T1754 - Revista de Seguros - set/out de 1987_1987

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7A\ ANO 66» N?777«S J vi l<r y.-:. vrrj i'.^L A'J':X. M .V' U^^■^■ :'!K i«r
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Comovendersegurossemdizerumadnica palovra.

No dicionario ha uma palavra que traduzcom absoluta fidelidade a relacao que existe entre o Corretor de Segurose seu Cliente:Confianga.

P Cliente confia que seu Corretor estasempre propondo oseguro mais adequado,mais ajustado a cada necessidade.

E0Corretor confia queaseguradora por ele indicada pode e vai honrar todo^ OS compromi^os contratados.

Investindo constantemente em know-how tecnico e recursos humanos, a Bradesco Segurosconsegue estabelecer exatamente isso: Confianga.

No Corretor de Seguros que oferece,assim como no Clignte que o recebe.

E,numa relamo assim,voce pode di2 vender segurossem dizer uma unica palavra.

Basta a sua assinatura eoaval Bradesco.

Afcnaseg — Federa^ao Nacional das Efnpresas de Seguros Privados e de Capitaliaagao

^residente: Sergio Augusto Ribeiro, 1° Vice Presidente: Alberto Oswaldo, ^ontinentino. de Araiijo; 2.° Vice■^fesidente; Hamilcar Pizzatto; 1-° SeRubens dos Santos Dias; 2.° ^rretario: Sergio Siivcira Saraiv^ 1."

Jesoureiro Luiz Claudio Garcia de »Uza; 2° Tesoureiro: Nilton Alberto ^^iro; Suplente: Antonio Juarez

^^DClo Marinho, Eduardo Baptista Claudio AfifDomingos, Delio "Sussan Dias, Pedro Pereira de 'tas.JoseMariaSouzaTeixeiraCosMarco Antonio Sampaio Moreira Conselho Fiscal — F.feiivos; „*rlos Antonio Saint-Martin, Gui®tme Augusto Ramos Filho, Jos6 j.f^'^teiro; Suplentes; Ruy Pereira da '"a,Jorge da Silva Pinto.

brgao de Divulga^ao da Penaseg fNDICE

SEGURO DE INFORMATICA

18

A tecnologia garanticia

Exisirnle ha auos deniro da apolice de riscos ditersos, o se%un de informdtica ganhou caraclemlicas especificd! a partirde 86, inserido iia carteira de riscos de engenharia. A exprssshasolicila{do das novas apdiices para a coberl/jra all risks e'scaminha suafutura auionomia.

ABF.i-T'. !P..'

A linguagem das apolices

A constituinte arruma a casa

8 A moratoria permite crescer mais?

10 A esquina das joias

Ed' Ed''°' Executive: Alberto Lopes ^'tor Assistente: Alberto Salino j^'^radores: Villas Boas-Correa, Penha Cysne, Jaguar, Luiz do k' Lopes, Antonio Pentea- Mendonga, Luiz Mendonfa, Al5'® Salino, Likio Santos, Jomar Peda Silva.

Jo Carlos Franco, Isabela Arce, j.^8e Clapp, Lucia Santa Cruz, Lucio K^'^'os, Rose Cintra.

Jose Veloso Borba

^fip Senador Danras, 74/12.° andar ^el — Rio de Janeiro — RJ J4,i(021)220-0046/ 210-1204Telex ^^05 FNF.S —RR.

Editora e Assessoria Irda. l^b^Senador Dantas, 71/404 e 406 "t,. 20031 — Rio de Janeiro — RJ <021) 220-6446

tijj^'denagao Editorial:Josd A. Lo-

(jj?8tamagao e Produ^Io Grafica:

t>P dos Santos Lopes

h SramaeaoVisuale Arte:Mafcelo

(> f^'a^oes: Eduardo Barr e Everaldo ''or SdvaJunior^,,®8rafia; Ricardo Brasil, Gilberto

^L^^'ibuigao: DistribuidoraFernando ">aglia S.A.

0 lijj^igosassinadossloderesponsabiunica e exclusiva de seus auto

14 Auto regulagao da iniciativa privada

15 F.F" A-iG

Viva a bolsa

10 R. c. no Brasil — necessidade de uma revisao profunda

24 Coberturas ao mar

29 Planejamento e outras criancices

Artes plasticas, ideias, letras

-

35

\}l;A! ivO -i.h VOS Atualidades 37 Premio "Arvore do Sucesso"

I
.I'etorResponsavel; S6rgioAugusto
BRADESCO SEGUROS 1
Capa; foto arquivo IBM
38 ,SJ > [>r AHFL-
Contos de reis
50 1/ Negocio seguinte:
O risco das imagens braslleiras 40 '■hi- di.i fie Sci-'./'Vi
42 O debate continua 43 <x( A-) 6 i.^/ r.'),,:- ,■) O paladino dos direitos dos consumidores

A linguagem das apolices

Nas pesquisas de opiniao feitas para sondagem do que pensa o piiblico arespeito do seguro,surge raro a cntica nio so a 'letra miuda', mas a propria linguagem das apolices. Essa critica, que se repete em todos os paises numa especie de coro universal,reflete a desconfianca de que existe algum inreresse em dificultar a leitura da apolice de seguro — e inreresse naturalmente contrario ao 'consumidor' do produto.

Nos paises em que o Estado prefere ser intervencionista e ditar as regras do jogo, as tarifas do seguro e as apolices sao oflciais. E quando o Estado e assim tao cioso do seu dever de proteger e defender o inreresse do 'consumidor', nao se pode desconfiar que as apolices por ele aprovadas cscondam ou favore^am, na linguagem e na'letra miuda', o inre resse exatamente oposto — o das seguradoras.

Nesses casos, em que o Estado acredita menos nas virtudes da sua capacidade de interven?ao do que na

capacidade saneadora do livre jogo das for?as de mercado, as tarifas e os textos de apolices sao confiados ^ proprias seguradoras, que para tanto dispoem de ampla autonomia. Sup6e-se que, movidas pela competi?ao, tais empresas seriam levadas a usar, em suas apolices, letras garrafais e linguagem de clareza meridiana. Todavia, nao e isso o que acontece. Em seu ultimo relatorio (de 1986), o Ombudsman do seguro na Gra-Bretanha, Mr. James Harwell, novamente critica 'a linguagem ambigua' usada pelos seguradores. E cita expressoes como all risks e com prehensive,que para o piiblico significam uma coisa e para os seguradores outra,levando o primeiro a acreditar numa cobertura mais ampla do que na reatidade e.

O seguro e um contrato e, como tal, deve confer as condi^oes pactuadas. O problema e que essas condi?6es gravitam em torno de um elemento aleatorio, o risco, que o se-

guro transfere ao segurador, sempre sendo plena essa transfef^f f cia, mas circunscrita a determine'd elenco de circunstancias em qufi se produzam os danos cobertos. Al^ disso, as condi?6es de apolice bem devem obedecer a padroes es dices que nao dependem das ■t contratantes, mas de legisla^oes pecificas por vezes bastante exf^" sas.

Tudoissoexplicaporque.emt" ^

parte, independentemente de h3^ , liberdade ou interven?ao estatal contrata^ao do seguro, o estilo apolices e sempre o mesmo. forma e no fundo.

(1^ se a ap61ice de seguro, a escritura compra e venda de imovel, o tefJ^" da garantia do eletrodomestico, contrato de emissao e uso do car^^" de credito, o contrato de financ'^ mento da aquisi^ao do bem de sumo duravel, e assim por diante

^Piano FutureCertonaoeapenas ^aisumpianodePrevidendaPrivado. tern carocteristicas evontagens ^^eotornam linico. Eioboradopor ®^P6cialistas,gentequeentende Pf^ofundomentedoossunto, o Futuro ^®rtoesob medido para pessoas ^^Peciais.

y^Cl6JUUUITE0SEUHITVRO

IfnUikAUnDOIMPOSTO ^RBIDA.

pQibaquetudooquevocepapano 'onoFuturoCertopodeserabatidodo

Impostode Rendo, at6olimltede 150.000,00, segundoo resolucoo 1285, de23/03/87do BancoCentral, ^sim,umapartedoinvestimentona

suaaposentadoriaeIncentivadapelo governo.

COMPRAMODUIAR.VOCt

ADOUKEQUANDOE

OUAHTOSMODUIOSQUISER. Adedsaoesua. Evocequiteopianode umasovez. No Piano FuturoCertonao existemcomes. 0quehdsaomddulosindependentesquevoceadquirena medido do seu interesse ou sue necessidode. ^claroquequanto mais vocecompror, maioresseraoseus beneftdos nofuturo.

o pagamento6 sua disponibllidade finonceiro. Issopermitequevoceadquiro o FuturoCertocomInteligencio.

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0 Piano Futuro Certo etombem um excelente investimento. Aldm de render jurosde6%o.o., maisacorrecao monetdria dos OTN's, vocepoderesgotarquandoquiser.

SUA FAMlUA TAMBtM ESTA SEOUM.

VOCi so PA6AQUANTOQUISER. Voceequerndecidequantoquerpogar.

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0 Piano Futuro Certo e tombem como umsegurodevida, emfovordos benefiddriosquevocedeterminer. Assim, sua familiatambdm fica garantidacom umpeculio Certo, 6perfeitomentepossiveladequar correspondenteaoquevoceoplicou.

Assoclada a SA Moinho Santista Industrlas Ge'rais 05 [ ARACAJU-Tti.;(079)2224710«IEltM.T«k.:|09I)22S.5B37/2224422>BELOHOIilZONTE-T^.:(031)224-3946 •BlUMENAU-Tel.i(0473122-581515222 BRASlUA-T«b.:(06I| 223-1772/1631 • CURITIBA Tab.: (041)223-5293/3035 • FORTAIEZA-T>li.: (065) 231-6266/6910 •GOlANIA-T«h.:|062) • 2234672/4694/225-7191/6B61 MAKAUS-U: (092)234-1300. K)RTOAlEGRE-T«lj.:(0512|27-2087/2977>RECIFE-T«b.:(Oei)224-3764/4944>RIODEJANEIRO-Ttl.:{021)2954332 SAIVAOOR-T«ii.:(071)242-2047/2955'SAOLUIZ-T»1.:(098)227-1955.SAOPAUlO-T«l:(01115454944

ABERTURA
& a CD
A rigor, o problema do piibl'^ nao resulta da leitura dos textos, da sua tenue propensao para ler, REVISTA DE SEGUB^® ^■'
e§3Vera Cruz Previdencia Privada

A Constituinte arruma a casa

Auto-regulagao da iniciativa privada

Asemelhanga do que ocorreu

um jeito um tanto atabaIhoado, a Constituinte esta se arrumarido para as votacoes finais.e decisivas que definirao o rexto da fu- x cura Constitui^ao.

De

Para chegar ate a sua verdade ou perto dela, a coitada passou os seus maus peda?os, condu2ida pelos descaminhos dos equivocos, enganada per uma minoria mais esperta e atuante, largada a propria sorte pela dupla omissao do governo e do seu maior partido,o PMDB.Ate que, na hora do plenario que e mesmo para valer, rompeu constrangimentos, mandou ^ favas a cerimonia e rachou na linha da verdade: o centro de um lado; as esquerdas de outra banda.

Entao, por passe de magica, dissipou-se o nevoeiro, desfizeramse OS enganos, o medo evaporou e a Constituinte esta exibindo a sua exata composi^ao. Dos seus 559 membros, menos de uma centena podem set identificados como esquerdistas matriculados,com direito a carteira assinada. O centro junta mais de 300. O que sobra, baila no arame.E a porcentagem dos omissos, dos que nao participam e que so devem aparecer no fim, para o yoto filmado, fotografado, televisionado.

Mas, ate aqui, quantos rodeios.

Primeiro foi a receita de Tancredo

Neves de uma Constituinte liderada pelo presidente da Republica, com apoio da maioria esmagadora dos represencantes. A Constituinte do consenso, projetado da mobiliza?ao da rua para dentro do plenario. Uma Constituinte com o roteiro de um anteprojeto encaminhado pelo Executivo e bancado pelo partido majorirario ou pela alian^a das siglas que apoiassem o governo.

Um sonho do qual despertamos na vespera. Exacamente a 14 de mar^o de 85, quando a festa da posse da Nova Republica murchou com a do-

en?a de Tancredo Neves.

Sem 0 Uder, a Constituinte disparou. Fez e desfez o que entendeu. E principiou a grande fuga aos compromissos. O governo encolheu-se e nao quis assumir a sua parte de pro per um anteprojeto. O PMDB, como o maior partido, dono da vitoria, benefici^io do milagre do cruzado,sentiu a barra e adotou a tatica do escapismo. Nunca mais decidiu nada para nao quebrar ao meio. Devoto da unidade, jogou todas as fichas para mante-la. Foi o que se viu. A Constituinte se desmanchou por

las 24 subcomissoes, apresento" quase cem emendas subscritas 15 milhoes de eleitores. Paraque? Para nada,ora. Pois ot^' sultado foi um monstrengo que ns" serviu para coisa nenhuma.

A Constituinte buscou a saida Comissao de Sistematiza?ao. caminho errado. Pois a Comissao • At Sistematizagao padecia de vi'cio ° origem. Na sua composigao, PMDB violou a regra do jogo e durou uma penca de esquerdistaS' Um malogro a mais. So que o tirao. O anteprojeto da Comis'®" de Sistematizagao levantou o pleti^'^ em rebeliao contra a ditadura elif de uma minoria, a marginaliza?ao maioria e desembocou na organi^^ ?ao do 'centr^'.

Uma Constituinte nao e uma nha, um ringue para decidir quern ^ mais forte. E um pouco mais: o pa* para uma articula^ao nacional. que a maioria traca as linhas fun'' flexivel ^ mentais. Mas, precisa ser tolerante para negociar e acolher, alguma medida justa e sabia, as vindica?6es da minoria.

nos parses desenvolvidos, tena crescer a demanda do seguro de "^sponsabilidade civil de produto. O "^ercado segurador brasileiro esta Pteparado para atende-la? Como en'feotar o desafio da cobertura dos ®^des riscos industrials que afetam ° meio ambiente? O que fazer para 'Pidar a imagem do seguro num pars ^omo o Brasil,em que,a despeito de ^ grande potencial de expansao, P^rtnanece irrisoria a participate do ^^Or ho PIB (Produto Intemo Bru• tQ)>

Estes foram alguns dos temas proP'^stos aos empresarios, tecnicos e ^'^rretores de seguros que participa- ^®m do Seminario promovido no Rio

Janeiro, na ultima semana de no• ^ como parte de uma extensa A^'^gramato de eventos que marca^a realizato da.l54.^ Sessao do '^Oselho Diretor da CCl — C^ara '^-omercio Internacional.

A CCl,criada para facilitar as rela ys comerciais internacionais,conta

Uma rede de comites instalados 5? parses, nos quais empunha a

abordando importantes questoes como a arbitragem de litigios inter nacionais e o capital estrangeiro em parses em desenvolvimento —, destacou-se o Seminario sobre Segu ros realizado no auditorio da Fenaseg — Federate Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitaliza^ao, que teve o apoio e organizato da entidade.

A abertura do evento foi feita pe los presidentes da CCI, Theophilo de Azeredo Santos, e Fenaseg, Ser gio Augusto Ribeiro, que saudaram OS presentes e falaram rapidamente sobre os objetivos do seminario. Era seguida, a palavra foi passada para o presidente da Comissao de Seguros da CCI,Ruy de Carvalho, que abordou o tema"A Comissao de Seguros da CCI: Unico Forum Internacional para Coopera?ao entre Seguradores e Usuarios".

gao nos PIBs dos paises filiados a CCI.

Ele citou o caso de Portugal onde 68% das seguradoras sao estatais: "Ainda bem que a Assembleia Cons tituinte portuguesa esta para derrubar o veto a privatiza?ao das empre sas estatizadas pela Revolugao dos Cravos, em 1975", frizou.

Depois da palestra de Ruy de Car valho, foi a vez da conferencia do conselheiro tecnico da Comissao de Seguros da CCI e secretario geral do Comite Europeu de Seguros, Francis Loheac, sobre a "Responsabilidade Civil de Produto". Em linguagem franca,ele classificou a regulamentagao europeia para o"RC"como bastante abrangente, mas que "peca ao impor a vltima o encargo de provar que determinado produto Ihe causou prejulzos".

falta de iideranga e de uma maioria que articulasse formulas de composi^ao.

Para disfar^ar o sumi^o, o PMDB inventou um regimento interno que esta se convertendo numa farsa perversa. Como o partido nao tem uma unica proposta oficialmente encaminhada a Constituinte, transferiu a responsabilidade de elaborar o ante projeto ao povo, a sociedade. Pura demagogia, a fantasia da fuga.

A sociedade fez o que pode. Apresentou sugestoes, desfilou pe-

Quase tudo deu errado ate Menos a ni'tidarepresentatividade n uma Constituinte que esta sen^ apedrejada pelos impacientes, cada com os excesses de decep?^*?' mas que e a mais aberta da hist^f'^ do pars. Nunca se viu nada igu^ nem parecido.

O desafio dofecho de uma Coo^''^ tuinte que encerra um penoso longo processo de transi^k) nec^^^ sita resgatar erros e improvisar ?6es. Dispomos de pouco temP para arrumar o que foi mal feito 10 meses tumultuados por desvio^ enganos.

A Constituinte est4 decidindo contraditorio da sua verdade e qu® o reflexo do equilibrio da sociedade,' So resta torcer e esperar pelos resn tados. '

da liberdade de comercio e pela manutento de mercados ]• ®''tos, na defesa intransigente da iniciativa e da auto-regulafao ^onsavel dos negocios.

g^Entre diversos seminaries proj^mados pelas comissoes tecnicas ^eas em que a Camara atua

Segundo Ruy de Carvalho, tambem presidente da Associate Portuguesa de Seguradores, o principal objetivo da CCI — atraves da Co missao de Seguros — e encontrar meios de aumentar e facilitar a co operate entre empresas e consumidores de seguros em escala mundial. Alem disto, sua prioridade mimero um e a permanente defesa da livre iniciativa, unica maneira, segundo o conferencista de alavancar este segmento da economia e sua participa-

de Carvalho, presidente da Associa^ao Portuguesa de Seguradoras; Mane { •menos, diretora da Camara de Comercio Internacional(Franca) e Francis beac, Secretario Geral do Comite Europeu de Seguros,falando a imprensa.

Finalmente,encerrando o semina rio, houve um painel de debates so bre Divulga^ao de Seguro, coordenado pelo presidente da Fenaseg, Sergio Augusto Ribeiro, e que concou com a participato do superintendente da Susep,Joao Ricardo Re gis dos Santos; do diretor executive do Codiseg,Marco Antonio Moreira Leite; da chefe de gabinete da Presidencia do IRB,Lucia de Biase;do di retor da Fenacor, Carlos Barbosa Bessa; como tambem dos conferencistas convidados Ruy de Carvalho, de Portugal, e Francis Loheac, da Franca.

A revelacao de Ruy de Carvalho de que a industria de seguros portu guesa arrecadacercade USS 1 bilhao anuais, correspondendo a 2,3% do PIB, so acentua o contraste com as potencialidades de um mercado com as dimensoes do nosso Pais, em que um faturamento estimado para o corrente ano de USS 1,5 bilhao representa menos de 1% do PIB nacional.

O Codiseg — Comite de Divulgacao Institucional do Seguro chega em boa hora.

BASTIDORES COMERCIO INTERNACIONAL
REVISTA DE SEQURO^
[^^^'^deira
V

A moratoria permite crescer mais?

Que a diminuigao da transferen-

cia Hquida de recursos para o exterior traz um agradavel bem-estar de curto prazo nao resta a menor duvida. Para governos comprometidos apenas com o seu periodo de manda te, trata-se de uma forma facil de permitlr a existencia de um maior poder aquisliivo e, durante algum tempo, de uma atividade economica mais excitada. Se, entretanto, isso pode ser associado a um maior crescimento de longo prazo, eis um ponto que merece ser discutido um pouco mais a fundo.

Seguindo uma praxe rotineira, aiguns tecnicos de dentro e de fora do partido majoritario costumam obter a desejada transferencia liquida de .recursos para o exterior a partir de caicuios que determinam a poupan^a externa compativel com um "crescimento minimo do produto", Esse ul timo,per sua vez,seriaaquele necessario a cria^^ de algo em torno de 1,4 milhao de empregos por ano,ou seja, do suposto aumento da popula?ao economicamente ativa no periodo.

Abstraidas algumas confusoes em torno do assunto, esse raciocinio abrange tr^s hipdteses imph'citas: primeiro, que o aumento da poupanga externa se traduza em au mento dos investimentos; segundo, que a redu^ao da transferencia li quida de recursos ao exterior possa ser mantida per um longo periodo de tempo; terceiro, que a rela^ao capitai/produto se mancenha inalterack. Nosso objetivo aqui e discutir a validade dessas hipoteses.

