Revista "Conhecendo a Ciência" - Edição 30 / março de 2021

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ISSN 2446-5445 | Vol. 08 | no 01 | Março de 2021

Revista de DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

A produção científica em tempos de pandemia

Uma pandemia que mudou o planeta P. 02

Melhoramento das argilas no fundo dos oceanos é destaque em pesquisa P. 06

O XIII CONFICT e VI CONPG estão chegando! P. 11


Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

Uma pandemia que mudou o planeta Em março de 2020 o confinamento das pessoas nas suas casas passou a ser recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir do aumento descontrolado do contágio pela Covid-19.

res correm contra o tempo para vencer um vírus sobre o qual já se aprendeu muito, mas ainda existem muitas perguntas. Taxas de mutação e de letalidade, potencial de transmissão, tratamento, efeitos e sequelas ainda são temas desafiadores e que passaram a ocupar intensamente a vida dos cientistas e dos profissionais da saúde.

Enquanto o mundo observa a devastação causada pela Covid-19, cientistas se organizaram para desenvolverem protocolos, se tornando a esperança para milhões no mundo inteiro. A pandemia conferiu à Ciência o papel de protagonista na busca de soluções. A situação provocada pela Covid-19 mudou a vida de todas as pessoas do planeta, principalmente dos pesquisadores e cientistas que lutaram para desenvolver uma vacina eficaz para combater um vírus, até então desconhecido, que já matou milhões de pessoas.

Hoje as pesquisas para o desenvolvimento de vacinas eficazes e seguras contra o vírus Covid-19 dominam as atenções do mundo. Porém, a pandemia gera também uma demanda de pesquisas em muitas outras áreas, pois os impactos são profundos em todos os aspectos da sociedade humana, como na educação, no trabalho e na economia, por exemplo. Nesta edição da “Revista Conhecendo a Ciência” vamos abordar de que forma a pandemia alterou a rotina dos estudantes de Iniciação Científica e Tecnológica da UENF, e como suas pesquisas estão sendo desenvolvidas.

Nos últimos 12 meses toda a sociedade está vivendo uma grande tragédia e ao mesmo tempo a expectativa de que a Ciência encontre soluções. Os pesquisado-

Com a pandemia da covid-19 a relação dos pesquisadores com o seus objetos de estudo foi alterada, mas sem comprometer a seriedade do processo

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Conta pra gente Recentemente fizemos uma chamada em nosso Instagram (@conhecendoaciencia), convidando estudantes bolsistas e voluntários vinculados ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (PIBi-UENF), para compartilhar conosco como está sendo o processo de mudança e adaptação de suas pesquisas em tempos de pandemia. Partilharemos abaixo os depoimentos que recebemos ao longo desses dias. Gostaríamos também de parabenizar todos os a Comissão Coordenadora do Programa pela garra, determinação e comprometimento com a pesquisa nesse período tão delicado que todos estamos vivenciando. Imagem compartilhada em nosso instagram @conhecendoaciencia

Thais Borges Carmona

“Faço parte do laboratório da professora Daniela Barros que desenvolve pesquisas com várias espécies vegetais entre as quais a pimenta rosa, com seu poder antioxidante, faz parte de três estudos. O intuito é extrair moléculas polares da pimenta rosa, para que suas capacidades antioxidante e anti-hipertensiva sejam identificadas, dosadas e testadas. O trabalho é co-orientado pela professora Fernanda Antunes. Devido à pandemia, tivemos que nos reinventar, e nos concentramos no levantamento bibliográfico relativo à ação anti-hipertensiva atrelada ao flavonoide naringenina e ao ácido gálico, substâncias isoladas a partir do extrato produzido. A partir daí comecei a estudar artigos que revelavam a incrível capacidade antioxidante desta planta e foi uma oportunidade muito valiosa tanto para entender mais profundamente a minha pesquisa como para conseguir passar um pouco do conhecimento obtido para as outras pessoas. Isso foi feito no XII CONFICT, com a apresentação do meu trabalho. Apesar do distanciamento social necessário, as relações interpessoais no laboratório continuam à distância e minhas colegas de laboratório, orientadora e co-orientadora sempre se mostram muito solícitas para me auxiliar nesta etapa”.

