Revista Farroupilha - Edição de Outubro a Dezembro de 2016

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ANO XXIII | Nº 123 | OUTUBRO A DEZEMBRO DE 2016

RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA Hábitos de estudos com autonomia

Comunicação com as famílias na era digital

Estudantes plantam Bosque Astronômico no Parque Germânia


EXPEDIENTE

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SUMÁRIO 3

EDITORIAL

Nº 123 – Edição de Outubro a Dezembro de 2016 da Revista Farroupilha Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858 – ABE 1858 Fernando Carlos Becker Diretora Pedagógica Marícia Ferri Diretor de Administração e Finanças Milton Fattore Jornalista Responsável Manoela Andrade Scroferneker (MTB 13648)

UMA RELAÇÃO QUE UNE DIFERENTES GERAÇÕES Quem visita o Memorial do Colégio Farroupilha vê, em suas instituição na década de 1920 até 2012. É possível perceber, também, os mesmos sobrenomes em períodos distintos. A

Assessor de Criação e Design Marcelo Diehl

relação que o Farroupilha estabelece com as famílias vai

Comunicação e Marketing comunicacao@colegiofarroupilha. com.br

Dos tempos do Velho Casarão, na Avenida Alberto Bins, até

instituição guarda esta característica: diferentes gerações da mesma família estudaram e seguem estudando aqui. A muito além das paredes das salas de aula.

é lembrado pelas famílias como uma instituição que preza

Revisão Textual Laboratório de Português

atividades escolares e prezamos por uma relação aberta,

Capa Felipe Giacomet e Gabriela da Rosa Götze, com os filhos Henrique Götze Giacomet, do 2º ano D, e Gabriel Götze Giacomet, do Nível 3E.

dãos competentes, é necessário o apoio da família nesta

Ouvidoria Farroupilha ouvidoria@colegiofarroupilha.com.br (51) 3455-1889

tramos na reportagem especial histórias de relação das famí-

COMO INSTALAR O LEITOR DE QR CODE NO SEU CELULAR Inventado no Japão em 1994, o QR Code foi criado para facilitar o acesso à informação por parte de usuários de celulares, podendo ler qualquer coisa de qualquer lugar. Para ler um QR Code ou Quick Response Code é preciso instalar um software em seu celular. Ele será responsável por decodificar a imagem capturada. Na internet, há muitos softwares gratuitos disponíveis. É preciso que se baixe um de acordo com o modelo do celular. Em português, o http://reader.kaywa.com é um dos melhores sites para baixar leitores de QR Code. Para aqueles que quiserem criar seus próprios QR Codes, em http://qrcoder.kaywa.com, é possível gerá-los facilmente.

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a chegada ao bairro Três Figueiras, o Colégio Farroupilha

Diagramação e Projeto Gráfico Design de Maria www.designdemaria.com.br

Versão Online www.colegiofarroupilha.com.br

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paredes, uma relação de estudantes que se formaram na

Textos Cristiane dos Santos Parnaíba Manoela Andrade Scroferneker

Tiragem 1.000 exemplares

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pela disciplina, pela tradição e pela inovação. Temos incentivado a participação dos pais e demais familiares nas centrada no diálogo e na escuta. Se queremos formar cidaformação. A escola e a família caminham juntos na busca

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por uma educação transformadora. Na última edição da Revista Farroupilha do ano de 2016, moslias com a escola, como o caso de uma ex-aluna que hoje é professora da Educação Infantil e, de um ex-aluno cujos pais foram estudantes e se conheceram no Farroupilha.

NESTA EDIÇÃO | #123

Mostraremos, ainda, como os pais podem auxiliar os filhos a estudarem com autonomia. O fato dessa relação ter sido construída muito anteriormente, no caso de nossos ex-

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Escola e famílias unidas pela segurança

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Esporte e escola caminham juntos

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Embaixadores da liderança

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Farroupilha contra o bullying

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Relação pautada no diálogo e na escuta

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Reconhecimento da produção científica

-alunos é um dos fatores levados em consideração no momento em que a família opta pelo Colégio Farroupilha. Perceber que ex-alunos matriculam os seus filhos e os seus netos na escola é muito importante; é o reconhecimento pelo nosso trabalho pedagógico e a confiança em nossos professores e colaboradores que buscam, todos os dias, a excelência educativa. Boa leitura, e um ótimo final de ano a todos!

Fernando Carlos Becker Presidente da Associação Beneficente e Educacional de 1858


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OPINIÃO

A RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA Por Paulo Eduardo Paglioli, membro do conselho escolar-administrativo da ABE e pai de aluno.

FAMÍLIA E ESCOLA: CONTEXTOS QUE SE CRUZAM E SE COMPLEMENTAM Por Danielle Wertonge, professora do Nível 2 da Educação Infantil.

Quando fui convidado para escrever

sidade da participação das famílias

sobre “A relação da família com a es-

dentro do contexto escolar, pois so-

A família e a escola são instituições

cola”, fiquei muito feliz, pois teria a

mente assim, com a ciência de todos

que contribuem de maneira singular

chance de discorrer sobre um tema

a respeito dos objetivos estabeleci-

na formação do ser humano. Desem-

que eu julgo de grande importância

dos nessa relação, é que os resulta-

penham papéis e têm atribuições dis-

para o entendimento do ensino, que

dos serão consolidados, uma vez que

tintas, porém suas histórias cruzam-

nós, pais, desejamos para os nossos

os dois gestores (família e escola) da

-se no momento em que as crianças

filhos e de qual é o nosso papel real

“macroeducação” estarão multipli-

começam a frequentar uma institui-

nesse processo.

cando forças na mesma direção.

ção de ensino.

A relação da família com a escola é

Essa trajetória vai ao encontro do tra-

fundamental para o desenvolvimento

balho que é desenvolvido pela escola

saudável e harmônico do aprendiza-

que, no caso da Educação Infantil, dá-

do de nossos filhos. É através do co-

-se por meio dos Projetos de Estudos.

nhecimento que a família tem sobre

Esses surgem a partir de um centro

a forma como a escola desenvolve o

de interesse ou necessidade das

registram o desenvolvimento do es-

dendo da necessidade de cada um.

seu programa de ensino, que os pais

crianças, garantindo um aprendizado

tudo e das descobertas realizadas,

A agenda é mais um canal de comu-

podem complementar o aprendizado

significativo e prazeroso que oportu-

como álbuns, cartazes e diários,

nicação, lembrando que esse ma-

de seus filhos, reforçando os concei-

niza atividades lúdicas e experiências

construindo uma memória histórica

terial é verificado diariamente pela

tos sociais e cognitivos que a escola

que reconheçam um protagonismo

do projeto realizado.

professora, sendo importante que

busca transmitir.

compartilhado nas diferentes situa-

Durante o ano letivo várias são as

Quando há uma comunhão de inte-

ções, ora as crianças, ora a equipe,

ocasiões em que os familiares e a

resses e objetivos entre as famílias

ora as famílias, ora o conhecimento.

equipe pedagógica conversam e tro-

e a escola, essa relação torna-se

Parte do sucesso dessa proposta

cam informações sobre as crianças.

saudável, pois ambos os polos visam

está relacionada com o envolvimen-

A entrevista inicial permite que o pro-

alcançar os melhores resultados.

to das famílias em ações diversas,

fessor conheça um pouco mais sobre

Sejam esses objetivos, como um

como no envio de materiais que

a criança através das informações

vestibular; sejam subjetivos, como a

contemplam o assunto em questão;

trazidas por sua família, nas reuniões

consciência social, nos quais saberão

na composição do “cantinho do pro-

com os pais é possível apresentar o

que suas atitudes serão refletidas

os familiares também tenham esse controle, já que por meio dela são comunicados fatos que a equipe julga necessário informar, além dos bilhetes, circulares e convites para que a família participe de eventos culturais que contemplam o calendário escolar, como exposições, sessões de autógrafos e muitos outros.

jeto” que reúne livros e objetos que

Projeto de Estudo das turmas, escla-

Educar e cuidar são ações complexas,

de forma ampliada para o contexto

instigam a pesquisa e ficam em sala

recer dúvidas sobre a rotina escolar

que requerem planejamento e res-

da nossa sociedade, pois os alunos

a disposição das crianças; na visita

do grupo e realizar combinações, tais

ponsabilidade de todas as partes en-

de familiares que possam contribuir

como horários, datas para o dia do

volvidas. Portanto, é essencial que a

para ampliar os conhecimentos do

brinquedo e da fantasia, etc.

família e a escola atuem em conjunto,

grupo e para esclarecer as dúvidas

Também realizam-se encontros in-

relacionadas ao tema; e na partici-

dividuais que podem ser agendados

pação da confecção de materiais que

pela família e pela escola, depen-

serão, no futuro próximo, os grandes formadores de opinião. Então, para que possamos atingir os melhores resultados, temos a neces-

“A relação da família com a escola é fundamental para o desenvolvimento saudável e harmônico do aprendizado de nossos filhos”.

visando o desenvolvimento de competências, habilidades e valores sumários para uma vida em sociedade.


