Revista "Conhecendo a Ciência" - Junho de 2022

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ISSN 2446-5445 | Vol. 09 | no 01| Junho de 2022

Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

As coleções biológicas da UENF incentivam a pesquisa e a preservação da biodiversidade Colecionar, de forma geral, é uma ação comum que o ser humano executa com diferentes objetivos. O que difere as coleções do simples ato de reunir objetos está no método utilizado para organizar e manter as amostras. No campo das ciências, as coleções biológicas são definidas como conjuntos de organismos, ou partes deles, organizados de modo a fornecer informações sobre a procedência, a data e o modo de coleta, a identificação de cada um de seus espécimes e outras informações. As coleções servem como testemunhos da existência presente e passada das espécies e como fonte de material genético.

No Brasil, a maioria das coleções está vinculada às universidades e institutos de pesquisas, onde se tornam parte da formação dos estudantes de graduação e pós-graduação e instrumentos de pesquisas, inclusive da Iniciação Científica. O Brasil detém 20% da biodiversidade mundial e, nesse contexto, as coleções biológicas assumem um papel fundamental como testemunho da diversidade biológica, com o registro da variação morfológica e genética das populações no passado e no presente.

Uma característica importante das coleções biológicas é que elas devem estar ligadas às instituições, que têm o dever de conservar o acervo e tornar suas informações disponíveis para diferentes públicos. A institucionalização permite a integração de dados e intercâmbio de material e informações, por meio do reconhecimento no âmbito científico e disponibilização dos dados em plataformas nacionais e internacionais.

Fonte: acervo da Revista Conhecendo a Ciência

As coleções são fonte de informações e de material para estudos nas áreas da ecologia, taxonomia, recursos genéticos, melhoramento animal e vegetal, biotecnologia, saúde, farmacologia, parasitologia, etnobiologia, dentre muitas outras. As coleções podem preservar material coletado há muito tempo, proporcionando aos estudiosos informações de séculos passados. Dentre as instituições internacionalmente conhecidas, a da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por exemplo,

Fonte: acervo da Revista Conhecendo a Ciência

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem mencionada na mídia com muita frequência nos últimos anos pela sua participação nas pesquisas das vacinas contra a COVID-19, possui coleções que começaram a ser compostas no início do século XX.

fontes básicas para os estudos taxonômicos, florísticos, biogeográficos, fenológicos, ecológicos e fornece dados para os trabalhos sobre biodiversidade, usos medicinais, tóxicos, forrageiros, alimentícios, entre muitos outros." (Fonte: Herbário HUENF que tem curadoria do professor doutor Marcelo Trindade Nascimento)

A UENF, como uma instituição relativamente recente, fundada em 1993, tem também coleções jovens quando comparada a outras instituições. Entretanto, já possui um acervo muito significativo nas áreas de botânica, zoologia, microbiologia e recursos genéticos. Esses acervos compõem as diversas Coleções Biológicas da UENF.

“As coleções botânicas registram a existência de espécies em um determinado tempo e espaço e documentam informações da flora de áreas preservadas e de áreas hoje perturbadas; elas são imprescindíveis em pesquisas taxonômicas e filogenéticas e essenciais na identificação de espécies. No caso da xiloteca, que é composta de amostras de madeiras botanicamente identificadas, o acervo é de grande importância para atender às necessidades de informações de botânicos, tecnologistas, produtores de madeira, e muitos outros para os quais a madeira é objeto de pesquisa, ou material para análise e comparação. As coleções de madeiras do mundo, em geral, iniciaram sua formação junto com outras coleções botânicas.”, explica a professora doutora Maura Da Cunha, responsável pela Xiloteca da UENF, onde também atua a bolsista pós-doutoranda Camilla Ribeiro Alexandrino.

Dentre as coleções botânicas, estão o herbário, a xiloteca, a palinoteca e a coleção de sementes. “Herbário é uma coleção científica, composta por amostras de plantas secas, provenientes de diferentes ecossistemas, servindo como registro e referência sobre a vegetação e flora de uma determinada região. A formação de Herbários iniciou-se no século XVI na Itália, como coleções de plantas secas e costuradas em papel. Foi Lineu (1707-1778) que popularizou a prática corrente de montar os exemplares em simples folhas de papel e guardá-las horizontalmente. As informações contidas em um Herbário são

Fonte: acervo da Revista Conhecendo a Ciência

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem “As palinotecas constituem coleções científicas que preservam grãos de pólen e esporos de plantas. A Palinoteca da UENF é estruturada em lâminas de microscopia permanente, contendo pólen proveniente da flora das áreas estudadas e também de estruturas de transporte (como escopas e corbículas) e de outras partes do corpo de abelhas e do interior de células de cria de seus ninhos”, explica Vanessa Ribeiro Matos, bolsista de pós-doutorado da ProPPG que atua diretamente no acervo desta Coleção.