A primeira delas tem side bastante discutida. Numa economia em que o estado de expectativas nao justifique o incremento de investimento, qualquer aumento da poupan^a externa

implica uma queda em igual valor da poupan^a interna, deixando inalterada a poupan^a total. Com isso, em vez do endividamento externo para investir, obtem-se apenas o endivi damento para consumo,como ocorreu no Brasil, por exemplo, entre 1978 e 1982. Esse tem sidooquadro predominante no setor privado da economia.

O lado estatal, por sua vez,sendoo mais beneficiado pelo nao pagamento de juros(ja que o governo detem hoje a maior parte do passivo ex terno), e que vai ditar, na pratica, a validade ou nao da hipotese de au mento significacivo da poupan^a to

efecivada por um longo periodo de tempo, depende fundamentalmente da evolugao dos indicadores da divida e do processo global de negociaWo (incluindo as atitudes tomadas Pelos demais devedores). Se o pais utiliza o endividamento externo para formar capital e aumentar a sua capacidade de exporta^ao, podera absor ber capitais por um bom tempo. Se •sso nao ocorre, entretanto, a redu?ao da transferencia liquida de recur sos hoje correspondera, em futuro Proximo, a necessidade (pela retra9ao de credito)de uma atitude oposNesses termos,crescer mais hoje ^'gnifica apenas crescer menos amaem nada alterando a taxa de 'ongo prazo. f'or ultimo,cabe lembrar que a atitude de capta?ao for^ada de pouPati^a externa (leia-se moratoria) Pode significar, na medida em que as "thas de credito de exporta^oes e "tiporta^oes comegam a se tornar es^^sas, uma perda para o pats dos gaOos de comercio internacional, o no jargao dos modelos mais , ^ ^'«'Pies de crescimenco, traduz-se

por "uma deteriora^ao (aumento)da reIa?ao incremental capital/produto". Trata-se, em outras palavras, da queda de qualidade dos investimen tos quando a retaiiagao externa come?a a impor empecilhos as trocas internacionais. Se o aumento da poupan?a externa e obtido por intermedio de um aumento das impor tances, nao ha com o que se preocupar. Mas quando ele ocorre atraves de uma queda das exportanoes, e possivel que a economia apresente uma redugao e nao um aumento de sua capacidade produtiva.

Um pais com um estoque de cafe no valor de dez dolares nao e necessariamente mais bem equipado para a produnao do que um pais que tenha exportado esse estoque e importado um computador no valor de dois do lares, ainda que essa operanao implique uma queda(de dez para dois do lares)da poupanga e do investimento totals.Em outras palavras,quando ao aumento de investimentos pode-se associar uma deterioranao da produtividade do capital(devido a possivel retalianao), nao e imediato que o pais

apresente um maior(ou pelo menos tao maior) crescimento.

Em suma,essa defesa da moratoria com base no crescimento da econo mia se ajusta muito bem a um espa^o de um ou dois anos. Nesse caso, tra ta-se apenas de evitar uma recessao, que reduziria as importanoes, ou uma desvalorizanao adicional do cambio, que resultaria numa queda dos sal^ios e demais rendimentos reals. Num contexto de longo prazo, contudo, esses caicuios que tentam compatibilizar a transferencia liquida de recursos para o exterior com a "necessaria taxa minima de cresciinento da economia" devem ser efetuados com a devida cautela. E pre cise verificar ate que ponto a realidadecorrobora as hipoteses A^ceterh paribus sobre as quais eles se assentam(o que equivale a admitir a insignificancia empirica dos tres problemas acs quais nos referimos). •

O autor e professor da Escola de P6s-Gradua?ao em Economia da Funda?ao Getiilio Vargas.

tal, Se a ausencia de repasses

Banco Central, para pagamentos ^ juros externos, estiver tendo cofi* contrapartida uma aloca?ao de re^^^^ SOS em investimento, estara P^ j, mente assegurado o aumento poupan^a total. Se, por outro OS cruzados que nao mais se des^' nam ao pagamento dos juros ext^^ nos(apos a respectiva conversao" autoridades monetarias) estiver^^ sendo gastos com custeio, de tera adiantado a moratoria, no cante a forma?ao bruta de capital xo.

A segunda premissa, de que a du(w do saldo comercial possa

BRASIL SALVAGE SA

Sociedade Brasileira de Vistorias e Inspe^des

Atividade principal;

Outras atividades:

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Representantes e correspondentes credenciados nos cinco continentes

PERSPECTIVA ECONOMICA
Barr
L
I
REVISTA DE SEGUROSU >
DESEGUHOS

A esqulna d

Angela Cunha

Ipanema continua a crescer. Sua origem media cede lugar a sofisticagao das griffes famosas. Na esquina da Visconde de Piraja com Garcia D'Aviia concentram-se as joalherias mais importantes do pais. Como anda a seguranga desta Place Vendome tropical?

Hi15 anos o projeto de transferencia da sede da H. Stern do centro da cidade para Ipanema deu inicio a um grande movimento.

A noticia da compra do terreno pela H. Stern se espalhou com rapidez,e, antes mesmo que o predio ficasse pronto, a Amsterdam inaugurava ali mais uma das suas 22 lojas espalhadas pelo territorio nacional, exemplo logo seguido pela Roditi, Moreno,Cristine's e Baiulak.Aproveitando o fluxo de publico gerado pelas duas grandes do ramo,a Stern e a Amsterdam Sauer, que recebem mais de mil visitantes por dia,as lojas menores disputam os clientes num verdadelro corpo-a-corpo, aigumas chegando a admitir que vivem das sobras da H. Stern.

Roberto Stern, o jovem vice-presidente da empresa que ha 47 anos se dedica a extra^ao de gemas, produ5ao e comercializa^ao de joias, conta que a mudanq:a da sede da av. Rio Branco para a Visconde de Piraja,ao contrario do que muitos supoem, nao foi premeditada,podendo muito bem ter sido outro o trecho escolhido.Segundoele,j6ias n^sao anigos que se vendem todos os dias:"O com^rcio de joias nao pode ser compa-

rado ao de confec?6es,por exemplo, que tem uma vendagem muito dinamica. As pedras sao muito caras e especiais, o que leva o comprador a pensar bem antes de uma escolha."

Na Roditi,com 17 anos de mercado, o gerente Edmar Silveira compara a esqulna a um dos endere^os mais Importantes do mundo em materia de joias, a Place Vendome,em Paris. E fica muito a vontade para dizer que o brasileiro, sobretudo o carioca,e um bom cliente,embora suas compras mais caras representem muito pouco em relagao ^ do com prador estrangeiro, cujo gosto, em contrapartida, e menos refinado. Do outro lado da Visconde de Pi raja, bem em frente ao predio da Stern, a Balulak ocupa todo o segundo piso de um pequenosbopping, sendo a unica ao largo dofront luminoso das pedras coloridas,.uma desvantagem em rela^ao as outras lojas.

Seguranga.

A onda de assaltos e violencia que vem tomando conta da cidade nao poupou a bela e cobi?ada Ipanema, onde dois assaltos recentes a hoteis prejudicaram o movimento de turistas nas joalherias. E se alguem chegou a acreditar na invulnerabilidade da'esqulna dos milhoes',certamente ja abandonou tal cren?a: recentemente, a loja Cristine's amanheceu completamente vazia, tendo se revelado inoperante o seu sistema de se-

na tem procurado realizar junto ^ corretoras,^ seguradoras e ao Insti tute de Resseguros do Brasil (IRB) um trabalho com vistas a melhorar o desenvolvimento tecnico de um se guro que abrange categorias diversas de coberturas. As tres principais sao: toubo, furto qualificado e incendio. , As demais, acessorias,constituem rotina de aigumas carteiras: alagamenterremotos, vendavais, quedade seronaves, irapacto de veiculos tertestres, desmoronamento, tumultos ® outros eventos de natureza externa.

A vez das seguradoras.

guran^a.

O gerente Daniel Galgoul, bora nao dispondo de informa^des mais detalhadas, diz que o prejuiz® foi duplo,"pois nem tudo estava O" berto pelo seguro".

Alem de cada joalheria dispor de seu proprio sistema de seguranC® eletronico e pessoal, a 'esquina doS milhoes' conta com a prote^ao de uma cabine da Policia Militar, resul* tado de uma afao conjunta das efi' presas, e de apolices de seguro, sunto delicado para os gerentes e d'' retores das lojas, que se recusaif ^ fornecer elementos substanciais p^f^ que se trace um perfil desse segufZ' do.

Na H.Stern, gra?as a colabora?^" de seu vice-presidente, Robert^ Stern, p6de-se apurar que, alem d^ um elaborado esquemade aparelbo' eletronicos (alarme direto para a dc legacia, cameras, circuit© fechado de TV)controlado por um computado^' a empresa conta com a cobertura de um seguro considerado por seus d'' retores tao caro quanto burocratic^' "mas que nao pode ser de outro mf' do, ja que a operagao envolve desd^ riscos industrials ate um pequen" pedaco de pedra colorida, o que ih^' plica muitos detalhes e controle rig''' roso", como justifica Roberto.

Ate agora,segundo ele, a empress nao tem queixas de sua apolice, q"® atende perfeitamente ^ necessid®' des de suas atividades. Mas para chc gar a esse ponto,esclarece, a joalhe'

pelo IRB de lan^ar no mercado uma tarifa de valores que estipule faixas de pre?os condizentes com o nivel das lojas a'receberem a cobertura. Outro ponto fundamental da carteira apontado pelo superintendente e a falta de autonomia para realizar os Seguros. Ele sugere que somente fiquem sob a intervencao do IRB para homologacao previa os seguros que envolverem uma taxa alta de sinistralidade.

epoca e do momento, justifica o tec nico.

O projeto ainda esta em fase embrionaria e devera ser submetido a apreciagao da Comissao Tecnica e Conselho Tecnico do IRB, para entao ser apresentado a Susep. Novis calcula que so para o ano as novas condigoes entrarao em vigor.

Se por um lado os joalheiros evifalar de seus seguros,por outro o l^^fcado segurador nao esconde o' "^fio e coloca em evidencia alguns ^titos considerados como um en'tave para a melhoria da presta^ao de '^^i?os.

O superintendente operacional da ®nerali do Brasil, Antonio Carlos ^ta, diz que ha muitos anos as se^tadoras vem enfrentando proble^ Series nessa area,em fun^ao ba't^amente de dois fatores; a falta de tarifa que de ao segurador e ao j, ''Prio segurado condigoes de avao custo do seguro; e a inexisde autonomia do setor para rej ,^^r questoes que nao requereriam 'nterferencia imediata do ressegu^or,

^^Segundo informa, as companhias

^dispoem de meios para adiantar cliente o valor do premie no ato contrata?ao, dependendo dos set hi ecnicos do IRB para ter nas OS c^culos da taxa^ao do sede cada joalheria. Ele explica nos casos de renova^ao de carj o Instituto garante a cobertura

j^®adocumenta?ao ficarpronta. Mas Se tratar de cliente novo,a loja fica .hi qualquer prote?ao durante uns ^ dias,queeoprazoemqueosprol^ ssos costumam ser liberados. Se huver discordancia, esse prazo se data para 30 dias.

com duas grandes jo-

^ herias do pais, onde o capital en^hlvido chega a casa dos 50 milhoes h cruzados, a Generali reivindica o httiprimento das promessas feitas ^Evista de seguros

O responsavel pelo Departamento Tecnico de Seguros da empresa Porto Seguro, que, junto com a Ge nerali, detem a maior fatia dos jo alheiros, fala de uma questao polemica; a cobertura unica para tantos sinistros, cujos premios sao bem inferiores aos riscos assumidos. O RD Joalheiros, como denominam esse tipo de carteira, cobre desde acidentes industrials a uma porta danificada. Na sua opiniao, cada sinistro, ou pelo menos os mais frequentes (roubo e assalto), deveria ser particularizado em apolices especificas.

A sugestao de qualificar mais o se guro,segundo o informante, vem de uma experiencia nao muito feliz da seguradora no item roubo/ assalto. A ideia abrange tambem o segurado, que, nas atuais formas de contrato, fica isento de quaisquer responsabilidades.

Tornar as condigoes do seguro mais objetivas e claras e criar clausulas que levem o segurado a tomar maiores cuidados com a seguranga de seus estabelecimentos, sob pena de ter que arcar de alguma forma com OS prejuizos, sao outros pontos destacados.

Um seguro mais seguro.

O IRB nao esta alheio a essas reivindicagoes. E o que se conclui das informagoes prestadas pelo chefe da Divisao de Riscos Diversos,Ronaldo Novis, de que um grupo interne de trabalho ja iniciou estudo de reforraulagao das atuais bases de contratagao do seguro de joalherias, que se encontram completamente defasadas da realidade. O seguro e um ramo altamente dinamico, que precisa acompanhar as necessidades da

A proposta e mudar a forma de contrato do seguro das lojas de joias. Ao inves de uma so apolice cobrindo todas as filiais de uma empresa,partir para o desmembramento e taxar loja a loja em'fungao dosseus riscos peculiares. Avaliar separadamente cada estabelecimento, de acordo com a sua iocalizagao,caracteristicas e fato res de seguranga adotados. Esse novo contrato preve ainda descontos para os clientes que investirem macigamente na seguranga das lojas. Quanto maior for a seguranga, raenor sera o premio. Alem disso! esta sendo estudadaa implantagao de uma nova tarifa para as carteiras. Segundo Ronaldo Novis, o aumento dos sinistros motivou em grande parte uma reavaliagao do se guro. De 1983 para ca,as estati'sticas revelam que o valor das indenizagoes superou o valor dos premios arrecadados. Somente em 1984 houve umadiminuigao dessa relagao. Em 85, por exemplo, as indenizagoes pagas foram duplamente superiores ao numero de premios. No ano passado, essa relag^ triplicou, e, ate novembro deste ano, o IRb' computou um aumento nos sinistros de 1,63 vezes. Segundoele, torna-se impossivel qualquer previsao para os meses restantes, pois os fatores osci1am muito. ,

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REVISTA DE SEGUROS
yJ"tabalhando

A Bamerindus Seguros EstaGoeogando o Proeissionaeismo EmPLugar.

1 ara premiar o esforQo de todos aqueles profissionais que estao ajudando no fortalecimento do negociode seguros,fundamental para a nossa economia e desenvolvimento social,a Bamerindus Seguros esta lanqando o Premio Bamerindus Seguros, 0Premio Bamerindus Seguros e uma premiagao aberta a todos os corretores de seguros do pai's.

E nao so vai oferecer a seus gantiadores premios valiosos, aiem dotrofeu"ArvoredoSucesso",desenhadopeloartistaEivioBecheroni, como tambem vai servir de registro do profissionalismo que deve nortear as reiagoes entre corretores e segurados.

Todos OS trabaihos premiados deverao mais tarde ser divuigados, transformando-se assim numa fonte de informagao a servigo do aprimoramento dos prdprios corretores.

0Premio Bamerindus Seguros, mais do que uma jusla homenagem ao empentio e a dedicagao dos corretores, e tambem uma forma de contribuir para maior profissionaiizagao do setor.

Um empenbo que a Bamerindus Seguros coioca em primeiro lugar.

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EE NDUS SEGUROS
BamerindusSeguros Gente de Confianee

O debate continua

Apontada como

um dos princi

pals obstaculos a otenizagao dos seguros considerados 'de massa', a prefixacao do parcelamento do premio em cruzados, com a manuten?ao dos demais valores em OTN, veio retirar os temores do mercado nesta area. Aprovada na ultima reuniao do Conselho NacionaJ de Segu ros Privados, a prefixa^ao foi anunciada ainda como proposta pelo superintendente da Susep,Joao Regis Ricardo dos Santos, no seminario promovido pela Associa^ao dos Tecnicos de Seguros do Rio de Ja neiro para debater a indexa^ao de se guros.

Desde que o CNSP permitiu que as opera^oes do mercado segurador fossem realizadas em OTN, era 26 de maio deste ano,e,efetivamente,a partir da entrada em vigor da portaria, o que so foi acontecer em 1.® de agosro,a questao do premio tern sido levantada como possivel dificuldade para uma comercializa^ao mais ampla do novo produto. Segundo os consumidores, o fato de se ter um premio estipulado em OTN gera apreensao, pois e um valor pos-fixado, que so sera conhecido ao vencimento de cada parcela do fracionamento, dentro de uma economia inflacionaria. Com a medida compiementar, o problema fica sanado: a prefixa^ao e livre para a carteira de automoveis e se mantera em 150 OTNs para o valor do premio dos demais ramos.

O presidente da Federa^ao Nacional de Corretores, Fenacor, Ro berto Barbosa,acredita que e precise fazer uma pesquisa sobre indexa^ao, principalmente "para averiguar como esta sendo aceito pelo corretor, agente legitimo da expansao do seguro". Segundo ele, os grandes e m^dios corretores aprovaram a me dida, considerando-a justa. Por outro lado, o pequeno corretor, locali-

zado no interior do pai's, ainda nao entendeu, pois a indexa^ao "foi pouco divulgada a nivel de Brasil. E precise chegar ate o pequeno corre tor". Entre suas sugestoes, Barbosa defendeu a indexa?ao da cobertura de RCF (Responsabilidade Civil Facultativa) distinta da de automoveis, o que na pratica representaria apenas a otenizagio da franquia, acompanhada de prefixafao do premio e corre^ao das garantias.

Algumas discordancias, todavia, surgiram da pane de representantes das seguradoras, que insistem em ^uma maior regulamenta^ao das opera^oes em OTN por parte da Susep e do IRB.O pedido nao foi aceito pelo superintendente da Susep, que voltou a lembrar que o mercado e que deve se auto-regular.

Por enquanto, a opera^ao de resseguro do seguro indexado ainda nao alcangou os efeitos esperados, como afirmou o diretor de opera^oes nacionais do IRB,Luis de Souza Alves.

Para ele, a oteniza^ao era uma necessidade do mercado para reparar uma situa^^ de injustiga: o abocanhamento por pane da infla?ao dos valo res segurados. Quando o proprio setor come^ou a tentar solucionar este problerna, emitindo endossos, criou-se outra dificuldade. Os custos de processamento, tanto da apolice quanto do resseguro, tornaram-se muito altos. "Na verdade, era o mesmo negdcio visto varias vezes", esclarece Luis Alves, que acreditava na indexa^ao como possibilidade de diminui^^ desses custos processuais. Como o seguro em OTTJ e facultativo, cabendo a companhia seguradora e a seu segurado a escolha damodalidade de pagamento,o diretor de operafoes nacionais do IRB teme uma duplica^ao do trabalho. 'Trabalhando com documentos separados, corremos o risco de dobrar custos e esfor^os", diz, acrescen-

tando que, para evitar isto, e precis" planificar o seguro indexado em W das as areas. "Alem do encaixe re^ do premio, havera facilidade negocia^ao com resseguros extef rasil nos",preve ele. Atualmente,o Br enfrenta obstaculos de colocar t"®' seguros no exterior em fungao desva!oriza?ao. A entrada da permitiria internamente e exter"®' mente o pagamento indexado.

