Betão n. 40 - Dezembro 2018

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Obra

A BRASILEIRA HOTEL Reabilitação e valor patrimonial Durante dezenas de anos uma frase fez parte da memória coletiva do Porto: “O melhor café é o d’A Brasileira”. Ninguém tinha dúvidas sobre isso. Símbolo da cidade, local incontornável de encontro, “A Brasileira” manteve as portas abertas entre 1903 e 2013, altura em que foi encerrada para dar início a uma fase de restauro e modernização de todo o edifício. Agora, a “A Brasileira” renasce na baixa portuense, num edifício centenário que, depois dos trabalhos de conservação, reconstrução e reabilitação, se converteu numa unidade hoteleira de 5 estrelas, englobando a cafetaria e o restaurante. Num projeto liderado pelo arquiteto Ginestal Machado, dá-se o início de um novo ciclo de vida para a “A Brasileira”, um dos mais emblemáticos cafés da cidade do Porto.

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A história O estabelecimento “A Brasileira” foi fundado por Adriano Soares Teles do Vale. Ainda jovem, Adriano emigrou para o Brasil. Ali, dedicou-se ao negócio do café, com o qual enriqueceu nos finais do século XIX. Casou no Brasil com uma filha de fazendeiros no Estado de Minas Gerais, onde se dedicou, entre outros negócios, à produção de café, que exportava para Portugal. Após ter regressado criou uma rede de pontos de venda do café que produzia e importava do Brasil: as famosas "Brasileiras", espalhadas por Lisboa (Chiado e Rossio), Porto, Braga, Aveiro, Coimbra e Sevilha. Foi neste contexto que surgiu "A Brasileira" do Porto, inaugurada a 4 de maio de 1903, para servir café à chávena, algo inédito à época, pois não era hábito consumir café em estabelecimentos públicos.


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