T1837 - Revista de Seguros - jan/fev/mar de 2007_2007

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REVISTA^SEGUROS )RGAOOFICIALDAFENASEG AN088 MERCADO SEGURADOR..... REIRO/MAR^O2007 '-'V NOVO MODELO DE REPRESENTACAO Uma Confedera^ao e quatro Federagoes serao a base do sistema SEGURADORES ANALISAM 0IMPACTO DO PAC NO SETOR MERCADO SE PREPARA PARA 0 RESSEGURO LIVRE 5RANDES ACIDENTES OCORRIDOS NO PAl'S REFORCAM IMPORTANCIA DA GESTAO DE RISCO

8 CAPA

Uma nova era para o seguro no Brasil. 0 novo modelo de representagaoinstitucionaldomercadoseguradorbrasileiroeformado porquatro Federagoes,ja emfuncionamento, e uma Confederagao, em fase de eonstituigao. Conhega seus presidentes e principals objetivos

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ACIDENTES

A recente temporada de catastrofes ocorridas no Brasil mostra como a prevengac) de riscos ainda e um ponto fraco no Pais

5 20 26 27

SUIVIARIO ENTREVISTA

0 embaixador Rubens Ricupero fala sobre o grande potencial do Brasil na defesa do meio ambiente

MEIOAMBIENTE

Programa de Aceleragao do Crescimento promote acelerar o licenciamento ambiental

FUNENSEG

Escola de Seguros completa dez anos de parcerias internacionais

A^O SOCIAL

Pesquisa aponta crescimento de 10% no numero de empresas que investem em algum projeto social

Presente em todo o Pais e com uma atua^ao baseada em tecnologia de ponta, a ATP contribui para a redu^do de custos e aumento do poder de compeli^do de seus clientes.

Principals produtos e servigos: y/ Processamento de documentos de back-office y/ Compartilhamento de Rede deAuto-Atendimento - RVA

Sistemos Integrados de Arrecadogoes e Pagomentos y Treinomentos e Consultorios em Tl

y Implonto^ao e Gerenciomento de Redes de Correspondentes Bancarios y Implonta^do e Gerenciomento de Redes de Auto-Atendimento

Solidez tinonceiro, governonqa corporativa estruturado e responsabilidade social sao atrlbutos que compietam o perfii do ATP, uma empresa focodo em oferecer voiores reais aos clientes.

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RESSEGURO

0 fim do monopolio do IRB abre novas expectativas para

0 mercado, como analisa Walter Polido, da Munich Re

SEGURO RURAL

0 fim do monopolio do IRB e a entrada de novas resseguradoras alavancam o mercado de seguro no campo

09 « E; ECONOMIA

iwr

Executives do mercado avaliam o impacto do novo Programa de Aceleragao do Crescimento, langado era Janeiro pelo governo federal£|

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TECNOLOGIA DA INFORMAqAO

Seguradoras adotam a TI para agilizar processes e reduzir custos

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CONSEGURO

A quarta edigao da Conferencia Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada e Capitalizagao acontece no Rio, em setembro

wtro> kt^O^ 0UK»5««K« Jjjjjfe Fonaleza Teresina R«crfe Brasilia AnacaiO 5i Gotfinio So vodo ^ompo Gronde Uberldndio B«!o 0 # Horizonte Ribeirdo^ Prcio ^Corrpinas Soo Poulo* iCuriliba '■■ Alogre* V Mse
njF? felatorio bancdrio 1 P R M 0 2 0 0 6 VENCEDOR OOSETOR daTecnologialnforma9§o \ MS(l\vriL Banking Technology www.atp.com.br 61 2108.8848
WNF.IRO - FEVEREIRO • MAR5020G7
E MAIS... 4 EDITORIAL 39 ESTATISTICAS 40 RAPIDAS 41 BIBLIOTECA 42 OPINIAO REVISTADE SEGUROS 3

Uniao de for^as

A Revista de Seguros aborda nesta ediQao,com mais profundidade, dois assuntos que vac marcar a historia do mercado segurador brasileiro pelas transformagoes que podem provocar: a quebra efetiva do monopolio do resseguro a o novo modelo de representagao institucional do setor de seguros, previdencia privada, saude suplementar e capitalizagao.

Depois de passar pelas votagoes nas duas casas do Congresso Naeional — a Camara dos Deputados e o Senado Federal — foi saneionada pelo Presidente da Republica a Lei que regulamentou a quebra do mo nopolio do resseguro,abrindo novas perspectivas para o setor e colocando o Brasii em igualdade de condigoes com as economias mais desenvolvidas. 0 Instituto de Resseguros do Brasii,que teve um papelfundamen tal na formagao e desenvolvimento da atividade seguradora em nosso Pais, perde a exclusividade, mas, certamente, com a experiencia acumulada e o conhecimento adquirido em mais de 60 anos de trabalho, continuara sendo um parceiro importante das seguradoras nas operagoes que envolvem resseguros.

A Fenaseg

Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao

Presidente: Joao Elisio Ferraz de Campos

VIce-Presidentes: Casimiro Blanco Gomez. Luiz Tavares Pereira

Filho, Nilton Molina, Olavo Egydio Setubal Junior, Oswaldo M^rio

Pego de Amorim Azevedo e Renato Campos Martins Filho.

DIretores: Antonio Eduardo Marquez de FigueiredoTrindade, Federico Baroglio. Jose Ismar Alves Torres. Jos6 Luiz Valente da Motta, Mauro C6sar Batista, Sidney Gongalves Munhoz e Vllson

RIbeiro deAndrade.

Conselho Fiscal

Membros Efetivos: Jorge Carvalho.LucIo AntBnio Marques e Marivaldo Medeiros.

Suplentes: Jos^ Maria Souza Tpi.xcii a Costa e Luiz Pereira de Souza

Conselho Consuitivo

Presidente: Joao Elisio Ferraz de Campos

Em margo foram instaladas as quatro novas Federagoes - um fato que pode ser considerado como o primeiro passo no processo que vai mudar o patamar da nossa representagao institucional, igualando-nos aos mais expressivos setores da economia brasileira. Alem das quatro federagoes - de Seguros Gerais, de Previdencia e Vida, de Saude Suplementar, e de Capitalizagao — teremos, tambem, uma Confederagao,em substituigao a Fenaseg. A grande vantagem do novo modelo,a men ver, e que,alem de possibilitar que cada federagao concentre a sua atuagao em temas especificos, incorpora ao debate e ao compromisso com a busca de objetivos e interesses comuns um numero muito maior de liderangas do mercado, representado pelos cargos que passam a ocupar nas diretorias das entidades. Nao tenho duvidas de que o novo modelo significa uniao de forgas, o que me leva a afirmar que,assim,estaremos mais preparados para enfrentar os desafios da nossa atividade e mais perto de alcangar sucesso em nossas propostas e sugestoes.

Membros: Acacio Rosa de Oueiroz Filho. Antonio C^ssio dos Santos. Carlos dos Santos. Francisco Caiuby Vidigal, Federico Baroglio, Jayme Brasii Garfinkel. Jorge Est^cio da Silva, Jos6

Am^rico Pe6n de S^.Jos6 Castro Araujo Rudge,Jos6 Ismar Alves

Torres. Luis Emilio Maurette. Luiz Carlos Trabuco Cappi, M^rio Jos§ Gonzaga Petrelli. Jos6 Roberto Marmo Loureiro. Nilton Molina.

Osvaldo Nascimento, Patrick Antonio Claude de Larragoiti Lucas. Pedro Pereira de Freitas, Pedro Purm Junior e Ryoji Fujii.

Membros Nates: Alberto Oswaldo Continentino de Araujo, Antonio

Tavares CSmara. Joao Gilberto Possiede. Luiz Tavares Pereira

Filno.Miguel Junqueira Pereira. Mucio Novaes de Albuquerque

Cavalcanti, Paulo Luckmann e Paulo Miguel Marraccini.

REVISTA DE SEGUROS

drgao Informativo da Federagao Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalizagao- Fenaseg.

■pUBLICAgAO INTEGRANTE DO CONVENIO DE IMPRENSA DO MERCOSUL-COPREME. Em conjunto com SIDEMA (Servigo informativo do Mercado Segurador da Republica Argentina), EL PRODUCTOR (Publicagao da Associagao de Agentes e Produtores de Segurc da Republica Oriental do Uruguai) eJomal dos Seguros (Publicagao doSindicato dos Correfores de Seguros e de Capitalizagao do Estado de Sao Paulo).

Conselho Editorial

Presidente: Salvador Cicero

Membros: Geraldo Bolda. Mauro Cesar Batista, Nilton Molina.Paulo Amador, Paulo MarracinI, Reng Garcia. Ricardo Xavler. Rita de Cassia Batista e Suzana Munhoz.

Edltor-chefe: Angela Cunha (MTb/RJ12.555)

CoordenagSo Editorial: Editora Prosa (seguros@edltoraprosa.com,br)

Jornallsta Resp.: Marcia de Souza (MTb/RJ 16.305)

Arte: Marl) Bibas

Colaboradores: Aziz Filho, Barbara Oliveira, Denise Bueno, Edna Simao, Jorge Clapp, Marcia Alves, Neila Baldi.

Solange Guimaraes, Sonia Araripe e Suzana Liskaukas

Fotografia: Rosane Bierkmann, Julio Fernandas e arquivo Fenaseg

Equipe ASCOM: Adriana Beltrao, Claudia Mara e Valeria Maciel Escritbrio Fenaseg/Brasdia - SCN/Quadral/Bloco C - Ed. Brasilia

- Trade Center - sala 1607

GrMIca: Wal Print

DIstribulgao: Servlgos Gerais/Fenaseg

RedagSo e Correspondfincia: Assessoria de Comunicagao Social

- Fenaseg - Rua Senador Dantas, 74/12° andar. Centro

- Riode Janeiro, RJ - CEP 20031-201 -Telex: (021) 34505-DFNES

Fax: (21) 2510,7839-Tel. (21) 2510,7825-www.fenaseg.org.br -

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Perlodicidade: Trimestral

Circulagflo: 5 mil exemplares

As mat6nas eartigos assinados sao deresponsabilidade dos aulores. 4s malarias publicadas nesla edigao podem serreproduzidas se ideniificada a fonte.

Distribuicao Qratuita ABBUE

RUBENS RICUPERO

Brasii, potencia ambiental

Especialistaem questaoambien tal, o embaixaclor Rubens Ricupero ve oportunidades onde olhos menos experientes so coslumam enxergar desolagao e tristeza: nas mazelas ambientais do Pais. Ele acredita que o meio ambiente —outrora um eden, mas hoje castigado pelos mais variados tipos de problemas — seja justamente um trunfo para o Pais.

Rubens Ricupero defende a ideia de que o ambiente vai dominar a agenda internacional pelos proximos cam anos. E nesse campo, ele afirma, o Brasii e uma potencia, por suas riquezas naturais. "Temos a maior reserva de agua doce, de floresta e de biodiversidade do planeta. E isso faz toda a diferenga", diz, com autoridade de quern atua ha muito nessa area.

AJurista, diplomata de carreira, ex-Ministro da Fazenda, ex-embaixador do Brasii na Italia, professor de economia atuante, entre outros cargos e fungoes, Rubens Ricupero foioprimeiroaocuparoMinisteriodo

MeioAmbiente e daAmazonia, pasta criada pelo entao presidente Itamar Franco, em 1992. No cenario inter nacional, ocupou o posto de Secretario-Geralda Conferenciadas Nagbes

Unidas para o Comercio e o Desen volvimento (IJNCTAD). Atualmente e membro do Conselho da Fundagao Brasileira de Desenvolvimento Sustentavel, no Brasii, e da Foundation Albert 1®' d® Monaco. Veja, a seguir, a entrevista exclusiva concedida por ele a Revista de Seguros.

▲ 0 senhor passou a ser uma referenda em questoes ambientais no Pais. 0 que o levou a deditor-se a esse tema?

Rubens Ricupero - Quando eu era embaixador nos Estados Unidos, em

1992, fui chamado pelo Itamaraty para presidir a Comissao de Finangas da Eco-Rio 92. No ano seguinte, o Presidente Itamai" Franco me nomeou Ministro do Meio Ambiente e da Ama zonia. Quando me tornei, em 1995, o Secretario-Geral da Conferencia das Nagoes Unidas para o Comercio e o Desenvolvimento (UNCTAD), onde permaneci nove anos, ocupei-me muito da problematica ambiental. Hoje, sou membro do Conselho da Fundagao Brasileira de Desenvolvimento Sustentavel, no Brasii, e da Foundation Albert 1®' de Monaco, dedicadas ao ambiente. Estou convencido de que, em poucos anos, a questao ambiental vai dominarde modo incontestavel a agen da internacional em todos os aspectos polfticos e economicos portratar-se da ameaga mais iminente a sobrevivencia nao so da especie humana, mas talvez da propria vida na Terra.

A Qual a situa^ao do Brasii no cenario mundial?

Rubens Ricupero — 0 Brasii ocupa posigao talvez unica nesse problema emrazaode dois aspectos. Porrunlado, somos dosrai'ospaises com oprivilegio duvidoso de terem, simultaneamente, OS problemasambientaisdosricosedos pobres. Nas gi-andesmetropoles,sofremos dos gi'aves problemas decon-entes da urbanizagao e industrializagao. Mas continuamos a ter os problemas dos paises subdesenvolvidos, como

CLAUDIA MARA A EDITORIAL
JOAOELISIO FERRAZDE CAMPOS Presidente da Fenaseg
4 REVISTA DE SEGUROS
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ENTREVISTA ▲
0 embaixodor defende que 0 Pois assume papal importcnte no defesa do vida no pianeto e vire umo iideran^a mundial no area
JANEIRO • EEVEREIRG • MARgO 2007 JANEIRO • FEVEREIRO IVlARg020D7
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desmatamento e queimadas. Tudo isso ocorre contra um pane de fundo de urn Estado cada vez menos efetivo, de capacidade de fiscalizagao e aplicagao das leis extremamente baixa, com corrupgao politica cumplice de interesses predatorios de madeireiros efazendeiros destruidores das florestas. For outro lado, essas desvantagens serias podem converter-se em oportunidade se o Pars adotar uma poKtica ambiental inteligente, capaz de transformar problemas em trunfos para por a servigo do planeta o extraordinaiio potencial, hoje ameagado, que faz do Brasil uma das grandes "potencias ambientais".

A Riqueza em recursos naturals. Come reverter isso em nosso favor?

Rubens Rkupero - Somos um dos parses de maior riqueza e concentragao em recursos naturais. Essa riqueza se desdobra em quatro componentes principais: possuimos na Amazonia a maior floresta tropical do mundo e no Pantanal um dos mais extensos sistemas de terras periodicamente alagadas; a biodiversidade brasileira representa talvez 20% do total mon dial; da mesma forma, nossa reserva de agua doce corresponde a cerca de 15% das reservas globais; gragas ao Programa do Alcool, o Brasil e o lider mundial em combustiveis alternativos.

Infelizmente,quase todas essas vanta-

gens sao anuladas pela incapacidade de controlar as queimadas, responsaveis pela presenga crescente do Brasil na lista dos dez maiores emissores de dioxido de carbono.

A chave de qualquer solugao passa primeiro pela redugao substancial e rapida das queimadas, a caminho da sua total eliminagao. Se essa precondigao for atingida,o Brasil poderia entao incluir no futuro Protocolo de Kioto a redugao das queimadas e do desmatamento como fonte de creditos de carbono que possam ser vendidos no promissor mercado mundial de certificados de emissao de carbono, produzindo, assim, os recursos necessarios para proteger o ambiente.

A 0Brasil jd sofre os impactos das mudan^as climdticas?

Rubens Ricupero - 0 Institute Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou recentemente as conclusoes de estudo sobre o provavel impacto no Bra sil das mudangas climaticasja em curso. Essas conclusoes sao muito preocupantes e indicariam um aumento de temperaturas medias na Amazonia entre 3°C e 5°C,o que acatTetaria a conversao em cen-ados ou destrmigao de gi'ande parte da atual floresta ate 2050. Ha tambem acelerado desaparecimento de especies vegetais e animals, com redugao significativa da extraordinaria diversidade

e abundancia de peixes de agua doce, base da alimentagao da populagao. E ainda uma elevagao entre 2°C e 4°C da temperatura no Nordeste, agravando o processo de desertificagao.

A Como gerenciar esses riscos?

Rubens Ricupero - 0 aumento da freqiiencia e intensidade dos eventos catastroficos de natureza climatica pode reduzir ou tornar inviavel a cobertura de certos riscos por meio de seguro privado, conforme ja ocorre no caso do terrorismo, regulado nos EUA por lei que criou um programa especial de garantia do governo federal.

As preocupagoes sao de tal ordem que o Programa das Nagoes Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), com sede em Nairobi, iniciou ha varios anos um programa especial a fim de preparar a industria de seguros para esses desenvolvimentos (o pr-ograma esta no site do UNEP). Alias,o Sygma Swiss Re acaba de divulgar estudo de como a mudanga climatica ameaga a propria possibilidade de obter, no futuro, cobertura de seguro, mediante empresas privadas.

Duas sao as maneiras de gerir o problema; a mitigagao, mediante agSes para reduzir os gases culpados do efeito-estufa, e a adaptagao as mudangas.

0 melhor e, sem duvida, a mitigagao, infelizmente, enfraquecida pela naoadesao dos EUA e da China, os dois principais poluidores. Um modelo a seguir e o dos europeus em geral e do Reino Unido em particular.

