Betão n. 40 - Dezembro 2018

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Dez. 2018

Obra: Reabilitação d’A Brasileira Ambiente e Sustentabilidade: Betão fotocatalítico Técnica: Como fazer bem a amostragem do betão fresco Entrevista: Manuel João Esteves Ferreira Obra: Parque da Cidade Desportiva da Maia


Construindo parcerias sustentáveis

A NOSSA FORÇA ESTÁ NA VERSATILIDADE Continuamos a percorrer o caminho da inovação e da qualidade de forma consistente rumo ao futuro, através do desenvolvimento de uma vasta gama de produtos, por forma a encontrar as soluções mais adequadas às necessidades dos nossos clientes. BETÃO LIZ, S.A. Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA Tel.: 213 118 100 Fax: 213 118 821 betaoliz@intercement.com

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Editorial

Caras leitoras e caros leitores,

João Duarte Diretor Executivo

A APEB é como os três mosqueteiros. Um por todos, todos por um – expliquei ao meu filho Rafael durante as nossas compras de Natal. Como assim? O jovem de 14 anos olhou para mim na dúvida se eu estava a brincar. Pensei que esta era a minha oportunidade para lhe transmitir o nosso espírito associativo. Um por todos, todos por um. Os membros associados contribuem com ideias, participam no desenvolvimento do setor e mantêm-se a par. Para incentivar o debate e dar informações de antemão, a APEB reúne-se com os representantes dos membros na sua Comissão Técnica umas seis vezes por ano. Para garantir a influência da APEB, integramos várias organizações em Portugal e estamos na ERMCO, a nossa organização europeia. Ou seja, a APEB faz o que faz o nosso delegado de turma? – perguntou o Rafael. No fundo, sim, em parte. Na APEB colecionamos as sugestões dos membros e transmitimos estas ideias a governantes e decisores. No entanto, a APEB faz muito mais. Ajuda os membros manterem-se informados e oferece vários serviços, como ensaios, calibrações, formação e consultoria. Essa é uma verdadeira parceria, achou o Rafael, os membros ajudam a APEB e a APEB ajuda os membros. Então todas as empresas de betão pronto são membros, certo? Gostei da lógica do meu filho e sorri. Disse-lhe que eram 15 de momento e que podiam ser 55 ou 60. Isso seria muito melhor, concluiu o Rafael e perguntou: Porque é que não as convidas para entrar? É isso que vou continuar a fazer. Convido-vos para integrar a APEB. Um por todos, todos por um. Um bom 2019!

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Sumário

Fotografia de capa: A Brasileira Hotel

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dez. 2018

04 Notícias

› Breves › Redefinição do Sistema Internacional de Unidades

08 Vida Associativa

26 Técnica Como fazer bem a amostragem do betão fresco

30 Obra Reformulação urbanística do Parque da Cidade Desportiva da Maia

› IBERA, betão pronto com valor › Comissão Técnica da APEB

32 Ambiente e Sustentabilidade

11 Eventos

Nanotecnologia na Construção Civil

Dia do Betão 2019

34 Internacional

12 Entrevista

18º Congresso ERMCO

Manuel João Esteves Ferreira

37 Made in Betão

14 Obra

A nova escola alemã de Madrid

A Brasileira Hotel

38 Ambiente e Sustentabilidade

18 Ambiente e Sustentabilidade

Economia circular – O contributo do betão

Isto é betão - Parte 1

41 Normalização

22 Internacional FABEKO - A Associação Norueguesa de Betão Pronto

Nova versão da norma de gestão de risco ISO 31000:2018

Associados da APEB: ABB, ABTF Betão, Betão Liz, Betopar, Brivel, Concretope, Ibera, Lenobetão, Mota-Engil – Engenharia e Construção, Pragosa Betão, Sonangil Betão, Tconcrete, Tecnovia, Unibetão e Valgroubetão. Membros Aderentes da APEB: BASF, Chryso, Euromodal, MC-Bauchemie e Sika Portugal.

Propriedade APEB – Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto – Av. Conselheiro Barjona de Freitas, 10-A, 1500-204 Lisboa T. 217 741 925/932

E-mail: geral@apeb.pt

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Diretor João Pragosa | Coordenação Editorial João Duarte Design, Publicidade e Produção Companhia das Cores – Design e Comunicação Empresarial, Lda. – Rua Sampaio e Pina, n.º 58, 2.º Dto., 1070-250 Lisboa T. 213 825 610

E-mail: marketing@companhiadascores.pt

www.companhiadascores.pt | Paginação Ana Gil | Impressão Impress – Estrada da

Ribeirinha 92, Pavilhão D, Alcolombal de Baixo 2705-832 Terrugem | Depósito legal 209441/04 | Tiragem 3 500 exemplares Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores.

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Notícias

AECOPS e AICCOPN

assinam acordo de integração A Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) e a Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) dão o primeiro passo para a fusão entre as duas estruturas associativas. O memorando de entendimento entres as duas associações foi assinado em 20 de setembro de 2018 no Porto. O objetivo é a criação de uma estrutura associativa que represente, de forma unitária e a todos os níveis, o setor da construção em Portugal e no estrangeiro. O setor da construção representa 1/5 do PIB, é o maior empregador privado nacional e é essencial para o crescimento económico e para o desenvolvimento de Portugal. Manuel Reis Campos da AICCOPN e Ricardo Pedrosa Gomes da AECOPS afirmam que “estas duas Associações partilham dos mesmos objetivos associativos”. Esta fusão visa uma evolução “para um modelo de organização associativo assente numa estrutura unitária

e ajustada às necessidades do setor, das empresas e do associativismo em Portugal”. A nova estrutura associativa vai ficar sediada no Porto e vai ter duas outras estruturas fortes, uma em Lisboa e outra em Faro. Vai igualmente dispor de delegações ou representações em todos os distritos do país.

GCCA

uma associação mundial para o cimento e o betão A 25 de maio de 2018 dez empresas líderes das indústrias do cimento e do betão encontraram-se em Londres para a constituição da Associação Global do Cimento e do Betão – GCCA. As dez empresas fundadoras, que juntas cobrem operações em todos os continentes, são: CEMEX, CNBM, CRH, Dangote, Eurocement, HeidelbergCement; LafargeHolcim, Taiheiyo, Ultratech e Votorantim. No discurso de tomada de posse como presidente da GCCA, Albert Manifold (CRH) afirmou que “o betão é o segundo material mais consumido no mundo, logo a seguir à água” e que “temos a responsabilidade de demonstrar como as soluções inovadoras e sustentáveis em betão podem contribuir positivamente para o ambiente construído”. A GCCA vai dedicar-se a desenvolver e fortalecer a contribuição do setor para uma construção sustentável. Para isso, pretende focar-se em antecipar os desafios da construção a nível global e as necessidades do desenvolvimento social, assim como promover a utilização do cimento e do betão. Benjamin Sporton, Diretor Executivo da GCCA, afirmou

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durante a primeira Assembleia Geral da associação, realizada em novembro de 2018, que “a sustentabilidade, a inovação e o reconhecimento do papel vital que o betão tem nas nossas vidas e no combate às mudanças climáticas estarão sempre no cerne de tudo o que fizermos.” Mais informações em www.gccassociation.org


SONANGIL BETÃO obtém certificação da central A SONANGIL filiou-se na APEB em 2010 como membro associado. Desde então tem percorrido um caminho de consolidação da sua posição no mercado do betão pronto. Em 2017 ultrapassou a primeira etapa com a criação de uma empresa dedicada ao fabrico e distribuição do betão pronto, a SONANGIL BETÃO. Em setembro de 2018 alcançou uma outra etapa: a certificação do controlo da produção do betão de acordo com a NP EN 206-1 no centro de produção de Almada. O certificado de conformidade foi emitido pela Empresa Internacional de Certificação (EIC). Segundo Pedro Chrystello, Diretor de Produção/ Comercial, “a certificação do sistema de controlo da produção do betão é fundamental para o posicionamento da SONANGIL BETÃO no mercado a curto prazo, uma vez que a nova norma a isso vai obrigar, tendo em conta a tipologia das obras que fornecemos. Agradecemos todo o apoio e empenho da APEB desde a primeira hora deste projeto.” A SONANGIL BETÃO contou com o apoio dos Serviços de Consultoria da APEB para desenvolver, documentar

e implementar o sistema de controlo da produção. O sistema baseia-se num Manual e num conjunto de procedimentos que, em conjunto, respondem adequada e eficazmente aos requisitos da NP EN 206-1. No desenvolvimento do sistema a APEB adotou uma abordagem por processos tendo em vista uma eventual evolução do sistema de controlo da produção para um sistema de gestão da qualidade ISO 9001. O processo envolveu muitas horas de apoio à implementação das metodologias estabelecidas no sistema. Ainda antes da inspeção inicial pela EIC, a APEB realizou uma auditoria interna para averiguar se estavam reunidas todas as condições para que a inspeção inicial corresse bem.

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Notícias

Redefinição do Sistema Internacional de Unidades O Sistema Internacional de Unidades está a ser redefinido. O objetivo é que as unidades básicas passem a ser definidas a partir de constantes físicas com valores numéricos fixos. Na versão atual, em vigor desde 1983, algumas unidades básicas são definidas com base em outras unidades básicas. Por exemplo, o metro foi definido como a distância percorrida pela luz durante um segundo. Outras são definidas com base em artefactos, como é o caso do IPK (Protótipo Internacional do Quilograma) para a massa. Em 16 de novembro de 2018, a 26ª Conferência Geral sobre Pesos e Medidas (CGPM) votou unanimemente a favor da revisão das definições das unidades básicas do SI. As novas definições vão entrar em vigor a 20 de maio de 2019. O quilograma, o ampere, o kelvin e a mole passam a ser definidas pelos valores numéricos exatos da constante de Planck, da carga elétrica elementar, da constante de Boltzmann e da constante de Avogadro, respetivamente. As novas definições visam melhorar o SI sem alterar o tamanho das unidades, o que garante a continuidade com as medições existentes. Com a redefinição de 2019, o SI é pela primeira vez totalmente derivável a partir de fenómenos naturais, com a maioria das unidades baseada em constantes físicas fundamentais.

SI – Sistema Internacional de Unidades É a forma moderna do sistema métrico. É um sistema de unidades de medida concebido em torno de sete unidades básicas e da conveniência do número dez. É o sistema de medição mais usado do mundo (de todas as nações do mundo, apenas três não o adotaram). O objetivo é a uniformizar e facilitar as medições e as relações internacionais, quer ao nível do comércio, quer ao nível científico.

SI – Sete Unidades básicas GRANDEZA

UNIDADE

Comprimento

metro (m)

Massa

quilograma (kg)

Tempo

segundo (s)

Corrente Eléctrica

ampere (A)

Temperatura termodinâmica

kelvin (K)

Quantidade de substância

mol (mol)

Intensidade luminosa

candela (cd)

Países que adotaram o SI

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Vida Associativa

Ibera

Betão, produto com valor A IBERA, Indústria de Betão SA, constituiu-se no final dos anos 80 para responder ao potencial de mercado que se adivinhava na sequência da adesão de Portugal à Comunidade Europeia. A Região do Alentejo, tal como grande parte do país de então, carecia de infraestruturas básicas de toda a ordem, incluindo a habitação, e de investimento privado na economia produtiva que concretizasse o desenvolvimento desejado pela grande maioria das pessoas. A IBERA evoluiu para uma estrutura acionista sui generis, abrindo parte do capital à Cimpor, o que garantiu a sua expansão e consolidação, sem perder a identidade própria e a autonomia estratégica que mantém até hoje. Assim, desde então, a empresa expandiu-se seguindo uma lógica de mercado e conseguiu alcançar uma posição de relevo no seu mercado regional e pontualmente para além dele. Decorridos quase três décadas, com 4,6 milhões de metros cúbicos de betão fornecidos e com presença nas mais relevantes obras da região, a IBERA opera hoje com cinco centros de produção mais um ponto de carga. Esta estrutura permite que a IBERA mantenha

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intacta a capacidade de acompanhamento do mercado, incluindo as obras com necessidades especiais, preferencialmente no seu território de forte implantação. Hoje, o mercado do betão pronto encontra-se consolidado e amadurecido. Impõe-se que as empresas deste setor no nosso país e também a sua associação – a APEB – façam uma reflexão sobre os valores e princípios que as sustentam.

