Revista Abradilan 35

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Revista

Ano 8 • Edição 35

O triunfo da renovação

Confira a cobertura completa da feira Abradilan Conexão Farma 2017, que este ano apostou no desafio da reinvenção e superou expectativas

Drauzio Varella União em prol do sistema de saúde

cosméticos Setor alia-se ao segmento farma




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índice

40 8 acontece

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FARMÁCIAS POPULARES Encontros da Febrafar e Sindusfarma A hora é delas

12 artigo

34 artigo

14 entrevista

36 genéricos

18 capa

38 artigo

Ivan Preti DrAuzio Varella Abradilan Conexão Farma 2017

28 mercado

Notícias do setor

29 artigo

Lisandro Sciutto

Rogério Gabriel Motor de crescimento Gustavo Santarém

40 SUPLEMENTOS ESPORTIVOS

Para fortalecer o seu mix

44 INFORMATIZAÇÃO Mais rapidez e menos custos


36 54 48

48 COSMÉTICOS

Conquistando novos públicos

52 artigo

Rodrigo Ribeiro

54 economia

Fortalecimento gradual

62 produtos

Novidades da indústria


caros associados, Sócios-colaboradores e colegas do setor

Expediente

Editorial

Francisco Chagas Presidente do Conselho Diretivo da Abradilan

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A julgar pelo que dizem os números, a 13ª edição da Abradilan Conexão Farma, o maior ponto de encontro da indústria farmacêutica do Brasil, que aconteceu entre 21 e 23 de março no Expo Center Norte (SP), foi um sucesso. Durante três dias, nada menos que 95 expositores ocuparam um espaço de 20 mil m², pelo qual circularam mais de 7 mil visitantes e onde ocorreram 40 horas de palestras e treinamentos, resultando em mais de R$ 200 milhões de negócios gerados. Além disso, o evento também foi marcado por diversas modificações que colaboraram para o seu êxito, as quais os senhores poderão conhecer na matéria de capa desta edição. Um dos palestrantes que mais brilharam na feira – que também contou com conferências do filósofo e professor Mário Sérgio Cortella e da economista e jornalista Miriam Leitão –, o médico e escritor Drauzio Varella figura na editoria de Entrevista da presente edição. Na conversa que manteve com a nossa redação durante o evento, Varella fez diversas ponderações relevantes sobre o sistema de saúde brasileiro e defendeu a união entre indústria, varejo e classe médica: Baixe na Apple Store e “Se não houver uma união nesse sentido, o Google Play ou utilize um leitor QR code em seu sistema irá sucumbir”, alertou. celular ou tablet, escaneie o Entre outros destaques, o número 35 desta código e confira as edições da Revista Abradilan publicação também traz matérias sobre a expansão do mercado de farmácias populares, as vantagens dos produtos cosméticos e suplementos esportivos para o setor farmacêutico, e o envio de demandas e trocas eletrônicas por sistemas informatizados, que economizam tempo e recursos financeiros. Boa leitura a todos!

Abradilan (Gestão 2015/2017): Presidente do Conselho Diretivo: Francisco Chagas Almeida Gomes (Total Comércio-CE); Vice-presidente: Juliano Cunha Vinhal (Meditem-MG); Diretor-financeiro: João Orologio Marchiori (Elite-SP); Diretor de Relações Institucionais: Jony Anderson Tavares de Sousa (Emefarmario-RJ); Diretor-secretário: Vinicius Casimiro Carneiro Andrade (Orgafarma-MG); Diretor-secretário Adjunto: Aclair José Ferreira de Machado (Medmais-SC) Conteúdo, Edição e Arte: CM&N - Revistas Customizadas, (17) 3229-1940 Direção Executiva: Alexandre Serpentino, Edison Lopes Bernardo e Tiago Serpentino Jornalista Responsável: Rafael Guedes - MTB 0011210/PR Redação: Daniel Sender e Tatiana Ferrador Direção de Arte: Juliano Polotto e Raphael Freire Revisão: Denise Loreto Atendimento: Ellen Rossi Administração: Daniela Fernanda de Sena Relacionamento: www.cmnrevistascustomizadas.com. br/#contato IMPRESSÃO: Vox Gráfica Tiragem: 2 mil exemplares. Publicação produzida para a Abradilan direcionada para associados, fornecedores, clientes, profissionais e interessados no mercado farmacêutico. A Abradilan não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados ou opinião de terceiros. A reprodução total ou parcial do conteúdo desta obra é expressamente proibida sem prévia autorização. Para anunciar: Dulcimara Silva (Duda) - comercial@cmnrevistascustomizadas.com.br, contato: (17) 98114-8357.

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acontece acontece

São Paulo recebe o 1º encontro

Febrafar Federação promoveu encontro, onde estiveram presentes mais de 800 convidados do segmento farmacêutico

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ntre os dias 10 e 12 de abril, a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) promoveu o seu primeiro encontro no ano. Nele, estiveram presentes mais de 800 convidados de 55 redes associadas e 105 representantes de indústrias, distribuidoras e prestadoras de serviços. Durante o primeiro dia do evento, realizado no Clube Sírio-Libanês, uma nova rede foi aprovada na associação, a GrupoFarma, de Varginha (SP). Para o presidente da Febrafar, Edison Tamascia, foi uma ocasião de muita relevância. “É importante ter em mente que diariamente recebemos pedidos de adesões; contudo, temos um processo altamente meticuloso antes de uma aceitação. Sabemos da necessidade de agregar as redes que compactuam com os nossos ideais”, explica. Após a cerimônia de ingresso da nova rede, aprovaram-se as contas referentes ao ano de 2016 e foram apresentados diversos temas

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relacionados ao mercado farmacêutico. Dentre eles, as novas ferramentas, pesquisas e resultados obtidos pelos grupos de estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) sobre gerenciamento de categorias. Também foram debatidos os dados referentes ao Programa de Gestão da Central (PGC), desenvolvido pela Febrafar.

Agende-se Os próximos eventos da Febrafar serão: a ‘Missão Técnica Nacional 2017’, de 16 a 19 de julho; e o ‘Segundo Encontro Febrafar’, de 11 a 13 de setembro. Para mais informações, entre em contato com a entidade pelo telefone: (11) 3285-3494.


Por Daniel Sender

Debate sobre o futuro Encontro de Negócios

Fotos: Alefotógrafo

Durante o segundo dia, aconteceu no Hotel Bourbon o Encontro de Negócios Febrafar, onde os representantes das associações tiveram uma oportunidade única de aproximação e alinhamento de ações com importantes representantes de indústrias, distribuidoras e prestadoras de serviços. A diretora comercial da Febrafar, Karen Corridoni, avalia positivamente o evento. “Ficamos muito felizes com os resultados, pois o feedback que tivemos das redes e dos parceiros foi o mais positivo possível. Foi meu primeiro evento à frente do comercial da Febrafar, mas pude observar que a proposta de aproximação das redes e parceiros no formato que montamos foi acertado. Sempre temos coisas para acertar, mas estamos no caminho certo para proporcionar o crescimento de todo o mercado”, garante.

No último dia do evento, no Hotel Bourbon, aconteceu ainda uma reunião exclusiva para as redes associadas à Febrafar, na qual foi realizada uma troca de conteúdos estratégicos e alinhamento de ações futuras. Nessa ocasião, Tamascia também apresentou resultados referentes ao Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC) e palestrou sobre os dados de mercado da Febrafar, concluindo que, embora os resultados tenham sido positivos, não se deve dispensar a cautela. “Vemos que estamos no caminho certo, mas, por incrível que pareça, são muitas as farmácias de nossas redes que ainda não atentaram para a necessidade de se adequar a uma nova realidade. Fornecemos ferramentas e vimos que quem as utiliza cresce. É necessário se atentar para a importância do uso, e isso deve partir do gestor da rede, temos que ser o exemplo”, alertou. Em sequência, foi apresentado o estudo de mercado realizado pelo IFEPEC e pelo Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia (NEIT) do Instituto de Economia da UNICAMP sobre os tipos de farmácias e seu posicionamento estratégico. Por fim, o diretor geral da Febrafar, José Abud Neto, finalizou o evento. “Esse momento final em que fazemos uma reflexão sobre nossa atuação do mercado, para mim, é o momento mais importante de todo o evento, pois, temos que levar às nossas redes mensagens que realmente façam a diferença”, afirmou.

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acontece

Sindusfarma participa de simpósio sobre tecnologias aplicadas

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Fotos: Alefotógrafo

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m meados de abril, o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) participou, em conjunto com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), de um simpósio sobre inovação realizado em São Paulo pela Academia Nacional de Farmácia (ANF). O evento aconteceu no auditório do Sindusfarma e contou com a presença de várias empresas ligadas à indústria farmacêutica. Nele, foram discutidos diversos temas relevantes ao setor. “Vamos abrir espaço para discutir a regulamentação da indústria farmacêutica relacionada à inovação”, explicou o presidente da ANF, Lauro Domingos Moretto. Na visão do presidente da Emprapii, Jorge Guimarães, foi um passo muito importante. “É fundamental atrair a indústria farmacêutica”, afirmou ele, durante seu colóquio, momento em que Guimarães apontou que, em quase dois anos de atuação, a Embrapii ainda não contratou nenhum projeto voltado para Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) de fármacos e medicamentos. Num campo de atuação próximo, citou apenas um projeto na área de cosméticos envolvendo as empresas Natura, Boticário, TheraSkin e Yamá. O setor eletroeletrônico é o que possui mais projetos contemplados pelo órgão, com cerca de 39% do total. Ainda segundo Guimarães, isso é característico do baixo índice de inovação no Brasil, que ocupou o 69º lugar no ‘The Global Innovation Index 2016’, ranking que mede a inovação científica em cada país. Segundo ele, para ser competitivo, o país precisa investir 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em investimentos em P&D, sendo que o índice atual é de 1,2%. No entanto, de acordo com o analista do CNPq, Gilberto Moreira, o país já está em vias de melhora nesse sentido. “Já temos exemplos de sucesso de como transformar conhecimento em riqueza”, afirmou ele, citando os casos da Petrobras, Embraer e Embrapa.

Lauro Moretto (à esq), Jorge Guimarães, Gilberto Ferreira e Willian Calegari

Também foi observado durante o evento que a Embrapii possui uma verba de R$ 1,78 bilhão para ser utilizada em pesquisas ao longo de seis anos, sendo que, em caso de uma solicitação, o órgão contribui com 1/3 do valor total de cada projeto aprovado, cabendo às empresas a tarefa de contribuir com, pelo menos, outro terço, e à unidade de P&D credenciada pelo órgão contribuir com o restante.

Medicamentos Na área farmacêutica, foram debatidos os acordos de cooperação que o CNPq mantém com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Embrapii. No caso da Fiocruz, o apoio é especificamente dedicado ao desenvolvimento de novos medicamentos para doenças degenerativas e infectocontagiosas, como câncer, malária e tuberculose. Willian Calegari, da empresa de consultoria KPMG, palestrou sobre a “Lei do Bem”, que concede incentivos fiscais para estimular a inovação. Das 1.206 empresas que podem se beneficiar da Lei, 45 são farmacêuticas, informou.