Da mesma forma que ocorreu no passado,quando a atividade de seguros esteve na origem de muitas medidas pro-ativas que ajudaram a reduzir ris-

cos,tais como aformagao dos primeiros corpos de bombeiros eos codigos deseguranga no transito, e de desejar que o setor assuma a vanguarda das praticas de responsabilidade ambiental. Uma redugaonoritmodeemissoesteraefeito multiplicadorem termos de diminuigao de perdas no futuro.

A 0 senhor defende um novo conceito de desenvolvimento, que envoive iustamente a questao de aprender com as adversidades.

RubensRicrpero -0 desenvolvimento fiao e apenas o aumento do PIB ou da produtividade. 0 desenvolvimento integral e um processo pelo qual uma comunidade aprende continuamente a gerenciar realidades cada vez mais complexas. Talprocessodependeessencialmente da educagao; e preciso elevar o maximo possivel o nivel de educagao e cultura dapopulagao, dos agiicultores aos governantes. Paises como o Brasil, onde a escolaridade media dos setores dirigentes (politicos, fazendeiros, impresarios) mal supera os dez anos, Sao incapazes ate de compreender a iomplexidade,quanto mais delidai"com ila. Asolugaoviraapenas daprioridade <5Ue se der a qualidade da educagao e a qualidade das instituigoes.

A A trunsijao demografica e um tema que 0 preocupa bastante, por implicar em grandes mudangas no perfil da populagao brasileira. Como estd essa questdo?

Rubens Ricupero —0 Brasil ingressou fase do qua os demografos chainam "bonus demografico". A expressao ®ignrficaque, emdecorrencia daqueda 'iataxadecrescimento dapopulagao (de 2,8% ao ano de 1950-1980 para 0,8%

de 2000-2030 ate baixar a 0,4% em 2030) edataxadefecundidade (numero de filhos por mulher, que atingiu 2,1, nivel apenas de reposigao em 2003), reduziu-se significativamente o numero de dependentes por 100 pessoas em idade ativa (PIA). Essa taxa, que era de82 por 100 (1950-1980) caipara47 por100,de2000-2030,istoe,"acarga economicadedependenciademografica e bastante manor neste imcio do seculo 21 do que em qualqueroutro momento dahistoriabrasileira",segundoodemografoJoseEustaquioAlves,doIBGE.

A 0que representamessasmudangas para a economio?

Rubens Ricupero - A primeira consequgncia e qua bastara a economia crascar menos para obter o mesmo resultado. Por axemplo, se a economia brasileira se expandir a 5% ao ano, o aumento, am principio, da renda per capitasariaigualaoqueantesrequeria crescimento da 7%. A populagao sara mais urbanizada, mais educada, com melhor saiida. Como havera menor pressao para construir mais escolas apenas para acompanhar o ritmo de crescimento demografico havera mais recursos disponiveis para investir na melhoria da qualidade do ensino, o mesraovalendopataa saude, aprevengao do crime, a pressao sobre a agua e OS recursos naturais etc.

A Que oportunidades podem ser vislumbradas?

Rubens Ricupero — Sao numerosas e quase todas favoraveis, exceto proble mas como o da previdencia social, que requererao modificagoes para aumentar a idade media da aposentadoria. Apenas para dar dois exemplos significativos em materia de suarepercussao sobre o setor de seguros. 0 primeiro decorre da alteragao da piramide etaria, que passara a contargradualmente com numero maior de idosos. A criminalidade, por exemplo, costuma ser maiorem paises onde e muito grande o numero de homensjovens entre 15 e 30 anos. Esse numero tende a decrescer no Brasil, com efeitos previsiveis no nivel daviolencia. Aexpansao daqpiantidade de pessoas idosas, com melhor saude, educagao mais alta, tera tambem conseqiiencias sobre o comportamento do segmento de seguros pessoais. 0 segundo exemplo expressivo deriva igualmente da modificagao do perfil etario predominante. A idade mediana da populagao brasileira era de 20 anos ou menos. Ela passara a serde mais de 30. Isso significa que mais da metade da populagao tera 30 anos ou mais.

Ora uma populagao mais madura ten de a consumirmais seguros e apresenta comportamento mais cauteloso, como sabem hem os que lidam com seguros contra acidentes de veiculos. A

"Somos dos raros poises com o privilegio duvidoso de terem, simultaneamente,os problemds ambientais dos ricos e dos pobres."
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Da mesma forma que ocorreu no passado, e de desejar que o setor de seguros assuma a vanguarda das prdticas de responsabilidade ambiental.n
b REVISTADE SEGUROS JANEIRO'FEVEREIRO-MARgO 2007 ^'*NEIR0 •> FEVEREIRO • MAR^O 2007 REVISTA DE SEGUROS 7

Novo modelo de representa^ao evidencia a uniao de forces e marca uma nova era para 0 seguro, resseguro, previdencia privada, saude supiementar e capitalizagdo

NOVO TEMPO

0 novo modelo de representagao institucional do mercado segurador brasileiro e formado por quatro Federagoes, ja em funcionamento, e uma Confederagao, em fase de constituigao. As novas entidades criadas sao as seguintes: Federagao Nacional de Seguros Gerais — Fenseg; Federagao Nacional de Previdencia Privada e Vida — Fenaprevi; Federagao Nacional de Saude Supiementar — Fenasaiide; e Federagao Nacional de Capitalizagao — Fenacap. A cada uma cabera a representagao politica e tecnica nos temas especificos dos ramos que representam, tendo empresas filiadas e sendo seu corpo diretivo eleito pelo voto direto destas empresas.

A Fenseg e presidida por Jayme Brasil Garfinkel, presidente da Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais, Holding da Corporagao Porto Seguro, e vai congregar as empresas que atuam no segmento de danos. Este segmento compreende os ramos de seguros de automovel, patrimonial, habitacional, transporte, riscos financeiros, credito, responsabilidade civil, cascos maritirnos e aeronauticos, rural, riscos especiais, entre outros.

A Fenaprevi tem como presidente Antonio Cassio dos Santos, que ocupa o cargo de presidente do Conselho de Administragao,de diretor presidente da Mapfre Vera Cruz Seguradora,da Vera Cruz Vida e Previdencia e da Mapfre Seguradora de Garantias e Credito. A entidade vai reunir as seguradoras que operam no segmento de pessoas, que engloba os seguros de vida,de acidentes pessoais e pianos de previdencia aberta.

A Fenasaude esta sob a presidencia de Luiz Trabuco Cappi,presidente do Grupo Bradesco de Seguros e Previden cia e vice-presidente executive do Banco Bradesco. Ela vai coligar as seguradoi'as especializadas em saude e as demais operadoras de pianos privados de assistencia a saude.

A Fenacap e presidida por Jose Ismar Alves Torres, presidente dos Conselhos de Administragao da Brasilcap Capitalizagao e da Brasilsaude Companbia de Seguros, e tem como atribuigao representar as empresas que trabalham com pianos de capitalizagao.

A Joao Elisio Ferraz de Campos(ao centre) e OS presidentes das novas Federapdes brindam o novo modelo

Wtm^. ::

ESTUDO LONGO E MINUCIOSO

0novo modelo de representagao institucional comegou a ' ser desenhado ha cerca de dois anos,com o auxliio de consulf torias especializadas e ampla consulia ao mercado. Alem das {; quatro federagoes,o sistema preve a substituigao da Fenaseg ! por uma Confederagao Brasileira deSeguros,Resseguros,Previdencia Privada,SaUde Supiementare Capitalizagao-Conseg, [ em processo de formagao,e tambem a reformulagao dos oito sindicatos regionaisdeseguradorasquefuncionam nosestados ji da Bahia, Minas Gerais, Parana, Pernambuco, Rio Grande do f Sul, Rio de Janeiro,Santa Catarina e Sao Paulo.

I Durante todo o processo de transigao, a Fenaseg contif nuara, oficialmente, sendo a entidade representante do setor.

r A Conseg, como entidade maxima de representagao 1; institucional do mercado segurador brasileiro,tera como atribuigaocongregar as principais liderangas,coordenaras agoes Politicas, elaborar o planejamento estrategico e desenvolver as atividades de interesse comum ^s federagoes.

A eleigao das Diretorias e Conselhos Fiscais das fede ragoes ocorreu no dia 7de fevereiro,durante Assembleia de Pundagao das federagoes,realizada no Centro Empiesarial da Fenaseg, no Rio de Janeiro. A reuniao foi aberta pelo presidente da Fenaseg,Joao Elisio Ferraz de Campos,e dela participaram membros da Diretoria da Fenaseg e seus diietores executives. Os novos integrantes das quatrofederagoes em numero de 65,foram eleitos por representantes das ^tttpresas do setor, para um mandato de ties anos.

A instalagao dasfederagoes aconteceu um mes depois,7 de margo,dia em que os presidentes das entidades fizerani a Primeira reuniao de trabalho com seus diretores,com o objedvo de tragar as primeiras diretrizes de atuagao. A instalagao

A Momento historico para o setor: reuniao com representantes do mercado na sede da Fenaseg, no Rio de Janeiro, dG im'cio as eleipdes para escoiha das diretorias das quatro federagoes (Fenseg, Fenacap, Fenasaude e Fenaprevi) e da Confederapao, ainda em formagao

das federagoes foi marcada por mn almogo de conffatemiza-. gao,no Rio de Janeiro,que reuniu cerca de 80 pessoas,entre integrantes das Diretorias dasfederagbes e representantes da Fenaseg,ocasiao em que os novos dirigentesfalaram sobre as mudangas ocorridas na representagao institucional do setor.

AUTORIA-0 presidente da Fenseg, Jayme Brasil Gaifinkel, ressaltou ofato de o projeto do novo modelo de representagao institucional do mercado segurador ter sido desenvolvido pelo proprio mercado.Isso,segundo ele, coloca sob a tutela do mercado o sucesso do funcionamento do novo sistema, afirmando que "tudo depende de nos".

EFICACIA - Antonio Cassio dos Santos, presidente da Fena previ,destacou a importancia do processo de reestruturagao do sistema de representagao do setor,o que,no seu entendimento,permitira o tratamento tecnicamente mais eficaz dos temas por se tratarem de federagoes especializadas.

PARCERIA -Na avaliagao feita por LuizTrabuco Cappi,presi dente da Fenasaude,o mercado segurador vive um momento I'mpar,marcado pela aglutinagao das empresas que compoem o sistema de saude supiementar em uma Federagao. Essa parceria, ressaltou, sera de extrema importancia para o desenvolvimento sustentavel do setor.

MELHORIA — Ao destacar a importancia de se debatere implementar a nova norma do mercado de capitalizagao, que ha pelo raenos dois anos vem sendo objeto de analise,Jose Ismar Alves Torres, presidente da Fenacap, apontou uma outra necessidade:a de se desenvolver um trabalho de melhoria da capitalizagao, com vistas a, entre outros objetivos, eliminar preconceitos ainda existentes contra o produto. !>

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ANGELA CUNHA E MARCIA ALVES
8 REVISTA DE SEGUROS
JANEIRO • fEVEREIRO • MAR^O 2007
JANEIRO • FEVEREIRO • MAR^O 2007
REVISTA DE SEGUROS 9

COMPOSI^AO DAS NOVAS FEDERATES

I FEDERA^AO NACIONAL DE SEGUROS GERAIS- FENSEG

Presidente: Jayme Brasil Garfinkel(Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais S.A); Vice-Presidentes: Marcus Vinicius Lopes Martins(SulAmerica

Ola, Nacional de Seguros), Pedro Purm Junior(Zuricfi Brasil Seguros S.A); Diretores: Acacio Rosa de Queiroz Filtio(Cfiubb do Brasil Cia. de Seguros), Arlindo da Conceigao Simoes Filho(AGF Brasil Seguros S.A), Claudio Cesar Sanches(itau Seguros S.A), Fernando Barbosa de Oiiveira (Brasiivefcuios

Companhia de Seguros), Francisco Caiuby Vidigai Filho(Maritima Seguros S.A), Jose Luiz Vaiente da Motta(Tokio Marine Seguradora S.A), Luis Emilio Maurette(Liberty Seguros S.A), Mauro Cesar Batista(Mapfre Vera Cruz Seguradora S.A), i\ley Ferraz Dias(Unibanco AIG Seguros S.A) J e Ricardo Saad Alfonso(Bradesco Seguros S.A).

FEDERA^AO NACIONAL DE PREVIDENCIA PRIVADA E VIDA - FENAPREVI

Presidente. Antonio Cassio dos Santos(Mapfre Vera Cruz); 1° Vice-Presidente: Marco Antonio Rossi(Bradesco Vida e Previdencia),

Vice-Presidentes: Carlos Andre Guerra Barreiros(Itau Vida e Previdencia S.A), Francisco Alves de Souza(Comprev-Uniao Previdenciaria Cometa do Brasil), Renato Russo(Sul America Seguros de Vida e Previdencia S.A); Diretores; Eduardo Bom Angelo(Brasilprev Seguros e Previdencia S.A), Marcelo ' Gomes Teixeira(HSBC Seguros(Brasil)S.A), Luciano Snel Correa (Icatu Hartford Seguros), Jose Roberfo Marmo Loureiro(Metiife Vida e Previdencia S.A), Helder Molina(Mongeral S.A Seguros e Previdencia), Antonio Carlos Macedo Munro(GBOEX Gremio Beneficente), Cesar Soares dos Reis(Capemi Caixa' de Pecuiios, Pensoes e Mont. Benef.), Jaime Kalsing (Companhia de Seguros Alianga do Brasil), Fabio Morita(Porto Seguro Vida e Previdencia S.A), Marlene Rainer(Santander Seguros S.A), Juvencio Cavalcante Braga(Caixa Vida e Previdencia S.A), Oriovaldo Pereira Lima Filho(Previmil Sociedade de Previdencia Privada), Edson Franco(Real Tokio Marine Vida e Previdencia S.A)e Antonio Eduardo Trindade(Unibanco AIG Vida e Previdencia S.A).

FEDERA^AO NACIONAL DE SAUDE SUPLEMENTAR - FENASAUDE

Presidente. Luiz Carlos Trabuco Cappi(Bradesco Saude S.A); VIce-presidentes: Edson de Godoy Bueno(Ami!-Assistencia Medica Internacional Ltda), Geraldo Rocha Mello(Medial Saude S.A), Joao Alceu Amoroso Lima(SulAmerica Seguro Saude S.A), Pciulo Sergio Ramos Barbanti(intermedica Sistema de Saude S.A); Diretores: Andre do Amaral Coutinho(Omint Servigo de Saude Ltda), Dalmo Ciaro de Oiiveira(Unimed Seguros Saude S.A), Edson Machado Monteiro (Brasil Saude Companhia de Seguros S.A), Heraciito de Brito Gomes Junior(Bradesco Saude S.A), Joao Carlos Gongalves Regado(Golden Cross Assistencia Internacional de Saude Ltda), Luiz Fernando Butori Reis Santos(Unibanco AIG Saude Seguradora S.A), Murilo do Rego Lins(Maritima Saude Seguros S.A), Newton Pizzotti (Porto Seguro-Seguro Saude S.A)e Peter Rosemberg(AGF Saude S.A).

FEDERA^AO NACIONAL DE CAPITALIZA^AO-FENACAP

?!

Presidente:Jose Ismar Alves Torres (Brasilcap Capitaiizagao S.A); Vice-Presidentes: Carlos Infante Santos de Castro(Sul America Capitaiizagao I S.A), EdmiiMn Gama da Silva(Caixa Capitaiizagao S.A), Natanaei Aparecido de Castro (Brasilcap Capitaiizagao S.A), Norton Glabes Labes(Bradesco Capitaiizagao S.A); Diretores: Carlos Alberto Bezerra de Moura(Unibanco Cia. de Capitaiizagao), Carlos Ferreira D'Azevedo Neto(Aplub Capitaiizagao L S.A), Eduardo Francisco de Castro(Santander Capitaiizagao S.A), Heiio da Silva Junior(Cia. itau de Capitaiizagao), Jose de Medeiros Carvalho Filho (Icatu Hartford Capitaiizagao S.A), Jose Maria Corsi (Lideranga Capitaiizagao S.A), Marcelo Gomes Teixeira(HSBC Empresa de Caoitalizaran(Brasil)S.A)e Sidemar Spricigo (Real Capitaiizagao S.A).

CONSELHOS FISCAIS (Compostos pelos mesmos membros)

Membros titulares: Lucio Antonio Marques(Companhia de Seguros Previdencia do Sui), Laenio Pereira dos Santos(Sui America Companhia NacionalI de Seguros)e Niison da Fonsera Filho(Generali do Brasil- Cia. Nacional de Seguros); Suplentes:Jose Maria Souza Teixeira Costa(Companhia e eguros langa a a la), P^^rade Souza(Tokio Marine Brasil Seguradora S.A.)e Luiz SadaoShibutani(AGF Brasil Seguros S.A).

FENSEG A^AO COORDENADA

PARA ENFRENTAR DESAFIOS

Apostando no crescimento do economia e no conseqOente oumento do demando per seguros, presidente do Fenseg estd otimisto em relo^oo oo future do setor

"fudo depende de nos", disse o presidente da Federagao Nacional de Seguros Gerais(Fenseg),Jayme Brasil Garfinkel,durante a primeira reuniao de trabalho da entidade, referindo-se a responsabilidade cjue o niercado seguiador tera em relagao ao bom desempenho do novo modelo de representagao institucional, desenvolvido Pelo proprio segmento. Pronta para, ®®gundo ele, "ajudar as associadas" "lessa empreitada, a Fenseg, cuja principal caracteristica e a grande 'diversidade de ramos que abrange", contara com apoio das demais federaSdes e, principalmente, da Confederagao. "Temos de atuar coordenados porque ao longo do trabalho que agora se inicia serao desenvolvidas as solugoes para os desafios que o mercado tera de rinfrentar", afirma.