10º período de Medicina Veterinária Orientadora: Daniela Barros de Oliveira Co-orientadora: Fernanda Antunes Título da pesquisa: Schinus terebinthifolius um antioxidante natural como alimento funcional e a sua ação sob a pressão arterial. ISSN 2446-5445 | Vol. 08 | no 01 | Março de 2021

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem Vitor da Silva de Souza

“Com o início da pandemia da Covid-19 e o lockdown muita coisa mudou em nossas vidas e não seria diferente no meio científico. Nos primeiros meses o trabalho ficou no famoso “home-office”; nesse período aproveitamos para alinhar os projetos, enriquecer as bases teóricas e atualizar em novos procedimentos, normas e testes a fim de inovar e diferenciar os projetos. Com a diminuição dos casos no município, começamos a voltar a atuar nos laboratórios uma vez por semana com limites de pessoas e proteção individual. A ciência não pode parar!! E de fato não parou, nós nos adaptamos. O maior desafio foi continuar o projeto sem ter muito contato com outras pessoas, uma vez que alguns testes anteriormente à pandemia eram feitos em outros laboratórios ou universidades parceiras. Por isso, foi preciso inovar em muitos aspectos. Antes, participar de um congresso era difícil pelo deslocamento e pelos gastos; o ano de 2020 modificou a estrutura dos congressos presenciais e muitos foram transformados em eventos virtuais. Publicar os trabalhos continua sendo um desafio e as revistas estão sendo cada vez mais criteriosas nas submissões. Mas, mesmo com todos os percalços, conseguimos participar de congressos nacionais e internacionais que resultaram em capítulo de livro, resumos em congressos e possíveis submissões em revistas."

5° período de Engenharia Metalúrgica e de Materiais Orientadores: Prof. Carlos Mauricio Fontes Vieira e Prof. Elaine Aparecida Santos Carvalho. Título da pesquisa: “Desenvolvimento de Rochas Artificiais oriundas de resíduos sólidos industriais com matriz natural ou epoxidica.”

Luiza Corbacho Barreto Soares "Com a pandemia tudo mudou na vida de todos, e não foi diferente na pesquisa científica, que também precisou se reajustar. Esse processo é um tanto difícil; para conseguirmos cumprir nossas metas tivemos que mudar completamente nosso modo de trabalho. Fazemos o máximo que podemos em casa e quando precisamos estar presencialmente na UENF, fazemos escala com as pessoas da equipe para não haver aglomerações no local de trabalho. Apenas duas pessoas trabalham no laboratório por dia e sempre com os cuidados necessários, como o uso de máscaras, distanciamento e álcool em gel. Acredito que um dia esse processo vai passar, mas com essa situação, por exemplo, aprendemos a cumprir nossos objetivos com um número reduzido de pessoas na equipe, tendo assim, cuidados uns com os outros."

6º período de Zootecnia Orientador: Alberto Magno Fernandes Título da pesquisa: Fracionamento de carboidratos e compostos nitrogenados da silagem da parte aérea do abacaxizeiro para alimentação de ruminantes. ISSN 2446-5445 | Vol. 08 | no 01 | Março de 2021

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem Beatriz Garcia de Sousa

“Para uma pesquisa que dependia completamente do funcionamento do Hospital Veterinário da UENF, a pandemia foi sinônimo de pausa completa na coleta e análise do projeto. Meu projeto estava no início e foi muito preocupante não conseguir nenhum resultado, principalmente com a chegada do CONFICT em 2020. Para poder contornar a situação, decidimos investir no projeto melhorando sua qualidade através de uma revisão bibliográfica mais completa e planejando melhorias na organização futura dos dados – resumidamente, os esforços foram direcionados para lapidar o projeto. Além disso, a pandemia propiciou o privilégio de investir mais tempo em cursos remotos e outras atividades complementares na área da patologia clínica, o que ajudou a melhorar minha compreensão do tema como pesquisadora iniciante. Por fim, criar o Grupo de Estudos em Patologia Clínica Veterinária (no Instagram @gepacuenf) junto com o meu colega e outro bolsista do meu orientador tornou-se uma oportunidade para divulgação científica dos nossos projetos e da patologia clínica como um todo. Para 2021, planejamos mais atividades nesse estilo e eu continuarei estudando e aprimorando minha pesquisa dessa maneira até onde for necessário, aguardando ansiosamente para o retorno das atividades presenciais com segurança”.