Gilson Neiva

seis erros evitados na

logística de distribuição pela tecnologia do seu negócio Diante do aumento de casos de roubo de cargas, da crise econômica e da baixa produtividade dos motoristas, estar bem alinhado com todas as etapas que envolvem a otimização logística é um fator de sucesso para as empresas passarem por adversidades sem causar grandes abalos financeiros na operação e de reputação de imagem aos olhos do cliente. Da venda até a entrega do produto, a ordem é priorizar a organização que começa de dentro para fora. Partindo do velho princípio de que tempo é dinheiro, o uso de tecnologias focadas em agilidade e governança é a saída para uma otimização logística de sucesso. E é importante ressaltar que ela não deve ser usada somente para facilitar a comunicação, mas também o próprio controle das entregas realizadas. Para mostrar como a tecnologia pode ser uma grande aliada nessa etapa, preparei uma lista com os seis erros na logística de distribuição que podem ser evitados: 1. Não ter o controle rigoroso dos pedidos e da entrega: Para uma gestão de entregas eficiente, é preciso saber quando a mercadoria saiu, em que ponto da entrega ela está e quando ela foi entregue. Isso melhora o planejamento das demandas, distribui o trabalho entre o time, além de passar confiança ao cliente. 2. Manter a frota desatualizada: Você já ouviu falar de controle através de geolocalização? É um sistema de monitoramento que utiliza o serviço de GPS de smartphones para rastrear e medir comportamentos seja de pessoas ou de veículos. Este é um novo conceito de gestão de frotas sem a necessidade de rastreadores físicos instalados para acompanhar o desempenho dos veículos e motoristas, gasto de combustível, entre outras informações. 3. Desconsiderar as rotas de mercadorias: O detalhamento das rotas das mercadorias é essencial para precificar o frete e calcular os custos da entrega. A não utilização de um sistema que faça o cálculo automático da quilometragem pode causar gastos des-

necessários. Atualmente, é possível contar com soluções que acompanham em tempo real as entregas e disponibilizam todas as informações, incluindo a visualização da rota até o fim do processo, para que os cálculos sejam feitos com a maior precisão possível. 4. Não se preocupar com a segurança dos dados: A segurança da informação é um dos aspectos mais importantes para empresas de todos os segmentos. A quantidade de dados sigilosos e cruciais para a operação dos negócios aumentou e, por isso, é preciso tomar medidas de proteção contra ataques criminosos. A tecnologia mantém os seus dados de estoque mais seguros. 5. Possuir uma comunicação falha com o time: Se a comunicação não está presente na rotina da empresa, é hora de investir em uma solução que a melhore, como o uso de dispositivos móveis, que podem ser utilizados para trocar ordens de serviço de qualquer lugar. Outro benefício da facilidade de comunicação é o registro de status a partir de imagens. Com essa ferramenta, é possível para o motorista registrar ocorrências tirando fotos de onde estiver e enviá-las aos seus supervisores para as devidas providências. 6. Não contar com dados confiáveis na sua logística de distribuição: Para fazer um bom planejamento, é preciso possuir, em mãos, dados confiáveis e uma análise certeira. Ferramentas de análise de dados podem trazer ao seu controle de estoque informações que farão a diferença na hora da tomada de decisões. Todo o controle da logística de distribuição fica mais claro com a ajuda da tecnologia, que também serve de apoio para justificar à sua equipe e à diretoria da empresa os rumos tomados.

Gilson Neiva é analista de negócios em logística da Máxima Sistemas, companhia especializada em soluções móveis de força de vendas, trade e logística para o atacado distribuidor.

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IVAN PRETI

Sua empresa está preparada para o modelo

multisourcing? Um dos principais desafios de uma grande empresa consiste na relação que ela mantém com seus fornecedores, visto que normalmente levam-se anos para construir uma rede de parceiros confiáveis. E, mesmo depois de ter alcançado esse objetivo, não há garantia de que os produtos e serviços contratados serão sempre os melhores ou que o custo será o mais adequado às necessidades da companhia, por melhor que seja o trabalho do departamento de compras. Para enfrentar esse desafio, as organizações costumam ter um conjunto abrangente de ferramentas de governança e suporte. No modelo tradicional, essa administração fica dentro da empresa, focada na figura do gestor de contratos – um funcionário dedicado exclusivamente a monitorar as entregas e avaliar o desempenho dos fornecedores. Mas, em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e competitivo, nem sempre a gestão tradicional consegue atuar de forma eficiente em um cenário de múltiplos contratos, que muitas vezes são interdependentes, e têm características, prazos e valores distintos ou conflitantes. No setor de TI, esse desafio é ainda mais evidente. Em um mesmo projeto, é comum haver contratos com empresas concorrentes para o fornecimento de serviços como, por exemplo, nuvem, servidores, end-user computing e aplicações. Como administrar essas relações de forma a manter a qualidade da prestação de serviços, evitando o jogo de “empurra-empurra” quando surge um problema? Uma alternativa que vem se mostrando cada vez mais eficaz consiste em centralizar a gestão dos fornecedores em uma única organização, que passa a ser a responsável por monitorar e garantir o nível das entregas fim a fim, dando apoio a

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serviços de mesa, integrando todas as torres de entrega e ofertando ferramentas de gerenciamento de serviços e boas práticas, a fim de se obter o máximo de valor. O sucesso na integração de operações, por meio do chamado “Service Integration and Management” (SIAM), baseia-se em processos, pessoas, organizações e ferramentas. Para ganhar relevância, as ofertas precisam melhorar a experiência do cliente. O objetivo principal desse modelo é de que todos passem a operar, utilizando os mesmos processos de forma efetiva, com o máximo de aproveitamento e independente de qual fornecedor a empresa possui.O modelo ainda garante que a empresa possua sempre os melhores fornecedores do mercado, porque realiza constantemente uma avaliação e análise de resultados entre as companhias e estabelece um processo claro de Onboarding e Offboarding que facilita a substituição, caso seja necessário.

Como administrar as relações

de forma a manter a qualidade da prestação de serviços, evitando o jogo de “empurra-empurra”

quando surge um problema?

Ivan Pretti, graduado em Engenharia da Computação pela Universidade Federal de Itajubá, pós-graduado em Gestão Estratégica da Tecnologia da Informação pela FGV São Paulo e com MBA Executivo em Gestão de Negócios e Estratégia pela HEC Paris. Atua há mais de 10 anos na área de Serviços de Tecnologia da Informação, sendo os últimos quatro, na empresa Atos Brasil.



entrevista

Foto: Claudiomar Vill/Komodo Imagine Motions

N

o primeiro dia da 13ª edição da Abradilan Conexão Farma, ponto de encontro da indústria farmacêutica, os presentes puderam assistir à palestra do médico e escritor Drauzio Varella sobre o tema “Saúde 360°: O Papel da Farmácia no Sistema de Saúde Brasileiro”. Nela, Varella traçou um panorama do sistema de saúde nacional e apontou o papel das farmácias como possíveis peças-chave para o funcionamento perfeito de uma engrenagem que, não só garantiria a sustentabilidade do setor, mas também seria de grande valia à população e salvaria o sistema de saúde do país. “É preciso investir na prevenção de doenças, e as farmácias têm um papel predominante nesse sentido, pois, caso contrário, o sistema irá sucumbir”, alerta. Em entrevista exclusiva para a revista Abradilan, o médico repassou alguns dos principais pontos de sua conferência. Confira a seguir os melhores momentos da conversa.

DrAuzio Varella Para otimizar o sistema de saúde, farmacêuticos devem prestar auxílio médico colaborativo em união com a indústria e a classe médica

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Por Tatiana Ferrador

A começar pelo tema de sua palestra, qual seria o papel das farmácias no sistema de saúde brasileiro? Temos no Brasil cerca de 90 mil farmácias, sendo 70 mil delas independentes ou pequenas redes, e as grandes redes ficam com os 20 mil restantes. Ou seja, há uma expressividade de estabelecimentos, nos lugares mais longínquos, que exercem papel de estabelecimento de saúde. Há de se lembrar que há uma multidão de farmacêuticos espalhados nas pequenas cidades onde as grandes redes não chegam, seja por falta de interesse comercial, pelo número pequeno de vendas, etc. O fato é que, independente da localidade onde vivem, essas pessoas precisam ser atendidas e contar com informações de um profissional de saúde, e nesse sentido não estamos falando apenas de médicos, mas de farmacêuticos também.

essa razão, o papel do farmacêutico como agente de saúde é tão importante. Sua orientação ajuda a evitar a automedicação e, o que é ainda pior, o uso do medicamento errado para tratar um problema que pode ser agravado por esse motivo. A assistência médica dentro da farmácia, que é um estabelecimento de saúde, é fundamental. O sistema de saúde desperdiça ou subutiliza essa mão de obra, então? Com certeza. Para pacientes hipertensos ou diabéticos, por exemplo, as orientações devem ser contínuas. Toda farmácia, por menor que seja, tem um computador, que pode controlar as compras dos pacientes frequentes das redondezas. Se eu, farmacêutico, sei que a “Dona Joana” faz uso diário de remédio para controle da pressão e sua compra foi há mais de 30 dias, devo verificar se ela está tomando o medicamento diariamente, conforme prescrição médica, ou alternando

Não basta vender o remédio. O farmacêutico deve

fornecer ao paciente uma orientação maior. Estamos falando de se estabelecer um ciclo que fideliza o cliente e beneficia a todos, especialmente, a saúde pública.

O senhor quer dizer que há uma carência de informações sobre os cuidados com a saúde? Sim, e é um absurdo que o sistema de saúde não se atente para essa população, não faça uso disso. Essas farmácias menores chegam aonde ninguém chega e podem utilizar os conhecimentos e a proximidade que possuem com os clientes para transmitir informações básicas, preventivas, noções básicas de farmacologia, sobre a utilização de medicamentos, mas não o fazem. Porque não há interesse, não querem ser invasivos

dias, o que é perigoso. O médico que prescreveu o medicamento não tem como controlar isso, mas o farmacêutico, que tem contato mais frequente com a paciente que visita seu estabelecimento, sim. Pode, inclusive, aferir a pressão semanalmente, para ter um histórico que será apresentado ao médico na próxima consulta, por exemplo. Veja, não há substituição do médico pelo farmacêutico, mas, sim, um trabalho de parceria. É preciso que gestores e classe médica entendam que essa mudança é a favor de todos, da medicina.

