Rota Romântica

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Rota Romântica em revista Edição 1 Julho a Setembro 2015 l

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EDITORIAL

Prontos para compartilhar Pelos caminhos da Rota Romântica O trajeto da Rota Romântica foi criado há 20 anos para unir os 14 municípios da região e mostrar ao turista a diversidade da gastronomia, hotelaria e os eventos que ocorrem ao longo do ano. Durante essas duas décadas, muitos projetos foram desenvolvidos para fortalecer o roteiro e torná-lo referência no Brasil. Agora, chegamos a um outro momento. Queremos desenvolver um trabalho planejado para tornar mais fácil e cômoda a viagem daqueles que passam por nossas estradas coloridas pelas folhas dos plátanos. É tempo de se conectar, de compartilhar as belezas e atrações que temos nestas cidades em todas as estações. Por isso, estamos apostando em uma comunicação eletrônica, com design moderno e arejado, mas sem perder a nossa essência ligada às tradições e às culturas germânica e gaúcha. A proposta é que esta revista seja um mapa pelo qual vamos passando e descobrindo pessoas, histórias, roteiros e lugares desconhecidos da maioria. Boa leitura!

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Caxias do Sul 35 km

Nova Petrópolis 16 km

35 km

10 km

Picada Café

25 km

Linha Nova

7 km

5 km

Presidente Lucena

11 km

Ivoti 4 km 8 km 7 km

35 km 6 km

Canela

Gramado Santa Maria São do Herval Francisco 14 km de Paula Morro Reuter

5 km

Dois Irmãos 17 km

Estância Velha Novo Hamburgo São Leopoldo

40 km

Alegre Porto

Estrada para Linha Nova

EXPEDIENTE Produção e execução: Conexão Corporativa Jornalistas responsáveis: Liège Alves e Lissandra Mendonça Textos e fotos: Vera Fernandes Diagramação e projeto gráfico: Geraldine Timm


PARADA OBRIGATÓRIA

As paradas da rota Está subindo a Serra pela BR-116? Voltando pela Estrada Presidente Lucena (RS-865)? Seja qual for a rota, parar é obrigatório. E as opções não são poucas. Nesta edição, vamos apresentar duas tendas – a Tenda do Umbu, em Picada Café, e a Tenda Rodeio, em Pre-

sidente Lucena -, dois pontos tradicionais da Rota Romântica que há anos seduzem os apaixonados por este roteiro, seja pelos produtos coloniais que oferecem, pelo artesanato ou simplesmente pelo descanso na sombra de um umbu.

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PARADA OBRIGATÓRIA

A cinquentenária Tenda Aqui se encontra lazer, comida caseira, produtos coloniais e artigos típicos da região. E aos domingos, música ao vivo. Estas são as atrações da Tenda do Umbu, que há mais de 50 anos é parada obrigatória para quem sobe a Serra. Quem passa pelo local nos finais de semana vai encontrar muitos motociclistas. Para eles, a Tenda do Umbu é especial e essa história vem desde os anos 80. Quem conta é Miriam Eloá Rückert Maurer, uma das filhas de Eloi Rücket, que foi quem deu início à tenda, na década de 60. Segundo ela, nos anos 80 um

do Umbu

grupo de profissionais liberais vinha até o local, nas quintasfeiras à noite, de motocicleta, para fazer um churrasco. Eles ligavam para Eloi, pediam para que separasse bebidas e espetos e deixasse no posto de combustível. Ali eles pegavam o isopor e os espetos, atravessavam a BR e faziam o churrasco. Foi este grupo que deu início à íntima relação entre a tenda e os motociclistas. Segundo Miriam, alguns já têm três gerações frequentando o local. “Temos clientes de décadas, que vêm todos os finais de se-

mana e quando chega o verão e passam um tempo no litoral, eles ligam para avisar que não vêm”, conta. A tenda iniciou com a venda de frutas e flores à sombra de um umbu e hoje conta com um restaurante com 160 lugares, lancheria, loja, cabana e pátio com coreto e música ao vivo aos domingos. E a ideia é não parar por aí. Miriam diz que o projeto é ampliar a loja para oferecer um espaço maior aos motociclistas.“O volume dos produtos para este público é maior e queremos dar mais comodidade a eles’’, explica.

