Revista "Conhecendo a Ciência" - Edição 29 / Dezembro de 2020

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ISSN 2446-5445 | Vol. 07 | no 06 | Dezembro de 2020

Revista de DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

O papel da ICT no aprimoramento da Pós-Graduação

Eu vivi, eu conto

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As alterações anatômicas encontradas na Síndrome Respiratória dos Cães

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem

A importância da Iniciação Científica e Tecnológica na formação do discente É evidente que a universidade brasileira tem passado por significativas transformações ao longo do tempo, instigando o debate entre o ensino e a pesquisa acadêmica. A Iniciação Científica e Tecnológica (ICT) se insere neste cenário como uma importante ferramenta no processo de mudança, contribuindo não somente com a formação do estudante, mas também criando laços e aproximando a universidade e a comunidade.

No ano de 2020 a revista Conhecendo a Ciência discutiu o papel da Iniciação Científica e Tecnológica no aprimoramento da Pós-Graduação, passando por todos os Centros da universidade. Nesta última edição do ano, a revista apresenta o Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias – CCTA, em que os coordenadores dos Programas de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas e Ciência Animal apresentarão de que forma a ICT contribui para o ingresso e permanência dos estudantes na pós-graduação e para o desenvolvimento científico.

Destacamos que a Iniciação Científica e Tecnológica da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro -UENF- constitui um excelente instrumento educativo, atribuindo ao estudante a participação no processo de produção do conhecimento científico em diversas áreas, fazendo-o alcançar melhores desempenhos nas seleções para a Pós-Graduação e permitindo-lhe uma formação acadêmica que implicará em resultados positivos para a universidade e para a comunidade em que este estudante esteja inserido.

Concluímos assim essa linha editorial desenhada em 2020, que pode dar uma mostra da importância da ICT no ambiente universitário ao ser um potente instrumento no processo formativo do estudante, constituindo um espaço de diálogo com profissionais de diversas áreas do conhecimento. Formando cidadãos ativos e comprometidos com o avanço científico e tecnológico e participantes ativos na resolução de problemas que afetam a sociedade.

A Iniciação Científica e Tecnológica da UENF é um potente instrumento na formação do estudante.

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O papel da Iniciação Científica e Tecnológica no aprimoramento da Pós-Graduação “O Programa de Iniciação Científica (IC) é de fundamental importância para a formação de candidatos à Pós-Graduação (PG), pois o aluno de IC, normalmente, tem seu plano de trabalho vinculado a um projeto de pesquisa dos pós-graduandos, o que leva estes alunos ao trabalho em laboratórios e ao treinamento na redação científica." Essa é a opinião do professor Alberto Magno Fernandes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal.

“O estudante de IC começa suas atividades em uma determinada linha de pesquisa que é a linha do seu orientador, com a qual pode se familiarizar e se identificar. Durante a graduação ele tem a oportunidade de passar por várias linhas de pesquisa o que lhe permite, com mais clareza, definir o seu perfil na pesquisa, caso tenha interesse em continuar na carreira científica”, disse o docente. Outro ponto destacado pelo professor foi sobre o contato com o orientador durante a graduação. Um ponto positivo para quem vai prosseguir na pós, além da oportunidade de expor suas pesquisas em congressos, até mesmo fora do país.

O professor Alberto Magno acredita ainda que todos os estudantes que passaram pela IC têm mais facilidade na redação de textos científicos, são bem mais preparados para desenvolverem atividades em laboratórios de pesquisa, além de ter mais facilidade no trabalho em equipe.