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CUIDAR É BÁSICO

OPINIÃO

FAMÍLIA-ESCOLA: UMA PARCERIA FUNDAMENTAL Por Lisiane Alvim Saraiva Junges, doutora em Psicologia e psicóloga educacional do Ensino Médio do Colégio Farroupilha. A família e a escola são instituições

seu dia a dia escolar, ao auxiliarem

muito importantes na vida de nossos

em casa nos deveres e trabalhos, ao

estudantes e compartilham a tarefa

demonstrarem interesse pelos pro-

de prepará-los e encaminhá-los para

jetos escolares ou ao utilizarem os

uma inserção saudável e produtiva

canais de comunicação que a escola

na sociedade. Atualmente, a relação

oferece. Desta forma, o processo de

família-escola vem sendo objeto de

ensino-aprendizagem passa a ser

estudo de diversas áreas das ciên-

respaldado pelas famílias, que, ao

cias humanas, e pesquisas apontam

se envolverem de diferentes formas,

que uma boa parceria entre essas

compartilham a tarefa educativa.

instituições tende a ser fator preditor de saúde, pois melhora o processo de aprendizagem, contribui para os resultados acadêmicos, previne problemas de comportamento e abandono escolar, melhora o índice de frequência nas aulas e estimula o seguimen-

A escola, por sua vez, não deve perder de vista que o estabelecimento de parcerias com as famílias exige estratégias complexas, que devem ser desenvolvidas e avaliadas siste-

Encontro reuniu a comunidade escolar no mês de setembro

ESCOLA E FAMÍLIAS UNIDAS PELA SEGURANÇA Dicas de Gustavo Caleffi para evitar situações de risco dentro e fora do ambiente escolar

maticamente. Só assim é possível en-

DICAS DE SEGURANÇA

volver cada vez mais famílias no con-

Com o objetivo de reforçar a segu-

vívio escolar e contribuir ativamente

rança já existente e conscientizar a

A participação das famílias no pro-

para o desenvolvimento saudável e

comunidade escolar sobre como agir

cesso educativo pode se dar de di-

para o sucesso acadêmico de nossos

para evitar situações de perigo, o Co-

••

Olhar bem as redondezas antes de entrar ou sair do carro;

versas maneiras. Tradicionalmente,

estudantes.

légio Farroupilha iniciou, em setem-

••

Evitar se distrair falando ao celular ou usando maquiagem, por exemplo;

enfatiza-se a importância da presen-

bro, uma campanha de prevenção de

••

Evitar ficar parado em fila dupla;

ça dos responsáveis no espaço es-

riscos. Esse programa conta com a

••

Evitar o uso desnecessário do porta-malas;

colar, especialmente nas atividades

consultoria do especialista na área

••

Evitar ficar dentro do carro parado: aguarde familiares do lado de fora do veículo;

organizadas para eles. Notadamente,

Gustavo Caleffi e abrange aulas, pa-

••

Ser o primeiro a sair do carro e o último a entrar nele, auxiliando o embarque

estes contatos face a face são fun-

lestras, bate-papos e outras ações.

damentais para que haja um estrei-

De acordo com Caleffi, os crimino-

Ao sair a pé

tamento de laços. Entretanto, uma

sos agem a partir de dois preceitos,

relação de parceria vai além da pre-

••

a supremacia da força e o efeito

sença nas reuniões de pais, festas de

surpresa. Assim, um dos principais

confraternização e entrevistas agen-

••

Evitar usar fones de ouvido na rua;

pontos abordados na campanha é

dadas. A relação de parceria envolve

••

Evitar usar celular para falar ou enviar mensagens;

a Segurança Pessoal Preventiva,

corresponsabilidades.

••

Evitar distrações e prestar atenção na movimentação ao redor, mesmo se

essencial para identificar e evitar

As famílias podem se tornar parcei-

situações de risco. Veja algumas

ras da escola ao estimularem os fi-

dicas preventivas apontadas pelo

lhos a compartilhar momentos de

especialista.

to dos estudos em nível superior.

Ao usar o carro

e desembarque, quando for o motorista e estiver com passageiros.

Estar sempre atento ao entorno e se identificar alguma situação suspeita, voltar ou entrar em algum estabelecimento;

estiver em grupo. Importante ••

Ao ser abordado é preciso evitar qualqu er tipo de reação ou reflexo.

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CUIDAR É BÁSICO

AS PRIMEIRAS TAREFAS O pequeno Cassiano Kopper, aluno do Nível 4B da Educação Infantil, tem apenas 4 anos e já tem uma rotina em casa voltada aos estudos. “Eu aprendi muito sobre a maternidade com as professoras e me inspiro nas orientações que a escola passa nas reuniões pedagógicas do início do ano para disciplinar a rotina em casa”, conta a mãe do estudante e ex-aluna do Farroupilha, Maria Eduarda Kopper. Tanto Cassiano quanto o irmão Ramiro, do 3º ano A do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, têm horário e local para fazer os temas de casa, além de serem incentivados a dormir cedo para estarem dispostos para ir ao colégio pela manhã. “Ele faz as tarefas depois do almoço na mesinha que montamos no quarto dele para estudos. Eu não interfiro, mas fico junto para fazer companhia e para valorizar a atividade”, conta Maria Eduarda. Outra estratégia adotada pela família é incorporar o aprendizado ao dia a dia: “A gente tenta fazer com que a atividade tenha continuidade na brincadeira, para fazer mais sentido para ele”.

Estudantes participam de palestras e atividades especiais sobre o tema

DANDO ASAS À CURIOSIDADE

HÁBITOS DE ESTUDOS E AUTONOMIA Criar hábitos de estudos é importante não apenas para o aprendizado dos conteúdos trabalhados em aula, mas também para o desenvolvimento da autonomia para todas as áreas da vida Em palestra do programa Cuidar é Básico, no mês de agosto, as psicopedagogas Valéria de Leonço e Andreia Gonçalves apresentaram um panorama de como se dá o processo de aprendizagem dos primeiros anos de vida à adolescência e deram dicas para as famílias orientarem os hábitos de estudos dos filhos. “São em quatro aspectos que precisamos orientar os filhos sobre os estudos: o ‘como’, o ‘por quanto tempo’, o ‘quando’ e o ‘onde’ estudar, sendo o ‘quando’ e o ‘como’ os mais importantes”, afirma Andreia, explicando que para ajudá-los no “quando” estudar as famílias devem auxiliar na gestão do tempo, criando calendários de estudos e acompanhando a definição de prioridades. Já para ajudá-los no “como estudar”, Andreia sugere o uso de técnicas como a de destacar informações importantes com post its, usar o gravador de voz para registrar resumos, escrever no espelho ou vidro de janela e estudar em blocos, intercalando matérias.

A aluna do 2º ano G do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, Giovanna Tocchetto, é descrita pela mãe, Helena Tocchetto, como uma menina muito curiosa: “Aos quatro anos de idade, ela nos chamava para brincar de procurar coisas no Google. A gente ia lá e procurava sobre nuvens, flores, vulcões. Então, as curiosidades dela foram sendo saciadas e ela mostrou que queria sempre mais”, lembra. Como Giovanna demonstra gosto e facilidade pelas tarefas escolares, os pais a deixam fazê-las sozinha em sua escrivaninha, conferindo depois e interferindo apenas quando solicitado. “Quando ela nos pergunta, fazemos o que a professora nos orientou. Devolvemos a pergunta, pedimos para ela ler novamente em voz alta, para nos dizer o que acha. E ela geralmente já consegue fazer”, conta


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CUIDAR É BÁSICO

Helena, que completa “A professora também nos orientou a não corrigir o tema e a gente respeita muito isso. É uma questão que temos que nos educar para não dizer a ela que tem que arrumar isso ou aquilo. Mas como escolhemos uma escola que confiamos, respeitamos a orientação dos profissionais”.

MUDANDO A ROTINA DA FAMÍLIA Desde que o aluno do 5º ano A do Ensino Fundamental – Anos Iniciais, João Carlos Duarte da Silva, entrou na Unidade Correia Lima, no ano passado, a rotina da família mudou para ajudá-lo a se adaptar à nova escola. “No começo foi bem difícil para ele, porque na outra escola a gente achava que ele estava aprendendo, mas não era bem assim. Aqui ele tem regras, horários, mais tarefas e precisou se organizar”, relata Alessandra Duarte da Silva, mãe do aluno. Alessandra conta ainda que a família ganhou um computador e instalou internet para que João Carlos pudesse fazer pesquisas. O pai também recorre às buscas na internet para se inteirar do tema da lição do filho e auxiliá-lo. Além do colégio, João Carlos joga futebol, atividade que diz adorar. Para incentivá-lo a estudar, a família usa uma analogia que traduz um dos benefícios da educação para a vida adulta: “É mais fácil uma caneta na mão do que uma pá. Porque a caneta é leve e a pá é pesada.”

Agora, Maria Eduarda tem sua própria rotina de estudos. “Eu chego em casa, almoço e fico uma hora fazendo algo que gosto, como ler, assistir um episódio de série ou mexer no celular. Após esse tempo, faço as tarefas.”, relata. A aluna conta ainda que identificou a melhor forma para estudar após algumas tentativas: “Eu demorei um tempinho pra me conhecer porque antes eu achava que estudar era só ler e decorar. Agora eu descobri que meu jeito de estudar e lembrar das coisas é ler, anotar e usar muita cor, porque depois eu associo as cores com o conteúdo”.

ENCERRANDO UM CICLO Prestes a finalizar os estudos na educação básica, Stefany Andrade, aluna da 3ª série A do Ensino Médio, conta que o foco deste ano é terminar bem esse ciclo. Aconselhada pela mãe, a estudante não se sente pressionada com o vestibular e, caso não comece 2017 com uma vaga na universidade, usará o próximo ano para estudar para isso. O histórico de Stefany, porém, prevê bom desempenho, já que prestando como ‘treineira’, conseguiu o 1º e o 7º lugares do curso que deseja, Design Gráfico, em duas universidades de Porto Alegre. A adolescente, que gosta muito de estudar, é também uma excelente pintora e já teve obras expostas no corredor do colégio. Para ela, a pintura é também

DESCOBRINDO O PRÓPRIO JEITO DE ESTUDAR

uma “válvula de escape”, principalmente nos momentos que antecedem avalia-

A aluna Maria Eduarda Baroni, do 8º ano B do Ensino Fundamental – Anos Finais

Eu faço isso pintando”. Além de usar a arte a seu favor nos estudos, Stefany

conta que, quando mais nova, não gostava muito de estudar e que com a ajuda

destaca outros pontos que a ajudam: “Eu tento não deixar nada acumular e

da mãe e a consciência de que precisava estudar e deixar a tarefa mais atrativa

nem deixar para última hora. Sempre que tenho dúvidas, vou logo tirar. Outra

para si mesma, hoje descobriu o seu próprio jeito de aprender os conteúdos:

coisa que faço é revisar as matérias dadas em aula na minha casa e, sempre

“Quando eu era menor, minha mãe me ajudava deixando aquele momento de

que posso, leio a matéria antes de o professor dar a aula, e isso ajuda muito”.

estudar mais lúdico. Ela cronometrava o tempo dos exercícios e das pausas,

Para lembrar de tudo que precisa fazer, a aluna conta que faz uma listinha de

para deixar mais divertido”, lembra.

tarefas e usa agenda para se organizar.

ções: “Acho que todo mundo tem que ter algo para tirar a pressão das provas.