A Tenda do Umbu abre às 6h30 durante a semana e 7h30 no final de semana e funciona até as 18h. Para saber da programação basta acessar o site www.tendadoumbu.com.br ou o Facebook www.facebook. com/tendadoumbu.

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Tenda Rodeio: para levar o café colonial para casa

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Tenda Rodeio fica na Estrada Presidente Lucena, 4.800, na cidade com o mesmo nome. Foi aberta por Iricena Schmitt com“meia dúzia de pães’’ há 18 anos, aproveitando a oportunidade do asfaltamento da estrada no trecho entre Ivoti e Picada Café. Aos poucos foram se agregando produtos, passou pelo colha e pague, depois vieram as schmiers e geleias, as bolachas e a infraestrutura foi crescendo. “Fomos emendando a tenda e ela foi crescendo”, explica Liani

Kayser Schmitt, nora da fundadora e atual proprietária do local. Durante a semana ela trabalha sozinha. Faz os pães e as cucas (assados nos fornos que ficam junto com a tenda) e tudo mais que a sogra - antes de parar de trabalhar -, lhe ensinou. Nos finais de semana recebe auxílio para o atendimento. Segundo ela, a venda de pães e cucas chega a 190 peças aos sábados e domingos. “Temos muito trabalho, afinal, não há folga, mas eu gosto do que faço’’, revela.

A tenda fica aberta das 10h às 19h, todos os dias. Para quem quer fazer contato, pode acessar pelo Facebook, no endereço www. facebook.com/tenda. rodeio.

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SUSTENTABILIDADE

Sambalina A semente orgânica da Serra Gaúcha

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Junho a Setembro

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ROTA ROMÂNTICA em revista


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cultivo e consumo de produtos orgânicos vai conquistando, gradativamente, espaço cativo na mesa de milhões de brasileiros. Isso não se pode negar. Mas conquista também produtores, que se dedicam a trabalhar pelo orgânico. Assim é no Sítio Sambalinas, em Nova Petrópolis, que comercializa sementes de flores, frutas, ervas, verduras e legumes. Tudo orgânico. Mais ou menos na metade do caminho entre Gramado e Nova Petrópolis, pela RS-235, fica a entrada da Linha Gonçalves Dias. Ali são encontrados plátanos, araucárias e até um cemitério familiar do século passado. São pouco mais de 4 quilômetros nesta rota e chegamos ao Sítio Sambalinas, onde os visitantes são recebidos pelo casal Gyps – assim mesmo, como prefere ser chamado este alemão que fala muito pouco português e a paranaense Verônica Bruch - , além de gatos e cães.

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SUSTENTABILIDADE

O cultivo de um sonho Há sete anos o casal deixou o bem-sucedido Bistrô Suppentreffpunft, em Berlim, na Alemanha, para realizar o sonho de Verônica: voltar para o Brasil, viver junto à natureza, produzir e comercializar as sementes orgânicas. Mais de 80% das coisas ficaram por lá. “Hoje sinto falta apenas de alguns livros, revela a paranaense, confessando que durante os 34 anos que morou em Londres, Viena e Berlim só pensava em voltar para o Brasil e comprar um cantinho de terra onde pudesse levar adiante seus propósitos. “Temos uma fauna e flora diversificadas, incomparáveis. Eu acordo todos os dias e agradeço a Deus por estar aqui”, diz, ressaltando que

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a ideia é transformar a propriedade de 22 hectares em uma Área de Preservação Permanente (APP). A mata nativa divide no local espaço com canteiros onde são plantadas as matrizes que produzem as sementes, já certificadas, desde janeiro de 2011 pela Ecovida. O atendimento e comercialização são feitos pelo site www.sambalinasementes.com.br, que apresenta, além de toda a variedade dos produtos, também definições, procedência, dicas de plantio e até receitas. Além disso, as sementes também são vendidas no Centro de Nova Petrópolis na feira de orgânicos, todos os sábados pela manhã.


