Revista Ensino Médio Oswald

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BEM-VINDOS AO ENSINO MÉDIO



BOAS-VINDAS Harlei Florentino Diretor-geral Estamos prestes a chegar no início dos últimos três anos de escola. Mas, por que essa etapa é conhecida como Ensino Médio e a conclusão do Ensino Básico? No meio de quê? Finalizando o quê? A respostas não são tão difíceis, mas não costumamos pensar muito sobre elas. O tal “médio” pressupõe que tem mais para acontecer, e a tal conclusão pressupõe que não tem mais para acontecer. Como será que um aluno do 9o ano, os seus pais e a escola compreendem esse momento? Convido o leitor a fazer esse exercício de perspectiva. Ao tentar olhar o mundo por meio dos olhos do outro, semeamos a possibilidade de ampliar o nosso próprio olhar. Vamos nos arriscar um pouco nesse sentido… Aluno do 9o ano: “Cheguei ao 9o ano, último ano do Ensino Fundamental II, ano de formatura e de sermos os ‘mais velhos’. O ‘colegial’ está chegando, terei mais liberdade, farei novos amigos, aprenderei coisas novas. Ao mesmo tempo, tenho medo do que está por vir: terei mais responsabilidades, mais ‘matérias’, mais cobranças. Minhas expectativas são altas, mas tenho medo. Sei também que mudanças acontecerão. A turma não fica junta, alguns saem, outros ficam. De novo, o que me traz felicidade, me dá medo.” Pai/mãe: “O final do Ensino Fundamental é um momento de balanço. É hora de desenhar um projeto de vida para os próximos três anos de vida de meu filho/minha filha. O que espero da escola no Ensino Médio de meu filho/minha filha? Que formação desejo? Que formação ele/ela deseja? O que esperar dessa fase da adolescência e quanto a escola é determinante em seu período de amadurecimento? Formação para que finalidade: vestibular, vida social, mundo do trabalho, relações de amizade e afetivas? São muitas perguntas e a necessidade de fazer apostas e confiar em nossa escolha.”

Colégio Oswald de Andrade: “Investimos tempo, energia e afetos para que o aprendizado em vários sentidos fosse potencializado. Para que a experiência pudesse ser significativa e potente na construção da identidade, do olhar sobre o outro e o mundo. Apresentamos recortes representativos da história da humanidade em todas as suas manifestações culturais, científicas, poéticas... Com suas conquistas, equívocos, realizações e desafios do presente e do futuro. Sim, ter acesso ao conhecimento e ser civilizado é um direito de quem chega ao mundo e, por isso, um dever substantivo da educação. Nosso aluno do 9o ano está pronto para dar o mergulho mais profundo possível no universo geral da cultura humana. Que aprendam o quanto puderem de física, história, biologia, filosofia... dancem, toquem, representem, pois na vida adulta o contato com o mundo se torna mais “especializado” e, nesse sentido, acaba se reduzindo. E se foram cerca de 15 anos de experimentação, de erros e acertos, e muito exercício social. Como estou me constituindo? Quem quero ser? Como me sentir bem? Como serei independente? Como é bom ampliar a capacidade de perguntar.” O nosso sonho é que o término da educação básica seja a abertura para a real contribuição positiva dos jovens em nossa sociedade, com consciência, ética e respeito. E que tenhamos conseguido fazer com que amem a humanidade, para que queiram cuidar dela. O Ensino Médio é a apoteose de todo esse processo, reconhecidamente pretensioso e inacabado. Mas ele termina, um novo caminho na espera... E um caminho já traçado, deixando para trás o período de “suspensão” do mundo real, de maturação e refinamento. Muito já aconteceu, mas tem muito ainda para acontecer. Boa sorte!