Jayme Garfinkel re•^onhece a importancia 'ie trabalhar a imagem

do setor perante a socie^ade. Por isso, informou

lUe entre as principais

^^refas da Fenseg, alem

na serie de anos em que o crescimento do mercado foi superior ao crescimento da economia", preve.

n6s"

de"buscar oportunidades nos mais diversos segmentos", estara a "protegao contra ameagas decorrentes da falta de compreensao da populagao sobre OS mecanismos de funcionamento do seguro, que muitas vezes sao muito mal interpretados .

Mas,esta otimista quanto ao cenario futuro. Para o dirigente, o mercado continua promissor para os seguros em geral,que este ano devera crescer cerca de 12,5%,segundo estudo da Fenaseg.

"Sinto que a alividade economica esta mais intensa e que a tendencia sera um aumento da demanda por seguros", analisa. Esse ambiente, conforme sua avaliagao, favorecera a manutengao dos nfveis de desenvolvimento do setor.

"Podemos esperar uma continuidade

Embora acredite que "havera oportunidades de crescimento para todos OS seguros", o presidente da Fe naseg calcula que alguns ramos terao maior expansao. Um deles e o seguro agricola, que podera se beneficiar da disposigao do governo de subsidiar aos produtores brasileiros parte do premio do seguro rural. Segundo dados do Ministerio da Agricultura,no ano passado o governo investiu R$ 40 milhoes em subsidies,gerando negocios segurados da ordem de R$ 1 bilhao. Neste ano, o orgamento preve investimentos de aproximadamente R$ 100 milhoes, o que, por sua vez, espera-se, possa ampliar o volume de seguros.

Outros dois ramos nos quais Jayme Garfinkel aposta sao o de Res ponsabilidade Civil e de Garantia de Obrigagoes. Este ultimo, conforme provisoes divulgadas pela Fenaseg, devera registrar neste ano crescimento de32%em relagao a 2006,alcangando R$ 178 milhoes, somados, ainda, aos R$ 102 milhoes previstos para o seguro de Garantia de Obrigagoes Publicas. Se confirmar,na pratica,o esforgo do Pais para o crescimento, bavera maior demanda para muitas obras e, eonseqiientemente, necessidade de novas coberturas", pondera. >

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▲ Jayme Brasil Garfinkel alerta na primeira reuniao: "depende de
.I 10 REVISTA DE SEGUROS JANEIRO • FEVEREIRO • MARgC 2007 JANEIRO • FEVEREIRO • MARgO 2007
REViSTADE SEGUROS II
A EstratGgia inclui trabalhar a imagem do setor na sociedade

FENAPREVI OBJETIVO E CONQUISTAR AS CLASSES C E D

Presidente da Fenoprevi vislumbra um enorme mercado consumidor que oindo nao foi afendido pelos segmentos de Vido e Previdencia Privodo

Embora os segmentos representados pela Fenaprevi tenham obtido resultados para la de satisfatorios -Vida,ou seguro de pessoas,cresceu 26% em 2006,e a Prevideiteia Complementar registrou em Janeiro ultimo um erescimento de mais de 30%,em comparagao com o mesmo mes do ano anterior -,Antonio Cassio dos Santos, presidente da entidade, demonstra nao querer estacionar nessa zona de conforto. Para ele, a boa performance atual e resultado do ambiente de estabilidade economica que propicia o desenvolvimento de atividades, eomo o seguio e, particularmente, a previ dencia complementar, para os quais, a tendencia, acredita, seja "a manutengao do erescimento sustentado e duradouro".

Entretanto, o dirigenle vislumbra o futuro de Vida e Previdencia para alem dos limites das classes A e B,estas duas maiores consumidoras de produtos do segmento. Segundo ele.

ainda ha "um enorme mercado a ser atendido", formado por uma faixa da populagao com menor poder aquisitivo, porem bastante numerosa, que sao as classes C e D.Por isso, quando indagado a respeito dos problemas que a Fenaprevi tera de enfrentar em sua area de atuagao,ele responde rapido e objetivamente:"Nao temos problemas, mas desafios".

Mas, Antonio Cassio dos Santos tem clareza quanto aos caminhos que o segmento deve percorrer para chegar a esse objetivo. Considera necessario "ampliar a cultura de Previdencia Complementar e de seguro de Vida Junto a populagao" e, ao mesmo tem-

po, "estimular o envolvimento das empresas que atuam nessa area com as questoes socials do Pais". No que depender da Fenaprevi, ele garante todos OS esforgos para formatar uma entidade que represente "de forma equanime e pennanente"as associadas e que atue na defesa"dos interesses do segmento". Para tanto, disse que esta sendo elaborado,em conjunto com a diretoria da entidade,"um planejamento estrategico que tende a privilegiar as agoes voltadas para o creseimento das empresas do mereado".

Esse erescimento, na visao do presidente da Fenaprevi, deve ser ob tido por meio do "desenvolvimento de produtos que atendam as necessidades de seguranga e qualidade de vida do eidadao"e,ainda,pela"democratizagao do acesso de todos a esses produtos".

A seu ver, o momento atual e mais do que oportuno para iniciar essas agSes, pois o Brasil, que desponta eomo economia emergente, detem um enorme potencial de erescimento em todos os segmentos produtivos.Em sua opiniao, basta "estabelecer as linhas de agoes para que se atinja o erescimento, ordenado e consistente, e comprometido com o de senvolvimento sustentado do Pais". Mas,acrescenta que"as regras devem ser elaras e transparentes e as informagoes objetivas e acessiveis a todos".

$A Meta e ampliar Previdencia Complementar e Seguro de Vida

FENASAUDE

MUITO TRABALHO

PELA FRENTE

Estabelecer a didlogo com a ANS e com o Poder Judicidrio pom esciorecer o ombos que 0 finolidode do segmento nao e supiementor oo SUS, mas complementar OS necessidades dos usudrios, serd uma das primeiros iniciativas do Fenosoude

Luiz Trabuco Cappi,presidente da Fenasaiide, tem a exata nogao dos de safios que as empresas representadas pela entidade tem de enfrentar. Mas,ao mesmo tempo, distingue eom clareza as possiveis solugoes.Tamanha nitidez desse cenario o faz avangar algumas etapas na condugao do segmento que agora defende-eomposto pelas seguradoras de saude e medicinas de grupo —, aias nao diminui sua responsabilidade. Basta dizer qua o setor de operadoras Privadas de pianos e seguros de saude e eomposto por mais de 2 mil empresas 9ue atendem cerca de 44 milhoes de usuarios. Flas atuam sob legislagao propria e regulagao especifica, por meio da Agenda Nacional de Saude Suplementar(ANS).

Desde 1998,ano de edigao da Lei ^•656,o setor vem passando por uma forte reformulagao estrutural, cuja rngulamentagao obrigou os contratos ^ preverem cobertura para todas as doengas e a reduzirem carencias,entre ^otras determinagoes legais, alem de ®mgir das operadoras a constituigao do reservas tecnicas. Por um lado.

A Luiz Trabuco Cappi: "temos de mostrar a seriedade da nossa representagao"

Luiz Trabuco Cappi reconhece que as medidas forneceram "maior transparencia sobre o desempenho economico do setor", mas,por outro,"provocaram a intervengao e liquidagao de um numero expressive de empresas".

Segundo ele, muitas nao conseguiram suportar o aumento dos custos assistenciais aliado ao controle de reajustes das mensalidades,deixando de operar os pianos e seguros de saude individuals.

Porem,ele observa que a pressao sobre os custos obrigou as empresas a se tornarem mais eficientes, residtando numa "relativa melhora" no desempenho do segmento no ultimo ano. Hoje, considera que "o setor

esta bastante competitivo" e percebe uma "tendencia de maior profissionalizagao" das operadoras."Enfim,o mercado privado parece estar mudando de trajetoria, rumo a uma fase de eonsolidagao em novos patamares de efieiencia e qualidade", analisa.

A estabilizagao do marco regulatorio, na opiniao do presidente da Fenasaude,ainda permanece eomo"uma grande incognita". Sua expectativa e que a ANS, sete anos depois de instalada,enfim possa realizar a revisao do atual modelo de reajustes de men salidades dos pianos individuals, possibilitando que as operadoras voltem a oferecer esses produtos. Mas esse ainda nao e o maior obstaculo para o segmento. Ainda ha a interferencia do Poder Judiciario, cujas decisoes, via de regra, garantera aos segurados direitos nao previstos contratualmente e o desafio de acompanhar a infinidade de projetos no Congresso Naeional que modificam a Lei 9.656.

Por tudo isso, o dirigente entende que a Fenasaiide tera muito trabalho pela frente. 0 ponto de partida sera estabelecer o dialogo eom a ANS e com o Poder Judiciario."Temos de mostrar a seriedade da nossa representagao e as peeuliaridades de um setor cuJa natureza nao e complementar-o atendimento do SUS,mas sim suplementar as necessidades dos usuarios", afirma. i>

A Antonio Cassio dos Santos: "ha um enorme mercado a ser atendido" A Membros da nova federagao discutem as futuras iniciativas do setor
V2 REV1STA DE SEGUROS JANEIRO-FEVEREIRO'MARCO 2007 MNEIRo • EEVEREIRO* MARCO 2007 REVISTA DE SEGUROS )3

CAPITALIZA^AO TEM TUDO PARA CRESCER

Para inserir o setor na rota do crescimento, segundo o presidente da Fenacap, serd precise aprovar nova regulomento^da e desenvolver produtos odequodos oo publico olvo

0 segmento de titulos de capitalizagao esta crescendo - em Janeiro, atingiu a marca de R$ 11,3 bilhoes em reservas,7% superior ao mesmo periodo do ano passado —, porem, nao tanto quanto poderia. Embora o ambiente de eeonomia estavel seja ideal para o sen desenvolvimento,"a capitalizagao mal aeompanhou a inflagao dos ultimos anos", reconhece o presidente da Fenacap,Jose Ismar Alves Torres. Por isso, considera que o maior desafio da entidade sera redescobrir meios e formas de obter um desejavel creseimento real e duradouro para o setor,elevando OS atuais patamares de arrecadagao".

Para o dirigente, algumas agoes podem colocar a capitalizagao na rota do crescimento. Como primeirissima da lista ele aponta a necessidade de aprovagao da nova regulamentagao do setor, em analise ha dois anos, a qual, acredita, seria positiva para a transformagao do mercado, ensejando o desenvolvimento de novos e interessantes produtos". Em segundo lugar, considera imprescindivel acabar com 0 preconceito de alguns segmentos da populagao em relagao aos produtos de

A Jose Ismar Alves defende o use de campanhas;foco na imagem dos produtos capitalizagao. "Precisamos trabalhar a imagem dos produtos, por meio de campanhas de divulgagao", define. Por ultimo, entende que sera precise desenvolver produtos adequados ao perfil do consumidor.

Na visao de Jose Ismar Alves Torres, a capitalizagao tem todas as condigoes para melhorar o seu desempenho.0 ambiente economico estavel que favorece o consumo de produtos financeiros, torna a capitalizagao um importante instrumento de poupanga programada. Alem disso,a distribuigao de premios, "caracterfstica peculiar dos produtos desse segmento",segun do ele, exerce grande atragao sobre os

para o crescimento

consumidores,porque "realiza o sonbo daqueles que acreditam na sorte".

Portanto,o presidente da Fenacap acredita que para aumentar a demanda bastam alguns ajustes. Comega por tornar "mais transparente a relagao eom o consumidor", acredita, para entao "oferecer bons produtos adequados ao perfil do publico alvo". Antes disso, porem,admite que o setor deva conhecer melhor seus clientes. Ele indica a segmentagao, cujo resultado sera "muito importante", a seu ver,"para o desenvolvimento de solugSes simples e de facil compreensao, que correspondam as expectativas e caracten'sticas dos publicos aos quais se destinam".

Otimista em relagao ao potencial de expansao da capitalizagao, o diri gente enxerga iniimeras possibilidades de comercializagao para os produtos do setor. Ema opgao, a seu ver, seria o desenvolvimento de um produto diiecionado ao mercado de habitagao. Considerando que o ambiente economi co atual estimula a aquisigao de bens e servigos, ele avalia que a capitabzagao poderia contribuir para reduzir o 'deficit habitacional, colaborar para a geragao de empregos" e, principalmente,"participar do desenvolvimento economico e social do Pais". ^

O,melhor PREVE e NIR

A recente onda de tragedies, do ccidente aereo ao desabamento do metro, chomo oten^ao

para a andlise e preven^ao de riscos, uma dree ainda carente de aten^do no Pois

A temporada de catastrofes que se abateu sobre o Brasil nos ultimos Meses mostrou que q Pais precisa ar a devida atengao a analise e prevengao de riscos. Prova disso e a variedade dos setores atingidos e a Extensa lista de acidentes. Queda do Aviao da Gol,apagao aereo,enchentes coni 16 mil desabrigados, inundagao

*^6 lama toxica em cidades mineiras ^ fluminenses e o desabamento da obra do metro de Sao Paulo. "Muitas ^mpresas acreditam na historia que I^eus e brasileiro e vai nos proteger de todos OS males.Sabemos que nao e bem assim",pondera Roberto Zegarra, vice-presidente de business continuity Manager da Marsh, lider mundial eonsultoria e gestao de riscos e ®®guros. Segundo ele, os executivos

'lacionais estao entre os melhores do ^Undo em administragao financeira, *^i"iatividade e outros atributos. Mas sempre levam na devida conta a Vitalise e gestao de riscos.

Diretor de riscos industriais da Mapfre Vera Cruz e membro da Comissao de Riscos Patrimoniais da Fenaseg, Octavio Luiz Bromati identifica no mercado algumas empresas que fazem analise e gestao adequadas,ate mesmo com nivel internacional, e outras que estao descobrindo a importancia desse item,embora muito atrasadas. A gi-ande parte,no entanto,esta longe do razoavel. "A maioria das empresas,infelizmente nao tem a minima ideia do que estamos falando. Paia o executive, a seqiiencia de transtornos que aconteceu nos ultimos meses pode ajudar a mudar esse quadro. "So espero que o efeito nao se restrinja ao primeiro momento do impacto, que desperte uma consciencia maior". Essa mudanga realmente e necessaria. Basta olhar com lupa os

tristes episodios dos ultimos tempos para descobrir erros primaries. No case do desabamento da obra do metro de Sao Paulo, que matou sete pessoas e desabrigou outras 132, autoridades reclamam da falta de comunicagao por parte do consorcio responsavel pela obra. "E uma falha grave, o consorcio deveria dizer que houve um problema dessa dimensao. Problemas que possam levar a conseqiiencias imprevisiveis seguramente tem que ser informados", disse o secretario estadual de Transportes, Jose Luiz Portella. Ja que houve pro blemas na preven gao, resta tratar do ressarcimento dos prejinzos. A Unibanco, que lidera >

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FENACAP
14 REVISTA DE SEGUROS / ACIDENTES A
A Discussao para tragar o melhor caminho
JANEIRO • FEVEREIRO • MAR502007
AZIZ FILHO
J'^NEIRo.
- MARCO 2007
FEVEREIRO
REVISTA DE SEGUROS IS
A Roberto Zegarra, da Marsh: gestSo de riscos ainda G o ponto fraco no Brasil

A

o consorcio de seguradoras, avalia os contratos e calcula o valor a ser page em um acidente cujas causas estao \ sendo investigadas. "As coberturas tem regras,clausulas,qua limitam sua abrangencia. Dificilmente se consegue recuperar a totalidade do prejuizo,qua pala axtansao dos danos, cartamanta sara granda",prave Heldar Muniz,garanta da Riscos da Enargia do IRB.

A maior parta do rassaguro do matro a das construtoras asta com amprasas astrangeiras,qua cobram danos matariais a da responsabilidada civil.

0seguio paga o prajuizo masmo sa for constatada falha humana, dasda qua nao tenha havido nagligencia da alta diragao do consorcio de construtoras.

A responsabilidada pala obra,na opiniao da Haider Muniz,a de quem faz a construgao, nao da quam a contrata. Nada disso,no entanto,isanta o"dono do nagocio" da responsabilidada da criar mecanismos da inspagao para evitar acidentes e minimizar impactos. At^ porque a primaira atituda do cidadao atingido por um acidente

costuma sar acionar o prastador dirato do sarvigo - no caso, o Metro.

0 vica-prasidanta da Marsh, Ro berto Zagarra, critica os amprasarios qua considaram qualquer iniciativa para prevangao ou gastao de risco como um gasto desnecassario,despardicio de dinhairo."E praciso tar am mante qua uma boa analisa da risco poda datectar falhas importantas no procasso produtivo", afirma Roberto Zagarra. "Com isso, a possival aparfaigoar o sistama, melhorar o produto a reduzir os custos".

Essa ligao podaria tar sido aprandida pala minaradora Rio Pomba Cataguases em 2006,quando um daposito de bauxita astourou, contaminando as aguas da Zona da Mata minaira. Na ocasiao, foi multada am R$ 80 mil - o valor nao foi pago,ja qua a amprasa recorrau a Justiga. Apasar do ti-anstorno, a Rio Pomba Cataguases pareca nao tar mudado uma palha no sen metodo de produgao. Rasultado: am Janeiro, uma barragem aiTebantou e a lama toxica se espalhou novamante. Dessa vez,a multa anunciada foi da RS 75 milhoas.

rocas,tam sido da acordos qua avitem prolongadas agoas judiciais.