Atendimento e comercialização através do www. sambalinasementes.com.br O site apresenta todos os produtos, definições, procedência, dicas de plantio e receitas.

Respeito à natureza O trabalho para a produção das sementes ocorre por meio da polinização aberta, feita por insetos, pássaros, vento ou outros agentes naturais. Todos os processos do sítio se utilizam de mecanismos naturais. Em um passeio pelos canteiros ouvimos alguns comentários como: “ olha, pulgões na couve, precisamos encontrar joaninhas para colocar aqui”. É assim que funciona o orgânico. Se por um lado, alguns alegam a saúde como justificativa para compartilhar esta filosofia alimentar, outros vão além. Inserem nos seus motivos a sustentabilidade e seus pilares, que cultuam o economicamente viável, o ecologicamente

correto e o socialmente justo. Vegetarianos, Verônica e Gyps têm pela natureza um respeito singular. “É tão perfeita. Nós não temos o direito de modificá-la”, explica Verônica. Além deste trabalho, os dois também já estão se transformando em referência na produção orgânica. Eventualmente, eles têm recebido interessados no processo. “A mudança de hábitos, sobretudo dos jovens de hoje, está levando a uma procura cada vez maior do sistema orgânico de produção”, explica. “É para nós um prazer ver as pessoas saindo daqui com conhecimento”, afirma Verônica.

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ENTREVISTA

Rota Romântica

Entre os dez roteiros FOTO SABRINA SCHUSTER

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Eleito como uma das dez estradas mais charmosas para viajar no Brasil pelo site Catraca Livre e presente na lista das dez estradas paradisíacas do País, segundo o site Ecoviagem Turismo, o Projeto Rota Romântica comemora 20 anos desde os primeiros encontros que dariam início ao roteiro que une 14 municípios gaúchos. São duas décadas de trabalho intenso que organizou a en-


mais belos do País tidade e impulsionou a região formada pelos municípios de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Estância Velha, Ivoti, Dois Irmãos, Morro Reuter, Santa Maria do Herval, Presidente Lucena, Linha Nova, Picada Café, Nova Petrópolis, Gramado, Canela e São Francisco de Paula. A Rota Romântica gaúcha foi inspirada em

um roteiro da Alemanha. Por aqui, fica entre a planície do Vale do Sinos e o Planalto da Serra Gaúcha. Tem colonização predominantemente alemã e a preservação da cultura germânica é um dos seus atrativos. Confira a entrevista com o presidente da Associação Rota Romântica, Claudio José Weber.

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ENTREVISTA

Como o senhor define a sua trajetória na Rota Romântica? Quando eu assumi, há sete, oito anos, a entidade tinha uma série de dificuldades, principalmente na questão do nome e da credibilidade em torno dele. O começo foi dedicado a reorganizar a entidade, organizar contas e separar setores. Depois desta organização, qual foi o próximo passo? Passamos a fazer algumas ações. Nos primeiros dois ou três anos percorremos o País em feiras, fomos ao exterior também, divulgando amplamente o nosso roteiro. Depois mudamos o foco para a organização e qualidade do receber bem, ou seja, nós tínhamos que ter um roteiro roçado, bonito, com as árvores, florido e ajardinado. Hoje, se você observar, vai ver pela Rota que estamos replantando os plátanos, nossa árvore símbolo, e já foram mais de 3 mil mudas. O receber bem começa pelo caminho. E tem a participação dos municípios? Nós conseguimos com a participação dos municípios que eles cuidassem cada um do seu trecho. E é importante lembrar que a Rota é dos municípios. Entretanto, cada um assumiu a sua parte. Tivemos que aproximar os municípios do roteiro, e então fomos vendo os resultados. Um dos exemplos são os pórticos que foram sendo espalhados em praticamente

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toda a rodovia. É um portal de entrada e precisava ser um pórtico característico, bonito, que tenha a ver com a cidade. Este foi um trabalho que ao longo destes anos todos fomos conseguindo realizar.