4° período de Medicina Veterinária Orientador: Prof. Dr. Antônio Peixoto Albernaz Título da Pesquisa: Perfil bioquímico de rapinantes amparados pelo NEPAS – UENF em processo de reabilitação.

Alice Ferreira Alves

"A pandemia infelizmente afetou bastante a minha pesquisa, principalmente pelo fato de que estava iniciando o mestrado no ano de 2020, e logo entramos em quarentena, e dessa forma, não tive oportunidade de iniciar os meus experimentos, ter contato com os meus colegas de classe e meus colegas de laboratório. Quanto à minha vida pessoal, também foi afetada, pois não tinha como estar com meus amigos, podendo fazer o que gosto fora de casa; porém, tentando ver um lado positivo desse momento, foi interessante para poder passar mais tempo com a família. No início, estava sendo um processo difícil e complicado para a minha pesquisa, estava buscando formas de me manter concentrada e motivada para estudar, ler artigos, entender melhor o meu projeto. Depois de alguns meses vivendo essa situação, passei a ter aulas online, o que ajudou bastante para manter o foco e estímulo para continuar na pesquisa. Além disso, consegui criar uma boa rotina de leitura de artigos para elaborar o meu projeto, tive mais tempo para estudar a fundo sobre a minha linha de pesquisa e também consegui começar a estudar e ler sobre assuntos que não estavam no meu cotidiano mas que eu tinha interesse em saber um pouco mais."

Ex-bolsista do PIBIC e hoje mestranda em Biotecnologia Vegetal na UENF Orientador: Fabio Lopes Olivares Título da Pesquisa: “Resposta da expressão gênica de Herbaspirillum seropedicae na hifosfera de Trichoderma longibrachiatum e sua relação com a produção de exudatos do fungo.” ISSN 2446-5445 | Vol. 08 | no 01 | Março de 2021

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Melhoramento das argilas no fundo dos oceanos é destaque em pesquisa

ENEM e não passei pra Engenharia Civil de primeira também, fui para o Espírito Santo cursar bacharelado em Física. Em algum momento nós percebemos que algo não é o que queremos de verdade, então larguei tudo e fiz o ENEM novamente, e finalmente entrei para Engenharia Civil na UENF. A Universidade veio através da minha irmã, que estudou Biologia na UENF e sempre me apoiou, assim como a Iniciação Científica que descobri através de grandes professores”, disse ela. Gabrielle conta que no primeiro período foi de muito estudo. Ela queria provar que era capaz de ingressar na IC.

Gabrielle Toledo e sua equipe no Centro de Ciência e Tecnologia - UENF

“Estudei muito para adquirir o CR exigido para participar da IC; conheci o professor Fernando Saboya e me identifiquei com o assunto que ele lecionava e com um trabalho que fizemos no curso; então conversei sobre o meu interesse na pesquisa e foi assim que ele aceitou ser meu orientador. Acredito que a Iniciação Científica proporciona ao aluno muito mais contato com a engenharia nos primeiros períodos, desenvolvendo os conhecimentos e mostrando a imensidão de oportunidades e áreas possíveis de atuação. Portanto, meus planos futuros são me aprimorar e absorver todo o conhecimento possível”, declarou a estudante.