RESPONSABILIDADE E DA GOL-A respon sabilidada pela queda do Boeing da Gol na Amazonia am 29 da satambro da 2006, causando 154 mortes, ainda asta sendo investigada. Alguns indicios levam aos pilotos do Legacy, qua se chocou contra o Boeing, e outros apontam para os controladoras da voo. Antes qua a dacisao saia, os parentas foram,como sampra, buscar rassarcimanto da companhia aeraa."0 fato da a culpa ser de outros nao lira a responsabilidada do contratanta. Sau saguro deva pagar suas vftimas a ele poda ate buscar rassarcimanto depois, acionar os culpados. Se vai ganhar ou nao, a outra historia, mas primeiro dava pagar a indanizagao", asclaraca o garanta da Riscos de Transportes do IRB, Paulo Barrocas. E sampra dificil,lambra ale,"astabalacar valoras porque uma vida nao tam prago".E na tural OS parentas considararam baixo demais qualquer valor ofaracido pala empresa. Cenarios assim se rapatem a cada tragedia a garam insatisfagoes, mas a tandencia, rassalta Paulo Bar

0 saguro da Gol asta com a SulAmerica Seguros a a maior parta do rassaguro foi colocado no exterior pelo IRB porque o risco a bam supe rior do qua comporta o marcado brasilairo. As proprias ampresas de leasing das aaronavas exigem rassaguro. Em virtuda do granda numaro da mortos e dapandantas - muitos dos quais demoram a aparecer no procasso —, ainda a impossivel,segundo o gerente do IRB, calcular as indanizagSes a serem pagas. Paulo Barrocas rassalta qua a Gol tam consaguido reduzir, na medida do possival, o clima da evolta e indignagao qua garalmante ica acidentes do genaro."Nao conero qua a imagam da Gol tanha sido arranhada. Elas astao fazando nm bom trabalho junto as familias", avalia o garanta do IRB. Apasar da *^®r sido o acidente com maior numaro de passagairos mortos na historia do Pais,a quada da aeronava da Gol nao contou com alguns agravantas qua niarcaram o acidanta do Fokkar-IOO da TAM, qua caiu nos arredoras do Aeroporto de Congonhas am 1996, niatando 99 passoas. Alem do raio de dastruigao na cidada, o voo da Tam tinha varios astrangairos, o qua ainpliou a raparcussao intarnacional. Alem disso, as invastigagSas no caso Gol giram am torno do arro da outros, ^nquanto a queda do aviao da TAM foi nausada por problemas na turbina do nviao."As duas ampresas deram atan^imento amplo aos familiaras, o qua ® inaranta as atividades do transporta

aerao, como cada dia mais tam sido am ralagao ao transporta rodoviario", rassalta o garanta do IRB.

As dimansSes astronomicas das cifras a dos projetos de angenharia da maior amprasa do Pais nao deixam diivida sobra a nacassidada impariosa da invastir na pravangao. Com carca da 80 plataformas, a Patrobras gastou USS 34,5 milhoas em 2006 com o pool da seguradoras lidarado pela Unibanco

AIG.0 patrimonio segurado - termi nals portuarios, terrestres, tarmaletricas,instalagoas industrials ate — atinge

US$43 bilhoas dos US$ 50 bilboes da patrimonio da amprasa.A missao da se preparar para contornar dasastras como a axplosao da P-36,am margo da 2001, cabe a unidade da Seguranga, Meio Ambiente a Saude(SMS),com nival da garencia executiva.Como a experiencia a a maa da sabedoria,dasda o vazamanto de oleo na Baia da Guanabara, am Janeiro de 2000,a Patrobras duplicou OS gastos com SMS.So o Piano Pegaso, criado am 2000, tava orgamanto da USI 1,5 bilhao para automatizar oparagoes a minimizai o risco da vazamentos a acidentes.

"Eizamos um diagnostico,idantificamos asfragilidadas a invastimos macigamante am instiumentos de protegao ambiental", lembra o garanta axacutivo da Planajamento Financairo e Gastao da Riseo da astatal.

Jorge Nahas. Em 2004 a amprasa sofrau'o vazamanto da 530 matros cubicos da patrolao a derivados. Em 2006,foi manos da metada,suparando a mata de ficar abaixo dos 475 matros cubicos, tolarado palas concoixantas no marcado mondial. A Taxa da Fraqiiencia da Acidantados (TEA) caiu da 4,2 acidentes por milhao da homam/hora am 1999 para 0,7 am 2005. As fatalidadas em acidentes cairam da 21 am 2002 para 9 em 2006, anquanto o quadro de funcionarios crescau de 38 mil para 45 mil. Alem de adotar as medidas racomandadas por profissionais da analisa da risco, a Patrobras passou a axigir o masmo rigor de parcairos a fornacadores."Nao ha difaranga antre o nosso padrao a o das contratadas",diz Jorge Nahas.

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INSPE0ES

FUNDAMENTAIS-Nao a so pagando saguro qua a Patrobras minimiza as conseqiiencias da acidentes e da sastras. Uma consultoria intarnacional auxilia a amprasa a o proprio pool de seguradoras,alem das rassaguradoras. a realizar minuciosas inspegoes em 20 unidadas por ano. "Procuramos axplorar ao maximo a varba da inspagao. Parta da varba qua vai para o c>

A Paulo Barrocas, gerente do IRB: dificil calcular o valor de uma vida, porque esta nao tem prego"

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A tragedia com o av!36 da GOL em 200& nao importa quem foi q culpado, ' |i\ >
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a respon&iabilfdade diante das famffias e da empresa
U REVISTA DE SEGUROS JANEIRO-FEVEREIRO-MARgO 2007 Janeiro • EEVEREIRO • MAR^O 2007 REVISTA DE SEGUROS 17 j

IRB e e repassada para o exterior custeia as inspegdes", diz Luiz Octavio Parente de Mello, gerente de Seguros da Petrobras. Essas providencias e a localizagao geografica privilegiada do Brasil ajudaram a estatal a evitar a inflagao do mercado ressegurador mundial em fungao dos desastres ambientais, como furacoes e ciclones. "Tivemos redugao de 11% do premio, mas a importancia segurada aumentou, o que termina no zero a zero", explica Luiz Octavio Parente de Mello.

Aos poucos,a atitude da Petrobras tem se generalizado entre as eorporagoes. A prioridade da gestao de risco esta aumentando nos conselhos de Adininistragao e as grandes empresas, com muilo capital,ja tem essa cultura, mas na media brasileira e uma pratica que tem muito a crescer. Nem todos tem essa cultura", pondera o gerente de Riscos de Energia do IRB,Helder

Muniz. Com a abertura do mercado de resseguios no Brasil, ele avalia que a tendencia e que aumentem as exigencias dos resseguradores.0crescimen-

to da consciencia da cidadania e dos direitos de consumidor no Brasil tem levado as perdas materiais a dividir espago com a atengao voltada para a

I zinha Santos, da TPS Comunicagao, ( t atualmente as voltas com os desdobraI mentos da decisao tomada pelo governo CD I boliviano de nacionalizar o gas.

area de responsabilidade civil. Um olhar que leva em consideragao nao so OS eventuais prejuizos com indenizagoes, mas tambem com o desgaste da imagem em caso de acidentes como o do metro de Sao Paulo.

Fazer com freqiiencia analises de riscos e ter a disposigao profissionais especializados em gerenciamento de crises sao procedimentos altamente recomendaveis. Qs cuidados incluem orientagoes de especialistas em gerenciar as crises no campo da Comunicagao Social."As grandes multinacionais que atuam no Brasil comegaram a tomar providencias depois que alguns acidentes melaram sua relagao com o

publico-alvo, mas as brasileiras ainda estao engatinhando. A decisao de investir nisso deve vir da diregao e envolver todos os setores da empresa,com um comite de crise azeitado, que se reune mesmo quando o ceu e de brigadeiro", diz

9- consultora Tere-

Poucos desastres arranhai'am tanto a imagem dos responsaveis como a queda do edificio Palace II, em 1998, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. Oito pessoas mon-eram e 44 familias perderam sens apartamentos.0 entao deputado Sergio Naya,dono da constmtora,virou vilao nacional e ate foi preso. Na epoca,chegou-se a criticar o smdico do predio por nao terfeito seguro contra desmoronamento. Para Helder Muniz, do IRB, a acusagao nao faz sentido porque nenhum seguro cobriria o acidente. "A nao ser que tivessem feito apolice de risco de engenharia durante a constiTigao e o desabamento ocorresse nessa fase. Na epoca, isso provocou uma corrida de condominios tentando contratar seguro de desmoronamento, mas isso nao existe", explica Helder Muniz, ressalvando, no entanto, casos de desabamento por acidentes naturais, tipo desbzamentd de terra. No habite-se

esta impKcito que a construgao nao corre o risco de desabar. Ele observa a tenden cia do crescimento no numero de apolices contratadas para se guros de construgao

A Luiz Octavio Parente de Mello, da Petrobras; "procuramos explorar ao maximo a verba de fnspegao"

uno Brasil. "A quebra de monopolio do resseguro vai ajudar a melhorar essa situagao",acredita Octavio Luiz Bromati."0 IRB agora vai compelir de igual para igual no mercado. As seguradoras ja estao exigindo mais de sens segurados e as empresas vao saber que se nao fizerem boa gestao e analise dos riscos nao terao como fazer seguro."

Cada vez mais os gerenciadores de crises devem estar atentos aos sinais de natureza,como fazia o homem na pre-historia e ainda fazem as tribos indi'genas antes da caga, pesca ou plantio. E provavel que os cientistas levem algumas decadas para prever com exatidao os desastres do efeito

estufa, mas a inseguranga climaticaja mexe com o mercado de seguros. De pois que alguns furacoes afundaram plataformas de petroleo no Golfo do Mexico, muitos resseguradores pararam de aceitar coberturas na regiao.

"Quando uma area entra na rota de acidentes, a cobertura fica muito mais dificil, mais cara ou ate impossivel e a seguradora se retira",confirma Helder Muniz.0 mesmo vale para areas com historico de alagamento de rios, como muitas cidades brasileiras."No seguro de incendio geralmente existe a opgao de um pacote,com vendaval,incendio, ataque defumaga etc. Mas se tiver um rio por perto, a seguradora vai levan-

tar o historico de mil anos desse rio. Se concluir que o risco e grande, vai cobrar muito mais caro ou recusar. As vezes condiciona a cobertura a obras para minimizar o risco", conta Helder Muniz. Ele mora em um predio em Niteroi, no Estado do Rio de Janeiro, todo envidragado, e recentemente convenceu o condominio a contratar seguro contra quebra de vidros. Rons vicios de um gestor de risco, personagem ainda raro no Brasil. ^

A Terezinha j

1 Santos: conselhos para culdar da Imagem da empresa

antes da CRISE:

SANTOS

Os que se preparam para situagoes de emergencia sao os que menos sofrem arranhoes na imagem.

Ao ser pro-ativo no relacionamento com a imprensa, deve-se criar um piano de comunicagao prevendo OS temas potenciais de crise, com normas que orientem a mensagem, a estrategia e o porta-voz.

As crises podem ser operacionais (vazamentos, expiosdes, incendios) ou corporativas (greves, desabastecimento, conflitos).

• Crie um manual de crise para orientar todos os funcion^rios

• Elabore mensagens padronizadas para pronto-atendimento

Conte com um porta-voz qualificado e um comite de crise

Treine os iideres/dirigentes

durante A CRISE:

E precise manter a opiniao publica informada sobre qualquer ocorrencia que ameace a comunidade ou possa causar danos ao meio ambiente, fornecer informagao clara e precisa aos segmentos impactados e comunicar-se de forma agil, objetiva e transparente. Deve-se tomar cuidfldo c|U6 3S rnGns9Q6ns nao levantem especulagoes.

• Se naoquerverpublicado, nao deixe acontecer!

• Conte tudo e depressa

• Comuniquo as mas noticias de uma unica vez

Seja realista, nao minimize os fatos Administre os fatos e suas versoes

DEPOIS DA CRISE

Monitore diariamente a midia para elaborar cenarios

• Mantenha um fluxo de informagoes estrategicas na empresa

• Acompanhe a movimentagao dos publicos

• Reforce as estrategias preventivas, com programa de simulagoes de crises

// .•'
* A Desmoroname JSao Paulo:in^pr pa. 4^ ^0 resseg^esta c<)m*^ empresas estrangeiras' \'
18 REVISTA DE SEGUROS
STtFERSON FARIA/ PETROBRAS
JANEIRO • FEVEREIRO • MAR^O 2007 L Janeiro-FEVEREIRO-MAR^O2007 REVISTA DE SEGUROS 19

Programa de Acelera^Oo do Crescimento do governo deve regulomentor ortigo da Constitui^ao poro acelerar o licendomento ombientol e diminuir questionomentos judiciois

Estimulo ao crescimento sustentAvel

Depois de afastar de vez o fantasma da inflagao,o governo federal tenta fazer com que a economia deslanche e cresga pelo menos 5% ao ano a partir de 2008. Se esse objetivo for atingido,0 Pais deixara de ser lanterninha no ranking de crescimento dentre as economias emergentes. Sabendo que a tarefa e bastante ardua,o presidente Luiz Inacio Lula da Silva langou, no final de janeiro, o Programa de Acelera§ao do Crescimento (PAC), que preve investimentos da ordem de R$ 503 bilboes em infra-estrutura para o periodo de 2007 e 2010, alem de medidas para despertar o interesse da iniciativa privada. Muitas delas, no entanto, ainda estao sendo alvo de discussao no Congresso Nacional. No ambito das discussoes para

acelerar o crescimento economico, o PAC aeabou trazendo para a pauta a burocracia do licenciamento ambiental. Das 353 obras consideradas prioritarias, cerca de 100 aguardam um parecer do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renovaveis (Ibama) para sairem do papel. Muitos economistas consideram que a demora na analise dos projetos, que em alguns easos pode chegar a anos,se toimou um dos principais gargalos para a aceleragao do tao aguardado espetaculo do crescimento."Nao pode levar seis anos para dar uma licenga. O Brasil acaba perdendo investimentos", destaca o diretor-adjunto do Instituto de Pesquisa Economia Aplicada (Ipea),Jose Aroldo

Mota. Por outro lado, os ecologistas defendem a necessidade da exploragao sustentavel dos recursos naturais. Apesar das criticas de muitos economistas

que seja possivel solucionar problemas relatives a sobreposigao de fimgoes e a lacunas na lei, que fazem com que alguns cases de licenciamento sejam questionados na Justiga.

e academicos sobre morosidade no processo,o Ibama mostra que a quantidade de licengas ambientais concedidas aumenta ano a ano. Em 2004, foram emitidas 278 licengas. Em 2003foram 237. Na comparagao ao primeiro ano de governo, o acrescimo chega a 52%. Alem disso, o numero de licenciadores do Ibama quase dobrou de 2003 para 2006,passando de 76 para 130.

A decisao do governo de regulamentar o paragrafo unico do artigo 23 da Constituigao Federal (1988) deve contribuir para acabar com o mito de que o licenciamento e um entrave ao crescimento economico. O projeto de lei esclarece as varias atribuigoes de cada um dos entes federativos. Define quem deve realizar o licenciamento ambiental de um empreendimento ou de uma atividade e quem deve fisealiza-lo. A expectativa do governo e de

De acordo com o projeto de lei, que esta no Congresso, cabera a Uniao promover o licenciamento de atividades ou empreendimentos que possam causar impacto ambiental direto de ambito na cional ou regional,em terras indfgenas ou em unidades de conservagaofederals, bem como empreendimentos que usem energia nuclear e material radioativo. Tambem ficara sob responsabilidade do governo federal, o licenciamento de empreendimentos e atividades miares que sirvam a defesa nacional. calizagao do licenciamento atribuigao de quem concedeu sera a li Qa ou a autorizagao para o empre- ceni endimento ou atividade. No entanto, JO caso de iminencia de dano amlental, quem tiver conhecimento do fato devera agir para evita-lo, mesmo 9ue nao se trate de sua atribuigao.

A legislagao de vera tornar mais claras as atribuigoes do Ibama, dos orgaos cstaduais e dos muOJcipais no processo de licenciamento am biental. A transparencia reduziria a quanfidade de agoes judi•^iais e dinamizaria a fcalizagao dos empre®odimentos propostos pelo PAC,como os de ^oneamento basico e

de habitagao, dois dos principais focos do piano do governo. 0 diretor de Li cenciamento e Qualidade Ambiental do Ibama,Luiz Felippe Kunz Junior acha que existe uma confusao na Justiga, que e atribuir ao Ibama a fisealizagao de qualquer obra que tenha impacto sobre o meio ambiente. Para os tecnicos, o licenciamento acaba levando, em alguns casos,muito tempo para ser liberado porque dependem de estudos de impacto,da realizagao de audiencias com as comunidades afetadas e ainda de pareceres de universidade.

CORRENDO ATRAS DO PREJUIZO - Claudio

Langone destaca que todo esse proces so e necessario para nao repetirmos OS erros cometidos na deeada de 70, periodo em que nao houve limites para a exploragao do meio ambiente. "A grande questao contemporanea e promover o desenvolvimento preservando o meio ambiente.Temos que decidir se queremos um crescimento nos moldes dos anos 70 ou expandir de forma sustentavel",afirma o secretario."A virtude do PAC e a definigao de prioridades. Hoje, nosso maior dilema e licenciar uma obra no vazio", afirma. Clau dio Langone destacou que, em 2001, quando o Pais se preparava para ter um crescimento econo mico robusto, aeabou sendo contido pelo apagao energetico. Na

ocasiao, a falta de investimentos em infra-estrutura impediu o crescimento economico. 0 desespero, lembra o secretano-exeeutivo, fez o Pais abandonar os projetos de investimentos em hidreletricas e focar apenas nas termoeletricas. Agora,com a perspectiva de expansao economica, o "Pais esta eorrendo atras do prejuizo".