O acompanhamento não deveria caber ao médico? Sim, claro, mas quantos, de fato, têm acesso a médicos em cidades pequenas? Quantos vão a consultas regularmente? Muitas vezes, esse profissional não existe e, por

E esse controle é feito mais efetivamente nas redes independentes? Certamente que sim, e é por meio desse controle social que a aproximação entre farmácia e paciente acontece,

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Se tivermos um

surto de pacientes com insuficiência renal, o sistema sucumbe.

deixando mais fácil a prestação do serviço. Por exemplo, não basta vender o remédio e correlatos para o tratamento do diabetes, e sim orientar o paciente a caminhar, a controlar a alimentação, para que o tratamento tenha o efeito desejado. E essa orientação deve vir do farmacêutico, continuamente. Há casos em que a relevância dada pelo paciente é maior ao farmacêutico do que ao médico, porque há um convívio, uma proximidade maior, e as orientações, e o reforço delas, ocorrem justamente pelo fato do farmacêutico conhecer os hábitos pouco saudáveis dos pacientes. Estamos falando de se estabelecer um ciclo que fideliza o cliente e beneficia a todos, especialmente, a saúde pública. Quais as consequências de não fazer essas orientações em longo prazo? Metade da população é hipertensa aos 60 anos, e seu descontrole pode causar muitos problemas, como ataques cardíacos, insuficiência renal, derrame cerebral, problemas vasculares, etc. Tratar um paciente hipertenso que desencadeou uma dessas patologias custa muito ao sistema de saúde e não temos como arcar com esse custo. Prevenir um infarto, um derrame, é mais fácil se há acompanhamento médico e orientação farmacêutica acerca do tratamento. Não basta apenas ir ao médico: é preciso saber se o medicamento está fazendo efeito, e é aí que entra o farmacêutico, questionando sobre sintomas, efeitos colaterais e orientando o retorno ao médico. Imagine tratar um paciente com insuficiência renal, que precisa fazer

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hemodiálise pelo menos três vezes na semana. Quanto isso custa aos cofres públicos? Se tivermos um surto de pacientes com insuficiência, o sistema sucumbe. E como fazer essa conscientização da prevenção? Isso é um alerta que leva tempo, claro, mas não vejo políticas públicas nesse sentido, infelizmente. O detalhe: custa barato, precisa apenas de publicidade correta, direcionada. Apenas conscientização. Um bom exemplo tivemos com as campanhas contra o tabagismo. Há pelo menos três, cinco décadas, o número de jovens fumantes chegava a 60%, hoje são 10,8%. Imagina se, nos dias atuais, 60% da população fosse fumante? O SUS não suportaria tratar todo mundo. O que podemos esperar de avanços em parcerias entre indústria, farmácias e profissionais de saúde? A indústria quer vender remédio, e preventivamente venderá mais se, ao mesmo tempo, capacitar os profissionais da “linha de frente” a fim de ajudar a população. Todos tendem a ganhar, basta apenas boa vontade para que isso aconteça. Estamos diante de um potencial enorme de desenvolvimento, mas precisamos criar políticas e ações para isso. Temos um longo caminho pela frente, mas já enxergamos um caminho. Só precisamos colocar em prática e unir todos, indústria, classe médica, farmácias e pacientes em uma mesma causa para que os ganhos apareçam de fato. Precisamos diminuir o número de doentes para a sustentação do sistema.

Foto: Claudiomar Vill/Komodo Imagine Motions

entrevista



capa

Virada de

sucesso O

s números são expressivos: 95 expositores ocupando um espaço de 20 mil m², mais de 7 mil visitantes, 40 horas de palestras e treinamentos, e mais de R$ 200 milhões em negócios gerados. Assim foi a 13ª edição da Abradilan Conexão Farma, que durante os dias 21 e 23 de março reuniu no Expo Center Norte (SP) profissionais envolvidos em todos os elos da cadeia, tais como: indústria, distribuidores de medicamentos, redes varejistas, farmácias e drogarias independentes. Além disso, o evento também congregou representantes de diversos segmentos, como higiene, perfumaria, cosméticos e higiene pessoal, fornecedores de mobiliários e até de sistemas de gestão e automação direcionados ao segmento farma.

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Fotos: Claudiomar Vill

Apostando em competência, engajamento e renovação, a 13ª Abradilan Conexão Farma priorizou o conteúdo técnico e funcionou como um potente centro de negócios


Fotos: Claudiomar Vill / Komodo Imagine Motions.

Por Tatiana Ferrador

Diretoria da Abradilan inicia as atividades da 13ª Abradilan Conexão Farma

O presidente da Abradilan Francisco Chagas

Tínhamos que renovar o

evento e apostamos em algo que marcasse uma virada. Não foi simples, mas acertamos Francisco Chagas

Foram três dias de intensa troca, aprendizado e networking que agradaram a visitantes, expositores e organizadores, os quais, juntos, fizeram do evento um sucesso de público, fortalecendo a atuação do canal farma como mola propulsora da economia. Afinal, o setor cresceu 7,2% em unidades de medicamentos em 2016 e fechou o ano com 936 milhões de produtos comercializados, de acordo com números do IMS Health. E as expectativas para 2017 são ainda mais promissoras, ano em que deverá se tornar o quarto maior mercado em faturamento. A 13ª Abradilan Conexão Farma teve como foco três grandes áreas de abordagem: Desenvolvimento e Gestão, Farma em Destaque e Atividades Sociais de Relacionamento. A ideia, segundo o Presidente da Abradilan, Francisco Chagas, consistia em atualizar informações, discutir tendências de mercado e desenvolver novas competências para fortalecer e potencializar as vendas. E mais: apresentar melhores práticas no PDV com um formato dinâmico e lúdico, incentivar a troca de experiências e conhecer novidades acerca do tema. Sem contar a possibilidade de estreitar o relacionamento com clientes, parceiros e fornecedores.

Inovação Competência, engajamento e renovação marcaram a edição de 2017 da Abradilan Conexão Farma, que intensificou o debate sobre a venda de produtos farmacêuticos e correlatos. De acordo com Chagas, a opção de priorizar conteúdos, possibilitando 26 horas de temas técnicos

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capa

Público prestigia as palestras do evento

O grande destaque desta

edição foi o investimento em um conteúdo técnico Danilo Bertolletti

e motivacionais, fez toda a diferença. “Mas a Abradilan Conexão Farma foi um grande sucesso também graças à equipe que possibilitou e organizou um evento de tamanha magnitude. Mudanças sempre proporcionam preocupação, mas quando pensamos em um evento que estava indo para a sua 13ª edição, com um nome consolidado no mercado, as preocupações em promover alterações drásticas são maiores”, observa. “Mas tínhamos que renovar o evento e apostamos em algo radical, que marcasse uma virada. Não foi simples, mas posso afirmar que acertamos em nossas opções”, avalia. De fato, o evento foi fruto de um trabalho conjunto que culminou em resultados surpreendentes. Mais do que ideias inovadoras, houve, por parte da diretoria da entidade, um voto de confiança de que era possível um evento já consolidado ir além e entregar ainda mais. “Nossa diretoria acreditou que poderíamos nos reinventar, e os profissionais que orga-

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Eduardo Rocha, diretor de relacionamento com parceiros estratégicos da QuintilesIMS

Fotos: Claudiomar Vill / Komodo Imagine Motions.

destinado ao varejista

Cadri Awad, diretor do Instituto Bulla


O evento foi bom, bem

organizado, atendendo aos nossos objetivos e garantindo os resultados, uma vez que conseguimos estreitar o relacionamento com os nossos clientes. Destaco a excelente estrutura do Pavilhão

Sueli Beck de Oliveira, Analista de Marketing da EMS Genéricos

O evento foi ótimo. Sem

dúvida, trabalhar junto às marcas que lá estiveram somou muito

Regis Rodero, Diretor Comercial da Metalfarma

Para a nossa empresa,

Olavo Rodrigues, Superintendente de P&D da Natulab

nizaram o evento, sob as orientações do Danilo Bertolletti, Gerente Executivo da Abradilan, o fizeram com maestria, cuidando de tudo nos mínimos detalhes”, aponta Chagas. De acordo com o Gerente Executivo da Abradilan, a repercussão pós-evento tem sido extremamente positiva. “O grande destaque desta edição foi o investimento em um conteúdo técnico destinado ao varejista, pois essa novidade gerou bastante interesse dos profissionais de farmácia, que nos reivindicaram a continuidade do projeto, inclusive com mais horários e opções”, explica. Bertolletti enfatiza ainda que a realização de uma feira desse porte não é algo simples, e que só foi possível graças a uma “imensa e competente” equipe que não mediu esforços para que as expectativas dos investidores e participantes fossem superadas. “Não fizemos nada sozinhos, e o destaque especial dessa edição foi para a nossa diretoria, que teve coragem para apos-

esta foi a melhor de todas as edições da Abradilan Conexão Farma. Os resultados foram muito bons. Fizemos um trabalho antes da feira que, somado ao espaço e design do estande, nos ajudou muito Rose Alexandra, Coordenadora de Trade Marketing da Pharmascience Indústria Farmacêutica

” Kal Rodrigues, Gerente Nacional de Vendas da Geolab

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capa

Participo dos eventos

da Abradilan há bastante tempo, e posso afirmar que este foi o melhor Edison Tamascia

tar em mudanças e nos deu confiança e incentivo para inovar. Agora, é iniciar os trabalhos para a edição do próximo ano, que desta vez será no São Paulo Expo”, acrescenta, observando ainda que a mudança de local para a próxima edição está ligada a uma aposta no crescimento exponencial, o que exige um espaço maior, com total infraestrutura. “Nós já iniciamos os trabalhos para a edição de 2018, que será realizada entre os dias 20 e 22 de março, com mais novidades surpreendentes que anunciaremos em breve”, garante.

Estandes cheios

Fotos: Claudiomar Vill / Komodo Imagine Motions.

Estandes cheios, realização de negócios e geração de relacionamentos compuseram o cenário da 13ª Conexão Abradilan Farma. O Diretor da Unidade de Genéricos Merck, Eduardo Lima, afirma que a feira possibilitou uma maior proximidade com parceiros. “Pelo fato de estarmos vivendo um momento especial, atuando com um novo modelo de gestão de portfólio e comercialização de produtos genéricos, o evento foi de extrema importância para fortalecermos ainda mais nossa atuação neste segmento”,

detalha. Para o Presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independetes de Farmácias (Febrafar) e da Farmarcas, Edison Tamascia, este ano, o evento surpreendeu positivamente, por conta da qualidade dos conteúdos e da grande movimentação. “Essa é uma oportunidade única de nos reunirmos com parceiros, vermos as novidades e fortalecermos as parcerias, e fizemos isso com sucesso nesta edição”, afirma. “Participo ativamente dos eventos da Abradilan há bastante tempo, cerca de nove anos, e posso afirmar que este foi o melhor em que estive”, completa. Na visão de Tamascia, uma série de fatores contribuiu para tal percepção, em especial, o aperfeiçoamento da estrutura da feira e a inovação na proposta, que agradou tanto os distribuidores como os varejistas. “Além disso, a grande quantidade de eventos de qualificação que ocorria em vários locais, e que contava com presença de profissionais de renome, contribuiu para a satisfação geral”, acrescenta, observando ainda que foi “absolutamente sensacional” circular pela feira e encontrar estandes cheios, público qualificado e bons negócios sendo realizados. “A opinião geral era de grande satisfação com o evento e com as expectativas sendo totalmente atingidas”, conclui. O diretor da Orgafarma, Vinícius Andrade, observa que a Abradilan Conexão Farma representa um momento único para todo o mercado farmacêutico, já que se trata de uma oportunidade na qual todos os elos da cadeia se encontram em um evento focado em geração de negócios, relacionamento e conteúdo técnico. “Nossas expectativas foram superadas. Gostamos muito do novo modelo do evento, em novos dias da semana, treinamentos e palestras de alto nível, e uma presença fortíssima do varejo. Sem contar a gama muito diversificada e relevante de expositores”, sublinha.