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A CHEGADA AO ENSINO MÉDIO Coordenadora Pedagógica das séries finais do Ensino Fundamental II e do 1o ano do Ensino Médio, fala sobre os principais desafios e novidades para os alunos. Laura Nassar Coordenadora Pedagógica do 8o e 9o ano do FII e 1o ano do EM

Laura, no seu contato cotidiano com os alunos, o que você percebe como as principais preocupações dos alunos do 9o ano na passagem para o EM? O ingresso no Ensino Médio cumpre um papel de rito de passagem para uma nova e ansiada fase na vida dos jovens adolescentes. É um momento bastante singular, carregado de valor simbólico: chegar ao EM é uma conquista do crescer, de não ser mais criança; é uma marca de ingresso em um mundo mais próximo ao universo adulto e, por isso, de maiores responsabilidades, desafios, autonomia, liberdade na escola e no ambiente familiar. É um momento também de ampliação dos círculos de amizade, de muito crescimento pessoal e intelectual, de descobertas afetivas. Como todo grande momento de virada na vida, a passagem ao EM carrega também suas ambivalências e incertezas. Se por um lado, os jovens anseiam e desejam concluir o EF II, por outro, preocupam-se e angustiam-se com os desafios que estão por vir. Eles temem não dar conta das novas disciplinas, da rotina mais ocupada, da quantidade de lições e trabalhos que deverão realizar em casa, das leituras e conceitos mais aprofundados. E, apesar de desejarem a liberdade que é fruto do crescimento, temem não dar conta das responsabilidades que vêm junto. A passagem para o Ensino Médio é, assim, um momento complexo e muitas vezes marcado por sentimentos e sensações contraditórios. Decorre daí a riqueza da experiência e seu potencial criativo e de amadurecimento.


Quais são as ações da escola para auxiliar os alunos nessa passagem? Acompanhar a chegada de nossos alunos ao Ensino Médio é bastante importante e decisivo para que seu potencial, de fato, se realize. O 1o ano é uma série de adaptações a um novo modo de viver o dia a dia escolar. É uma série que reinaugura a relação dos estudantes com o conhecimento, assim como um momento de descobertas de si mesmo em um momento mais maduro da adolescência. Como essa etapa vem temperada por expectativas, medos e anseios, o acolhimento faz-se muito necessário. Como isso acontece no Oswald?

Ter uma equipe pedagógica afinada às características da série e do momento de vida dos alunos, que compreenda e conduza bem e com grande intencionalidade a relação entre desafios/exigências e o processo de desenvolvimento pessoal e intelectual são alguns dos aspectos que priorizamos. O planejamento de um currículo que abarque e dê conta de conteúdos relevantes pelo ponto de vista das Ciências e de seus campos de saber, mas que também sustente e colabore, e de maneira decisiva, com nosso projeto formativo, priorizando o sujeito em processo de constituição. “Vidas Reinventadas” e a disciplina do “Estudo do Meio”, projetos de série que acontecem somente no 1o ano, são bons exemplos de trabalho que aliam em seus planejamentos os conteúdos conceituais e procedimentais aos de natureza atitudinal e educacional. Uma outra estratégia de acolhimento é a organização da equipe técnica e o planejamento de acompanhamento dos alunos pela Coordenação. Acompanhamento do desempenho ao longo do processo letivo, abertura para o diálogo, sustentação de relações e vínculos de confiança são fundamentais. Cabe também à Coordenação garantir e alimentar a parceria entre família e escola.

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O que você percebe como os principais desafios para eles? O Ensino Médio é o segmento que finaliza o Ensino Básico e, ao mesmo tempo, direciona o aluno para o Curso Superior e o mercado de trabalho. Concentram-se nesse segmento uma série de desafios de diferentes ordens que muito tem a ver com o processo de amadurecimento pessoal e crescimento intelectual dos jovens adolescentes. Gostaria de destacar dois: Os desafios de ordem acadêmica: no Ensino Médio, a grade disciplinar se amplia ao mesmo tempo em que as demandas ficam mais desafiadoras. Os alunos têm mais disciplinas, as Ciências se especificam, introduzindo novas linguagens, a área de línguas se desdobra em várias frentes, disciplinas como Sociologia, Psicologia e Filosofia passam a compor a grade. Além da ampliação do número de disciplinas, e consequentemente de aulas, a exigência aumenta. Os cursos tornam-se mais acadêmicos, complexos e aprofundados. Aumenta a quantidade de trabalho realizado em classe e em casa, assim como a exigência de qualidade das realizações. Os desafios de organização e planejamento do dia a dia: o aumento de disciplinas, da quantidade de trabalho extraclasse, de leitura e de complexidade no fazer escolar demandam dos alunos um planejamento pessoal mais autônomo e disciplinado. Além de passarem mais tempo na escola, o dia a dia escolar de um aluno do Ensino Médio exige que o aluno tome para si suas responsabilidades como estudante. Se, por um lado, sua vida fica mais agitada e, portanto, com menos tempo livre, por outro, espera-se que ele(a) dependa menos dos adultos na lida com as dificuldades e obstáculos inerentes ao processo. O adulto faz parte decisiva desse processo, não como alguém que conduz e dita os caminhos, mas, sim, como interlocutor e mediador na construção que cada aluno(a) fará de sua caminhada. É o(a) aluno(a) quem definirá como e quando realizará suas tarefas e seu estudo. Cabe ao adulto garantir condições para que o planejamento e a execução do passo a passo do processo seja possível.