Entrar no ensino superior público, no curso desejado, é a aspiração de muitos. Contudo, só aqueles que persistem no objetivo conseguem o ingresso. Esse foi o caso da estudante Gabrielle Braz Toledo, 21 anos, do curso de Engenharia Civil, premiada no XII CONFICT. Ela veio de escola pública no interior da cidade de São João da Barra e se empenhou para chegar até a UENF. “Não passei de primeira, porém não desisti e no ano seguinte comecei a fazer o ensino médio integrado com o curso de Edificações. Após a conclusão fiz o

Conheça a pesquisa de menor pressão, e assim que a água sai os grãos se unem mais e tornam o solo mais resistente. Para simular o aquecimento, foi feito um modelo reduzido no laboratório, imitando o que aconteceria em campo. São utilizados diversos equipamentos tecnológicos que medem temperatura, pressão, cravamento da estaca, resistência do solo, entre outros. Esses dados permitem obter os resultados que levam a entender o comportamento do solo, e determinar qual seria a melhor temperatura aplicada. Os ensaios foram realizados em laboratório com a doutoranda Marina Ferreira e supervisão do professor Fernando Saboya”, finalizou.

A pesquisa de Gabrielle é realizada no Laboratório de Engenharia Civil do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT), sobre o melhoramento das argilas no fundo dos oceanos onde são instaladas as estacas torpedo que são as fundações, por exemplo, de plataformas de petróleo. O melhoramento estudado é por meio do aquecimento da estaca, já que não é possível levar equipamentos mecânicos para tornar este solo mais resistente. “Com o aquecimento da estaca o calor passa para o solo argiloso que está completo de água, a água quando aquece entre os grãos de argila causa uma pressão para sair e ir para uma área

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Pesquisa explora o acervo de partituras Dona Glorinha e o extinto Conservatório de Música de Campos Igor Pacheco Teixeira, 24 anos, é natural de Campos dos Goytacazes e foi um dos premiados no XII CONFICT com uma pesquisa sobre o acervo de partituras “Dona Glorinha”. Igor é graduando de Licenciatura em História na Universidade Federal Fluminense (UFF) e teve o seu primeiro contato com a UENF através da Casa de Cultura Villa Maria (CCVM). Ele iniciou sua Iniciação Científica de forma voluntária, sob orientação da professora Simonne Teixeira. “Antes de iniciar a pesquisa propriamente dita, me voluntariei para organizar o material das partituras musicais que foram doadas à CCVM. A escolha desse material, dentre os diversos que a Casa abriga, foi relacionado ao fato de que em minha adolescência tive o contato com aulas de piano que foram concedidas por uma amiga do meu avô paterno, e através delas comecei brevemente o estudo de partituras musicais. Meu avô, Erasto Teixeira, atuou no ramo de afinação e conserto de pianos em Campos dos Goytacazes durante muitos anos, em um ofício que foi passado de pai para filho e pelo qual ele ficou reconhecido. Foi muito gratificante me deparar novamente com esse tipo de documento musical, só que numa outra fase da minha vida”, explicou o estudante.

Igor Pacheco Teixeira cursa História na UFF

partituras somente como suporte para a execução das músicas no piano, e agora estas passaram a ser compreendidas por um olhar historiográfico; através dele é possível investigar informações que tratem da história da música que está inscrita nas diversas partituras e das práticas que se relacionam com elas, como o magistério de piano em Campos”, completou.

A graduação em História tem proporcionado ao Igor um olhar diferente na sua pesquisa. Ele explica que agora seu olhar nas partituras é mais historiográfico. “A História me fez enxergar esses documentos sob um novo e diferente ponto de vista. Antes eu entendia as

músicos e educadores musicais, bem como, na promoção de apresentações dentro e fora da cidade. De acordo com o ciclo de vida das partituras, o seu valor primário como instrumentos de aula não é o foco nesta pesquisa, mas sim a perspectiva de conservação a partir de seu valor informativo e histórico”, relata o estudante.

Conheça a pesquisa A presente pesquisa está ligada ao Centro de Ciências do Homem (CCH) e é orientada pela professora Simonne Teixeira. O trabalho desenvolvido pelo estudante Igor está relacionado ao acervo de partituras Dona Glorinha e aos folhetos e recortes de jornais sobre o extinto Conservatório de Música de Campos. Parte desse acervo foi doada à Casa de Cultura Villa Maria e nele encontram-se peças de partituras de diversos compositores que eram utilizadas como instrumentos de aula por uma das professoras de piano do antigo Conservatório, a Maria da Glória Ramalho, que ficou conhecida como Dona Glorinha.