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“A organização do evento estava muito boa e a feira, bem focada. Minha avaliação da Abradilan Conexão Farma foi muito positiva. Sobre os resultados no estande, foram ótimos. Fizemos excelentes contatos para negócios futuros”

Maria de Lourdes Vertuan, Responsável Técnica e Diretora da La Vertuan Dermocosméticos

“Como análise geral, houve um número maior de palestras para negócios. O uso do aplicativo para agendamento do evento e conferências foi ótimo. Entendemos que o evento foi melhor que o do ano passado, pois, em relação aos negócios e relacionamentos, iniciamos vários contatos para promover negociações futuras e potenciais parcerias sustentáveis”

Regilene Pontes, Coordenadora Comercial do Clube Multifar

Geração de negócios Diretora de Marketing e Trade Marketing da Natulab, Ivana Marques destaca que o espaço para as conferências foi muito importante para abordar mercado, tendências e economia, entre outros assuntos. “As expectativas da Natulab foram superadas nesta edição, sendo este o melhor ano em geração de negócios, no mínimo o dobro quando comparamos com as edições anteriores”, comemora. “Com certeza a realização da feira em São Paulo foi um ponto de destaque para atrair esse seleto público. O estande Natulab estava sempre lotado, com uma média de 2 mil visitantes por dia”, complementa. A Natulab teve a oportunidade, inclusive, de contar com seu Superintendente de Pesquisa e Desenvolvimento, Olavo Rodrigues, como um dos conferencistas, com a palestra “Fitoterápicos: ampliando opções de tratamento, diversificando as vendas”. Na visão da Coordenadora de Marketing de Consumo da Melhoramentos CMPC, Angélica Woicik, a feira conseguiu reunir um público muito interessante para o propósito da companhia, que consistia em entrar em contato com distribuidores interessados nos produtos da empresa. “Recebemos visitas constantemente e o fluxo foi mui-

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capa

Um bate-papo entre os ex-atletas Ronaldo Fenômeno e Glenda Kozlowski

to bom no geral”, avalia. No entendimento da Gestora de Negócios e Relacionamentos da Cifarma, Cristina Guimarães, o evento, além de promover a prospecção de novos clientes, funcionou como fonte de troca de experiências e aprimoramento, com destaque para as palestras de alto nível. “Como expositora, destaco o Encontro de Líderes, por favorecer a participação dos laboratórios devido ao horário”, aponta, acrescentando que, em sua visão, trata-se de um evento direcionado para a concretização de ações comerciais, desde grandes negociações com os distribuidores até momentos de confraternização e relacionamento. “Prospectamos novos e diferentes negócios, graças a contatos com diversos fornecedores que nos procuraram”, conclui. O que mais chamou a atenção da Diretora de Trade Marketing da Neo Química, Rérica Ghirelli, foi o direcionamento da feira para temas assertivos, como práticas de exposição no PDV, tendências de mercado e meios para potencialização de vendas. “A Abradilan Conexão Farma é um dos eventos mais importantes do setor, pois permite a capacitação do público presente, a troca de experiências dentro da

Jornalista Miriam Leitão

Importância e pujança

De acordo com o Gerente Executivo da Abradilan, Danilo Bertolletti, a feira teve como principal objetivo estreitar o relacionamento entre visitantes e expositores do setor farmacêutico, bem como promover a realização de novos negócios, abrindo, assim, as portas de um grande mercado para indústrias e empresas que desejam ampliar sua atuação no canal farma. O resultado do evento foi tão positivo que, segundo o Diretor Financeiro da Abradilan, João Marchiori, ao término, algumas decisões para a próxima edição já haviam sido tomadas. “Neste ano, apostamos em uma proposta mais arrojada e saímos satisfeitos, pois acertamos muito mais do que erramos”, explica ele, mostrando, com isso, a pujança do setor e a importância de eventos como o Abradilan Conexão Farma para o segmento.

Médico e escritor Drauzio Varella

Show da dupla Fernando & Sorocaba encerrou o evento

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positiva, pois foi um evento muito bem organizado, com grandes empresas e palestrantes interessantes. Pudemos expor nossos lançamentos e apresentá-los

Fotos: Claudiomar Vill / Komodo Imagine Motions.

“A minha avaliação é bastante

ao público”

Ascelino de Almeida, Gerente de Contas da Tommasi Trading

Professor e filósofo Mario Sergio Cortella

o varejo, contribuíram

indústria e a oportunidade de reunir parceiros em potencial, clientes e fornecedores no mesmo espaço”, avalia. Na visão do Presidente do Conselho de Administração da Teuto, Ítalo Melo, o evento foi cenário, mais uma vez, para uma melhor aproximação entre os distribuidores nacionais e a empresa, que, neste ano, comemora seus 70 anos de Brasil. “Como o principal evento do segmento farmacêutico nacional, a Abradilan Conexão Farma nos possibilita estarmos mais próximos de nossos parceiros, apresentando todas as novidades da indústria e os últimos lançamentos, com uma média de 50 produtos por ano. E este ano não foi diferente. Mais uma vez, foi um grande sucesso”, comemora.

para a permanência dos

Presenças ilustres

Uma das melhorEs

feiras que a Abradilan já realizou, com um excelente público. A mudança dos dias da feira, além das várias atrações simultâneas para

visitantes por mais tempo, favorecendo a realização de negócios e visibilidade dos produtos e empresas. Isso garantiu resultados excelentes, com negócios concretizados e prospectados, e aprimoramento das relações institucionais com clientes distribuidores e do varejo

Rodrigo Rossa, diretor executivo da Ecofitus

A 13ª Conexão Abradilan Farma foi idealizada para atender a três frentes de mercado: geração de negócios; disponibilização de conteúdos técnicos e de desenvolvimento e gestão, com palestras e apresentações; e um espaço especial para atividades sociais e relacionamento. Todas as palestras ocorridas no evento, tanto no auditório principal quanto no próprio estande da Abradilan, tiveram lotação máxima, formando longas filas na entrada. Entre os destaques, ficaram as apresentações do professor e filósofo Mario Sergio Cortella, com sua palestra “Da oportunidade ao êxito: mudar é complicado? Acomodar é perecer!”; do médico e escritor Drauzio Varella, falando sobre a “Saúde 360°: O papel da farmácia no sistema de saúde brasileiro”; e da jornalista e economista Miriam Leitão, que esteve à frente do Encontro de Líderes, com a palestra “Conjuntura Política e Econômica do Brasil e Perspectivas”. Ao final do evento, os presentes assistiram ao show da dupla sertaneja Fernando & Sorocaba.

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MERCADO

Diabetes tipo 2 ganha genérico inédito Pacientes que sofrem de diabetes tipo 2 agora terão acesso a um medicamento genérico específico para o controle glicêmico. A dapagliflozina teve o registro aprovado e publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no último dia 27 de março. A droga, cuja referência farmacêutica é o Forxiga®, é indicada em conjunto com exercícios físicos e uma dieta alimentar balanceada, que deve ajudar a normalizar os níveis de açúcar no sangue. Segundo o órgão, a droga não é aconselhada para pacientes com diabetes tipo 1, pessoas com problemas renais ou doenças cardiovasculares. Ainda segundo a agência, a dapagliflozina funciona ao bloquear o cotransportador sódio-glicose 2 (SGLT2), uma proteína responsável pela reabsorção da glicose nos rins. Este bloqueio acarreta na eliminação do excesso de glicose na urina, o que propicia uma melhora no controle do diabetes mellitus tipo 2.

Lista de substâncias entorpecentes é atualizada A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a inclusão de 28 itens em suas listas de substâncias controladas. Destes, 12 entraram por serem drogas com ação no sistema nervoso central, passíveis de causar dependência física ou psíquica. Além disso, foram inseridos 13 adendos referentes à sua regulação e três novos sinônimos dos controlados. Segundo Dirceu Barbano, diretor presidente do órgão, os novos itens foram incluídos por serem “[...] produtos que simulam efeitos semelhantes ao de outras drogas ilícitas já conhecidas, como ópio, heroína e LSD, que agem sobre o sistema nervoso central e podem provocar alucinações”. Os novos adendos se deram em conformidade com os requisitos internacionais que constam nas convenções da Organização das Nações Unidas (ONU) das quais o Brasil é signatário: sobre Entorpecentes (1961) e Substâncias Psicotrópicas (1971). E em conformidade com a 59ª Reunião da Comissão de Drogas Narcóticas (CND) do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

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Medicamento para leucemia infantil - importação autorizada Em virtude do risco de desabastecimento no país e para atender a uma demanda emergencial, o Ministério da Saúde autorizou a importação da droga L-asparaginase, destinada ao tratamento da leucemia linfoide aguda em crianças, até setembro. O medicamento, que não possui substitutos, é importante principalmente no primeiro mês de tratamento, pois ajuda no controle da proliferação das células cancerígenas, além de também diminuir as chances de que o quadro volte posteriormente. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), diante da indisponibilidade de medicamentos no mercado nacional e do risco de desabastecimento, o órgão tem competência para, excepcionalmente, autorizar o Ministério da Saúde a importá-los até setembro de 2017, sendo este prazo passível de renovação, dependendo das condições de produção nacionais.

Anvisa aprova novo medicamento contra a obesidade A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o registro do medicamento Belviq® (cloridrato de lorcasserina hemihidratado), destinado ao tratamento da obesidade para pacientes com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30, ou para pessoas com sobrepeso (IMC maior ou igual a 27) que também têm pelo menos um outro distúrbio relacionado ao peso, como hipertensão, dislipidemia, doença cardiovascular, diabetes tipo 2 ou apneia do sono. O novo medicamento funciona ativando um receptor específico de serotonina no hipotálamo, que é o principal centro de controle do balanço energético no organismo. Lá, aumenta a produção do hormônio melanocortina, que resulta na redução do apetite. Este é o único medicamento que age especificamente neste receptor. De acordo com o órgão, o tratamento deve ser associado a uma dieta de redução de consumo calórico e ao aumento da atividade física. Com o registro da droga, totalizam quatro os medicamentos disponíveis no país para o controle da obesidade – cloridrato de lorcasserina hemihidratado, orlistat, sibutramina e liraglutida.


LISANDRO SCIUTTO

Como levar a

internet das coisas ao próximo nível? Nos dias atuais, a Internet das Coisas (IoT) apresenta uma grande oportunidade para a indústria, principalmente se considerarmos a maneira como as transformações digitais alteraram a forma como as pessoas se comunicam e se relacionam entre si e com o ambiente em que vivem. Apesar disso, muitas organizações ainda estão céticas ou desorientadas em relação à IoT. E, embora algumas empresas já tenham muitos componentes da IoT instalados, esses aplicativos são frequentemente agrupados ou fazem parte de uma Intranet, em vez de uma Internet. Por isso, um novo padrão de estratégia é necessário para levar a IoT ao próximo nível. Mesmo com a crescente adoção de Big Data pela indústria, e com sensores menores e de custo cada vez mais acessível, ainda há muito a evoluir. Segundo uma pesquisa de 2015 da Accenture, “Da produtividade aos resultados: usando a Internet das Coisas para conduzir futuras estratégias de negócios”, 84% dos principais executivos de empresas acredita que suas companhias têm a capacidade de criar novos fluxos de renda baseados em serviços usando o IoT. No entanto, apenas 7% desenvolveu uma estratégia abrangente e direcionou investimentos à IoT.