A indexa?ao, porem,teve a.\gnt^f concessoes para permitir a adaptaC"" ao modelo segurador nacional. caso do resseguro, apos inumef®^ reunioes entre o IRB e as segurad'"' ras, foram garantidos 12 meses cof previsoes de permanencia dos nhos liquidos, sendo 90% nos Q"'' tro primeiros meses, 70% nos tro seguintes e 40% nos liltimos O que ocorre com o resseguro um seguro indexado, na realidadCt ^ que ele apenas acompanha a introdi' Cao da OTN.Nem mesmo a apro^^ ?ao da prefixa?ao das fragoes premio deve trazer altera^oes si^' ficativas em relag^ ao resseguro. superintendente da Susep,Joao R; gis, faz questao de expiicar que havera prejuizo com a fbrmula 9*^^ devera ser aprovada. Conforme a guradora encaixe uma parcela ® premio em cruzados, sera calcula® o correspondente em OTNs e tuado o pagamento depois ao iR^ pela OTN do mes do pagameo'^^' multiplicada pelo niimero de OT^* equivalentes a fra^ao do premioEmbora tenha vindo atender a ui'' desejo do proprio mercado, a intr^' du?ao da OTN ainda promete leva" tar polemica e suscitar duvidas na aplica?ao, com correntes oposta^' uma pedindo uma regulamenta?®^ que parta da Susep e do IRB, oof^ alentando a esperan^a de ver o seto^ caminhando com as proprias perna^ para a resolu^ao de seus problernaSEnfim, a economia de mercado.

a bolsa

'Pereira da Silva

de Itao batida ji entrou para o folclore ^popular,lamentaveimente. Agora,de . paisagem por Nova lorque, acomV panhei por uns dias o drama causado 'pela queda vertiginosa da Bolsa de Valores de la. culminando como tra- ..wj gico assassinate do operador de uma corretora, cometido per um cliente desesperado. Deu a vida pel.a Bolsa. Devia ter colocado todas as suas economias no inesmo saco. Obviamente

WHAT TO DO WITH YOURMOHEY

WHILE YOUHE DECIDING WHAT TO DO WITH YOURMOHEY.

houve outros que perderara muito mais que este frustrado aplicador, principalmente as grandes empresas ^^ameiic^as^j^ oue se mantiverani cauteloso" 7?-experiencia de 29 amadureceu o mercS^^que.procurou prontamente reagir ^ovas .apUcaeoes, evitando-se as ^Sndes para que os indices nao calssem-am3a.-;mais. Se pa,^ um detenmnadp segmer^ia^to daqueda foi uma ocorrencia draihatica, para outros o momento surgiu como de oportunidade, bem ao gosto da livre iniciativa. Algumas instituicdes financeiras viram ali uma chance de atrair capitals das maos de investidores amedrontados para os seus pia nos de renda fixa, e foram para os jornais com aniincios de paginas inteiras, alguns ate com razoavel dose de humor. Como eu estava laparaset juri de urn festival de publicidade. aproveitei para sondaralguns colegas da area no sentido de saber se havia prenuncio de crise no setor, pois o supunha abalado pelo impacto nega tive dos anunciances, que cenamente deviam ter seus resultados financeiros comprometidos. Mas para minha surpresa, alias agradavel, ainda nao havia registro significativo de corte de verbas publicitarias. Pelo contrario, justamente naqueie periodo estava acontecendo um pe queno acrescimo de volume. Alem dos anuncios sobre finaticas, produzidos para atender a ocasiao, nunca vi tanto comercial de remedio como naquela epoca. Talvez seja por estal razao que todos sairam tao rapida-l mente da' ressaca provocada pelal queda da Bolsa. ,[

INDEXAgAO
COMUNICACAO E MARKETING
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-fj^jerslaffiiBj^j^habituamos com a •J^'.expressao^a.boisa ou a vida", fMtiltS usada pelOsasSaltantes,que
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REVISTA DE SEGURO^ m ^ev M/ameirsnMe toPUTYOURMONer WatEMKMBAMC ista DE SEGUROS 15

R.C. no Brasil — necessidade uma revisao profunda — de Antonio

de uma fabrica, independentement® de seu porte,e capaz de compronie* ter a situagao de um grande grup" empresarial. Todavia, o vazametitOi ainda que pequeno, de um deterni'' nado produto, dentro desta fabric^ pode signlficar o fim do grupo, consequencia das indenizagoes q"® ele esta sujeito a pagar. Ou seja." risco de responsabilidade civil sou para o primeiro piano, ait'®' agando de forma mais grave o pa'^' monio das pessoas.

por motivos politicos, ele assume mas nao executa, onerando a totalidade dos contribuintes.

Enquanto um americano ou um europeu cobra de terceiros os danos causados, desde uma simples quebra de um par de oculos, o brasileiro deixa de lado o seu direito e assume o Ptejuizo, mesmo em casos de morte. A unica exce^ao tern ficado por conta dos sinistros de automovel,e mesmo ®ssim porque as companhias seguradoras deram o exemplo, ressarcindo-se dos prejuizos conseqiientes dos pagamentos de indenizagoes. Como americanos e europeus co^tam OS prejuizos causados per ter^^iros, eles tambem se protegem, fey^ndo seguros que Ihes garantam o Patrimonio no caso de causarem daPos a outros. Assim,o seguro de resPonsabilidade civil nesses paises vem desenvolvendo de forma acelerada, tanto no volume de preraios ^omo naabrangencia das coberturas.

almente livre entre as companhias, permite que um seguro de responsa bilidade civil chefe de familia, com importancia segurada relativamente alta, esteja ao alcance de qualquer pessoa por um premio bastante baixo.

Ihor protegao.

A partir da i.ndustria aulomobilislica, o acesso brasileiro ao desenvolvimento internacional.

Quando Riobaldo Tatarana, em Grande sertao: veredas, afirma que "Viver e muito perigoso", seu universo e o sertao do norte de Mioas Gerais,na primeira mecade deste seculo. E se era la e naquela epoca,o que dizer de hoje, com todas as transforma?6es por que passou o mundo! A Segunda Guerra Mundial e o divisor enrre a huraanidade da Revolugao Industrial e a humanidade da Era Tecnologica. Ela separa dois tipos de vida, com muito pouca coisa em comum.

A humanidade da Revolugao In dustrial vinha sendo atacada por forcas que mudavam a sociedade, sem, contudo, alterar as nogoes de patria, religiao e moral. Com o fim da Se gunda Guerra Mundial,a subida dos Estados Unidos e da Uniao Sovietica para o primeiro piano entre as na^oes comegou a modificar estes conceitos^ e o mundo, ate entao imbuido de princi'pios europeus, passou a ser bombardeado por conceitos americanos e russos, que alteraram profundamente a visao dos povos em reia?ao a vida, a patria,aos costumes e, especialmente, a moral e ^ respon-

sabilidades.

O incrivel progress© tecnologico, consequenre da Segunda Guerra, destruiu as no?6es de fronteira, eliminando as distancias no tempo e no espago e for^ando os povos dos varios paises a uma integragao que ainda esta em andamento,mas que ja deixou marcas profundas,impondo a universaliza^ao dos modos de vida e arrasando tradigoes milenares em poucos anos.

A expiosao da Informatica, que agora atinge picos extraordinarios, embora ainda esteja dando seus primeiros passes, vem afetando a vida das pessoas,aumentando o tempo de lazer e modificando todos os concei tos de trabalho e remunera^ao. Enfim, o mundo passa por transformagoes violentissimas, provavelmente as primeiras, desde o domfnio do fogo e a inven^ao da roda,capazes de criar uma sociedade nova, diferente de tudo o que ja aconteceu.

O mercado segurador tambem sentiu os efeiios destas mudan?as, tanto que os principals riscos de hoje nao sao os principals riscos de vinte anos atras. Dificilmente o incendio

O Brasil enrrou no process© desenvolvimento mundial com airt"' pIanta<;ao da industria automobil'^' tica no pafs. A vinda das grandes presas do setor trouxe uma serie outras companhias que, direta ou diretamente, gravitam ao redor fabrica^ao de automoveis. Dai ca, 0 pais progrediu rapidamen^^' transformando-se de uma econoru'^ agropastoril num pais industrially^' do, ocupando um lugar de destaqi*^ entre as na?6es. Acontece que lugar de destaque e relative, e a tancia que ainda separa o Brasil d"' paises desenvolvidos e enofO^^' refletindo-se de forma marcante mercado segurador nacional.

O brasileiro nao tern a nofao ressarcimento de danos causados terceiros arraigada dentro de si. comuns frases do tipo: "Nao adiantar nada mesmo", como de^' culpa para nao trocar produtos estf^' gados, ou deixar de cobrar indeniz^' ?6es a que se tern direito. O propr'^ govern© e o primeiro a dar o exei"' plo negative, deixando de honr*'^ uma serie de compromissos,que vaO desde a devolu^ao de imposto renda at6 o pagamento de indeniz^' 96es de vulto, e deixando de cobr^f quantias enormes, conseqiientes ma administra^ao ou fraudes, qu^'

Na medida em que seguro e masquanto mais pessoas fizerem um ^^guro, mais barato ele custara. Esta ^ ""^gra, aliada a uma concorrencia re-

A concorrencia desenfreada pode levar a excesses,como aconteceu ha poucos anos nos Estados Unidos. Neste pais houve quase que uma neurose de responsabilidade civil, com a?6es e senten^as condenatorias que atingiram as raias do absurdo e, como conseqiiencia,geraram prejui zos jamais vistos na historia do segu ro, responsaveis pela quebra de centenas de seguradoras e pela altera^ao radical da politicade comercializa?ao das apolices de responsabilidade ci vil,chegando,em alguns casos,a prejudicar o desenvolvimento de pesquisas medico-cientificas, pela impossibilidade do orgao ou erapresa pesquisadora conseguir cobertura securitaria adequada.Por outro lado, esta mesma concorrencia leva ao de senvolvimento de novos conceitos, que permitem ao segurado uma me-

No Brasil, o descaso do brasileiro, a falta de interesse das seguradoras e o desconhecimento praticamente to tal das coberturas levaram a uma atrofia do seguro de responsabili dade civil. Atrofia que precisa ser sanada rapidamente, com uma pro funda revisao dos conceitos de co bertura, ja que a nogao de danos ma terials e danos pessoais deixou de ser suficiente; com campanhas de conscientiza^'ao dos riscos e divulgagao das coberturas, uma vez que, lentamente, vai se formandb uma jurisprudencia condenatoria; com a forma^ao de pessoal especializado, atraves de curses e acesso f^il ao que acontece no mundo, porque, dia a dia,a economia brasileira vai se interligando mais a economia mundial, e sem cobertura de responsabilidade civil dificilmente os produtos brasileiros serao aceitos em outros paises, perdendo muito de sua competitividadc.

O autor e consultor de seguros e diretor do Centro de Comercio do Estado de Sao Paulo. . •

memnm precisa,pdo pte^odeumsd i

ComTrato e o seguro da General!que,em uma unica apolice,garante as empresas contra incendio^ expiosao,queda de raio, vendaval,granizo,queda de aeronaves,impacto de veiculos terrestres,alaga' mento, tumultos,comogoes civis e riscos congeneres,lucros cessantes total e parcial,roubo e furto qualificado,perda de valores estacionarios,perda de valores em transito,responsabilidade civil, perda de aluguel e acidentes pessoais de empregados. Tudo isso sem a necessidade de vistoria previa e com uma serie de vantagens e facilidades que voce nem vai acreditar.

Chame seu corretor e conhega ComTrata O grande seguro da pequena e media empresa. Como a sua.

T RESPONSABILIDADE CIVIL
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REVISTA DE SEGUROS
ComIi:ato,daGenerali. Acobeitundetocboss^uios quea
GEJ^RAU UENEIiUi Av. RioBranccs 128-7? andar-Tel.:(021)292-0144 Telex:(021)22846 AGIV BR - Rio de Janeiro - RJ

A tecnologia garantida

A amp/a informatizagao da sociedade encaminha o setor de seguros para a implantagao de uma carteira especializada. O seguro para equipamentos que vao desde os CPDs aos micros, passando pela robotica, vem sendo operado ha 13 anas no ramo de riscos diversos eja dispoe de uma apolice all risks.

Quando,era maio de87,

ura incendio destruiuo predio da Companhia Eletrica de Paulo — CESP, na Av.Paulista, no centro da capital desse estado, uma preocupa^ao iraediaca com prejuizos, perfeitamente cabivei no momento, dominou OS diretores da empresa. Ela aumentou principalmente depois que o fogo foi debelado, quando se percebeu a despesa incalculavel que representaria a recom-

posi?ao dos dados armazenados nos computadores. Em meio as chamas, a despeito das recomenda^oes e advenencias dos bombeiros, equipes de funcionarios retiraram do ediflcio fitas contendo informa^oes da empresa e passaram-nas atraves de umacorda,jaque seu formato e de disco,com um orificio de encaixe no meio. Isto garantiu a manuten^ao daqueles dados, muito embora seja pratica

Existente ha muitos anos dentro da apolice de riscoS diversos, como coberiura de equipamentos estaciona* rios,0seguro de informatics propriamente dito come^ou a circular oficialmente entrc nos no ano de 86, como cobertura de equipamentos eletronicos de baixa voU^* gem,inserido na carteira de riscos de engenharia. "N" primeiro ano, tivemos u/O® emissao em torno de apolices", revela Jose Paulp de Aguiar Gils, chefe da D'' visao de Seguros de Enge nharia do IRB.

A pesquisa em torn" desta modalidade de segurO' entretanto, e anterior.

CESP, que, depois do in cendio, resolveu solicitar Uma cobertura adicional de recomposi^ao de dados.

Varledade

corrente em informatica manter-se uma copia dos programas em outro local, exacamente para evicar imprevistos dessa natureza.

Apos o resgate deste material, entretanto, restava organiza-lo, o que parecia uma tarefa impossi'vel aquela aJtura dos aconteclmentos. Fora de ordera, os discos so puderam ser reordenados gramas a memoria dos empregados da CESP.

Um gasto adicional muito al to, uma vez que tudo teve que set regravado e em re gime de urgencia, dada a necessidade que a companhia tinha desse material.

Tal infortunio poderia ter sido minorado com um pequeno detalhe, muitas vezes desprezado. mas que na maioria dos casos se revela mais que um simples deta lhe,sem nada de pequeno:o seguro.

1983, a Companhia de Se' guros Argos come^ou a interessar em desenvolver o seguro para microcomputadores de uma forma dife' renciada do que existia o® carteira de riscos diversoS' Na Feira da Micro- Inform^' tica,em Sao Paulo,dois anoS mais tarde, a segurador^ lan^ou o novo produtO' "Houve um grande sucessO' e as pessoas procuraram se' guros para CPDs", cont^ Marcos Marcondes, vice-d'' retor da Argos."Seis mese^ depois, fizemos o lan^^' mento do macro-seguro de informatica, na Feira Inter' nacional de Computa?aoCom associa^ao acionaria d^ Chubb Insurance CompanV' empresa norte- americana,^ Argos tem entre seus clieotes as empresas do grupo Ci" tibank, do qual tambem fa' zem parte a Metal Leve, a Ciba Geigy, a Souza Cruz,a Brinquedos Estrela e a

Na verdade, o seguro de informatica pode tomar varios aspectos, em fun^ao do interesse do usuario, coi^o explica Cicelly Sette, assessora do Departamento de Operafoes Especiais do IRB."O seguro tem va^'Os enfoques e funciona de acordo com o desejo e uecessidade do segurado. Existe uma liberdade de es^olha." Assim, as op^oes fientre o seguro de in^undio,que cobre tambem o Material de informatica,o de luebra de maquinas,que faz Parte da carteira de enge nharia, o de roubo, feito ®traves do ramo de roubo,o riscos diversos e, finalniente, o de riscos de enge nharia, tambem conhecido ^omo a/I risks, pois e a co®rtura mais ampla, Em riscos de engenharia, considerados instala^oes n equipamentos de baixa "oltagem aqueles cuja de'Panda de energia eletrica e, ^"1 geral, reduzida. Assim, Podem ser seguradas insta'Soes de processamento n'etronico de dados (CPD), j ® telecomunicagoes, as ten^isoras para fins comer^'®is, OS equipamentos de ^Ualises, microscopies ele^''onicos, radiointercomuni^®?6es, paineis eletronicos, ^alculadoras, sistemas de ^Wme, equipamentos usaem medicina nuclear, n^iuipamentos odontologisistemas eletronicos de Pavegagao e ace mesmo uma ^opiadora, Cada uma das diferentes nfertas em termos de seguro informatica atende a um ^egmento da necessidade do ^egurado. Desta forma, a '^EVISTA DE SEGUROS

cobertura basica do seguro contra incendio, no caso de computadores, previne apenas contra o siniscro desta eventualidade e de raio e explosao. E uma co bertura bastante reduzida, que trata o equipamento de informatica pelos mesmos par^etros usados para uma televisao ou para a casa de uma pessoa. Nao existe a diferenciagao tecnologica.

Esta caracteristica, alias, esta presente tambem no seguro de roubo, uma vez que sua apolice preve ape nas o caso em questao. Na cobertura para quebra de maquinas, comega a haver uma preocupagao mais voltada para o equipamento era si. Assim, aqui encontramos a protegao contra gelo. geada e tempestade, mas tam bem contra acidentes de causa interna, inclusive defeitos do material e falhas operacionais. Nesta cober tura, alem disso, entao incluldos danos eletro-eletronicos, curto-circuitos e ate o desentulho do local, passando ainda pela transladagao dos equipamentos dentro dos locals segurados. No ramo de riscos diver sos, que vem sendo usado para segurar computadores de todos OS portes ha pelo menos 13 anos, data de sua tarifagao (anteriormente era operado sem uma tarifa regulamentada. Cada caso era estudado isoladamente, situagao que ainda ocorre com o seguro de todos os riscos), so estao previstos os proplemas de causa externa roubo ou furto qualificado (nunca o simples desaparecimento do objeto), desmoronamento,quebra de aeronave, impacto de vekulos, vibragbes, gelo, geada e tempestade, alem da transladagao dos equipamentos no interior dos locais segu rados. "Incendio, raio ou

explosao nao estao na apo lice de riscos diversos", acrescenta Ronaldo Joaquim Pereira Novis, chefe daDivisao de Riscos Diver sos do IRB,"mas ja estamos aceitando, bem como alagamentos e inundagoes".

O mais abrangente de to dos,oaUrisks, assegura pro tegao contra todos os possiveis sinistros citados ante riormente, com a vantagem de serem enquadrados em uma perspectivatecnica. Na opiniao do chefe do setor tecnico da Seguros da Bahia, Sisson Guedes Peres, butra seguradora que,alem da co bertura de equipamentos estacionarios, possui uma especifica para computadores, "a apolice de equipamentos de baixa voltagem, na car teira de riscos de engenha ria, e uma cobenura muito mais ampla, que atende muito mais as necessidades deste tipo de equipamento".

Comegando recentemente a operar com o seguro de in formatica, a Seguros da Ba hia tem apenas 12 apolices,a maioria de pessoas juridicas, e somente um caso de pes soa fisica que requereu o se guro para seu microcomputador. Entre seus segurados, a Seguros da Bahia conta com OS Centres de Proces samento de Dados da Salgema, Indiiscrias Quimicas, com sede em Maceio, e da

Beltran Engenharia, de Sal vador, e alguns micros, como o de uma corretora de seguros baiana e de uma imobiliaria.

O vice-diretor da Argos diferencia o seguro de in formatica que sua compa nhia oferece do tradicional de riscos diversos:"Fazemos uma analise do contrato e dos riscos, alem daavaliagao tecnica." No caso de leasings, ele adianta que nao existe a distingao. "Se o equipamento for de responsabilidade do operador, fa zemos o seguro." Embora a taxa seja fixada pelo IRB de acordo com cada caso, a Ar gos tem uma tabela de custos propria, pela qual a co bertura basica para micros de pessoas fisicas fica em 3%, para micros de pessoa juridica ou empresarial en tre 0,55 a 1,5%,e CPDs en tre 0,28 a 0,55%. As taxas da Seguros da Bahia ficam em torno de 0,36%,para ris cos diversos (que e o valor estipulado pelo IRB para esta caneira), e em 0,31% para equipamentos de baixa voltagem.

Marcos Marcondes acredita ainda que, para fins de hardware, o macro-seguro funciona como uma cober tura tipo guarda- chuva, em que se podem agregar outras modalidades de cobertura.

SEGURO DE INFORMATICA
1S
REVISTA DE SEGUROS
SegundoJose Paulo Gils,no
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No IRB,Jose Gils e Cicely Sette aperfeigoam a apOlicea// risks para a informatica.

i^gurando os piratas

Desde os ingieses, apirataria acda olta, e ha, em gerai, poucos meios |e controU-ia. Exemplos bem cohecidos de todos nos tem sido as gopias piratas de fitas de yideQ^^^/;r

Is, que eram alugadas indiscriminalamente porlocadoras dervideo,sem sue se tivesse um criterit^tico codluzLodo as negociagoespAlem d Ivasao de divisas, ocorrW^um desIrezo pelo consumidor, cjiae era |rindado com fitas de pessin^Qualilade e que fugiam das vistas daEmsrafilme. No caso da inform^ica, aao poderia ser diferente. Ha d^^de ato pure e simples de imitar atfi o so indevido do sistema de proce ttento de dados, com o cons luente desvio de informagoes, di[heiro etc. Ou ainda o fato de'melinos travessos' entrarem em CPDs ae alto sigilo. O seguro poderia |branger este tipo de Ou mehor, existe alguma cobertura que 3ssa garantir a seguran^a de inforaa^des, contribuindo para diminuir Lu mesmo acabar com a pirataria.^

O mercado internacional oferece Jsta modalidade de seguro, de cordo com Ciceliy Sette,do Deparaento de Opera^oes Espe^to dp

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IRB, com uma difeten?a de conti-. nentes. "O mercado europeu e muito cauteloso nas aceita?6es, sendo que alguns paises, como e o caso da Alemanha, nem pensam em garantir tais riscos, operando somente com cobertura de danos fisiiCps. Os Estados Unidos sac mais co^erci^s,e tfim uma seguradora que Opera s^o' com estes riscos, a Shand orahan." i^bsmo assim", acresta Cicelly, S^^bmbrios.siio base c^-tSTs; se^oy cor^pdtai fados' peW

ipis os pregos sao altos; dade de conven-j ecessidad pre 'aoa-

am' seguranca 'qualificado o seguro para piratari, efirmformatica, embora tenha ha-

com

a tecnologia atual no campo da informacica. Conforine revelou a assessora do Deope,somente em 85 a Secretaria Especial de Informatica baixou portaria criando uma coraissao,chamada de Prote^ao de Dados, com 0 fim de levantar e avaiiar as questoes reievantes de catater tecnico para proce^ao do sigilo dos dar dos armazenados, processados e veiculados(principalmente quanro a seguran?a logica). Esta comissao estudaratambem aseguran<;anas transfc" rencias de dados e a garantia fisica das instalacoes. Dela participam embros dos Ministerios da Mariha, Exercito, Aeronautica, Ciencia eYTecnologia, Comunica?6es, Fazettda, Industria e Comercio, Rela?6es Exteriores, Conselho de Segu?a"^acional, Tribunal Superior eitoral, -Embratel, Telebr^ ® ABNT.

de Nofxpas Tecnicas,"por sua vez» instituiu v4ri«.c6miss6es de estudos paraoestabelecimento de normas de seguranca, tanto fisica quanto 16gica» de computadores. A partir da cria^ao de regras definidas e que o pais pO' dera voltar a pensar na entrada no mercado de um seguro que cubra ris cos de pirataria, conclui Cicelly Set te.

