durante o período formativo na faculdade. Essas experiências podem ser resultado da participação em projetos de Iniciação Científica, de extensão ou de ensino, de congressos e eventos, entre outras possibilidades.”, explica o professor Thiago a respeito da importância da construção de um bom currículo durante a faculdade.

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“Um currículo preenchido cuidadosamente com as devidas informações da produção científica e acadêmica, além de fornecer ao estudante maiores oportunidades, levará também este estudante a um amadurecimento diferenciado, favorecendo sua transição para a pós-graduação, o que certamente promoverá a continuidade da visão realista do trabalho diário e das conquistas a serem realizadas.”, orienta a professora Valdirene.

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Alunos de ensino fundamental também entram na base de currículos para participar de projeto com a UENF Existe idade certa para ser um cientista? A resposta é “não”! Uma parceria entre o CIEP 481 Arnaldo Rosa Viana e a UENF promove o projeto “Jardins de Polinizadores”, coordenado pela Prof.ª Dr.ª Maria Cristina Gaglianone, com apoio do Programa Ciência na Escola, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

proporcionando interações entre alunos, professores das escolas, estudantes de Iniciação Científica e pesquisadores da Universidade. O objetivo é transformar jardins de escolas públicas em locais de ensinoaprendizagem, e possibilitar aos alunos o engajamento na pesquisa científica como atores no monitoramento da biodiversidade e das funções ecológicas. O projeto vai trabalhar inicialmente com o Clube de Ciências da escola, inserindo o letramento científico e proporcionando interações entre alunos, professores das escolas, estudantes de Iniciação Científica e pesquisadores da Universidade.

O objetivo é transformar jardins de escolas públicas em locais de ensino-aprendizagem, e possibilitar aos alunos o engajamento na pesquisa científica como atores no monitoramento da biodiversidade e das funções ecológicas. O projeto vai trabalhar inicialmente com o Clube de Ciências da escola, inserindo o letramento científico e

CV Lattes de integrante do Clube de Ciências do CIEP 481 Arnaldo Rosa Viana

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Pesquisa sobre a vegetação em áreas urbanas centrais de campos dos goytacazes é publicada em formato de e-book

Os trabalhos que são desenvolvidos nas instituições de ensino e pesquisa públicas, como as universidades, trazem resultados muito positivos à sociedade. É por isso que o incentivo à Ciência é indispensável à vida acadêmica de estudantes como Mariana Elene Costa Pereira, que cursa Agronomia na UENF e, recentemente, pôde contribuir para a criação e publicação de um e-book.

Capa do e-book publicado pela EdUENF

“Durante toda a minha criação sempre tive muito contato com a natureza, contato este estimulado pelos meus pais. Dessa forma, sempre mantive um forte vínculo com o campo. Na escolha da graduação, esta paixão pela natureza me conduziu até a Agronomia, junto com o anseio do conhecimento sobre as etapas da engrenagem que movimenta os processos produtivos do agronegócio. Por meio da UENF, descobri a amplitude do curso escolhido, fator este que me despertou um interesse ainda maior na área.”, revela a estudante. Por meio da Iniciação Científica, Mariana ampliou seus conhecimentos teóricos e técnicos dentro da área de Fitotecnia, na qual são estudadas as plantas, o que possibilitou o desenvolvimento do projeto publicado.

área.” completa.

“Pretendo me aprofundar cada vez mais na ciência e na pesquisa, sempre me inteirando sobre as questões ambientais, buscando ideias inovadoras. Para isso, tenho como pretensão fazer mestrado e doutorado nesta ISSN 2446-5445 | Vol. 08 | no 05 | Outubro de 2021

Mariana Elene cursa Agronomia na UENF

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem “O principal desafio da Mariana no início do trabalho era não conhecer muitas das plantas, bem como o aprendizado sobre a transcrição dos dados do georreferenciamento para o Google Maps; mas ambos foram rapidamente assimilados e bem manejados pela estudante, que depois ainda aprendeu o uso de outras ferramentas e de forma mais independente. Além disso, ela desenvolveu uma visão bastante clara da importância das áreas de estudo para a cidade e sua população por meio também das interações espontâneas de diversos cidadãos que se aproximavam interessados em saber o que estávamos fazendo. A Mariana iniciou como bolsista de apoio acadêmico e, o acompanhamento dos trabalhos no laboratório e o contato com estudantes de pós-graduação, acarretaram no interesse pela pesquisa, que a levaram a ingressar como estudante voluntária de Iniciação Científica (o que merece ainda maior destaque).”, diz a Prof.ª Dra.ª Janie.