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LIDERANÇA

LIDERANÇA E EMPREENDEDORISMO LEVADOS PARA CASA Estudantes ensinam para as famílias os hábitos do programa “O Líder em Mim” aprendidos na escola Seja proativo, comece com o objetivo em mente, faça primeiro o mais importante, pense ganha-ganha, procure primeiro compreender para depois ser compreendido, crie sinergia e afine o instrumento. Os sete hábitos do programa “O

Gabriela da Rosa Götze, mãe de Henrique Götze Giacomet, do 2º ano D, con-

Líder em Mim” são trabalhados com os estudantes desde o 1º ano do Ensino

seguiu uma cópia do livro “Os 7 hábitos das crianças felizes”. Ela lembra que

Fundamental – Anos Iniciais até o 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais,

logo que o programa foi lançado no Farroupilha, o filho se interessou pelos

em sala de aula e em eventos pedagógicos.

personagens. Agora, Henrique lê as histórias para o irmão mais novo, Gabriel, estudante do Nível 3E. “Foi bem legal porque consigo relacionar as histórias

Pouco mais de um ano e meio depois de ser implantado no currículo do Colégio

com os hábitos, em relação à organização das tarefas e a hora do tema”, contou

Farroupilha, alguns alunos resolveram aplicar o que estão aprendendo na esco-

a mãe. A partir do hábito 2, “Comece com algo em mente”, Henrique começou

la em casa e o resultado vem sendo aprovado pelas famílias. O casal Christo-

a juntar dinheiro em um cofre para comprar algo que ele deseja, e no hábito 6,

pher Robert Kastensmidt e Fernanda Gusmão de Lima Kastensmidt colocaram

“Crie Sinergia”, está sendo possível fazer a ligação com os jogos de futebol e o

em prática os hábitos do programa com o filho, Lynx de Lima Kastensmidt, do 2º

trabalho em equipe. “Cada hábito tentamos incorporar na rotina dele”, afirmou.

ano B. Ele possui um cronograma de atividades fixados na geladeira, como por exemplo, dedicar uma hora da tarde para ler um livro e uma hora para praticar uma atividade física. “Ele conhece bem todos os hábitos e consegue fazer essa associação”, explica o pai. Para Fernanda, “O Líder em Mim” é um diferencial da escola, pois trabalha, desde cedo, o equilíbrio emocional e racional. “Ele tem consciência de que precisa planejar o tempo dele e que muitas vezes é preciso fazer tarefas que não gostamos muito”, destaca. Para Lynx, o seu hábito preferido é o de número sete, “Afine o instrumento”, já que quer dizer que “devemos usar o coração, o corpo e o cérebro”. Henrique (de camiseta branca) repassa os ensinamentos do programa para o irmão mais novo, Gabriel

PRÊMIO DE MELHOR PRÁTICA 2016 O trabalho que vem sendo feito no Colégio Farroupilha desde 2015 com o programa “O Líder em Mim” foi reconhecido durante uma convenção em São Paulo, no mês de agosto. A escola recebeu o prêmio “Melhor Prática 2016” na categoria “Melhor ação de envolvimento com os pais”. A ação que levou o colégio à premiação foi o Convescote, evento de integração entre as famílias dos Anos Iniciais na Sede Campestre, em Viamão. O Farroupilha foi representado na premiação pelas equipes da Equipe Farol, compostas pela psicopedagoga Alice Freitas, pela orientadora educacional Vanúsia Salomoni, pela professora de Artes Cristine Lago, pela professora do 4º ano Katíuscia Caberlon e pela monitora de disciplina Helena Trajano.

Oficinas sobre os sete hábitos foram desenvolvidas durante o Convescote


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LIDERANÇA

CO-CRIADORES DE UNIFORMES Em parceria com a ESPM e a Top Sul, grupo de alunos do 9º ano pensa em novas peças do uniforme para o Ensino Médio Previsto para ser implementado no início do ano letivo de 2017, o uso obrigatório do uniforme no Ensino Médio gerou diferentes questionamentos nos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais. “Isso apareceu nas assembleias das turmas e no Fala Farroups. Então, pensamos em uma forma de participação dos alunos neste processo”, explica a psicóloga educacional dos Anos Finais, Greicy de Araújo. Em contato com a Co.De, empresa de comunicação e design júnior da ESPM-Sul, e a Top Sul Uniformes, um projeto foi pensado para envolver os estudantes na criação de um uniforme diferente. O primeiro passo foi passar nas turmas e falar sobre a iniciativa. Logo após, a equipe dos Anos Finais retornou às salas de aula para escolher dois representantes de cada turma. “Com esse envolvimento eles começaram a aceitar melhor a ideia de usar uniforme no Ensino Médio, Estudantes pensam em ações para os demais níveis de ensino

porque eles serão os protagonistas desse movimento”, ressalta a psicóloga Patrícia Moreira. Já na ESPM, o grupo realizou um brainstorming e, a partir das

EMBAIXADORES DA LIDERANÇA

sugestões, foi montada uma pesquisa online para alunos dos 8º e 9º anos opinarem sobre cores, peças e detalhes. “Aprendemos coisas novas e conhecemos pessoas”, destacou Henrique Cattani Ribeiro, do 9º ano C. As novas peças foram desenhadas pelos estudantes da Co.De e avaliadas por uma equipe pedagógica e de estudantes. Já no ano letivo de 2017, os modelos

Turma do 5º ano do Ensino Fundamental – Anos Iniciais participa do projeto-piloto Farol Mirim

serão comercializados. “A gente pôde colocar as nossas ideias no uniforme e pensamos em algo que vai nos deixar mais confortáveis”, contou Raíssa Bitencourt Borowski, do 9º ano A. Para Greicy, a escola deve apostar em espaços

Com o objetivo de desenvolver o es-

aproximarmos das necessidades dos

coisas para ajudar os outros”, res-

pírito de liderança, um grupo de 14

estudantes frente ao trabalho de

saltou Isabela Stocker da Silveira. “É

estudantes do 5º ano B do Ensino

liderança”, explicou Gabriela.

muito bom poder ajudar de alguma

Fundamental – Anos Iniciais está empenhado no planejamento de reflexões, ideias e ações dentro do Colégio Farroupilha. No mês de setembro, a professora da turma, Gabriela Staud, e a monitora de disciplina e recreação, Helena Trajano Vargas, lançaram o projeto-piloto Farol Mirim como parte do programa “O Líder em Mim”. “A iniciativa surgiu do grupo de professoras que participam da Equipe Farol – responsável por guiar e dar suporte, sobre o projeto, para todos – com o objetivo de nos

Em cada encontro é lançada uma proposta nova: ações para trabalhar a li-

forma os colegas”, complementou o colega Pedro Felipe Rosinha.

derança com os alunos do 1º ano, con-

Um dos benefícios do projeto, segun-

fecções de cartazes com frases de

do a professora, é poder mostrar aos

liderança para espalhar nos espaços

estudantes que todos têm pontos

da escola e dinâmicas que propõem

fortes que precisam ser valorizados.

aos estudantes uma reflexão sobre

“É importante entender que precisa-

os sete hábitos. A ideia é que em 2017

mos ouvir a opinião dos outros para

o projeto-piloto seja ampliado para

resolver problemas e que, juntos,

todas as turmas de 5º ano. Mesmo

podemos criar soluções melhores do

que esteja em fase inicial, a propos-

que sozinhos. Se conseguirmos plan-

ta tem agradado aos alunos. “Gosto

tar essa semente, teremos cidadãos

de participar porque pensamos em

melhores no futuro”, afirmou Gabriela.

para o aluno se manifestar. “A melhor forma de fazê-los aderirem a algo é quando eles podem fazer parte do desenvolvimento e da reflexão”.


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INQUIETOS

JOSEPH KNOBEL FREUD EXPLICA: OS DESAFIOS DA PARENTALIDADE Durante evento sediado pelo Colégio Farroupilha, psicanalista falou sobre a importância do desejo da paternidade para o pleno exercício dessa condição “A vida é um caminho da dependên-

muito dependentes de seus próprios

cia total para a total independência

pais”, explicou. Além da importância

e, para alcançá-la, é essencial o pa-

de sentir-se autorizado à paternida-

pel desempenhado pelos pais”, afir-

de, o especialista destacou que é pre-

ma o psicólogo clínico e psicanalista

ciso estar preparado para colocar os

Joseph Knobel Freud em seu livro O

limites necessários para que os filhos

desafio da parentalidade (El reto de

cresçam o mais sabiamente possível.

ser padres). Alguns aspectos dessa função foram abordados pelo especialista durante o evento “Encontro com Joseph Knobel Freud”, organizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e sediado pelo Colégio

O fato de não sentir-se autorizado à paternidade, segundo Joseph Freud, muitas vezes está atrelado à falta de desejo de ser mãe ou pai – se ele existe, o reconhecimento desta con-

No evento, Joseph Freud também discorreu sobre medicalização na infância e adolescência e a clínica psicanalítica

A falta de desejo da paternidade pode estar associada ao contemporâneo desprestígio dessa condição. “Assim como a profissão de professor está desvalorizada, a de ser pai e mãe também está”, comentou, afirmando que é preciso

dição torna-se mais fácil. De acordo

revalorizar a parentalidade, bem como a possibilidade de algumas pessoas não

com ele, este desejo surge ainda na

quererem ser pais.

De acordo com o psicanalista, entre

infância, influenciado pela família e

os principais desafios da paternidade

é alimentado em todas as fases da

Durante o encontro, o especialista falou ainda sobre a importância da relação

está o próprio reconhecimento de si

vida, despertando-se, em alguns,

enquanto pai e mãe. “Um dos pro-

mais cedo do que em outros. Porém,

blemas que encontramos na clínica

em algumas pessoas esta vontade

contemporânea é que muitos pais

não se desperta e isso, segundo o

não se sentem autorizados a serem

especialista não é, necessariamente,

pais. Muitas vezes são jovens e ainda

um problema.

Farroupilha no mês de novembro.

entre a família e a escola. “Eu penso que pais e professores têm que fazer uma aliança terapêutica para cuidar dos alunos e filhos, pois essa relação é fundamental para a saúde mental das crianças”, afirmou. “Tudo que nós psicólogos podemos fazer é encorajar esse relacionamento e conseguir que a escola se relacione muito bem com a família”, concluiu o psicanalista.

“Pais e professores têm que fazer uma aliança terapêutica para cuidar dos alunos e filhos, pois essa relação é fundamental para a saúde mental das crianças”, sugeriu Joseph Knobel Freud.