Conectividade,

armazenamento na nuvem, automação e análise de dados são fatores essenciais para uma estratégia eficiente e

completa

Um sistema IoT não é algo que uma companhia possa comprar e ativar, nem é uma peça de hardware ou software a ser comprado e implementado em alguns dias. Ele pode ser descrito de modo mais adequado como uma mentalidade ou estratégia que alavanca várias tecnologias em um plano coeso. O Big Data é um componente crítico desse plano, mas o gerenciamento desses dados é um dos principais desafios. Ron Miller, do site “TechCrunch”, abordou no artigo “Se você acha que o Big Data é ‘big’ agora, espere só” a imensa quantidade de dados que o IoT pode criar. “A promessa de Big Data deu início a uma era de inteligência de dados. Provenientes desde máquinas até fluxos de pensamento humano, atualmente, coletamos mais informações a cada dia, tanto que 90% dos dados no mundo de hoje foram criados apenas nos últimos dois anos. De fato, todos os dias criamos 2.5 quintilhões de bytes de dados – de acordo com algumas estimativas, isso equivale a um novo Google a cada quatro dias. E a taxa só está aumentando”, explica Miller. Essa quantidade pode ser paralisante. Segundo o Gartner, as indústrias são forçadas a encontrar e dominar o alinhamento, a convergência e a integração dos ambientes de TI e tecnologia operacional (OT). Isso exige novos projetos organizacionais, e habilidades e responsabilidades técnicas que antes não eram necessárias. Conectividade, armazenamento na nuvem, automação e análise de dados são fatores que devem ser dominados antes que uma estratégia abrangente possa ser implementada. A conectividade – dentro e fora da planta –, a aplicação de dados coletados e uma mudança na mentalidade da companhia farão uma grande diferença. Lisandro Sciutto, Diretor de Produtos da Infor LATAM, provedora de aplicações empresariais específicas por mercado e desenvolvidas para a nuvem.

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Farmácias populares

Boas, bonitas e

acessíveis

A

proposta de um modelo de farmácia que conjugue aparência chamativa, instalações práticas e, acima de tudo, um mix de produtos a preço competitivo vem conquistando o Brasil. São as chamadas farmácias populares. Elas contam com um posicionamento estratégico bem definido e são reconhecidas em qualquer canto do país como referência em preços acessíveis, assim como pelo alto nível de atendimento, excelência na gestão e marcante identidade visual que as diferenciam das demais redes. De acordo com dados da Associação Multimarcas de Farmácias (Farmarcas), em 2016, o segmento de

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Por Daniel Sender

Reconhecidas pelo alto nível de atendimento, excelência na gestão e identidade visual marcante, as farmácias populares estão conquistando o Brasil

É um erro associar

farmácias populares a lojas feias e mal estruturadas, pois esse modelo se preocupa com a disposição de produtos e o design do ambiente Edison Tamascia

farmácias populares apresentou um crescimento de 83,44% e movimentou R$ 683 milhões. No entender do presidente da entidade, Edison Tamascia, que também preside a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e a rede Ultrapopular, o crescimento pode ser explicado pela fidelidade ao verdadeiro modelo das farmácias populares. “Existem farmácias que apenas pintam sua fachada de vermelho e acreditam que estão dentro do modelo popular. Mas, para ser uma farmácia realmente popular, é preciso muito mais que isso. É preciso seguir o modelo correto de gestão, oferecendo preços realmente mais acessíveis. Por mais que o medicamento seja um produto de primeira necessidade, a busca pelos melhores preços sempre será o fator determinante de compra”, explica ele. Na visão de Evandro Rodrigues da Silva, diretor de marketing e expansão da rede Poup Aqui, o avanço está relacionado a uma combinação de amadurecimento do setor farmacêutico com acessibilidade. “O varejo farma tem passado por profundas mudanças nos últimos 10 anos, e o modelo popular vem amadurecendo e promovendo um maior acesso aos medicamentos para as classes menos favorecidas. Num momento de profunda recessão e desemprego, todos querem gastar menos com tudo, incluindo medicamentos caros que são de uso obrigatório”, observa. Segundo uma pesquisa recente do Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (IFEPEC), 45% dos consumidores que entram nas farmácias acabam adquirindo produtos diferentes dos quais pretendia comprar, como genéricos ou similares, e quase sua totalidade faz essa troca em busca da economia. “Isso mostra que os consumidores estão mais propensos a comprar medicamentos genéricos, especialmente por serem mais baratos. É aí que se encontra a importância de diminuir os custos e ter melhores processos administrativos nas empresas, pois todos estes fatores estarão refletidos no preço final”, comenta Tamascia.

O modelo No entender de Rodrigues da Silva, a ideia de baratear os custos gerais do negócio para poder diminuir os preços passa por uma série de atos de gestão, os quais tornam a estrutura física e operacional das farmácias populares única em comparação com as

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Farmácias populares

convencionais. “Para oferecer um preço mais baixo, é necessário que a operação seja mais econômica e enxuta, a fim de que seja possível transferir a economia para o preço final. Assim, é fundamental que haja uma gestão efetiva dos custos operacionais, com uma loja mais compacta, serviços restritos, mix de produtos mais enxuto, controle muito apurado de estoque, bem como uma operação mais leve e descomplicada para atender mais clientes”, indica. Segundo Tamascia, por não serem um modelo de farmácia de serviços, como normalmente são as grandes redes convencionais, que oferecem entrega a domicílio, atendimento telefônico e funcionamento 24 horas por dia, as farmácias populares conseguem reduzir o custo ao essencial sem perder em qualidade. “Em relação ao mix de produtos e ao espaço físico, as farmácias populares possuem uma variedade muito próxima às demais. A principal diferença é que, numa farmácia popular, tem-se uma redução no oferecimento de produtos e serviços adicionais, no horário de trabalho e no custo operacional, que reflete no preço final”, elucida. Tamascia observa ainda que não é correto relacionar o modelo popular a um empreendimento mal organizado, uma vez que a otimização dos processos é a principal virtude do padrão popular. “É um erro associar farmácias populares a lojas feias e mal estruturadas, pois nesse modelo de negócio é necessário uma grande preocupação com a disposição de produtos e o design do ambiente. Além disso, muitas vezes, as farmácias do modelo têm o mesmo investimento em marketing que as convencionais, pois isso é uma necessidade”, garante.

Franquias: uma rede de segurança Na visão de Rodrigues da Silva, outra característica marcante do modelo popular são as franquias, que impulsionam a estratégia de fortalecimento geral da marca e ainda aumentam o poder de negociação junto aos distribuidores. “A grande vantagem de adquirir ou migrar para um empreendimento desse modelo é a mudança radical na imagem, no preço e na rentabilidade da empresa. O modelo oferece muito mais competitividade frente aos concorrentes e permite que o empresário possa planejar o crescimento e a ampliação do negócio”, explica. No modelo popular, o franqueado recebe todo o know-how para que trabalhe dentro de um molde pautado pela gestão eficaz de

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Mercado Segundo levantamento realizado em 2016 pela QuintilesIMS, empresa americana especializada em análises de mercado para o setor de saúde, o Brasil é atualmente o 7° maior mercado farmacêutico do mundo e tende a se tornar o 5° até 2020. O estudo mostrou também que os analgésicos não narcóticos e antipiréticos são a variedade de medicamentos mais vendida no país, com faturamento de R$ 3,82 bilhões – ou 4,5% do total. Em seguida, vêm os antidepressivos e estabilizadores do humor, com vendas de R$ 3,45 bilhões e crescimento de 18,2% em comparação com 2015. Em 3° lugar, ficam as preparações reguladoras do colesterol e triglicerídeos, com o montante de R$ 3,02 bilhões.


compras, vendas e custos, aponta Rodrigues da Silva, usando a Poup Aqui como exemplo para ilustrar. “Nós trabalhamos com força na política comercial, na remuneração da equipe por rentabilidade da loja e num sistema de compras bem diferente do tradicional. Além disso, criamos um mix mais enxuto e elaborado, otimizando o investimento e proporcionando a possibilidade de multiplicação de lojas, com acompanhamento na gestão dos estoques, perfis de vendas, performance da equipe, entre outros”, assinala ele, acrescentando ainda que, dentro do seu planejamento de marketing, a empresa lança campanhas e ações para o ano todo, a fim de fortalecer a marca. Toda essa assistência oferecida por uma franquia, segundo explica Tamascia, é essencial e cria uma rede de segurança para o investidor. “Hoje posso afirmar que fazer parte de um agrupamento é uma vantagem. Os empreendedores precisam entender que, estando em um grupo, têm processos administrativos e gerenciais bem definidos e estruturados, e que dessa forma é muito mais fácil prosperar”, aponta ele, observando também que, dentro de um grupo, o poder de negociação do empreeendedor é impulsionado, o que, somado aos demais fatores, faz com que o modelo cresça com maior facilidade.

Profissionalismo

Para oferecer preço baixo, a operação deve ser mais

econômica e enxuta, para que seja possível transferir a economia para o preço final Evandro Rodrigues da Silva

O presidente da Febrafar registra ainda que o modelo popular corresponde às exigências de um mercado onde não há mais espaço para o amadorismo. “Uma visão de mercado sem um processo gerencial inteligente não é mais compatível com a realidade. Assim, o associativismo torna-se mais uma vez o principal diferencial, pois proporciona capacitação e competitividade dentro de um mercado cada vez mais desafiador”, frisa. Rodrigues da Silva tem uma opinião semelhante e acredita que, hoje em dia, um modelo de gestão com poucos conhecimentos gerenciais que seja bem-sucedido é impossível. “O mercado farmacêutico é bastante sedutor e diferenciado, mas mudou muito nos últimos 20 anos. Antes, havia empresários bem-sucedidos com poucos conhecimentos de gestão. Hoje, é absolutamente necessário ter um domínio na gestão de negócios e pessoas, bem como visão empresarial, para enfrentar um mercado que está cada vez mais competitivo e profissional”, finaliza.

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rogério gabriel

Sobrevivi à crise de 2016 Quais são os próximos passos para ampliar os negócios?

Os detalhes mais importantes são a qualidade

e inovação dos produtos e serviços. Isso fará com que você conquiste credibilidade no mercado. O ano de 2016 foi marcado pelo agravamento da crise econômica que afeta o Brasil nos últimos tempos. Os índices de desemprego subiram, com um saldo de mais de 12 milhões de pessoas sem ocupação, e mais de 100 mil pontos de trabalho foram fechados, segundo dados do IBGE. Esse cenário de instabilidade preocupou a todos, inclusive, aos brasileiros que são donos do próprio negócio. Mas, mesmo em meio à turbulência, foi possível atravessar esse cenário desafiador e até prosperar. O setor de franquias, segmento em que atuo, obteve crescimento de 8% no último ano, segundo a Associação Brasileira de Franchising (ABF), e tem a projeção de aumento de 7 a 9% neste ano. Quem sobreviveu à crise deve estar pensando qual é o próximo passo para ampliar os negócios e alcançar a estabilidade. Com o país caminhando para mudanças no cenário político e econômico, acredito que ainda é preciso ter cautela em sua empresa. O controle das finanças agora deve ser mais rigoroso. Investimentos são importantes e fundamentais, mas é preciso avaliar com calma todas as vantagens e desvantagens antes de correr riscos. O momento pede atenção. Porém, os detalhes mais importantes, e que definem o sobressalto mesmo depois da crise, são a qualidade e inovação dos produtos e serviços oferecidos. Esses fatores lhe diferenciam dos concorrentes. Seja único, inovador, ofereça algo que os outros não têm. Isso fará com que você conquiste credibilidade no mercado.