ecológicas importantes.” explica a professora doutora Maria Cristina Gaglianone, responsável pela Coleção de Abelhas do Laboratório de Ciências Ambientais e pela Palinoteca da UENF. Os insetos são também o grupo preservado no Museu de Entomologia do Laboratório de Entomologia e Fitopatologia da UENF. “A coleção científica possui um acervo com aproximadamente 65 mil espécimes e tem como principais objetivos servir de depositário de insetos e oferecer suporte a estudos científicos. A coleção didática auxilia no ensino da entomologia e a coleção de divulgação é destinada para a exposição em eventos científicos e de extensão”, informa Renata Cunha Pereira, pós-doutoranda que realiza as atividades de curadoria do Museu sob supervisão do professor doutor Gerson Adriano Silva. “A bolsa de apoio às coleções biológicas da UENF da ProPPG é um grande avanço para a preservação das coleções da universidade”, acrescenta Renata, que também é bolsista nesse Programa.

Fonte: acervo da Revista Conhecendo a Ciência

As coleções zoológicas abrangem animais invertebrados e vertebrados, em acervos destinados à pesquisa e também ao ensino e à extensão. “Os insetos são alvo de estudos em diferentes campos da ciência. Preservados a seco ou em via úmida, as coleções de insetos são importantes testemunho da biodiversidade regional desse grupo tão numeroso. Além dos dados gerais sobre local e data de coleta, as abelhas têm também outros registros valiosos associados, como as plantas que visitavam no momento da coleta, o horário de atividade ou a localização de ninhos ou abrigos. Além disso, a preservação de outros organismos ou estruturas presas ao corpo das abelhas, como parasitas ou pólen, também fornecem informações

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Fonte: acervo do Museu de Entomologia

Dentre as Coleções zoológicas, a coleção mastozoológica, sob a responsabilidade do professor doutor Leandro Rabello Monteiro, tem o objetivo de documentar a diversidade de mamíferos da região Norte Fluminense e preservar os espécimes testemunhos coletados durante as pesquisas realizadas na UENF. “Apesar do estado do Rio de Janeiro ser considerado bem amostrado em relação à diversidade de mamíferos, a região norte apresenta lacunas no conhecimento, tornando fundamental a presença de uma coleção com os registros regionais. A coleção mantém

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem atualmente 486 espécimes-testemunho, sendo 93% da ordem Chiroptera (morcegos), e uma série de registros notáveis, como o primeiro espécime de Promops nasutus reportado para o estado do Rio de Janeiro. A coleção conta com um banco de dados multimídia de armadilhas fotográficas contendo vídeos e fotografias de mamíferos terrestres e um banco de registros bioacústicos com gravações de chamados de distresse de morcegos”, informa-nos Breno Mellado da Rocha, pós-doutorando bolsista da ProPPG, que atua diretamente na coleção mastozoológica. Fonte: acervo Micoteca da Clínica Fitossanitária

“As coleções biológicas são uma importante ferramenta para conservação das espécies, com potencial de contribuir para diferentes áreas do conhecimento como zoologia ecologia, evolução e vigilância de zoonoses”, acrescenta Breno.

Possuem grande potencial biotecnológico, sendo fonte de alimentos, de substâncias tóxicas, industriais e medicinais, e podem ser aplicados na produção de compósitos a partir de resíduos industrias, ser simbiontes ou patógenos de plantas, animais, insetos e de outros fungos, além do seu uso como agentes de biocontrole de doenças e pragas na agricultura e pecuária”, define José Olívio Lopes Vieira Júnior, atual bolsista de pós-doutorado da ProPPG no grupo de pesquisa do professor doutor Silvaldo Felipe da Silveira, responsável pela Micoteca da Clínica Fitossanitária, na qual também participa o técnico Dr. Vicente Mussi Dias. Outros microrganismos também têm espaço entre as coleções biológicas da UENF. A coleção de microrganismos do Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT-UENF), coordenada pelo professor doutor Fabio Lopes Olivares, possui acervo de mais de 1000 isolados bacterianos. “Eles são oriundos de diferentes resíduos agrícolas vermicompostados, sistema solo-serrapilheira de um reserva biológica da mata atlântica, sistema solo-palha de cana-deaçúcar, sistema rizosfera-planta de gramíneas, fruteiras tropicais e sementes de milho. A bacterioteca abriga bactérias benéficas de diferentes espécies para diferentes aplicações biotecnológicas em agricultura e ambiente. Ela tem sido utilizada principalmente por diversos grupos de pesquisa da UENF, outras IES e por agricultores da região Norte/Noroeste/Lagos do Estado do Rio de Janeiro e Sul do Espírito Santo como bionsumo para promoção do crescimento

Fonte: acervo da Revista Conhecendo a Ciência

Outro importante grupo que compõe as coleções biológicas da UENF são os fungos. “Fungos são microrganismos eucariotos, que podem ser utilizados na pesquisa científica como modelos biológicos de organismos superiores em escala miniaturizada.