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ENTREVISTA

RELAÇÃO PAUTADA NO DIÁLOGO E NA ESCUTA

Qual é o papel de cada um – família e escola – na missão de educar crianças e adolescentes? As famílias já estabelecem modos de agir, de linguagem e de experiências. A escola deve garantir regras de conduta e convivência, definindo ‘aqui, isto pode e isto não pode’, e isso precisa ficar claro para as famílias. Se elas quiserem utilizar isso no seu cotidiano, provavelmente o resultado será produtivo, caso contrário a criança precisa saber que na escola é assim, mesmo que no seu cotidiano seja diferente. A escola precisa ser clara quanto a suas regras e às exigências que devem ser seguidas. A escola vai orientar como

Na entrevista ao lado, a psicóloga - terapeuta de família e de casal e pesquisadora da área de família e escola Heloísa Szymanski - destaca a importância de utilizar diferentes canais de comunicação para estreitar e aprimorar o relacionamento entre os diferentes sujeitos da escola.

que a criança deve se comportar no mundo, é para isso que a escola existe, é para instrumentar a criança para a vida e para a cultura na qual ela está inserida. A clareza dessas regras é muito importante para que essas sejam estabelecidas e acordadas.

Quais são os pontos positivos quando a família e a escola atuam em prol do mesmo objetivo? São muitos, e um deles é a troca que existe quando a escola potencializa mudanças na família, de uma forma muito intensa, e a família também potencializa

Como você avalia a relação família e escola nos dias atuais?

mudanças na escola, então em todas as partes há ganhos. Muitas famílias não

É muito difícil dar uma resposta generalizada para essa questão. O que acontece

sabem como orientar os estudos das crianças em casa, por exemplo, então

é que várias escolas encontram os seus modos próprios de estabelecer essas

qual o apoio da escola? Essa troca é muito importante, mas ela só se dá quando

relações. O que posso adiantar é que não é uma relação fácil, não é uma

existe esse processo de diálogo estabelecido.

relação simples. Ela precisa ser cultivada, ela depende muito da gestão e de suas políticas. É uma relação que está nas mãos das gestões e dos projetos político-pedagógicos das escolas. É difícil estabelecer uma generalização, mas é uma relação que provoca vários desafios e alguns medos.

O que é necessário para estimular a participação das famílias no ambiente escolar? Eu diria que a resposta está no diálogo e, principalmente, na escuta. Então, acho que é importante abrir canais de comunicação para esse diálogo com as famílias, inicialmente com representantes das famílias e gradualmente aumentar o número de representantes, por exemplo, por classes, incluindo pais e mães, homens e mulheres ou outros familiares, como avós que participam bastante da educação dos netos, entre outros. Fato que possibilita a abertura de canais de comunicação para a escola ouvir o que a família tem a dizer e para as famílias ouvirem o que a escola tem a dizer. É uma comunicação de duas vias, não tem sentido a escola chamar os pais para definir todos os caminhos de participação, porque não dá certo. Esses caminhos precisam ser construídos, o tipo de participação que a escola espera dos pais e o que os pais esperam da escola. Esse é o melhor caminho e o que deve estar presente em todo o processo. Famílias e professores devem manter diálogo aberto, segundo a especialista


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ESPECIAL

Ao escolher uma escola para o seu filho estudar, uma família leva em conta diferentes aspectos, como localização, proposta pedagógica, infraestrutura, etc. No Colégio Farroupilha, a relação família escola, por vezes, é passada de geração para geração, sendo muito comum avós e pais serem ex-alunos e matricular os seus filhos na instituição. A criação de uma boa relação entre família e escola é fundamental, afirma a doutora em Psicologia Escolar pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Luciana Bittencourt Fevorini. “É preciso que tanto a família quanto a escola compreendam que ambos têm papéis complementares, devem partilhar dos mesmos valores, mas têm funções distintas. A família é o lugar da intimidade e da construção dos afetos e dos vínculos, um ambiente que está direcionado ao desenvolvimento do indivíduo. A escola, embora deva e também construa laços afetivos, educa para a formação da cidadania e para a convivência coletiva e em sociedade”. Em sua tese de doutorado, O envolvimento dos pais na educação escolar dos filhos: um estudo exploratório, Luciana encontrou pais muito envolvidos com a educação dos filhos e que acompanhavam de perto o processo escolar. Uma das suas hipóteses iniciais era de que, à medida que os alunos fossem ficando mais velhos, os pais deixavam de acompanhá-los, fato que acabou não se confirmando. “Esse grupo de pais também compreendia muito bem a complementariedade dos papéis, não tinham a intenção de delegar para a escola toda a tarefa educativa. Eram pais que se preocupavam com o desenvolvimento dos filhos e, além disso, que tinham interesse por toda a organização da proposta formativa da escola para todos os alunos”, destaca. Tânia Ramos Fortuna, pedagoga, professora de Psicologia da Educação na Faculdade de Educação da UFRGS e coordenadora geral do Programa de Extensão Universitária “Quem quer brincar?” afirma que, nos dias atuais, a visão sobre a relação

FAMÍLIA E ESCOLA

CAMINHAM JUNTAS EM PROL DO ENSINO Relação deve ser centrada no diálogo para tornar a participação dos pais mais efetiva no cotidiano escolar

escola-família é a que propõe a divisão das tarefas educativas, sendo a instituição de ensino a responsável pela educação dos conhecimentos e os pais pela educação moral. Para a especialista, a escola deve criar um contexto de aprendizagem, no qual não somente a aprendizagem seja efetivada, mas o desejo de aprender seja estimulado. “A escola tem também uma função socializadora, devendo ensinar a viver em grupo e a conviver”, ressalta. Ela lembra, também, que depois da família, a escola é o lugar em que mais tempo permanece a criança e o adolescente e que a relação escola e família deve complementar-se. “Em todos os âmbitos e conteúdos: da Geografia à História, da Matemática à Língua Portuguesa, das normas de convívio social ao autocuidado, e assim por diante. Justamente por isso, a escolha da escola por parte da família deve ser uma decisão que leve em conta a convergência das perspectivas em relação à educação de crianças e jovens”, analisa.

“É preciso que tanto a família quanto a escola compreendam que ambos têm papéis complementares, devem partilhar dos mesmos valores, mas têm funções distintas”, considera a especialista Luciana Bittencourt Fevorini.


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ESPECIAL

“A escola tem também uma função socializadora, devendo ensinar a viver em grupo e a conviver”, ressalta Tânia Ramos Fortuna.

Para que a família e a escola estejam em sintonia, é preciso que ambas parti-

Além disso, cada nível de ensino organiza mostras de trabalhos que contam

lhem da mesma visão sobre educação, considera Luciana. “Agora, por mais que

com a participação dos pais, como a Ciranda de Ideias dos Anos Iniciais, a

se partilhe dos mesmos valores, muitas vezes a família pode não concordar

Mostra dos Saberes da Unidade Correia Lima, a Oficina de Criação da Educação

com alguma conduta ou procedimento da escola. Nesse caso, a família deve

Infantil, a Mostra do Conhecimento dos Anos Finais e a Mostra Científica do

procurar os responsáveis da escola para conversar e entender. É legítimo que

Ensino Médio. Já nos esportes, as famílias são convidadas para o desfile de

haja discordâncias ou divergências, mas elas devem ser tratadas com respei-

abertura dos Jogos do Colégio Farroupilha e podem torcer em campeonatos

to”, chama a atenção. Tânia concorda com Luciana e diz que a melhor relação é

das escolinhas esportivas.

a do diálogo. “Equivale a uma perspectiva de educação que resulta do encontro de pontos de vista. Para tanto, é preciso dispor-se a ouvir o que cada parte tem a dizer, a buscar compreender os seus motivos e estabelecer pontos de encontro e convergência entre eles”, aponta.

A participação das famílias também é estimulada durante as palestras do programa Cuidar é Básico. Desde que foi criado, em 2010, mais de 50 encontros foram promovidos, envolvendo pais da Educação Infantil ao Ensino Médio, com diferentes temáticas, como os desafios de ser pai, mãe e educador nos dias de

No caso das famílias, é preciso que elas se façam presentes nas diferentes

hoje, agressividade, sexualidade, a influência da mídia no comportamento adul-

situações em que a educação é exposta e debatida. Já a escola deve estimular

to e infantil, hábitos de estudos, drogas e álcool na adolescência, o uso correto

a presença dos pais, seja em reuniões de pais ou no desenvolvimento de canais

das redes sociais, bullying, entre outros.

de comunicação fluídos e constantes com os professores e demais educadores. “Tanto na família quanto na escola é importante para as crianças, em meio a tantas mudanças recentes do universo contemporâneo, a presença de adultos capazes de exercer funções parentais, de autoridade e de transmissão de conhecimento, por meio das quais a sua inserção cultural e uma herança moral seja garantida. Graças a isso crianças e jovens poderão sentir-se, a um só tempo, amadas, contidas e estimuladas a crescer e a conhecer, tornando-se, como diria psiquiatra Donald Winnicott, elas mesmas”, conclui Tânia.

EVENTOS PARA CONFRATERNIZAR Em todos os meses do ano letivo, o Colégio Farroupilha promove eventos e atividades cujo objetivo, além de mostrar o trabalho desenvolvido pelos estudantes, é o de confraternizar e interagir com as famílias. A Sede Campestre é o local escolhido para a Integração da Educação Infantil, o Convescote e o Dia

Central de Relacionamento é um dos espaços utilizados pela comunidade escolar

AMBIENTES DE ACOLHIMENTO

do Plantio foram os dois últimos organizados pela equipe do Ensino Fundamen-

Em 2013 foi inaugurado um espaço destinado a reuniões entre famílias e pro-

tal – Anos Iniciais. As famílias levam chimarrão e podem fazer um piquenique,

fessores e aos atendimentos a pais e aos novos alunos. Esse espaço, chamado

enquanto as crianças aproveitam oficinas e atividades ao ar livre.

Central de Relacionamento com as famílias, iniciou em 2012 com a implantação do Programa de Atendimento Farroupilha, criado pelo Setor de Comunicação e

Mostras e exposições de trabalhos dos estudantes têm a presença de pais e familiares

Marketing. O local possui oito salas e a equipe responsável trabalha na organização do processo de recepção das novas famílias que visitam a escola e no monitoramento e acompanhamento de todo o atendimento às demais famílias. A Biblioteca também é um ambiente que pode ser utilizado pelas famílias. No horário do almoço, por exemplo, o espaço pode ser usado para que os pais estudem com os filhos, para leitura ou retirada de livros. “As famílias podem retirar livros, pois o acervo é composto por uma variada literatura, além de possuir obras com temáticas como o relacionamento entre pais e escola, pais e filhos, desenvolvimento infantil, bullying, entre outros assuntos que podem auxiliá-las”, explica a bibliotecária do colégio, Maricélia da Silva Cezar. As famílias também podem retirar livros para as crianças da Educação Infantil. Os prazos de devolução das obras são de duas semanas e podem ser renovados por e-mail, telefone ou presencialmente.