Como a Rota foi eleita um dos dez roteiros mais bonitos do País? Tudo começou no ano passado, quando tivemos duas inserções em programas da Rede


Globo. Foram duas matérias feitas sem custo para a Rota, com material reprisado. Isso já foi um alento, uma vitória nossa. Este ano, a Rota Romântica foi eleita como uma das dez estradas mais charmosas para viajar no Brasil conforme o site Catraca Livre e também destaca-se entre as dez estradas paradisíacas que ficam no Brasil segundo o site Ecoviagem Turismo. Isso para nós é uma vitória, não para mim pessoalmente, mas para minha diretoria, para os municípios

que compõem a rota, para a região que recebe os turistas, todos nós saímos ganhando.

Quais são as ações para o futuro? Elegemos algumas ações para este ano. Uma delas é o lançamento da revista eletrônica em parceria com a Conexão Corporativa. A segunda é o aplicativo da Rota que terá a imagem da nossa logomarca. Através de dispositivos móveis, as pessoas poderão baixar gratuitamente informações da Rota, conhecer atrações dos municípios, obter dados da rede hoteleira, gastronomia, entre outros. Temos outra proposta nesta mesma linha, uma ferramenta que utiliza um QR Code. Uma maneira de transmitir rapidamente informações para dispositivos móveis por meio de um código de barras em 2D, que pode ser escaneado por celulares e tablets. Esse código, após a decodificação, passa a ser um trecho de texto e/ou um link que irá redirecionar o acesso ao site www.codecity. com.br onde irá conter as informações detalhadas sobre as cidades e seus atrativos, por meio de textos e imagens sobre o local, obtendo assim informações mais detalhadas sem o auxílio de guias turísticos ou historiador, unindo o “mundo real ao mundo virtual”. As informações também estarão disponíveis para acesso via notebooks e desktops. Estas são algumas ações que nos propusemos a fazer. Hoje os municípios sabem que pagam uma anuidade e este dinheiro será bem aplicado.

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ARTE PELO CAMINHO

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Chartiot Eric

mágico que conta histórias e que é capaz de nos mostrar que todos podemos ser outra versão de nós mesmos. Este é Eric Chartiot, um francês nascido em 1961 e hoje morador da cidade de Morro Reuter. Ele, que garante que a mágica existe à nossa volta, nós é que não prestamos atenção nela, abriu mão de um trabalho estável e de um salário em Euro, para subir nos palcos gaúchos e fazer mágica. Tudo começou quando ele, então servidor do Ministério das Relações Exteriores da França, atuando na Noruega, resolveu buscar na magia o entretenimento para filha Miléna, hoje com 21 anos. Em 1997, o futuro mágico foi convidado a se estabelecer no Brasil, em Porto Alegre, onde assumiu o cargo de diretor da Aliança Francesa. Ele veio com a esposa Elisabeth, a filha Miléna e o filho Nicolas. Ficou neste cargo até julho de 2002, quando começou a carreira que iria satisfazer seu desejo antigo de subir no palco, encantar plateias e lapidar emoções.

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ROTA ROMÂNTICA em revista

O mágico que conta histórias

Realizações Livros: A melhor magia do mundo Contos Mágicos O magicontador Espetáculos Como num livro aberto Contos Mágicos O magicontador A Horla

Palestras: O professor comunicador. A força da segurança Palestras “à la carte” – Sob a encomenda das empresas A Fantástica Fábrica de Emoções Mais detalhes acesse o site www.magicontador.com.br.


Novos rumos Quando encerrou o contrato com a Aliança Francesa, a família poderia voltar para a França, se mudar para Belo Horizonte ou ficar no Rio Grande do Sul. Foi quando eles foram apresentados a uma simpática e pequena cidade da Rota Romântica: Morro Reuter. Ali, poderiam realizar um desejo antigo: morar em uma pequena propriedade do interior. Em visita à cidade, descobriram o Casarão e ficaram encantados. Foi então que decidiram onde iriam começar uma nova vida. A casa foi construída na mesma área. O Casarão hoje é um espaço cultural que eventualmente recebe espetáculos (veja agenda pelo Facebook procurando “Arte no Casarão”) e que também é alugado para eventos.