Membro associado da APEB desde 2006


“As nossas opções estratégicas assentam na defesa da atividade e do seu produto único – o betão – nas suas múltiplas capacidades e valências e na sua relevância técnica e social. O betão é um material cada vez mais nobre e com mais valor na sua aplicação na arquitetura e na engenharia civil. Enquanto produto tecnológico, é incorporador de conhecimento e está em permanente inovação. É um produto atual que respeita os valores da saúde e segurança das pessoas, assim como o meio ambiente. No futuro imediato, o desafio é a sustentabilidade das nossas operações económicas. Temos de nos empenhar na economia de recursos. Não basta reciclar. É preciso reintroduzir os materiais reciclados no ciclo produtivo, olhando para todo o ciclo de vida do betão e estabelecendo parcerias simbióticas que potenciem ganhos mútuos de eficiência,” salienta Vítor Barbosa, administrador.

Igualmente, a defesa do valor ético das nossas operações e transações em respeito pelas regras da qualidade, do respeito pelas normas e pelas boas práticas, bem como da clarificação do complexo jurídico-legal instituído (e o seu ajustamento à nossa realidade) também constituem um combate permanente em prol de todos, a conduzir na primeira linha pela APEB, segundo os responsáveis da empresa. Com quaisquer que sejam os seus constituintes futuros (sempre em benefício das várias “eficiências”) e com as características que lhe são reconhecidas e o tornaram um produto universal - plástico, estrutural, duradouro, económico, atual, sustentável - acreditamos que o Betão tem futuro porque tem valor! Nota: a IBERA, Indústria de Betão SA, é uma empresa certificada ISO 9001:2015 / OHSAS 18001:2007/ ISO 14001 (fase1).

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Vida Associativa

Comissão Técnica da APEB contribui para a evolução do setor A nova edição da norma do betão, NP EN 206, foi publicada pelo IPQ em dezembro de 2017. Logo após a publicação da versão europeia em 2013, a Comissão Técnica da APEB (CT-APEB) analisou a tradução proposta pela comissão técnica de normalização do setor do betão (CT 104) e assumiu um papel decisivo no desenvolvimento do anexo nacional. Este é um exemplo do contributo importante que a CT-APEB dá para a evolução do setor. Graças ao trabalho realizado pela CT-APEB ao longo de mais de 20 anos, a APEB é ouvida e reconhecida a nível nacional e europeu. A primeira reunião da nossa comissão teve lugar em 27 de setembro de 1995. Na altura a APEB já existia há 10 anos. O objetivo era criar um fórum para debater assuntos técnicos e ambientais. A APEB já colaborava nos trabalhos de normalização importantes para o setor. A primeira participação nos grupos técnicos relevantes foi em 1988 na segunda reunião da comissão técnica de normalização CT 104, que tinha sido criada pelo Instituto Português da Qualidade para o setor do betão. Nesta reunião a APEB esteve representada pelo seu Diretor Técnico Paulo Esteves. Hoje a APEB colabora em várias comissões técnicas de normalização: CT 104 – Betões, CT 105 – Cimentos, CT 115 – Eurocódigos estruturais, CT 121 – Produtos prefabricados, CT 129 – Materiais de pavimentação, CT 154 – Agregados e CT 171 – Sustentabilidade nos edifícios. Em outubro de 1994, a APEB, como membro da ERMCO (Organização Europeia do Betão Pronto) desde 1986, começou a participar nos trabalhos dos grupos desta organização, nomeadamente o grupo técnico (ERMCO Technical Task Group) e o grupo ambiental (ERMCO Environmental Task Group). A participação da APEB nestes grupos de desenvolvimento normativo e regulamentar foi desde sempre assegurada pelos técnicos ao serviço da APEB e por técnicos provenientes das empresas associadas. Porém, cedo

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foi questionada a sua representatividade e identificada a necessidade de os apoiar a nível técnico e institucional. Para dar resposta a esta necessidade surge a ideia de criar um grupo de reflexão para juntar os membros associados da APEB, com os seguintes objetivos: 1. Desenvolver estratégias de atuação dos representantes da APEB para os grupos de trabalho e comissões técnicas nacionais e internacionais. 2. Manter os membros da APEB informados sobre o que se passa nos âmbitos da normalização e da regulamentação. 3. Traduzir e adaptar os documentos relevantes para a indústria do betão pronto emergentes dos comités da ERMCO. 4. Promover o debate entre os técnicos dos membros da APEB para a análise e identificação de soluções para problemas da indústria do betão pronto e para promover o betão pronto como material de construção. Hoje, a CT-APEB reúne-se cerca de seis vezes por ano. Nas reuniões são considerados vários assuntos com destaque para a análise dos novos projetos de normas e regulamentos nacionais e europeus. Atualmente, a CT-APEB é um instrumento essencial que responde a um dos objetivos estatutários da APEB: “(…) representar e defender os interesses da indústria do betão pronto, tendo em vista a expansão do sector, a colaboração com a administração pública e a sua representação profissional.” João Duarte, Diretor Executivo da APEB, coordena os trabalhos da CT-APEB e faz um balanço positivo: “A CT-APEB permite-nos ter uma melhor noção da perspetiva das empresas de betão pronto. A opinião transmitida pelos nossos representantes é reconhecida e considerada. A sua representatividade já não é posta em causa.”


Eventos

Save the date

DIA DO BETÃO 30 maio 2019

APEB continua a investir no Dia do Betão O dia do betão veio para ficar. O evento foi muito bem aceite pelos principais players da indústria do betão pronto, assim como de outros setores relacionados, a montante (materiais constituintes e equipamentos) e a jusante (empreiteiros).

O Dia do Betão 2019 realiza-se a 30 de maio no Hotel Villa Batalha. Os objetivos mantêm-se: promover o networking, partilhar as últimas inovações e tecnologias e estimular a indústria do betão pronto. O esquema do evento também. Contará com um espaço de exposição para as empresas que apostam no Dia do Betão se poderem apresentar. É aqui que serão recebidos os participantes enquanto é servido o welcome coffee e onde é possível estabelecer contactos e dialogar com clientes, fornecedores e outros colegas. Logo após a sessão de abertura temos uma sessão técnica com oradores de renome nacional e internacional. A participação de Robert van der Meer, da The Concrete Initiative, já está confirmada. Após o almoço buffet, servido no restaurante do Hotel, temos outra sessão técnica com apresentações focadas na inovação e nas novas tecnologias. Esta é a quarta edição do Dia do Betão em Portugal. É uma aposta da APEB para estimular o mercado e contribuir para o desenvolvimento da indústria do betão pronto. “O betão é um material em permanente evolução e nós, na APEB, queremos ajudar as empresas de betão pronto a manterem-se a par desta evolução. O Dia do Betão é um dos veículos”, afirma João Duarte, Diretor Executivo da APEB. Tal como nas três edições anteriores, a moderação fica por sua conta.

Thomas Hoffmann, BTB (Dia do Betão 2016)

António Saraiva, CIP (Dia do Betão 2017)

Júlio Appleton, A2P (Dia do Betão 2018)

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© Pedro Betterncourt

Entrevista

Manuel João Esteves Ferreira

Guardião da normalização e regulamentação Engenheiro Civil pelo Instituto Superior Técnico e Especialista em Barragens de Betão, Manuel João Esteves Ferreira viu o seu percurso profissional evoluir lado a lado com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil – LNEC –, onde entrou como candidato a assistente em 1957. Tornou-se Investigador-Coordenador desta Instituição e foi ainda Presidente da Subcomissão dos Regulamentos dos Cimentos e Betões do ex-Conselho de Obras Públicas e Transportes. É Presidente da Comissão Técnica de Normalização de Betão. Recebeu recentemente o Prémio Mérito atribuído pelo IPQ que o reconhece por uma vida dedicada à atividade de normalização, contribuindo para o desenvolvimento desta atividade. Em entrevista à revista Betão, fala-nos das propriedades que tornam o betão imprescindível na sociedade atual e avalia a importância da normalização e da regulamentação do material num contexto de lealdade de mercado. Fazendo uma retrospetiva do trabalho que desenvolveu no âmbito da normalização e regulamentação dos betões, que marcos destaca e porquê? O desenvolvimento da normalização dos produtos da indústria da construção na Europa deve-se à estruturação das atividades da Comissão Europeia de Normalização (CEN), entidade responsável pela produção da tal normalização, proporcionada

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pela legislação ad-hoc produzida pela Comissão Europeia. O primeiro grande “empurrão” nesta legislação ocorreu em 1999 aquando da publicação da chamada “Diretiva dos Produtos da Construção” (Diretiva 89/106/CEE). O segundo marco que que identifico foi quando da substituição desta Diretiva pelo Regulamento dos Produtos da Construção nº 305/ 2011 e pelos seus regulamentos clarificadores.

Como avalia a participação da indústria do betão pronto, através da APEB, nas atividades de normalização e regulamentação do Betão? Considerando que esta participação constitui como que uma segunda natureza destas organizações, ela tem sido fundamental para garantir uma correta normalização e regulamentação. Muito embora reconheça que essa participação ativa é uma necessidade inerente à atividade


O que mais contribuiu para a atualização da normalização do Betão em Portugal? Em primeiro lugar, o mercado, isto é a necessidade de produzir regras e “normas” não apenas para fabricar mas também para comercializar. No fundo a Normalização vem garantir que todos os intervenientes, sejam produtores de cimento, agregados, etc, operem de forma “leal” para entregarem o produto “correto” ao utilizador. Outro contributo para a atualização da normalização foi sem dÚvida o aparecimento de novos produtos, nomeadamente os adjuvantes e adições fruto da capacidade de investigação. Sendo produtos que melhoram determinadas propriedades do betão pronto e consequentemente o seu desempenho, são eles próprios também objeto de normalização. Da sua experiência profissional, que alterações assinaláveis registou o betão enquanto material de construção? Utilizado pelos romanos em obras no seu Império, viu o seu estudo e fabrico praticamente inexistente até fins do Século XIX e depois a recuperação da sua importância como material de construção, resultante especialmente do aumento da sua resistência mecânica e durabilidade. Do ponto de vista tecnológico, o betão, tendo começado por ser um material de construção que tinha apenas como constituintes água, ligante e agregados, foi por via da incorporação de adjuvantes e adições, e consequentemente pelas propriedades que lhe conferem, que registou a sua maior evolução. Evo-

© Pedro Betterncourt

da APEB, não posso deixar de sublinhar o dinamismo com que sempre o fizerem e de forma proativa, trabalhando para que os resultados aparecessem.

lução essa que foi acompanhada do próprio equipamento de produção e de transporte. É importante também realçar uma outra perspetiva da incorporação de adjuvantes no que respeita quer à diminuição da quantidade de água necessária para a produção de betão pronto quer da produção do CO2 por via das adições. Aspetos cada vez mais valorizados num contexto de sustentabilidade.