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Em meu investimento, por exemplo, busquei novos horizontes para expandir os negócios, e mesmo neste cenário dei o primeiro passo para a internacionalização da empresa, com a abertura de uma primeira franquia na Angola. Outra medida foi trazer inovação à marca em uma aliança com a famosa turminha dos gibis. Além disso, ampliei o leque de opções de cursos na área digital, que é uma das mais promissoras do século XXI. Acreditem, deu muito certo. E, por último, mas não menos importante, é estar atento às tendências do mercado. Uma grande novidade é o interesse da geração Y nos negócios. Os jovens vêm se mostrando mais avessos aos modelos de trabalhos convencionais e estão em busca do próprio negócio. A ABF também apontou que a maioria dos donos de microfranquias possui entre 25 e 36 anos – portanto, pertencente à geração Y. Logo, este é um nicho que tem muito potencial. Com o dinheiro em falta, esses modelos com investimento até R$ 90 mil têm se tornado um ponto forte da área. Por isso, se você acredita em seu segmento, não é hora de desanimar. Seu negócio passou por todas essas dificuldades, e isso mostra que ele tem força para continuar crescendo. Veja as oportunidades que o setor apresenta e vá a luta. Lembre-se, o sucesso do empreendimento está no esforço do empreendedor. Rogério Gabriel é fundador e presidente do Grupo Prepara, detentor das marcas Prepara Cursos, Ensina Mais e das recém-lançadas English Talk e Pingu’s English. Formado em Ciência da Matemática e Computação pela Unicamp, com MBA em Marketing pela FGV, ele teve a sua trajetória retratada no “#VQD - VAI QUE DÁ”, livro que traz dez histórias de empreendedores que criaram empresas de alto impacto.



genéricos

Preço baixo e alta rentabilidade

O ramo dos genéricos tende a se expandir e tornar-se o motor do crescimento da indústria farmacêutica no país. Veja qual é o papel do varejista neste cenário

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Por Daniel Sender

A

indústria dos medicamentos genéricos fechou o primeiro trimestre de 2017 com crescimento de 9,86% no volume de vendas frente ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). No total, entre janeiro e março deste ano, foram comercializadas 303 milhões de unidades de medicamentos contra 276 milhões no mesmo intervalo de 2016. Ainda segundo a entidade, as vendas totais da indústria farmacêutica cresceram 1,9% no mesmo período. Os números representam uma movimentação de R$ 1,7 bilhão somente no período indicado, valor 17,62% maior que o verificado em 2016. Esse desempenho mostra mais uma vez que o ramo dos genéricos tende a aumentar cada vez mais e tomar a posição de motor do crescimento da indústria farmacêutica no país. Para a presidente da PróGenéricos, Telma Salles, os resultados confirmam a tendência. “Os genéricos seguem sendo uma opção confiável e mais

e segura de reduzir os custos de um tratamento é através da mudança para os genéricos”, esclarece.

Vendendo genéricos Para a presidente da PróGenéricos, o consumidor conhece e confia cada vez mais nos genéricos. “Essa é a melhor política de vendas a ser seguida: a confiança do consumidor. Os genéricos são, por lei, intercambiáveis, ou seja, podem substituir os medicamentos de referência, e a troca pode ser sugerida na farmácia”, aponta Salles. Para ela, também é importante notar que os descontos arrojados oferecidos nos medicamentos genéricos têm grande papel no crescimento do setor, o que deve impulsionar as vendas. “Essa combinação de qualidade, confiança e preço baixo é o melhor argumento que podemos usar para orientar adequadamente o consumidor”, completa. Na visão de Lima, é preciso enfatizar mais a eficácia dos medicamentos genéricos e fazer com que o consumidor conheça

As empresas devem dar subsídios aos balconistas para que

contornem as objeções aos genéricos. Os distribuidores são os que mais têm a ganhar com projetos de capacitação, pois quem faz o mercado girar é o balcão das drogarias

Luiz Antonio de Lima, sócio e diretor da Desenvolva Consultoria & Treinamento

barata para os consumidores. Seguros, confiáveis e substancialmente mais baratos, eles tendem a ganhar terreno rapidamente, quando são disponibilizados no mercado. O binômio qualidade e preço baixo faz dos genéricos um segmento de grande atratividade para o consumidor”, explica. De acordo com Luiz Antonio de Lima, sócio e diretor da Desenvolva Consultoria & Treinamento, especializada em auxiliar o varejo farmacêutico, as drogarias temiam que, com os genéricos, houvesse uma perda de rentabilidade no setor, pois eles competiriam com o medicamento de referência. “Porém, o tempo mostrou que, com preço baixo e alta rentabilidade, o genérico na realidade tornou-se um grupo de composição hoje indispensável em qualquer varejo farmacêutico”, observa ele, acrescentando que essa categoria de medicamentos tende a tomar o espaço dos medicamentos de referência, principalmente por conta da diminuição da capacidade de consumo. “Com a crise, houve uma mudança no poder de compra da população, que impulsionou uma migração para os medicamentos genéricos, pois a forma mais fácil

plenamente a lei da intercambialidade, pois, segundo ele, com preços justos e uma boa orientação, o paciente não tem argumentos para não comprar os genéricos. Para isso, ele indica ser necessário que o varejo busque a capacitação de seus funcionários. “O varejo farmacêutico tem o apoio das distribuidoras e, neste momento, as empresas devem continuar a dar subsídios através de treinamentos e capacitação aos balconistas, para que contornem as objeções aos genéricos. Os distribuidores são os que mais têm a ganhar lançando projetos de capacitação focados nessas necessidades, pois quem faz o mercado girar é o balcão das drogarias”, explica. No entendimento de Salles, é necessário que o consumidor saiba que os medicamentos genéricos estão submetidos aos mesmos rigores que os referenciais. “Os testes de qualidade realizados lote a lote pelas empresas fabricantes garantem a eficácia pretendida. Ou seja, as regras de qualidade são iguais para todos e, além disso, os genéricos são, por vezes, produzidos pelas mesmas indústrias que possuem em suas linhas de fabricação medicamentos de referência”, sublinha.

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GUSTAVO SANTARÉM

Automação

de processos reduz custos e aumenta a produtividade O comportamento do consumidor é um grande direcionador dos negócios. Por isso, a utilização de um autosserviço e atendimento multicanal, que valorize a experiência dele, são demandas crescentes e cada vez mais comuns nas companhias. Os serviços automatizados para service desk não só reduzem os custos, como também tornam a empresa mais produtiva e competitiva, e ainda a colocam em um patamar diferenciado no mercado, visto que 50% das interações com os clientes será influenciada por soluções de real-time analytics em 2018, segundo o Gartner. Por meio de análises cognitivas em grande volume de dados, é possível reduzir os chamados que dependem da operação humana, a fim de garantir maior produtividade da equipe.

telefônica, o analista só consegue prestar assistência a um único cliente, ao passo que por chat, a título de exemplo, é possível atender mais de uma pessoa simultaneamente. Embora o atendimento automatizado de service desk seja eficaz em diversos segmentos da economia, ele é mais bem aproveitado, principalmente, nos setores que demandam maior interação com o público, ou que apresentem muitos processos, como serviços, indústria e setor financeiro. Nesses casos, a pressão por resultados é grande, há volume considerável que permite a automação e o ambiente precisa estar disponível para gerar resultados. Mas é importante ressaltar a necessidade de se respeitar os limites, a maturidade e o momento de cada setor ou companhia. Os bancos, por exemplo, têm extremo cuidado com a segurança da informação. São particularidades que preci-

Os meios digitais geram menos perda de atendimento

e maior satisfação do usuário. Para isso, deve-se avaliar com rigor a cultura e o perfil do cliente A possibilidade de atendimento por diversos canais, como chat, redes sociais, aplicativos de mensagens, portais e outros meios digitais, deixa o ambiente mais disponível, gerando menos perda de atendimento e maior satisfação do usuário, o qual, além de acessar o serviço pelo canal mais conveniente, tem autonomia para resolver problemas a partir do autosserviço. Ainda segundo o Gartner, em 2015, 74% dos clientes utilizava mais de três canais de atendimento, sendo que 68% deles desejava resolver suas solicitações através de autosserviço. Apesar de o telefone ainda ser o principal meio de contato com o service desk, é considerado o método mais caro, se comparado aos outros canais de atendimento. Isso porque, além do custo operacional, durante uma chamada

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sam ser levadas em consideração para o bom andamento do negócio e a preservação dos clientes. Além disso, a cultura e o perfil dos usuários devem ser avaliados criteriosamente para que essas tecnologias sejam devidamente utilizadas. Ao automatizar as tarefas do dia a dia, o empregador torna o ambiente mais acessível e oferece uma proposta mais competitiva ao mercado, liberando a mão de obra humana para atividades que realmente exijam o conhecimento de um profissional qualificado. Tudo isso converge para a redução de custo e satisfação do usuário. A inteligência humana não será substituída, mas canalizada para setores em que possa ser explorada e melhor aproveitada para gerar ganhos reais. Gustavo Santarém, é gerente de Produto de Serviços Gerenciados de TI da Algar Tech.



Qualidade de vida

bom para ambos os lados

Considerado o 5° maior mercado do mundo no segmento, o setor de nutrição esportiva no Brasil está pronto para unir forças com o setor farmacêutico

U

ma pesquisa do ano passado, realizada pela agência de inteligência de mercado Toledo & Associados, mostrou que em 54% dos lares brasileiros há pelo menos um morador que consome algum tipo de suplemento alimentar diariamente. Para se ter uma ideia do que isso significa, basta levar em consideração que nos Estados Unidos, país que possui o maior mercado de suplementos do mundo, esse índice é de 68%. E isso não é tudo. De acordo com dados da agência de pesquisas norte-americana Euromonitor, o Brasil possui o 5° maior mercado do planeta no quesito alimentos e bebidas esportivas e saudáveis, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Japão e Reino Unido. O estudo da Euromonitor mostrou ainda que o país abriga o 2° mercado de nutrição esportiva mais promissor do planeta, com previsão de crescer em média 20% ao ano desde 2012. No entanto, segundo dados da Associação

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Brasileira dos Fabricantes de Suplementos Nutricionais e Alimentos para Fins Especiais (Brasnutri), ao longo dos últimos dois anos o setor apresentou uma ligeira desaceleração por conta das flutuações econômicas e cresceu em média 10% ao ano. Uma taxa que, se comparada com a de outros mercados mundiais (que crescem, em média, apenas 8% ao ano), não deixa de ser significativa. Em 2016, o setor apresentou um faturamento total de R$ 1,49 bilhões e poderá acompanhar a intensificação progressiva da economia ao longo de 2017.