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ARTE PELO CAMINHO

A troca do certo pelo incerto

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ric já praticava a mágica como hobbie e em 2001 subiu pela primeira vez no palco. No final do espetáculo, foi questionado por professores se fazia shows e quanto cobrava pelas apresentações. “E eu nem tinha pensado que poderia cobrar para fazer isso”, conta. A família, que tinha uma renda boa, teve que apresentar a viver com menos. “Nossas reservas acabaram rápido, pois tínhamos a casa para construir e o Casarão precisava de reformas. Mas tínhamos a propriedade, escola

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pública para os filhos e a horta. Enfim, conseguíamos viver com pouco e isso tudo somado ao apoio da família foi fundamental”, ressalta. Ele revela ainda que o grande diferencial foi a criação de um espetáculo sobre a descoberta da leitura de forma mágica. “Aqui no Rio Grande do Sul se incentiva muito a leitura, então eu comecei a trabalhar. Depois fui criando outros espetáculos. Hoje é preciso agendar com bastante antecedência’’, comemora. Além das atividades do Casarão, Eric trabalha com os espetáculos de mágica e palestras.


A magia da

música

Eric conta que por muito tempo ele, amante da música, tentou tocar violão, mas sem sucesso. Entretanto, nunca desistiu, tanto que conseguiu inserir mais tarde esta arte em seus espetáculos, no qual ele toca um serrote. “Eu apareço no palco com este objeto e todos esperam um número de serra. Mas como tudo pode ser outra coisa, este objeto acaba produzindo música”, revela. Ele conta que na casa de seu avô este serrote estava sempre exposto em uma parede. “Meu avô era músico, autodidata. Ele queria que eu fosse músico, chegou a me dar um saxofone, mas, embora eu quisesse muito, nunca tive sucesso na aprendizagem de um instrumento”, lembra. “Foi um professor de música que me ajudou a descobrir como se tocava o serrote. O som é feito por meio de um arco de violino. Foi mágico, ele pediu para eu repetir a nota que ele me deu e eu consegui. Foi a primeira vez que escutei o som do serrote. Hoje quando eu entro no palco com ele, a plateia pensa que vou serrar. Quando o show acaba, muita gente chora. Porque as coisas são realmente mágicas”, completa.

Adoração pelo

palco

“Eu sempre tive vontade de fazer outra coisa, mas não sabia o que eu queria. Sempre tive admiração pelo lado artístico, pela música e teatro. Eu sempre adorei o placo, sempre foi algo forte para mim. No entanto, nunca consegui assumir a ideia de que poderia fazer arte. Sempre achei que não tinha qualidades ou talento’’, conta.

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A ROTA NAS ALTURAS

Para quem quer chegar perto do

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céu


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ma estrada ladeada por plátanos e curvas sinuosas, seguida de um pouco de chão batido para aumentar o romantismo e com um final espetacular, onde se vê cidades, morros e vales. Se você quer chegar às alturas na Rota Romântica, é isso que vai encontrar. Tradicionalmente, quem quer sentir a liberdade da brisa no rosto e da sensação de estar pertinho do céu pode passar por dois pontos:

o Morro Felskopf (antigo Morro da Embratel), em Morro Reuter; e o Ninho das Águias, em Nova Petrópolis. No primeiro, o Vale do Sinos, Região Metropolitana de Porto Alegre e até mesmo as chaminés do Polo Petroquímico de Triunfo se apresentam. No segundo, a vista chega ao Vale do Caí, um lugar também entre vales e montanhas, onde é possível não só apreciar a natureza e belíssimo o pôr do sol, como também, literalmente, voar.