“A participação da indústria do betão pronto, através da APEB tem sido fundamental para garantir uma correta normalização e regulamentação.” E quais são as perspetivas de evolução do betão como material de construção? Estas perspetivas residem na possibilidade da investigação poder propiciar o desenvolvimento de betões não só mecanicamente mais resistentes como mais duráveis face a ambientes agressivos. Por exemplo um betão que permitisse a não

“penetração” do CO2 seria uma grande evolução. Qual é o papel que o Betão tem na sociedade atual? O betão é, na sociedade atual, um material da construção imprescindível para garantir habitação, infraestruturas, etc., não so pelas caraterísticas que lhe reconheço de ser um material resistente e com durabilidade se pensado de forma adequada, mas acima de tudo mais económico. Enquanto projetista de estruturas, quais as caraterísticas/propriedades que o levaram a utilizar o Betão como material de construção? Novamente, a resistência mecânica e a durabilidade. Temos sentido que existe alguma desatualização técnica dos projetistas de estruturas de betão, alguns dos quais continuam a especificar o Betão de acordo com regulamentação/normalização antiga. Gostaria de deixar alguma mensagem aos seus colegas projetistas? Tendo sido entregue ao Governo uma proposta de actualização do Decreto-Lei nº 301/2007 de 23 de Agosto, a sua publicação será bem mais eficaz que apelos a eventuais colegas.

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Obra

A BRASILEIRA HOTEL Reabilitação e valor patrimonial Durante dezenas de anos uma frase fez parte da memória coletiva do Porto: “O melhor café é o d’A Brasileira”. Ninguém tinha dúvidas sobre isso. Símbolo da cidade, local incontornável de encontro, “A Brasileira” manteve as portas abertas entre 1903 e 2013, altura em que foi encerrada para dar início a uma fase de restauro e modernização de todo o edifício. Agora, a “A Brasileira” renasce na baixa portuense, num edifício centenário que, depois dos trabalhos de conservação, reconstrução e reabilitação, se converteu numa unidade hoteleira de 5 estrelas, englobando a cafetaria e o restaurante. Num projeto liderado pelo arquiteto Ginestal Machado, dá-se o início de um novo ciclo de vida para a “A Brasileira”, um dos mais emblemáticos cafés da cidade do Porto.

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A história O estabelecimento “A Brasileira” foi fundado por Adriano Soares Teles do Vale. Ainda jovem, Adriano emigrou para o Brasil. Ali, dedicou-se ao negócio do café, com o qual enriqueceu nos finais do século XIX. Casou no Brasil com uma filha de fazendeiros no Estado de Minas Gerais, onde se dedicou, entre outros negócios, à produção de café, que exportava para Portugal. Após ter regressado criou uma rede de pontos de venda do café que produzia e importava do Brasil: as famosas "Brasileiras", espalhadas por Lisboa (Chiado e Rossio), Porto, Braga, Aveiro, Coimbra e Sevilha. Foi neste contexto que surgiu "A Brasileira" do Porto, inaugurada a 4 de maio de 1903, para servir café à chávena, algo inédito à época, pois não era hábito consumir café em estabelecimentos públicos.


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Quantidades relevantes › Movimento terras – 1142m3 › Aço – 236 Ton › Betão – 1505m3 › Cofragem – 9699m2 › Alvenarias – 2240m2 › Divisórias Pladur – 5613m2 › Pedra pavimento – 522m2 › Pedra lambrim – 565m2

Ficha técnica › Dono de Obra/Cliente: OPPA A BRASILEIRA –

Empreendimentos Imobiliários e Turísticos, Ldª › Valor Inicial: 5 900 000,00 euros › Data de Adjudicação: 30 de agosto de 2016 › Prazo contratual: 420 dias › Percentagem de Participação: 100% › Construtor: Mota-Engil Engenharia e Construção › Fornecedor do betão: Mota-Engil Engenharia

e Construção

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Obra

A obra Localizado no cruzamento entre a Rua de Sá da Bandeira e a Rua do Bonjardim, A Brasileira Hotel preserva a história e a beleza exterior e interior que sempre foram características do café centenário, já que para além do previsto para a construção deste Hotel, uma das responsabilidades desta obra foi conservar locais do edifício antigo, nomeadamente a cafetaria – a componente mais icónica de todo o complexo –, o restaurante assinado pelo arquiteto Januário Godinho, as características das fachadas e a caixa de escadas de serviço. Desta forma, respeitou-se a traça original do edifício. A essência da cafetaria manteve-se e do seu restauro fizeram parte a proteção do pavimento do piso 2 (teto), para que os pisos superiores pudessem ser demolidos, bem como o reforço da fundação que suporta a sua estrutura. A zona do pátio interior foi demolida e escavada, para ser executada uma sapata que suportou uma torre de estrutura metálica e escoras. Desta forma, garantiu-se a contenção do edifício e a preservação da sua fachada. A conservação da caixa de escadas de serviço também foi assegurada. O Hotel é constituído por cave, rés-do-chão e seis andares. A cave tem aproximadamente 655 m2 e dela fazem parte uma zona de estar, uma sala polivalente e de reuniões, um ginásio, w.c., a área técnica (cisterna), a zona social de funcionários e ainda a lavandaria do hotel. O rés-do-chão, ao longo dos seus aproximados 655 m2 dá lugar à entrada/lobby, à receção do Hotel e é também

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neste andar que se encontra o restaurante, a cafetaria e as áreas de apoio ao seu funcionamento. O primeiro andar, nos seus cerca de 665 m2, para além de apresentar 15 quartos, corredores/áreas de circulação e acessos verticais, tem um pequeno pátio interior com um jardim vertical. Os restantes andares são idênticos em dimensão (apresentando sensivelmente 615 m2) e, à semelhança do primeiro piso, são compostos, cada um, por 15 quartos, corredores/áreas de circulação e acessos verticais.


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Ambiente e Sustentabilidade

Isto é betão - Parte 1 “Não é todos os dias que temos a possibilidade de parar e olhar para trás através de uma década inteira”. É assim que Andy Spencer, Diretor do Fórum “Sustainable Concrete” inicia o seu editorial na publicação da MPA – Materials Products Association – sobre os 10 anos da Estratégia da Indústria do Betão para a Construção Sustentável. Desenvolvida ao longo de um ano, a Estratégia foi lançada em 2008 e tornou-se um marco para as muitas organizações que compõem a indústria do betão no Reino Unido. Face aos desenvolvimentos nos acordos setoriais e nas políticas do governo relativos às alterações climáticas “a sustentabilidade estava muito presente nas nossas mentes”. A Estratégia surge quando se instalou uma crise económica global. No entanto, os anos da recessão mostraram à indústria do betão que a sustentabilidade é uma forma de as empresas se manterem competitivas. Dez anos depois do arranque, “é possível constatar que há ainda muito que mudar na forma como os edifícios são projetados e conservados. É necessária uma visão mais holística da sustentabilidade que dê prioridade à segurança e à resiliência dos edifícios, assim como à saúde e ao bem-estar das pessoas”. A resiliência do betão ao fogo e às inundações, assim como a sua massa térmica, suportam uma visão de ciclo de vida dos edifícios que é positiva tanto para os utilizadores como para o ambiente. Da revisão dos desenvolvimentos dos primeiros 10 anos da Estratégia resultaram 10 visões que permitem antever os contributos da indústria do betão. “Fico sempre emocionado com a incrível variedade de soluções sustentáveis que a indústria do betão pode fornecer e que são tão importantes tanto para a nossa qualidade de vida como para o ambiente”, termina Andy Spencer.

VISÃO 1 – CARBONO O carbono incorporado no betão diminuiu 28% desde 1990 As emissões de carbono são um termo popular para referir as emissões dos gases que promovem o efeito de estufa, um dos principais fatores que contribui para as alterações climáticas.

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Uma tonelada de betão com uma composição normalizada incorpora atualmente 73,7 kg de carbono. Isto representa uma redução de 28% face a dados de 1990. Este resultado foi conseguido unicamente através da diminuição das emissões geradas durante a etapa de produção do betão.

Centre Point em Londres A emblemática torre de escritórios em betão branco foi recentemente reabilitada e convertida num edifício de habitação. O betão branco foi alvo de limpeza para restaurar o branco original. Este é um exemplo da longevidade dos edifícios em betão.


Porém, é crucial considerar igualmente as emissões de carbono que acontecem além desta etapa. O ambiente construído tem uma contribuição importante, nomeadamente através das emissões associadas à energia utilizada para o aquecimento, a iluminação e o funcionamento dos eletrodomésticos. O betão pode contribuir de muitas formas para a construção de edifícios de baixo carbono. Eis cinco exemplos: 1. Através da utilização de betão com menos carbono incorporado 2. Com métodos de projeto que minimizem as quantidades dos materiais necessários para a construção do edifício 3. Com métodos de projeto que minimizem as necessidades de energia durante a vida útil do edifício 4. Com métodos de projeto que permitam a reutilização das estruturas ou dos elementos em betão dos edifícios no fim da sua vida útil 5. Através da reabsorção natural do CO2 pelo betão devido à carbonatação

Af_216x151_Anuncio_MEEC_2018.pdf

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10/12/18

SABIA QUE A utilização de cinzas volantes ou de escória de alto forno moída (GGBS) possibilita a redução de CO2 incorporado no betão de uma laje plana de betão armado.

SABIA QUE Os edifícios e estruturas de engenharia civil construídos em betão absorvem CO2 durante a sua vida útil devido ao processo de carbonatação do betão.

09:43

Mota-Engil, Engenharia e Construção S.A.

A Mota-Engil Engenharia mantém consolidada a sua posição de liderança a nível nacional na sua área de atuação. Com mais de 70 anos de experiência no desenvolvimento de projetos ambiciosos, concretizados com base no pioneirismo das técnicas de construção, na vanguarda das novas tecnologias e nas capacidades e competências das suas pessoas, a empresa é cada vez mais uma referência da engenharia e construção.

engenharia.mota-engil.pt dezembro 2018

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Ambiente e Sustentabilidade

Francis Crick Institute em Londres A utilização de pré-lajes treliçadas com um intradorso pré-moldado a funcionar como cofragem permanente permitiu a redução de materiais utilizados durante a construção do edifício.

VISÃO 2 – EFICIÊNCIA DE RECURSOS Fazer mais com menos – A abordagem certa O investimento mais eficiente em termos de economia de recursos está numa estrutura que é projetada para uma vida longa. As infraestruturas são muitas vezes projetadas para uma vida útil superior a 100 anos. Os edifícios de habitação devem ser concebidos para suportar os impactos das alterações climáticas. Os edifícios comerciais devem ser projetados de forma a poderem ser adaptáveis a requisitos futuros. Tudo isto pode ser conseguido com o betão, que pode ser produzido com a durabilidade e a robustez necessárias. E, no fim de vida, quando a reabilitação já não é uma solução, o betão pode ser reciclado. Tal como o CO2 incorporado no betão não representa

Casa do Caseiro As superfícies em betão aparente são robustas, duradouras e eficientes em termos de recursos porque não há necessidade de aplicação de materiais adicionais. Esta foi a opção do Arquiteto Camilo Rebelo para uma moradia no Alentejo (ver Betão nº 37).

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verdadeiramente a pegada de carbono, a eficiência de recursos também não deve considerar apenas uma etapa do ciclo de vida. Neste aspeto, é igualmente necessária uma visão mais holística da sustentabilidade e considerar todas as etapas, do berço ao túmulo.

A indústria do betão é uma real consumidora de resíduos As matérias-primas primárias (obtidas diretamente dos recursos naturais) podem ser substituídas por agregados reciclados e por subprodutos de outras indústrias, como as cinzas volantes e a escória granulada de alto forno moída – GGBS. As cinzas volantes e a GGBS são utilizadas em combinação com cimento Portland e são um contributo valioso para a durabilidade das estruturas e para a redução da pegada de carbono.


