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JANEIRO COM FOCO NA SAÚDE

Desequil Brio

Emocional E Aus Ncia De Autocuidado

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Facilitam O Surgimento

De Transtornos Psiqui Tricos

Relacionada à forma como cada indivíduo reage às exigências da vida e equilibra desejos, ideias e emoções, a saúde mental é muito mais que a ausência de doença. Na verdade, significa um estado de espírito e bem-estar que contempla a harmonia, o relacionamento interpessoal, a habilidade de resolver conflitos, a produtividade no trabalho e nos estudos e o respeito por limites, diferenças e crenças. Segundo relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 1 bilhão de pessoas sofrem com doenças mentais em todo o mundo, por isso, ampliar as discussões sobre saúde mental é necessário e urgente. Seguindo a tendência mundial de alta, o Brasil é considerado o país mais ansioso do planeta, com cerca de 19 milhões de pessoas diagnosticadas, e ocupa o quinto lugar no ranking global da depressão, com total de 11,5 milhões de casos. Apesar de os fatores biológicos exercerem papel crucial para o desenvolvimento de transtornos psiquiátricos, as desigualdades financeiras e sociais de acesso a saúde, emprego, segurança e educação têm sido associadas a um risco aumentado de desenvolvimento do problema em grupos economicamente menos favorecidos.

A crise de saúde mental que o mun- do vem atravessando há anos foi intensificada recentemente pelos impactos do isolamento social em decorrência da pandemia de Covid-19, o que aumentou a necessidade de ações concretas para prevenir o adoecimento mental de pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Na tentativa de mudar esse cenário e promover a conscientização sobre a importância da prevenção, desde 2014 é realizada no Brasil a campanha Janeiro Branco, que convida a sociedade e os gestores públicos a pensarem em ações de fortalecimento para a disseminação de uma ‘cultura de saúde mental’. A escolha do mês de janeiro, o primeiro do ano, está ligada à questão cultural brasileira, em que os indivíduos estão mais propensos a planejar novas metas e projetos, repensar suas vidas, relações, emoções e sentidos existenciais. Para o psicólogo Leonardo Abrahão, idealizador da campanha, evidenciar as discussões sobre o tema da saúde mental gera conscientização, combate tabus e muda paradigmas.

“Como em uma ‘tela em branco’, incentivamos as pessoas a reescreverem sua história a partir de uma reflexão sobre a importância dos ciclos, do olhar para o sofrimento do outro com empatia, das ações que trazem felicidade e da ado- ção de um estilo de vida saudável que beneficie corpo e mente”, avalia. A melhor forma de promoção da saúde mental, além das necessárias e indispensáveis políticas públicas voltadas para esse objetivo, é exercer o autocuidado, o que inclui adotar uma alimentação saudável, priorizar o sono de qualidade, investir em autonomia, amor-próprio e autoconhecimento, falar sobre questões que causam tristeza ou angústia, meditar, visitar parques, conviver com animais e reforçar laços de amizade. O psicólogo ressalta, entretanto, que em muitos casos apenas o autocuidado não é capaz de evitar quadros relacionados a transtornos mentais e é preciso estar atento aos sinais de alerta persistentes como, por exemplo, preocupação excessiva, pensamentos confusos, tristeza profunda, isolamento, alterações alimentares importantes, dificuldade de percepção da realidade e, inclusive, o abuso de substâncias como álcool e drogas. Nesses casos, a ajuda especializada é o melhor caminho para identificar o problema e dar início ao tratamento adequado. Situações relacionadas às atividades profissionais também têm influenciado uma série de problemas como estresse, transtornos de ansiedade, depressão,