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DESTAQUES 25

ESPECIAL

DE EX-ALUNA A PROFESSORA A história de Cristine Peixoto com o Farroupilha começou em 1984, quando ela mudou-se com os pais e os irmãos para o bairro Três Figueiras e iniciou a 5ª série do Ensino Fundamental no colégio. Quando chegou ao Ensino Médio, ela saiu da escola porque só havia turmas à tarde. Mas, mal sabia ela que a sua trajetória no colégio estava apenas no início. Formada em Pedagogia, Cristine viu em um dos anuários da ABE que o Farroupilha inauguraria um Berçário e Maternal. “Meu pai era sócio da ABE e recebia estes informativos. Resolvi vir e entregar meu currículo. Fui uma das primeiras professoras contratadas do novo Berçário, em 1993. Entrei como auxiliar e três meses depois me tornei professora”, recorda. Em 2005, Cristine mudou-se para São Paulo em função do trabalho do marido e, em 2009, de volta a Porto Alegre, ela foi novamente contratada pelo Farroupilha. Foi na época de estudante que Cristine decidiu tornar-se professora. “Fui uma aluna que tive algumas dificuldades de aprendizagem, mas o olhar atento de um professor sempre me ajudou na questão de ‘tu te tornares uma boa pessoa’. Foi

PROJETOS QUE ENVOLVEM OS PAIS Na Educação Infantil, as turmas trabalham, durante o ano letivo, com projetos que envolvem os mais variados temas, como natureza, animais, planetas e valores.

sora da Educação Infantil, ela enxerga como isso fez a diferença. “Contribuo com o desenvolvimento das crianças, auxilio os pais. A parceria que a escola tem com as famílias de chamar, de conversar, e de ouvir, é bem importante. O colégio vem

Em diferentes atividades, pais, mães e avós são convidados a visitarem as salas

pensando muito na parte humana, não somente no conteúdo”.

de aula para aprofundar os conhecimentos e trazer curiosidades sobre o assunto

Hoje, as duas filhas dela estudam no Farroupilha: Helena, no 7º ano D e Laís,

pesquisado pelas crianças. “Essa parceria é fundamental para o desenvolvimento

no 2º ano A. “Entrei com cinco meses e com dois anos fui morar em São Paulo.

dos projetos. As famílias contribuem compartilhando experiências e auxiliam as

Voltei com cinco anos. Nas duas turmas que já passei, sempre fui muito bem

crianças nas propostas de pesquisas e situações de aprendizagem, possibilitando

recebida e tenho amigos até hoje da minha antiga turma”, revela Helena.

novas descobertas”, destaca a professora do Nível 3D, Laura Seré Machado. Bibiana Mussnich, mãe do Francisco, do Nível 5B, contribui com as atividades Famílias são convidadas a complementar o aprendizado das crianças da Educação Infantil

uma escola em que aprendi a estudar, a me organizar”, afirma. Hoje como profes-

desde 2012, quando a sua filha Maria Clara, hoje no 2º ano B, estava na Educação Infantil. Neste ano, ela visitou a turma do filho para falar sobre as partes que compõem uma planta e tirar dúvidas das crianças sobre o assunto. “Podemos vivenciar um pouco do que a professora vivencia durante o dia a dia. Eu adoro participar, é uma experiência maravilhosa. Para eles é uma novidade, é um evento diferente e, para nós, pais, é mais uma forma de nos aproximarmos da vida escolar deles”, analisa. “Com toda a certeza essa boa relação reflete na aprendizagem das crianças, bem como na motivação e no interesse dos alunos”, complementa a professora do Nível 5B, Daniela Verri. No mês de julho, as famílias da Educação Infantil participaram de uma avaliação que teve como referencial de apoio os Indicadores da Qualidade na Educação Infantil do Ministério da Educação (MEC). Os pais analisaram os projetos desenvolvidos na turma e o acompanhamento das atividades, as reuniões pedagógicas com as professoras, o ambiente oferecido, o estímulo à construção da autonomia e o relacionamento entre a equipe da Educação Infantil e as famílias. Os resultados demonstraram uma ótima relação família e escola. “Estamos muito contentes com a evolução do nosso filho. O ambiente, a equipe e a atmosfera da escola nos deixam muito satisfeitos e felizes. Com certeza, fizemos a escolha certa e estamos proporcionando o melhor”, escreveu Graziella Yllana Hecher, mãe do aluno Alexandre, do Nível 4F.

Cristine com as filhas Helena e Laís. Nas fotos abaixo, como aluna do Colégio Farroupilha, em 1984, e como professora do Nível 3, em 2016


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ESPECIAL

ENSINAMENTOS DE GERAÇÃO PARA GERAÇÃO Cornélia Ulrike Kisslinger Rodrigues foi aluna do colégio do Jardim de Infância até o antigo 2º grau, ainda no Velho Casarão. Já Paulo Coutinho Rodrigues veio do interior para cursar o 2º grau. Foi no Farroupilha que eles se conheceram e tiveram três filhos, todos ex-alunos. Um deles, Mathias Kisslinger Rodrigues, tem, atualmente, dois filhos na Educação Infantil: Theo, no Nível 2E e Gabriel, no Nível 5E. “É a terceira geração no Colégio Farroupilha”, diz Mathias. Ele entrou no Jardim de Infância e, na metade da 1ª série, mudou-se para Curitiba em função do trabalho do pai. O retorno à escola foi na 6ª série. “Só tenho boas lembranças da minha época de ex-aluno: dos amigos, das olimpíadas, do campo de futebol. Eu joguei pela seleção de vôlei. O Rubem Corso [atual coordenador do Ensino Médio], foi o meu professor e treinador”, lembra. Mathias conta que quando foi colocar o filho mais velho na escola, ele e a sua esposa, Elizandra Panziera Arend combinaram de visitar alguns colégios de Porto Alegre, e o Farroupilha foi o primeiro. “Eu não queria influenciar na escolha pelo fato de ser ex-aluno. Quando terminamos a visita e estávamos caminhando para o estacionamento, ela olha para mim e diz assim: ‘nem vamos visitar as outras, né?’”, diverte-se. “O Farroupilha é uma extensão da nossa casa. Os amigos dos nossos filhos já são nossos amigos. Muitas das pessoas que conhecemos através da escola fazem parte da nossa vida”, conta Elizandra.

UNIDADE CORREIA LIMA: SEGUNDA CASA Dois mil e dezesseis será um ano de muitas mudanças para Maria Eduarda Caliari de Brum, estudante do 9º ano da Unidade Correia Lima. Em 2008, a aluna conseguiu uma bolsa de estudo para iniciar a sua vida escolar no 1º ano. A mãe, Noeli Caliari, ficou sabendo do processo de concessão de bolsas de estudos através de uma amiga, cuja filha já era estudante da Unidade. “Vi que era um colégio muito bom, um dos melhores da cidade e era próximo da nossa casa. Encaminhei a documentação e consegui a vaga”, explica. A ideia é de que Maria Eduarda faça o Ensino Médio na Unidade Três Figueiras, mas, caso isso não seja possível, todos os momentos vividos na escola serão considerados especiais. “Ela sempre foi uma menina muito estudiosa. Claro que ela vai sentir falta dos colegas, mas às vezes temos que passar por mudanças na vida”, afirma Noeli. Para Maria Eduarda, a rotina de estudos não foi diferente em 2016 – ela seguiu esforçando-se para manter uma boa média em todas as matérias – mas, por outro lado, é um ano triste. “A nossa turma é pequena e todos são muito unidos. Sabemos que perderemos o contato com essa separação. A Unidade Correia Lima é a nossa segunda casa. Cresci ali, ao lado dos professores Mathias Kisslinger Rodrigues: de ex-aluno a pai de estudantes da Educação Infantil

e dos colaboradores, fiz amizades marcantes. É a minha segunda família”.

Maria Eduarda sentirá saudade dos colegas que fez ao longo dos anos na Unidade Correia Lima


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CONECTADOS

COMUNICAÇÃO NA ERA DIGITAL Farroupilha aposta no desenvolvimento de aplicativos para conectar-se às famílias Com o avanço das tecnologias, é preciso que as instituições de ensino acompanhem as mudanças na era digital. A coordenadora do Setor de Tecnologia Educacional (TE), Debora Valletta, recorda que, nos últimos quatro anos, o Colégio Farroupilha investiu em recursos tecnológicos, conectando as famílias para divulgar ações educativas, melhorar as pesquisas de opinião após os eventos escolares e o acompanhamento da gestão acadêmica de seus filhos. “Diante do contexto da cibercultura é necessário que a família e a escola possam estabelecer um diálogo educativo sob a perspectiva do uso de tecnologias do ‘educar para se comunicar’”, comenta Debora. Pais recebem notificações dos horários de entrada e saída dos filhos nas catracas da escola

Além do site, das redes sociais e do envio de comunicados por e-mail, as famílias e os estudantes têm acesso ao Portal dos Alunos/Pais. Com essa ferramenta,

Em 2014, a escola lançou o aplicativo Mobile e, desde então, mais de 2.300 usu-

eles podem atualizar os dados cadastrais, consultar boletos de mensalidade e

ários já baixaram a ferramenta em seus smartphones, possibilitando melhor

ocorrências pedagógicas, como a utilização do Ambulatório Escolar, a visualiza-

interação com agilidade e simplicidade para realizar consultas financeiras e de

ção do boletim e da agenda com os horários em sala de aula e a efetivação da re-

avaliações; avisar os momentos em que ocorreram passagens pelas catracas

matrícula. Além disso, é no Portal que se localiza a Central de Downloads, em que

e a frequência escolar; visualizar as atividades pedagógicas e utilizar os canais

os professores postam materiais que complementam os conteúdos ensinados

de contato com os diferentes setores e níveis do colégio. “Tanto o aplicativo

em aula, como o Moddle – ambiente virtual de ensino e aprendizagem utilizado

como o Portal dos Pais/Alunos são ferramentas que auxiliam na integração

como instrumento de apoio pedagógico -, as plataformas de pesquisa - Britannica

de toda a comunidade escolar, visando a melhoria contínua no processo de

Ciências, Brittanica Escola e Britannica ImageQuest - e o aplicativo Mangahigh.

aprendizagem dos nossos alunos”, destaca o analista de negócios do Setor de Tecnologia da Informação (TI), Marcelo Bueno. Adriane Enk Buneder, mãe dos estudantes Arthur e Henrique, do 3º ano E, e João Vítor, do 6º ano E, utiliza o aplicativo no tablet e no celular, principalmente, para acessar o boletim dos filhos e consultar o horário de entrada e saída da escola. “É uma bela ferramenta. Me dá segurança ao receber o aviso de que eles entraram e, quando eles saíram do colégio, consigo me programar e saber mais ou menos o horário que eles chegarão em casa”, avalia. Já durante os XLIV Jogos, em setembro, um aplicativo foi totalmente desenvolvido pelo setor de TE para auxiliar na comunicação com os estudantes. Com o aplicativo “Esportes Colégio Farroupilha”, as turmas acompanharam as datas e os cancelamentos das partidas. “Temos a percepção de que a tecnologia pode ser uma ferramenta para melhorar a comunicação entre a família e a escola. Tal fato, deve-se à ubiquidade da informação. Aquela que pode ser acessada de Adriane utiliza o aplicativo do colégio para acompanhar a rotina escolar dos filhos

qualquer lugar e a qualquer hora do dia quando o usuário tem um dispositivo móvel conectado à Internet. Logo, estabelece-se um canal de transparência para que todos possam ter o acesso à informação, dinamizar os processos burocráticos na secretaria da escola, consultar registros da área pedagógica, inteirar-se das atividades educativas, entre outros”, afirma Debora.