“Essas experiências são extremamente importantes uma vez que permitem ao estudante um contato com pesquisas realizadas em outras instituições, o que amplia o seu conhecimento, além de uma interação maior com colegas da comunidade científica; possibilitam também serem conhecidos por orientadores de outras instituições de pesquisa”, finalizou. “A Iniciação Científica (IC) é muito importante para a formação acadêmica do nosso discente”, essas foram as palavras iniciais da professora e atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas (PGGMP), Telma Nair Santana Pereira, que é integrante do Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV) do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA). Para ela o estudante que em sua graduação tiver a chance de participar de uma IC terá mais facilidade para acompanhar a pós-graduação. “O estudante que ingressa no mestrado já traz consigo experiência com pesquisa, tornando mais fácil para o(a) orientador(a) a condução da sua orientação e isso pode ajudar no ganho de tempo para a sua formação. No PGGMP temos muitos discentes na PG que fizeram IC aqui na UENF, que tem um excelente programa de IC, e também em outras instituições de ensino superior. Quando o jovem faz IC tudo fica mais simples para ele, pois já está acostumado com os

Prof. Alberto Magno Fernandes, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem sua PG em uma linha de pesquisa com a qual já está familiarizado. Além disso, o trabalho junto com o corpo docente e discente do Programa é importante; o discente tem que ser participativo, pois tudo irá trazer um ganho na sua formação. Outro ponto importante é que a participação em Congressos e Eventos de destaque ajuda no amadurecimento do discente, pois ele irá apresentar um trabalho, quer seja apresentação oral ou pôster, irá assistir palestras de pesquisadores renomados na sua área de pesquisa, ou seja, tudo contribui para uma formação de qualidade. Portanto, toda experiência na IC é importante para a formação de um bom pesquisador”, finalizou a professora Telma.

termos acadêmicos além de ter uma experiência com a pesquisa em si. Durante a IC ele teve que fazer relatórios, apresentar seus resultados em eventos, fazer revisões de literatura, escrever textos; tudo isso dá a esse discente um diferencial de qualidade quando comparado com um que não fez IC”, informou a coordenadora. Além disso, a coordenadora tem observado que o estudante que já desenvolveu uma pesquisa durante a sua graduação chega na pós com uma linha de pesquisa já traçada. “Muitas vezes ele continua com o mesmo orientador dando prosseguimento a pesquisa iniciada na IC; então, o fato do discente ter feito IC interfere de modo positivo na sua decisão de fazer

Profª Telma Nair Santana Pereira, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Genética e Melhoramento de Plantas junto com estudantes do Programa

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EU VIVI, EU CONTO Estudantes contam como a Iniciação Científica e Tecnológica contribuiu para o ingresso na Pós-Graduação

Luan Baritiello

Doutorando em Produção Vegetal “Foi a partir de um convite do Professor Eliemar Campostrini em uma aula de Fisiologia Vegetal, que toda minha visão de laboratório, métodos científicos e do mundo da ciência como um todo se ampliou. Durante toda minha IC percebi que estava trilhando um caminho certo, pois sempre compreendi que a ciência é capaz de transformar um indivíduo e garantir mudanças benéficas para a sociedade. Com a Iniciação Científica eu consegui integrar os conhecimentos teóricos com os práticos. Dessa forma, participei do planejamento e montagem de experimentos, coletei e analisei dados, que permitiram a confecção e publicação de artigos científicos junto com a equipe do laboratório. De posse dos meus resultados participei de simpósios nacionais, de uma semana acadêmica na qual tive o prêmio de melhor trabalho, e congressos, sendo que um desses que me marcou foi um em Foz do Iguaçu. Neste tive o primeiro contato com pesquisadores internacionais que elogiaram e contribuíram para o trabalho. Todos os saberes e as experiências adquiridas com a IC abriram um mundo de oportunidades para desenvolver no mestrado e estão presentes até hoje no doutorado. Continuo atuando em laboratório, realizando pesquisas, ajudando colegas de trabalho e ampliando ainda mais os conhecimentos científicos. Portanto, a Iniciação Científica marcou minha vida e foi muito importante para minha formação acadêmica, pois ampliou meu pensamento crítico a respeito da importância da ciência. Em tempos de negacionismo científico, posso compreender que não é fácil ser cientista, mas não podemos desistir de estar sempre na fronteira do conhecimento, a fim de ajudar a sociedade a ter acesso às informações relevantes”.