conhecimentos e ferramentas com os quais têm contato durante o curso de graduação. “Em meio a tantos benefícios, a participação na Iniciação Científica desenvolve no estudante o espírito investigativo, a curiosidade, a criatividade e a crítica construtiva, ampliando seus horizontes, pois também aprendem muitos outros assuntos e desenvolvem novas habilidades. A Mariana aprendeu rapidamente as metodologias a serem utilizadas em seu trabalho, com grande interesse e dedicação. Hoje fala com desembaraço sobre o tema, conhece as áreas de estudo e plantas, e continua desenvolvendo outra parte da pesquisa, agora envolvendo diversos aspectos relacionados à arborização das vias públicas. Sinto-me muito contente com o seu desempenho, e orgulhosa em participar de sua história; faço questão de sempre mencioná-la, quando me procuram para falar sobre o tema, pois gosto e acho muito importante que participe das divulgações, portanto sempre a incluo.”, completa a Professora.

Sobre a pesquisa A pesquisa de IC da Mariana no PIBI-UENF tem como título “A vegetação em áreas verdes públicas da área urbana central de Campos dos Goytacazes, RJ: bemestar ambiental e social” e faz parte do Laboratório de Fitotecnia (LFIT), do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), sob orientação da Prof.ª Dr.ª Janie Mendes Jasmim. “O objetivo geral da pesquisa trata do diagnóstico da vegetação em áreas públicas urbanas da área central do Município de Campos dos Goytacazes, RJ, incluindo praças e vias públicas. Nas praças, o trabalho foi realizado fazendo-se a identificação botânica, quantificação, georreferenciamento e registro fotográfico das espécies presentes, que foram identificadas pelo nome científico e comum e classificadas nas categorias árvores, arbustos, palmeiras, gramado e forração. As praças foram identificadas pelos nomes registrados nas plantas baixas obtidas junto ao Departamento de Projetos

Prof.ª Dr.ª Janie é coordenadora da pesquisa em andamento sobre a vegetação das áreas centrais de Campos dos Goytacazes

A Professora complementa a respeito da importância da IC na trajetória dos estudantes, uma vez que a participação no Programa permite que apliquem muitos

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana do Município de Campos dos Goytacazes, quando existentes.”, explica Mariana. A pesquisa resultou na publicação de um e-book com guia fotográfico da vegetação presente em 21 praças da cidade. O e-book intitulado “Guia de Vegetação de Praças” pode ser acessado na página da editora da UENF.

A estudante Mariana Elene e a Prof.ª Dr.ª Janie

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Pesquisa compara a anatomia de cães domésticos a de cães silvestres

Sou de família humilde e tinha a minha rotina dividida entre estudar para o vestibular e trabalhar com meus pais no comércio. Hoje, quando olho toda a minha trajetória até aqui, encho-me de orgulho por fazer parte da UENF como cotista racial, principalmente sendo um dos primeiros representantes da minha família em uma universidade pública.” conta o estudante. Gustavo teve seu primeiro contato com a Iniciação Científica ainda no ensino médio, por meio do programa Jovens Talentos no Instituto Federal Fluminense campus Guarus. Esse incentivo lá atrás conduziu o estudante para o caminho da pesquisa que, atualmente, rende muitos frutos, pois, além de atuar como bolsista de IC Nota 10, Gustavo foi recentemente premiado no XIII CONFICT.

Gustavo Silva de Souza, cursa Medicina Veterinária na UENF

A trajetória de muitos alunos até a graduação é repleta de desafios e conquistas marcantes. É o caso de Gustavo Silva de Souza, aluno do curso de Medicina Veterinária da UENF. O estudante de 24 anos conta que a UENF sempre foi sua primeira opção e que seus primeiros passos até a universidade ficaram marcados em sua memória e de sua família.