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MOVIMENTO

cou acertado que ele não poderia se descuidar do colégio. O esporte fez muito bem para ele. Hoje, se temos alguma adversidade, ele conversa”, destaca Luci. Medalha de bronze no Torneio Regional 2015 na categoria conjunto – mãos livres, primeiro lugar em mãos livres no Torneio Regional 2016 (PR, SC e RS) e vice-campeã no aparelho bola no Campeonato Brasileiro 2016 são alguns títulos que a aluna Andressa Rodrigues Madrid, do 4º ano A, coleciona ao longo da sua trajetória na ginástica rítmica, que teve início no Grêmio Náutico União (GNU) aos quatro anos e quatro meses de idade. O esporte, aliás, está presente na vida dos irmãos também. Antônio, ex-aluno do colégio, iniciou aos dez anos no handebol da escola e hoje atua pelo time da UFRGS. Já Álvaro, do 8º ano B, treina vôlei no Farroupilha. “O esporte desenvolve o físico e o mental, ensinando o respeito para com os outros, a competitividade saudável e a organização. Faz um mix de bons conceitos e de atitudes que impregnam a criança e o jovem para a vida toda”, avalia a mãe, Rosi Maria Rodrigues de Farias. Futebol trouxe inúmeros benefícios para o desempenho escolar de João Henrique

ESPORTE E ESCOLA CAMINHAM JUNTOS Com o apoio da família, estudantes conciliam rotina de treino com estudos

MOMENTO DE DECISÕES Muitas vezes é necessário fazer escolhas em função da dificuldade em conciliar a escola com os treinos. O estudante Rafael Vianna Behr, da 3a série D, passou por essa situação em 2016. Com nove anos, ele começou a nadar no Grêmio Náutico União (GNU), mas, neste ano, em função do vestibular e da rotina do Ensino Médio, ele resolveu parar com os treinos. “Foi difícil porque a natação já era um modo de vida. Tinha que abdicar de muita coisa e eu não me imaginava sem a natação”, confessa. Hoje, ele nada uma vez por semana, rotina bem diferente de anos atrás, quando chegava a nadar nove vezes. Rafael lembra que os treinos, em alguns casos, coincidiam com as aulas no turno inverso, e algumas competições caíam em dias da semana de provas, mas que sempre teve o total apoio da escola. “Sempre fui conversando e conseguindo ajustar da melhor forma para que seguisse tendo um bom desempenho.

A prática esportiva, quando iniciada

Seleção de Base e hoje ele atua na

Quando as competições eram na semana de provas, buscava ver em quais ma-

ainda no período escolar, traz uma

Seleção Sub-11.

térias eu precisava ir melhor para depois não ter que fazer reavaliação”, conta.

série de benefícios para crianças e adolescentes. Além de incentivar o trabalho em equipe e a autonomia, o esporte auxilia no desenvolvimento de diferentes competências técnicas, sociais e comunicativas. Foi por indicação terapêutica que João Henrique Scalcon Lima, do 5º ano B da Unidade Correia Lima começou a jogar futebol na Escolinha de Futebol do Grêmio, aos seis anos. A mãe, Luci Adriana Scalcon Cézar, lembra que ele iniciou na posição de atacante, mas que acabou se descobrindo como goleiro. Em 2015, João foi convocado para a

Desde 2001 o estudante ganha o troféu Atleta Nota 10, que premia crianças e jovens que conseguem unir a paixão pelo futebol com a dedicação e os bons resultados escolares. “Como alguns treinos coincidem com as aulas, conversamos com a Direção e fi-

“O esporte desenvolve o físico e o mental, ensinando o respeito para com os outros, a competitividade saudável e a organização”, afirma Rosi Maria Rodrigues de Farias, mãe da aluna Andressa.

Rafael parou de nadar para se dedicar aos estudos no último ano do colégio

Rosi, mãe de Andressa, acompanha a filha nos campeonatos de ginástica rítimica


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OLHOS PARA O MUNDO

DO MUNDO PARA O FARROUPILHA Alunos que vêm de outros países encontram na escola novos amigos e novas experiências O espanhol e o inglês são substituídos pelo português. A cidade, os amigos e a cultura são diferentes. Muitos estudantes que chegam ao Colégio Farroupilha trazem consigo a experiência de morar em outro país. Na escola, eles fazem novas amizades e precisam se adaptar ao currículo. Ana Paula Barreto Pereira, da 2ª série C, e os seus irmãos, Luís Fernando, do 8º ano D, e Luís Eduardo, do 4º ano B, moraram na Suíça durante três anos e meio. A família, que é paulista, veio para Porto Alegre em função do trabalho do pai, e o Farroupilha foi escolhido por indicação de um colega da empresa. “Aprendi muitas línguas lá: falo inglês fluente, alemão e francês. Foi enriquecedor”, conta Ana Paula. Ao voltar para o Brasil, a estudante confessa que tinha medo de não conseguir se adaptar ao sistema de ensino, mas que logo passou. “Meus colegas

Matías e Ailen são argentinos, mas moraram durante seis anos no Chile

me receberam muito bem e os professores foram atenciosos, mas em termos acadêmicos foi difícil. Lembro que a minha primeira redação fiz toda em inglês

bem. O relacionamento com a escola

e depois passei a limpo para o português”, comenta.

sempre foi muito bom”.

Já Matías Ezequiel, da 2ª série A, e Ailen Victory Alvarez, do 5º ano B, são argenti-

Em janeiro de 2016, os pequenos Gus-

nos e moraram seis anos no Chile. Morando desde 2007 em Porto Alegre, a mãe,

tavo, do Nível 3A, e Eduarda Gonçal-

Verónica, visitou várias escolas com o auxílio de uma empresa, e o Farroupilha

ves de Melo, do Nível 5A, chegaram

estava entre elas. “Acabamos escolhendo o colégio em função da proposta pe-

em Porto Alegre, depois de passarem

dagógica, da valorização do esporte e do incentivo pelas línguas estrangeiras,

toda a sua infância no México. Os tios

como o alemão”, afirma. Ela recorda que Matías, no seu primeiro dia de aula,

e os primos de Aline, mãe das crian-

falou que havia sido o melhor dia de sua vida. “Os dois se adaptaram muito

ças, foram alunos do Farroupilha.

“Meus colegas me receberam muito bem e os professores foram atenciosos”, lembra a estudante Ana

Paula Barreto Pereira, da 2ª série C.

“Isso foi levado em conta na hora de escolher onde eles iam estudar. Já temos uma história com a escola”, conta. Como Eduarda estudava em uma escola britânica e Gustavo em uma instituição bilíngue, Aline estava preocupada com a adaptação, em função da mudança de país e de colégio. “Eles já conheciam a cidade, em função da família ser gaúcha. O mais radical era a questão da escola, Gustavo e Eduarda, estudantes da Educação Infantil, adaptaram-se facilmente à escola

mas ele foram muito bem recebidos por todos. As professoras são excelentes, e a escola sempre mostrou-se disposta a nos ouvir”.

Ana Paula e os irmãos são paulistas, mas viveram na Suíça por três anos e meio antes de chegarem a Porto Alegre


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PLANO DE VOO

NOVOS DESAFIOS FORA DA ESCOLA Último ano do Ensino Médio requer atenção especial da instituição e das famílias

Quando pensa que este é o último ano no Colégio Farroupilha, o aluno Marco Antônio Vinciprova Dall’Agnese, da 3ª série E, se dá conta de que, em 2017, não vai repetir a rotina que está acostumado desde o Berçário. “Nas férias tu sentes falta do colégio e sabes que tem a volta, tem a certeza de que vais estar aqui com todo mundo, com as mesmas pessoas, mas no ano que vem, não teremos mais isso. Serão outras pessoas, em outros ambientes”, afirma. A mãe dele, Andréia, diz que a família apoia o filho e tenta compreender as variações de humor, comuns nessa fase. “Todos nós já passamos por isso e faz parte. Digo que ele deve aproveitar ao máximo cada momento”. Para Lisiane Alvim Saraiva Junges, psicóloga educacional do Ensino Médio, é fundamental que as famílias consigam se reportar ao seu momento de escolha. “É um momento de pressão. Quanto mais as famílias conseguirem conversar, melhor. Procurar relaxar, fazer uma brincadeira e deixar o ambiente leve são algumas dicas que funcionam”, sugere. Fábio Parise, orientador educacional do Ensino Médio, comenta que a fase gera angústias e questionamentos, daí a importância dos pais de não incorporar o mesmo discurso dos filhos. “Quanto

Victória e Marco prepararam-se para o último ano da escola

mais a família for presente, melhor, porque o maior dos terrores dos jovens é sentir-se desamparado”.