Larissa Maximiano Resende

Doutoranda em Genética e Melhoramento de Plantas “Me formei em 2018 em Licenciatura em Ciências Biológicas na UENF através do consórcio Cederj. Por ser aluna de um sistema semipresencial não tive nos períodos iniciais contato direto com a Universidade. Essa aproximação com o ambiente acadêmico veio através da Iniciação Científica. E não foi fácil, pois a distância e demais compromissos pessoais foram algumas das adversidades que tive que enfrentar para conseguir desenvolver o trabalho. A orientação e coorientação que tive nesse processo foram muito importantes para essa realização. A Iniciação Científica foi um divisor de águas na minha formação. A partir dessa experiência conheci a área que gosto de pesquisar, e que atualmente faço pós-graduação. E adquiri experiência acadêmica de acordo com a etapa vivenciada. Fico muito feliz quando vejo outros alunos do sistema semipresencial vindo conhecer a UENF e participando de projetos de IC ou extensão”.

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Revista de Divulgação Científica: De Jovem para Jovem Luan Cordeiro Corrêa

Mestrando em Produção Vegetal “A IC na UENF é diferenciada. Agradeço aos(as) professores(as) pelos incentivos logo no início, sem esses incentivos não saberia o que é Ciência. Lembro-me das primeiras aulas, assustado, tímido e confuso com tanta informação. Dei início na IC logo no primeiro período (voluntário, sem bolsa), fui bem orientado e com o tempo aprendi a experimentar, relatar os resultados das experimentações, aprendi a organizar as ideias e trabalhar melhor as informações que agregava. Confesso que não foi um "mar de rosas". Inicialmente, tudo era muito novo, ainda mais quando se tratava de extração de RNA, silenciamento gênico, RT-qPCR, atividade enzimática, entre outras coisas. Levei meus resultados obtidos na IC para diversos congressos (quando andei de avião pela primeira vez) e conheci vários outros pesquisadores na área que atuava. Ter feito a IC na UENF deu grande suporte para sustentar um projeto no mestrado na UFRJ com bolsa CAPES. Atualmente estou no primeiro ano do doutorado e tenho certeza que foi a IC na UENF que me transformou como pessoa abrindo caminhos que jamais pensei trilhar. Sendo assim, acredito na educação pública que é transformadora. Acredito que outros estudantes valorizem a educação e a pesquisa de qualidade quanto valorizo, e que possam ter a mesma oportunidade que eu. "A educação não transforma o mundo. A educação muda pessoas. Pessoas mudam o mundo", conclui Luan, citando Paulo Freire.

Kevelin Barbosa Xavier

Mestranda em Genética e Melhoramento de Plantas “A Iniciação Científica foi um divisor de águas em minha vida. Nós que fazemos a graduação EAD não conseguimos estar tão conectados com a universidade como quem faz o curso presencial, pois moramos em outras cidades e, até mesmo, outro estado, como no meu caso, que sou do Espírito Santo. Eu sempre quis seguir na vida acadêmica, fazer mestrado e doutorado, e antes de eu conhecer a UENF achava que poderia ser impossível conseguir isto. Então, no meu último ano de graduação, comecei a entrar em contato com professores e amigos da UENF, e consegui uma vaga de IC. Não foi uma jornada fácil, ficava indo e vindo de casa para Campos toda semana, mas eu sabia que valeria a pena, e valeu! Com o tempo que fiquei no Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV), sob orientação do Prof. Antônio Teixeira do Amaral Júnior, consegui realizar trabalhos com a equipe que foram fundamentais para o meu currículo e para que eu conseguisse a minha vaga de mestrado. Assim, sou imensamente grata pela oportunidade que tive de participar de projeto de Iniciação Científica na UENF. Tenho certeza de que, se não fosse por isso, não estaria hoje no mestrado. Sou imensamente grata também pela forma que a UENF acolhe seus alunos do EAD; com toda certeza, este também é um dos motivos de eu estar aqui hoje”.