O que muda nos processos de avaliação no Ensino Médio? Os processos de avaliação do Ensino Médio permanecem em sintonia e dão continuidade ao trabalho já desenvolvido em nosso Ensino Fundamental. A avaliação permanece com grande caráter formativo: regula as aprendizagens e os processos de ensino, produzindo diagnósticos que comunicam e apontam a alunos(as) e professores novos caminhos, estratégias e possibilidades. A grande diferença no Ensino Médio é a qualidade e quantidade de desafios inerentes ao processo e ao momento de vida dos alunos(as). As Sínteses Avaliativas Trimestrais (SATs) exemplificam bem essa ideia. Essas provas, com cara de “provão”, são organizadas em cadernos de questões que contém um bloco de disciplinas por dia, e são realizadas ao longo de 4 horas ininterruptas. Elas acontecem em dias reservados no calendário escolar do Colégio, sempre ao final dos trimestres. Têm pesos altos e nível de complexidade e aprofundamento maior do que as provas trimestrais. Apesar de exclusivas ao EM, são uma versão refinada de um instrumento já conhecido de nossos alunos do EF II, que é a prova trimestral. Muito embora os instrumentos de avaliação do EM acontecerem com maior periodicidade e algumas produções de maior fôlego, o sistema permanece o mesmo.

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OS ESPAÇOS DE AUTORIA E PROJETOS DIFERENCIADOS

Ampliação curricular e novos espaços para a construção de projetos coletivos e individuais são marcas do Ensino Médio no Oswald.


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ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL E OS EXAMES EXTERNOS Orientação Profissional As questões ligadas à escolha profissional e à construção de projetos pessoais relacionados ao mundo do trabalho são focos importantes do currículo e das metodologias de nossa escola. Isso é desenvolvido de maneira mais intensa a partir do 9o ano do Ensino Fundamental II e se torna mais presente ao longo do Ensino Médio, em diversas atividades curriculares e extracurriculares. As inserções da Orientação Profissional no 9o ano do Ensino Fundamental II e no 1o ano do Ensino Médio são realizadas em conjunto com os professores de cada série e dialogam com projetos elaborados dentro de cada disciplina. São atividades que visam estimular a reflexão do aluno acerca de seu percurso e suas escolhas. Já no 2o ano do Ensino Médio, as atividades de Orientação Profissional se dão em encontros que visam aproximar os alunos das questões que cercam a escolha por uma carreira. No 3o ano do Ensino Médio, os encontros de Orientação Profissional duram todo um semestre em salas de aula com turmas reduzidas, e têm como foco três eixos principais: autopercepção, informação e projeto de futuro. É uma disciplina curricular em que os alunos debatem, pesquisam e realizam visitas a locais de trabalho e faculdades das áreas de seu interesse. Durante o segundo semestre do 3o ano, é realizado o acompanhamento de cada aluno no seu projeto individual.