Folgate Street, Londres Projetar com vista à eficiência de recursos Existem soluções baseadas no betão que permitem ao projetista reduzir as necessidades de materiais na etapa de construção. Por exemplo, ao utilizar pré-lajes prefabricadas reduz-se a necessidade de material de cofragem, uma vez que as pré-lajes funcionam como cofragem permanente. As superfícies em betão aparente são outro exemplo. São robustas e duradoras e evitam a utilização de materiais de acabamento, como tintas, rebocos ou estuque. Outra solução é a aplicação de pré-esforço, uma vez que permite reduzir os volumes do betão e do aço das armaduras.

Projetar para uma vida útil mais longa Projetar com recurso a materiais duráveis, como o betão, pode estender a vida útil de um edifício ou estrutura de engenharia civil. O betão e os elementos em betão garantem a necessária resistência ao fogo e às inundações e permitem reduzir o consumo de energia durante a utilização dos edifícios. Os projetistas devem assegurar que os espaços são flexíveis e permitem a sua adaptação às necessidades dos utilizadores futuros.

Projetar a pensar na reutilização Reutilizar uma estrutura existente é muitas vezes a solução ótima do ponto de vista da sustentabilidade, uma vez que a reabilitação e/ou reconversão necessita de

Uma estrutura com 50 anos foi reabilitada e adaptada para criar um edifício de escritórios moderno. Reutilizar os edifícios minimiza a necessidade de novos materiais. A laje alveolada em si demonstra uma abordagem de projeto eficiente quanto aos recursos.

poucos materiais, consome pouca energia (no transporte de materiais para a obra e no próprio processo) e produz poucos resíduos, quando comparado com o demolir e o construir de novo. As estruturas em betão são duráveis e robustas e, muitas vezes, podem ser reabilitadas e/ou adaptadas para reutilização. A reutilização dos elementos em betão será mais simples com recurso a novas ferramentas informáticas de modelação da construção (BIM – Building Information Modelling), que permitem documentar e rastrear os elementos em betão e voltar a inseri-los noutra construção.

Nota editorial: Este artigo é baseado na publicação da Mineral Products Association (MPA), no Reino Unido. Nesta primeira parte apresentamos as duas primeiras visões.

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Internacional

FABEKO – A Associação Norueguesa do Betão Pronto A Associação Norueguesa do Betão Pronto, FABEKO, reúne as maiores empresas produtoras de betão pronto na Noruega. Foi fundada em 1964 com os objetivos de “trabalhar para o futuro da indústria do betão pronto e proteger os interesses comuns dos seus membros associados”. Ao longo dos 54 anos de existência, desenvolveu uma organização forte que apoia os membros associados de muitas formas distintas. Em 2014 celebrou o 50º aniversário com a produção do vídeo “50 anos FABEKO”, que está disponível em https://youtu.be/njX1-SAUTfs. A FABEKO é membro da ERMCO – a Organização Europeia do Betão Pronto.

Membros Os membros da FABEKO operam 180 centrais de betão pronto espalhadas por todo o território norueguês. A produção das empresas filiadas representa 95% de todo o betão pronto fabricado na Noruega. Em 2017 os membros da FABEKO produziram 4 milhões de metros cúbicos de betão. Foi um volume recorde. Nesse ano, a população da Noruega registava 5,5 milhões de habitantes dispersos sobre um território com 385 mil quilómetros quadrados. A distância entre as comunidades é por isso grande e a orografia do terreno, onde predominam os fiordes intercalados por altas montanhas, dificulta o transporte do betão, tanto de verão como de inverno.

Localização das centrais dos membros da FABEKO

Por esta razão, a maior parte das comunidades tem o seu fabricante de betão pronto local. Ao filiar-se na FABEKO, os produtores de betão pronto comprometem-se a promover a qualidade do betão pronto e a implementar elevados padrões de profissionalismo.

Produção total dos membros da FABEKO (1000 m3)

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Organização A FABEKO funciona com duas pessoas: o Diretor Geral, Jan Eldegard Hjelle, e o Diretor Técnico, Espen Kurås. O presidente da associação é Terje Bakken. A direção é constituída pelo presidente e mais cinco vogais em representação dos membros associados. A FABEKO também desenvolve atividades regionais para apoio dos membros associados. Para isso, foram criadas quatro direções regionais que são coordenadas pela direção nacional. A FABEKO formou ainda um grupo específico para atender aos desafios particulares que a bombagem do betão acarreta.

PRINCIPAIS SERVIÇOS E ATIVIDADES Atendimento ao membro Este serviço é considerado como uma atividade com alta prioridade. A FABEKO apoia os seus membros na resolução de problemas técnicos e outros e na sua relação com os clientes.

Conferências Uma vez por ano a associação organiza a Conferência Anual do Betão Pronto. O evento inclui um programa técnico completo e um pro-

Terje Bakken Presidente

Jan Eldegard Hjelle Diretor Geral

grama social. Em 2018, a conferência foi integrada no 18º Congresso ERMCO, em Oslo. A associação organizou os seus membros e as atividades em quatro regiões. Em cada outono organiza em cada região um meeting regional com a duração de dois dias. Na primavera, organiza ainda o Dia da Bombagem, um evento anual dedicado à bombagem do betão. Adicionalmente, a FABEKO organiza seminários técnicos dedicados a temas muito específicos, tais como “Aprender a elaborar uma DAP – Declaração Ambiental de Produto” ou “Como melhorar o ambiente na central de betão pronto”.

Dia da Bombagem 2018

Espen Kurås Diretor Técnico

Formação profissional A associação executa um conjunto de cursos de formação profissional para os seus membros. Estes cursos, que transmitem competências técnicas aos colaboradores das empresas associadas sobre requisitos da EN 206, são reconhecidos pelo Conselho de Controlo Norueguês para Produtos de Betão. A maioria dos cursos está atualmente integrado nas atividades da Sociedade do Betão Norueguesa. O programa de formação inclui cursos específicos para motoristas de camião-betoneira e operadores de auto-bomba.

Formação: Aprender a elaborar uma DAP

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Internacional

Ambiente É objetivo da associação que todos os seus membros cumpram integralmente a regulamentação ambiental. Isto é considerado pela FABEKO como essencial para garantir que o setor do betão pronto tem uma boa imagem ambiental. A associação desenvolveu uma lista de verificação que disponibiliza aos seus membros para que possam fazer o autodiagnóstico cada central de betão pronto. Esta lista de verificação tem sido um instrumento importante para as centrais que possuem um sistema de gestão ambiental certificado de acordo com a ISO 14001. A FABEKO, em conjunto com a Associação Norueguesa do Betão Prefabricado e a LCA.no, desenvolveu uma ferramenta baseada na Internet que permite documentar a pegada ecológica do betão ao nível do projeto.

Recrutamento A associação apoia os seus membros no recrutamento de novos profissionais para a indústria, tanto o pessoal técnico como os futuros gestores das empresas. Para atingir este objetivo, organiza encontros e seminários técnicos em cooperação com a Sociedade do Betão Norueguesa. “Nós desafiamos os «dinossauros» da indústria do betão pronto e oferecemos ao pessoal mais jovem um lugar à mesa. A nossa indústria precisa de «sangue novo» para ultrapassar os desafios emergentes da digitalização industrial no futuro próximo”.

Informação A associação divulga todas as notícias com interesse para o setor através do seu sítio na Internet em www. fabeko.no, de newsletters periódicas e das redes sociais Facebook e Twitter.

Certificação de auto-bombas de betão A FABEKO organizou um sistema de certificação de auto-bombas de betão para assegurar que todo o equipamento funciona conforme as regras técnicas e está abrangido por um sistema de manutenção documentado. Atualmente, estão certificadas cerca de 400 auto-bombas. Os equipamentos são verificados de acordo com as “Normas FABEKO para auto-bombas”. O sistema de certificação é assegurado por 14 empresas de controlo que estão certificadas pelo Comité de Aprovação da FABEKO para as auto-bombas.

Promoção do betão A promoção e o marketing do betão direcionados para os donos de obra são efetuados através da organização Byggutengrenser (Edifício Brilhante). Um dos canais de informação é o sítio www.byggutengrenser.no. A promoção das soluções em betão junto dos empreiteiros é efetuada através dos encontros e seminários técnicos organizados pela FABEKO em coordenação com a Sociedade Norueguesa do Betão. A FABEKO participa numa exibição permanente dedicado ao betão localizada em Oslo. A associação tem apresentado diferentes superfícies de betão, betão com diferentes cores, betão branco e betão polido, assim como diversas esculturas em betão. O sítio www.betongstudio.no é o canal de informação da exibição permanente.

Betongstudio – Exposição permanente dedicada ao betão

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Técnica

Como fazer bem a amostragem do betão fresco PorJoao André, Diretor Técnico da APEB

A amostragem e o ensaio são atividades essenciais do processo de produção do betão. É importante que a amostragem seja bem efetuada para garantir que os resultados dos ensaios são representativos do volume de betão sob avaliação. Isto é válido tanto para o controlo da produção pelo fabricante como para a verificação da qualidade do betão entregue em obra. A amostragem de betão fresco em Portugal deve seguir as metodologias estabelecidas na norma NP EN 12350-1. Os ensaios do betão, fresco ou endurecido, podem ser requeridos para efeitos de controlo da produção pelo fabricante ou para verificação da conformidade do betão utilizado em obra (ensaios de identidade). Em qualquer dos casos, cada amostra deve ser representativa do betão que está a ser alvo de controlo, seja uma carga ou qualquer outro volume de betão fresco. Para isso, é fundamental que a colheita da amostra seja efetuada por um técnico habilitado e consciente da importância das decisões que vão ser tomadas com base nos resultados dos ensaios executados a partir da amostra.

Como colher uma amostra na descarga de um camião-betoneira 1. Limpar os aparelhos e utensílios (colher; recipiente; etc.). 2. Humedecer o recipiente com água limpa, mas sem deixar água livre. 3. Retirar o número requerido de tomas elementares, sem considerar a primeira nem a última parte da descarga. Cada toma deve representar a largura e a espessura do fluxo de betão. 4. Depositar cada toma elementar no recipiente. 5. Homogeneizar a amostra (no caso de mais de uma toma elementar). 6. Medir a temperatura da amostra homogeneizada com um termómetro de exatidão de ± 1 ᵒC ou melhor. 7. Elaborar o relatório de amostragem.

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Métodos de amostragem Em Portugal a amostragem do betão fresco deve ser efetuada de acordo com a norma NP EN 12350-1. Esta norma define dois métodos de amostragem do betão fresco: • Amostragem composta – consiste na recolha de um certo número de tomas elementares (pelo menos duas) repartidas pela carga ou volume de betão fresco. No caso do betão pronto, envolve a conjugação de várias tomas retiradas ao longo da descarga de um camião-betoneira (sem considerar a primeira nem a última parte da descarga). • Amostragem pontual – semelhante à amostragem composta, mas com as tomas a serem retiradas de uma parte da carga ou do volume de betão fresco. Normalmente, é utilizada para avaliar a homogeneidade do betão fresco, mediante colheita de mais do que uma amostra a partir de diferentes partes da mesma carga ou volume de betão.


Na prática, o que temos verificado é a colheita de amostras compostas constituídas por uma única toma elementar. É o que se passa no caso do betão pronto, em que a toma é retirada no início da descarga (na maioria das vezes) ou a meio da descarga. É urgente alterar este hábito.

Plano de amostragem O controlo da conformidade do betão, seja pelo fabricante no âmbito do sistema de controlo da produção, seja pelo utilizador para verificar a identidade do betão com a especificação, deve ser baseado num plano de amostragem. Este deve assegurar que o conjunto das amostras representa adequadamente a população. O plano de amostragem deve identificar o número de amostras a recolher, assim como a sua distribuição e/ ou frequência. Um outro aspeto importante a definir previamente é o número de tomas elementares a recolher em cada amostragem. No que respeita ao tamanho da amostra, há que garantir pelo menos 1,5 vezes a quantidade de betão fresco necessária para a execução de todos os ensaios requeridos.