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Pesquisa estuda a produção do cimento Portland Ela foi uma das premiadas no XII CONFICT, realizado no mês de outubro de 2020. Mônica cursou o ensino médio no Instituto Federal Fluminense (IFF) e escolheu a UENF por ser uma universidade de excelência. “A UENF é considerada uma das melhores universidades com premiações em várias categorias e essas informações despertaram o meu interesse em estudar na instituição, pois ofertava o curso que eu desejava e também apresentava grande destaque acadêmico. Eu ingressei na UENF sabendo que a universidade tinha a área de pesquisa muito forte. No segundo ano de curso, eu busquei informações sobre o programa de Iniciação Científica e Tecnológica sobre as linhas de pesquisa dos professores do meu curso. Nessa busca eu me identifiquei com a linha de pesquisa desenvolvida pelo Prof. Guilherme Chagas Cordeiro, que é voltada para a área de produção e caracterização de materiais cimentícios”, informou.

Mônica Nunes Lemos cursa Engenharia Civil na UENF

O fato da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) ter sido a primeira universidade brasileira composta exclusivamente por docentes com doutorado e por ela também ter ficado entre as 15 melhores instituições de ensino superior do país na última década chamou a atenção da estudante Mônica Nunes Lemos, de 25 anos, que hoje cursa o 7º período em Engenharia Civil, do Laboratório de Engenharia Civil (LECIV), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT).

Para Mônica, a IC exerce um papel muito importante e também complementar ao conhecimento adquirido durante a graduação. “A vivência em laboratório e o contato com o trabalho de outros pesquisadores tem sido uma experiência muito enriquecedora e de grande crescimento pessoal e acadêmico. Assim que terminar a graduação pretendo ingressar no mestrado”, definiu ela.

Conheça a pesquisa

quando finamente moídos e na presença de água, reagem quimicamente com o hidróxido de cálcio gerado na hidratação do cimento, formando compostos com propriedades cimentícias”, disse ela.

A pesquisa realizada pela estudante Mônica Nunes Lemos, premiada no CONFICT é orientada pelo professor Guilherme Chagas Cordeiro, do Laboratório de Engenharia Civil (LECIV), do Centro de Ciência e Tecnologia (CCT) e é sobre a produção do cimento Portland, uma atividade que gera impactos ambientais significativos, como o elevado consumo de matérias-primas não renováveis e a alta emissão de CO2.

Mônica relata ainda que a pesquisa tem também por objetivo avaliar a atividade pozolânica de uma cinza do bagaço de cana-de-açúcar (CBCA) obtida após as etapas de beneficiamento químico, térmico e mecânico realizadas em laboratório. “Inicialmente, o bagaço é submetido a um tratamento químico para a retirada de impurezas. Na sequência, realiza-se uma queima em forno autógeno que aproveita a capacidade de combustão do material, reduzindo o gasto energético desse processo. O beneficiamento térmico é complementado com uma segunda queima em forno mufla, tendo em vista a redução do teor de carbono residual. Por fim, as cinzas são submetidas à moagem ultrafina a fim de uniformizar seu tamanho de partícula, aumentando sua reatividade."