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem de plantas em diferentes agroecossistemas que buscam a intensificação de processos ecológicos no ambiente de produção.” explica o professor Fabio, que tem ajuda da pós-doutoranda Gabriela Petroceli Mota, bolsista da ProPPG, na organização da Coleção.

bolsista de pós-doutorado da ProPPG, que atua na curadoria da coleção de fungos entomopatogênicos.

As micotecas são coleções de fungos que têm como principal objetivo garantir a preservação do material biológico de modo que sejam mantidas suas características morfofisiológicas, químicas e genéticas. “O acervo da Micoteca da Clínica Fitossanitária mantém mais de 1600 espécimes, incluindo fitopatógenos de plantas, além de potenciais agentes de biocontrole de doenças, simbiontes ou estimuladores de crescimento em plantas. São utilizados para o ensino da micologia (taxonomia, identificação, manipulação, cultivo e estudos morfológicos e moleculares) e em pesquisas científicas”, informa José Olívio.

Formiga lava pé (Solenopsis) infectada com Metarhizium anisopliae isolado LEF M2. Fonte: acervo da Coleção de Fungos Entomopatogênicos.

A coleção de fungos entomopatogênicos, iniciada pelo professor doutor Richard Ian Samuels, é mantida pelo Grupo de Pesquisa em Patologia de Insetos do CCTA-UENF. “Os fungos entomopatogênicos possuem grande importância por serem usados nas atuais técnicas de controle biológico de pragas agrícolas. Como esses fungos só afetam insetos, a utilização destes microrganismos representa total segurança para a fauna e a flora. Além disso, estes fungos possuem uma grande variabilidade genética que nos permite selecionar isolados mais específicos e virulentos para um inseto alvo o que diminui o risco para os insetos não-alvos”, explica o professor Richard. “Além da importância agrícola, estes fungos vêm despertando interesse nos estudos envolvendo o controle biológico de mosquitos vetores de arboviroses, como Aedes aegypti, que afeta toda a Saúde Pública nacional e internacional”, acrescenta.

Além das coleções citadas, a UENF conta também com a Micobacterioteca Profa. Thereza L. Kipinis, coleção de micobactérias de interesse médico e veterinário da UENF, que está localizada no Laboratório de Biologia do Reconhecer do Centro de Biociências e Biotecnologia, sob coordenação da professora doutora Elena Lassounskaia. “No momento, estão depositadas 170 cepas de 8 diferentes espécies de micobactérias, isoladas de humanos com tuberculose ou hanseníase e de animais com paratuberculose ou tuberculose bovina. A coleção tem como objetivo a preservação e manutenção de cepas micobacterianas de referência laboratorial e cepas de isolados clínicos. Estas foram isoladas de diferentes localidades do Brasil, Américas, Europa, África e Sudeste Asiático. As cepas foram caracterizadas por pesquisadores da UENF, Instituto Oswaldo Cruz (RJ) e Instituto Adolfo Lutz (SP) quanto à diversidade genética, relações filogenéticas, resistência aos fármacos e virulência. As cepas bem caracterizadas, da coleção, permitem sustentar estudos epidemiológicos e servem para testes de novos fármacos para tratar a

A coleção disponibiliza material genético para os projetos ligados às atividades de ensino, pesquisa científica e extensão e “conta com mais de 130 isolados fúngicos que são mantidos por diferentes técnicas de cultivo e armazenamento”, informa Ricardo Bitencourt,

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem tuberculose e outras micobacterioses" detalha a professora Elena, curadora da coleção, onde também atua o pós-doutorando Fabrício Moreira Almeida

Com isso, nosso objetivo é estabelecer as melhores condições de armazenamento de sementes em diferentes condições de temperatura para a conservação de uma coleção de sementes, visando à preservação e propagação de espécies de interesse florestais ameaçadas de extinção e/ou apresentam importante potencial para reflorestamento de áreas degradadas. Por meio do Edital Recémdoutor de Coleções Biológicas da ProPPGUENF, podemos desenvolver estudos com as sementes de espécies florestais como Albizia polycephala e Dalbergia nigra mostrando que elas podem ser armazenadas em temperatura negativa a -18 °C ou criopreservadas, sem perda de viabilidade, podendo ser armazenadas a longo prazo. Por outro lado, Cariniana legalis e Paubrasilia echinata podem ser conservadas a 6°C, podendo ser armazenadas a curto prazo". detalha a professora Claudete Santa Catarina.