Da mesma maneira,sao of®' recidas outras clausulas q^® podem complementar est® seguro, como a recompoS' ?aQ de registros de doc*^ mentos,que, no exemplo° CESP, se tivesse sido fe'®^' representaria uma enorf^ economia e a garantia da f®' constiiui^ao da informa^^"'

por ser cobertura de risco, vai ficar restrita ao ressegutador, porque nao tem massa". Ele garantia, porem, que "as condkoes deverao ser divulgadas no proximo ano, porque estao sofrendo Ulna atualizacao para serem aprovadas pela Susep".

De acordo com Sisson Guedes, a aceitagao do se cure de equipamentos de baixa voltagem nao precisaestar sujeita a previa au^oriza^ao do IRB. Na sua upiniao, o IRB poderia ter ^ado autorizagao para emisdireta. "Isto retarda a ^Pera^ao,embora nao esteja Pf'opriamente impedindo o '^esenvolvimento do mercaO chefe do seror tec"'co da Seguros da Bahia arhsca, porem, um diagnosti*•0: "Geralmente as grandes ®nipresas tem CPDs, e faseguros de incendio,de ^niultos. O incendio, que seria o risco principal, jaesta ^^®ndido pela apolice de in^Undio. Talvez ainda nao a atengao para um se cure mais especlfico", diz Marcondes, da Argos, ^redita, contudo, numa de crescimento real ^'evada, com o mercado em ^anca expansao. A mesma "^Pitiiao parece ser a do ^befe da Divisao de Seguros ® Engenharia do IRB, se^ndo o qual o orgao fara ^Ha apolice de equipamen tos eletronicos, no mo^ento em fase de estudos t'nais.

Acessorios

Roubo e furto qualificado para pessoas juridicas sao, entretanto, uma cobertura acessoria que pode ser acrescentada a modalidade principal de todos os riscos.

r

A Industria Villares, robotizada em sua produ^ao metalurgica, adquiriu um macro-seguro para seus 3 robos cobertura especial de transporce.

Cicelly Sette faz questao de reforcar a cobertura adicional de recomposigao de dados, que pode ate cobrir OS di'gitos, as fitas, mas nao o velamento magnetico ou a impericia do operador, per exemplo. "O que se cobre, no caso de um incendio, e a despesa para recompor aqueles dados, nao adespesa de programagao. Os dados Aosoftware, a parte logica da coisa, nao tem cobertura em seguro porque e dificii dimensionar o custo disso", esclarece a assessora do De ope, lembrando que "equi pamentos voce substitui, dados nunca".

o curto- circuito provocado por um cafe derramado no aparelho ao ser servido e abrangido pelo seguro, que cobre todo e qualquer dano de origem externa e subita no equipamento.

Alem da cobertura b^ica, que trataria da maquina em si, a Estrela conta com a co bertura adicional de recomposigao de dados. O seguro foi feito ha cerca de um ano e meio, em fungao do arrendamento de computadores de propriedade do Citibank.

Constam ainda deste ele"^ CO despesas extraordinari^' valvulas e tubes, cabos C' ternos ou subterraneos ^ perda de aluguei, Como esta cobertur^

ainda nao e tarifada, todas seguradoras tem que se dk|' gir ao IRB, conforme C'' celly Sette. De acordo co^ Jose Paulo Gils, a previsa" de tarifagem, "inicialment®' REViSTADESEGUPO^

A maior parte dos segurados e constituida de pessoas juridicas, e esta concentrada em Sao Paulo. No Rio de Janeiro, aCQIL, empresado grupo Fcrmiplac, embora concatada, ainda nao tinha acertado com a Integridade Segurtec Contract, corretora interniediaria entre a Fabrica de Brinquedos Estrela, que tem o seguro de riscos de engenharia, com uma apolice de equipamen tos de baixa voltagem, e a Argos, seguradora que ofe rece a cobertura. Segundo o engenheiro Jose Carlos Cardoso, da area de inspegao de risco da corretora, ate

"Quase todo conttato de arrendamento em informatica exige seguro", afirma o en genheiro. Sem nenhum slnistro ate o momento, a in dustria de brinquedos mantem segurados monitores de video, impressoras, unidades de discos e de fitas, e a unidade de processamento computadorizada (CPU), considerada o coragao do sistema.

Outra segurada e a Souza Cruz, fabricante de cigarros, que contratou recentemente uma ap61ice de se guro de engenharia, inrernamente batizado de ma cro-seguro, em obediencia a uma clausula contratual do leasing de equipamento com o Citibank, conforme declaragao do gerente tecnico da Eldocor, corretora do gru po, Joao Paulo Bitrencourt.

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vido consukas de^gumas-se^r^S3»--»-- A ABNT —^ Associa^ao Brasileira ras ao IRB sobre a viabilidade de implanta-lo aqui. Ciceliy acredita que isso se da pela faita de uma cuitura em prote^ao de dados, particularmeme no que diz respeito a seguran^a das comunicatoes. Ela inclui tambem a carencia de profissionais habilirados para a implementag^ e aplicagio destes mecanismos,e a auseocia do uni suporte legal adequado •;,x
Marcos Marcondes, da Argos, satisfeito com a resposta do macro-seguro para informatica.
all risks so nao existe a "co bertura para roubo e furto de micro para pessoa fisica. Pessoa jun'dica nao tem este problema". O que significa que o-Individuo que possuir em sua casa um pequeno microcomputador, se preferir contratar uma apolice de equipamentos de baixa voltagem, tera que complementa-la com um seguro contra roubo.
Entre as coberturas aces^Orias, ha uma especial para ^ feiras de informatica, forOecida pela Divisao de Ris^Os Diversos. Se o equipatOento estiver so em exposisem demonstra?ao, sao t^ferecidas basicamente as t^esmas condi?6es dadas ao ^■^Uipamento estacionario, Oome que designa os coml^Utadores dentro deste raOio, admitindo tambem a ^evista de seguros
Esta situagao, que parece ser a mais freqiiente no registro dos usuarios desta modalidade especifica de seguro de informatica, e quebrada em parte pelas Industrias Villares. A empresa tem duas divisoes para seus equipamentos de informati ca. Uma trata dos terminals de video, dos microcomputadores e dos terminals de impressoras, todos com se guros de riscos diversos, como informouo supervisor de contato em informatica, Edmir Osorio. A outra divi sao cuida da robotica, atraves daEletronicaDigital Vil lares. No caso da cobertura de riscos diversos, o premio e calculado mensalmente, de acordo com a localizagao fisica dos computadores, que sao todos alugados a IBM. Desta maneira, a manutengao corre por conta da Villares, que, por contrato, efetua o seguro de transporte e, depols que os equi pamentos sao instalados, a ap61ice de RD, atraves da Companhia Nacional de Se guros. Os tres robos, que operaram na linhade produgao metalurgica, por suavez, sao de propriedade da Villa res e possuem um macro-se guro da Argos, que equivale ao que e chamado pelo IRB de seguro de equipamentos de baixa voltagem da car-

reira de riscos de engenharia. Desta maneira, nao apenas OS efeicos extemos sobre OS aparelhos estao garantidos,como rambem qualquer falha no funcionamento, o que se tornaprofundamente necessario em visra do seu acuramento tecnologico.

Entretanto, este seguro mais especifico para instala?6es de computador, que preve a especificidade ma-

quina,aindanao atingiu atotalidade do mercado. Quem precisa de uma cobertura de informatica tem preferido utilizar apolices de riscos diversos ou mesmo a mais reduzida op?ao,o seguro con tra incendio. De fato, o IRB confirma que o seguro de equipamentos de baixa voitagem ainda nao tem um volume que justifique uma carteira independente. De

Garantia de mercado

Apesar de alvo de muitas criticas e • objeto de discussoes varias, a Lei de Informatica completou neste segundo semestre tres anos. Promulgadaemoutubro de 1984,elaestabelece que ate outubro de 1992 as importa^oes de bens e services de in formatica estar^ sob o controle da Secretaria Especial de Informatica. Com isso, ficam proibidos os jointventures (associa?ao com capital estrangeiro) na area tecnologica e deflnido o criterio de empresa national — aquela cujo controle acionario, decisorio e de tecnologia esta em maos de cidadaos residentes no pais, e que se torna a linica habilitada a fornecer bens e services a orgaos piiblicos.

Conhecida como lei da reserva de mercado, esta defesa do produco de origem brasileira comegou em fins de 1975, quando, depois de tentar, por quase tres anos,associagoes com empresas estrangeiras para a produCao de computadores em territorio nacionai, o Brasil cometou a tomar medidas que viabilizassem um crescimento da fabricai;^ nacionai. Esta atitude tambem aproveitava as restri?6es « importa^oes, que visavam ao equilibrio da baian^a de pagamencos do pais.

Alguns meses mais tarde, ja em 1976, a Comissao de Coordena^ao das Atividades de Processamento Eletrooico iCapre), orgao da Secre taria de Planejamento criado quatro anos antes, recebeu a incumb^ncia de formular uma politica nacionai de

qualquer modo, ha confianga no desempenho do mercado, apesar de inforrunios e .crises economicas.

"Este ano, estamos apenas renovando as apolices contratadas no ano passado", revela Jose Paulo Gils, do IRB, "mas neste meio tempo tivemos Piano Cruzado, Piano Bresser, congelamento, e o setor de engenharia e muito sensivel".

Enquanto 88 nao vem, trazendo pelo menos novas perspectivas(se nao der para trazer boas nocicias e realizagoes), resta trabalhar pela divulga?^ de um produce que ainda e considerado jo" vem e que pode contribuir para o desenvolvimento do mercado de informatica bra* sileiro, atuando como um® especie de garantia tecnolo* gica. •

Seguro para Hardware: Pioneirismo e Experiencia Citibank Seguros

A Argos Companhia de Seguros, uma empresa do grupo Citibank, criou um Produto especifico para 0 mercado brasileiro de informatica: o Macro Seguro Argos.

A Leide Informatica,de 1984,ampliouo numero de ehipresasbrasileirasdo setot' informatica, cuja atua?ao ficou sob OS auspi'cios de um conselho interministerial. A primeira resolugao da Capre, datada de 15 de julho de 1976, pode set considerada como o principio efetivo da reserva de mer cado, pois garantia a iniciativa natio nal a fabricagao de minis e microcomputadores.

Subordinada ao Conselho Natio nal de Seguran?a, o que Ihe vaieu a participacao forte do Servi^o Nacio nai de Informagao (SNI), a Secreta ria Especial de Informatica (SEI)foi instituidaem outubro de 1979- Com aaprova^ao da Lei de Informatica,de numero 7.232, a SEI ficou vinculada ao Ministerio da Ciencia e Tecnolo gia,e passou a funcionar como secre taria executiva do Conselho Nacio nai de Informatica e Automa^ao (Conin), estabelecido pela mesma lei.

Apesar deste longo processo, em que ]i se vao pelo menos 12 anos, ainda ha um debate nacionai sobre a

questao da reserva de mercado. OS criticos afirmam que eia so leva ao nao-desenvoivimento, pois impediria o pais de entrar em contato com tecnologias novas e mais sofisticadasOutros asseguram que a lei termina por implantar o regime de cartel para 0 setor, beneficiando uns poucos em detrimento da maioria. Quem e a fa* vor, entretanto, diz que os melhores argumentos sao os numeros.

Nestes tres anos, o numero de empresas que atuam nas varias subdivisoes — computadores e perifericos, teleinformatica, equipamentos para automa^ao industrial, instrumenta^ao digital e microeletronica — com seu projeto de fabrica^ao aprovado pela SEI, pulou de 227 para 401, dos quais 370 nationals e apenas 51 estrangeiros. Ate o ano passado, 150 mil pessoas estavam empregadas na area,que tinha um faturamento bruto no mercado intemo de US$ 2,2 bilhoes em 84 e chegou a US$ 3.1 bilhoes dois anos depois.•

Seguro do Tipo "All disks'' para cobrir o Hardware

Garante seu equipamento Centra acidentes externos e internos:

• Contra falhas humanas: erros decorrentes de projetos ou montagens, uso indevido do equipamento.

• Contra falhas mecanicas ou el^tricas: curto circuito, falha nos dispositivos de seguranga.

• Contra fendmenos da natureza; queda de raio, inundagao, lnc§ndio...

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principalmente os- prejuizos decorrentes de uma paralizagao;

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1.
22 REVISTA DE SEGUROS i
I
Nome Empresa Cargo Enderego Cidade Telefone
Estado

Coberturas ao mar

Rose Cintra

Golfo do Mexico,! ® de dezembro de 1970 —; A plataforma

B-4 da Shell, com 116 homens a bordo, sofre o maior blow out ja registrado na hlsioria da prc«pec?ao maritima. Sao 11 po^os em chamas que so foram extintas 136 dias apos, acarrecando um prejuizo escimado em US$ 200 milhoes.

Rio de Janeiro, putubro de 1987

— Cerca de 80 pessoas participam do II Seminario de Seguros OnshoreOffshore, promovido pela Associa?ao Brasileira dos Perfuradores de Petroleo, com a realizacao da FEO

Corretora e Administradora de Se guros e patrocinio das seguradoras

Argos, Bamerindus e Alian?a da Bahia. O impacto das iraagens apresentadas no filme Controlling a Blow

Out ainda se delineia na retina. E embora nao exista uma maneira totaimente segura de evitar a ocorrenciadessesinistro, hapelo menos uma forma de minimizar suas conseqiiencias.E atraves do seguro de custos de controle de po^o e riscos correlates, cuja cobertura envolve pelo menos tres itens: o reembolso de despesas realizadas para coiocar ou tentar colocar um po^o sob controle, inclu sive a perfura^ao de relief welts; o re embolso de despesas para restaurar ou reperfurar um pogo danificado; e indeniza^oes por danos causados a terceiros por polui^ao, remo?ao e limpeza do oleo vazado, e despesas com honorarios de advogados e cus tos legais.

Tanto o seguro de controle de po?o quanto o de lucros cessantes ainda sao pouco utilizados no Brasil, e sua nao-contrata^ao reflete cober-' turas insuficientes para riscos tao vultosos. No caso de lucros cessan tes, OS perfuradores muitas vezes ficam expostos ao risco de ter uma pla taforma paralisada, e com isso deixam de obter receita para continuar pagando as sondas que tern seus fi-

nanciamentos contratados no exte rior. Na carteira de Responsabilidade Civil foi tambem observado, atraves dos debates, que muitas empresas estao parcialmeme cobertas nessa modalidade, onde se destaca o dano a terceiros causado pela plata forma,ficando vulneraveis aos danos causados por operngao de perfura?ao,conhecidos no Brasil como F34. Essas coberturas por vezes insatisfacorias, ou mesmo pouco conhecidas pelas empresas perfuradoras, podem ser de certa forma explicadas. O grande incremento da atividade petrolifera no Brasil se deu nos liJtimos seis anos,sendo portanto recente, e as taxas ainda sao consideradas alias pelos segurados. Entretanto, explica o professor Nelson Fontana, da Porto Nazareth Corretora de Se guros,"as taxas brasileiras estao bem dimensionadas e se mantem atualizadas em rela^ao ao mercado internacional". Atraves da corretora inglesa Sedgwick, represencada no semina rio por Clive Goddard,o Insticuto de Resseguros do Brasil acompanha as tendencias internacionais e com isso estabelece os criterios mais adequados para a taxagao. Hoje, a carteira do IRB e de cerca de US$ 25 mi lhoes, sendo que o coeficiente sinistro/premio nao chega a 30% desse total. E uma carteira pequena, avalia Fontana, exposta aos grandes sinistros.

Pequenosou grandes,os acidentes sempre acontecem,e no Brasil a regulacao e liquida^ki dos sinistros fica a cargo da Brasil Salvage. Em sua pa* lestra, o comandante Joao Carlos Cruz Santos fez questao de descacaf que e essencial o recebimento im^' diato pela Brasil Salvage das apolic®^ que cobrem o bem,assim como,dependendb dos valores envolvidos,^ comada de pregos ou concorrencia para realiza?ao da obra de coloca^ao do bem nas condi?6es anteriores ao sinistro. O mais importance continue sendo, entretanto, o intercambio informacoes entre as partes para 0 processo de liquida^ao se de forma satisfatoria para todos. No ano passado, o I Seminario Seguros Onshore-Offshore foi real'* zado exclusivamente para os funcio narios da Odebrecht, a que tence a FEO. A pedido da Abrap®'" entidade que congrega 12 empresaS perfuradoras, o 11 Seminario f"' aberto as companhias de seguro ^ empresas associadas,contando aind® com a participa^ao do IRB e da trobras. O objetivo foi o de difuod'^ a cultura do seguro e da prevenca" de riscos para melhor preservar o P^ trimonio das empresas e reduzir custos dessa prevengao. Nas palavra^ do gerente tecnico da BamerinduSJose Carlos de Almeida,"e um tab*' que esta sendo quebrado".

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II Seminario no Copacabana Palace. llMflHttiillVllMllw rnmmmmmm mmmmmmmm;
O presidente da Abrapet, Silvio Lovell-Parker, abreo
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CULTURA E LAZER

Planejamento e outras

criancices

Luiz Lobo

Eram dois ratinhos que agiam na Fazenda, sempre juntos, muico iJnidos. E que, invariavelmente, confundiam o velho gato. Descober'os e perseguidos,corriam juntos ate ^ue o gato estivesse hem perto e,encada um corria para um lado, ^ebcando o gato indeciso, estupefa^0, sem a?ao.

Ate que,um dia,o gato viu e ouviu ''a televisao a entrevisra de um golei''O- E aprendeu que o goleiro nao tem ^scolha e quase nao tem defesa no Penalti. O melhor e nem pensar e se ®firar, decisivamente, para um lado. As vezes e para la que a bola vai e o Soleiro vira heroi, que ninguem co^ra do melhor deles que seja capaz defender penaltis.

Quando o gato viu os ratos, mais "^ma vez chegou a sorrir,como so os Satos sorriem. Cofiou os bigodes a lingua e iniciou a perseguicao, "•omo sempre. Como sempre, os ra'os correram juntos,e quando o gato J-'iegou perto,cada um foi para o seu '®do,

So que o gato, dessa vez,escolheu lado e pulou. Pegou um dos ratos ® deu-se ao luxo de nao matMo, joSando-o de uma pata para outra, saOreando a vitoria e imaginando uma ^Orcida a aplaudir a jogada.

O rato apanhado,emocionado,fe^'do, assim que recuperou a lucidez SHtou por socorro,socorro, pedidos ^^sesperados que dirigia ao amigo e J^srceiro seguramence abrigado. Esse '^Uvia OS gritos mas estava calmo. E ^^ma foi o que pediu ao amigo:

,

■— Calma, que eu estou planejan- do.

■— Mas planeja depressa, que a si^Uagao esta negra.

(Declara?ao que, mais tarde, pro- ^ocoudeclara^oesmuito irritadasdo 'der da Associa^ao Contra o Pre-

conceito Racial, Sr. Joao Branco, que nao admite qualificatlvos que desqualifiquem o negro.)

Depois de planejar, o rato encontrou a solu^ao, que cuidou de transmitir ao amigo:

— Voce se transforma em um buldogue, o gato fica com medo e corre, deixando-o em paz.

Ao que o rato prisioneiro ripos-

tou:

— E como e que eu vou me transformar em buldogue?

Confortavelmente instalado em seu abrigo, disse-lhe o amigo, com um leve torn de irrita^ao na voz:

— Isto e um problema de execu?ao; eu sou do planejamento.

★ *•

Meu neto foi com a av6 ao Zoologico. Com ano e meio, ja e capaz de identificar quase todos os bichos.