Qualidade de vida No entender do presidente da Brasnutri, Synésio Batista da Costa, esses números expressivos estão relacionados a dois fatores: à preocupação cada vez maior do brasileiro com a saúde e o bem-estar, e ao ingresso de um novo perfil de consumidor no segmento, formado por adultos e

faturamento do setor de nutrição em 2016

R$

1,49 bilhões

e poderá acompanhar a intensificação progressiva da economia ao longo de 2017


Por Daniel Sender

“Todo produto ou serviço que possa contribuir para uma melhor

qualidade de vida tem um mercado potencial bastante elevado Synésio Batista da Costa, presidente da Brasnutri

Os mais rentáveis O fisiculturista e empresário Carlos Augusto Garon, de Curitiba, indica alguns dos melhores produtos de suplementação esportiva. Na visão de um varejista do setor de suplementação esportiva, Carlos Augusto Garon, fisiculturista e proprietário da academia e loja First Class, em Curitiba (PR), os suplementos “vieram para ficar”, uma vez que complementam necessidades da vida diária. “Os suplementos alimentares esportivos possuem várias finalidades, sendo a mais básica de todas fornecer uma ajuda no nosso cotidiano, que é muito corrido. Temos nossas particularidades e não podemos ficar sem os nutrientes necessários, especialmente para quem pratica atividade física, seja ela intensa ou moderada”, assinala. Dentro desse universo, o empresário destaca ainda que os produtos mais rentáveis, na visão dele, são os suplementos de emergência, como snacks e shakes esportivos. “Eles têm uma ótima rentabilidade, pois são aceitos tanto por quem pratica atividade física quanto por pessoas que desejam complementar sua dieta com o que for necessário”, explica ele, acrescentando que os suplementos mais vendidos do mercado são os da linha Whey Protein (substitutos proteicos) e os termogênicos (estimulantes da queima da gordura). Outros produtos que também contam com ampla aceitação entre os consumidores, de acordo com Garon, são os suplementos baseados nos carboidratos maltodextrina, dextrose, palatinose e waxy maize, entre outros. O fisiculturista aponta ainda que os suplementos baseados em glutamina, aminoácidos de cadeia ramificada e produtos com Ômega 3 produzem muitos benefícios para a saúde.

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Qualidade de vida

Suplementos esportivos podem gerar faturamento

e margens importantes para quem busca maximizar cada metro quadrado do seu ponto de venda BRUNO AHUALLI. Presidente da Photon Group

idosos em busca de uma vida melhor e mais longa. “Todo produto ou serviço que possa contribuir para uma melhor qualidade de vida tem um mercado potencial bastante elevado. A presença dos suplementos alimentares na vida dos brasileiros cresceu muito nos últimos anos. Hoje, já temos mais de 8 mil pontos de vendas em todo o território nacional, entre lojas físicas e as principais revendas on-line do país”, explica. Presidente da Photon Group, que agrega marcas de suplementos esportivos, cosméticos e nutricosméticos, Bruno Ahualli tem uma opinião parecida e acrescenta que a combinação de tecnologia e informação também está por trás da expansão do setor. “O desejo dos consumidores é enorme. Todos sabem que hoje as novas tecnologias de suplementos possibilitam que se viva mais e melhor. O amadurecimento do setor gerou novas

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pesquisas e ingredientes. E, além disso, com um volume cada vez maior de informações sobre saúde disponível, mais o consumidor tende a adquirir esses produtos, o que aumenta a velocidade do crescimento do setor”, aponta. De acordo com Ahualli, a indústria dos suplementos esportivos está em constante busca por inovações, uma vez que isso é fundamental para se manter competitiva tanto no âmbito local quanto no global. E o que não falta, nesse setor, são novidades. “Existem diversas razões para ficar otimista: lançamentos de ingredientes com eficácia comprovada por estudos clínicos aceitos em todo o mundo; novos veículos, como cápsulas dentro de cápsulas, microesferas, microtabletes, efervescentes... Isso para não falar dos segmentos “ready to drink” e dos snacks saudáveis e proteicos, que estão inaugurando novas categorias e oportunidades para o setor”, observa.


Precauções Pensando em incluir os suplementos esportivos no seu mix de produtos? Veja alguns cuidados: Os suplementos esportivos são produtos sujeitos a todas as exigências do Código de Defesa do Consumidor. Seu rótulo deve estar em língua portuguesa e conter as informações necessárias para sua utilização, de forma clara e precisa. Os produtos importados também devem obedecer às mesmas resoluções, ficando o importador responsável por quaisquer danos que o produto eventualmente possa causar à saúde do consumidor. O Brasil possui resoluções estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que regulamentam os suplementos nutricionais comercializados em território nacional. Para mais informações, acesse o site da entidade: www.anvisa.gov.br.

Nutrição no segmento farma Segundo informações da Brasnutri, os compostos alimentares proteicos representam 66% de todas as vendas de suplementos do Brasil e sua popularidade é maior entre atletas, desportistas e praticantes de atividades físicas. Para atrair novos consumidores, a indústria está investindo no desenvolvimento de produtos para diversos segmentos. Já foram criados suplementos para vegetarianos, intolerantes à lactose e alérgicos a corantes. Além disso, as empresas também estão comercializando itens para emagrecimento com ativos que favorecem a perda de peso com segurança. Ahualli observa que a inclusão de suplementos alimentares esportivos no mix de produtos pode fazer uma diferença substancial para o setor farmacêutico em relação ao faturamento, por conta do investimento dos fabricantes em publicidade e do engajamento dos consumidores. “Suplementos esportivos podem gerar faturamento e margens importantes para quem busca maximizar cada metro quadrado do seu ponto de venda. As marcas líderes de suplemento investem em comunicação e têm produtos com grande tração, sem contar os consumidores engajados”, esclarece. O empresário observa ainda que, comprando pela internet, os consumidores, muitas vezes, hesitam em

concluir a compra, por não disporem de subsídios para saber se o investimento será vantajoso. As farmácias, segundo ele, podem resolver esse impasse. “As farmácias podem lucrar muito, atuando como pontos nos quais os consumidores têm contato real com os produtos, onde conseguem tocá-los, ler sua tabela nutricional e pedir opiniões ao balconista antes de tomar sua decisão final. Essa massa de consumidores curiosos e prontos para comprar pode incrementar significativamente o faturamento do varejo farmacêutico”, garante.

Tendência mundial A entrada dos suplementos alimentares esportivos no segmento farmacêutico, na visão de Ahualli, é uma tendência presente em todo o mundo. De acordo com ele, categorias de produtos que são convenientes para o consumidor e geradoras de grandes margens para as farmácias estão ganhando visibilidade maior nos pontos de venda. Em várias partes do mundo, startups dos diversos ramos estão se desenvolvendo e competindo com as gigantes, fomentando o lançamento de novos produtos e categorias que dinamizam o mercado. Esse avanço é muito saudável. Um dia, o mix de produtos das farmácias brasileiras vai parecer como o das americanas CVS ou Wallgreens, que agrupam uma variedade tremenda de produtos”, prevê.

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setor

Rápido, fácil e

lucrativo

Tendência crescente no segmento farma, o envio de demandas e trocas eletrônicas por sistemas informatizados gera economia de tempo e de recursos financeiros

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O

intercâmbio eletrônico de dados e finanças mostra ser cada vez mais uma tendência permanente, que não pode ser ignorada. Essa evolução pode ser constatada tanto pelo contínuo aumento no volume das transações financeiras via cartões de crédito e de débito, que tendem a substituir o papel-dinheiro, quanto pelo surgimento de novos aplicativos e tecnologias, que substituem inclusive a moeda de plástico. Para as empresas, essa necessidade de organização eletrônica das demandas já encontrou resposta através de diversos softwares que facilitam o intercâmbio e processamento de informações, resultando em economia de tempo e de recursos financeiros. Essa tendência deverá se intensificar em todos os se-


Por Daniel Sender

tores produtivos, tanto por causa das pressões de regulamentação burocrática, quanto pelas facilidades que oferece na gestão dos negócios. Para Francisco Chagas, Presidente da Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), trata-se de uma orientação geral de mercado, na qual o setor farma não pode ficar para trás. “Já faz algum tempo que o setor farmacêutico vem investindo na informatização de processos. Essa é, com certeza, uma tendência para todos os ramos do comércio farma, ou seja, para indústria, varejo e atacado. Atualmente, utilizamos vários modelos eletrônicos de troca de informações, como por exemplo, o EDI – Eletronic Data Interchange (Intercâmbio Eletrônico de Dados)”, observa ele. Neste tipo de sistema, o envio de dados e a troca de informações eletrônicas entre os diversos setores de uma cadeia produtiva acontecem sem que haja a necessidade de um processamento de dados diário, pois tudo ocorre de forma integrada, on-line. A transmissão passa automaticamente através de um Sistema de Gestão Empresarial (SGE), sem a exigência de nenhum trabalho adicional de redigitação de dados, valores ou itens. Ou seja: para receber as demandas, basta ter um ou mais softwares instalados através das cadeias produtivas que partilhem de uma mesma linguagem, além do acesso à internet. E, mesmo que ocorram períodos de intermitência no sinal, os programas conseguem trabalhar e efetuar transações de dados de forma off-line, e no momento em que o sinal for reestabelecido, o próprio software se encarrega de sincronizar e enviar as demandas que ficaram pendentes no período.

Otimização No entender de Gilson Neiva, analista de negócios da Máxima Sistemas, empresa que desenvolveu um software para o envio e trocas de demandas eletrônicas, essa tendência traz inúmeras vantagens para todos os segmentos. “É possível ter de forma simples, prática e digitalizada todo o histórico de preços, descontos e movimentações através dos diversos ramos de uma cadeia de produção e distribuição. Os pedidos são proces-

EDI – Electronic Data Interchange O EDI (Intercâmbio Eletrônico de Dados, em português) pode ser definido como a movimentação eletrônica de demandas dentro de uma ou várias empresas por meio de sistemas informatizados em relação comercial. Por ter caráter normalizado entre si, pedidos, recibos, faturas, inventários, catálogos de preços e outros podem ser intercambiados eletronicamente entre diferentes parceiros, graças à utilização de uma linguagem comum que permite que diversos sistemas de informação interajam entre si. O processo tem por objetivo a substituição do fluxo de papéis entre os diversos parceiros de uma cadeia produtiva, reduzindo, assim, os custos dos processos mercantis.

sados rapidamente e chegam ao destino com rapidez e sem extensas complicações burocráticas, facilitando todo o trabalho de logística e faturamento”, explica ele, observando ainda que se ganha também na agilidade de emissão e processamento dos pedidos, que ficam menos suscetíveis a erros e falhas. “No software, o acompanhamento do resumo de vendas e das metas está sempre disponível em todos os ínterins do processo, e o vendedor consegue identificar, na hora da transmissão do pedido, se houve algum corte ou falta em qualquer procedimento”, completa. Outra vantagem consiste no fato de que, por apresentar o histórico total das compras, pagamentos e outros detalhes, o sistema oferece aos operadores logísticos dados para negociar condições melhores com fornecedores. Neiva aponta que sistemas informatizados também dificultam a ocorrência de revezes nas transações, beneficiando todos os ramos da cadeia logística. “Os sistemas oferecem o controle eletrônico de alvarás, que

Quanto mais informatizados e automatizados forem os processos, melhores e menos caros serão os serviços Francisco Chagas, Presidente da Abradilan

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setor

Os pedidos são processados e chegam ao destino sem

complicações burocráticas, facilitando o trabalho de logística e faturamento Gilson Neiva, analista de negócios da Máxima Sistemas

ajuda a identificar clientes que estão com documentos vencidos ou irregulares, evitando, assim, uma transação que poderia acarretar em advertências ou multas para o atacado ou distribuidor. Além disso, havendo um controle eletrônico dos lotes, o vendedor tem a todo momento informações sobre o vencimento dos lotes que estão sendo negociados”, elucida ele. Na visão do Presidente da Abradilan, essa otimização na troca de demandas proporcionada pelos processos eletrônicos auxilia toda a cadeia produtiva do setor farmacêutico. “É necessário que o operador logístico preste um excelente serviço com um custo muito baixo. Por isso, quanto mais informatizados e automatizados forem os processos, melhores e menos caros serão os serviços”, conclui.