A UENF conta também com coleções de sementes de espécies nativas e agrícolas em bancos de sementes. A coleção de sementes de espécies arbóreas, coordenada pela professora doutora Claudete Santa Catarina, tem a participação da bolsista de pós-doutorado Yrexam Rodrigues de Souza Ribeiro. Os bancos de sementes estão entre os principais métodos de conservação ex situ, e associado a estes, as técnicas de congelamento e criopreservação aparece como alternativas promissoras para o estabelecimento de coleções de sementes visando manter a viabilidade a longo prazo.

Fonte: acervo da Coleção de Sementes

“A conservação de sementes é comumente realizada por meio de câmara fria a 12 ºC ou geladeira, a 2 - 8 ºC. Para as sementes de espécies que não suportam essas temperaturas, o armazenamento pode ser realizado por congelamento a -18ºC ou em temperatura ultrabaixas, por criopreservação, ou seja, conservação de material biológico em nitrogênio líquido a -196 °C, mantendo a conservação das sementes com características iniciais preservadas.

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Criopreservação. Fonte: acervo da Coleção de Sementes

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem A UENF também dispõe de um conjunto de acervos de germoplasma de diferentes espécies vegetais, com a finalidade de preservar acessos como reservas da diversidade genética de espécies de alto interesse agronômico e potencial de uso. Dentre estas plantas, estão forrageiras como o capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum, sob responsabilidade do professor doutor Rogério Figueiredo Daher); fruteiras como espécies de Passiflora (professora doutora Telma Nair Santana Pereira) e Vitis (professor doutor Alexandre Pio Viana); mamoeiro e milho-pipoca (professor doutor Marcelo Vivas), além de feijão e espécies olerícolas (professora doutora Rosana Rodrigues). “A manutenção de sementes em bancos de germoplasma é de grande relevância tanto para uso em programas de melhoramento de plantas, como também para a preservação de diversidade e variabilidade ex situ de diferentes espécies de interesse agronômico.

conhecido como banco de sementes do fim do mundo. Encravado em uma montanha de gelo no norte da Noruega, guarda um banco de sementes de alimentos de todo o mundo e foi planejada para resistir a catástrofes climáticas e até a explosões nucleares”, diz a professora doutora Rosana Rodrigues, pesquisadora da área de melhoramento genético e recursos genéticos para alimentação e agricultura.

Muitos dos exemplares conservados são repositórios de genes que controlam resistência à seca, a pragas e a doenças e podem ser úteis na produção de novos genótipos recombinados mais adaptados a um determinado ambiente. Um exemplo muito famoso de uma coleção de grande importância para a humanidade é o banco de sementes de Svalbard, também

Fonte: acervo da Revista Conhecendo a Ciência

“O banco ativo de germoplasma de olerícolas da UENF possui 27 espécies pertencentes a nove gêneros e acessos de diferentes datas de obtenção e multiplicação, sendo o mais antigo das décadas de 1970 e 1980. Dentre as olerícolas que o banco contempla, é possível encontrar acessos de abóbora (307), pimentão (51), pimenta (358), quiabo (162) e tomate (523). O banco conserva também amostras de feijão comum (500), sendo a maior parte proveniente de pequenos agricultores do Estado do Rio de Janeiro.”, conta Claudia Lougon, pós-doutoranda e bolsista da ProPPGUENF. Segundo Claudia, “o trabalho com as

Fonte: acervo da Revista Conhecendo a Ciência

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem Coleções de Plantas e Sementes de espécies agrícolas tem gerado um retorno significativo, principalmente pela grande quantidade de amostras.

UENF, que pode ser contatada através do e-mail coleções.biologicas@uenf.br. A aprovação de três projetos da UENF no Edital 08/2020 da Faperj (Programa Apoio à Conservação da Biodiversidade: Coleções Biológicas do Estado do Rio de Janeiro – COLBIO 2020), voltado para as Coleções Biológicas, está sendo um importante apoio para a ampliação e consolidação de algumas das Coleções da UENF.