Outro dia, diante de um bicho novo, colocou as maos para tr^ e comen-

tou:

— Que e esse? Nao sei que e es se!

Um dos seus prediletos e o pavao, desde a primeira visita. E quando o pavao exibe o rabo, ele sempre reF>ete o primeiro comentario que ou viu da avo:

— Belissimo!

Outro dia,em contexto bem diferente, um amigo comentou uma particularidade anatoraica de uma moga que passava. O Pedro estava pre

sence e, ao ouvir a palavra-chave, comentou;

— Belissimo.

^ Meu amigo nao entendeu e eu tambem nao expliquei, mas imagino o que ele deve estar pensando ate agora.

Sai tarde do trabalho e fui fazer as compras do mes, demorando-me mais do que esperava. Ao fim,cansado, com fome, percebi que nao agiientaria esperar a volta a casa para comer.

Ali mesmo entrei no templo do mac-consumo e pedi um hamburgo e uma coca.

Sentei-me e, a primeira mordida, percebi o garoto, na mesa em frente, com a mae. Ele devia ter uns seis, sete anos,e comiacom asatisfag^ de um gourmet atendido no seu melhor sonho.

O menino ficou encarando, olhou em volta, nao havia mais pessoa alguma. Ele desceu da cadeira, che'gou-se a mim e perguntou;

— Cade o seu filho?

— Meu filho ja e homem, esta trabalhando.

— E o seu neto?

— Meu neto ainda e pequeno, a essa hora deve estar dormindo. Ao que ele, com muita 16gica, inquiriu:

E como k que voce vem aqui sozinho?

Percebi que nao havia desculpa pela invasao. Pedi sua ajuda,apoio e cumplicidade:

— Se o mogo perguntar alguma coisa, posso dizer que estou com vo ce?

E ele, magnanimo e compreensi-

vo:

— Pode.

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seguros
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Plasticas

Marcel Duchamp

Marchand du sel

Estimando um publico superior a 300 mil pessoas, a ultima Bienal custou em torno de US$ 2 milhoes e contou com a contribui?ao de 70 empresas. No entanto, ao fechar as suas porras, abertas desde 2 de outubro, a 19-® Bienal Internacional de Sao Paulo anda em busca de uma solu^ao mais permanente para as dificuldades que assaltam a cada dois anos OS administradores do maior evento cultural a nivel internacional do Brasil."A Bienal nao tem uma estrutura esravel de receita, e a diretoria que realizara a proxima mostra deveria se preocupar em mudar isso", adverte Jorge Wilheim, presidente de sua diretoria executiva.

For outro lado,as cn'ticas apontam erros de curadoria:"No fundo, tudo aquilo reunido parece um hric~a-brac\ e uma venigem, uma over dose, uma intoxicag^ de coisas muito medianas", pondera Luciano Figueiredo, artista plastico, arrematando: "O pier, o mais lamentavel de tudo, e que o Brasil esperou tanto tempo para ter uma montagem tao malfeita de Marcel Duchamp." Abandonemos a hospedaria e guardemos o hospede.

Duchamp, trabalhando durante a grande brecha artistica aberta nos primeiros 30 anos desre seculo,esta-. va, de fato, levantando importantes questdes quanto a arte, sendo que desde sua primeira grande retrospectiva na Tare Gallery ficou demonstrado,de uma vez por todas,o que ele fez por todos os artistas contemporaneos, os quais, incluindo os cin^ticos e OS ocicos, nao cessam incansa-

velmente de repeti-lo. A historia da pintura moderna,da Renascenga aos nossos dias, podera ser encarada como uma transforma^ao progressiva da visao a coisa sensivel. Os ready-tnades de Duchamp foram tanto uma critica do gosto como do objeto.

Mais do que ser um ativista da'antiarte', o que M.D. fez foi recusar a pintura 'retiniana'. E ele mesmo quem esclarece: "Foi sempre a ideia de 'diversao' que me levou a fazer as coisas, e repeti-las tres vezes... nao queria fazer uma obra de arte. A palavra ready-made so apareceu em 1915, quando fui aos Estados Unidos.Ela me interessou como paiavra, mas quando coloquei uma roda de bicicleta sobre um banco,o garfo invertido, nao havia ainda qualquer ideia de ready-made ou coisa parecida, era apenas uma forma de distraCao. Nao havia uma razao determinada para fazer aquilo,ou alguma inten^ao de exposi^ao, de descrigao. Nao, nada disso... nem mesmo provoca^^."

Entre seus ready-mades, garrafas, caixas, vidros misteriosos, fechaduras, angulos,formulas remetendo ao fasci'nio dos materialismos. Reordenamentos culturais, modos de transmissao,cura de ideias. Historias nao realizadas entre si, sugerindo sempre deslocar, circular, escapar. Interpreta^oes da realidade, atraves de conceitos (embora pre cursor dos conceituais), mas de in-

'O grande vidro".(1915/1923). Detalhe

tui?6es. "A realidade possivd obtem-se esticando um pouco as leis fisicas e quimicas."

M.D. disse, certa feita: "O clioi^ presente nao e favoravel a produf^® de uma genuma arte erotica, da mesma forma que nao e favoravel ^ ;i., uma arte de qualidade, seja esta dc qualquer tipo."Bertrand Russel,o fi ' losofo, confirma: "Grandes eras ^ grandes personalidades surgiram da quebra de um sistema rigido — o siS" tema rigido deu a disciplina e a coerencia necessarias, enquanto que" rompimento liberouaenergianecessaria."

Segundo Andre Breton,muitos I'* gam Duchamp a um grande niimeto

de escolas de arte, mas esquecem •Jftia, que esta longe de ser negligen^'avel: o Surrealismo. O critico Ar^tiro Schwarz, que organizou a mosfra do artista frances na Bienal, con'•orda e acrescenta: "Faz-se necessauma redefinicao do termo Surre^'smo, que hoje em dia parece conl^gado no passado,e foi enquadrado 'Unto a historia das vanguardas do ^®cuio XX. Para ele, Surrealismo e Utna filosofia de vida, Breton e o mo^'itiento surrealista somente efetiva'^tn uma situa?ao de carater filosoque OS precedeu e que continua depois deles. Antes de tudo, a con"•^p^ao do homem total, veiculando "•Pnsciente e inconsciente. Na visao do critico, o Surrealismo continua a 'sr exercido atraves de novos artisnao tendo nunca ditado no pas^®do uma escola de pintura. Do bonto de vista iconografico, nao exis^ nada em comum entre Picabia, utnst e Magritte. E um aspecto imt'Ortante dessa filosofia de vida, desse modo de viver,e a exalta^^ da "Uuiher, do erotismo, do amor. Retomando Breton, com efeito, l^ara 'vet' M.D. cronologicamente, Ulo devemos partir dos ready-mades, ^bras que ele considerava seus mais 'Uiportantes registros, tendo-as produzidode 1913 a 1967,um ano antes da sua morte. Se as rela^oes com o ^evistade seguros

Surrealismo parecem espa?adas, nao se pode esquecer que desde 1921, rompendo com o Dada (Duchamp recusou colaborar numa exposi^ao organizadaporTzara),ele jamantem contato I'ntimo com artistas que nao cessarao de ter uma atividade no grupo surrealista. Breton cita, entre outros, Picabia, com quem M.D. se hospeda em Paris e Man Ray (autor da foto aqui reproduzida). Ambos serao incontestavelmente influenciados por M.D., como alias coda a arte contemporanea. Isto para sublinhar que nao se pode fazer economia do Surrealismo em sua biografia e na inteligencia da sua atividade. Ele esta ligado a uma historia que produziu Dada, Futurismo e Surrealismo, sendo inicialmente a partir desta e nesta perspectiva que se torna necessario tentar compreende-lo.

A proposito da precisa frase de M.D.,''Ce sont les regardeurs quifont Us tableaux", diz Octavio Paz: "Du champ nos mostrou que todas as artes, sem excluir as artes visuais, nascem e acabam numa zona invisivel. A lucidez do instinto, ele opos o instinto da lucidez: o invisivel nao e nem obscuro nem misterioso, ele e transparente. A visao nao e apenas o que nos vemos: e uma posi^ao, uma ideia,umageometria—eumpontode vista, nos dois sentidos da expressao."

Nao importa por onde slgamos, um certo despojamento critico, em Duchamp,ja determinara; a cria^ao, como um bom cinema, sera sempre anemic.

em a^ao.

A Biblia segundo Marc

Em 1931, o russo Marc Chagall viajou a Terra Santa a fim de intuit e fundamentar seu trabalho d.e ilustrador da Biblia. Ele afirma ter encontrado na Biblia a maior fonte de poesia de todos os tempos.Parte do seu gesto grafico e lirico, no dizer de Evelyn loschpe, presidente do Insti tute Cultural Judaico Marc Chagall

^ . ARTES
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Marcel Duchamp por Man Ray. M.D. aplicou-lhe bigodes. Chagall
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"David e Betsaba". Litografla

'Saosao e Dalila". Agua*forte

— responsavel pela recente mostra Chagall e a Biblia, no Pago Imperial

— comp6e-se de 54 aguas-fortes e 40 litografias conservadas no Sprengei Museum Hannover, da Alemanha. Gragas a competencia do ICJMC, sediado em Porto Alegre, elas nos visitaram.

O catolico Jacques Maritain ja desvendara que os vuftos biblicos de Chagall estao plasmados pela qualidade humana e pela profundeza do sentimento. Suas posturas significam, e essa existencia corporea e calorosa faz com que se tome um tanto difkil aos religiosos ortodoxos arranjarem-se com a Biblia lida pelo artista. A serie de aguas-fortes talvez seja sua mais rica contribuigao a arte grafica, sua obra-prima, como ele proprio as reputava, e nos ensina o curador do Sprengel Museum.

O critico de arte Herbert Caro voa ainda mais alto ao nos propor que ao passarmos pela exposigao de aguasfortes e litografias da colegao Spren gel certamente nos arrebatara a beleza do que nossos olhos contemplam, mas pessoas dotadas de sensibilidade espiritual perceberao algo mais. Nas maos que entregam a Moises as tabuas da Lei, sentirao a presenga divina e, ao sairem do museu, levarao consigo a mensagem que o poeta veiculou.

A cobigada espontaneidade dos sentimentos implica, entre a familia

de origem de Chagall, uma propensao pelo irracional, pelo extase, pela alegria nascida da uniao com o Senhor das diividas e dos impulsos.

Traz consigo uma recusa a razao e a coerencia logica. Uma gente inclinada a visoes que Chagall experimentou desde a primeira infancia em Vitebsk, para ele e sua obra o umbigo do mundo."Eu nao via a Biblia. Sonhava-a", disse ele.

E disse mais, transbordante da humanidade que caracteriza seus registros e biografia; "So e meu o pais que se encontra em minha alma". Ligao de um futuro que se articula no despojamento de um paraiso recuperado.

Quem nao viu perdeu.

A Funarte promoveu recentemente o seminario "O olhar", parao qua!concorreram mentes privilegi^" das aqui dos tropicos, onde tudo e perigoso, desde a menor andada oU aproximagao. Imagine, ja que fals' mos de olhar, os perigos da filosofia: "Trevas e luz" em Platao, lidas pelo professor da USF Gerard Lebrun; Marilena Chaui debrugou sobre ^ "Janela da alma,espelho do mundo"!

Sergio Paulo Rouanet, ensaista e diplomata, langou uma precisa piscada no "Olhar iluminista"; situando ® "Fenomenologiado olhar",o profes sor Alfredo Bosi; sem esquecer "Olhar e memoria", lembrada pelo pesquisador Joao Moura.

Pescamos, nos fartos matutinos: Ha 25 seculos,Platao crlou a imortal metafora em que prisioneiros acof rentados numa caverna observam sombras de marionetes projetada® numa parede pela luz de uma foguei' ra. Desconhecendo a existencia da fogueira, ignoram tambera a existfeo' cia do mundo exterior e do sol. que um deles, libertado a contragoS' to, ve de perto as marionetes, os se res humanos que as manipulam,a fo' gueira, o mundo exterior e, por fifO' o sol, fonte de toda a vida. E, entaOi forgado a voltar a caverna, mas ja esti transformado em outro homem.

A mais, o professor Lebrun alei" tou para o fato de que o amor platfi' nico nao e um concorrente do amof sensual."No comego pensamos qu® estamos amando os corpos, mas erf realidade amamos outra coisa. O amor do bem em si esta no nucleo do amor sensual. O Eros platonico nao e REVISTADE SEGUROS

htn amor castrado, um substitute do ^mor sensual. E a verdade do amor Sensual."

S.P. Rouanet advertiu, na pauta do Iluminismo:"Quando e a luz que oprime e a penumbra que salva, e Possivel continuar lutando pela luz? Quando quem quer ver tudo e o poder, podemos continuar empu•^hando a bandeira da visibilidade plena?"

Para se entender bem o olhar e seu ^cance, um bom comego, segundo Marilena Chaui, e observar o cotidiano e o dicionario. Expressoes ^omo 'amor a primeira vista', Hau-olhado' e 'visoes de mundo' ^vocam uma relagao ancestral do ®lhar com a luz. As mitologias pag^ ^ crista estao cheias de exemplos em ^ue ver e destruir sao sinonimos de Lot a Medusa, passando por Or^Cu.EdipoeNarciso.Jaos racionalis"tomaram posse intelectual do Mho", no dizer de Merleau - Ponty. Q renascentista Da Vinci sentenciou ^ visao como "a janela do corpo hu"hano pela qual a alma especula".

Retomando Marcel Duchamp e ^Ua frase "sao os que olham que fa^em OS quadros", consultamos o di"^'onario, como mandou M. Chaui. Qbservador, i.e. (die.) aquele que se define pela agao de olhar atentamende considerar e notar com aplica?ao OS fenomenos naturals, as agoes dos homens etc. O que assim faz ^hama-se observador.

No ar, o Estagao Rio

Descobrimos situadaexatae mitologicamente a nogao de ver (olhar, observar atentamente e guardar, refletir)e a essencia do deus Pa como o regardmr (aquele que ve, reflete "a nympha" ou "a natureza"). Mas o certo e que no olhar estao todos os gestos do corpo, em miniatura. Machado, o poeta espanhol, mirou e acertou na mosca, nesta modesta e tosca tradugao:"Meus olhos nao sao meus olhos senao porque te veem." O olhar e o processo amoroso da vi sao.

Entre tantos astigmatismos, cataratas, miopias e estrabismos, o que dizer de Mr. Magoo,aquele do desenho, um cego de tutano?!

De uns anos para ca, e cenamente nao por coincidencia,a concentragao do lazer vai se situando nos lados de la de algum tunel. A carencia de areas livres nos nucleos urbanos determina a criagio de novos espagos perifericos e,a contragosto dos saudosistas, vao se transformando os habitos e OS costumes. Os mais pessimistas sentenciam que e a vida que se descaracteriza, o espirito que se transvia. Mas,para alegrar os resistentes coragoes dos veteranos,a preguiga motOra dos adaptados e a energia curiosa d^ novas geragoes, ha luz antes do tunel. Precisamente nanovaLapa, considerando-se que novo e o que esquecemos e podemos recuperar. A exemplo de Paris, quando da construgao do cpntemporaneo centro Georges Pompidou no velho mercado do Halles,com sua arquitetura transparente e modular inspirada no trago de Femand Leger, o prefeito Saturnino Braga acaba de ceder a recuperagao e explorag^ por vinte anos da extinta Fundigao Progresso ao futuro Circo Voador Estagao Rio.

Previsto para ser entregue ao publico no final do ano que vem,o espago de 12 mil metros quadrados tem projeto e execugao coordenados por Perfeito Fortuna e Marcio Calvao; pelos arquitetos Jose Carlos .Fernandes, Jorge Horacio Sierra e Jane Marques;e mais Mauricio Sette .na coordenagao de arte. A mesma turma que impediu, atraves de associagoes de moradores e de artistas, a demoligao da Fundigao Progress©, em 1982.

O novo centro cultural da Fundi gao Progresso dispora de cinemas,11vrarias, salas de teatro,oficinas de ar te, um cabare,lojas de objetos cultu-' rais, restaurantes, bares e estudios. No primeiro pavimento estara o maior teatro do Estagao Rio, com seiscetitos lugares, sob a tutela de Marieta Severo e Renata Scrrah,que ja contrataram a futura locagao. Proxima a outra sala um pouco menor, propria para danga, a praga central sera servida por bar,sorveteria,cafe-

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O olhar na mira
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"O jovem pastor Jos6" Agua-forte.
^evISTA DE SEGUROS 33

teria,lanchonete e padaria,como nos moldes dos shoppings. So que no Esta^ao Rio, a infra-estrucura e a mao-de-obra serao favorecidas pela LBA e funcionarao como oficinas de profissionalizafio.

Um espa^o multimidia, um estudio de grava^ao e uma estagao FM completam, juntamente com a choperia, o primeiro pavimento. No segundo estarao dois cinemas, ambos administrados pelo pessoal compe tence do Estatao Botafogo, e um salao de exposi?6es. No cabare,sinuca e shows de variedades, reprisando a Lapa, a velha. Mais importance, porem, que listar as muitas frentes das programafoes futuras, e louvar esta presence e necessvia empreitada que visa fundir — como no ancigo nome Fundi^ao — e concencrar uma boa parte das artes da cidade num mesmo expressivo local: logo all,sob OS arcos.

Para os responsaveis pelo Estarao Rio, ainda ha muico o que negociar. Precisamente 2 milhoes de dolares, ja que iniciam a obra com 5 milhoes de cruzados doados pelo presidente Sarney,atraves da Fundag^ de Agio Social. No entanto, a cumplicidade e as associagoes sempre foram os meios empregados pelo grupo do Circo para realizar seus projetos. Um espirico da era de aquario — essencialmente comunitaria — recomendlvel para paises complexes como o nosso.

A Siderbras e a Mills escao entrando com estruturas e instalagbes, enquanto outras empresas convergem incentivos, via Lei Sarney, com recorno seguro de divulgagao e prescigio. Caso voce, empresario leitor, se inceressar pelo Estagao Rio, participe com firmexa. Melhor que a

nasAguas,cujo credito editorial e da Massao Ohno.

Roteiro da doenga

QUATRO VENTOS

campanha e o momento,so mesmo o Estagao voando alto.

Entrelinhas d'Agua

Olga Savary, ao langar seu setimo livro Linha d'Agua, comemora 38 anos de poesia. Filha de lara/Oxum/Iemanja, a agua como origem de vida e/ou metafora que nao seca exigiu-lhe uma dedicagao poetica explicica. Eleito o par,"Que es o mar,meu mar,eu sei",ela confessa: "me entrego, desaguada, sem medir margens".

Da sua concentragao em poemas de poucos versos,emerge um projeto: dizer cudo, aponca Felipe Fortuna."Aguaer6tica transfigurada, agua prima, Cada um a descubra, a essa agua,como o faz ela mesma",propoe Antonio Houaiss, acrescentando,"6 livro que fica". Ficam cambem os pictogramas de Wakabayashi que o ilustram.

Registre-se que, ao celebrar seu trajeto poetico, Olga recebeu em Bovembro o Premio Nacional de Poesia 1987 da Academia de Letras da Bahia, pelo seu livro inedicoB^rfa Esplendido. Ante% doBerqo, um banho

So nao emagrece quem nao quer,so envelhece quem fica velho; apenas OS pessimistas nao dormem...: segredos que nos ensinam os editores atentos as mais recentes formulas milagrosas. O Dr. Marcio Bontempo, pioneiro batalhador da comida natural em nossas terras, sugere o caminho inverso. Ele nospassaasR^ceitas para ficar doente. Ao inves das veredas da salvagao ele nos sinaliza OS caminhos da perdigao, trilhados cotidianamence pelos nossos vicio^ alimentares.

Dedicando seu trabalho a classe medica alopacica, ele pretende ajuda-la a superar suas limitagdes im* postas pelo fato dela mesma nao sa ber que esta doente,nem ter ideia do que seja saude. Num mundo de doentes, segundo Marcio, nunca d tarde demais para tomarmos consciencia do que ingerimos para fabri- "■ car nossa energia, nem para adotarmos'com algum criterio a linha certa de cratamento para nossas mazelasUm bom comego e ler as Receilas do Dr. Bontempo, langadas pela He mus, com ilustragoes de Glauco.

Underwriter Vital Residencia, da Porto Seguro, cobre joias

Um seguro para residencia que protege bens como joias, aparelhos eletronicos, instrumentos profissionais e outros, aberto a inclusao de novos bens na apolice a qualquer momento, garantindo o imovel imediatamente a partir da assinatura da proposta.

Em linh'as gerais, este e o novo produto que a Porto Seguro esta langando no mercado sobo nome de Vi tal Residencia. A simplificagao, um dos recursos essenciais em seguros, a empresa uniu um oucro acrativo: por um premio parcelado em ate sete vezes e muito menor que o desembolsado para um seguro de autoraovel, garante-se uma residencia por muitos milhoes de cruzados.