“Tenho a oportunidade de ser orientado pela professora Ana Bárbara que além de ser uma excelente profissional é um grande exemplo para o meu futuro. Acredito que a Ciência tem uma grande importância para a Veterinária que muitas vezes é inserida em um contexto limitado de atuação quando na verdade é uma profissão com muitas ações em prol da sociedade. Logo, pretendo seguir produzindo e quebrando um pouco desse paradigma.” relata Gustavo.

“Sendo natural da cidade de Campos, sempre tive a UENF como primeira opção e me recordo com muito carinho do dia em que fui convocado para realizar a matrícula.

Conheça a pesquisa Gustavo se dedica ao projeto de pesquisa intitulado “Morfologia comparada do esqueleto de Canis lupus familiaris e Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766)” no Laboratório de Morfologia e Patologia Animal (LMPA) da UENF. O trabalho se trata de uma parceria entre o Setor de Anatomia Animal, o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Animais Selvagens (NEPAS) e o Parque Estadual da Lagoa do Açu (PELAG), tendo como orientadora a professora Ana Bárbara Freitas Rodrigues Godinho.

atropelados nas rodovias do país. Nós recebemos os animais que acabam vindo a óbito e iniciamos o processo de preparação da carcaça e a técnica de maceração para que toda a análise comparativa seja realizada com a parte osteológica das espécies.” detalha o Gustavo. Com essa realidade de pandemia, o estudante ressalta a importância da saúde única que é um conceito que trata do equilíbrio entre a saúde humana, a saúde animal e a saúde ambiental. Este projeto se insere nesse contexto principalmente pelo papel que a espécie silvestre exerce ao recrutar plantas nativas e cultivadas através da disseminação de sementes pelas fezes, podendo até auxiliar na restauração de vários biomas ao longo da América do Sul.

“O objetivo principal do projeto é realizar a comparação anatômica do esqueleto do cachorro do mato com o esqueleto do cachorro doméstico, tendo em vista a carência da literatura na área e a necessidade de conhecer melhor a referida espécie que se destaca como um dos mamíferos mais

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Cinco espécies de myrtaceae da savana amazônica são analisadas em estudo

A Iniciação Científica, além de abrir portas, atua como um fator de incentivo muito importante diante dos desafios durante a graduação. A estudante Nicolly Bautz, que cursa Licenciatura em Ciências Biológicas na UENF, é um exemplo de que o Programa desempenha um grande papel na vida dos alunos. Incentivada desde cedo, a busca pelo sonho de entrar na faculdade teve início quando ainda estava na educação básica, em sua escola na cidade de Cariacica – ES.

“Sempre fui incentivada pela minha família e pelos meus professores a estar em uma universidade. Então, o incentivo deles se tornou o meu sonho. Foi quando uma amiga me indicou a UENF e eu resolvi prestar o vestibular.” conta a aluna de 27 anos. Nicolly entrou na faculdade com grandes expectativas e muito empenho. Isso fez com que ela se dedicasse cada vez mais aos estudos desenvolvidos no curso escolhido e, tendo o seu esforço reconhecido, ela ingressou na IC na primeira oportunidade. “Apaixonei-me pela Anatomia Vegetal na primeira vez que vi um corte anatômico de uma planta e, em 2018, resolvi conhecer o Setor de Biologia Vegetal do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual.

Nicolly Bautz, estudante de Licenciatura em Ciências Biológicas na UENF

Mesmo com a paixão pelos estudos, a estudante reconhece que as dificuldades podem aparecer, mas é preciso ter foco e buscar alcançar os objetivos propostos. “Às vezes, nos vemos diante de situações que podem nos levar a desistir da universidade, mas a Iniciação Científica foi fundamental para que eu permanecesse. Ouso dizer que estar no laboratório é uma das melhores partes do meu dia. Ter meu trabalho reconhecido é muito motivador, e motivação é imprescindível para nós que estamos na IC.” diz a estudante premiada no XIII CONFICT.

Entrei na Iniciação Científica e nela permaneço até hoje. Desenvolver pesquisas e perceber que eu posso contribuir para algum tipo de melhoria coletiva me deixa muito contente. Sonho em ser Professora/Pesquisadora e sei que a Iniciação Científica é o ponto de partida para que eu consiga realizar esse sonho.” relata.