DIMINUINDO BUROCRACIA -0 professor de direito ambiental da Universidade de Sao Paulo (USP), Eduardo Reali Ferrari, destaca que, alem de regulamentar o artigo 23 da Constituigao, e precise alterar a legislagao penal para que OS investimentos na area ambien tal sejam incentivados. Segundo ele,e preeiso maior proximidade entre administragao ptiblica e Ministerio Publieo. "Existem formas mais eficientes de se resolver um problema do que um processo criminal", afirma. Para o professor da Universidade de Brasilia, Gustavo Souto Maior, um dos principais gargalos ao crescimento e que a questao ambiental nunca foi uma priondade dos govemos."0 Brasil mal eomegou a se preocupar com a questao do aquecimento global e ja aparece como quarto pais do mundo a contribuii para o aumento do aquecimento global. Nao temos medidas pai'a conter o desmataniento", afirma Gustavo Souto Maior.0professor destaca ainda que e precise encontrar uma forma de oferecer incentive economico para que as empresas invistam na preservagao do meio ambiente. "A preservagao do meio ambiente nao e um entrave ao desenvolvimento", reforga. a

MEIO AiVlBIENTE
EDNA SIMAO JEFFERSON RUDV7MMA
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OTIMISMO

Executives do mercado de seguros, previdencia e capitaliza^ao avaliam

0 impacto do novo Progromo de Acelero^oo do Crescimento lon^odo

Dopelo governo federal ao

CETICISMO

0 anuncio do novo Programa de Aceleragao do Crescimento (FAG), em Janeiro,trouxe grande expectativa para o Pais.Investimenlos macigos em infra-estrutura, feitos pelo governo e pela iniciativa privada, contribuirao decisivamente para eliminar os gargalos ao maior crescimento, aumentar a produtividade das empresas e reduzir as desigualdades sociais e regionais.

Para o governo pode ser o prenuncio de ritmo maisforte da economia,podendo chegar a cerca de5% ao ano,contra os cerca de3% atuais,gerando emprego e melhor distribuigao de renda. Na avaliagao de varios experientes executives do setor de seguros, a iniciativa deve ser realmente aplaudida. No entanto, como e urn piano de medio e longo prazo, estes especialistas acreditam que 6 mais prudente esperar os resultados a serem colhidos e so entao avaliar

o impacto para a economia e para o mercado de segu ros, previdencia e capitalizagao.

Consultados pela Revista de Seguros, alguns presidentes de seguradoras se mostram bastante otimistas, enquanto outros estao mais ceticos. Ao menos em um ponto todos concordam: o PAC sozinho nao e uma panaceia, nera uma solugao miraculosa para todos os problemas da economia bi-asileira, que necessita urgentemente de reformas consistentes e estruturantes. Porem, como promote gerar crescimento e melhorar a geragao de empregos,tem tudo para ajudar a impulsionar tambem o setor

forem seritidos", avalia. •

de seguros e pre videncia, ligado umbilicalmente a renda.

Patrick Larragoiti Lucas, presidente da SulAmerica Se guros, e um dos mais otimistas em relagao ao PAC. "Toda iniciativa que ajude ainda mais a fortalecer o crescimento da economia deve ser louvada. Principalmente se for possivel melhorar a renda da populagao e a distribuigao de renda. Acredito em impacto positivo relevante no seguro de obras e gerenciamento de risco na parte de infra-estrutura e tambem,ai sim no medio e longo prazo,na maior venda de produtos ligados a pessoas quando os efeitos positivos

Novas obras deverao ajudar a alavancar a criagao de empregos em construgao ci vil e servigos de engenharia, observa o presidente da SulAmerica, e se o. circulo virtuoso atingir toda a economia, com a renda se distendendo, o mercado segurador tende a se beneficiar. "Foi assim no Piano Real, quando o mercado mais do que dobrou.Toda vez que a i-enda melhora, o efeito costuma ser bem imediato", lembra.

^ Jayme Garfinkel, Porto Seguro

PROTE^AO DA FAMILIA - Jayme

Garfinkel, pre sidente da Porto Seguro Cia. de Seguros Gerais, afirma que o PAC

Estudo reeente da equipe da Secretaria de Assuntos Economicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social(BNDES) mostra o impacto positivo do PAC nos investimentos. De acordo com este levantamento,estao previstos investirnentos da ordem de R$ 503,9 bilboes a serem desembolsados no periodo de 20072010em diferenles setores de infra-estfutura que vao desde energia eletrica Ate logfstica, passando por habitagao e saneamento. A capacidade de geragao de energia eletrica sera ampliada em 40% no periodo, havera ampliagao significativa do credito habitacional ^ do acesso ao saneamento. Tudo isso favorecera um cenario amplo de retomada de investimentos.0estudo e incisivo: ha espago para acreditar que OS investimentos projetados pelo PAC Porniitirao sustentar a atual trajetoria

"contempla boas intengoes para o crescimento do Pais e, historieamente, sempre que ha crescimento do PIB,o mercado de seguros i0gistra crescimento expressive. Caso o segmento de baixa renda seja efetivamente favorecido, teremos uma ampliagao da base geral de clientes, principalmente para aqueles produtos voltados para a protegao da fannlia, como seguros de vida para este seg mento de piiblico". 0 presidente do Conselho de Administragao da Brasilcap, Jose Ismar Alves Torres, tam bem assessor especial do presidente do Banco^do Brasil, diz que todos os brasileiros torcem para que o cres cimento da eco nomia seja ainda mais expressive. Ele reforga que para este sonho tornar-se realidade e precise uma conjugagao de fatores, com a participagao ativa nao apenas do setor piiblico, mas tambem do

segmento privado. "Nosso Pais esta ficando para tras. Temos necessidade de crescimento sustentado por um periodo bem longo. Chegou a hora. 0 PAC depende de algumas agoes estruturantes e certamente o governo fara sua parte nos investimentos. Mas a iniciativa privada tambem tem sen papel muito importante para a realizagao das parcerias piiblico-privadas (PPPs)."

No caso do segmento de capitali zagao-assim como no caso de varios seguros e previdencia privada — tam bem ha ligagao forte com a renda.Jose

Ismar Alves Torres confia que neste caso ha um apelo muito grande para ajudar os brasileiros a fazerem uma poupanga de longo prazo. "Alem dos clientes atuais,tudo indica que ha um espago enorme para novo piiblico ser atraido pelas vantagens da capitaliza gao." Este segmento,lembra o executivo,esta andando de lado nos ultimos tempos, com pouco crescimento.

IAntonio Cassio dos Santos, pre sidente da Mapfre Seguros do Brasil, afirma que, como brasileiro, tem to tal interesse em ver o governo adotar medidas que fomentem o cres cimento do Pais.

"Sem diivida,todo discurso positi vo ou iniciativa desta natureza e importante para que o Brasil >

V/ A ECONOMIA
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SONIA ARARIPE
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boas medidas para o Pais
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de crescimento do investimento."
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tenha condigSes de aumentar seus niveis de desenvolvimento de umaforma sustentada e contfnua", acredita.

Sua dvaliagao e que o mercado de seguros, assim como qualquer outre segmento da economia, sera beneficiado se o Pais crescer em um ritmo superior ao que vem apresentando nos ultimos anos. Entretanto, ressalta, "ainda existem muitos fatores que precisam ser discutidos pela sociedade brasileira e poderiam contribuir para a expansao do mercado de seguros no Brasil,como leis que possibilitem o crescimento do setor, o seguro obrigatorio para autos e, principalmente, a integragao entre sociedade e governo na busca pelo fortalecimento da cultura do seguro."

0presidente da Mapfre Seguros do Brasil acredita que o maior crescimento da economia brasileira certamente acarretara em uma elevagao da procura dos seguros de vida e previdencia. Isto porque com o aumento do poder aquisitivo, a populagao, alem de satisfazer suas necessidades basicas,comega a se preocupar tambem com seu bem estar sua seguranga e na de seus filhos, ou seja, comega a pensar no longo prazo, no futuro. E os produtos de Vida e Previdencia vac ao encontro destas necessidades. Sao eles -frisa Antonio Cassio dos Santos-que podem ajudar a garantir uma protegao adequada contra

as intemperies da vida e possibilitar um futuro mais tranqiiilo a toda familia.

REFORMAS SAO UR-

GENTES-SeoPAC

nao resolve todos

OS males do Pais, que medidas sao necessarias, entao? A economista Maria Silvia Bastos Marques,presidente da Icatu Hartford, conhece bem deste riscado. Ha anos trabalha no monitoramento das finangas publicas e privadas e e com esta experiencia que adverte ser urgente concluir as reformas da economia."0

PAC e menos do que esperavamos, embora represente um passo na diregao certa. No entanto, para garantir um ciclo de crescimento sustentado e a taxas mais elevadas, e fundamental aumentar a taxa de investimento do Pais.Para isto sao necessarias as tao faladas e ainda nao concretizadas re formas,entre elas, especialmente a reforma previdenciaria e a reforma fiscal. Estas re formas, ainda que tenham impacto somente no medio prazo, sinalizam para os investidores uma mudanga na trajetoria de importantes varidveis

macroeconomicas. "E fundamental rever nao apenas a estrutura tributaria como tambem a estrutura de despesas publicas. Sao os dois lados da mesma moeda. Somente com uma profunda racionalizagao da maquina publica sera possivel ganhar mais efetividade no gasto piiblico e rever a carga tribu taria.0PAC nao atuou nestas questSes estruturais. Tratou de questoes como a das agencias regulatorias, que se for resolvida a contento podera trazer maior conforto aos investidores e buscou coordenar as iniciativas de investimento do setor publico e alinhalas as do setor privado."

A presidente da Icatu Hartford lembra que pelo menos duas condigoes sao importantes para o crescimento do mercado de vida e previdencia: estabilidade inacroeconomica e aumento da renda disponivel. "As familias e empresas precisam poder planejar seu futuro e acreditar em mecanismos de poupanga de longo prazo para investirem em seguros e pianos de previ dencia. Portanto o crescimento da economia e muito importante para o crescimento deste mercado. Da mes maforma,a manutengao do ambiente de estabilidade da taxa de inflagao."

E com a disposigao de quem esta desembarcando em mercado tao promissor, Maria

Silvia Bastos Mar ques demonstra forte otimismo e disposigao de sobra para trabalhar hoje e pelo futuro: "0 mercado de vida e previdencia esta apenas comegando no Brasil, quando comparado com economias mais maduras.Temos somente pouco mais de 10 anos de economia eslavel e comegamos a redescobrir os meca nismos de poupanga de longo prazo. Por outro lado, o fim da inflagao nos elevados niveis do passado representou um aumento significativo da renda real das camadas de menor poder aquisitivo da populagao. Estes fatores, aliados ao crescimento da economia, representam poderosos alavancadores do mercado segurador."

BOLD DA ECONOMIA - Apesar de apoiar a iniciativa do governo de buscar maior crescimento,o presidente da Brasilprev, Eduardo Bom Angelo, recomenda dar tempo ao tempo.Ele tambem defende a conclusao de reformas e outras medidas macroeconomicas. "Estamos falando de investimentos em infra-estrutura,o que pode levar anos ate serem concluidos. Ha um gap entre intengao e efetivamente a realizagao. Acredito que ha muito estimulo do Estado e, ao menos ate agora, pouca paiticipagao do setor privado." No curio prazo, portanto, ele nao ve efeitos positives imediatos no 'riercado de seguros que poderao se

3|||— concretizar se os resultados vierem. A previdencia pode ser beneficiada e as obras precisarao de se guros gerenciais. Mas seguros ligados a renda terao que,efetivamente, ver uma melhor distribuigao do "bolo" da economia."0 PAC sozinho nao resolve tudo.Esta longe de ser uma panaceia. Concordo que precisamos concluir as reformas e realmente sair da rabeira do crescimento global para uma expansao consistente. A conclusao das reformas e imprescindivel."

0 grande merito do PAC,na avaliagao do diretor-executivo da Itau Vida e Previdencia,Oswaldo do Nascimento, c a sinalizagao clara do governo no sentido de como ira buscar o maior crescimento da economia". Qlhando em torno do Brasil, o executivo se preocupa com a tendencia socialista e estatizante de outros paises, como Venezuela e Bolivia. "Esta mos na diregao certa, em busca de parcerias do setor privado e publico, confiantes que so havera maior expansao da economia com 0 capitalismo mouardo B C sozini

demo.Outros exemplos bem sucedidos no mundo ja demonstraram que este e o unico caminho",frisa Oswaldo do Nascimento.

0 diretor-executivo da Itau Vida e Previdencia adverte que nao ha magica — "estamos longe do milagre do crescimento" — e que o PAC ainda precisara passar pelo Congresso,o que podera envolver legitima negociagao politica. Quanto aos efeitos no mer cado, Oswaldo do Nascimento reforga que "seguro e instrumento social" e que foi neste sentido a proposta apresentada ao presidente Lula no sentido de um seguro de vida para atender a classe de baixa renda. "Na ausencia do mantenedor, este seguro cobriria as despesas mais iniediatas." No caso da previdencia,o executivo comemora a criagao do Forum Nacional para discutir temas relevantes como a refor ma da Previdencia Social. Num Pais acostumado com o imediatismo e ne cessidades de curto prazo — depois de anos de inflagao alta e varios pianos economicos — o diretor-executivo da Itau Vida e Pre videncia considera importantissimo que volte o deba te de longo prazo.

"Alguem tem que pensar o Brasil dos pioximos 10 anos e nao apenas o dia-a-dia. Ate porque amanha ja esta sendo cuidado, nao e isso?" a

J
4 Antonio Cassio, Mapfre: crescimento da economia e fundamental r1 Oswaldo do Nascimento, Itau Vida e Previdencia:"estamos na diregao certa"
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Escola completa dez anos de parcerias internacionais em ano voltado para o estudo do resseguro

estrangeiras

cerias Internacionais da Escola.

Le previdencia e o de 2007 tambem tratara de vida e previdencia, com enfoque especial ao resseguro."A preocupagao da Funenseg em expandir as atividades em ambito internacional ocorre muito em fungao da abertura do resseguro", diz Maria Luiza Martins.

Um Brasil,mais SOUDARIO

Pesquisa mostra que em quatro anos aumentou em 10% o numero de empresas que fazem algum investimento social voiuntdrio

nas atividades do Comite Ihe proporciona uma imensa satisfagao pessoal.

"A SulAmerica esta oferecendo a oportunidade para que eu realize um projeto de vida muito antigo,atuarjun to as comunidades carentes, doando, principalmente, carinho e atengao as pessoas que nao tem sequer o basico para ser feliz e que, no entanto, nos surpreendem com suas atitudes positivas", diz Rosa.

SOLANGE GUIMARAES

A Escola Nacional de Seguros - Funenseg completa 10 anos de parcerias internacionais. Os convenios com importantes instituigoes dos Estados Unidos, da Europa e da America Latina importam tecnologia e geram oportunidades de insergao do profissional brasileiro no mercado globalizado. As primeiras instituigoes internacionais a estabelecer uma parceria com a Funenseg foram o American Institute for Chartered Property Casualty Un derwriters(AICPCU)e a Internatio nal Insurance Foundation (IIP)."Na 6poca, 0 objetivo era proporcionar acesso aos profissionais brasileiros nao so a certificagao como tambem prover um contato com as instituigoes de seguro no exterior",recorda Maria Luiza Martins,coordenadora de Par-

A parceria com a IIP e voltada para programas de treinamento para profissionais brasileiros no exterior. 0 programa e realizado a cada dois anos e dura cerca de duas semanas,na Filadelfia e em Nova lorque. Neste periodo, OS participantes assistem a palestras, visitam seguradoras, resseguradoras e outras empi-esas e entidades ligadas ao mercado, podendo, desta forma, aprender sobre todas as praticas que compoem a operagao de seguros nos Estados Unidos e de interagir com profissionais norte-americanos.

A pioxima edigao do Programa de Treinamento no Exterior esta prevista para setembro.0 curso,segundo

Maria Luiza, tem uma espinha dorsal definida, mas,conforme a tendencia da epoca,a enfase e dada um pouco mais para um ramo ou outro. O programa de 2003,por exemplo,foi voltado para vida

Em sen historico ja constam mais de 100 participantes em sete programas realizados no convenio com o IIP. Pelo convenio com o AI CPCU,a Funenseg tem desenvolvido diversas atividades educacionais, como tradugao de livros, aplicagao de exames e intercambio de publicagoes. Atualmente a escola disp5e de oito livros do AICPCU traduzidos para o portugues e esta em andamento uma tradugao sobre resseguro. Os exames de certificagao do AICPCU sao realizados duas vezes por ano, nos meses de julho e dezembro,e sao ministrados em portugues.