As coleções biológicas favorecem a bioeconomia, gerando impactos positivos no desenvolvimento biotecnológico do Brasil, além de servirem como fonte de pesquisa e incentivo à conservação da biodiversidade”, ela conclui. As coleções biológicas da UENF estão atualmente dispostas nas dependências de diferentes laboratórios, pois não há uma estrutura centralizada que contenha todas as coleções. Recentemente, algumas iniciativas institucionais passaram a dar maior visibilidade e estruturação às coleções, a fim de que esses acervos cumpram o papel institucional de conservar e disponibilizar informações. Uma dessas iniciativas foi a criação de um programa de bolsas de pós-doutorado na UENF, específico para coleções, com editais públicos regulares. O objetivo é agregar doutores para auxiliar os pesquisadores da UENF na organização, catalogação e divulgação das informações das coleções (outras informações sobre os editais podem ser encontradas no site da Pro-reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (ProPPG) da UENF - https://uenf.br/posgraduacao/). A outra iniciativa foi a criação de uma comissão para a Institucionalização das Coleções Biológicas da

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O processo de institucionalização é um passo importante para a normatização das coleções e o reconhecimento institucional dos curadores. A denominada curadoria é a atividade de zelar pelos itens que compõem as coleções desde a coleta, preservação, armazenamento e catalogação, até a disponibilização do acervo. "Estamos em uma fase de levantamento de informações e redação de um regimento geral das Coleções da UENF, que deve ficar disponível em breve. Estamos também planejando um site para agrupar as informações das Coleções da UENF e que possa facilitar o acesso às informações", conta a professora Maria Cristina Gaglianone, presidente da Comissão de Institucionalização das Coleções da UENF. “A disposição de tantas pessoas para compor esta edição da Revista Conhecendo a Ciência, em uma matéria dedicada às Coleções, é mais um sinal da grande necessidade de divulgarmos e discutirmos esse tema”, finaliza.

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Dia de Darwin

No mês de fevereiro, aconteceu em Cabo Frio o evento “Dia de Darwin”, uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Cabo Frio e a UENF que rendeu uma programação recheada de muito conhecimento em comemoração ao aniversário de Charles Darwin e aos 190 anos da visita do cientista à cidade. O evento aconteceu em Tamoios, na Fazenda Campos Novos. As coleções biológicas da UENF marcaram presença na Expo Ciência, que teve como destaque as contribuições de Darwin para o meio científico.

Exposição das coleções biológicas da UENF na Expo Ciência

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Pesquisa investiga desequilíbrio de chuvas e estiagens em cidades do estado do Rio de Janeiro

Justi da Silva em busca de informações sobre a possibilidade de realizar uma IC com sua orientação, em um projeto ligado ao clima (variabilidade e tendências).”, relata Agatha. Oriunda de Rio das Ostras, a estudante conta que ingressou na UENF por meio da Fundação CECIERJ, que tem como objetivo a democratização do acesso ao ensino superior público, gratuito e de qualidade na modalidade Educação a Distância (EaD). “Tive a oportunidade de concorrer a uma vaga para me tornar aluna da UENF e, no ano de 2018, ingressei no curso Licenciatura em Ciências Biológicas. Sigo nessa universidade, dedicando-me aos meus estudos. Hoje, atuo na IC com orientação da professora Maria com o projeto ‘Eventos extremos de chuva: deficiência e excesso’ e me tornei uma bolsista de IC pelo PIBIC/UENF no período de um ano e meio.”, conta. Agatha também relata que a Pandemia impôs algumas dificuldades ao andamento do seu projeto, limitando os encontros presenciais no Laboratório de Meteorologia (LAMET), por exemplo.

Agatha Nunes da Silva, estuda Licenciatura em Ciências Biológicas na UENF

Dentro da UENF, os estudantes de graduação encontram-se diante de grandes oportunidades para ter contato, desde então, com o fazer científico na prática. Agatha Nunes da Silva, de 22 anos, cursa Licenciatura em Ciências Biológicas na UENF e conta que, no 5º período, pôde ingressar na Iniciação Científica.

“Apesar das dificuldades encontradas, a IC foi essencial para minha formação, visto que, a partir dela, fui capaz de entender o que é uma pesquisa científica e atuar ativamente como uma pesquisadora, o que me proporcionou a aquisição de diversos conhecimentos que levarei por toda a minha vida profissional. Mesmo que, futuramente, eu deseje atuar como professora, a IC me fez querer continuar dentro do universo acadêmico.”, explica a estudante. As limitações encontradas nesse contexto não a impediram de dar andamento em seu projeto. Resultado desse empenho foi a premiação no XIII CONFICT de 2021.