A ideia fundamenta-se em uma serie de fatores ja conhecidos, como a fragilidade de uma residencia perante sinistros, a rapidez com que em pouco tempo se perde o patrimonio, as dificuldades para reposigao dos

bens e, especificamente em relagao a furtos e roubos. aineficienciados sistemas tradicionais de seguranga residencial. Como se sabe, estatisticas recentes tem comprovado que alarmes, caes e guardas vem se mostrando ineficazes- quanto a evitar a agao dilapidadora.

O Vital Residencia tambem se apoia em dados de uma realidade nada'animadora, com aeconomia em crise, o aumento do niimero de desempregados e uma expectativa de nova onda de criminalidade. Um estudo intemacional realizado pelo Instituto Gallup no final de 1984 indicou o Brasil como o segundo pais mais violento do mundo no tocante a assaltos a residencias. O calculo dava conta de que, naquele ano, 27% das residencias das capitais brasilelras tinham sofrido agio de roubo ou furto, e desde entao a situaglo so tem piorado.

Empresas aereas renovam seguro a taxas reduzidas

As quatro linhas aereas regulates em operagao no Brasil — Varig, Cruzeiro, Transbrasil e Vasp — economizaram US$ 9 milhoes este ano na renovagao das af>61ices de seguros de suas aeronaves tipos wide body e narrow body. A frota coberta das quatro empresas totaliza 139 avioes, envolvendo importancia segurada da ordem de US$ 1,9 bilhao, pela qual serao desembolsados US$ 28 mi lhoes em premios. Sem a redugao da tarifa, esse custo seria de US$ 37 mi lhoes. O IRB tambem economizara cerca de US$ 6 milhoes no pagamento de resseguro externo dos 139 avioes. Entre os principals fatores que contribui'ram para a queda das taxas do seguro aeronautico no mer cado intemacional esta o bom resultado da carteira nos ultimos dois anos. Nao e, contudo, o unico. A valorizagao da libra, moeda que expressa o patrimonio liquid© das companhias seguradoras e resseguradoras, frente ao dolar, sobre o qual slo fixados OS premios, tambem foi fator importante, pois possibilitou a elevaglo da capacidade de retengao das companhias londrinas, Este quadro' acendeu a concorrgncia em busca de novos negocios, que ficou ainda mais acirrada com a entrada dos Estados Unidos na disputa por seguros aeronauticos na area internacional.

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REVISTA DE SEQUROSi 1
Textos de Jose A. Lopes.
REVISTA DE SEGUROS 35

A visita de um amigo

Nova diretoria no Sindicato dos Corretores

Na presenga de Jorge Hilario Gouvea Vieira, representando o Governador Moreira Franco, — tomou posse, no dia 16 de dezembro,a nova diretoria do Sindicato dos Cor retores de Seguros e de Capitalizagao do Estado do Rio deJaneiro, para o trienio 1988/1990. O presidente Nilson Garrido Cardoso, apoiado pelos diretores Henrique Brandao.

Deucyles Soares Filho, Marco Anto nio Jeha, Olvado de Oliveira, Os wald© Dias e Amaro Alberto dos Santos, anunciou em seu discurso os noyos pianos dc trabalho.

E intengao da diretoria ativar a cooperativa dos corretores, promover debates entre seguradores e autori dades do setor e dinamizar a revista

O vice-presidente da Cigna Cor poration (controladora da Cigna Seguradora, no Brasil),James Morone, esta prevendo um crescimento acentuado do mercado brasileiro nos proximos anos e diz que sua empresa ira colaborar para Isto, transferindo tecnologia norte-americana e langando novos produtos dos ramos de responsabilidade civil e protegao contra acidentes.

Em recente visita ao pals — onde residiu na decada de 50,quando presidia a Cigna Seguradora — James Morone se disse surpreso com o fato de o Brasil ser a oitava economia do mundo e ocupar a quadragesima quarta posigao no ranking mundial de mercados seguradores.O especialista norte-americano nao entende tambem como o mercado brasileiro pode participar apenas com 0,5% dos premios pagos no mundo,tendo o potencial que tern. Ele acha que as mudangas introduzidas recentemente no mercado pelas autoridades governamentais podem, de certa forma, reverter este processo e alavancar o setor:

"A indexag^ dos seguros e a liberagao das tarifas em alguns ramos criam uma liberdade maior e oferecem meihores condigoes de trabalho

Premio "Arvore do Sucesson

Anoite do dia 16 de dezembro

nao foi uma simples noite a •hais na vida do mercado de seguros, 'final ela marcou a passagem de Posse da diretoria do segundo mais "hportante sindicato dos corretores *10 Pat's, o do Rio de Janeiro, em so'enidade realizada no Hotel Gloria.

rio e viril, que sintetiza nao apenas o pensamento dos corretores de segu ros, mas tambem de todo o merca do...

vore do Sucesso" criado pelo artista Flavio Becheroni...

para as companhias,alem de permitir o crescimento da credibilidade por parte dos segurados. O mercado bra sileiro esta tendo sensiveis progres ses e acho que pode se desenvolver ainda mais", frisou.

Quanto a privatizagao do resseguro no Brasil, tese que vem sendo defendida por alguns segmentos, o vice-presidente da Cigna Corpora tion afirmou que o IRB tem uma capacidade tecnica reconhecida mundialmente e que seria temerosa uma mudanga precipitada.James Morone considera viavel, entretanto, a eliminag^ do monopolio do resseguro, desde que o IRB continue operando no mercado, aduzindo que um bora caminho poderia ser aquele seguido pelo Chile, anos atr«, onde o orgao equivalente ao IRB ficou com 50% do mercado,o restante sendo repassado para as empresas privadas:

"Somos a favor da livre iniciativa,e seria interessame o resseguro mais livre. Mas temos de reconhecer que o IRB ajuda muito no desenvolvimento do mercado segurador brasi leiro. Nao seria uma boa ideia terminar com o monopolio do resseguro de uma bora para outra. O processo tem que ser gradual,se for adotado", concluiu.

A Previdencia, orgao oflcial de divulgagao do Sindicato, em colaboracao com a Perfil Editora. A partir da edigao comemorativa dos 50 anos, em junho de 88, muita coisa sera diferente na publicagao.

Criar uma consciencia no segurado para que ele faga o seu seguro atraves do corretor, e veicular essa mensagem para o grande publico,fazem parte da estrategia da nova dire toria, que ja se informatiza no sentido de agilizar tambem a expedigao de malas diretas, folhetos, etc. A computagao facilitara o controle do quadro de associados, permitindo investir na sua ampliagao.

Para os que saem, nosso reconhecimento, e, para os que entram, os votos de sucesso.

A noite foi, sem diivida, de brilho Para Nilson Garrido, o presidente assume.E quem brilhou tambem a Bamerindus Seguros, que pa'hicinou parte da solenidade de posf alem do grande investimento *lue a empresa, com habilidade vem ''fializando para valorizar o trabalho '^0 corretor, de olhos principalmente "os mercados do Rio e Sao Paulo.

A marcante presenga da BamerinSeguros culminou com o dis^^rso feito pelo presidente de seu ^Onselho de Administragao, HamilPizzatto, cujos principals trechos ®®tao transcritos abaixo:

Muito embora 6 momento por passa o Pats seja grave e serio, homens de seguro nao nos des^ecem forgas, pois acreditamos que Brasil ha de superar essas dificul®des. Temos confianga no seu ^ande destino como tambem acre'^amos na forga da livre iniciativa...

A hora e bastante favoravel para formemos consciencia sobre o ^^levante papel que o homem de se^ro desempenha na abertura de noms

horizontes, principalmente a 'sse de corretores que, pela sua re conhecida importancia, tem ponde^^el significado no contexto socio"•Onomico nacional...

Durante a realizagao do V ConWb®sso Nacional dos Corretores de ^Suro, realizado em Belo Hori^nte em outubro, onde estivemos ^®sentes, verificamos, com satisfaque ha um esplrito de renovagao ^ntro da classe, cujo clima de oti'sino vem alimentando nossa ^®nga em dias meihores... A cartade

Horizonte e um documento se"^^VlSTA

De fato, senhores, a palavra de ordem nos concita a congregar esforgos pela unidade da classe, a fim de que possamos, aos poucos, realizar nossas aspiragoes. Precisamos, sem duvida, estimular a criatividade, com vistas a ampliagao do setor de segu ros, para que possamos veneer a estagnagao, pois e sabido e notbrio que a produgao ainda esta muito aquem da capacidade que o mercado interno dispoe... Pelas ultimas noticias, sabe-se que o setor espera para 1988 ultrapassar a barreira de 1% do PIB.

Por outro lado,o Codiseg pretende investir aproximadamente 200 miIhoes de cruzados, no intuito de reforgar a imagem institucional do se guro.

Alem disso, de parte do Govetno, ha intengao de simplificar-se as normas do Mercado,no sentido de fortalecer e agilizar a atuag^ das seguradoras. Com isso, passaremos a atuar de forma mais liberal e dentro de um regime menos tutelado.

De nossa parte,a.BamerindusSegu ros vem desenvolvendo intensa campanha de prestigiamento da classe de corretores, que culminou com o langamento, em outubro, do Premio Bamerindus Seguros, destinado aos corretores, no intuito de premiar aqueles profissionais que mais se destacarem em seu desempenho.

Aos vencedores serao conferidos yaliosos prbmios, alem do trofeu "Ar-

A premiagao esta regida pelo seguinte criterio:"Serao premiados os cinco meihores casos de cada regiao, a saber: 1.® Regiao — Estado de Paulo; — 2.® Regiao — Estado do Rio de Janeiro; — Regiao — Pa rana, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; — 4.® Regiao — Minas Gerais, Esplrito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiania e Distrito Federal; e 5.® Regiao — Acre, Rondonia, Amazonas, Para, Maranhao, Piaul, Ceara, Rio Grande do Noite, Pernambuco, Paralba, Sergipe, Bahia e os territories de Roraima, Amapa e Fernando de Noronha.

Os cinco primeiros colocados de cada Regiao receberao Diploma e a escultura"Arvore do Sucesso", alem de passagem e estadia pagas"em hotel de 5 estrelas com acompanhante, para assistir a solenidade de entrega dos premios.

Ao primeiro colocado cabera ainda concorrer com os demais pri meiros classificados de cada Regiao ao premio de melhor trabalho nacio nal, fazendo jus a seguinte premia gao; 1.® colocado — 1 Monza S/L 2 passagens de ida e volta a Londres e mais 1.000 dolares para despesas de estadia. — 2.° colocado — l Fiat Premio — 2 passagens de ida e volta a Nova lorque e mais 1.000 dolares para despesas de estadia,— 3.° colo cado — 1 Chevette — 4.® colocado — 1 Chevette — 5.° colocado — 1 Chevette..."

Hamilcar Pizzatto, da Bamerindus, lembra o impoitante investimento do Codiseg.

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CORRETORES
REVISTA DE SEGUROS
DE SEGUROS
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O risco das imagens brasileiras

Pela primeira vez em sua historia/o Museu deArte Moderna de Paris abre todo o seu espago para uma unica mostra estrange!ra. Mas, apesar da importancia do acervo reunido, o seguro do evento firmou-se no mercado europeu gragas as tarifas mais acessiveis.

Quebrando fronteiras

que subordinavamculturalmente o novo ao velho mundo, o acordo BrasilFran^a,iniciado em julho de 86,realiza a primeira grande retrospecriva das artes pl^ticas brasileiras a ser inaugurada no dia 9 de dezembro no Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris, reunindo 174 obras de 69 artistas nacionais desde 1915 ate nossos dias."De Anita Malfatti a Gera^ao 80, ou do modernismo a transvanguarda, levaremos ao olhar estrangeiro a maneira especifica com que demos trato nosso aquestao universal da modernidade", afirma Ro berto Pontual, que, ao lado de Frederico de Morals, Aracy Amaral e Marie Odile Briot, Integra o Comite

ConceituaJ que selecionou, apos dqis anos de estudo,os participantes da Mostra.

O evento e inedito para o Brasil e para o resto do mundo, que muito pouco sabe sobre a contemporaneidade do nosso movimento cultural, possivelmente um dos primeiros a falar em p6s-moderno, quando Mario Pedrosa, ainda em 65, empregou o termo a proposito da obra de Helio Oiticica. Ineditismo tambem para a sociedade brasiieira, que, atraves dos Ministerios da Cultura e Relagoes Exteriores, lan?a parao mercado externo uma produ^ao artistica de import^cia historica — prometendo certamente um enriquecimento do debate a nlvei internacional, ao mesmo tempo que realiza um trabaiho altamente profissional do ponto de vista estetico e organizacional. Reunindo 69 colecionadores, entre particulares como Gilberto Chateaubriand,Jean Boghici, Joao Sattamini, Adolfo Bloch, museus e pinacotecas do Rio e Sao Paulo, os recursos da Mostra ficaram em 250 mil dolares, divididos entre a Franca e o Brasil, tendo como co-patrocinadores o Banco do Brasil e a Varig.

Iniciativa da Sociedade dos Amigos dos Museus de Sao Paulo e da SAM Nacionai, a Mostra ja estava prevista ha dois anos, quando a Ecole de Paris expos no Rio e Sao Paulo obras de pinto-

Ismael Nery "Duas (S.D.)

figuras em azul'

Detalheres do seculo XX,"partindo daf a ideia de intercambio", explica Maria Luiza Librandi,comissaria geral da exposi^ao indicada pelo Ministerio da Cultura. O nivel orga nizacional conjugando o trabalho de brasileiros e Franceses se desenvolveu em harmonia e sem falhas, segundo Francisco Chaves, programadbr da Exposi^ao, que vai toda montada para Paris.

As 174 obras, embaladas e transportadas pela Nippon Express do Brasil (companhia japonesa especializada), seguem em tres voos da Varig, acompanhadas em cada embarque por membros do Ministerio da Cultura, daCacex,das Rela?6es Exteriores e da Varig.

O seguro da Mostra, ganho em concorrencia, ficou com o Lloyds, atraves da corretora francesa A.Morel e Cia.

S.A., cobrindo o evento no pen'odo de outubro deste ano a 6 de mar?o de 88 se gundo as normas internacionais de seguro,excluindo risco de guerra estrangeira e civil, alem dos riscos de radioatividade. O patroci'nio referente ao transporte das obras na Franga, montagem da exposigao, divulgagao, tradugao e edigao do catalogo,e estada da equipe brasi ieira, coube ao Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris, que participa tamb^ra

da sua programagao de mo"' tagem, ja que sao conhecc dores do espago arquiteto' nico do Museu. Uma verdadeira operaga" com todos OS cuidados esp^" ciais, certamente de maiore^ proporgoes que a exposig"" no MASP das 360 gravura' de-Picasso, de propriedad^ da Galeria Louise Leiris, " "Modernidade brasileita infelizmente nao se cerco" de todos OS atributos nacio' nais. Di Cavalcanti, BrechO' ret, Tarsila, Segall, VolP'' Ivan Serpa, Lygia Clar^'Daniel Senise, Gerchma"' Tomie Ohtake, Manab" Mabe, entre outros brasil"'' rfssimos, nao estao segur^' dos por uma companhia cional. Os Parangole's de H"' lio Oiticica, o Ltvro da Cfi^' qdo de Ligia Pape, o Ndo jeto de Ferreira Gullar, ^ guns dos neoconcretos expressao caracteristica " um desenvolvimento dal''' guagera plastica brasileif^' ainda nao encontraram reS' paldo do mercado brasil"'*^ segurador.

Ja foi constatado em o" tros artigos desta revista incipiencia do mercado arte no pais, uma institui?^ recente, desenvolvida liltimos 30 anos. O descof" passo entre a criagao e a formance do suporte fina" ceiro ao mercado artistic" comega a se evidenciar.

gundo Maria Luiza Librand"' REVISTA DE SEGURO^

e inviavel hoje em dia fazer luna exposigao itinerante no Brasil. "As taxas de seguro 530 as mais altas no pais, sotnadas ao resseguro do Nasuaopiniao,devetia haver uma redugao des^35 taxas e supressao do res'®8uro. "Houve uma tenta''"a de se fazer o seguro da ^Posigao com uma seguraW nacional, no caso a Ge neral I i ' ,porem", contaMaria 5i2a,"o premio estipulado ^la Generali, menos os descontados pelo IRB, '^sultara num valor total ^"da muito alto". A saida fazer o seguro no exte[ ''^''.ondeeraoferecidauma j ^3 bem mais viavel (10% ^ Valor do premio prono pais), paga pelo j,3nco do Brasil, que se uti^^Ou dos beneficios da Lei ^®rney. A Varig ofereceu ' ^^sporte aereo gratuito no g'^cho Sao Paulo — Paris Paulo, beneficiada pela

.''^'gos dos Museus patro ls a embalagem e o fj^^sporte das obras em terbrasileiro. ^ aperfeigoamento da

solicitando as condigoes de seguro para a Exposigao, foi feita em fevereiro de 1987, e no mesmo mes o Instituto estabeleceu condigoes especiais de custo. Ronaldo Novis, chefe da Divisao de Ris cos Diversos, informou que foi elaborada uma taxa de 0,9% sobre o valor segurado para uma cobertura de 150 dias, mais uma taxa adicional para o transpone aereo Rio—Paris, que, somadas, obtiveram um desconto de 10%, facilitado pelo IRB a algumas entidades publicas. "O IRB ja vinha trabalhando com determinadas taxas, mas, para

seguro e resseguro no exte rior sera limitada aos riscos que nao encontrem cober tura no pais, ou que nao convenham aos interesses nacionais". Segundo o diretor da Divisao de Riscos Di versos, a cobertura no pais, como diz o artigo, corresponde a cobertura pelo mercado brasileiro, que, passando por uma seguradora nacional, ressegurada pelo IRB, garantida pelo Governo Federal, poderia demandar uma contratagao no exterior correspondente ao valor ultrapassado, ou seja, excedendo a capacidade financeira do mercado na-

vivenciada na Europa ou nos Estados Unidos. O nao reconhecimento do valor este tico em objetos da nossa produgao artistica, seja ela popular ou conceitual, contribui para um atraso do mercado de arte nacional. As obras de Helio Oidcica, por exemplo, nao sao do genero de um Di Cavalcanti convencionalmente emoldurado. Vale lembrar as dificuldades encontradas por Ligia Pape na realizagao do seguro da Retrospectiva das obras do artista em Sao Pau lo,que, nao fosse pela inicia tiva do rateamento do se guro entre os realizadores da Mostra, estariam expostas aos riscos inerentes a qualquer viagem, alem das condigoes, por vezes precarias dos museus, que desconsideram as condigoes termicas e de salubridade do local.

"b5 ^^sira para o mercado de ^5 de arte requer um en'aitiento mais abrangente Vicente do Rego Montelro "Les Nageuses"(1924). Detalhe.

5 3etor de seguros. Arthur "til-..,- ^ .. da Generali, explica 1 ® houve um contato da h^ociagao dos Amigos dos 1 I I ^seus e de um membro do ('liarati no sentido de se i(^'''guarem as condigoes de . 3 apolice, so que isso foi t^^eis meses, antes da cir' da Susep de 14 de ju^de 1987,quando se instia Apolice Multirrisco, ^seguradoras condide fazer apolices sem f^^^sulta ao IRB. Naquele

^ento, a Generali, sedo Artur Santos, seria ® intermediaria entre o da Exposigao e o IRB.

consulta realizada via pela Generali ao IRB, ^'sta de seguros

este caso, foram estabelecidas taxas inferiores. Agora ja existe uma tarifa", esclarece Ronaldo Novis, "mas algumas entidades ainda as consideram altas. Atribuir ao IRB a majoragao das ta xas e incorrer no erro de responsabilizar exclusivamente o Instituto, que, na pratica, apresenta as tarifas do mercado segurador elaboradas pelas proprias enti dades representativas do setor". O seguro da Exposigao nao foi realizado por uma seguradora nacional, e conforme o Decreto-Lei 73, de 21.11.66, do C6digo Civil, artigo n.® 6,"a colocagao de

cional. A questao ainda nao fica clara, ja que se trata de bens brasileiros, porem o evento e no exterior e faz parte de um acordo bilateral entre o Brasil e a Franga.