So em 2006 foram mais de 40 certificados conferidos a estudantes brasileiros."A intensificagao da globalizagao fez com que a certificagao internacional tenha funcionado, em certos casos, como ferramenta de avaliagao dos profissionais pelas empresas. Com isso, passar nestes exames agrega muito ao curriculo do profissional de seguros", afirma Maria Luiza Martins. ^

A recompensa chega em forma de um sorriso,de um abrago ealoroso. Nao envolve dinheiro,nem promogoes. A satisfagao e tamanha que impulsiona o trabalho social voluntario no Brasil. Os numeros comprovam. A boa noticia vem de um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (Ipea). Segundo a psicologa e consultora em Gestao Social na area corporativa Andrea Mauricio, mestranda em Responsabilidade Social e Sustentabilidade pela Universidade Federal Fluminense(UFF), OS dados da pesquisa, realizada entre 2000 e 2004, mostram um crescimento de 59% para 69% no percentual de empresas que tem algum investimento de agao social voluntaria. Isso significa que sao iniciativas sem qualquer contrapartida,como incentivos fiscais ou determinagoes de lei (cotas para deficientes, aprendizes, cumprimento

de normas ambientalistas em razao do liceneiamento ambiental, contribuigoes compulsorias, atendimento obrigatorio aos empregados, como vale-transporte e salario-familia).

Ou seja, e o voluntariado na sua forma mais pura. Gente que ajuda o proximo pelo simples prazer de ajudar. E o caso da administradora Rosa Teixeira, que ha 25 anos traballia na

senhora,entao,segu

Rosa colabora com o Hospital Nossa Senhora do Socorro, no Rio de Janeiro, tambem conhecido como "Socorrrinho", onde residem cerca de 60 idosos, a maioria abandonada pela familia."Outro dia,uma senhora estava toda sorridente porque uma outra voluntaria, com uma aparencia muito simples, acabara de fazer suas unhas. Brinquei com ela dizendo que ela estava muito bonita e pronta para SulAmerica Seguros, e faz parte da ir a umafesta. A

equipe da seguradora que formou o rou minhas maos e comegou a cantar Comite de Voluntariado, hoje com para mini, olhando nos meus olhos. aproximadamente lOQ niembros em Ao final da cangao,beijou meu rosto", todo 0 Biasil. Para ela,o engajamento conta Rosa, emocionada. Para ela, o grande desafio de quem

se envolve com assistencia social nao e apenas conciliar as atividades da rotina com a doagao do tempo as pessoas carentes."0 maior desafio e engajar cada vez mais pessoas nessas ativi dades."

PAZ INTERIOR - Nascida numa comunidade menos privilegiada em Santa Teresa (RJ), Katia dos c>

\ FUNENSEG
' ( \ '.I ' ACAO SOCIAL
M A coordenadora Maria Lulza Martins; exames de certiflca^ao enrlquecem curriculo
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JANEIRO'FEVEREIRO-MAR^O 2007
A -
SUZANA LISKAUKAS
JANEIRO.feVEREIRO •MAR^O 2007 A 0 at
DIVULGACAO/SERGIO CADDAH or Carlos Bonow,feliz com os meninos da ONG que ele apoia: certeza de que ajudar ao proximo faz bem ao ser humane
REVISTA DE SEGUROS 27

Santos, estatistica e p6s-graduada em finangas,recebeu doses reforgadas de amor ao proximo ainda na mamadeira. Filhos de um gargom e uma dona de casa, Katia e o irmao aprenderam desde cedo que ajudar o proximo em situagao de risco, seja emocional ou material,e condigao fundamental para tomar uma pessoa mais feliz e alcangar a tao sonhada paz interior.

"Lembro que, por diversas vezes, comiamos apenas o que havia na pequena borta atras da nossa casa. Nao tmhamos dinheiro para fazer supermercado. Mas,se meus pais soubessem que alguma pessoa nas redondezas estava em dificuldade, a primeira providencia era ajudar com o pouco que tmhamos", conta Katia. A ligao funcionou. Apesar de trabalbar no acelerado mercado financeiro,Katia sempre encontra tempo para se engajar em agoes volunlarias e movimentos de ajuda ao proximo.

Teixeira, do Comlte de Voluntarlado da SulAmerIca: recompensa e a Imensa satlsfagao pessoal

Com uma lista de contatos de cerca de 300 nomes, ela se empenha em arrecadar fundos para custear tratamentos de eriangas doentes."0 ser humano e muito acomodado. E muita gente tern a desculpa da falta de dinheiro. Mas a ajuda nao e somente financeira. Se cada um usasse uma parte de um sabado ou domingo num mes para recolber aJimentos ou roupas usadas entre a vizinhanga e levar a uma instituigao de ajuda a eriangas ou idosos, o mundo teria um outro perfil", completa.

Engajar mais pessoas nestas atividades de voluntariado e o desafio diario da administradora de empresas e psicologa Sandra Nobrega, criadora da Casa de Apoio a Crianga com Can cer Santa Teresa(CACCST).0 projeto comegou timidamente em Bangu com cinco eriangas e boje tem uma sede propria no Estacio com 75 famflias assistidas. A ideia do projeto nasceu a partir de uma experiencia com uma doenga grave vivida por Sandra. Apos enfrentar este desafio e constatar o sofrimento de muitas familias na luta pelo direito a um atendimento digno na rede hospitalar publica, Sandra tornou-se uma defensora das agoes de voluntai'iado,em todos os niveis. A frente da Casa de Apoio a Crianga com

Cancer Santa Teresa, ela comprova que qualquer agao de voluntariado vale a pena, mesmo que seja apenas um gesto de carinbo.

"0 sorriso de uma crianga, a presenga e a forga dos amigos tornam minha missao gratificante. Desde que descobri uma doenga rara e vi a realidade das maes que vinham de longe e de madrugada para esperar o filbo ser atendido no centro de tratamento oncologico, vi que o choro daquelas eriangas nao era apenas de dor, ex'a tambem de fome. Sai dali com a decisao de fazer um trabalho voluntario. Ajudar o proximo e uma maneira de refletir sobre os nossos problemas e constatar como a vida e curta para perdermos tempo com besteiras e rancor", diz Sandra Nobrega.

Um dos voluntaries que Sandra Nobrega conquistou foi o ator Carlos Bonow. "Sem querer cair no lugar comum, todos nos temos que fazer alguma coisa para passarmos amor nao so aos que sofrem pelas diferengas ou indiferengas socials. Ajudar as eriangas da Casa e uma oportunidade dada por Deus a mim e a todos nos de nos sentirmos mais humanos",afirma Carlos Bonow,que participou do video institucional da casa.

FONTE DE RENDA - Outro exemplo de ajuda ao prdximo e a organizagao sem iins lucrativos Pro-Social, criada pela professora de administragao de empresas da Pontificia Universidade Catolica do Rio de Janeiro(PUC-RJ). Especializada em empreendedorisrno, Silvina Rarnal constatou que dar aulas e garantir uma formagao a pessoas que nao tiveram iJiance de estudar poderia mudar a realidade delas. Atualmente, um dos projetos da ONG e o Programa BG de Empreendedorisrno Pro-Social, que conta com o patrocmio de uma multinacional do setor de gas e tem o objetivo de capacitar mulheres de baixa renda,rnoradoras de Santa Teresa e arredores, no Rio de Janeiro.

Silvina Ramal explica que o grupo foi formado a partir de aulas de artesanato oferecidas as maes das eriangas assistidas pela creche mantida pelo Instituto Marques de Salamanca em Santa Teresa. "Observamos que elas precisavam de um direcionamento para tornar a atividade economicamente produtiva. Criamos o curso de empreendedorisrno para que elas pudessem ter uma fonte efetiva de renda ,conta. Hoje as artesas formam o grupo Toque de Mao, confeccionando produtos para estilistas como Isabella Capeto e desenvolvendo uma linba propria com releituras de obras de pintores brasileiros. Com a experiencia de mais de 13

anos em Recursos Humanos, Alberto Correia,que atualmente e consultor de empresas e organizagoes em projetos ligados a responsabilidade social,acha que houve um progresso no Pais no que diz respeito a formalizagao das praticas de responsabilidade social pelas empresas."Elas sairam do modelo de 'caridade'para algo mais profissional", afirma Alberto Con-eia,que tem especializagao em Psicologia Fenomenologica-Existencial. Na visao do consultor, esse segmento ainda rendera grandes frutos ao povo brasileiro,mas as empre sas devem buscar garantir a efetividade dos sens investimentos, nao apenas aportando dinheiro, mas transferindo conhecimento e tecnologia. a

Administragao

com Enfase emSeguros e Previdencia

Uma oportunidade unica para quem busca se especiaiizar e se destacar no mercado de seguros, um setor em plena expansao

Inscrigoes para o vestibular f De 4/12/2006 a 5/1/2007

Provas em 21/1/2007

f
A Rosa A As maes de Santa Teresa, no Rio: ligoes para vlabillzar produgao
26 REVISTA DE SEGUROS
JANEIRO • FEVEREIRO • MAR^O 2007
Curso Superior de
NACIONAL de SEGUROS PUNENSEG
51s que um diploma Um future seguro

Foi dada a largada para uma j

0 mercado comemora a too esperada quebra do monopolio do IRB, estobelecido pelo Lei

Complementor 126, e se prepom poro as mudon^os enquonto oguordo o nova regulomento^do

era de US$ 5 niilhoes, nem a politica de retrocessao que sera adotada e exigida", explica o diretor da Munich Re.

A Walter Polido, da Munich

Re: a abertura do mercado s6 se dara com a regulamenta^ao

Foram dez anos de luta. Finalmente o governo assinou o Projeto de Lei Complementar 126 que abre o mercado de resseguro. Com a publicagao da Lei, no dia 16 de Janeiro, foi dada a largada para uma nova temporada para o mercado de seguros do Brasil."0 momento e de concentragao ma xima na busca de conhecimentos. Sera um novo mercado e nao so de resseguro, mas especialmente de seguro", acredita Walter Polido, diretor da Munich Re, presente no Brasil desde 1997.

"A abertura cria um cenario muito promissor para o Brasil, pois vai exigir maior conhecimento do mercado e know-how para as negociagSes com as resseguradoras internacionais,forgando uma maior especializagao de todos", aposta o presidente da AGF, Max Thiermann. Luis Maurette,presidente da Liberty, concorda com o concorrente. "Poder negociar o resseguro vai tornar o mercado mais maduro e mais interessante para o consumidor."

A Max Thiermann, presldente da AGF: abertura cria cenarlo multo promlssor para o Brasll

Mas o que muda com a Lei Complementar 126? "Muitas coisas ja estao definidas, como a abertura do setor as empresas estrangeiras, que as seguradoras poderao negociar parte do contrato diretamente; que o IRB pode lecusar negocios que nao considera

rentavel",enumera Marcelo Mansur Haddad, do escritorio de advogados Mattos Filho. No entanto, ha um detalhe."0 mercado estci aberto e ao mesmo tempo nao,pois falta a regulamentagao", explicou o advogado especializado em resseguros. "A efetiva abertura do mercado so se dara quando outro ressegurador estiver operando aqui e para que isso acontega basta a regulamentagao", ressalta Walter Polido.

A Lei criou ties tipos de resseguradores: local,admitido ou eventual.0local devera se instalar efetivamente no Brasil,estando sujeito a exigencia de capital e demais regras hoje aplicaveis as seguradoras. Tambem terao preferencia de60% de todas as operagoes de resseguro realizadas pelo mercado brasileiro nos ties primeiros anos,e de40% no periodo subseqiiente. Alem disso,terao exclusividade para operarem nos ramos de seguro de vida por sobrevivencia e de previdencia.

Para que os resseguradores internacionais possam definir seus pianos de agao e preciso saber o valor do capital minimo para o ressegurador local. Em 1999, foi determinado que fossem R$ 50 milhSes.

"Agora nao conhecemos o novo valor, bem como o capital minimo garantidor das ope ragoes para o ressegurador admitido, que

Henrique de Oliveira, presidente da Swiss Re,concorda com Walter Polido."Dependemos ainda da nova regulamentagao", diz. Ele lembra que a resseguradora suiga vem fazendo investimentos no Brasil ha pouco mais de 10 anos."Mantivemos nossa pfomessa de manter uma solida presenga local nos ultiinos anos. Adquirimos muitos conhecimentos sobre o mercado brasileiro e nossa base de clientes".

A aposta e de que os estrangeiros optem por serem admitidos. "Atualmente, os res seguradores nao tem aportado capital nas subsidiarias locals para reforgar o capital da sede. Mas na decada de 90 a estrategia era essa ,diz Maiciis\lana Clementino,diretor da SulAmerica e que participa da Comissao de Resseguros da Fenaseg.

No entanto,como a Lei permitiu que os acionistas privados deixassem a sociedade com o IRB,desde que usem os recursos para se instalarem como locais, e possivel que haja outros competidores alem do IRB.Bradesco e Unibanco AIG,principals acionistas privados do ressegurador local,informaram que aguardam a regulamentagao para defi"'r qualquer estrategia.

Pode ser um bom negocio ficar noIRB, piincipalmente pela preferencia de60% que teia de todos os contratos de resseguro nos bes primeiros anos de abertura.Isso podera

Serar uma boa rentabilidade",analisa Pedro furm, presidente da Zurich Seguros.

A grande questao e quando essa regu lamentagao acontecera."Nao vai demorar.

M as nao posso dar um prazo", diz Joao Marcelo dos Santos*, diretor da Susep."A

uao define uma data para o CNSP di- Lei

vulgar a regulamentagao, mas acreditamos que a Susep esteja trabalhando num ritmo acelerado para que isso acontega ate meados desde ano",diz Marcelo Mansm- Haddad,do escritorio de advogados Mattos Filho.

Segundo Joao Marcelo dos Santos, o objetivo da Susep e trazer solugoes para o medio e longo prazo. "Nao queremos surpieender ninguem. Faremos regras simples poique a fiscalizagao de resseguro e baseada na solvencia.E para ser eficaz na supervisao da solvencia voce tem de ter um ambiente contiatual que garanta a solvencia das seguiadoias.E como facilitar o cumprimento e a fiscalizagao das regras? Fazendo com que elas sejam simples",resume.

Os diiigentes da Susep dizem que vao discutir as regras da melhor forma possivel. Poiem, discLitida nao significa que o assunto ira para audiencia publica."Ainda estamos discutindo OS conceitos. Nosso objetivo e promover uma abertura tranqiiila para todos".

A expectativa dos executivos do setor e que a regulamentagao nao demore muito, tendo em vista que em 1999a propria Susep iado legias para a abeilura que estava prevista em 2000."Mas teremos de mudar muitas coisas", adianta o diretor da Susep.

Alem disso, como a Lei deu ao IRB a pieiiogativa de leeusar negocios,acredita-se que a Susep dara prioridade as normas que determinam capitals minimos e os documentos necessaries para os resseguradores internacionais poderem ter autorizagao para se instalarem no Pais.

RESSEGURO
30
DE
REVISTA
SEGUROS
I
CONHECIMENTO-Mas„g„,a,oquefazersea Lei foi sancionada,mas ainda precisa ser regulainentada?"Precisamos,o quanto antes, ter profissionais capacitados e conscientes dos desafios trazidos com as mudangas no t>
A Luis Maurette, presidente da Liberty: medlda do governo vai dar mais maturldade ao mercado
JANEIRO • FEVEREIRO ■■ MAR^G 2007| * FEVEREIRO • MAR^O 2007
A Marcus Vlana Clementine, da SulAmerica:"e fundamental a existencia de um contrato"
REVISTA DE SEGUROS 31
A Pedro Purm, presidente da Zurich Seguros: ficar no IRB pode ser um bom negdcio

A Carlos Alberto Protaslo, da Abecor-RE: sugestdes para contribuir com a regulamenta^ao da lei

ambiente regulatorio", alerta a diretora de Resseguro da Fenaseg, Maria Elena Bidino, que proferiu a palestra "A bberalizagao do mercado de resseguros brasileiro: os impactos e oportunidades", para mais de 160 pessoas que lotaram o auditorio do Insurance Institute of London (IIL).

"0 interesse do mercado intemacional pelo Brasil e enorme. For isso estamos empenhadosem nao inventai-a roda e sim contribuir para que a regulamentagao esteja de acordo com o que e praticado nos principais parses do mundo." Maria Elena Bidino participou da comitiva biasileira a Londres, no periodo de II a 14 de margo, para estreitar as relagoes e promover o intercambio de infoiTnagoes e experiencias nesse momento pos-abertura do mercado de resseguros no Brasil.

Na busca de contribuir para que a regulamentagao seja tranqiiila para todos, a Comissao de Resseguros da Fenaseg criou cinco subcomissoes: estatisticas, securtity

e brokers', contabilidade dos contratos de resseguro; regulamentagao; e documentagao contratual.

Segundo Marcus Viana Clementine,di retor da SulAmerica e membro da Comissao de Resseguros da Fenaseg,o objetivo e que OS grupos desenvolvam um trabalho para orientar o mercado segurador sobre novas praticas impostas."Ate agora,as companhias mandavam o contrato de seguro para o IRB, que fazia tudo o que se referia ao resseguro. For isso, sera precise mudar sistemas de infoiTnatica para gerar relatorios das contas de resseguros, per exemplo", diz.

A subcomissao de estatistica,coordenada per Maria de Lan-ea, da AGF,tem a missao de mostrar quais tipos de dados historicos sao exigidas pelos resseguradores para que se possafazer a cotagao do risco."Quanto menos informagao se tem,mais care custara o resse guro", ressalta Marcus Viana Clementine.

A subcomissao de documentagao con-

CRIA^AO DO CENTRO DE RESSEGURO NO RIO EM PAUTA

Ja saiu da gaveta o projeto de criar um Centro Intemacio nal de Seguros e Resseguros no Rio de Janeiro. A proposta foi apresentada ao governador do Estado,Sergio Cabral,e ao secretario estadual de Desenvolvimento, Julio Bueno,em fevereiro."Eles gostaram muito da ideia, principalmente porque viram que essa ideia poderia ajudar a recuperar a economia, a polltica e o lado social no Rio", conta Maria Elena Bidino, diretora da Fenaseg.