Uma série de atividades são preparadas ao longo do ano para que os alunos façam essa transição de uma forma tranquila. No início das aulas, em fevereiro, eles são recebidos com uma aula inaugural; em setembro, é realizado o projeto “Até logo, Farroupilha”, com a Festa dos Cem Dias, em que diversas homenagens são feitas pelas crianças da Educação Infantil, do 1º ano do Ensino

Ao longo do ano, estudantes têm atividades especiais para ajudar na transição

Fundamental e pelas famílias. Além disso, há a construção de murais com a história da turma, um galeto na Sede da Campestre, a escolha dos professores e colaboradores homenageados, o Culto e, por fim, a cerimônia de encerramento. “Trabalhamos com o ‘luto’ desse momento da vida, que se mistura com a ansiedade em sair do colégio. Alguns alunos sentem bem mais, se desorganizam, são mais sensíveis”, comenta Lisiane. Victoria Machado Scheibe, da 3ª série D, conta que está cheia de planos e que a expectativa deste ano está grande, do começo ao fim. “O sentimento é bem ambíguo. Dá uma saudade antecipada, uma vontade de ficar, mas ao mesmo tempo quero encontrar novos desafios. É triste sair da escola, mas dá espaço para conhecermos novas pessoas”, ressalta. “Cada adolescente tem o seu momento e a sua história. E a família tem que estar pronta para acolher tudo isso”, pondera Fábio.

“É um momento de pressão. Quanto mais as famílias conseguirem conversar, melhor”, aconselha a psicóloga educacional do Ensino Médio, Lisiane Alvim Saraiva Junges.


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DA ESCOLA PRA VIDA

“Bullying é quando alguém fala dos defeitos do outro e a pessoa fica triste”, definiu a aluna Luísa M. Teixeira, do 1º ano E.

Em 20 de outubro, dia mundial de combate ao bullying, dinâmicas de convivência e momentos de reflexão mudaram a rotina escolar nos dois primeiros períodos de aula nas duas Unidades do colégio. Nesse dia, os mais de dois mil alunos do Farroupilha participaram da atividade, que foi surpresa para a maioria dos estudantes – com exceção dos representantes de cada turma, que ajudaram, inclusive, a planejar a ação. Já no dia 08 de novembro, o Colégio abriu as portas para a comunidade escolar em edição do programa Cuidar é Básico, com palestra de Fabrício Carpinejar; além de ter talk shows com o professor de História, Eduardo Soares, com as alunas Paula

FARROUPILHA CONTRA O BULLYING

Estudantes foram incentivados a pensar sobre o tema

Ferracini, da 3ª série B, e Luísa Salles do 6º ano B, e com Nauro Mittmann, pai de estudantes. O encontro foi elaborado com a ajuda dos alunos, e um grupo formado por estudantes de diferentes níveis de ensino fez a cobertura do evento. “Acho que o mais importante para se aprender quando falamos sobre bullying é não excluir alguém pela diferença, mas aprender com isso e deixar que a diferença nos complete, nos transborde”, afirma Paula, resumindo muito bem a mensagem da campanha proposta pelo Colégio e abraçada por toda a comunidade escolar.

Estudantes protagonizam ações para prevenir e combater a intimidação sistemática dentro e fora do ambiente escolar Conscientes de que a brincadeira termina quando incomoda alguém, os estudantes do Colégio Farroupilha protagonizam a campanha Farroupilha contra o Bullying, voltada à valorização da diversidade e ao combate à intimidação sistemática. Realizada em parceria com o coletivo urbano Shoot the Shit, responsável pelo Movimento #daescolapravida, a campanha promoveu várias ações ao longo deste ano, como dois encontros do programa Cuidar é Básico, atividades de sensibilização da comunidade escolar e dinâmicas de convivência. A equipe de Orientação Educacional do colégio, a fim de engajar os alunos na campanha, surpreendeu os representantes de todas as turmas (do 1º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio), em agosto, com a exibição do vídeo “A peste da Janice”, que aborda o bullying em ambiente escolar. Sensibilizados com a história, os alunos passaram, em grupos compostos por colegas de diferentes níveis de ensino, a propor ações para prevenir e combater a prática dentro e fora da escola.

No Dia Mundial de Combate ao Bullying, alunos de todos os níveis de ensino participaram de atividades especiais


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DESTAQUE

O BRINCAR NO COTIDIANO ESCOLAR Matriz Curricular de Brincadeiras e Jogos traz situações que devem ser estimuladas em todos os níveis da Educação Infantil

Brincar é um direito de todas as crianças. Para nortear o trabalho das professoras da Educação Infantil, o Colégio Farroupilha desenvolveu a Matriz Curricular de Brincadeiras e Interações, que traz algumas situações que os estudantes do Berçário ao Nível 5 podem vivenciar a fim de desenvolver habilidades e competências, como imaginação, criatividade, fantasia, diversão, ludicidade, espontaneidade, encantamento, entrega, satisfação e engajamento. O documento enfatiza que durante as brincadeiras e os jogos as crianças constroem conhecimentos, elaboram e testam hipóteses, lidam com questionamentos diversos e colocam-se no lugar do colega. O ato de brincar é essencial para a formação dos estudantes, desenvolvendo a autonomia, a cooperação e os

Conversa possibilita estreitar relações com os alunos

OS NÚMEROS DO FALA FARROUPS

apenas como lazer, mas sim como um ato de aprender”, afirma a coordenadora da Educação Infantil, Cleusa Beckel.

39 encontros. Além disso, o projeto

subida e descida nas escadas e de

também acontece com os professo-

ganchos nas cabines dos banheiros

no qual eles possam sugerir melho-

res dos níveis de ensino. Muitas das

para a mochila e o casaco; a compra

rias e falar sobre suas percepções a

sugestões de melhorias apontadas

de mesas de pingue-pongue e raque-

respeito do Colégio Farroupilha é o

pelos alunos já foram concretizadas

tes e a inauguração de uma pracinha

principal objetivo do Fala Farroups,

ao longo de três anos de projeto.

nova para os estudantes dos Anos

ma são selecionados e conversam, durante um período, com a diretora pedagógica, Marícia Ferri, coordenadores, orientadores e psicólogos. Um lanche também é servido para deixar a conversa mais informal.

do e o brinquedo livre, em que as crianças brincam e trocam experiências com

tural e afetivo. O brincar faz parte de uma aprendizagem prazerosa e não é visto

dos os níveis de ensino um espaço

Na Unidade Correia Lima, por exem-

brincar, como o recreio, momento em que o pátio pode ser amplamente explora-

brincar para o desenvolvimento integral da criança: cognitivo, físico, social, cul-

Proporcionar aos estudantes de to-

Pedagógica. Representantes de tur-

No dia a dia escolar, as turmas têm diferentes momentos lúdicos destinados ao

os colegas. “Brincando as crianças aprendem. Cabe ressaltar a importância do

Desde que foi criado, em 2013, o projeto já reuniu mais de 250 estudantes

projeto criado em 2013 pela Direção

sentidos da espera, da competição e do ganhar e perder.

Iniciais.

plo, foram instalados armários e

Para Marícia, o Fala Farroups é uma

bebedouro novos, foi reformada a

oportunidade para os estudantes tro-

quadra de esportes, foram colocados

carem experiências e estreitarem as

adesivos temáticos nos banheiros,

relações dentro do ambiente escolar.

foi construída uma área coberta em

“O projeto proporciona uma escuta

frente à escola, foi repensado o lan-

mais direta dos alunos e, a partir da

che e foi remodela pracinha. Na Uni-

percepção deles, conseguimos en-

Desde que foi criado, o Fala Farroups

dade Três Figueiras, as principais me-

tender as suas principais necessida-

reuniu mais de 250 estudantes do Ní-

lhorias foram a instalação de relógios,

des e melhorá-las para que a escola

vel 3 da Educação Infantil à 3ª série

dos projetores novos e do ar condi-

torne-se, cada vez mais, um ambiente

do Ensino Médio, das unidades Cor-

cionado em todas as salas de aula;

acolhedor e atrativo para a aprendi-

reia Lima e Três Figueiras, totalizando

a colocação de flechas indicativas de

zagem”, avalia.

Crianças têm diferentes momentos lúdicos na rotina escolar


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DESTAQUE

CORRIDA COMEMORA OS 130 ANOS DO FARROUPILHA Farroupilha Run reuniu atletas, professores, colaboradores, famílias, estudantes e ex-alunos O Hotel Plaza São Rafael e a Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa), locais que fizeram parte da história dos 130 anos do Colégio Farroupilha, foram os pontos de largada escolhidos para a Farroupilha Run. Com os trajetos de 11km e 4km, a corrida comemorativa reuniu mais de 600 pessoas no mês de outubro, entre atletas de grupos de corrida, professores, colaboradores, estu-

130 ANOS

DE HISTÓRIAS E DESCOBERTAS

dantes, famílias e ex-alunos. O ponto de chegada de ambos os trajetos foi a Pista Atlética do colégio. Todos os participantes receberam medalhas, e troféus foram entregues para os cinEstudantes se envolveram na preparação da atividade

co primeiros colocados nas categorias gerais masculino e feminino dos dois trajetos e para os três primeiros colocados por categoria. No trajeto de 11km, os participantes inscreveram-se nas categorias 18-19 anos, 20-24 anos, 25-29 anos, 30-34 anos, 35-39 anos, 40-44 anos, 45-49 anos, 50-54 anos, 55-59 anos e 60 anos ou mais. Já no trajeto de 4km, as categorias premiadas foram 12-13 anos, 14-15 anos e 16-17 anos.

Desfile dos XLIV Jogos do Colégio Farroupilha envolveu toda a comunidade escolar

As crianças também puderam participar da Farroupilha Run na modalidade Corrida Kids. Na Pista Atlética, foram disputadas as categorias 50m em linha reta – 3 e 4 anos, 75m em linha reta – 5 anos, 100m em linha reta – 6 e 7 anos,

Com o tema “130 anos do Colégio Far-

como a preservação ambiental, o uso

a criação do Raio-X, da penicilina, da

roupilha”, estudantes de todos os ní-

dos uniformes pelos estudantes ao

clonagem e da astronomia. Para re-

veis de ensino, famílias, professores e

longo dos 130 anos, o auxílio que o

presentar o futuro que será construí-

colaboradores participaram do desfile

Farroupilha deu para formação de al-

do, os formandos da 3ª série, do Ensi-

de abertura dos XLIV Jogos do Colé-

guns profissionais e a evolução das

no Médio, desfilaram na Pista Atlética

gio Farroupilha, no final de setembro.

formas de comunicação ao longo do

acompanhados de um robô iluminado.