“Quando eu estava no 5º período do meu curso na UENF, por meio do contato com outros alunos que participavam de Iniciação Científica, eu percebi a importância em minha formação de me envolver com esses projetos e comecei a buscar oportunidades em alguma área de pesquisa que me despertasse interesse. Pouco tempo depois eu conheci o projeto ''Clima e Energia'', desenvolvido pela equipe do LAMET/UENF. Foi quando entrei em contato com a professora Maria Gertrudes Alvarez

Conheça a pesquisa

A pesquisa de Agatha, intitulada “Eventos extremos de chuva: deficiência e excesso”, é orientada pela professora Maria Gertrudes Alvarez Justi da Silva, no Laboratório de Meteorologia (LAMET) e tem como objetivo investigar o desequilíbrio das chuvas nas cidades do estado do Rio de Janeiro.

possuem falhas consideráveis nos dados disponibilizados e não conseguem manter séries longas e de qualidade para as diferentes aplicações, quando em comparação com o produto MERGE. Por isso, a relevância de utilizálo como fonte em pesquisas como a de Agatha. “Face a importância do MERGE e sua confiabilidade, seus dados foram utilizados para estudo de casos extremos de chuvas que marcaram a história do Estado do Rio de Janeiro e que causaram desastres devido às altas taxas de precipitação.

“O projeto no qual se insere este trabalho de IC objetiva estudar os períodos de ocorrências de estiagens, secas e excesso de chuvas nas principais cidades do Estado do Rio de Janeiro, analisando com detalhes a distribuição e o comportamento da chuva nos últimos anos, tendo como base o banco de dados criados pelo CPTEC/INPE, chamado de MERGE.”, conta a estudante.

Em todos os casos são observados altos valores de precipitação que ocorreram em um curto período de tempo, ocasionando as três tragédias mencionadas e que ficaram para história do Estado do Rio de Janeiro devido à grande destruição nas cidades e a morte de diversas pessoas., explica Agatha.

Esse acervo cobre toda a América do Sul, contendo dados diários de precipitação. As estações meteorológicas existem em um número bem aquém do desejado,

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Estudante investiga políticas sociais em município produtores de petróleo

Muitas vezes, o nosso desejo de sucesso parte das experiências pessoais que acumulamos ao longo de nossas vidas. Matheus Virginio Harduim Machado, que cursa Ciências Sociais na UENF, encontrou na Iniciação Científica o caminho para o aprimoramento de seus conhecimentos e o seu desenvolvimento pessoal. “Eu entrei no curso de Ciências Sociais em 2018. Apaixonei-me pela Ciência Política no primeiro semestre graças às ótimas e inspiradoras aulas que tive, apesar de logo depois descobrir que a Ciência Política era muito mais complexa que aquilo.”, conta o estudante de 21 anos. Ao longo desse caminho, Matheus pôde perceber que ser um cientista social requer pesquisa, construção de perguntas científicas e busca por suas respostas. Oriundo de São João da Barra, o estudante conta que seus pais foram grandes inspiradores em sua trajetória e que, apesar dos problemas enfrentados ao assumir a sexualidade à sua família, ele os considera seus maiores exemplos de perseverança e dedicação.

Diante das dificuldades que enfrentei nesse período, passei a ter como realização de minha vida conseguir minha independência e, apesar de tudo, proporcionar orgulho à minha família. Entrei na UENF por acaso da vida e lá tive essa oportunidade sem que eu tivesse que abrir mão da minha realização pessoal.”, relata.

Matheus Virginio Harduim é estudante de Ciências Sociais na UENF

e defeitos, o que era de fato realizar uma pesquisa no seu dia-a-dia, a dedicação necessária para se colocar ideias em papéis, formular e então tornálas conhecimento. O que era de fato responder uma pergunta, o que significava realizar uma revisão da literatura para, assim, entrar nas grandes discussões e se sentir pequeno, minúsculo, mas continuar querendo crescer todos os dias para se tornar como os grandes cientistas que eu tenho orgulho de ler, ouvir suas palestras e admirar o trabalho.”, conta o estudante.

No terceiro período da graduação em Ciências Sociais, Matheus ingressou no núcleo N.E.R.D, sob orientação do professor Vitor Moraes Peixoto e iniciou a sua caminhada pela Iniciação Científica. “Tive a oportunidade de entender como se funciona o campo científico, nas suas qualidades

Conheça a pesquisa A pesquisa de Matheus, intitulada "Royalties e Políticas Sociais em dois momentos: abundância e crise financeira", é orientada pelo professor Vitor de Moraes Peixoto, no Laboratório de Estudos da Sociedade Civil e do Estado (LESCE) e tem como objetivo investigar como andam as políticas sociais nos municípios do estado que recebem royalties (compensação paga à União por parte de empresas produtoras de petróleo e gás pelo uso de recursos não que não são renováveis).

recursos em políticas sociais que os outros municípios, apesar de serem percentualmente inferiores ao tamanho da receita.”, explica o estudante. Os estudos desenvolvidos por Matheus no Núcleo de Estudos em Representação e Democracia (N.E.R.D) foi premiado no XIII CONFICT, de 2021, e continua a fomentar a área de pesquisa. “O laboratório me permitiu unir um antigo amor, a programação, à ciência. Além disso, pude também unir meu sonho de infância de orgulhar meus pais ao meu novo sonho: conseguir ser um pesquisador.”, relata Matheus.