A companhia francesa A. Morel Cia S.A., segundo Francisco Chaves,estacumprindo efetivamente seu papel de tranqiiilizar os proprietarios das obras, afastando qualquer possibilidade de risco durante a Ex posigao. O seguro da obra e o seguro da Mostra implicam expedientes diversos, e al faJta a experiencia do nosso mercado, que nao possui a dinamica rotineira

A Mostra Modernidade: Arte Brasiieira do- Seculo XX sera a mais volumosa e importante das apresentagoes da nossa arte, no periodo, feita ate hoje no exte rior. Ocupara um andar inteiro do Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris entre os dias 9 de dezembro de 87 e 14 de fevereiro de 88. A exposigao sera tam bem apresentada era Sic Paulo, no perlodo de 5 de abril a 8 de maio, no MAM, no Parque Ibirapuera, contando em territorio nacional com o patroclnio da Camara Francesa da Industria e Comercio de Sao Paulo. Ate la,' provavelmente o mercado segurador brasileiro podera estudarpropostasmaisaperfeigoadas, e fazer jus ao patrimonio artistico nacional, 'responsabilizando-se pelas obras, expressao de um se culo que condensa a contemporaneidade e a efervescencia da discussao em torno da modernidade.

SEGURO DE ARTE
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CONTOS DE REIS

Spectator

Um Caso de IRRESPONSABILIDADE

A apolice de seguro deve cen ter a notureza e qualidade do objecto seguro e o seu valor fixo ou estimado, (Cod. Com. art." 667, N.o 3).

O seguro a que se refere a consulta recahio no automovel Hudson, cujo motor tem o N. 179.687, licenciado sob N.2.298, 6 do valor de Rs. 20;000S000.

Se esse automovel tivesse sido destruido por um dos riscos coberfos pela apolice. a seguradora teiia obrigagao de pagar o valor iixado pelo contraclo. ou no caso de nao ser total o prejuizo, a parte correspondente.

No caso corrente, porem, o auto segurado ndo ioi incendiado; estd em perieito estado. Indemnisar o que?

Allega o segurado que o negociara por outro. licenciado sob N. 6.419, completando com dinheiro o valor deste, que foi o destruido pelo logo, Trata-se, portonto, de autos diatinctos.

O seguro so indemnisa a cousa mencionoda na apolice e o auto adquirido pelo segurado posteriormente aocontracto ndo podia ter sido obiecto delle.

E' certo que o segurado podia propor d Companhia a transferencia do seguro de um auto para outro, pagondo a diiielenga de premio, visto como o valor do adquirido recentemente era maior, mas isso seria

NOTICIAS r,€OtlVllVlETfTARIOS

INDEMNlSAgAO DE SEGUROS

Muito gente crd que as com panhias idemnisam muito pouco ou levonlam sempre duvidas infundadas, para ndo pogarem os sinislros.

HOTEL AVENIDN

lim novo contracto, uma novagdo do anterior, que elia podia aceitar ou ndo.

Nada disso se fez, O auto segurado ndo soifreu damno algum, portanto, a seguradora ndo tem obrigagdo de pagar damnos verificados em outro carro.

Quando mesmo o carro indicado na apolice tivesse sido incendiado, o segurado, o tendo vendido, ndo teria qualidade para reclamar a indemnisagdo, porque o seguro so indemnisa a quern sollieu o prejuizo.

O adquirente delle, tambem, ndo poderia reclamar pagamento, porque o seguro so passa para o novo dono,quando ndo ha condi^do contraria na apolice(Cod. Com. art. 679).

Na proposta do seguro ficou estabelecido; O segurado ndo serd indemnisado se existir no automovel qualquer interesse extranho (clausula X) e condi;do semelbonte existe na apoli ce.

Aqui haveria mais do que in teresse extranho, O interesse do segurado teria desapparecido pela tiansferencia da propriedade da causa sobre que recahio o seguro.

E" 0 meu parecer.

Rio—Julho—925, AbiuodeCahvalho. (Agosto de 1925)

CORRECTORES DE SEGUROS

A Associagdo de Companhias de Seguros instituiu uma carteira annual para os Correctores de Seguros.

A raedida e util para aquelles que se dedicam a essa profissdo,afastando ou ao menos dillicultando os Conectores de accaso, Ao mesmo tempo estabelece a identidade de seu portador e constitue uma prova da boa conducta delles e os recommendarao aquelles aos quaes se dirijam para solicitor seguros.

Alguns desses auxiliarea das seguradoras, que tdo penosamente agenciam a sua vida, queixam-se de que a tarifa uniforme adoptada ultimomente, Ihes tenha reduzido as commissoes costumeiras e este assumpto deve merecer a attengao da Associagdo.

Em outros pontos, a tarifa precisa ser revista. em relagao ao seguro dos predios em que estdo localiaadas os industrias, que ndo exijam edificios especiaes.

O seguro no Rio de Janeiro havia descido d maior barateza e o que e muito boratondo pode prestar. Convinha, talvez, nao dor um salto muito grande, nem modiflcat de chofre e profundamente a situagdo anterior.

Os Correctores, por seu lado.

Os FURTOS NA CENTRAL

devem se educar na profiss^"' ndo vendo apenas a commiss" a embolsar, mas comprehend®" rem a sua responsabilidade ral num seguro desproposita'* em relagdo ds condigoes do gocio ou perigoso em relagd^^ pessoa do segurado, quando se trata de um hoin®^ de mdos antecedentes ou difficuldades de dinheiro, ^. que o incendio serd uma " probabilidades que elle enC., trard para sahir do passo P goso em que se encontra. Os bons Correctores se r® lam na escolha conscienc' que fazem dos riscos, cujo® guros estdo a seu cargo cO' car.

So assim elles pod®' recommendar-se d confian?" estima das seguradoras. Conduzindo-se de opposta elles ndo terdo nenh^ prestigio.

O seguro ndo eazar. Deve sear-se em estatisticas e der, tambem,ao valor moro' segurado. Esta industria, para cor' ^ ponder d sua funcgdo mica no seio da sociedade dema, precisa ser bem edn'' da.

magalhAes cabvali (Maio de

^do pode merecer sendo 'Poio a representagdo dirigida ^ Sr. ministro Francisco Sd ''®la Associogdo dos Compa"hi' tu, ■' Os de Seguros, expondo a si"Sdo afflictiva em que estas encontram em face da ire^•rencia de lurtos de mercado'■os despachadas na Centraldo .'°sil, na Oeste de Minas e na g^de Sul-Mineiia, e pedindo a ^•Ex. as providencias devidas ^'0 cessagdo de laes factos, ^®almente, os roubos verifi cados ultimamente nessas

'Os-ferreas, notadamente na '''"meira, estdo a pedir a mais ®hergica acgdo repressiva da 'dtninistragdo. Como bem as'9nala a representagdo a que C^'maalludimos, achegadaem prieito estado dos volumes em Onsito pela Central aos seus

destines depends apenas do acaso! As violagoes mais ousadas se praticam, com a certeza de uma impunidade que ate agora se tem feito sentir em todas essas lamentaveis occorrencias. Ainda hontem noticiavam OS jomaes o avultado furto de que foi victima, em seu mate rial, o Circo Sarrasani, ora em S. Paulo. E diariamente cosos identicos succedem. Nada mais justo, portanto, que o apello da Associagdo das Companhias de Seguros. Ella ndo lala somente em seu nome, mas no de lodo ocommercio e de fodo o publico em geial, victimas do actual estado de coisas.

(D' A Noticia) (Outubro de 1926)

PrWo a Vista

O premiodoseguro, conforme ''dica o seu proptio nome, deve pago por antecipagdo. A praxe de substituir o paga®nto do premio por uma letra '''J promissoria d eriada, anti^potiomica e pode crear aborre^^''tentos ds seguradoras. Por o Reg. para fiscolisagdo ■"s Companhias de Seguros, '''^nra das suas tabellas, diz: "O '^dgamento do premio em letra deve ser admlttido."

Esta recommendagdo devia ""tslormar-se em.regra impe-

A ultima estatistica oificial que temos, accuso uma poteentagem de indemnisagdes, nos ramos "maritimo" e "tenealre", em 1923. de cerca de 70% dos ptemios recebidos, porcentagem muito elevado, porque em todo o mundo policiado, ella ndo excede normalmente de 40%.

Naquelle anno, as 41 compa nhias nacionaes leceberam de premios 44.771;620$D00 e pagaram de reseguros 7.222:603S000.

As 27 companhias estrangeiras receberam de premios 25.926; 1D9$000 e pagaram de re seguros 1.730:519$000.

As companhias nacionaes pagaram de alnistros 20.048:77S$000, apurando em solvados 4.249:42K000.

As estrangeiras pagaram 22.199:3905000 e apuioram em salvados 2.698:0055000.

(Novembro de I92S)

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rativa, porque, devendo ser pago o Imposto e constituida a reservQ legal, ndo e justo que os segurados a credito iiquem egualados aquelles que vertem immediatamente o prego de se guro. Pode acontecer que al guns delles, vendo passado o risco, deixem de pagar o pre mio.

O pagamento immediate despensardds seguradoras das despezas e trabalhos do recibo.

(Janeiro de 1926)

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Dos Archivos da Revista de Seguros
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REVISTA DE
COm.FERR^RA&PENNA ^EVisTA DE SEGUROS 41
EXCELLENTE,/> CHARUTOb/T

QuANTO

MAIS TUDO MUDA

MAIS TUDO PICA NO MESMO

Um simplorio escreveu ou disse que a republica e um govemo de leis.

O Brosil. o riquisaimo Brasil, que brilha no scendrio da Magaa Civilascom embalxadas numerosas e regiamenfe^gas; naofalfa anenhumafeata no es^ trangeiro; sustenta vadios na Europa,concorreporaacadeira dos Lusiadas, em Londres, enriquece ministroa, altos funccionorios e polificos profissionoes; possue exercilos em actividade e em reiorma; tem um funccionalismo immenso e despendioso, pelo numero, consituido pelas classes doa activos, dos aposentados, dos em disponibilidade e em deslarce: despende milhares de contos e lozdoagoesaumaRevista, para cujas importagoes ndo hd allandegaa nem borreiras; dota as filhas dos principea republicanos; dd pensoes a familias sem necessidades;crea logares especiaes para osesperan^osos rebentos dos seus esfadisfas; possue um Congresso muito coro e muito Inclinado a proteger inferesses privados, contra OS da collecfividade, — gastoa esses que indicam excesses de fundos, saldos vultosos, opuiencia. vida farta e milagrosa, eomo a dos antigos trades, ndo saiisfaz. entretanto, as sentenSos extrahidas contra a sua Fazenda.

As decisdes da juatlga ndosdo obededdas e Themis fica indifferente a esse descaso.

Para se obter o pogamenfo de um precaforio judicial precisova-se de empenho, interven-

O paladino dos direitos dos consumidores

?do de politicos ou advogados administrativos. promessas de dinheiro ou dislribui?ao de gra- tificagdo pelos caminhos a percorier. Essa praxe, que diziam exiatir, tinha iorja de lei. Obedecei-a. era signal de respeito e prova de patriotismo.

Ja ndo basta o dinheiro para servir de ponte sobre os abysmos burocraticos. Uma ordem. naturalmente inspirada pelo cullo das virfudes que tornam oa poyos respeitados e fortes baixou, hd tempos, para que se ndo desse andamento a nenhuma requisigdo de pagamento.

Ee por isso que os precatorios da justifa — miseraveis farrapos de papel — ndo tem cumprimento no Ministdrio da Fazenda.

Alguns estdo alii, desde o quatriennio pasaado. Os boboa que se convengam de que juizes ndo mandam nas repartigoes.

Para a Unido, os Estados e as Municipalidades. pagar e fazer favor, daresmola,aftenderainteiesses politicos, ou d amisade.

Ndo e obrigagdo.

A jusfiga ndo e poder, e fraqueza, poia ndo diapde do thenem da forga armada.

E iato a adminislragdo, "Abrir quern pode, eata cidade impia", exclamou Dante d porta do Inferno.

— A republica e a liberdade e a felicidade da patria, — dizem OS livToa escolares.

Meninos, aprendei esta verdadei

5^poisjjjj^T®mpestade...

entre os direitos dos queixosos e os dos acusados, e "eliminam danos antieconomicos como as indenizagoes para dor e sofrimento, tornando dessa forma o seguro mais viavel".

®gunda parte do artigo original da The junho de 1987,"Depois da ^srripestade nem sempre a bonanga". '^duzido e adaplado por Alberto Lopes.

r Lintamence com a National In surance Consumer Organisa''on (NICO), Ralph Nader iangou cruzada contra os nao-provedode seguros. Um de seus alvos tem ''JO o Lloyd's de Londres,que aufere 'Pfoximadamente 50% da sua reanual de 7 bilhoes de dolares Estados Unidos, inclulndo-se ®5te total cerca de 2 bilhoes de reseuros. Nader acusa o Lloyd's de em conluio com seguradoras ^sricanas ao se recusar a cobrir cers tipos de responsabilidades e com ^ contribuir para a majoragao de ^ifas.

O clamor dos consumidores, co- p. _ " ^ ciaiiiyr uus consumiaores, corABRICA RIALTO-RIO J'ssarios estaduais e ate mesmo do

Odalisca: inspiragao permanente dos maraj^s.

^-ongresso, ocorrido em 1986, em ''ftio do nao<umpriraento das obrl^oes das seguradoras na cobertura determinados riscos, abalou a in^''Stria. Desde entao,ela tem procureconstruir sua imagem, intro-

modificagoes nas apdlices

^ tesponsabilidade e pressionando mudar a legislagao.

' Ate agora, somente uma meia du^ de estados adotou amplas refor,^ na legisiagao,enquanto a grande

^^^'oria tem aprovado medidas de ®'to mais restrito. Segundo o Insu^^^ce Information Institute, portada industria,as novas disposigoes hi ajudado a restaurar o equilibrio

A industria de seguros tambem langou o seu ataque trienal contra o sistema de honorarios contingences adotado pelos advogados de causas civls. Na defesa de seus constituintes, OS advogados americanos concordam- em cobrar honorarios so mente se ganharem a causa e conseguirem firmar um acordo financeiro entre as panes em litigio. Geralmente, OS honorarios correspondera a 30-40% do acordo, podendo chegar a 60%. N^ ha limites prefixados. Os advogados dos consumidores afirmam que esse sistema permite o acesso aos tribunals a qualquer individuo, independentemente de sua condigao financeira. As seguradoras, por sua vez, argumentam que a pratica estimula os advogados a exagerarem suas reivindicagoes. Elas gostariam que o sistema fosse abolido, ou pelo menos modificado,adotando-se uma escala movel baseada no montante da sentenga judicial. Entretan to, nenhuma das hipoteses tem chance de se tornar realidade.

Tampouco tem possibilidade de vir a ser aceita a pretensao da indus tria no sentido de alterar o sistema de concessao de danos punicivos. Nas causas civis, eles sao concedidos numa proporgao muito superior a qualquer dano compensatorio. Originaimente, os juizes proferiam sentengas estabelecendo danos punitivos somente quando flcava evidente a negligencia do reu. Atualmente,os danos punitivos quase sempre excedem de muito os danos compensat6rios, e nao raro sao concedidos inde pendentemente de comprovagao de negligencia.

A industria mostra-se firme na de fesa de suas propostas para modificar a redagao das apolices de responsabilidade. Segundo ela, as modificagoes tornarao "as perdas mais previsiveis". A primeira alteragao seria para que todas as apolices de respoosabilidade geral fossem emitidas numa base chamada de 'reclamagoes feitas'. No passado, a maioria das apoli ces foi emitida a panir de uma ocorrencia — isto e, um dano, digamos, provocado por um produto farmaceutico defeituoso que ocorra durante a vigencia de uma apolice e coberto por essa apolice mesmo que o dano ou suas conseqiienclas so venham a ser detectados muitos anos depois. Isto significa que, freqiientemente, decorre um longo lapse de tempo entre o dano (ou, para usar o jargao, o evento segurado) e a data em que e feita a reclamac^, Uma apolice emitida com base na reclamagao feita cobrirareclamagoes somente num determinado periodo, diminuindo dessa forma o tempo decorrido entre o pagamento do premio e a llquidagao da indenizagao. Com isto, os custos das seguradoras tornam-se mais previsiveis e o caiculo das carifas mais acurado. Contudo,esse tipo de apolice nao tem side bem recebido pela maioria dos con sumidores, sendo aceito apenas por um pequeno segmento, particularmente em certas modalidades de responsabilidade civil.

A segunda modificagao na apolice estabeleceria um iimite paraa importancia que a companhia de seguros pagaria'por reclamagoes feitas durante qualquer pen'odo de vigencia da apolice. Era comum as companhias oferecerem coberturas sem qualquer teto. As seguradoras dependiam do 'limite por ocorrSncia'

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FRONTEIRAS
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42 REVrSTA DE SEGUR<^^..!
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' ^''ISTA DE SEGUROS
43

para apiicar tampoes ra2oaveis e previsiveis a responsabUidade. Entretanto, o novo clima legal criou sltua?6es em que os 'limites por ocorrencia' podem se acumular. Consideremos um caso ficticio. De um momeoto para outro, descobrese que beber agua da bica provoca cancer da bexiga. O servigo piiblico de abastecimento de agua e processado, mas eie esta coberto por uma apolice de responsabUidade de produto. O tribunal decide que cada gota de agua e uma ocorrencia separada e a companhia de seguros e responsavel ate o limite da cobertura a cada gole de agua sorvido pelo infeliz consumidor.

A terceira mudan^a proposta pelas seguradoras estabelece um limite para os custos processuais pagos por elas, Atualmente, a maioria das companhias se responsabiliza pelo pagamento de todas as despesas legais do portador da apolice, no caso, por exemplo, de vir a contestar uma reclama^k) feita contra ela sob alegagao de negligencia. Em casos extre mes, esta norma tem resultado em custos legais acima dos limites de co bertura da apolice.

Um estudo recente do Insurance Service Office revela que as despesas legais provocadas por segurados em 1986 chegaram a 5.1 milhoes de dolares, quase o dobro do nivel de 1979- Na area da responsabUidade gerai, de cada d61ar pago por reclama0es ou perdas, as seguradoras desembolsaram mais 36 cents de despesas legais.

Esclarecendo a opiniao publica

Qualquer uma dessas modificagoes tera ajudado a aumentar a disponibilidade de seguros de respon sabUidade? Em muitas areas, infelizmente nk>. Entretanto, algumas seguradoras, conscientes do dano causado a sua imagem por essa carencia, escao estudando uma modalidade de cobertura para amparar os mais duramence atingidos.

No caso do seguro de creches, por exemplo, duas grandes seguradoras.

mercado ou facilitar suas exigencias para a aceitagao de seguros de res ponsabilidade pleiteados por municipalidades, distritos escolares, cre ches e vendedores de bebidas alco61icas. Apos a lei que introduzia a re-

Insurance Service Office lembraque

^ Lei de Reforma do Imposto de Renda de outubro de 1986 acrescen•ita 7.5 bilhoes de dolares a carga 'ributaria da industria nos proximos forma da legislagao civil de Connec- |t^co anos. A Continental Corpora' ticut, uma seguradora reduziu suas tarifas em 10% para as municipalidades a que da cobertura. DamesroS forma, em New Hampshire, 23 companhias de seguros participantes do MAS? revelaram que reduzira" suas tarifas em 16%.

'Seguradoras, tenham cora^ao

trabalhando com centros de assistencia a menores, desenvolverara programas de ambito nacional. Da mesma forma, foram criadas coberturasparaenfermeiras-parteiras. Um consorcio formado por dez companhias de seguros, atuando em conjunto com a National Association of Insurance Commissioners e o Ame rican College of Nurse-Midwives (ACNM),elaborou um programa de responsabilidade profissional para cobrir parteiras diploraadas filiadas a ACNM.

Ademais, os pianos de mercado assistido {tnarket-assisted plans), ou MAPs, institm'dos por diversos estados para fazer frente a falta de coberturas, estk) sendo bem sucedidos. De acordo com os MAPs, companhias isoladas concordam voluntariamente em prover cobertura (em contraste com as associagoes de subscrigao ou pools, nos quais a participagk) e obrigatoria). O MAP da Pennsylvania, por exemplo, institmdo em 1985, colocou 94% dos negbcios que Ihe foram submetidos.

De 1.314 propostas recebidas pelo MAP de North Carolina, nos 14 meses de sua existencia, somente duas foram rejeitadas. Cerca da metade dos estados da Uniao organizou MAPs.

Para alguns estados, a aprovagao de projetos de reforma da legislagao civil trouxe vantagens. Com a refor ma,algumas seguradoras declararam que estio dispostas a reingressar no

*>n, uma das maiores seguradoras "Perando nos ramos elementares, '^culaque a suacontade imposto de tnda crescer^ nos proximos quatro '®os, de 250 a 350 milhoes de dola*^5 em consequencia da reforma. O •^blema para as companhias de seNada disso,entretanto,acabacofO |^ros e que a nova lei obriga-as a OS problemas das seguradoras.Elas j® ^^scontar suas reservas. T se mostram preocupadas com o f®'® de que os lucros obtidos era 1987,® talvez em 1988, possam ser considerados excessivos pelos advogados dos consumidores e pelos seguradoSi que ja viram,em outras oportunid® des, as tarifas dispararem ou as berturas desaparecerem do mere® do. Para as seguradoras sera aio" pior se os comiss^ios de segur^'^ compartilharem o mesmo ponto" de-vista.

