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MENTAL

transtornos bipolares e síndrome de Burnout – caracterizada por cansaço profissional excessivo, exaustão emocional e tensão –, entre outros. Tal cenário tem motivado gestores de empresas a adotar ações coordenadas que motivem o equilíbrio das equipes, valorize o trabalho individual, reduza efeitos estressores – como as jornadas de trabalho muito longas – e incentive boas práticas de bem-estar. “Ampliar o cuidado com a saúde mental no ambiente profissional melhora o relacionamento e o desempenho individual, reduzindo os índices de abstenções e afastamento em decorrência de transtornos mentais e comportamentais, que têm sido apontados como a terceira causa de incapacidade e afastamento de trabalho”, destaca a médica psiquiatra Patrícia Cavalcanti Ribeiro, preceptora na Residência de Psiquiatria do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (HUOL-UFRN).

Apesar de todas as orientações, encontrar um ponto de equilíbrio pode ser desafiador, pois a saúde mental está relacionada à forma como um indivíduo reage às exigências, aos desafios e às mudanças da vida, assim como à maneira como harmoniza ideias e emoções.

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“Diariamente, desde a primeira infância, vivenciamos uma série de situações boas ou ruins, mas que fazem parte da vida, como alegria, tristeza, cansaço, irritabilidade, medo, prazer, raiva e satisfação, entre tantas outras. Ter esses sentimentos e a oscilação deles é natural. Entretanto, passa a ser um problema quando há o desequilíbrio emocional, quando o indivíduo começa, por exemplo, a apresentar sintomas depressivos intensos e persistentes por dias seguidos que afetam a rotina e os relacionamentos, assim como a qualidade de vida, causando dor e sofrimento físico ou emocional”, analisa a médica psiquiátrica Alexandrina Meleiro, vice-presidente da Comissão de Atenção da Saúde Mental da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Portanto, falar sobre promoção da saúde mental, estilo de vida, autocuidado e redução de estresse, especialmente em tempos de crise, é fundamental para a prevenção das doenças e para amenizar os sintomas a elas associados.

TABU

A luta contra o estigma em relação à saúde mental, independentemente do tipo de doença, é um dos grandes desafios da sociedade. “Embora os transtornos psiquiátricos sejam muito comuns em todo o mundo e o tema seja amplamente pautado por especialistas em diversas redes de comunicação, muitas pessoas diagnosticadas ainda sofrem discriminação e encontram barreiras para a manutenção do bem-estar no trabalho e na interação social”, avalia a psiquiatra Patrícia Cavalcanti Ribeiro. Medo, incompreensão, preconceito – inclusive de pessoas próximas –, distorções conceituais e interpretações filosóficas e religiosas diminuem o valor no grupo social ao qual o indivíduo pertence e contribuem para o estigma e para a exclusão, criando obstáculos para a cura ou o controle psicológico, uma vez que a busca por cuidados e ajuda terapêutica é prejudicada.