“Nos últimos anos, intensificaram-se estudos que buscam a redução desses impactos, através do uso de cinzas residuais de biomassa (cinza da casca de arroz e do bagaço de cana-de-açúcar) como material cimentício suplementar. A utilização dessas cinzas em sistemas cimentícios está diretamente relacionada com as propriedades pozolânicas que esse material apresenta. As pozolanas são materiais ricos em sílica reativa (amorfa) que,

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Pesquisa busca traçar o perfil atitudinal e socioeconômico da população que votou no presidente Bolsonaro em 2018 Larissa Martins Marques, de 24 anos, veio do Rio de Janeiro para estudar Administração Pública na UENF e foi premiada no XII CONFICT com uma pesquisa sobre a eleição presidencial de 2018. Larissa estuda na UENF desde 2016 e recebeu o incentivo dos pais e amigos para realizar o seu sonho em busca de novos conhecimentos. “Cheguei em Campos em 2016 e a primeira ação que tive foi efetuar minha matrícula na universidade. Sempre fui uma pessoa que buscou conhecer os caminhos ofertados pela universidade para descobrir em qual deles me identificaria mais. Com isso, no segundo ano de graduação tive a oportunidade de ser monitora na área de Direito Constitucional e Direito Administrativo. Ao término da bolsa fui apresentada a um novo caminho, uma bolsa de Iniciação Cientifica. Para esta nova etapa, decidi deixar o mundo do direito e ingressar em um laboratório com estudos predominantemente na área da Ciência Política pelo qual me apaixonei e soube que a carreira acadêmica seria a minha decisão para seguir futuramente” relata Larissa.

Larissa Martins Marques cursa Administração Pública na UENF

“Ao analisar os meus anos de graduação, ou seja, a forma como entrei e hoje, no processo de graduar, percebo o quanto me ressignifiquei enquanto ser humano e, sem dúvidas, o contato com a Iniciação Cientifica foi fundamentalmente importante neste processo."

A estudante fala ainda que encontrou muitas dificuldades, mas que hoje já está ciente dos seus desafios e conhecimentos que ainda pretende obter.

Conheça a pesquisa

trabalho foi sobre quais seriam as diferenças no perfil atitudinal e socioeconômico entre os eleitores e não eleitores de Bolsonaro? A título de simplificação, essa pergunta poderia ser dividida em outras duas: pessoas que votaram em Jair Bolsonaro pertencem a um grupo específico de sexo, renda e escolaridade? E, pessoas que votaram no presidente Jair Bolsonaro tenderiam a agir de forma diferente de pessoas que não votaram no candidato? Esta pesquisa utilizou metodologia quantitativa, ou seja, utilizou em sua maioria métodos estatísticos para testar hipóteses teóricas que decantam da realidade social. A abordagem da pesquisa apresentada no congresso ainda se encontra em fase primária e para resultados mais conclusivos nós precisamos prosseguir com os estudos a respeito da eleição presidencial de 2018”, finalizou a estudante.

Larissa Martins Marques participa do Núcleo de Estudos em Representação e Democracia (NERD) que é vinculado ao Laboratório de Estudos da Sociedade Civil e do Estado (LESCE) pertencente ao Centro de Ciências do Homem (CCH). Ela é orientada pelo professor Vitor de Morais Peixoto. “A pesquisa que apresentei no Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica (CONFICT) buscou traçar o perfil atitudinal e socioeconômico da população que votou no presidente Bolsonaro em 2018. Dito isso, o objeto do estudo foi a eleição presidencial de 2018. A pergunta de pesquisa que norteou esses primeiros passos do

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Pesquisa objetiva entender respostas funcionais de espécies de

plantas com ecologia bem conhecida

“Escolhi a UENF por ser bem conceituada na produção científica, por possuir os dois cursos de meu interesse (Ciências Biológicas e Medicina Veterinária), dentre outros fatores. Ao iniciar o curso de Bacharelado em Ciências Biológicas tive dificuldades para me habituar com o novo ambiente, o ritmo da universidade, a distância da família, mas pude conhecer novas pessoas e ter novas experiências que agregaram muito, tanto profissionalmente como pessoalmente” disse ele. No início da graduação, Jhonnatas conta que permaneceu somente visitando laboratórios e tentando decidir em qual se encaixaria melhor, até conhecer a professora Angela Pierre Vitória, através de uma disciplina optativa. “Como voluntário no Laboratório de Ciências Ambientais pude conhecer profissionais maravilhosos que me auxiliaram muito, até que no final do ano de 2019, pude conhecer meu atual orientador o pós-doutorando José Luiz Alves, que me deu a oportunidade de trabalhar com ele e posteriormente dar início ao nosso trabalho atual. Sou grato também a oportunidade de estar na IC. Para alguém que busca uma carreira científica, em qualquer área, a IC é essencial pois permite que o aluno tenha experiências que não seriam possíveis somente na sala de aula. A IC faz com que o aluno tenha uma noção real de como é o trabalho científico, além de diminuir a distância entre o aluno e o professor, fazendo com que ambas as partes consigam interagir melhor e trocar conhecimentos”, relatou.