Cada ano e série apresentou os gran-

tempos: do pombo correio ao compu-

des acontecimentos sociais ao longo

tador.

desse período, como as brincadeiras,

mais de mil estudantes dos Anos Finais e do Ensino Médio, nas modalidades

tal – Anos Finais preocuparam-se em

de futebol, futsal, voleibol, handebol,

retratar algumas invenções criadas,

basquete, caçador, tênis de mesa,

As crianças da Educação Infantil re-

como o cinema, o avião, o foguete,

xadrez, damas e paredão. Já na Sede

lembraram

brincadeiras,

os games e a televisão. A literatura

Campestre, em Viamão, as turmas do

como o bambolê, as bolhas de sabão,

em quadrinhos, de guerra, de terror

Ensino Fundamental – Anos Iniciais

os chocalhos, as bonecas, os carri-

e os contos de fadas também foram

envolveram-se nos Jogos, participando

nhos e os cata-ventos. Já as turmas

lembrados, assim como a moda e a

de atividades, como Futebol, Dodgeball,

do Ensino Fundamental – Anos Ini-

evolução das vestimentas ao longo

Softball, Corrida do Jogo da Velha, Cabo

ciais ficaram responsáveis por resga-

das décadas. Por fim, as turmas da

de Guerra, Circuito de Jokenpô (Pedra,

tar alguns fatos históricos da escola,

2ª série do Ensino Médio resgataram

Papel e Tesoura) e Qual é a Música?.

ra, a moda e as grandes descobertas.

algumas

fotos da corrida.

As partidas dos XLIV Jogos reuniram

Os estudantes do Ensino Fundamen-

os esportes, as invenções, a literatu-

200m – 8 e 9 anos e 400m – 10 e 11 anos. Acesse o QR Code ao lado para ver as

Mais de 600 pessoas participaram do evento


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RECONHECIMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA Projetos de pesquisa dos alunos do Farroupilha são selecionados para eventos da UFRGS, PUCRS, Feevale e Ulbra

Colégio esteve presente nos eventos promovidos pela PUCRS, Feevale e Ulbra

Projetos de pesquisa do Farroupilha tiveram um bom desempenho no Salão UFRGS Jovem

Desde a Educação Infantil, os professores do Colégio Farroupilha estimulam os

dos Anos Iniciais, Anos Finais e En-

seus alunos a tornarem-se protagonistas e a pensarem em ideias para melho-

sino Médio foram apresentados para

rar a vida da população e da cidade. No segundo semestre do ano letivo, o resul-

uma banca de avaliadores. No Salão

tado desse trabalho pôde ser conferido em três mostras científicas externas:

de Iniciação Científica Jr. da Ulbra, o

no XI Salão UFRGS Jovem, na Feira de Tecnologia & Inovação no Museu de Ciên-

Farroupilha participou com três tra-

cias e Tecnologia (MCT) da PUCRS e na Feira de Iniciação à Pesquisa (FIP 2016)

balhos do Ensino Médio.

da Feevale. Na UFRGS, 16 projetos de pesquisa foram selecionados, envolvendo todos os níveis de ensino. Desses, quatro foram premiados: dois trabalhos de estudantes do Ensino Fundamental – Anos Finais e dois do Ensino Médio. “O projeto de pesquisa possibilita desenvolver a problematização e a pesquisa no ambiente escolar, despertando a curiosidade e o interesse dos alunos”, afirma a professora de Biologia, Sarah Luchese Peruzzi.

A PESQUISA PARA FORA DA ESCOLA Um dos trabalhos selecionados para o XI Salão UFRGS Jovem ganhou destaque fora do ambiente escolar. Desenvolvido por um grupo de alunos do 7º ano C, o projeto “Importância da higienização das mãos para a manutenção da saúde” foi apresentado para profissionais do Hospital Mãe de Deus. O trabalho analisou as diferentes formas de higienização das mãos e a presença das bactérias nesses

Além de divulgar e discutir sobre di-

membros a partir de experimentos no Laboratório de Biologia, comparando amos-

ferentes temas, tais feiras são uma

tras retiradas de mãos não-higienizadas e de mãos limpas com quatro substân-

oportunidade que os estudantes têm

cias diferentes: água, álcool gel, sabonete comum e sabonete bacteriano.

de trocar experiências com outras escolas do Rio Grande do Sul e conhecer pesquisas das mais diversas

Na Feira de Ciências & Inovação, na PUCRS, o Colégio Farroupilha esteve

disciplinas que compõem o currículo

representado por dois trabalhos desenvolvidos pelos estudantes dos Anos

escolar. “Isso transforma o estudan-

Finais que participam do Clube de Ciências Apollo 7, iniciativa que tem a par-

te em protagonista do processo de

ceria da Faculdade de Biociências da PUCRS, e um produzido por um grupo

aprendizagem, possibilitando que ele

de alunos da 2ª série do Ensino Médio, que foi destaque no evento. A produ-

desenvolva habilidades e competên-

ção científica da escola também pôde ser conferida na Feira de Iniciação à

cias necessárias ao seu desenvolvi-

Pesquisa (FIP 2016), promovida pela Feevale, onde 12 projetos de estudantes

mento”, acredita Sarah.

Alunos receberam certificados pela apresentação no Hospital Mãe de Deus


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DESTAQUE

PLANTANDO ÁRVORES E COLHENDO ESTRELAS

Grupo de alunos do 9º ano ajudou na demarcação da área e no plantio

Projeto iniciado no Colégio Farroupilha levou um Bosque Astronômico ao Parque Germânia Quem visita o Parque Germânia, na zona Norte de Porto Alegre, pode observar o crescimento de uma curiosa constelação de árvores, o Bosque Astronômico plantado por estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental – Anos Finais, com orientação do professor do Laboratório de Física, Gentil Bruscato, idealizador do projeto. O plantio faz parte do projeto ‘Plantando árvores e colhendo estrelas’, que por meio do plantio de mudas em posições estratégicas, representa constelações celestes, chamando atenção ao problema da poluição luminosa e convidando as pessoas a olharem mais para o céu. “A poluição luminosa diminui a nossa visão dos astros celestes, sendo um problema para a astronomia. Ela também causa outros danos, como a interferência nos hábitos de animais e um excessivo gasto de energia elétrica.”, explica Bruscato. Quando florescidas, e vistas de cima, as 13 mudas plantadas no Germânia formarão o desenho da constelação Cruzeiro do Sul. Para garantir essa representação, tanto a escolha das espécies arbóreas quanto o posicionamento das

Mudas foram plantadas para representar a constelação Cruzeiro do Sul

mudas, que obedecem a pares ordenados de um plano cartesiano, foram cuidadosamente estudados. “Escolhemos realizar o plantio dessa forma para tornar a aprendizagem mais significativa, aliando a reposição da cobertura vegetal com a astronomia”, afirma o professor. E foram muitos os significados e sentidos que essa aprendizagem já despertou. “Participar do plantio foi uma experiência muito boa para ajudar o meio ambiente. Também aprendi mais sobre astronomia e sobre as árvores”, comenta o estudante do 9º ano A, Ricardo Leal. Após o plantio, os alunos pretendem voltar ao Germânia para regar as mudas e acompanhar o seu crescimento, mas não apenas para isso: “No futuro pretendo mostrar o Bosque que ajudei a plantar ao meu filho, se tiver filho, e à minha família”, conta o aluno. O projeto, iniciado em 2015, se deu pela realização do plantio de um Jardim Astronômico, na Unidade Três Figueiras, e de um Bosque Astronômico na Sede Campestre, em Viamão. Contemplando aspectos relacionados à Matemática, Geografia, Biologia e Astronomia, o objetivo da ideia inicial era presentear a cidade pelo Dia da Árvore, levando conscientização ambiental de forma multidisciplinar para toda a população. A ação recebeu a distinção de Honra ao Mérito no 11º Prêmio de Responsabilidade Social do Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), na categoria Práticas Eco-Responsáveis.


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ATIVIDADES PARA SOLTAR A IMAGINAÇÃO, PROPORCIONAR SAÚDE E BEM-ESTAR E DESENVOLVER A CRIATIVIDADE! O Colégio Farroupilha oferece opções de atividades extracurriculares para crianças, jovens, famílias, professores e colaboradores.

AS CORES DA NOSSA HISTÓRIA Famílias interagiram com os filhos na 5ª Oficina de Criação da Educação Infantil

O aniversário de 130 anos do Colégio

mero Britto, Iberê Camargo, Frans

Farroupilha ficou marcado pela atua-

Krajcberg, Kandinsky, John Quingley-

ção dos artistas da Educação Infantil

inspirado em Leonardo Da Vinci, Carl

e pelo tema da 5ª Oficina de Criação,

Warner, Os Gêmeos Zito e Titi- Grafite

realizada no mês de outubro. As fa-

e Heloísa Crocco. “O evento é uma

mílias prestigiaram os trabalhos de-

oportunidade para observar, criar

senvolvidos, ao longo do ano letivo,

e perceber o que está em volta. E o

pelas turmas do Berçário ao Nível 5

aniversário de 130 anos do colégio é

e participaram de diferentes oficinas

uma data em que a equipe convida as

lúdicas, como pintura nos cavaletes;

famílias para visitarem a história da

modelagem com massinha e glitter,

arte. São as histórias da escola e da

com argila e elementos da natureza;

arte caminhando juntas”, destacou a

desenho com recorte e colagem, com

professora de Artes Visuais da Educa-

flores, com mandalas; colagem com

ção Infantil, Cláudia Costa.

texturas diferentes, com balões, com projeções e com mesa de luz, aquarela, pintura de flores, de desenhos, de carimbos e do bigode “La Dalí”.

BALLET

BASQUETE

FUTSAL

FUTEBOL DE CAMPO

GINÁSTICA OLÍMPICA

JUDÔ

ROBÓTICA

TEATRO

VOLEIBOL

GINÁSTICA RÍTMICA

PILATES

YOGA

GRUPO DE CORRIDA

Além da mostra de trabalhos e das oficinas, as famílias que chegavam ao evento receberam um Manual de Etiqueta Artística, com algumas di-

Entre os artistas estudados pelas

cas de como apreciar exposições,

turmas estão Pablo Picasso, Cloudet

museus e intervenções de artes no

Monet, Vicent Van Gogh, Juan Miró,

geral. Acesse o QR Code ao lado para

Salvador Dalí, Tarsila do Amaral, Ro-

visualizar o material.

Informações sobre disponibilidade de vagas e valores podem ser solicitadas pelo telefone (51) 3455.1837 ou e-mail servicos@colegiofarroupilha.com.br. As vagas são limitadas! Saiba mais em www.colegiofarroupilha.com.br



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