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O Enem Valorizamos e apoiamos politicamente o Enem. Ele tem contribuído efetivamente com o avanço da democratização do acesso ao Ensino Superior e ampliado as possibilidades de escolha profissional dos jovens, além de desempenhar um papel importante como instrumento de avaliação do Ensino Básico em nível nacional. Por isso, mantemos com esse exame um diálogo intenso, estimulando a participação dos nossos alunos e preparando-os para que obtenham bons resultados por meio de simulados, análise de resultados e uso de plataformas inteligentes. As avaliações externas oferecem, frequentemente, boas oportunidades para revermos os nossos processos internos, currículo, didática, avaliar cursos e melhorar a qualidade do que oferecemos aos nossos alunos. No entanto, é importante destacar que o Enem não avalia uma série de habilidades importantes para o cidadão do século XXI, por exemplo, o trabalho em equipe, a comunicação verbal, as expressões corporais e artísticas, os conteúdos que fogem do currículo tradicional, a ética e o respeito ao outro. A proposta pedagógica do Colégio Oswald visa uma formação ampla dos alunos e, portanto, investe no desenvolvimento dessas habilidades. Iniciativas como o Projeto Rede, Projeto de Intervenção, Teses, Oficinas, Rupturas, Concurso de Declamação, cursos curriculares como Economia, Psicologia, Teatro, Dança, Artes Visuais, Música, Esportes e Circo são exemplos de como valorizamos e promovemos uma formação integral. A criação de contextos para exposição verbal e trabalho em equipe é algo que faz parte do dia a dia da nossa escola. Dessa forma, temos consciência das potencialidades e das limitações do exame do Enem para avaliar os nossos alunos e, consequentemente, o nosso projeto pedagógico.

Vestibulares Apesar da busca de criação de novos modelos de acesso ao Ensino Superior, o vestibular no qual se realizam provas de conhecimentos gerais e específicos ainda é a principal porta de acesso para a universidade. Mesmo com o recente aumento do uso total ou parcial da nota do Enem como parte dos processos seletivos, ainda temos, no estado de São Paulo, grandes vestibulares no qual o Enem tem um peso reduzido, em especial o da FUVEST. Como estão os nossos alunos frente à essa realidade? Acreditamos que todo aluno que termina o Ensino Médio no Oswald está preparado para lidar com essa etapa, por diversos motivos. Alguns deles são: Nossos alunos têm uma formação ampla e consistente em todas as principais áreas do conhecimento; A estrutura e organização de nosso currículo dialogam intensamente com as matrizes dos principais vestibulares e do Enem; Nossos alunos têm uma formação ampla e consistente em todas as principais áreas do conhecimento; Ao longo do Ensino Médio, nossos alunos têm diversas experiências de realização de provas de longa duração, aprendendo a se preparar e organizar para esse tipo de exame; Nossos alunos realizam simulados semelhantes aos dos principais vestibulares do Brasil, tendo, assim, um contato prévio com as diferenças de modelos de exame das instituições de Ensino Superior; O projeto de Orientação Profissional, que ajuda a colocar o vestibular como parte de um projeto de vida mais amplo, auxilia os alunos de maneira individualizada nos seus percursos em relação aos vestibulares. Esse conjunto de ações tem levado nossos alunos a excelentes resultados nos vestibulares dos quais têm participado. Em até um ano após o final do Ensino Médio, 90% deles estão colocados em suas primeiras opções de curso nas principais instituições de ensino público e privado do Brasil e, em alguns casos, no exterior.

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EAPIP Desde o início de 2016, os alunos do 1o ao 3o ano do Ensino Médio têm uma nova oportunidade para ampliar os caminhos e possibilidades em seus processos de aprendizagem. O projeto EAPIP (Ensino Aprendizagem Personalizado e Inteligente) permite que estudantes, Coordenação e famílias tenham acesso a um diagnóstico qualificado, com informações sobre as dificuldades e potencialidades do aluno em cada matéria, após a realização de simulados nos moldes do Enem. A partir desse diagnóstico, cada aluno recebe orientações personalizadas para aprofundar seus estudos. Na entrevista a seguir, Harlei A. Florentino, diretor-geral do Oswald, contextualiza e detalha esse projeto.

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Em que contexto surge o EAPIP para os alunos do Ensino Médio do Oswald?

Como é feito o diagnóstico do desempenho do aluno nesse sistema?

Esse projeto vem ao encontro da maneira como entendemos as possibilidades da tecnologia e também traz respostas a algo muito caro para a escola e que poderia ser resumido com as perguntas: como nós aumentamos as possibilidades de lida com o saber para os alunos? Como aumentamos a nossa capacidade de análise de como o processo e o aprendizado dos alunos vêm acontecendo? Como podemos aumentar o engajamento dos alunos nos estudos? Como oferecer mais condições para que os professores conheçam melhor cada um dos seus alunos? Na verdade, o que está em jogo é o desafio de ampliar a lida com a diversidade, o olhar para cada aluno, partindo do princípio de que as pessoas não aprendem necessariamente pelos mesmos caminhos.