Jhonnatas Gomes Paiva cursa Ciências Biológicas na UENF

Jhonnatas Gomes Paiva, 23 anos, veio de Cabo Frio (Região dos Lagos do Rio de Janeiro) para estudar na UENF. No início o desafio de morar em outra cidade foi um grande problema, mas que foi superado com o sonho de se tornar um Biólogo e também por ter sido um dos premiados no XII CONFICT. Jhonnatas cursa Ciências Biológicas e faz parte do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA), do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB).

Conheça a pesquisa

Jhonnatas esclarece ainda que a pesquisa reúne informações de diversas literaturas, como artigos e teses, e que foram encontradas onze espécies que tinham informações suficientes para os atributos selecionados e que ocorriam em seis ou mais locais em diferentes biomas brasileiros.

O projeto em que Jhonnatas atua na UENF tem como objetivo entender respostas funcionais de espécies de plantas com ecologia bem conhecida, de fácil identificação, muito abundantes e bem distribuídas, conhecidas como espécies generalistas. Estas espécies, segundo o estudante, possuem alta capacidade de se ajustar às mudanças que ocorrem no ambiente e por isso podem sobreviver em diferentes localidades.

Análises estatísticas revelaram que espécies generalistas possuem respostas ambientais diversas, mas muitas vezes ausentes, o que demonstra uma alta heterogeneidade e baixa previsibilidade na resposta ambiental do grupo. Além disso efeitos sazonais foram responsáveis pelas maiores respostas funcionais, principalmente em altura e conteúdo de nitrogênio. Podemos concluir que a plasticidade funcional tem um papel menor do que o amplamente assumido para o grupo, uma vez que locais ambientalmente contrastantes expressaram valores semelhantes para vários atributos. Isto nos leva a inferir que o sucesso na ampla distribuição de generalistas se dá em parte pela plasticidade (componente de variação) e em parte pela conservação dos atributos. É importante destacar que outros aspectos ambientais não considerados neste estudo, como nutrição do solo, podem estar envolvidos nestas respostas funcionais além do clima e topografia, e serão incluídos nas próximas etapas desta pesquisa”, finalizou.

Existe uma expectativa para este grupo de plantas na qual as respostas funcionais são direcionais e bem previsíveis. Por exemplo, o aumento na precipitação local levaria a um aumento em altura da planta em muitas espécies, se não todas. A precipitação foi usada como exemplo, pois o clima é um fator de grande ordem com potencial para distinguir populações e comunidades em escalas espaciais maiores do que a local. O nosso trabalho foi investigar a validade desta expectativa através da relação entre atributos funcionais como altura máxima da planta, área foliar específica, conteúdo de nitrogênio foliar, conteúdo de massa seca da folha e densidade do lenho, e aspectos do ambiente local como temperatura e precipitação médias anuais, sazonalidade e elevação topográfica”, disse o estudante. ISSN 2446-5445 | Vol. 07 | no 06 | Dezembro de 2020