A construção do acervo conta ainda com a limpeza, catalogação e digitalização do material, ao mesmo tempo em que se faz a investigação acerca dos compositores e das relações das obras com os seus respectivos contextos históricos. “Coletamos também informações sobre as editoras e as casas de comércio pelas quais se difundiram as peças no mercado de música impressa. Estabelecemos assim uma pesquisa histórica de natureza instrumental atenta para as informações técnicas e históricas recolhidas, buscando desenvolver as bases de uma pesquisa historiográfica, enquanto procuramos investir na conservação do acervo estudado” disse.

“O objetivo que se propõe para a pesquisa vai além do tratamento das fontes, ele se refere ao trabalho de análise da trajetória do Conservatório que existiu entre 1935-2005 e colaborou na formação de

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Pesquisa aborda o relacionamento de bactérias com as

plantas para substituir os agrotóxicos

Julia Alvarenga Carvalho Peçanha, 20 anos, conhece a UENF desde pequena quando saiu de Taubaté-SP para morar em Campos. Ela hoje cursa Biologia e também foi uma das premiadas no XII CONFICT com o projeto que estuda a interação de bactérias com as plantas. “Conheço a UENF desde criança, quando meu pai se mudou para Campos. Quando entrei tinha muito interesse em estagiar num projeto de IC, o que aconteceu após me interessar por microscopia e conversar com meu atual orientador. Um dos maiores desafios foi entrar na rotina do laboratório e organizar isso com meus horários de aula, além de aprender técnicas de experimentos”, disse a estudante. Julia ressalta ainda que a Iniciação Científica é uma oportunidade para o estudante ter uma experiência real de trabalhar com ciência, praticando o método cientifico, e lidar melhor com imprevistos, cronogramas e situações novas que fogem da zona de conforto. “Estou muito feliz pelo reconhecimento do meu trabalho no Congresso. Meu plano após o fim dessa bolsa é conhecer uma nova área, mais próxima do campo de atuação da minha futura profissão, onde dê para aplicar o que aprendi em microscopia e aprender coisas novas”, finalizou.

Julia Peçanha cursa Biologia na UENF

Conheça a pesquisa O projeto que a estudante Julia se dedica tem a intenção de estudar o relacionamento de bactérias com as plantas e utilizar esse conhecimento em fertilizantes para substituir os agrotóxicos, que são prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. A pesquisa é desenvolvida no Laboratório de Biologia Celular e Tecidual (LBCT) do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), orientada pelo professor Fábio Lopes Olivares.

mentes livres de germes e não tratadas com H. seropedicae; sementes não desinfestadas e tratadas com H. seropedicae; e o controle (que não passou por nenhum processo). Depois de uma semana crescendo em estufa, em condições estéreis e de temperatura e luz controladas, as plantas foram analisadas para obtermos o número de bactérias totais e diazotróficas e para obtermos imagens da semente com microscópio eletrônico de varredura e microscópio de fluorescência. Assim podemos aprender sobre como a bactéria testada se relaciona com as bactérias originais da semente do milho, incluindo as que também fixam nitrogênio, e também podemos aprender como a bactéria estudada coloniza a semente”, informou a estudante.

“Nesta pesquisa utilizamos uma bactéria chamada Herbaspirillum seropedicae. Ela é conhecida por ser diazotrófica, ou seja, pega o nitrogênio do ar e o transforma de modo que as plantas conseguem absorvê-lo. Na pesquisa, fazemos quatro tratamentos em sementes de milho: sementes de milho desinfectadas para perder os microrganismos que ela naturalmente tem na superfície e adicionadas a H. seropedicae; se-