“Em minhas pesquisas, investiguei políticas sociais em municípios produtores de petróleo em dois períodos: de abundância e carência de recursos financeiros. Descobri que municípios petro-dependentes investem mais

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A morfogênese in vitro da albizia polycephala e seu potencial para restaurar áreas degradadas

“Comecei meu ensino superior em Licenciatura em Biologia de forma presencial na UENF, contudo, por já ter um filho e ter engravidado do segundo, optei por terminar a graduação na modalidade a distância pelo CEDERJ/UENF. Por mais que tenha sido difícil conciliar estudo e maternidade, jamais pensei em desistir. Sempre tive o apoio do meu marido, que foi essencial para concluir minha graduação.”, revela Priscila. Durante a sua passagem pelo ensino superior, Priscila pôde aprimorar os conhecimentos adquiridos em sala de aula por meio da Iniciação Científica e, com isso, reconhece como o Programa foi importante em sua trajetória. “Já pensando na pós-graduação e com intuito de aprimorar minha formação acadêmica, solicitei uma vaga de estágio com a minha orientadora no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual, no qual atuei por dois anos como bolsista de Iniciação Científica. O trabalho que desenvolvi no laboratório me proporcionou entender como a pesquisa científica funciona, como formular o problema, coletar e analisar os dados e, assim, tirar as possíveis conclusões.”, conta a estudante, que teve seu trabalho premiado no XIII CONFICT de 2021, enquanto cursava a graduação.

Priscila Teixeira Rocha, mestranda em Biotecnologia Vegetal na UENF

A graduação proporciona experiências incríveis àqueles que adentram os portões da UENF. Priscila Teixeira Rocha, oriunda do município de Cambuci, ingressou na Universidade para cursar Licenciatura em Ciências Biológicas e ressalta o quanto o apoio e incentivo das pessoas ao seu redor contribuíram para que ela seguisse com os estudos.

Hoje, mestranda em Biotecnologia Vegetal na UENF, Priscila reconhece que, na IC, pôde desenvolver as habilidades práticas necessárias para a execução de um trabalho cientifico. Ela revela que seguirá realizando pesquisas na área e crescendo pessoal e profissionalmente.

Conheça a pesquisa

A pesquisa de Priscila, intitulada “Influência dos Espectros de Luz na Morfogênese in vitro em Albizia polycephala”, foi realizada no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual, sob orientação da Professora Doutora Claudete Santa Catarina e pela Doutora Joviana Lerin e tem como objetivo propagar a Albizia polycephala para que seja possível recuperar áreas desmatadas.

o tipo de explante, que servem para iniciar uma nova cultura, e o espectro de luz.”, explica Priscila. O trabalho propôs a avaliação do efeito do espectro de luz e do tipo de explante na morfogênese in vitro e no conteúdo de clorofila (pigmento presente nas plantas associado ao processo de fotossíntese) nessa espécie. “Após 30 dias de cultivo, avaliou-se a indução, número e comprimento das brotações, além da concentração de clorofila. O maior alongamento das brotações foi observado em explantes oriundos de segmentos intermediários, enquanto os explantes cotiledonares foram os menos responsivos. As maiores concentrações de clorofila foram observadas em brotações obtidas a partir de segmentos apicais em comparação com os segmentos intermediários.”, explica. Esses resultados foram importantes para otimizar a resposta morfogênica e a propagação nessa espécie.

“A A. polycephala é uma espécie arbórea nativa da Mata Atlântica, que possui potencial de restaurar áreas degradadas por causa das suas características biológicas, possibilitando que outras espécies vegetais possam vir a se instalar nessas áreas posteriormente. A propagação in vitro é uma técnica biotecnológica utilizada na propagação de espécies arbóreas, para o aumento na produção de mudas que possam ser usadas na reposição nas áreas de ocorrência. Para o cultivo e morfogênese in vitro vários fatores devem ser considerados, como