Precauções O principal objetivo da amostragem é garantir uma amostra representativa. Isto é essencial para que os resultados dos ensaios reflitam fielmente o desempenho do betão alvo da amostragem. Garante-se assim que as conclusões e as decisões são corretas. Uma vez que a mistura do betão nunca é rigorosamente homogénea, existe sempre um desvio entre a amostra e o volume de betão fresco que se pretende caracterizar. Um fenómeno que afeta a homogeneidade é a segregação decorrente do manuseamento do betão fresco, o que resulta numa distribuição não uniforme dos materiais constituintes. Num camião-betoneira, a segregação afeta principalmente a primeira e a última partes da descarga. Daí a preocupação em não as considerar aquando da colheita das tomas elementares. Desta forma, evita-se a obtenção de amostras enviesadas. A amostra de betão fresco deve ser protegida durante todas as etapas da amostragem, manuseamento e transporte. O objetivo é manter a sua representatividade, ao prevenir ganhos ou perdas de água, contaminações com elementos estranhos e variações extremas de temperatura.

junho 2018

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Técnica

Segurança e saúde Quando o cimento é misturado com água ocorrem reações que libertam compostos alcalinos. É necessário tomar precauções para evitar que o betão fresco entre em contacto com a pele. Para isso, os operadores devem usar vestuário de proteção adequado. É igualmente necessário utilizar óculos de proteção para evitar que os salpicos entrem em contacto com os olhos. Em caso de contacto do betão fresco com a pele, é preciso lavar imediatamente com água limpa. No caso de contacto com os olhos, boca e nariz, é urgente lavar com água limpa e procurar tratamento médico.

Operador de amostragem Uma vez que qualquer volume de betão rejeitado tem custos elevados, em termos de materiais constituintes, energia e mão-de-obra, é fundamental que a amostragem seja efetuada por um operador de amostragem habilitado. É igualmente importante que o operador de amostragem esteja consciente que as amostras vão ser submetidas a ensaios e que os resultados irão ser utilizados na tomada de decisões no âmbito da avaliação da conformidade pelo fabricante e/ou no âmbito da receção do betão (ensaios de identidade) pelo utilizador. Por estes motivos, a qualificação do operador de amostragem revela-se de extrema importância. É necessário que o operador de amostragem conheça perfeitamente os métodos de amostragem definidos na NP EN 12350-1. É também conveniente que conheça o processo de fabrico e transporte do betão fresco. Um operador de amostragem qualificado sabe escolher o método de amostragem mais adequado a cada situação. A título de exemplo, se o objetivo da amostragem é fabricar provetes para determinação da resistência à compressão do betão, está consciente que deve optar pela amostragem composta. Se o objetivo for a avaliação da homogeneidade da distribuição das fibras no betão fresco, então o operador qualificado seleciona o método de amostragem pontual, uma vez que vai ter de retirar 3 amostras distintas em diferentes partes da descarga do mesmo camião-betoneira.

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No caso do betão pronto, o operador de amostragem é ainda um apoio fundamental para o operador da central. Enquanto executa a amostragem pode avaliar a aparência, a consistência e a coesão do betão fresco, e fornecer informação relevante para o operador da central poder manter a produção sob controlo.

Conclusões Muitos resultados dos ensaios do betão não conformes podem ser atribuídos a procedimentos inadequados de amostragem. Um exemplo disso é quando a amostragem é efetuada a partir da descarga inicial do camião-betoneira, por questões de conveniência. Para uma correta amostragem, é preciso que haja colaboração de todos. O operador do camião-betoneira e o operador de auto-bomba devem estar conscientes que a amostra mais representativa é aquela que é colhida mais ou menos a meio da descarga. Para isso, pode ser necessário interromper a operação de colocação do betão, seja por descarga direta, por bombagem ou através de balde de grua. Uma solução prática para assegurar que as amostras de betão fresco são executadas adequadamente e são representativas é o recurso a um laboratório acreditado para o efeito. É uma opção que permite eliminar os erros de amostragem e minimizar os conflitos de interesses.



Obra

Reformulação Urbanística do Parque da Cidade Desportiva da Maia Betão Pronto foi a opção Por Departamento Técnico da Betão Liz

A requalificação dos 100 mil metros quadrados envolventes à Cidade Desportiva da Maia, situada em pleno centro da cidade, teve como objetivo abrir o espaço à população. Na Cidade Desportiva existiam já o estádio com pista de atletismo, o complexo municipal de ténis e de ginástica desportiva e o pavilhão gimnodesportivo. Nesta fase foi construindo um Skate Parque de nível internacional, áreas ajardinadas, percursos pedonais, um lago e uma esplanada, permitindo à população conciliar a prática do desporto com o lazer.

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Com este projeto ficaram ligados os campos de ténis, ginástica, futebol e atletismo, através de 5 quilómetros de percursos pedestres e citadinos, interligados por jardins e áreas de lazer. Os trabalhos de requalificação tiveram inicio em 2017, com a construção do Skate Parque. Os trabalhos envolventes foram concluídos em outubro de 2018, com a cerimónia inauguração a acontecer no dia 26. A obra é pertença da Câmara Municipal da Maia, que teve comparticipação do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, no âmbito do Portugal 2020, para a sua execução.


Ficha Técnica: › Obra: Parque da Cidade Desportiva da Maia › Dono de obra: Câmara Municipal da Maia › Investimento: 2,5 milhões de Euros › Empreiteiro: M. Couto Alves, S.A. › Volume de betão aplicado: 2500 m³ › Fornecedor do betão: Betão Liz, S.A. › Centro de produção do betão: Betão Liz - Rio Tinto

Tipos de betão aplicados: › Betão arquitetónico C25/30.S4.XC2(P).D16.

Cl0,40(CPF), aplicado em muros; › Betão C25/30.S3.XC2(P).D22.Cl0,40 e D16

(Pav), aplicado nos pavimentos do Skate Park e Percursos Pedonais.

A execução da obra esteve a cargo da empresa M. Couto Alves, S.A. O betão foi fornecido pela central de betão da Betão Liz de Rio Tinto, que possui a certificação do sistema de controlo da produção conforme NP EN 206-1, assim como a certificação ISO 9001 e OHSAS 18001. A Betão Liz, S.A. formulou as composições dos betões para a obra para atender às especificações de projeto, e esteve diretamente envolvida no estudo e apresentação das soluções técnicas mais adequadas às caraterísticas pretendidas para os diversos elementos estruturais da obra.

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Ambiente e Sustentabilidade

Nanotecnologia na construção civil Materiais fotocatalíticos contribuem para a sustentabilidade dos edifícios Os adjuvantes à base de dióxido de titânio transmitem ao betão e às argamassas a capacidade de autolimpeza. Estes materiais permitem reduzir os custos associados à limpeza das fachadas exteriores dos edifícios e, em simultâneo, contribuir para um ambiente mais sustentável, uma vez que conseguem eliminar os poluentes urbanos. Na segunda metade do século 20 a investigação nas áreas do cimento e do betão centrou-se sobretudo na resistência mecânica, estimulada pela utilização destes materiais em obras cada vez mais complexas, com maiores exigências do ponto de vista estrutural. Com a entrada do novo século, a investigação toma um novo rumo com o desenvolvimento dos nanomateriais e a descoberta do seu potencial para aplicações construtivas. As nanopartículas de anatase (Figura 1), quando ativadas pela luz solar, atuam como catalisador. Promovem reações químicas que ocorrem entre a água (radicais OH- e H+) e o oxigénio presentes no ar e alguns poluentes e produtos orgânicos. Desta forma, alguns dos poluentes mais comuns nas áreas urbanas – NOx (óxidos de nitrogénio), SOx (óxidos de enxofre) ou COVs (compostos orgânicos voláteis) – podem ser decompostos em substâncias não nocivas para o ambiente ou para a saúde humana.

Figura 1 – Nanopartículas de anatase

Quando este nanomaterial é incorporado em argamassas de cimento ou no betão e estes são utilizados na construção de edifícios, as superfícies adquirem a capacidade de autolimpeza. Com estes materiais é possível reduzir os custos associados à limpeza das fachadas exteriores dos edifícios e simultaneamente contribuir para um ambiente mais sustentável, uma vez que a fachada consegue eli-

Legenda: TiO2 ativado pela luz solar NOx- Poluente Radicais OH-, H+ e O2TiO2 desativado Produtos da reação fotocalítica

Limpeza ação agente e chuva

CIMENTO

Figura 2 – Representação esquemática do processo de limpeza por fotocatálise

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minar os poluentes urbanos. Quando aplicado como revestimento interior, em argamassas, este material consegue limpar o ar interior, melhorando a sua qualidade e contribuindo para um ambiente mais saudável para os ocupantes (Figura 2). Os adjuvantes com nanomateriais tendem a ser mais dispendiosos do que os tradicionais materiais de construção. Contudo, como a quantidade necessária é muito reduzida – apenas 1% em peso relativamente ao teor de cimento já garante um nível elevado de eficiência – o impacto no custo final não é muito significativo. Convém ainda ter em conta os benefícios que a sua aplicação traz para a qualidade do ar e o impacto positivo no nível de sustentabilidade dos edifícios. A investigação científica na área dos adjuvantes promotores da fotocatálise tem também evoluído no sentido de aumentar a atividade fotocatalítica destes materiais atra-


© Scott Frances La Chiesa del Dio Padre Misericordioso, em Roma

Sandra Lucas é professora de impressão 3D de betão na Universidade de Eindhoven, nos Países Baixos desde junho de 2018. Anteriormente foi professora de materiais de construção e sustentabilidade na Universidade de Greenwich no Reino Unido. É doutorada em engenharia civil pela Universidade de Aveiro na especialidade de argamassas funcionais. A sua investigação foca-se no estudo do comportamento mecânico e microestrutural de materiais avançados de construção.

Nanomaterial Entende-se por nanomaterial qualquer partícula com uma dimensão inferior a 100 nanómetro (nm). Um composto ou substância, quando reduzido a uma escala tão pequena, comporta-se de uma forma distinta, ou seja, apresenta propriedades diferentes, quando comparado com o seu equivalente numa dimensão superior. Por exemplo, o composto dióxido de titânio, também denominado de titânia e com a fórmula química TiO2, é normalmente usado como pigmento em tintas decorativas. A titânia pode apresentar-se com diferentes formas mineralógicas. O rutilo é a forma mais comum e mais estável. Porém, para aplicações fotocatalíticas, a forma utilizada é a anatase, que apresenta maior atividade fotocatalítica.

vés de diversas estratégias, incluindo a dopagem com iões (ferro, cobre, zinco, etc.). A dopagem permite reduzir ainda mais a quantidade de adjuvante e aumentar a sua eficiência quando exposto à luz solar. Quando se explora a incorporação de nanomateriais em argamassas e betão, o maior desafio é garantir que o adjuvante não reduz as propriedades mecânicas do produto e não compromete a sua durabilidade. A utilização de nanomateriais, por causa da sua elevada área superficial, pode obrigar a um aumento do teor em água nas composições à base de cimento para garantir uma adequada trabalhabilidade. Este aumento leva inevitavelmente a uma perda de resistência mecânica. Mas, em resultado da pesquisa nesta área, as composições de betão e argamassas fotocatalíticas foram otimizadas para atingirem níveis de eficiência mecânica semelhantes aos de um produto tradicional. É assim possível ver exemplos práticos de obras construídas com este tipo de betão, sendo um dos mais emblemáticos o edifício La Chiesa del Dio Padre Misericordioso em Roma, feito com betão fotocatalítico desenvolvido pela empresa Italcementi, uma das pioneiras na utilização comercial deste tipo de produtos.