Este ano, muitas companhias pf® veem aumentos de lucro entre 20^ e 50%,o que podera representar^ lucro operacional para a indiistf'^ americana de 6 a 8 bilhoes de dol® res. O Insurance Information In®^' tute esta preparando uma camp^^* para "situar os lucros da industf'^ numa perspectiva correta". A panha inclui o uso da televisao melhorar a imagem da industri®' um ciclo de palestras e depoknen' a imprensa para explicar ao piibl' OS resultados obtidos pelas seg'^^ doras.

Mesmo assim, a iniciativa nao bastante para quebrar o gelo no re'^^ cionamento com Robert Hunter, National Insurance Consumer ganisation. Ele e outros veem o e*' cicio de relagoes piiblicas como , uma tentativa para justificar OS luCf exorbitantes da industria. Hunter®^ sinalaque o lucro Uquido das segu^^ doras, induindo a renda finance" proveniente de investimentos e nhos de capital, ja alcangara nive considerados verdadeiros records e" 1986.

As companhias tem outro arg^ mento na manga de seus paletos

(NSCL) recomendou unanimemente que o Congress© repelisse a Lei McCarran-Ferguson ou esclarecesse e definisse suas isengoes anti truste espedficas. A NSCL tambem exigiu que as companhias de seguros submetessem informagoes financeiras ao governo federal, induindo premios recebidos, reclamagoes pagas, despesas legais, reservas e renda de investimento.

da tegislagao estadual antitruste e reguladora de atividades comerciais anciecicas. As intimagoes referiam-se especificamente a cobertura de res ponsabilidade de orgaos governamentais e de erros e omissoes cometidos por funcionarios publicos graduados.

oda companhia de seguros deduz seus lucros as quantias postas de para cobrir possiveis perdas. No I'®ssado, essas reservas para fazer ^^nte a prejulzos ocasionais eram 'Plicadas e geravam receita ate expi'ar o prazo para pagamento das re^'amagoes. De acordo com a nova leSislagao, as seguradoras ter^ que 'leduzir um montante atribmdo a '''na futura renda de investimento ao "■nnstitmrera suas reservas para ressarcir provaveis reclamagoes. Isto ^."erdizer que as suas reservas deveser (teoricamente) mais habeas, '■Brando assim mais lucro sujeito a '^agao. Os mais cinicos s^ de opiP'ao que as companhias de seguros ^"nplesmente elevarao as reservas ^^a compensar a dedugao da provi-

De qualquer maneira, nao devera ruim para a industria. Muitos ^reditam que o desconto das reserdestinadas a cobrir eventuais ^rdas eliminara a subscrig^ que ^'Sa a fazer caixa.

Todavia, as companhias de seguamericanas enfrentam um desa'n maior do que persuadir o public© ^ que nao sao agiotas inescrupuloA lei conhecida pelo nome de ^Us introdutores — McCarran^rguson —, que da ^ seguradoras ^staduais o direito de regular o mere a limitada isengao de cerra le^'^'ayao antitruste, corre perigo.

l^fandeparte do apoio arejeigao da e resultado da crise do seguro de ^sponsabilidade e de acusagoes de a industria viola alegislag^ anti-

nste.

Em setembro de 1986, a National Conference of State Legislatures

Em fevereiro de 1987, o Congresso Americano instaurou uma comissao parlamentar de inquerito que podera eventualmente conduzir a rejeigk) da lei. Daniel Oliver, presidente do conselho da Federal Trade Commission (FTC), arguiu que a lei e anticompetitiva e permite a fixag^ de pregos pela industria. A divis^ antitruste do Departamento dejustigae a Associagao Nacional de Procuradores Gerais tambem se manifestaram a favor da rejeigao da lei.

Alguns estados ja iniciaram procedimentos legais contra segurado ras. Em agosto de 1986, o procurador geral da California intimou 125 companhias de seguros acomparecerem em julzo, como parte de umainvestigagao sobre possiveis violagoes

Em West Virginia, no ano passado, o procurador geral iniciou uma agao contra as cinco maiores companhias de seguros especializadas em impericia medica, alegando a sua recusa em dar cobertura a medicos e hospitals, o que constitui uma violag^ da lei antitruste em vigor no estado. Em Novajersei, a sujjerintendencia estadiial de seguros iniciou uma pesquisa que devera durar dois anos so bre o cumprimento da legislagao an titruste por parte das companhias de seguros que operam com ramos ele mentares.

A grande maioriados profissionais que integram a importante New York and Hartford, de Connecticut, acredita que, apesar da celeuma, a McCarran-Ferguson conseguira sobreviver. Ha, porem, os que nao se mostram tao confiantes. A Travelers acha que o atual debate constitui "a

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44REVI.STA DE SEGURO'
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B! 1 ^rffnr ISTA DE SEGUROS 45
Ralph Nader: para as seguradoras, um criador de casos

maior ameaga a McCarran em toda a sua historia".

A indiistria nao esta facilitando. Atraves de outro de seus imimeros porta-vozes, a National Association of Independent Insurers (NAII), convocou no ini'cio do ano o"equivalente a uma marcha sobre a capital" e exortou seus membros a serem "politicamente mais ativos". Segundo John B. Crosby, vice-presidence se nior e conseiheiro geral da NAII, "este nao e um assunto sobre o qual possamos contar com um grande movimento de opiniao publica, a fa vor ou contra. Temos poucos amigos". Quanto a isto, ele jamais tera dito maior verdade. Satelites na orbita do resseguro.

As resseguradoras dao a nota

Mas por quanto tempo? A partir de 1984, a capacidade de subscrigao de resseguros encolheu dramaticamente, contribuindopara a subida das taxas de premios.Entretanto,a qualquer momento pode entrar mais dinheiro no negodo.

Quais sac aS probabilidades de uma nova guerra de tarifas na industria de seguros? A materia-prlma do negocio e dinheiro vivo. Quanto mais dinheiro houver disponlvel, mais negocios poderao set realizados. Quando a oferta de seguros excede a procura, as tarifas caem. No final dos anos 70, boa parte do di nheiro injetado no negocio veio de operadores que se aventuravam no mercado pela primeira vez.

Ja esta entrando novo capital na industria. De acordo com aWarburg Securities, uma corretora londrina, as seguradoras presenciaram o aporte de 7.8 bilhoes de dolares de dinheiro novo em 1986, o que mal compensou o capital que o mercado deixou vazar (atraves de falencias e de companhias que se retiraram do negocio)durante a recente recessao.

Uma parcela signiflcativa desse di nheiro proveio nao de companhias estranhas a atividade mas de segura doras estabelecidas por meio de cessao de direitos, transferencia de agoes e injegoes de numerario das casas matrizes. Esse dinheiro tampouco esta sendo aplicado no nego cio de responsabilidade geral, que

tantos prejuizos causou a industria de seguros no im'cio desta decada.

Entretanto,os recentes problemas da industria advieram principalmente de uma grande infusao de di nheiro no negocio de resseguros feita por companhias que costumam aparecer na lista das 500 maiores empresas americanas da revista Fortune. E ja existem indicios de que mais dinheiro de fora esta sendo instilado no negocio de resseguros. Em 1986, mais de 1 bilhao de dolares de dinheiro alheio a atividade foi apli cado no resseguro. A estimativa e de que mais 3 bilhoes estao no compasso de espera.

Resseguro e o seguro das segura doras. Elas recorrem a ele damesma forma que o bookmaker descarrega as suas apostas. Expandiu-se rapidamente no inicio dos anos 70, quando a capacidade do seguro se re train, ao mesmo tempo em que os mercados de capitais no mundo inteiro corrolam as reservas da indus tria. As companhias de seguros ame ricanas procuraram o resseguro fora das fronteiras da sua prbpria indus tria, o que, em troca, permitiu ^ se-

nao pensou duas vezes. Muitos, guradoras subscreverem mais negv.fazendo-se passar por resseguradocios diretos. Esse recurso ao capital tomavam dinheiro dos incautos. alienigeno lan?ou as semenres dai recentes dificuldades da industrial podera leva-la a dificuldades semfi" lhantes nos prbximos dois anos.

O resseguro tern dois objetivos principals. Disrribui os riscos indivr duals, muito grandes para que segU' radoras diretas os assumam. O la"' Camento de um satelite, por exeni' plo, pode custar entre 100 e 500 Ihoes de dolares. O resseguro tata' bem da margem a que companhia' menores aceitem um volume de negocios do que o seu capital sefia capaz de suportar com seguranC' numa opera^ao direta.

Ha dois tipos principals de ress^

guros:

Participagao por cotas — ^ acordo com esse sistema, a resseg"' radora simplesmente concorda pagar uma proporeao fixa de quer perda,"digamos 10%,em cro^' i

ficavam com parte do premio e dePois resseguravam (ou retrocediam) ^ maior parte do risco com uma res^guradora.

Decididas a prolongar o mana dos Premios o mais possi'vel, ressegura^ras e retrocessionarias mergulhade cabe^ano negocio de respon'^bilidade geral. A historia ensinava muitos anos se passavam antes expirar o prazo de pagamento de ""na reclama?tto. O que nao sabiam e '"e a historia estava errada. De re''^rite, os tribunais americanos coa impor o pagamento de Pideenizaeoes madias Companhias ''"v tinham rescivido bancar por '°tta propria o seguro passaram a '^correr as resseguradoras. Muitas ^ssas companhias se retiraram do ''^gocio bastante escaldadas. . As resseguradoras, por sua vez. itii

tarifas ate 1.000% em alguns ramcs elementares, reduzindo ao mesmo tempo a extensao da cobertura oferecida. A maioria se recusava a subscrever apolices de responsabilidades traigoeiras (tais como responsabili dade de produto,impericia medica e cobertura de diretores e altos funcionarios),obrigando as seguradoras primarias a reduzir ou recusar coberturas.

mente subscritos a taxas inadequadas. Muitas fecharam as portas ou se retiraram do negocio.

Tal como acontecera com o seguro direto, a capacidade se contraiu e as tarifas de resseguros comegaram a subir,especialmente nos negbcios de responsabilidade geral. A tal ponto que, a certa altura de 1985, muitas seguradoras encontravam dificuldade em obter resseguro a qualquer prego.

^ssoas fisicas e juridicas americaeram sediadas nas Bermudas, voitade 1980,eramcercade 750 j ^ receita da sua arrecadagao de '^mios chegava a 60 bilhoes de do-

1 ' f , " , i[- "^'aram a debandada de outros ti de 10% do premio do seguradort" fiQ.j , , , . , , , . ," , '"denegociosemuitascompanhias reto, depois de deduzidas as com*'" tig j , , 1- . Seguros cativas fecharam as por- soes e despesas do segurador direto. constituidas duExcesso de perda — Essa mod^ ^ante os anos 70 por companhias inhdade cobreo segurador direto COP JUstriais e coalisoes de associafoes tra grandes perdas individuals O dasse (advogados e medicos, por uma serie de pequenas perdas cauS^^Xempio), que tentaram reduzir o dasporumunicosinistro —umfui^ Usto do seu proprio seguro adocao, por exemplo. Mediante uiP ^^do o auto-seguro. Muitas dessas importancia previamente estabd^ Npresas cativas, controladas por cida, o ressegurador concorda pagar perdas que excedam um liifl''^ preflxado ate uma determinada iP' portancia. Poder^ por exemp'f' concordat em pagar ate 1 milhao" dolares, quando as perdas tivef^ excedido US$500,000. No jargP"' diz-se que isso representa o exce^^ de USSl milhao sobre USSSOO.OO*^'^

As resseguradoras podem res'f gurar(ou retroceder)o seu negd^'*^ com outra resseguradora (ou retf" cessionaria).

Assim como o seguro,o ressegi^*^^ e um negocio gerador de dinheiro vista. Ao contrario or de dinneit"

6mbora criadas com a finalidade ."^•^lusivade provero auto-seguro, as ^dvas viram-se forgadas pela Re'fa Federal americana a aceitar ne'Cios de fora. As autoridades fiscais ^Usaram-se a conferir-lhes a status companhias de seguros (e com ^1 todas as isengoes tribut^ias per- i^'hentes), a menos que fizessem das seguradofP^ ir.''Qva de s If «va de serem seguradoras de boadiretas, as resseguradoras muitas ^ origem a negocios de zes estao isentas de qualquer coP' ^^Sseguros para as seguradoras diretrole regulador. Alem disso, n^ tc ^ (^Qmo era de se prever, as catigrandes c

ustos operacionais. quase sempre inexperiences e camente, qualquer pessoa dispond" ^'^titando com pessoal pouco habilide telefone, telex e um endere?"^o,atrai'am os maus negocios, e os comercial podia se estabelecer P^|,^Ucos que escapavam eram geralfim d. decada de 70, E muit.

Na verdade, muitas ressegurado ras tinham aderido ao jogo de subscrever para fazer caixa praticado pelas seguradoras diretas. O resultado foi identico. Em 1984, as ressegura doras tiveram um prejmzo de subscrigao de 2.4 bilhoes de dolares e um prejuizo operacional de 800 miIhoes. O excedente dos segurados tambem caiu. A grosso modo, este excedente e o que resta depois de deduzidas as responsabilidades do ativo. A rigor,e a base financeira que permite a uma companhia subscrever seguros ou resseguros. Desde 1984, cerca de 90 resseguradoras cessaram suas atividades, inclusive muitas cativas sediadas fora do pais que tem sido responsabilizadas (injustaraente) por muitos dos infortunios que desabaram sobre a indus tria.

A recuperagao pode nao ter ocorrido em 84, mas o mesmo nao se pode dizer do panico. Muitas resse guradoras chegaram a majorar suas

A industria seguradora fala sorabriamente de uma crise de capaci dade no resseguro, que mantera em alta as tarifas das seguradoras diretas. Elas apontam para o Lloyd's de Londres, que subscreve uma boa parte do resseguro americano (que responde talvez por 30% da sua receita de premios anual de 7 bilhoes de do lares).O Lloyd's dirainuiu a aceitagao do resseguro americano por duas razoes: nao confia no sistema legal americano, e diversos dos seus sindicatos se insurgem contra os limites de receita de premios. Acresce que duas das maiores resseguradoras do mundo, a Munich Re da Alemanha Ocidental e a Swiss Re(com premios anuais combinados da ordem de 6 bi lhoes de dblares), recusaram-se a bombear mais dinheiro nas suas subsidiarias americanas. Tambem se mostram preocupadas com as altas indenizagoes decretadas pelos tribu nais e a queda do dolar.

Pegando o trem no inicio da linha

Sera que a industria de resseguros aprendeu a ligao e a sua capacidade permanecera firme? Lamentavelmente,a resposta para ambas as perguntas e provavelmente nao. O di nheiro esta voltando a ser canalizado para o negbcio. A NAC Re,de Nova lorque, e o Grupo Trenwick, de Westport,Connecticut,sao duas res seguradoras de porte medio que ^riram recentemente o seu capital a subscrigao publica; a General Re, a maior eesseguradora dos Estados Unidos e terceira colocada no ran king mundial(com uma arrecadagao de premios de 1.6 bilhoes de dolares no ano passado), esta levantando fundos na bolsa de Nova lorque. Se-

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REVISTA DE SEGURO^'A
Indenizagdes j^, diz a lei
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guradoras prim^as, como a Ame rican International Group, de Nova lorque, tambem est^ inaugurando operagoes de ressegtiros.

Os recem-chegados nao tem sido desencorajados em suas iniciativas.

A Re Capital, per exemplo,ate 1985 fabricante de bolsas com o nome de OUa,levantou hapouco 100 milhoes de dolares para se converter numa resseguradora, e, ao mesmo tempo, conseguiu atrair para suas fUeiras 15 profissionais do primeiro time da General Re.

Por que? A fatla de subscrigao representada pelo resseguro, que forgou a subida violenta de algumas tarifas, e precisamente a oportunidade que certas seguradoras e grupos de fora do mercado aguardavam, partindo do racioci'nio que aqueles que embarcam no inicio dalinha e que fazem fortuna. E possivel que tenham razao.

Os aumentos de pregos reduziram as relagoes percentuais combinadas (ratios) das resseguradoras de 133% para 108%, o que vale dizer que muitas estao tendo iucro contabilizando a renda auferida com as aplicagoes. Algumas tern ate declarado lu cres operacionais. Nao e de admirar. Depois das fal^ncias ocorrldas em 1984-86, as seguradoras primarias que herdaram resseguros incobraveis estao mais preocupadas com a saude financeira das resseguradoras do que com as tarifas. Praticamente, as resseguradoras podem impor suas condigdes.

Muitas insistem no sentido de que todos os negbcios devem ser realizados na base de reclamagdes feitas (isto e, as reclamagdes s6 podem set formalizadas durante a vigencia da apolice). Tamb6m se recusam a aceitar alguns negdcios obviamente mais arriscados, como coberturas de poluigao, e se batem cada vez com mais empenho pela adogao de clausulas que estabelegam um prazo limite de cinco anos para a validade das recla magdes. Em alguns riscos — res^nsabilidade profissional, por exemplo — essas resseguradoras estao exigindo(e o que 6 mais,conseguindo) premios tao altos que o premio somado a renda dos investimentos chega a ultrapassar os limices da ap6-

Resseguro: mais apertado mas rentavel

ASassese importa com o quevoc^tem de maisimportante:

lice. Trata-se,em outras paiavras, de um caso raro: o seguro sem risco.

Nessas circunstancias, nao demorara muito e os oportunistas estarao de volta. O dinheiro esperto nao perdeu tempo. A American Re e a Prudential Re receberam injegdes de capital de suas principals; a nova subsidi^ia de resseguros do Grupo Claredon Insurance, adquirida ha um ano, esta se organlzando para subscrever mais negdcios; a American In ternational Group e um consdrcio de investidores fundaram a Putnam Reinsurance com um capital de 100 milhoes de dolares. Outras segura doras,inclusive membros da bolsa de resseguros de Nova lorque,tambem estao trazendo novos apones de ca pital para o negdcio.

Veteranos do mercado, tanto do segtiro primario quanto do ressegu ro, que sobreviveram ao recente hoiocausto, nao estao jogando para perder. Aparentemente, limitam-se a alguns negdcios sem maiores atrativos, como seguro automotivo, acidentes de trabalho e algumas modalidades de responsabilidade geral. Mas examinam com o maior interesse qualquer perspectiva de negd cio.

resseguros costumavam ser obtido^ atraves de acordos ou tratados. Is'" quer dizer que a resseguradora coO" cordava em ressegurar na sua total'' dade certo tipo de negdcio de seguradora direta (por exemplo, guro contra incendio comercial) um ano. Uma das vantagens do s'5* tema e que na hipdtese de a seguf®' dora direta conseguir um negdcio l^"' crativo —.suponhamos, segurar laboratdrio submarine contra — ela n^ tem como deixar de fot* da operagao a sua resseguradora. P"' outro lado, a resseguradora particip' do negdcio mas nao tem qualqu®^ controle sobre a decisao da segui^' dora primaria de realizar a subset'' gao. Se o negdcio nao der certo,' resseguradora tambem embarca prejuizo.

A outra modalidade de ressegi*^ e facultativa, sendo cada risco rat® ado separadamente. A vantagem negdcios realizados por meio acordos6 que o sistema reduz ao h'' nimo as despesas, quer da seg^ dora direta quer da resseguradof^ garantindo ao mesmo tempo fluxo constante de receita de mios para a resseguradora,sem a"f cessidade de mantei uma equips vendas experiente e, as vezes, tef recorrer i. underwriters. Em grande parte, os negdcios de

Seguro de automdveis ou acidentes de trabalho: negdcios de praxe

Companhias General Reinsurance Employers Reinsurance American Reinsurance North American/Swiss Prudential Reinsurance Munich Reinsurance Gr. Kemper Reinsurance National Reinsurance INA Reinsurance Continental Reinsurattce 1985 1986 Receita Despesas Ratio Receita Despesas Ratio premios Subscr. Comb. prgmios Subscr. Comb USS USS USS USS 1,586.5 412.3 110.8 2,476-8 586.7 103J 760.4 181.3 115.8 1,211.6 255.9 104.9 730.2 253.0 116.3 947.5 232.2 98.0 587.7 216.9 130.5 736.9 231.8 167.< 517.5 159.8 119.2 678.9 188.7 100.9 159.4 140.9 106 2 671.8 197.7 97.6 295.3 60 2 114.5 406.0 77.4 103.6 220.3 46.1 114,3 352.1 56.3 1040 219.5 72.8 137.5 256.8 70.6 105.6 198.5 55.2 113.0 260.7 66.0 98.5 Fonte — Reinsurance Association of America
48 Avlda. A SEGURADORA OA CAIXA.

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