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

Pesquisa investiga os efeitos do propanolol em animais sépticos

Na transição do Ensino Médio para o Ensino Superior, muitos estudantes sentem-se perdidos. É um momento de muitas decisões e toda informação é muito importante. Thamiris Silva dos Santos Vargas, de 25 anos, que cursa Medicina Veterinária na UENF, revela que conheceu a Universidade por meio de uma divulgação em uma revista. “Descobri sobre a universidade através de uma amiga da minha mãe que me deu uma edição da revista da UENF, onde conheci a história dos prédios e que havia o curso que eu desejava cursar (medicina veterinária). Assim, o curso tornou-se uma opção para a minha inscrição no SISU.”, conta a estudante. Ao ingressar no ensino superior, Thamiris buscou as oportunidades oferecidas na UENF e iniciou como bolsista de extensão, entrando, mais tarde, na Iniciação Científica. Sua motivação inicial era apenas o enriquecimento do currículo, até conhecer todas as possibilidades que a IC traz à vida acadêmica do estudante.

“Um dos desafios que tive foi pesquisar artigos relacionados ao meu trabalho na internet, pois eu não conhecia algumas ferramentas comumente utilizadas e também foi um desafio aprender a escrever de acordo com as regras da ABNT, mas fico grata e satisfeita com todo o conhecimento que adquiri durante na IC. A experiência foi muito importante para a minha vida, tanto em questão de conhecimento científico como em questão de organização, principalmente, porque um experimento deve ser bem organizado para ser concretizado da melhor forma possível.”, relata

Thamiris Silva dos Santos Vargas cursa Medicina Veterinária na UENF

Thamiris, premiada no XIII CONFICT de 2021. A estudante pretende prestar concursos futuramente e continuar fomentando o meio científico com suas pesquisas.

Conheça a pesquisa A pesquisa de Thamiris, intitulada “Avaliação das alterações pulmonares provocadas pela sepse induzida e o uso de propranolol na disfunção endotelial em ratos wistar (Rattus norvegicus)” é orientada pela Professora Fernanda Antunes no Laboratório de Clínicas e Cirúrgia Animal (LCCA). O projeto busca investigar como os animais em condição séptica reagem ao medicamento propranolol.

sépticos, pois a disfunção endotelial também acomete o tecido pulmonar.”, explica Thamiris. O trabalho foi feito utilizando ratos wistar machos e foi dividido em 3 grupos: um em que o uso do propranolol ocorreu 30 minutos antes da indução da sepse; outro em que o propranolol foi administrado 30 minutos depois da indução da sepse; no último grupo, o animal não foi tratado com o propranolol.

“A sepse é uma condição multifatorial que mata mais indivíduos do que qualquer doença existente. Um processo inflamatório bacteriano, quando não tratado, evolui para a sepse que leva a um funcionamento anormal dos vasos sanguíneos, chamado de disfunção endotelial. A pesquisa foi realizada propondo-se um tratamento com um vasodilatador chamado propranolol na tentativa de melhorar a condição pulmonar de animais

“Após o experimento, foram realizadas análises do tecido pulmonar desses animais e foi constatado que a administração do propranolol exerceu um efeito protetor na inflamação sistêmica e sobrevivência, pois foi observado uma sobrevida dos animais tratados com relação aos não tratados, o que permite não apenas uma nova opção de tratamento, mas também uma melhora na sobrevivência dos pacientes.”, conclui.

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

Conhecendo a Ciência por aí... A Revista “Conhecendo a Ciência” esteve em Farol de São Thomé, no dia 18 de março, no evento em comemoração aos 10 anos do Parque Estadual da Lagoa do Açu. O Parque abriga duas lagoas, importantes áreas de restinga e uma grande faixa de praia. Além disso, o local também serve de desova de tartarugas marinhas e de pouso de aves migratórias. Na Feira de Ciência Itinerante, montada na sede do Parque, a Revista esteve presente, a fim de levar à comunidade informações a respeito das pesquisas e da Universidade. O evento contou com a presença de alunos da educação básica da rede pública e privada, que interagiram com os bolsistas e professores da UENF.

Equipe Revista Conhecendo a Ciência e imagens do evento

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

Disponível em http://uenf.br/projetos/pibic/revista-pibic-conhecendo-a-ciencia/ ISSN 2446-5445 | Vol. 09 | no 01| Junho de 2022 Esta revista faz parte do Programa “EDUENF difundindo a Ciência” (PROEX-UENF) Bolsistas de Extensão e Universidade Aberta: Camilla da Silva Mendes (Licenciada em Letras), Anne Arruda (Designer Gráfico), Natan Machado dos Santos (Técnico de informática e Fotógrafo) Érika Trindade (Graduanda/UENF) Capa: Anne Arruda Equipe Editorial: Maria Cristina Gaglianone e Rosana Rodrigues @conhecendoaciencia @proppguenf

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