Conheça a pesquisa

A pesquisa de Nicolly, intitulada “Atributos estruturais e histoquímicos da lâmina foliar de cinco espécies de Myrtaceae em savana amazônica”, é realizada no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT), no Setor de Biologia Vegetal, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maura Da Cunha e coorientação de Marcos José Gomes Pessoa.

e alta incidência de raios solares. “Esse estudo é relevante, porque pode contribuir para a descoberta de novos fármacos, uma vez que algumas espécies estudadas já são utilizadas na medicina popular.” completa a estudante. É importante ressaltar que pesquisas como a de Nicolly trazem grandes benefícios para a sociedade, uma vez que os fármacos podem aumentar a expectativa de vida das pessoas, tratar certas doenças, trazendo assim benefícios sociais e econômicos. Além disso, os avanços tecnológicos favoreceram trabalhos dessa ordem, proporcionando avanços expressivos na área da química e da biologia e a melhor compreensão dos fatores que levam ao surgimento e desenvolvimento de doenças.

“A intenção dessa pesquisa é utilizar a microscopia para analisar a estrutura das folhas das espécies e identificar quais são os metabólitos secundários que fazem parte da sua composição.” detalha Nicolly. Com o andamento da pesquisa, foi possível identificar se essas plantas desenvolveram estratégias adaptativas para lidar com ataque de fungos e herbívoros, e para sobreviver em uma savana amazônica, que possui pouca disponibilidade de água

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Documentos artísticos do acervo da Casa de Cultura Villa Maria são estudados em pesquisa 2017, no curso de bacharelado em História na Universidade Federal Fluminense, no qual se formou este ano. Agora, ela permanece com vínculo à Universidade através do curso de licenciatura. “A Iniciação Científica entrou na minha experiência acadêmica quando estava no 4° período, num momento de muita vulnerabilidade econômica e insegurança quanto à minha permanência no curso. Primeiro, comecei o meu projeto enquanto voluntária, compreendendo o valor daquele trabalho na minha formação. Por ser uma pesquisa diretamente ligada ao campo da História e da Arquivologia, a bolsa me serviu quase como um estágio, contribuindo imensuravelmente para a mediação entre teoria e prática.” conta a estudante.

Taiany Felipe de Oliveira é estudante de IC na UENF

O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBi-UENF) vem, desde 1995, incentivando os estudantes de graduação a participarem de projetos de pesquisa dentro da Universidade. Os resultados positivos desse programa são observados a partir do relato dos estudantes como a Taiany Felipe de Oliveira, que cursa Licenciatura em História na Universidade Federal Fluminense e atua como aluna de IC na UENF.

O caminho pela IC envolve muita dedicação e estudo. Para um aluno de graduação, esses primeiros passos promovem o aprofundamento na área escolhida, além de expandir os horizontes em reação à carreira profissional. “Na IC, eu me encontrei dentro da minha área de atuação e como acadêmica apaixonada pela pesquisa. Por isso, pretendo seguir esse caminho que me foi tão bem introduzido pela UFF e UENF.” relata a estudante premiada no XIII CONFICT.

Taiany cursou toda a educação básica em escola pública e começou a graduação em

Conheça a pesquisa

Tinoco.” detalha Taiany.

A pesquisa de Taiany, intitulada “Pesquisa Histórica com base nos documentos artísticos (teatro) do acervo da Casa de Cultura Villa Maria/UENF” é realizada pelo Centro de Ciências do Homem (CCH), no Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico (LEEA), sob orientação da Prof.ª Simonne Teixeira. O trabalho começa com a prática arquivística, a partir dos documentos do acervo Godofredo Tinoco institucionalizado pela Casa de Cultura Villa Maria, da UENF.

Assim, as ideias que são materializadas nos discursos encontrados nos livros, cartas, peças teatrais e artigos são mapeadas no acervo. A pesquisa busca valorizar a cidade de Campos dos Goytacazes com o resgate de sua história, que contou com contribuições de Godofredo. “Nesse trajeto, tenho evidenciado uma relação direta de Tinoco com a política local e nacional, principalmente com a chamada Revolução de 30 que deu espaço ao Governo de Getúlio Vargas no Brasil. Este estudo é realizado sob a orientação da professora Dra. Simonne Teixeira no Laboratório de Estudos do Espaço Antrópico.” explica a estudante.