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A ROTA NAS ALTURAS

Morro Felskopf – a primeira parada Distante 65 quilômetros da capital gaúcha está o mirante do Morro Felskopf (que em alemão significa “cabeça de rocha”). O local foi rebatizado em 2009, com o objetivo de desassociar este que é um dos principais pontos turísticos de Morro Reuter, da marca Embratel, além de identificar o local com a origem germânica da população. A elevação está situada sobre um platô de rocha basáltica 700 metros acima do nível do mar e faz parte das montanhas que formam a Serra Geral. O mirante fica a dois quilômetros do centro da cidade. É uma área de preservação permanente com uma grande variedade de animais e plantas. Além do mirante, um espaço de grama rasa permite aos visitantes contemplar a vista enquanto saboreiam um chimarrão ou mesmo para um bom piquenique. Se de dia a vista é

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espetacular, à noite é tão bonito quanto, oferecendo um verdadeiro espetáculo com um impressionante mar de luzes. Alberi Von Mühlen, açougueiro aposentado de 53 anos, é uma das pessoas que seguidamente vem ao morro para contemplação. Na maioria das vezes ele, que é morador de Dois Irmãos, traz uma visita para apresentá-la à paisagem que pode ser vista do mirante. “Faço isso desde 1990, quando vim morar aqui. As pessoas que trago sempre ficam admirados com a beleza do lugar”, explica ele, apontando ao seu visitante, como um perfeito guia, os principais pontos turísticos da região. Segundo Alberi, o local também é referência para um chimarrão familiar. Junto com ele estava o sobrinho, Lucas Von Mühlen da Costa, que veio de Cunhaporã, no Paraná.


O Ninho das Águias – a segunda parada Com uma altitude de 710 metros e a 95 quilômetros de Porto Alegre está o Ninho das Águias, um lugar que reúne apaixonados, seja pelo belíssimo pôr do sol, ou pela aventura das trilhas e do voo livre. Para chegar até lá é preciso manter-se na BR-116 depois da entrada de Nova Petrópolis por mais cerca de três quilômetros em direção a Caxias do Sul. Saindo da rodovia são mais cinco quilômetros de estrada de chão (de ótimas condições) até chegar a este que já foi ponto de passagem e hoje é considerado o ponto turístico de destino mais visitado em Nova Petrópolis. O Ninho das Águias está preparado para receber os turistas. Possui banheiros, bar e até wi-fi, o que permite que a selfie com fundo de pôr do sol seja postada ali mesmo. Em junho de 1988, a prefeitura de Nova Petrópolis adquiriu a área, localizada na Fazenda Pirajá. O local foi denominado de Estação de Voo Livre “Adlerhorst”, que traduzido significa Ninho das Águias. Em 15 de fevereiro de 1989, a inauguração oficial foi feita, com a realização de uma etapa do Campeonato Gaúcho de Voo Livre. O Clube de Voo Livre Ninho das Águias – presidido por Marcel Marsillace com Prida Sander como vice-presidente, tem a concessão de uso do local para a prática de voo com asa delta e paraglider. Uma das atrações para os turistas são os voos duplos com instrutores credencia-

Paraglider, trilha e mountainbike - O instrutor de paraglider Rogério Pedó já fez voos com pessoas de 1 ano e meio (num voo triplo) até 86 anos. Além dos voos, Rogério também promove trilhas, caminhadas e atividade de mountainbike.

dos. Os valores para quem quer voar variam entre R$ 200 e R$ 400. Os voos compreendem uma área de 8 a 10 km e o pouso é feito em uma estrutura montada para isso. Duram entre 20 e 30 minutos, de acordo com as condições do tempo (ventos, correntes e nebulosidade).

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ENDEREÇO DOS LOCAIS QUE APARECERAM NESTA EDIÇÃO

Tenda do Umbu Rodovia Presidente Getulio Vargas,1580, Morro Dock, Picada Café

Tenda Rodeio Estrada Presidente Lucena, 4800, Presidente Lucena

Ninho das Águias Acesso pela BR-116, Km 18 Fazenda Pirajá, Nova Petrópolis

Casarão RS-873, 1.370, Morro Reuter

Associação Rota Romântica Av. 15 de Novembro, 100, Nova Petrópolis

Morro Felskopf Acesso pela BR-116, em Morro Reuter

Sítio Sambalinas RS-235, entrada da Linha Gonçalves Dias, Nova Petrópolis

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