São elaboradas avaliações diagnósticas, em forma de simulados nos moldes do Enem, com os conteúdos estruturantes das disciplinas. Os dados obtidos a partir da aplicação desses simulados são mobilizados de forma rápida e sistêmica, e analisados de forma científica. As avaliações são indexadas a uma matriz com os objetivos de cada questão e os resultados são customizados, ou seja, pra cada aluno, sabemos os pontos fortes e fracos e são sugeridos caminhos de estudo. Os professores e a Coordenação têm, assim, um panorama de quais assuntos os alunos estão aprendendo mais, ou menos, possibilitando intervenções mais precisas. Com isso, também é possível dar um feedback para as famílias com muito mais precisão sobre o aprendizado dos filhos em conteúdos específicos, qualificando o trabalho da Coordenação.

Por que o Oswald busca responder essas perguntas com projetos como o EAPIP? A ampliação das formas de lida com o saber é algo que valorizamos e que estamos investindo na escola. Sabemos que cada humano tem a suas idiossincrasias e, portanto, formas diferentes de aprender. Precisamos contemplar isso em nossa estrutura, oferecendo condições concretas de diversidade de caminhos de aprendizado, e melhorar o quanto conhecemos cada um deles, podendo, assim, orientá-los de forma mais precisa e personalizada. Quais são os recursos da plataforma? Apontamento de pontos fortes e fracos de cada aluno; prioridade de cada assunto no Enem, ou seja, o quanto tem sido cobrado nas provas com bases nos dados históricos; vídeos-aula com a resolução de cada uma das questões do simulado; vídeos-aula para cada um dos assuntos abordados no simulado; aulas virtuais interativas com grupos com dificuldades semelhantes; plantão de dúvidas virtuais interativas; recomendações do uso desses recursos para cada aluno em função do diagnóstico levantado.

Quais pontos da plataforma você destacaria como interessantes para o aluno? O EAPIP agrega diagnóstico e orientação. Com isso, o aluno faz, por exemplo, um simulado em que há uma prova de Matemática. Esse aluno “ouvirá” da plataforma: “você foi bem nesse assunto, não foi bem nesse, recomendamos que você assista a esses vídeos sobre esse tema, que você participe de uma aula virtual em tal data, que leia os textos x, y e z”. Isso significa que o próprio diagnóstico já vem atrelado a caminhos e possibilidades de o aluno estudar aquilo. Há vídeos sobre cada um das questões desses simulados, então o aluno pode fazer a prova, pegar a questão que ele errou e assistir à resolução dela em vídeo. Ou seja, com essa plataforma o aluno pode buscar outros caminhos, o que vai fazendo com que ele pense o que funciona mais e o que funciona menos pra ele naquele momento. Entendemos que, assim, o EAPIP amplia as possibilidades de aprendizado e autonomia dos alunos, tanto para superar dificuldades como para se aprofundar no que ele já vai bem, caso tenha interesse.

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1º A

N O

NA VOZ DOS ALUNOS, O ENSINO MÉDIO DO OSWALD DEPOIMENTO DE ALUNOS

Até agora, quais foram os maiores desafios da passagem ao EM do Oswald?

Luca Ortiz Dal Mas Quando caiu a ficha que as minhas primeiras aulas de 1o ano estavam chegando, eu me senti orgulhoso, finalmente eu estaria entre os “grandes” do Ensino Médio e tudo o mais. Mas com isso vieram as perguntas e depois as preocupações, como aula a tarde, matérias novas, pessoas novas, os provões e tal. Fiquei preocupado, principalmente quando começou a primeira semana de aula, ficando até meio neurótico pra ver se eu tinha todos os livros e materiais certinhos. Em que fim deu? Deu mais do que certo! Foi uma experiência diferente ter aula de Física e Química, retirando o mito de serem matérias chatas demais (além do mais você fará experiências no Laboratório ao longo do ano!). Com um pouco de esforço, toda matéria estava em seu devido lugar, sem nenhuma bagunça mental entre Matemática e Física. Nervosismo antes dos provões, mas durante um sentimento tranquilo de como se eu estivesse fazendo uma prova normal. E uma das partes mais legais é a hora do almoço, em que eu almoço com meus amigos, converso com pessoas de outros anos e depois tenho as aulas de tarde sem nenhuma queda de sono

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repentina ou de cansaço extremo. O que torna tais coisas desafios ainda maiores somos nós mesmos. Com um pouco de esforço você perceberá que o mundo não acabou e que você estará vivendo vários momentos legais, interessantes, ou até chatos, mas eu tenho certeza que tais momentos serão poucos ao longo do Ensino Médio.

