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Ao longo do tempo, estudos longitudinais estabeleceram a relação entre as concentrações dos hormônios tireoidianos e as alterações no peso corporal devido à participação desses hormônios no controle da termogênese e do apetite. Mais recentemente, as pesquisas constataram que o excesso de peso também pode influenciar a função tireoidiana com a presença de hipertirotropinemia, com ou sem alterações nas concentrações de T3 e T4, sendo geralmente observada em indivíduos obesos eutireoidianos – com a tireoide funcionando adequadamente. Embora a relação entre obesidade e tireoide seja complexa e bidirecional, essas evidências sugerem que a disfunção do tecido adiposo pode ser o principal fator responsável pelas mudanças na homeostase dos hormônios tireoidianos, pois também pode ser confirmada pela observação de que a perda de peso reverte ou atenua essas mudanças.

Em indivíduos obesos, a presença de hiperleptinemia é outro importante fator para a manifestação de alterações no eixo hipotalâmico-hipofisáriotireoidiano. Isso ocorre devido ao papel regulador da leptina, que promove a expressão e síntese de hormônio liberador de tireotrofina (TRH, na sigla em inglês) no núcleo hipotalâmico paraventricular (via direta) e núcleo arqueado (via indireta), e estimula a secreção de TSH pela glândula pituitária – que pode favorecer o aumento dos níveis séricos desse hormônio. “A etiologia dessas alterações no eixo hipotalâmicohipofisário-tireoidiano na obesidade ainda não está clara. Entretanto, o aumento do TSH sérico e níveis de T3 é observado em indivíduos com diagnóstico de obesidade, e esse fator ocorre para promover o aumento do gasto energético e minimizar o ganho de peso”, afirma o professor doutor Erasmo Benicio Santos de Moraes Trin- dade, do Programa de Pós-graduação em Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que estuda o tema desde 2012.

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Na situação de obesidade também ocorre disbiose intestinal, e o desequilíbrio desse ecossistema – quando bactérias patobiontes potencialmente próinflamatórias se apresentam em maior número em relação às bactérias simbiontes que possuem característica de regulação da resposta inflamatória – leva ao aumento da permeabilidade intestinal, à endotoxemia, adiposidade, produção de citocinas pró-inflamatórias e alteração da sensibilidade à insulina, contribuindo para a ocorrência de doenças metabólicas, cardiovasculares e inflamatórias intestinais, diabetes mellitus tipo 2 e piora do prognóstico de diabetes mellitus tipo 1. O professor explica que um dos passos fundamentais para a homeostase da tireoide é o que envolve iodo e selênio. “A absorção gastrointestinal desses dois nutrientes, quando alterada pela composição da microbiota intestinal, influencia na excreção de iodo urinário e, consequentemente, em todo metabolismo dos hormônios da tireoide”, detalha. Outro fator é a preferência das bactérias intestinais por selênio, elemento essencial de selenoproteínas (deiodinase, glutationa peroxidase e outras), sendo capaz de reduzir a disponibilidade de selênio no hospedeiro.

Fisiologicamente, cerca de 20% do

Microbioma Intestinal Tem Mais Genes Do Que

O intestino de um indivíduo adulto abriga cerca de 100 trilhões de microrganismos residentes e estimativas sugerem que o genoma correspondente – microbioma – contenha 150 vezes mais genes que o genoma humano. Esse complexo ecossistema intestinal é constituído por diferentes nichos ecológicos compostos por uma grande diversidade de espécies e cepas, compreendendo predominantemente