Mesmo com o custo acrescido do adjuvante, a utilização de TiO2 em materiais de construção apresenta diversas vantagens: • Aumenta a durabilidade do betão através da proteção das fachadas contra a ação dos poluentes e agentes orgânicos; • Melhora a qualidade do ar interior e exterior, contribuindo para uma construção mais sustentável; • Protege as fachadas contra vandalismo como resultado da degradação das tintas orgânicas; • Reduz a necessidade de manutenção e limpeza das fachadas, o que diminui o uso de produtos de limpeza nocivos para o ambiente. Como nota final, salienta-se que o uso de revestimentos construtivos fotocatlíticos não está limitado a produtos à base de cimento. Vários estudos indicam que a introdução de TiO2 em argamassas de cal é viável e melhora a durabilidade dos revestimentos de cal, uma vez que os protege do ataque de fungos e da poluição. A aplicação destes revestimentos permite assim preservar os revestimentos dos edifícios históricos evitando a degradação causada pelo ambiente urbano.

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Internacional

18.º Congresso ERMCO Betão pronto encontra-se em Oslo Por João Duarte

300 representantes do setor do betão pronto estiveram presentes no 18.º Congresso da ERMCO, a Organização Europeia do Betão Pronto, em Oslo a 7 e 8 de junho de 2018. A anfitriã, a Associação Norueguesa do Betão Pronto (FABEKO), recebeu diversos especialistas que abordaram diversos temas nas áreas de produção, inovação e sustentabilidade.

O Congresso da ERMCO teve lugar no Hotel Radisson Blu Plaza em Oslo. À sessão de abertura seguiram-se seis sessões técnicas sobre temas relevantes para a indústria do betão pronto, nomeadamente: • Especificação, produção e distribuição do betão; • Sustentabilidade e responsabilidade social; • Inovação e desenvolvimentos para o futuro; • Infraestrutura e adaptação às alterações climáticas. O presidente da ERMCO, Yavuz Işık, abriu o congresso. “O Betão é o material de construção de todos os tempos”. Foi com esta frase que Yavuz Işık iniciou o seu discurso. O congresso ERMCO atraiu gestores, técnicos e muitos outros profissionais das empresas de betão pronto, não só da Europa como também de outros países (por exemplo: Estados Unidos da América, Chile, Japão e Índia). Atraiu ainda diversos representantes de outras indústrias relacionados, como fabricantes de equipamentos e produtores de materiais para a indústria do betão pronto. “Com este Congresso, gostaríamos de vos envolver num diálogo aberto e construtivo

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Opera House, Oslo

sobre o betão”, referiu ainda Yavuz Işık. Seguiram-se as intervenções de boas vindas do presidente da Associação Norueguesa do Betão, Eivind Heimdal, e do presidente da FABEKO, Terje Bakken. A organização montou um espaço junto à sala de conferências onde as empresas patrocinadoras puderam montar os seus expositores e apresentar os seus produtos, equipamentos e serviços, e assim enriquecer o networking. O Congresso terminou com uma visita técnica que envolveu a nova Casa da Ópera de Oslo e o novo Munch Museum, ainda em construção, dedicado à obra do pintor norueguês Edvard Munch.

Um congresso impressionante O Congresso foi também um ponto de encontro para os membros da FABEKO, a Associação Norueguesa do Betão Pronto. “Foi muito interessante. Foi uma boa oportunidade para encontrar colegas da Noruega, assim como de outros países”, diz Tor Magne Johansen da empresa de betão pronto norueguesa Nordland Betong. “Gostei muito de conhecer, ouvir e falar com colegas do Chile, da Índia, dos Estados Unidos da América e de vários países europeus. Normalmente, nós reunimo-nos a nível regional com outros colegas da nossa associação, mas isto foi diferente, foi inspirador.”


Yavuz Işık (sessão de abertura)

No que respeita às comunicações, “gostei especialmente da apresentação sobre o projeto da estrada E39. Apreciei igualmente o enfoque ambiental.” Tor Magne é diretor de uma central de betão pronto situada em Bodø, localizada na zona mais a norte da Noruega. “Vim ao congresso com o meu diretor e mais dois colegas. Por isso, este congresso é também um evento muito social.”

João Duarte, Thomas Hofmann e Francesco Biasioli (networking)

Novas estruturas com betão velho Com participantes de toda a Europa, assim como de outras partes do Mundo, o Congresso ERMCO 2018 foi um evento verdadeiramente internacional. O betão é igualmente internacional. Os problemas e os desafios são semelhantes nos diversos países do nosso planeta. Porém, alguns países têm problemas específicos. Por exemplo, na Turquia, o terceiro maior produtor de betão no Mundo, o desafio é colocado pela elevada atividade sísmica no país. “A Turquia está localizada sobre uma falha que induz um número elevado de sismos fortes. Em 1999 tivemos um sismo que provocou 50 mil mortos e o colapso de muitas centenas de edifícios,” explicou Caglar Göksu Akkaya da Universidade Técnica de Istambul. A sua comunicação sobre o comportamento de elementos estruturais construídos com agregado reciclado de betão mostrou como o betão reciclado pode ser reutilizado como agregado no fabrico de novo betão. “Temos muitas casas antigas, construídas com inferior qualidade, que precisam de ser demolidas. Temos muito betão velho que pode ser reciclado como agregado e usado novamente na construção de novos edifícios com capacidade para suportar sismos de magnitude sete na escala de Richter.”

Transformar instalações sanitárias em atrações turísticas A Noruega é conhecida pela sua natureza, que proporciona paisagens inesquecíveis. Contudo, por muitos anos, isto foi negligenciado pelas autoridades rodoviárias. Há 20 anos foi lançado um projeto nacional com o objetivo de reabilitar as rotas paisagísticas. Para o conseguir, foi utilizada a arquitetura em betão. Hoje, as rotas paisagísticas transformaram-se em ícones nacionais e algumas das imagens tornaram-se virais na Internet. E isso refletiu-se num maior número de turistas interessados pela natureza. “Na Noruega, o destino é a jornada.” Este foi o título de um artigo publicado no The New York Times que descreveu as rotas paisagísticas norueguesas. Uma das mais recentes, uma área de repouso designada por "Uredd", que significa "sem receio", mostra como uma estrutura orgânica em betão pode servir de abrigo para uma necessidade básica, enquadrada numa paisagem natural impressionante com o oceano e as montanhas à sua volta. Outra área de repouso espetacular, noutra rota paisagística, é "Utsikten" ("a vista").

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Internacional

O betão é uma bateria barata A maioria das pessoas pensa que a forma mais económica de armazenar energia é uma bateria tradicional, como aquelas que equipam os motores dos carros. No entanto, há outras formas por uma fração do custo. Nos últimos tempos tem-se verificado um aumento na diversidade das energias renováveis tais como a do vento e a solar. É de esperar que esta tendência continue, com o aparecimento de novas variantes. Sebastian Spaun, diretor executivo da Associação Austríaca da Indústria do Cimento, apresentou os resultados de um teste realizado na Áustria em condições reais. Durante a construção de uma típica casa de dois pisos, foram instalados tubos de água nas lajes de betão. Através da água torna-se possível aquecer a “bateria” – as lajes de betão – com energia barata proveniente de fontes renováveis locais. “O betão tem muito boas propriedades de condutividade térmica,” referiu Sebastian Spaun. “Nós queríamos verificar como funciona a distribuição do calor a partir do teto. Se seria confortável. E concluímos que sim. Com uma diferença de temperatura do teto para o chão inferior a um grau, verificámos que 90% do calor desloca-se de cima para baixo no compartimento.”

36 Paragem turística de Selvika

Ao “carregar” a laje de teto com a água aquecida, um metro cúbico de betão consegue armazenar 2,67 kWh quando aquecido de 4 graus. Isto significa até 140 horas de aquecimento da divisão, o que é significativo quando comparado com as 47 horas que se conseguem com uma forma de aquecimento convencional. A casa em estudo tem já dois anos de utilização e os resultados mostram que funciona como se esperava: 90% da energia utilizada provém de fontes de energia baratas e renováveis. “Esta 'bateria' não se autodescarrega e suporta um número infinito de ciclos de carga-descarga. Permite um potencial enorme de poupança energética. E custa quase nada!” Tal como Tor Magne Johansen, eu estive presente e gostei imenso. As comunicações e o netwoking foram muito inspiradores. Aproveitei ainda para conhecer um pouco da Noruega. O próximo congresso da ERMCO está previsto para 2021. O local ainda não está definido, mas eu estou a contar ir.


Made in Betão

A nova Escola Alemã de Madrid apresenta-se de branco Betão branco é o material escolhido para o novo edifício e o pavimento da Escola Alemã de Madrid. Com essa escolha, a escola ganha a nível estético e ambiental. No World Architecture Festival 2016 foi distinguida como o centro educativo mais bonito do mundo. Um prémio ainda maior merece do ambiente, já que a utilização de betão branco em edifícios e pavimentos localizados em zonas urbanas é uma solução muito sustentável por várias razões. Para além dos aspetos que caracterizam a sustentabilidade do betão como material de construção, o betão branco permite ainda um menor consumo de energia para efeitos de iluminação devido à sua tonalidade e reduz o efeito ilha das cidades. Os pavimentos dos pátios foram construídos em betão desativado com 15% de brita de mármore. Esta solução permitiu uma coloração pálida que se conjuga com as fachadas e coberturas e transmite à estrutura uma aparência homogénea. Na construção da Escola Alemã de Madrid foi ainda utilizada outra solução sustentável: betão poroso. Este betão foi utilizado nos pavimentos do parque infantil e dos campos desportivos por baixo do tartan. A alta permeabilidade do betão poroso permite um melhor escoamento da água das chuvas e evita a formação de poças. O complexo inclui uma escola primária e secundária para

1500 alunos e um jardim de infância para 300 crianças, uma cafetaria, um auditório com 750 lugares e um pavilhão desportivo. A escola é mais que uma matriz de salas de aula. É o centro do ambiente de vida dos alunos e molda sua compreensão dos mundos construídos e naturais, bem como a sua experiência sociocultural. As composições espaciais e conexões visuais no interior da escola promovem o sentimento de identificação de grupo e o convívio intercultural que estão na base do sucesso da Escola Alemã.

Ficha Técnica: › País: Espanha › Finalização da construção: 2015 › Dono de obra: República Federal da Alemanha › Construção: Formento de Construcciones y

Contratas S.A. › Arquitetura: Grüntuch Ernst Architects › Investimento: 56 milhões de euros › Área total: 27 063 m2 › Betão utilizado:

Betão corrente – 33 900 m3 Betão branco – 7 500 m3

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Ambiente e Sustentabilidade

Economia circular O contributo do betão

O setor do betão pronto está no cerne da construção sustentável e tem um papel proeminente na aplicação dos princípios da economia circular ao setor da construção.

Como o conseguir? A durabilidade e um design adequado dos produtos são fatores importantes para o setor da construção atingir estas metas. Projetar a estrutura tendo em conta todo o ciclo de vida também. O ciclo de vida dos edifícios e das infraestruturas é medido em décadas ou centenas de anos, não em termos de anos ou meses como é normal para a maioria dos outros produtos, nem de dias ou semanas como é o caso dos produtos embalados. Um edifício ou uma infraestrutura cujo projeto siga os princípios da economia circular favorece uma vida útil mais longa e um menor consumo de energia durante a sua utilização.

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ee ne

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Materiais de construção

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Construção

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Reabilitar/ refabricar

Serviço

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A economia circular é uma abordagem de ciclo de vida à produção industrial. O objetivo é assegurar o desenvolvimento social e, em simultâneo, preservar o ambiente. As metas são minimizar a utilização de materiais primários e a produção de resíduos, utilizando o mínimo de energia possível.

Reciclar

Ne c

O que significa a economia circular para a construção?