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Pesquisa aborda as alterações anatômicas encontradas na síndrome respiratória dos cães braquicefálicos Iasmin Flor Lourenço Gonçalves, 25 anos, é campista e dedicada em tudo o que faz. Muito aplicada e ainda no ensino médio teve a oportunidade de conhecer e frequentar a UENF através do Pré-Vest Uenf, um preparatório para o ENEM. Hoje Iasmim é estudante do 9° período do curso de Medicina Veterinária, do Laboratório de Morfologia e Patologia Animal (LMPA), do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA) e também, foi uma das premiadas no XII CONFICT. “Em 2015 entrei no curso de Medicina Veterinária e encontrei muitas oportunidades. A primeira foi em 2016, quando tive a chance de me tornar monitora da disciplina Anatomia Animal, sendo a professora Ana Bárbara Rodrigues a responsável. Desde então tenho estado junto dela e, através dessa relação, muitas portas foram abertas para meu crescimento acadêmico. Ela é uma grande mestra, orienta seus bolsistas com muita dedicação e carinho. Por isso, em 2019 continuei sendo sua bolsista na Iniciação Científica com o projeto “Anomalias do desenvolvimento dentário em cães” o qual foi premiado no XI CONFICT. No ano de 2020, foi aberto edital para IC Nota 10, no qual vi a chance de aliar o projeto de monografia à IC. O trabalho está em seu início, pois infelizmente a pandemia atrasou seu desenvolvimento; mesmo assim obtivemos resultados significativos que me levaram, felizmente, a ser premiada novamente. Em

Iasmin Flor cursa Medicina Veterinária na UENF

toda trajetória acadêmica esse é o trabalho que mais me desperta interesse, uma vez que aprendo sobre a área do diagnóstico por imagem na veterinária, ramo pelo qual me identifico profissionalmente graças à iniciação científica”, esclarece a estudante.

Conheça a pesquisa muito do sistema respiratório e cronicamente atinge também outros sistemas, como o sistema cardíaco”, relata.

O projeto em que Iasmin atuou na Iniciação Científica trata-se de uma parceria entre o Setor de Anatomia Animal e o Setor de Radiologia Animal, ambos do Laboratório de Morfologia e Patologia Animal da UENF, sendo a Professora Ana Bárbara Freitas Rodrigues Godinho a orientadora.

A estudante acrescenta ainda que o trabalho é realizado através de uma avaliação morfológica das estruturas anatômicas envolvidas na SRCB, em especial a Hipoplasia Traqueal.

“A pesquisa aborda as alterações anatômicas encontradas na Síndrome Respiratória dos Cães Braquicefálicos (SRCB), que são assim classificados por possuírem um focinho achatado. Algumas das raças mais acometidas são: Buldogue Inglês e Francês, Pug, Shih-tzu, Chihuahua, Maltes, Yorkshire e o Boxer. As anomalias encontradas na síndrome são a estenose de narina, o prolongamento de palato mole e a hipoplasia de traqueia, estas dificultam a respiração desses animais e eles precisam fazer um esforço muito grande e exigem

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“São analisados os laudos radiográficos de casos retrospectivos e futuros dos cães braquicefálicos encaminhados ao setor de radiologia animal do Hospital Veterinário da UENF com a queixa clínica de dificuldade respiratória. O conhecimento mais aprofundado das alterações morfológicas das estruturas respiratórias comprometidas no diagnóstico da SRCB auxiliará a conduta terapêutica e/ou cirúrgica que deverá ser adotada pelo Médico Veterinário”, finalizou.

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Disponível em http://uenf.br/projetos/pibic/revista-pibic-conhecendo-a-ciencia/ ISSN 2446-5445 | Vol. 07 | no 06 | Dezembro de 2020 Esta revista faz parte do Programa “EDUENF difundindo a Ciência” (PROEX-UENF) Bolsistas de Extensão e Universidade Aberta: Jane Ribeiro (Jornalista), Miguel de Araújo (Designer Gráfico), Osniel Herrera (programador) e Sarah Sheyne Damasceno (Graduanda/UENF) Equipe Editorial: Maria Cristina Gaglianone e Rosana Rodrigues @conhecendoaciencia @proppguenf

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