A discussao sobre a criagao de um Centro de Resseguros comegou em 1997.0 estudo encomendado pela Fenaseg e pela Firjan a Delphos Servigos Tecnicos est^ sendo revisto. '0assunto perdeu forga com a demora na abertura do setor", conta Jose Peon de Sa, da Delphos.

Agora,com a promulgagao da Lei 126,que abre o resse guro,0 assunto ganhou novamente forga."Estamos revendo 0 processo, incluindo mais gente na discussao. 0 estudo

feito no passado esta sendo atualizado, para aprendermos como outros locals, como Miami (EUA) e Dublin (Irlanda), por exemplo,conseguiram formar centros de resseguros tao expressivos em tao pouco tempo", diz Jose Peon de Sa.

Ele traz um piano de redugao tributaria que precisaria ser implementado para atrair empresas nacionais e internacionais. Tal incentive tem de ser competitive, uma vez que os principais competidores internacionais, algo em torno de 15, tem matriz em paraisos fiscais.

A criagao do centro, segundo Maria Elena Bidino, atraira para o Rio os agentes que atuam nesse mercado- ressegura dores,reguladores,entre outros,concentrando-os num mesmo local. E isso, diz a diretora, vai agilizar a operagao de contratagao, reduzindo custo e tempo para a efetivagao do negocio. "Londres e um exemplo dessa logistica e faz diferenga, na opiniao da propria industria que opera la", complementa.

tratual,coordenada por Jose Carlos Cai'doso, da Scor, pretende padronizar algumas clausulas dos contratos de resseguro. "0 IRB raramente trabalbava com contrato. As seguradoras mandavam um fax do slip e pronto. Agora passa a ser fundamental a existencia de um contrato, com termos claros e transparentcs",explica Marcus Viana Clementino. "Tambem,a parti)- de agora,o segurado tera de ser informado sobre as operagoes de cosseguro e isso exigira um contratoja no inicio da vigencia da apolice",lembra o advogado Marcelo Mansur Haddad.

Ja a subcomissao de security e brokers fara sugestoes do que deve ser levado em conta para analisar ratings de resseguradoras e escolhei" con-etores. A Lei criou a figura do intermediario de resseguro, que deve ser pessoa jui-fdica. Mas ele nao sera obrigatorio no contrato, como acontece hoje no setor de seguro.

Carlos Alberto Caputo, responsavel pelas operagbes da XL Re e membro da comissao de security e brokers, acredita que a regulamentagao deve exigir de todos os resseguradoi'es uma classificagao minima de rating. "A partir dessa exigencia, fica por conta das seguradoras escolberem seus parceiros", diz.

Para Carlos Alberto Frotasio,presidente da Associagao Biasileira das Empresas de Con-etagem de Resseguros (Abecor-RE), a legislagao tem de ser facil de entender,com a.s normas sendo criadas de acordo com as necessidades apresentadas pelo mercado."A Abecor pretende reforgar praticas adotadas mundo inteiro", afirma.

Em termos gerais,a Abecor acredita que a Susep ira seguir os parametros adotados pelo IRB na contratagao de corretores,como exiggncia de rating-, ultimos balangos finan-

ceiros publicados; apolice de Erros e Omissoes no valor minimo de US$5 milboes; carta de intengoes,assinada pelo representante legal da empresa, especificando as linhas de negocio em q)ie esteja apta a oferecer servigos; ter suas informagbes cadastrais atualizadas; entre outras exigencias.

Carlos Alberto Caputo acredita que a participagao do corretor de resseguro tende a ser dominada pelos globais. "Em todo o mundo sao poucos os corretores locals com contratos expressivos de resseguro", diz.

TREINAMENTO — Enquanto a regulamentagao e criada,as seguradoras buscam preparar seus funcionarios para a nova realidade.Todo este momento de abertura, que vai alem do segmento de resseguro, devera propiciar novos posicionamentos. For isso, o treinamento e importante. De janeiro para ca varios seminariosja foram realizados e todos estavam lotados ,conta Carlos Alberto Frotasio.

Walter Folido lembra da necessidade de treinamento do departamento de Sinistros, area hoje relegada a seguros de rnassa nas seguradoias. A atividade de legular e liquidar sinistios e responsabilidade das seguradoras e nao dos resseguradores. Osresseguradores internacionais dispensarao especial atengao a este setoi, uma vez que ele e vital ao bom resultado da operagao.

A Funenseg tera papel importante neste novo cenario. Cursos especificros, de media e longa duragao, e bastante consistentes deverao ser promovidos para suprir as carencias de fo)-magao profissional. 0 desafio pelo novo certamente estimula a todos",finaliza Walter Folido.

'Joao Marcelo dos Santos foi exonerado,a pedido^d^-^oorio do cargo de diretor da Susep em 10/04/07, dias apos ter dado esta entrevista a Revista de Seguros.

TREINAMENTO E UM PASSO FUNDAMENTAL PARA AS SEGURADORAS

Com a abertura do mercado do resseguro, a bora e de investir em treinamento. Quase 800 executivos de seguradoras e corretoras estiveram presentes em seis programas de treinamento de resseguro realizados em Sao Paulo, Rio de Janeiro, Brasilia e Porto Alegre desde 0final de 2005. Jafoi realizado tambem o "Seminario Intemacional de Resseguro-A Arte de Elaborar o Contrato", entre 11 e 13 de abril, no Rio. Os programas fazem parte da parceria entre a Fenaseg e Funenseg e tem como objetivo principal apoiar o setor, oferecendo conhecimentos tecnicos sobre as operagoes de resseguro a quem tiver interesse pelo assunto, como representantes de seguradoras, resseguradoras, corretoras de seguros e resseguros, orgaos reguladores e segurados.

A Joao Marcelo dos Santos, diretor da Susep: promessa de regras simples e abertura tranqiiila
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aumentar a capacidade do mercado no segmento rural", afirma Geraldo Mab-a,diretor-comercial da Seguradora Brasileira Rural. Segundo ele, havera aumento da capacidade do mercado porque o ressegurador vai trabalhar diretamente com as seguradoras. A estrutura de banco de dados maior se refletira em uma confianga maior no . mercado."Hoje o IRB da uma serie de pararaetros, mas de forma direta o res segurador se sehte mais confortavel".

para o campo

Quebra de monopolio do IRB e a entrada de outras ressegurodoras

impulsionam mercado

A expectativa e otimista.0fim do monopolio do Instituto de Resseguros do Biasil (IRB) podera alavancar o mercado de seguro agricola. Especialistas do setor e o governo acreditam que uma quantidade maior de resseguradoras e tambem urn fundo de catastrofe provoquem urn cvescimento da carteira de seguro agropecuario. Tern mais. A estimativa e que o valor segurado aumente e os custos da operagao caiam.0primeiro passo foi dado com a aprova^ao da Lei Complementar 126, que acaba com o monopolio do IRB. Ate hoje, o mercado e considera-

do fechado porque as seguradoras nao conseguem negociar diretamente com as resseguradoras que cobrem cerca de 90% do risco. No ano passado,foram

R$ 2,9 bilboes de importancia segurada no campo. A previsao e que este valor possa chegar a R$5 bilboes com a entrada de novas resseguradoras. Com a mudanQa, o numero de seguradoras que atuam no ramo pode ate dobrar de cinco para 10empresas ainda em 2007. Ao mesmo tempo,a receita da industria seguradora podera mais que duplicar, saindo dos US|40 milboes no ano passado para US$ 100 milboes.

"Tenbo certeza de que isso impulsionara o setor. Vai incentivar as resseguradoras a entrar no Brasil. 0 mercado vai crescer. Mas quanto tempo vai demorar, nao sei",diz Edilson Guimaraes,secretario de Politica Agricola do Ministerio da Agricultura,Pecuaiia e Abastecimento. Para ele, a viabiliza-

gao do seguro ruralfaz parte da politica agricola do Pais — o governo bavia anunciado no Piano de Safra 2006/07 a mudanga nas resseguradoras. Edilson Guimaraes acrescenta que outro passo que tem de ser dado e a criagao do fundo de catastrofe. A proposta,de acordo com o secretario,e que um conjunto de seguradoras e resseguradoras gerenciem o fundo,cujos recursos viriam de diversas fontes: Tesouro Nacional,parte do premio e das proprias empresas. A expectativa do setor e que o fundo seja aprovado ainda neste semestre.Segundo o secretario, este fundo dara uma seguranga tanto para as seguradoras quanto para as resseguradoras. "0 agronegocio precisa de um fundo de catastrofe, pois esta sujeito a intemperies, como as secas", afirma.

0 otimismo atinge tambem as se guradoras. "Esta abertui-a e um passo muito significative para a gente. Vai

similar a isso",afirma Wady Cury.

Para Wady Cuiy,presidente da Comissao de Seguro Rural da Fenaseg,alem de a mudanga possibilitar um aumento do setor vai agregar tambem know how ao negocio. "Este e o grande ponto da abertura. Havera uma conversa direta no conbecimento" diz Wady Cuiy,que e diretor-tecnico da Alianga do Brasil. Ele cita como exemplo a analise climatica feita em cada estado, de modo a criar um produto para cada tipo de regiao, que viria com a entrada das outras resseguradoras."Em cinco anos comegaremos a ter uma visao diferente das companbias. Elas vem para dar solvencia",acredita Cury. Na avaliagao dele, esta em curso Ulna mudanga no mer cado de seguro rural brasileiro, que passa pelo treinamento dos peritos e pela melbor gestao de sinistros. No caso dos autouioveis, por exemplo, todas as falbas ja fotain materializadas ®ur gestao. No agricola temos de criar algo

0 advogado Renato Buranello, da Buranello & Passos Advogados,acrescenta que o modelo de aber tura preve nao apenas a possibibdade de que baja mais competidores instalados no Pais, mas, tambem, que as empresas nacionais possam realizar operagoes com resseguradores estrangeiros. Na avaliagao da Confederagao da Agri cultura e Pecuaria do Brasil(CNA)os beneficios da abertura do mercado so serao notados a medio e longo prazo,ja que a norma precisa ser regulamentada pelo Poder Executive antes de comegar a vigorar. Mesmo assim, a assessora tecnica da CNA,Rosemeire dos Santos, estima que,com a abertura do mercado, OS valores negociados em apolices do seguro rural saltern para R$ 5 bilboes nos proximos tres anos. Ela acredita que a nova lei abrira, graduabnente, a possibibdade de oferta de novos produtos de seguro rural,e possibilitara a diminuigao do prego do premio, uma vez que as seguradoras poderao dividir riscos dosegnro."A abertura do mercado vai atrair novas empresas, que poderao competircom

A Geraldo Mafra, da Brasileira Rurai: passo significativo seguro de produgao e outras operagoes como resseguro",comenta a assessora da CNA. Alem do fim do monopolio, outra medida que vai influenciar diretamente o setor nos proxi mos anos e o aporte govemamental para subsidiar o premio do seguro rural. Em 2006, apesar de previstos R$ 60 milboes,apenas R$31,1 milboesforam bberados - sendo R$22,1 nuUioes para segurar a colbeita de soja. Para este ano, a previsao e de R$ 100 milboes.

"Se todo esse recurso sair, podemos dizer que vamosfazer em um ano o que nao fizemos em uma decada", afirma Wady Cury.Segundo ele,e precise que esta seja uma bandeira de governo e nao de apenas uma gestao."0seguro e um instrumento importantissimo do ponto de vista de politica agricola porque da uma seguranga ao produtor em caso de quebra de safra", avalia Edilson Guimaraes, do Ministerio da Agricul tura. Segundo ele, alem de investir neste segmento, o governo pretende fazei algumas alteragoes na politica agricola, que devem ser anunciadas em maio, no chamado Piano de Safra 2007/08. Esta sendo preparada uma agenda de discussao do piano que trara uma serie de pontos de mudanga ou aperieigoamento,como a questaofiscal, a garantia de renda via mercado futuro e opgoes,e o estimulo aos novos titulos agropecuarios. A

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JANEIRO •fEVERElRo-MAR^O 2007
▲ Edilson Guimaraes, do MinistGrio da Agricultura; mais mudangas
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Rumo a convergencia DIGITAL

Seguradoras usam a Tl para agilizar e integrar processos, reduzir custos e dar mais transparencia ao negocio

BARBARA OLIVEIRA

0 mercado segurador brasileirocuja arrecadagao de premios alcangou R$ 73,5 bilhoes em 2006 — exige cada vez mais a utilizagao de tecnologias de ponta em busca da agilidade dos negocios e a integragao das companhias ao mundo digital. Se o seguro nao mudou em sua essencia, apesar de ser uma das mais antigas atividades economicas regulamentadas no Brasil, a maneira de se promover o negocio e administrar as seguradoras esta evoluindo muito, com praticas inovadoras que afetam consumidores, prestadores de servigo, funcionarios, dirigentes e acionistas. Para atender a redugao dos custos de operagao e distribuigao e, principalmente, as expectativas dos consu midores, as empresas estao adotando a tecnologia da informagao em varias

ge rapidez e precisao das respostas as suas demandas",observa Sidney Dias da Silva, presidente da ComissSo de Processos e Tecnologia da Informagao da Fenaseg.

Ele lembra que muitas empresas brasileiras ja trabalham com sistemas informatizados ajudando nas vistorias previas dos vefculos e no rapido envio de dados e imagens as centrais, subsidiando o processo de avaliagao do risco. Essas mudangassao estimuladas pelos clientes, concorrentes, parceiros de negocio,orgaos reguladores,acionistas, empregados e executivos.

ou tiansmitido por e-mail.0 CD contem a proposta, o manual, a apolice e a ficha de compensagao em arquivo PDF. 0 procedimento garantiu uma consideravel econornia de tempo,pois antes a companhia levava ate 15 dias para completar a proposta, aprova-la e envia-la ao segurado. Mais de 40 mil apolicesja foram emitidas via CD. "Alem do tempo ganho,e um processo ecologico em que estamos eliminando mais papeis e com rediigao de 50% nas despesas com impressao", obser va o superintendente de Tecnologia da Informagao da Indiana, Reinaldo D'Errico.

atividades, entre elas, a venda cruzada do produto com base na gestao do relacionamento com o segurado.

Gragas a e-mails,cartas e telefonemas integrados a um sistema de gestao, e possivelfazer um perfil do consumidor, conhecer seus habitos e oferecer novos produtos. 0 celular e outro recurso poderoso para aproximar o cliente da companhia. For mensagens curtas, o segurado e avi sado sobre a regulagao dos sinistros e o andamento do processo.

"Boa parte do publico esta familiarizada com a internet e com celulares em seus relacionamentos pessoais e profissionais,e exi

CASE 1 -Uma das empresas de ponta no mercado e a Indiana Seguros. Aplicar em tecnologias que transformem a in formagao em conhecimento tem sido o lema da companhia desde 1995.Desde entao,a TI tem sido a grande aliada na agilizagao do negocio e na desburocratizagao do seguro na empresa. Foi com a TI que a empresa eliminou boa parte da papelada (documentos, fotos e orgamentos) usada entre seguradora, coiTetores e clientes e deu um jeito de guardar montanhas de arquivos em um banco de dados utilizando o siste ma de gerenciamento eletronico de documentos(GED).

0Seguro Digital foi outra aposta da Indiana, o que permite gravar a apolice em CD para ser entregue ao segurado

I jR Erico Yamamoto, da iMaritima Seguros: agilidade e resultados animadores

0 crescimento da seguradora, que no ano passado faturou R$ 370 milhoes correspondentes a mais de 330 mil apolices comercializadas, se deve muito ao emprego da TI. "Com praticamente o mesmo numero de funcionarios (cerca de 300 em Sao Paulo e em 15 filiais espalliadas pelo Pais) e um pequeno upgrade no back office (setor de logistica da empresa) pudemos ampliar nossa piodutividade em 10 vezes nos ullimos 10 anos",enfatiza Reinaldo D'Errico. A companhia tambem emite apolices com assinatura digital desde 2005,com a participagao de 30corretores ativos. Cerca de 2 mil apolices ja foram emitidas com a assinatura digital desses corretores.

A mobilidade das inforniagoes com a integragao de dados, voz e e-mail dentro de smartphones e outra recente inovagao da Indiana. Desde o ano passado seus gestures passaram a utilizar celulares para acessarem voz e e-mail do servidor da companhia.

seguradora. Ao receber essas informag5es a companhia dara continuidade a emissao.

Agora, a equipe comercial comega a ter informagoes dos sinistros. Ao sincronizar os dados com o servidor da empresa, os gestures atualizam OS indices de sinistralidade, fazem o controle e renovagao de seguros, e verificam se estao atrasados.

Neste ano, o segurado tambem comega a ter acesso a informagoes pelo celular. Ao ligar para a Indiana avisando da ocorrencia,a central pede o numero do telefone e envia,por SMS, OS dados sobre o andainento do pro cesso: data da auditoria,se o conserto do vefculo foi aprovado, etc."