Exploração mineira/ fabrico de materiais

Reutilizar/ redistribuir

Manter/ Reparar Utilização

Recolha

Recuperação de energia

Minimizar fugas

Depósito em aterro


Para minimizar o consumo de materiais primários (obtidos diretamente dos recursos naturais) e a produção de resíduos podem ser adotadas diversas medidas, tais como: • Reparar e manter  baixo consumo de energia; • Reutilizar e redistribuir  médio consumo de energia; • Reciclar  alto consumo de energia. O betão tem por natureza excelentes propriedades no que respeita à economia circular. Contudo, há muitas coisas que podem ser feitas para as aproveitar e maximizar o seu contributo.

Reduzir

• Aumentar o desempenho das centrais de betão pronto • Melhorar a comunicação com os utilizadores (p.e. empreiteiros) • Melhorar a logística das operações de entrega do betão pronto • Desenvolver novos produtos com recurso a menos matérias-primas

Reparar

• Projetar estruturas duráveis para minimizar a reparação para eventos inesperados (p.e. acidentes) • Projetar as estruturas de edifícios e de infraestruturas para facilitar a manutenção e a reparação

Reutilizar

• Utilizar o betão recuperado por lavagem ou por britagem na central de betão pronto • Na etapa de fim de vida de uma estrutura, reutilizar os elementos em betão em novas obras de construção

Reciclar

• Aumentar e otimizar as taxas de reciclagem do betão na etapa de fim de vida do edifício ou estrutura de engenharia civil • Utilizar agregados reciclados de betão, quando ambientalmente e comercialmente viável

Recuperar

• Integrar resíduos de betão não recuperados na central no processo de fabrico do cimento. De facto, isto significa tanto uma recuperação de energia como uma reciclagem, uma vez os resíduos também substituem matérias-primas na produção de cimento.

Quais são os valores do betão como material de construção circular? Na produção O betão é estudado para durar

É normal que o betão tenha uma vida útil de 100 ou mais anos.

O betão é fabricado em centrais de ciclo fechado

Nada se perde numa central de betão, nem a água

O betão é fabricado com composições específicas para projetos específicos

Nem mais nem menos do que é necessário

A indústria do betão é fornecida localmente

As matérias-primas estão disponíveis localmente

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Ambiente e Sustentabilidade

Quais são os valores do betão como material de construção circular? (continuação)

Na utilização O betão é fornecido localmente

O raio de entrega do betão é usualmente inferior a 50 km

O betão é fabricado em centrais de ciclo fechado

Uma vida útil maior significa uma menor necessidade de recursos

O betão é fácil de manter e reparar

A manutenção e a reparação do betão estendem a vida útil da estrutura

O betão é resiliente

O betão suporta facilmente eventos previsíveis e imprevisíveis, tais como o fogo ou climas extremos

Na gestão de resíduos O betão pode ser reciclado e reutilizado localmente

Existe quase sempre uma necessidade local para agregados reciclados

As estruturas de betão podem ser reutilizadas

As estruturas de betão podem facilmente ser reconvertidas através de obras de remodelação

As obras em betão podem ser desconstruídas

A separação do betão (para reciclagem) de contaminantes é uma operação simples

Na valorização dos resíduos O betão é 100% reciclável

Existe quase sempre uma necessidade local para agregados reciclados

Os produtos de betão podem ser reutilizados

Os elementos em betão podem ser projetados para ser desmontados após a vida útil da estrutura

A melhor aplicação para o betão reciclado é como material não ligado (p.e. trabalhos geotécnicos)

A utilização de agregados reciclados de betão permite reduzir a necessidade de agregados naturais

O betão reciclado pode ser facilmente utilizado no fabrico de novo betão

Em caso de difícil acesso a agregados naturais a utilização de agregados reciclados de betão é uma solução

Na The Concrete Initiative acredita-se que as políticas europeias podem contribuir para a mudança para uma economia circular no setor da construção. Para isso devem: • Reconhecer as especificidades deste setor, onde a longa vida útil das obras aumenta a importância da durabilidade, assim como a vantagem económica das operações de manutenção e da reparação em comparação com as de reciclagem e de reabilitação;

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• Estar imbuídas no quadro regulamentar existente, em particular o Regulamento dos Produtos de Construção (Regulamento UE n.º 305/2011); • Apelar a toda a cadeia de valor para contribuir, dos fabricantes de matérias-primas aos operadores de demolição – devido à longa vida útil de uma obra de construção, para que, cada parte interes-

sada deva ser ativamente responsável pelos seus produtos e serviços; • Definir metas “globalmente”, ou seja, ao nível da obra de construção e ao longo de todo o seu ciclo de vida; • Apoiar-se em normas europeias para o setor de construção, tais como os Eurocódigos do CEN/TC 350.

Artigo baseado no documento “Circular Economy – The role of the concrete sector” publicado pela The Concrete Initiative


Normalização

Nova versão da norma de gestão do risco

ISO 31000:2018 Criar valor a partir da gestão do risco Por EIC

Em fevereiro de 2018, a ISO publicou uma nova versão da norma sobre gestão do risco: a ISO 31000:2018. A revisão desta norma teve como objetivo considerar os novos riscos enfrentados pelas organizações em todo o mundo, nomeadamente a segurança digital, os danos à reputação ou à marca e o risco político. A análise de risco já era abordada em versões da ISO 9001 anteriores à atual, embora “disfarçada” sob outras designações. Na ISO 9001:2015, essa abordagem é mais explícita. O pensamento baseado em risco passou a fazer parte dos parâmetros a considerar na gestão da qualidade das organizações e “risco” tornou-se uma das palavras mais repetidas no mundo da Certificação. A nova ISO 31000 é mais concisa que a anterior e é mais user friendly. O objetivo geral da ISO 31000 permanece o mesmo – a integração do processo para gerir o risco na governação, estratégia e planeamento, gestão de processos, políticas, valores e cultura da organização. A ISO 31000:2018 tem uma estrutura semelhante à sua versão de 2009, encontrando-se dividida em quatro secções principais: 1. Termos e definições, como risco, gestão de risco, partes interessadas, fonte de risco, evento, consequência, verosimilhança, controlo 2. Princípios de gestão de risco – a gestão de risco é

integrada em todos os processos organizacionais, executada por meio de uma abordagem estruturada e abrangente, feita à medida, dinâmica, baseada na melhor informação disponível sobre fatores humanos e culturais e continuamente melhorada 3. Estrutura – garantindo que a gestão de risco é implementada adequadamente e bem integrada em toda a organização, cuidadosamente planeada, revista regularmente e continuamente adaptada e melhorada; e 4. Processo – o próprio processo de gestão de riscos, onde constam os elementos tradicionais de identificação, análise, avaliação e tratamento de riscos, agora reforçados por um elemento de monitorização e revisão, bem como por um elemento de comunicação e consulta. Em relação à versão de 2009, a nova norma fornece uma abordagem mais estratégica. Ao recomendar que a gestão do risco faça parte da gestão da organização, coloca um maior enfoque na criação de valor na melhoria contínua e na consideração das partes interessadas. A ISO 31000 fornece diretrizes, não requisitos; não é, portanto, destinada a fins de certificação. Porém, o tema interessa-nos por estar associado às novas normas de sistemas de gestão da ISO. Depois de estudarmos a nova norma, ficámos com a convicção de que vale a pena olhar para a ISO 31000:2018 como instrumento de apoio à gestão.

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Membros Aderentes

BASF PORTUGUESA, S.A. Rua 25 de Abril, n.º 1 2689-368 PRIOR VELHO Tel.: 219 499 900 • Fax: 219 499 948 geral-ebeportugal@basf.com www.master-builders-solutions.basf.pt www.basf.pt

CHRYSO ADITIVOS, S.A.U. Camino de Yunclillos, s/n. 45520 VILLALUENGA DE LA SAGRA TOLEDO – ESPANHA Tel.: 0034 925 53 19 52 Fax: 0034 925 53 13 36 hugo.completo@chryso.com chryso.pedidos@chryso.com http://pt.chryso.com www.chryso.com

EUROMODAL, LDA. R. do Cheinho, 120 4435-654 BAGUIM DO MONTE Tel.: 225 379 171 • Fax: 225 360 508 mail@euromodal.pt www.euromodal.pt

SIKA PORTUGAL, S.A. Rua de Santarém, 113 4400-292 VILA NOVA DE GAIA Tel.: 223 776 900 • Fax: 223 776 966 info@pt.sika.com www.sika.pt

MC-BAUCHEMIE PORTUGAL, LDA. Rua Pinhal dos Morros, 6 2120-064 FOROS DE SALVATERRA Tel.: 263 509 080 • Fax: 263 509 089 geral@mc-bauchemie.pt www.mc-bauchemie.pt

45 MODE

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LOS


Associados

Alexandre Barbosa Borges, S.A. Rua do Labriosque, 70 Martim 4755-307 BARCELOS

António Branco Tavares & Filhos, Lda. Zona Industrial de Vila Verde Rua H, Lote 23 3770-305 OLIVEIRA DO BAIRRO

Betão Liz, S.A.

Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA

BETOPAR – Indústrias e Participações, S.A. Av. do Movimento das Forças Armadas, 10 R/C Dtº 2710-431 SINTRA

Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A. S. Cosme, S. Tomé do Castelo 5000-371 VILA REAL

Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A. Estrada Nacional 10/1 Qta. dos Porfírios 2819-501 SOBREDA

Ibera – Indústria de Betão, S.A. Quinta da Madeira EN 114, Km 185 7000 -172 ÉVORA

Lenobetão, S.A. PC Santa Catarina da Serra Apt. 1004 2496-907 SANTA CATARINA DA SERRA

Sonangil Betão – Fabricação de Produtos de Betão para a Construção, Lda. Rua Marquês de Pombal N.º 115, R/C 7520-226 SINES

TCONCRETE, S.A. Rua de Pitancinhos, Apartado 208, Palmeira 4711-911 BRAGA

Tecnovia – Sociedade Empreitadas, SA Rua Casal do Deserto 2740-031 PORTO SALVO

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. Rua do Rego Lameiro, 38 4300 - 454 PORTO

Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A. Av. Duarte Pacheco, n.º 19 – 7.º 1070-100 LISBOA

Pragosa Betão, S.A. Apartado 46 2440 - 901 BATALHA

Valgroubetão – Sociedade de Betão Pronto, Lda. Z. I. Vale do Grou, R. Sta. Bárbara 2525-791 ATOUGUIA DA BALEIA

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Associados

ABTF António Branco Tavares & Filhos, Lda. Capital Social 444.000,00 euros

Sede Social Zona Industrial de Vila Verde Rua H, Lote 23 3770-305 OLIVEIRA DO BAIRRO

Telefone: 234 757 140 Telefax: 234 757 141 E-mail: betao@grupotavares.com Website: www.grupotavares.com/abtf

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL

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Vila Verde

Marisa Tavares

234 757 140

LABORATÓRIOS ACREDITADOS Ensaios de Betão, Agregados e Ligantes Calibração de máquinas de compressão, peneiros, balanças, termómetros e estufas.

www.apeb.pt 44


Betão Liz, S.A. Capital Social 22.000.000,00 euros

Sede Social Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA

Telefone: 213 118 100 Fax: 213 118 821 E-mail: betaoliz@intercement.com Website: www.cimpor-portugal.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO CONTACTO