“Nesse primeiro trabalho são atribuídos vários processos aos documentos: limpeza, digitalização, acondicionamento, fichamento e catalogação. Hoje, a pesquisa se volta mais para o trabalho historiográfico. Para isso, busco a relação dessas fontes a partir de seu primeiro organizador, o intelectual Godofredo

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Estudo investiga a técnica fotoacústica para o diagnóstico e monitoramento da diabetes

A cada dia, a Ciência avança através dos estudos desenvolvidos por pesquisadores empenhados em transformar o mundo. Arthur George Tissi Batista, que cursa Licenciatura em Física na UENF, natural de Pirapetinga (MG), é um exemplo de que o entusiasmo científico começa bem cedo, ainda na educação básica.

“Estudei durante quase todo o ensino fundamental em uma escola do meu bairro e, somente no último ano, mudei-me para um colégio no centro da cidade. Nesse novo colégio tive a oportunidade de ganhar uma medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) e incentivo a todos os leitores que estejam aptos a fazer essa prova, que a façam com carinho e dedicação. Foi algo que abriu portas na minha vida e pode fazer o mesmo por vocês também.”, aconselha o estudante de 21 anos.

Arthur George Tissi Batista, estudante do curso de Licenciatura em Física na UENF

professora Dra. Maria Priscila Pessanha de Castro e o que tenho a dizer é que a pesquisa é algo realmente apaixonante. Colocar em prática tudo aquilo que se aprende é motivador e reforça o sentido do porquê cada passo da sua trajetória é dado. Hoje em dia tenho ainda mais certeza sobre o curso que escolhi e cada vez mais fé no objetivo que sempre sonhei que é ser um pesquisador.”, conta Arthur, que foi um dos premiados no XIII CONFICT.

Seguindo o exemplo de seus irmãos, Arthur prestou vestibular para o Instituto Federal Fluminense campus Campos Centro, onde cursou o ensino médio. Após essa experiência, em 2017, o estudante prestou o ENEM e iniciou a graduação na UENF no ano seguinte. “No terceiro período do curso, novamente a exemplo dos meus irmãos, ingressei na Iniciação Científica sob a orientação da

Conheça a pesquisa

A pesquisa de Arthur é realizada no Laboratório de Ciências Físicas (LCFIS) do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) da UENF, sob orientação da professora Dra. Maria Priscila Pessanha de Castro. A pesquisa intitulada “Caracterização de Célula Fotoacústica para detecção de Biomarcadores” objetiva investigar a técnica fotoacústica, que consiste na conversão de um sinal por emissão de radiação (foto) em um sinal de detecção sonora (acústica).

metano como um biomarcador para o monitoramento de pacientes obesos diabéticos. Essa técnica pode ser usada para determinar a quantidade de uma espécie molecular (por exemplo, o metano ou a acetona) dentro de um recipiente fechado (célula fotoacústica). Para que a detecção seja adequada é preciso determinar algumas características da célula fotoacústica como, por exemplo, a frequência de ressonância da célula. Na frequência de ressonância o som é amplificado produzindo um sinal de detecção maior.”, detalha Arthur.

“Biomarcadores são moléculas presentes no corpo humano que de acordo com suas concentrações podem indicar doenças. Alguns desses biomarcadores, chamados biomarcadores gasosos, podem ser encontrados na respiração humana, no processo de exalação. Dentre esses biomarcadores, temos o metano, que é bem estabelecido para obesidade e a acetona bem estabelecida para diabetes. Recentemente estudos apontaram o

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Se o desempenho da pesquisa for satisfatório, futuramente, poderá ser feito o diagnóstico e monitoramento da diabetes com um método não invasivo, proporcionando uma melhor qualidade de vida às pessoas.

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A equipe da revista “Conhecendo a Ciência” comemora prêmio recebido

No dia 06 de outubro, a Revista “Conhecendo a Ciência” recebeu o prêmio de 1º lugar pela apresentação na XIII Mostra de Extensão UENF/UFF/IFF, na área de Comunicação. A importância da divulgação científica e o papel dos estudantes de IC e IT da UENF foram destacados. O objetivo de produzir uma revista acessível aos estudantes da educação básica e à comunidade em geral tem sido alcançado a cada edição e, por isso, a Equipe agradece e dedica esta conquista a cada leitor! Viva a Ciência!

"Até que o sol não brilhe, acendamos uma vela na escuridão." - Confúcio

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