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Melhoramento do milho-pipoca é tema de pesquisa Ele veio do interior do Estado do Rio de Janeiro, de uma cidade chamada Sumidouro, para estudar na UENF. Marcelo Serafim de Andrade Junior, 22 anos, do 6° período do curso de Agronomia estudou o ensino fundamental e médio em escola pública em Duas Barras, também no interior do estado. Chegar até a Universidade foi um período de grande desafio para Marcelo. “Após me tornar discente da UENF vivi um período de adaptação muito difícil, pois apesar de cada dia mais me apaixonar pela faculdade e pelo curso que escolhi, o distanciamento da minha família e amigos de infância “pesava” muito. Para superar essa e outras dificuldades a Iniciação Científica foi uma das coisas que mais me ajudou. A IC vem me proporcionando muitos ensinamentos através de trabalhos enriquecedores realizados por diversos pesquisadores; isso me leva a um enorme crescimento acadêmico e pessoal, que por sua vez me permite criar cada vez mais laços com a ciência, de tal modo que meus planos na universidade aumentam a cada dia. Após a graduação, com certeza, irei me inscrever para o mestrado também na UENF, que me encantou e me acrescentou como ser humano e graduando” relatou.

Marcelo Junior cursa Agronomia na UENF

Conheça a pesquisa e Noroeste Fluminense, para avaliar dois fatores que influenciam diretamente no crescimento e na multiplicação dos fungos: temperatura e tipo de meio de cultivo. As estruturas dos fungos foram cultivadas in vitro, dentro de um recipiente de vidro, no ambiente controlado do laboratório”, disse o estudante.

A pesquisa desenvolvida pelo Marcelo Serafim é orientada pelo professor Marcelo Vivas, do Laboratório de Engenharia Agrícola (LEAG) do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA). É um trabalho de base, essencial para subsidiar os trabalhos voltados para obtenção de genótipos resistentes a doenças no programa de melhoramento do milho-pipoca da UENF.

Marcelo informa ainda que através desta pesquisa é possível visualizar as diferenças entre fungos. “A pesquisa nos dá ainda suporte para identificar os fungos que causam diferentes doenças e a influência que os fatores ambientais como a temperatura e o meio de cultivo ocasionam em seu desenvolvimento”, finaliza.

“A helmintosporiose é uma doença foliar causada por fungos. Ela é uma das principais doenças do milho-pipoca e provoca perdas de produção que podem chegar a 50%; por isso a importância de se obterem genótipos resistentes. Para esta pesquisa, obtivemos isolados associados à mancha de helmintosporiose nas regiões Norte

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Reunião PIBi-UENF No dia 19 de março de 2021 a Comissão Coordenadora do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica da UENF reuniu-se remotamente com bolsistas e voluntários e orientadores para conversar sobre os objetivos e ações do Programa, normas, funcionamento e acompanhamento dos estudantes. Logo em seguida, as datas e site do XIII CONFICT foram apresentados. A reunião foi transmitida pelo canal do Youtube do CineDarcy e também pela página do facebook CineDarcy. A transmissão foi gravada e pode ser assistida em: https://www.youtube.com/ watch?v=uGG_ p68V_RI&t=1173s. Ou se preferir, pesquise por "cinedarcy" no campo de busca do youtube.

Comissão coordenadora do PIBi-UENF. Imagem: Reprodução do Youtube

Fiquem atentos às datas de submissão de resumos, de envio de banner e envio de vídeos para o XIII CONFICT.

O PIBi-UENF convida a todos para participarem do XIII CONFICT. A apresentação de resumos é restrita aos estudantes de Iniciação Científica e Tecnológica da UENF, UFF e IFF.

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Submissão de resumos: 01/04 a 30/04/21 Submissão de banner: 15/05 a 24/05 (banner obrigatório para estudantes de IC/IT que não apresentarem oralmente) Submissão de vídeo (opcional): 15 a 24/05

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Disponível em http://uenf.br/projetos/pibic/revista-pibic-conhecendo-a-ciencia/ ISSN 2446-5445 | Vol. 08 | no 01 | Março de 2021 Esta revista faz parte do Programa “EDUENF difundindo a Ciência” (PROEX-UENF) Bolsistas de Extensão e Universidade Aberta: Jane Ribeiro (Jornalista), Miguel de Araújo (Designer Gráfico), Osniel Herrera (programador) e Sarah Sheyne Damasceno (Graduanda/UENF) Equipe Editorial: Maria Cristina Gaglianone e Rosana Rodrigues @conhecendoaciencia @proppguenf

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