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humanizado

particularidades e condições individuais. O grande percalço está na falta de vagas nas redes pública e suplementar.

A Lei 10.216, de 2001, é a principal referência legal sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais, pois estabelece que o paciente tem o direito à assistência de saúde de acordo com suas necessidades. No Sistema Único de Saúde (SUS) existem serviços para atendimento exclusivo a esse público, entre os quais estão os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) – que visam a substituição dos hospitais psiquiátricos e prestam serviços especializados em saúde mental sem a necessidade de encaminhamento –, e o modelo preconizado de enfermaria de saúde mental em hospital geral. A psiquiatra Karina Diniz Oliveira lembra que, em várias partes do Brasil, ainda há carência desses serviços e muito a se fazer para a implantação plena do modelo.

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Rede De Apoio Familiar

Mesmo que o cuidado seja um desafio por envolver sentimentos conflituosos, a família deve ser considerada como ator social indispensável para a efetividade da assistência psiquiátrica e a ressocialização do paciente. “O apoio não se limita aos cuidados com medicação e acompanhamento nas consultas, e deve incluir acolhimento, resiliência, escuta ativa, respeito às dificuldades, encorajamento e paciência”, observa a psiquiatra. O cuidado mais humanizado e o melhor entendimento do amplo contexto da doença fortalecem os vínculos afetivos, melhoram a autoestima e os demais aspectos emocionais associados. Para que essa rede de suporte funcione, é determinante que a família tenha a assistência das equipes multidisciplinares de saúde que ajudam a lidar com o estresse emocional, os episódios de crises e até mesmo as recaídas em vícios. repetições e compulsões, assim como preocupações excessivas, pensamentos negativos, dúvidas, medo e ansiedade. “Além disso, podem ser solicitados testes laboratoriais para excluir outras possíveis causas de sintomas obsessivo-compulsivos, guiados por dados da história clínica e exame físico. Uma avaliação geral é sempre necessária para iniciar tratamentos farmacológicos com segurança”, comenta o médico. Geralmente, os sintomas começam na adolescência, mas, frequentemente só são reconhecidos como TOC anos mais tarde, o que permite a progressão das obsessões e compulsões até maiores níveis de gravidade.

Cerca de 70% dos pacientes apresentam episódios depressivos ao longo da vida. Além disso, o risco também existe para desenvolvimento de condições como fobia social, transtorno de pânico, transtorno de ansiedade generalizada, distúrbios alimentares e dependência de substâncias químicas. “Muitos medicamentos foram experimentados no tratamento do TOC ao longo dos anos, no entanto, os inibidores da recaptação da serotonina (também usados para depressão) são os mais efetivos em reduzir os sintomas obsessivo-compulsivos”, avalia o psiquiatra. Associados à terapia cognitivocomportamental – que constrói estratégias de exposição ativa à situação temida, ensinando maneiras de lidar com os rituais e de questionar a realidade e intensidade de seus pensamentos e ações –, esses medicamentos possibilitam ao paciente um resultado mais satisfatório e duradouro.

O TOC pode resultar em um declínio da produtividade tanto no ambiente profissional quanto acadêmico, especialmente quando o indivíduo desenvolve sintomas mais graves. “Normalmente, essas pessoas levam mais tempo para concluir atividades, pois necessitam realizar todas as tarefas com perfeição, revisando ou refazendo diversas vezes um único trabalho e realizando diversos rituais durante o processo”, explica o médico. Os sintomas durante um trabalho acadêmico, por exemplo, podem incluir a necessidade de organizar materiais e limpar a mesa inúmeras vezes, verificar a agenda, ajeitar a cadeira e mexer na iluminação do computador, o que leva muito mais tempo que o normal. Tal situação, além de afetar a produtividade, desgasta as relações pessoais. O psiquiatra lembra que, sem o tratamento adequado, situações como essas podem resultar até mesmo em um afastamento transitório das atividades.