Isabela Abdalla Aguiar Os maiores desafios que enfrentei na passagem do Ensino Fundamental II ao Ensino Médio do Oswald incluem, principalmente, a mudança e aumento na grade horária. Muitas disciplinas novas foram introduzidas em apenas um ano (mesmo que já tivéssemos uma preparação prévia feita por outros professores) e, no começo, foi um pouco difícil de acompanhar o ritmo das aulas. Outro desafio (talvez o maior deles) que foi necessário enfrentar foi a SAT: uma prova longa, que pesa muito na média final e temos três vezes ao ano. Pela minha curta experiência com as SATs, pude perceber que, apesar de ser dado tempo o suficiente para fazê-la, a sua complexidade e exigência dos professores pode ser assustadora, tanto que me assustou, afinal é necessário muito mais dedicação e estudo para poder entender o conteúdo de tantas matérias e fazer todas as provas no mesmo dia.


N O 2º A Quais desafios e conquistam definem/marcam o EM do Oswald?

Joaquim Muylaert de Souza O Ensino Médio oswaldiano conta com muitos desafios desde o início do curso até o final e também superações, que me mostraram capacidades que antes de serem necessitadas eram para mim desconhecidas. O principal desafio, que é também o mais temido por alunos desde o início do curso, são as SATs, as famosas Sínteses Avaliativas Trimestrais. Ao entrar no colegial, muito antes das famosas provas trimestrais chegarem, eu já comecei a mudar meu comportamento em sala de aula. Desde o começo do 1o ano do colegial eu sabia que não seria fácil, e que, se eu não mudasse o meu comportamento escolar, eu não iria conseguir ter os mesmos resultados que eu vinha obtendo no Ensino Fundamental. Com isso em mente, pensei que eu deveria mudar minha postura em aula e acabei realmente mudando totalmente meu comportamento. Agora, para mim, tudo que acontece em sala de aula deve receber a atenção máxima, tudo que o professor explica deve ser ouvido e todas as tarefas pedidas deverem ser cumpridas. A partir do momento que eu mudei de postura e comportamento na escola, uma pedra saiu de meus ombros. Agora eu não temo mais a escola. Depois de um susto, um medo, provocado pelas SATs, eu virei outro aluno. Isso marcou completamente minha vida escolar e futura vida profissional. Às vezes você só se supera quando está em uma situação sufocante, e talvez esse seja o papel das temidas SATs.

Mariana Stravino Peres Messas Acredito que o colegial é composto por uma quantidade de desafios muito maior que o Ensino Fundamental, e, para mim, o primeiro deles com certeza foi me acostumar com a carga de matérias, lições de casa e trabalhos, que é muito maior do que no Ensino Fundamental. Foi necessário abrir mão de parte do tempo livre que eu costumava ter. O que é passado em aula muda bastante também, no Ensino Médio abre-se a possibilidade de questionamentos e discussões na sala de aula, o que possibilita fazer uma ligação do mundo com o conteúdo, de maneira que ele não fique só dentro da sala de aula. No Ensino Médio, também é depositada mais confiança e independência nos alunos, de maneira que você mesmo pode regular (até certo ponto) quais métodos funcionam melhor para o seu aprendizado. Acho que há uma maturidade dos alunos para conseguir compreender um conteúdo mais abstrato, que se aproxima mais da realidade, e também os professores conseguem passar textos e outros materiais um pouco menos mastigados, de maneira que possamos nos aprofundar mais no conteúdo e até certo ponto tirar nossas próprias conclusões. Um bom exemplo dessas mudanças citadas é a Tese (projeto do 2o ano), que permite ao aluno bastante liberdade. Outra grande diferença que eu senti foi a ligação entre as disciplinas, principalmente no 1o ano. Eu me lembro de pensar que uma disciplina complementava a outra, de maneira que Física se relacionava com História, por exemplo, o que fazia todos os conteúdos fazerem mais sentido e a matéria fluir mais, sem uma necessidade tão grande em puramente decorá-las. Uma outra mudança que eu senti na passagem para o Ensino Médio foi a possibilidade de me envolver mais com decisões e projetos relacionados à escola, como o Grêmio e a organização da Festa Junina, por exemplo.