CASE 2- Outra empresa no topo da cadeia tecnologica do mercado segurador e a Maiitima Seguros. A companhia esta adotando uma solugao para inte grar o uso de PDAs na vistoria previa de automoveis e iiispegao de propriedades. Erico yamamoto,superintendente de TI e Processos da companhia,explica que o vistoriador/inspetor tambem tera um

PDA com fungoes de celular e acesso a internet. Ele recebera as solicitagoes diretamente no aparelho, preenchera 03 formularios eletronicos referente a cada caso,armazenara as fotos do bem vistoriado/inspecionado e transmitira a

"A empresa ganha em qualidade, agilidade e reduz custos com papeis", destaca Erico Yamamoto."0 vistoriador nao precisara mais se deslocar ate o escritorio para entregar osformularios e as fotos e digitalizar esses dados no computador. E ainda evita erros de digitagao". A Maritima investiu cerca de R$ 25 milhoes em TI,e foi a primeira na Am&ica Latina a dispor de solugSes de imagens nos processos de seguros (em 1993). Em 2005,trocou o sistema GED pelo BPM (Business Perfomance Management), uma ferramenta mais completa de digitalizagao, gestao da informagao e automagao de negocios, que controla o processo operacional de emissao de apolices e sinistros. 0 BPM permitiu uma economia de 50% no tempo de liberagao das apolices. A companhia tambem esta utili zando o correio eletronico com forga juiidica, especialniente em casos de devolugao de propostas. Assim, os corretores recebem a devolugao da proposta da seguradora de forma mais rapida e segura. 0 e-mail segue com carimbo de tempo,com data e bora de chegada da correspondencia e a garantia da leitura do seu conteudo.

Segundo Erico Yamamoto, os resultados sao animadores: agilidade nos processos,ganhos de40% no tem po de emissoes, redugao de 40% nos custos de malotes e de duas rail horas na pre-analise dos documentos, alem de menor envolviinento do corretor na liquidagao de sinistros. ^

TECNOLOGIA DA INFORMACAO
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JANEIRO'EEVEREIRO • MAR^O 2007
Reinaldo D'Errico, da Indiana: ganho ecologico com a redugao da papelada
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ENCONTRO deflnido

A quarto edi^ao da Conferencia Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada, Saude Suplementar e Capitaliza^ao serd no Rio, em setembro

A 4® Conseguro - Conferencia

Brasileira de Seguros,Resseguros,Pre videncia Privada,Saude Suplementar e Capitalizagao-sera realizada no Hotel Windsor Barra,no Rio de Janeiro,entre OS dias 12e 14 de setembro.0foco sera OS casos de sucesso de empresas internaeionais e os produtos ou processes (jue tenham contribmdo para alavanear o desenvolvimento do setor, tanto no Brasil quanto no exterior. Alem disso, havera ampla discussao sobre o atual cenario do mercado segurador.

Segundo o presidente da Comissao Orgamzadora doevento,Nilton Molina,a 4"Conseguro ocoirera em um memento "muito interessante" para o mercado brasileiro, que passa per um processo de regulamentagao da abertura do resseguro e de reestruturagao institueional das entidades representativas do setor privado, que resultou na criagao de quatro novas federagoes(Fenseg,Fenaprevi,Fenacap e Fenasaude). Nofuture, elas estarao ligadas a Confederagio Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdencia Privada, Saude Suple-

gao,que ineluem novos conceitos para a margem de solveneia, a blindagem nos pianos de previdencia privada e a preocupagao da Susep em tornar o setor ainda mais transparente.

0 presidente da comissao organi zadora da 4^ Conseguro observa que o orgao regulador vem estabelecendo medidas importantes para o mercado. Entre as novidades que surgiram a partir dessa postura da Susep, ele cita a exigencia de eertificagao tecnica para OS securitarios,o codigo de etica eriado pela Fenaseg e as novas regras para o compliance (os funeionarios dessa area tem a fungao de monitorar e assegurar que a instituigao esteja cumprindo as regras aplicaveis a cada negoeio).

Setor cresce

12,3%

Volume de indeniza^oes soma RS 23,08 bilboes

0 mercado segurador encerrou o ano de 2006 com faturamento de R$ 73,7 billioes, registrando uma evolugao de 12,3% emrelagao ao mesmo periodo de 2005. Em Seguros, o aumento foi de 16,31 %, em Capitalizagao, de 2,91% e no 'setor de Previdencia Aberta houve deerescimo de 5,94%.

0 totaldevolvido a sociedade, sob aforma depagamento de indenizagoes foi de R$ 23,08 bilboes. Isso significou variagao de 6,64% em lelagao ao mesmo periodo do ano anterior, ijuandoforam pagos R$ 21,64 bilboes em sinistros. As indenizagoes no ramo Auto somaram R$ 7,9 bilbSes e em Vida, o montante foi de R$ 3,9 bilboes.

A Nilton Molina, da comissao organizadora: discussao das mudangas mentar e Capitalizagao. "A abertura vai mexer muito com o mercado e as novas entidades representam um passo importante para o desenvolvimento do setor", assinala Nilton Molina.

Ele acrescenta que os profissionais do setor inscritos na Conseguro terao a oportunidade de discutir essa nova realidade. A quarta edigao da Conseguro sera o palco mais apropriado para que se avalie as perspectivas do mercado diante de aspectos relevantes, come as mudangas na legisla-

Alem de Nilton Molina,fazem parte da comissao organizadora,Acaeio Queiroz (Chubb), Jayme Brasil Garfinkel (Porto Seguro),Jose Ismar Alves Torres (Brasilcap Capitalizagao), Marco Anto nio Rossi(Bradesco Vida e Previdencia), Mario Petrelli (leatu Hartford), Patrick Lan-agoiti(Sul Ammca)e Renato Cam pos (Eseola Nacional de Seguros).

A Conferencia e promovida a cada dois anos. Na ultima edigao,em 2005, em Sao Paulo, os debates giraram em torno dos desafios enfrentados pelo mercado segurador diante das mudangas na politica e na economia brasileira e mundial.

A expectativa e a de que estarao na 4^ Conseguro os principais agentes do mercado segurador, incluindo as autoridades de orgaos reguladores governamentais, seguradores e coitctores de seguros, alem de centenas de profissionais de todo o Pals. ▲

0saldodasprovisoesteenicas,quegaranteopagamento das indenizagoes, beneficios e resgates aos segurados, totalizouR$ 131,3bilboes,apresentandocrescimentode21,7% em relagao ao mesmo periodo do ano passado. 0 estudo da Fenaseg e baseado nos numeros da Susep e da Agencia Nacional de Saude Suplementar (ANS). ^

^jConir/buiqdesPrevidendirias aoracrcsddodosregisirosdosRiscosVigenteseNaoEmitidos(RVNE),conformeestabeleddopelaCircula,SUSEPpo

s CONSEGURO
JORGE CLAPP
38 REVISTA DE SEGUROS
JANEIRO "FEVEREIRO'MARfO 2007 r "0.,; V'f .C. ESTATISTICAS ▲
RISCOS FINANCEIROS HABITACIONAL 0,44%
TRANSPORTES ACIDENTES \ 2,52% PESSOAIS DPVAT 2,35%'^ 4,92% PATRIMONIAL 8,46% RESPONSABILIDADES crEdito/ 097% 7 /R'SCOSESPECIAIS 0,32% CASCOS 0,58% RURAL 0,58% OUTROS 0,00% SAUDE 15,36% VIDA 39,33% AUTOMOVEL 22,52% Fonte; SUSEP e ANS ARRECADA^AO (JANEIRO-DEZEMBRO 2Q05/2006) R$ Mil 70.000.00060.000.000 50.000.000 40000.000 30.000.000 20.000 GOO 10,000.000 [|[JAN/DEZ2005 jJ|jAN/DEZ2006 SEGUROS^ CAPITALIZAQAO^ PReTaBERTA^ 1)0 & OCW
0,85%
segur JANEIRO • FEVEREIRO •NIARCO2007 70.000.000 ||DEZEMBRO200 II DEZEMBRO 2006 60.000.000 50.000.000 40.000.000 30.000.000 20.000.000 10.000.000 os CAPITALIZAgAO PREV. ABERTA Fonte: SUSEP e ANS REVISTA DE SEGUROS 39

tSTTi;-

A abertura do mercado de resseguro brasileiro esta despertando o interesse da comunidade de seguros interaacional. A constatagao foi feita pelos 27 integrantes da comitiva brasileira que participou de uma missao a Londres, em marge. Com o objetivo de promover o intercambio de informagoes e experiencias nesse memento pds-abertura do mercado de resseguros no Brasil, a comitiva foi formada per bderangas do mercado, come o presidente da Fenaseg,Joao Elisio Ferraz de Campos,e representantes do Govemo, come Otavio Damaso,secretario adjunto da Secretaria de Politica Economica do Ministerio da Fazenda.

A comitiva visitou a ACORD, uma associagao de seguros sem fins lucrativos. No Lloyd's,os brasileiros foram recebidos pelo Chairman, Lord Peter Levene, que declarou haver um grande interesse em atuar no Brasil. Maria Elena Bidino, diretora de Ramos Elementares e Resseguro da Fenaseg, falou sobre as novas expectativas com a aber tura do mercado de resseguros. 0 Chief Executive Officer do Lloyd's, Richard Ward,disse que o mercado londrino espera a regulamentagao da Lei Complementar. "Pretendemos ir ao Brasil tao logo a Lei seja regulamentada", inforrrtou.

OUROCAP APOIA CUITURA

0documentario "Encontro com Milton Santos ou o Mundo Global visto do lado de la", ainda sem data prevista para set langado, contou com o patrocinio da Ourocap. Premiado no Festival de Brasilia, ofilme narra a historia do geografo Milton Santos, que, atraves de seus mais de 40 livros, estimulou a reflexao sobre as consequencias da globalizagao para humanidade. Milton Santos foi professor da DSP e faleceu em junho de 2001. Dentro de seu programa de incentive a cultura, a Brasilcap, brago de capitalizagao do Banco do Brasil que comercializa os titulos Ourocap,ja patrocinou alguns dos principals eventos culturais do Pals,como a exposigao do artista plastico Anish Kapoor,o Odin Teatret Festival e a mostra "Aleijadinho e seu Tempo", que bateram recordes de publicos no CCBB em 2006.

LIBERTY SEGUROS AMPLIA SUASINSTAU0ES NA BAHIA

A Liberty Seguros acabou de reformar suas filiais em Salvador. As novas instalagoes tem como intuito fortalecer a rede de distribuigao dos produtos e serao as principals operagoes da Seguradora no Nordeste, As Filiais Salvador e Pituba irao oferecer todos OS produtos da carteira: Auto, Residencia, Condominio,Transporte, Empresarial e Vida.0 destaque, no entanto, sera o ramo de automoveis, que concentra 90% dos negocios daempresanacidade.

NOVA SEDE DA UBF

A UBF Garantias & Seguros S.A. ampliou suas instalagoes. Inaugurada no dia 5 de margo,a nova sede oferece um espago maior e mais moderno.Para Luiz Roberto Paes Foz, presidente da seguradora,"as mudangasfazem parte de um piano de reestruturagao que nos possibilitara dobrar a produgao e investir mais em recursos humanos, na ampliagao de novas sucursais e em tecnologia da informagao."

EDUARDO DE FREITAS LEITE

Analista de Resseguro, mestre em Economio Empresarial pela UCAM e concursado do IRB - Brasil Resseguros S/A

Caminho para um mundo mdhor

RESPONSABILIDADE

SOCIAL empresarial

^ Autor: Gilson Karkotii

' Editora: EditoraVozes ^2006- 157 paginas

0 texto de Gilson Karkotii e extremamente claro, objetivo e de facil leitura. A questao

RESPONSABILIDADE!

SOCIAL EMPRESARIAL!

Como diz Gilson Karkotii, a responsabilidade social teve inspiragao nos modelos norte-amerieanos e europeus e, ate os dias atuais, estes mercados continuam tendo o que ha de mais avangado neste eampo da ciencia.

e profissionalizagao.

proporgao, o numero dos excluidos no proeesso social. Isto faz com que o Estado venha a ter uma participagao mais eficiente,visando a equidade e ajustiga social. No Brasil,esta igualdade se da, principalmente a partir da promulgagao da Constituigao Eederal de 1988, pois antes desla data, o crescimento era limitado a alguns grupos de pessoas. Tambem a partir da Constituigao de 1988foram criadas varias organizagoes E,tal e sua importancia da responsabilidade social teve um que a responsabilidade social passou nao governamentais,muito embora este crescimento vertiginoso no Brasil nos a fazer parte do jargao economico, segmento precise de aperfeigoamentos ultimos anos. Conforme o texto, ha 10 social, adrninistrativo, politico e ate anos quase ninguem ouvia falai deste filantiopico do Pais. assunto. Nos dias de hoje eem fungao, principalmente,da globalizagao,questoes ambientais, programas sociais do tipo "Fome Zero ', necessidades comereiais tais como exportagao para paises desenvolvidos,que exigem que OS direitos humanos sejam cumpi'idos, fizeram com que a questao da respon-

0 estudo da responsabilidade social e muito recente. Somente a partir da rnetade do seculo XX e que comega, a ser teorizado e praticado em fungao, principalmente, dos erros cometidos pelo governo na area que tambem vem demonstrando nao pos-

Entretanto, o autor afirma que "responsabilidade social" nao e sinonimo de "social responsavel". Define o_ autor que, "social responsavel" e "ser", sempre em todos os projetos sociais, parte do dia-a-dia da pessoa fisica ou jun'dica;enquanto a"respon- suir condigoes de resolver os problesabilidade social e fazer algo em mas sociais. Desta forma, atraves da sabilidade social seja muito observada beneficio do social paia naquele mo- responsabilidade social empresarial pelas empresas. mento, aquele piojeto ajudar naquela vem se buscando a solugao desses Os fatores acima citados torna- situagao, mas nao faz parte do dia-a- problemas, pois o "setor empresarial ram o assunto objeto de estudo nas dia da pessoa fisica ou jurfdica. e o mais poderoso da sociedade". escolas de ensino medio, superior e 0 texto relata o agravamento, no £ tema extremamente atual, cursos especiais para que os atuais e final do seculo XX,das desigualdades futuros administradores difundam e sociais que foram provocadas princiapliquem os conceitos mais modernos palmente pela globalizagao.0aumento de responsabilidade social. de riquezas vem gerando, na mesma

de interesse nao so dos gestores, ad ministradores, economistas, mas de todos aqueles que se preocupam c:om um mundo mellior.

U!^ ■
40 REVISTA DE SEGUROS i - i
BIBLIOTECA /
GIISON KARKOTii
JANEIRO-ftVEREIRO-MARCO 2007 REVISTA DE SEGUROS 41

ANTONIO PENTEADO MENDON^A

Jornalista e especialista em Seguros e Previdencia

CONSEGURO y

4= CONFERENCIA BRASILEIRA DE SEGUROS, RESSEGUROS, PREVIDENCIA PRIVADA, SAUDE SUPLEMENTAR E CAPITALIZAQAG

A palavra e eficiencia

A atividade seguradora brasileira tern acompanhado a evolugao social de forma consistente faz mais de dez anos. Desde o Piano Real o setor reagiu aos desafios, apresentando solugoes importantes para a protegao da sociedade nacional, em todos os sens campos de atuagao.

Os percalgos nao foram poucos, mas todos foram encarados como novas metas a serem superadas e o resultado e que, ao longo da ultima decada, o faturamento de premios e contribuigoes para a previdencia privada aberta esta entre os que mais cresceram no pais.

A conseqiiencia mais visivel deste esforgo colossal envolvendo todo o segmento e que atualmente a soma dos faturamentos de suas atividades representa mais de 3,5% do FIB brasileiro. Nao e pouco, ou e muito, se lembrarmos que no comego de 1994 este numero estava abaixo de 1%.

Desde entao a atividade amadu-

receu, se profissionalizou, criou ferramentas de treinamento de mao-de-obra, desbravou novas searas e se consobdou como administradora de uma das principais reservas de longo prazo brasileiras, com mais de cem bilboes de reals a disposigao de projetos de maturagao mais demorada, indispensaveis para o crescimento sustentavel da nagao.

0 primeiro salto veio com o crescimento e a democratizagao dos seguros de automoveis. 0 resultado e que hoje praticamente toda a frota com ate tres anos de idade esta segurada por apolices modernas, que colocam as seguradoras nacionais entre as mais eficientes do mundo.

Depois vieram os produtos para pessoas, atraves dos pianos de saude privados, do incremento dos seguros de vida e acidentes pessoais e pelo surgimento da moderna previdencia privada aberta brasileira, que mais uma vez coloca nossas empresas entre

as mais modernas a lidarem com este tipo de produto.

Agora, o setor acaba de criar quatro federagSes especificas-Fenaprevi, Fenseg, Fenacape e Fenasaude. Sua razao de ser e dar mais agilidade e dinamismo aos diferentes tipos de produtos comercializados por seus integrantes. Atraves delas,. espera-se mais rapidez de resposta aos anseios da sociedade. Por estarem objetivamente focadas, saberao mais depressa o que deve ser feito, onde e como.

O resultado sera a melhor sintonia entre as empresas do setor e a sociedade brasileira. Quem tem a ganhar com isto,em primeiro lugar, e a populagao,que vera suas necessidades de protegao e seguranga prontamente atendidas por produtos ao alcance de seu poder aquisitivo. Mas alem dela,ganham o Governo, atraves dos impostos e dos fundos de longo prazo, os acionistas das empresas, pelos dividendos que poderao ser pagos,e a mao-de-obra especializada,que tera seu trabalho bem remunerado. No final,ganha a nagao brasileira.

As quatro novas federates terdo mais rapidez de resposta aos anseios da sociedade.
Ppr estarem mais proximas,saberdo mais depressa
0 que deve ser feito,onde e como.
Vai discutir cases de sucesso do mercado segurador nacional e internacional De 12 a 14 de setembro Hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro 42 REVISTADE SEGUROS JANEIRO • FEVEREIRO •MAR^O 2007
43 CONSEGURO

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