E-MAIL

LOCAL

CONTACTO

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962 525 295

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Figueira Foz

961 559 379

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P. de Lima

962 983 510

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Coimbra

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Felgueiras

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V. N. Poiares

962 373 861

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Guimarães

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Pombal

964 242 856

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Mirandela

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Leiria

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Vila Real

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Entroncamento

962 721 916

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Rio Tinto

962 374 398

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Óbidos

962 374 401

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Gaia

962 605 336

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Rio Maior

969 292 044

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Esmoriz

962 374 165

btz.esmoriz@intercement.com

Portela Sintra

962 723 525

btz.psintra@intercement.com

Aveiro

962 738 182

btz.aveiro@intercement.com

Alhandra

962 723 522

btz.alhandra@intercement.com

Viseu

962 983 508

btz.viseu@intercement.com

Loures

962 738 181

btz.loures@intercement.com

Tábua

928 500 486

btz.tabua@intercement.com

Frielas

962 738 181

btz.loures@intercement.com

Mangualde

962 738 620

btz.mangualde@intercement.com

Alfragide

962 723 524

btz.alfragide@intercement.com

Guarda

928 500 485

btz.guarda@intercement.com

Almada

962 738 184

btz.almada@intercement.com

Covilhã

968 122 133

btz.covilha@intercement.com

Setúbal

962 980 776

btz.setubal@intercement.com

C. Branco

967 423 902

btz.cbranco@intercement.com

Alcochete

918 798 830

btz.alcochete@intercement.com

Alcantarilha

962 406 198

btz.alcantarilha@intercement.com

Esteveira

962 993 409

btz.esteveira@intercement.com

Loulé

962 723 184

btz.loule@intercement.com

Vitor Paulino

Paulo David

David Martins

Anibal Ferreira

Valença

RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE MERCADO

Pedro Alves Jorge Santos Mário Jorge Neto

RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE MERCADO

LOCAL

CENTROS DE PRODUÇÃO

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Associados

Betopar – Indústrias e Participações, S.A. Capital Social 696.505,00 euros

Sede Social Av. do Movimento das Forças Armadas, 10 R/C Dtº 2710-431 SINTRA

Telefone: 219 106 042 E-mail: geral@betopar.pt

CENTRO DE PRODUÇÃO LOCAL

DEPARTAMENTO COMERCIAL

CONTACTO

Loures

Luis Rocha

926 326 038

Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A. Capital Social 400.000,00 euros

Sede Social S. Cosme – S. Tomé do Castelo 5000-371 VILA REAL

Telefone: 259 302 630 Fax: 259 356 538 E-mail: geral@brivel.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO

46

LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Vila Real

Eng.º Bruno Costa

259 302 630 939 201 020 brunocosta@brivel.pt

Macedo de Cavaleiros

Hugo Ferreira

939 201 022 hugoferreira@brivel.pt


Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A. Sede Social Estrada Nacional 10/1 Quinta dos Porfírios 2819-501 SOBREDA

Telefone/Fax: 212 587 540 E-mail: geral@concretope.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Almada

João Ferreira

969 053 428

Lagos

José Dias

968 034 979

S. Brás de Alportel

Luis Romeira

968 013 214

Ibera – Indústria de Betão, S.A. Capital Social 2.000.000,00 euros

Sede Social Quinta da Madeira EN 114, Km 185 7000 -172 ÉVORA

Telefone: 266 758 500 Fax: 266 758 511 Website: www.ibera.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Évora

266 758 501/2

Montemor-o-Novo Borba

266 893 709 Eng.º Ricardo Matias

Reguengos de Monsaraz

268 890 612 266 501 604

Sines Beja

CONTACTO

269 878 160 Eng.º Ricardo Matias

284 998 744

dezembro 2018

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Associados

Lenobetão, S.A. Capital Social 7.000.000,00 euros

Sede Social Rua de Tomar, 80 2495 -185 SANTA CATARINA DA SERRA

Telefone: 244 749 766 E-mail: geral@lenobetao.pt Website: www.lenobetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

Fátima

Castelo Branco

Portalegre

Montijo

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO Filipe Santos filipe.a.santos@lenobetao.pt Nuno Eusébio nuno.m.eusebio@lenobetao.pt Nuno Eusébio nuno.m.eusebio@lenobetao.pt Luís Ramiro luis.b.ramiro@lenobetao.pt

CONTACTO

96 210 81 88

96 210 81 95

96 210 81 95

96 210 82 07

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. Capital Social 100.000.000,00 euros

Sede Social Rua do Rego Lameiro, 38 4300-454 PORTO

Telefone: 220 914 820 Fax: 220 914 830

ÁREA COMERCIAL LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Porto

Eng.ª Daniela Maia

CONTACTO 912 504 080 comercialbet@ mota-engil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL PRODUÇÃO

CONTACTO

Eng.ª Marta Durães

919 448 593

Eng.ª Margarida Morgado

913 642 133

Paredes* Canelas* Famalicão Santa Iria da Azóia* Almada*

*Centrais com capacidade para fornecer betão para Classe de Inspeção 3.

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Pragosa Betão, S.A. Sede Social EN1 Km109 Amieira, Ap. 46, 2440-901 BATALHA

Telefone: 244 480 120 Fax: 244 481 049 E-mail: betao@pragosa.pt Website: www.pragosa.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DO MERCADO

CONTACTO

Dr. João Jordão

244 480 120

Batalha Alenquer Torres Vedras Montemor-o-Novo Caldas da Rainha

Sonangil Betão – Fabricação de Produtos de Betão para a Construção, Lda. Capital Social 10.000,00 euros

Sede Social Rua Marquês de Pombal N.º 115, R/C 7520-226 SINES

Centro de Produção Quinta do Secretário Via Rápida da Caparica 2810-116 ALMADA

Telefone: 212 952 990 Fax: 212 952 989 E-mail:geral@sonangilbetao.pt Website: www.sonangil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DO MERCADO

CONTACTO

Fernando Mendes

212 952 990

Pedro Chrystêllo

964 825 337

Almada

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Associados

Tecnovia, Soc. Empreitadas, SA Capital Social 90.000.000,00 euros

Sede Social Rua Casal do Deserto 2740-031 PORTO SALVO

Telefone: 214 225 400 Website: www.tecnovia.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL Viseu

Coimbra

Ourique

Messines

COMERCIAL Ricardo Henriques ricardo.henriques@tecnovia.pt Rui Fidalgo rui.fidalgo@tecnovia.pt Mónica Jorge monica.jorge@tecnovia.pt José Ramos jose.ramos@tecnovia.pt

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50

CONTACTO 918 200 391

914 442 870

912 682 313

914 444 580


Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A. Capital Social 12.000.000,00 euros

Sede Social Outão – Setúbal Serviços Centrais e Administração Av. Duarte Pacheco, n.º19 – 7.º 1070-100 LISBOA

Telefone: 213 172 420 Telefax: 213 555 012 E-mail: geral.unibetao@secil.pt Website: www.unibetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO

CONTACTO

LOCALIZAÇÃO

Carriça - Esc.

229 871 490

41°17’38’’N 8°37’09’’W

GRANDE LISBOA

Maia

938 977 507

41°13’36’’N 8°39’25’’W

Frielas - Esc.

219 898 640

38°48’27’’N 9°09’04’’W

Gaia

938 977 509

41°05’28’’N 8°36’19’’W

Frielas

938 977 457

38°48’27’’N 9°09’04’’W

Viana do Castelo

938 970 006

41°40’05’’N 8°48’33’’W

Queluz

938 977 468

38°44’24’’N 9°15’25’’W

Braga

938 977 493

41°30’34’’N 8°27’23’’W

Linhó

938 977 520

38°45’37’’N 9°22’33’’W

Vila Franca de Xira

938 977 568

38°59’52’’N 8°57’59’’W

Torres Vedras

938 977 466

39°06’50’’N 9°14’29’’W

Setúbal

938 977 589

38°32’26’’N 8°50’09’’W

Casal do Marco

938 989 893

38°36’16’’N 9°05’32’’W

Alcochete

212 348 370

38°44’45’’N 8°56’36’’W

Évora

938 977 612

38°32’07’’N 7°57’06’’W

Alcácer do Sal

938 977 611

38°23’26’’N 8°30’19’’W

Sines

917 621 138

37°57’20’’N 8°50’44’’W

Beja

919 703 652

38°01’25’’N 7°51’11’’W

Ferreiras - Esc.

289 571 371

37°07’37’’N 8°14’39’’W

Ferreiras

938 977 602

37°07’25’’N 8°14’39’’W

Olhão

938 977 603

37°02’15’’N 7°51’42’’W

Portimão

938 977 604

37°09’43’’N 8°37’50’’W

Penafiel

938 985 849

41°12’03’’N 8°18’24’’W

Amarante

938 985 849

41°15’15’’N 8°02’29’’W

Vila Real

938 977 487

41°16’26’’N 7°42’19’’W

Feira

938 977 478

40°56’40’’N 8°32’09’’W

Albergaria

938 977 483

40°42’44’’N 8°29’20’’W

Leiria - Esc.

244 843 171

39°46’12’’N 8°46’26’’W

Pombal

938 977 526

39°58’33’’N 8°37’39’’W

Leiria

938 977 626

39°46’12’’N 8°46’26’’W

Caldas da Rainha

918 683 938

39°25’15’’N 9°10’14’’W

Santarém

932 589 601

39°16’48’’N 8°42’18’’W

Abrantes

938 977 561

39°27’41’’N 8°09’51’’W

Portalegre

938 977 625

39°16’06’’N 7°25’47’’W

Coimbra

938 977 441

40°11’05’’N 8°29’02’’W

Tondela

938 977 525

40°29’02’’N 8°50’08’’W

Elvas

930 413 006

38°53’20’’N 7°08’57’’W

Guarda

936 868 345

40°31’29’’N 7°13’46’’W

Castelo Branco

936 868 347

39°53’49’’N 7°28’49’’W

LOCAL

António Modesto / José Duarte

LOCALIZAÇÃO

RESPONSÁVEIS / DIRETORES DE ZONA

CONTACTO

ZONA SUL

José Guedes / Luís Moreira

RESPONSÁVEIS / DIRETORES DE ZONA

ZONA CENTRO

ZONA NORTE

LOCAL

CENTROS DE PRODUÇÃO

ALENTEJO

ALGARVE

dezembro 2018

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Cartoon

Betonagem em Tempo Frio CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

TEMPERATURAS MÉDIAS DURANTE O DIA

Dia: 4°C ou superior Noite: Não inferior a -1°C (ver condição 2)

Dia: 0 a 4°C Noite: Não inferior a -2°C

RECOMENDAÇÕES

Sem problemas. Continuar com o trabalho.

Cobrir ou proteger o Beta~o.

(com vento, ver condição 3)

Dia: 0 a 4°C Noite: Inferior a -2°C

Dia: Inferior a 0°C Noite: Não inferior a -5°C

Dia: Inferior a 0°C Noite: - 5°C a -10°C

Dia: Inferior a 0°C Noite: Inferior a -10°C Ouvir atentamente as previso~es meteorológicas.

Utilizar o beta~o previamente aquecido, ou aquecer o espac, o entre o beta~o e a cobertura; usar aceleradores de preza ou reduzir ~o a relac, a água/cimento (A/C).

Assegurar que a temperatura do beta~o na~o é inferior a 4º C.

4°C

Usar vapor ou ar quente, ou ainda infravermelhos para manter a temperatura pelo menos a 4º C.

Colocar o beta~o apenas quando a obra estiver ompletamente coberta e protegida para que o calor na~o escape e a temperatura se mantenha acima dos 8ºC.

Na~o betonar contra superfícies com temperaturas inferiores a -1º C. Remover o gelo e a neve.

A QUALIDADE DE UM BETÃO RESULTA DO BOM TRABALHO DE EQUIPA APEB Av.ª Conselheiro Barjona de Freitas, 10 A 1500-204 LISBOA - PORTUGAL Telefone: 21 774 19 25; 21 774 19 32; 21 778 53 65 Telefax: 21 778 58 39 E-mail: geral@apeb.pt

ERMCO EUROPEAN READY MIXED CONCRETE ORGANIZATION ASSOCIATION EUROPEENNE DU BETON PRET A L’EMPLOI EUROPÄISCHER TRANSPORTBETONVERBAND




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