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Não que não houvesse essa possibilidade antes do Ensino Médio, mas acho que o nível de responsabilidade que é passado ao aluno passa a ser maior . Em relação à organização com os estudos, eu acho que cada aluno precisa encontrar uma maneira de realizar as atividades, mas acho que é unanime que no colegial o tempo gasto fora da escola para realizar atividades escolares é consideravelmente maior que o tempo necessário no Ensino Fundamental. Se bem distribuído, todos os dias há alguma lição de casa, trabalho ou texto para ler. Outro grande desafio (se não o maior) do Ensino Médio são as Sínteses Avaliativas Trimestrais (SATs). O esquema de provas trimestrais é completamente diferente do Ensino Fundamental: as provas de todas as matérias são reunidas em três ou quatro (no caso do 1o ano) dias dedicados unicamente às provas. Todo o processo das SATs, tanto o preparo quanto a realização, é um grande desafio, mas com certeza esse sistema traz um aprendizado em relação ao estudo para mais de dez provas, e também em relação à administração do tempo para a facção das provas. O esquema das SATs acaba beneficiando alguns alunos e prejudicando outros, mas acho que também é unanime que o período de SATs é muito estressante e, com certeza, um dos maiores desafios do Ensino Médio. Resumidamente, o Ensino Médio, ao mesmo tampo que é muito mais difícil que o Ensino Fundamental, é muito mais interessante e os desafios são maiores, mas as conquistas também o são. E acredito que os aprendizados vão além das disciplinas escolares; estou tendo que descobrir qual o melhor jeito que eu me organizo para estudar e organizar minha rotina para cumprir com meus planejamentos, e também aprendendo a lidar com os projetos relacionados à escola.

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A 3º O N Que marcas o Oswald deixou/deixará em sua formação?

Luana Garcia Brant O Oswald com certeza me fez quem eu sou hoje. Gosto de pensar que a escola é nossa segunda casa; passamos muito tempo lá, somos educados lá dentro e criamos relações fortíssimas com as pessoas que também vivem ali. E fico feliz de ter feito do Oswald minha segunda casa, pois foi um lar muito acolhedor. Me conectei com o colégio de uma maneira que nunca imaginei que aconteceria, e isso porque o Oswald abre portas para você se conectar lá dentro. Com os projetos, os professores, os funcionários, os alunos, o espaço. Sempre que algum adulto me pergunta onde eu estudo e eu respondo “Colégio Oswald de Andrade”, eles dizem “ah, bem legal, é um colégio que forma pensamento crítico”. E, no fundo, é exatamente isso. Acho que o que diferencia o Oswald dos outros colégios, e o que me fez escolher ele como lar, é a capacidade dos professores de abrirem minha cabeça para o mundo e de formar um pensamento crítico, que agora, saindo de lá, posso usar para tudo. O Oswald forma gente; gente decente pra viver no mundo a fora. Nos educa para a vida.

Bruna Danesi Magalhães Ouvi recentemente que uma escola é feita de gente. Uma escola não é somente um mero edifício; uma escola é um lugar de convívio, um espaço que está, sempre, sendo constantemente construído. A grande marca que o Oswald deixou em minha formação é o buscar fazer, buscar criar e recriar esse espaço de convívio; um espaço que, como qualquer outro espaço humano, possui contradições, embates, frustrações, mas que te move para realizar projetos, criar trabalhos e estudos diversos. Move para realizar projetos e achar soluções, e esta é outra marca que o Oswald me deixou, porque há uma grande diferença entre o reclamar e esperar sentado para que algo seja feito e o tomar aquela situação para si e procurar fazer junto, procurar o sentido de um coletivo. Ter passado pelo Oswald é saber que ainda podemos sentar em roda para assistir uma aula, é valorizar os eventos escolares que nos marcam e são construídos a cada ano, é poder passar a tarde na escola ensaiando uma dança ou pendurando bandeirinhas de Festa Junina, é chegar à escola e dar bom dia para cada pessoa, seja um funcionário, professor, Coordenador ou aluno que reconheço fazer parte da minha formação.

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