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Vantagens de um sistema informatizado • Pronto acesso de forma simples, prática e digitalizada ao mix de produtos e também à carteira de clientes com seu histórico de compras e dados legais. • Identificação em tempo real de quaisquer problemas ou falhas ao fechar um pedido. • As remessas circulam de forma rápida e sem entraves, facilitando o trabalho de logística e faturamento. • Os operadores logísticos têm acesso às mensagens trocadas pelos supervisores. • Permite consulta e atualização do status de produtos com muitos detalhes, como fotos, tabelas de preços e descontos. • Apresenta o histórico de compras e pagamentos, facilitando a negociação de preços para a emissão de um pedido. • Identifica clientes que estão com alvarás vencidos ou irregulares, evitando, assim, uma transação que poderia acarretar em advertências ou multas para os operadores logísticos.



cosméticos

Agregar para

crescer Venda de produtos cosméticos em farmácias marca a aproximação do setor a um dos segmentos mais prósperos do país

P

oucos setores econômicos são tão vigorosos no Brasil quanto o de cosméticos. Conforme atesta uma pesquisa recente encomendada pela organização de análise e estratégias de mercado Euromonitor, o país é um dos maiores consumidores do mundo de cosméticos, estando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão, sendo responsável por 7,1% de todo o comércio mundial de produtos de beleza. E, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o brasileiro destina em média 2% de seu orçamento anual à compra de produtos de higiene e beleza. Isso movimenta um mercado que lucrou R$ 42,6 bilhões em 2015, apesar do impacto da crise econômica. Historicamente, o ramo de cosméticos é um dos mais resilientes da economia brasileira. Uma prova dessa força é que o setor está sendo um dos primeiros a mostrar sinais de estabilização e melhora econômica desde o final de 2016. O presidente executivo da Abihpec, João Carlos Basilio, mostra-se otimista com relação

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Por Daniel Sender

Atualmente, existem registradas no país

2.599

empresas no mercado de cosméticos

20

são empresas de grande porte

ao futuro do mercado. “Se tudo correr da forma como estamos planejando, prevendo e trabalhando, somado ao encaminhamento das reformas vitais para a sustentação da economia nacional, acreditamos em uma breve recuperação ao longo do ano”, estima.

Vale a pena investir em cosméticos? Uma das particularidades do setor de cosméticos é que, por oferecer um produto com amplo espectro de aceitação e consumo nas mais diversas classes sociais, ele encontrou formas quase que automáticas de propagação, como varejo, atacado, porta a porta, revendedores diretos e indiretos, franquias, e-commerce, lojas especializadas, etc. Ou seja, trata-se de um ramo em que a simples presença do produto no local possui por si mesma um apelo perante o público-alvo, principalmente o feminino, que cada vez mais ingressa no mercado formal, tendo condições e a liberdade de adquiri-lo. Na visão de Alberto Keidi Kurebayashi, farmacêutico-bioquímico e diretor da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC), o setor farmacêutico só tem a ganhar ao absorver os cosméticos em seu mix de produtos. “Essa integração entre empresas fabricante de cosméticos, distribuidoras e farmácias resulta numa sinergia altamente positiva para todas as partes, que devem beneficiar-se mutuamente com o aumento do faturamento”, aponta ele, acrescentando que a junção dos dois setores é uma tendência universal que não pode ser ignorada. “Basta visitarmos uma farmácia para verificarmos que o espaço dedicado aos produtos de higiene, beleza e saúde é cada vez maior, enquanto que as prateleiras de medicamentos ocupam o espaço atrás

Distribuidores farmacêuticos podem incluir produtos

cosméticos em seu rol e atrair uma nova faixa de mercado sem os riscos de uma empresa própria do setor

Alberto Keidi Kurebayashi

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cosméticos

O brasil é o 4° maior mercado consumidor de cosméticos do mundo

o

2

o

3

o

4

5

em maquiagem

lugar

lugar

lugar

em proteção solar, desodorantes, produtos masculinos, fragrâncias, e produtos depilatórios

em cabelos, produtos de higiene infantil e higiene oral

em produtos de banho

do balcão. As farmácias estão cada vez mais se especializando e investindo no setor de beleza”, sublinha ele. De acordo com o diretor da ABC, outro ponto positivo, tanto para as grandes redes farmacêuticas quanto para as pequenas farmácias, é que muitas vezes não é rentável para as grandes franquias de cosméticos a abertura de lojas ou pontos de venda em cidades pequenas ou em bairros afastados, onde um empreendimento de tal porte seria arriscado, ainda mais em momentos de insegurança econômica. Os distribuidores farmacêuticos podem incluir os produ-

o

lugar

o

8

lugar

em produtos para a pele

tos cosméticos em seu rol e atrair uma nova faixa de mercado, sem correr os riscos de um empreendimento próprio do setor. “Esta é, sem dúvidas, uma forma de otimizar os canais de venda”, acredita. Deve ser notado também que, diferentemente de visitas às farmácias com foco na aquisição de medicamentos, que têm um prazo de recompra mensal, os cosméticos incentivam a visitação, pois, como o mercado está em constante inovação e é movido por lançamentos, o consumidor anseia por novidades e sempre busca os últimos lançamentos e tecnologias.

Produtos mais indicados Ausência de restrições Não existem restrições para a venda de produtos cosméticos nas farmácias. Mesmo os itens considerados de Grau 2, que possuem antibióticos ou outras substâncias químicas controladas em sua composição, tiveram sua comercialização liberada nas farmácias pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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• Infantis: Um segmento que merece particular atenção na hora de determinar o mix do estabelecimento é o de produtos infantis de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos (HPPC), que têm normas próprias para adequá-los às características e necessidades das crianças. Segundo a pesquisa da Euromonitor, mesmo com a retração econômica, o segmento teve uma expansão de 45,6% no período de 2011 a 2016, ano em que movimentou R$ 3,9 bilhões na economia. No entender de Kurebeyashi, o mercado conhecido como “Baby Care” é um importante segmento dentro de produtos de cuidados pessoais. “O Brasil


desponta como o segundo mais importante mercado global do gênero, e essa demanda crescente trabalha com produtos com um maior valor agregado, sempre com oportunidades para inovação”, explica ele, observando ainda que os principais produtos desse segmento são geralmente classificados como de uso essencial: sabonetes, xampus, lenços umedecidos, fraldas e pomadas contra assaduras. Dentro de uma segunda categoria estão os condicionadores capilares e perfumes. E, numa terceira, óleos de massagem e cremes dentais infantis. Da parte do consumidor, a decisão na escolha de um produto de higiene infantil normalmente segue orientações de pediatras e dermatologistas, além de uma ocasional indicação de pessoas próximas aos pais da criança. Segundo Kurebeyashi, todo o quadro de produtos infantis, dos mais massificados aos de maior valor agregado, são indicados às farmácias. “Os produtos infantis encontram nas farmácias seu melhor local de exposição e venda, pois são ambientes que reforçam a segurança e a ética. Assim, as farmácias são entendidas como o melhor meio para se adquirir esses produtos”, reforça.

Essa integração entre

empresas fabricante de

cosméticos, distribuidoras e farmácias resulta numa sinergia altamente positiva para todas as partes, que devem beneficiar-se mutuamente com o aumento do faturamento

Alberto Keidi Kurebayashi

• Dermocosméticos: Outro ramo que apresenta grandes vantagens ao setor farmacêutico é o de dermocosméticos, que são produtos com ativos farmacológicos que agem nas partes mais profundas da pele, produzindo uma melhora de dentro para fora. Nesse universo de produtos, podem ser encontradas variações para inúmeras classes sociais. No entanto, mesmo os produtos especializados das grandes farmacêuticas brasileiras e internacionais, que são mais caros, possuem ampla aceitação nos diferentes grupos, especialmente, com a ascensão das classes D e E no mundo do consumo. Kurebayashi nota que a origem desse diferencial reside, principalmente, no fato de que tais produtos são muito específicos e normalmente indicados por profissionais especializados. “Nas farmácias pode-se encontrar todo um leque de produtos com relação aos preços. Porém, percebe-se que os dermocosméticos, que possuem maior valor agregado, destacam-se cada vez mais dos outros por possuírem uma característica marcante de diferenciação: são produtos com ampla procura e busca impulsionada principalmente por recomendações de dermatologistas”, esclarece.


RODRIGO RIBEIRO

A piscina ensolarada e o mercado brasileiro Num dia quente de céu azul, a piscina mais atraente do que nunca, um garoto corre, atira a toalha na cadeira de sol e pula na água. Seu colega prefere colocar o pé antes, e de repente a ideia de mergulhar na água fria já não lhe parece tão boa. A percepção do desconforto o faz desistir de se divertir com os amigos, sem considerar a sensação de conquista e bem-estar que viria logo em seguida. Muitas empresas têm a mesma atitude ao avaliar a entrada em novos mercados, como o brasileiro. Mesmo animados com as perspectivas iniciais, alguns investidores preferem, em vez de mergulhar na oportunidade, molhar os pés antes, para então concluir precipitadamente que a hora não é boa para a experiência. Vejamos alguns fatos que podem rearmonizar a cautela com o desejo de desfrutar de uma piscina ensolarada – no caso, o Brasil. •O sol está mais brilhante do que nunca: Enquanto a água parece fria, o mesmo não se pode dizer do clima. Explico: a economia está em ritmo lento, e os negócios devem entregar resultados modestos no curto prazo. Contudo, considerando os investimentos que precisam ser feitos na etapa inicial de uma start-up, talvez não haja melhor momento. Em virtude da desvalorização do Real, um estrangeiro gastará em média 50% menos do que gastaria há cinco anos. • Quem pulou na piscina parece estar gostando da experiência: Períodos de incerteza vêm ocorrendo ocasionalmente no Brasil. Contudo, os resultados têm recompensado investidores comprometidos com o longo prazo. Prova disso é a enorme quantidade de empresas globais que alcançaram sucesso aqui por um longo período de tempo.

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•A água parece fria, mas não está perto de congelar: Historicamente, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tem uma das melhores performances entre os grandes países em desenvolvimento, incluindo Índia, Rússia e México, seguindo um padrão de crescimento nos últimos 50 anos que mostra que a recuperação sempre aconteceu, superando as desacelerações. Entretanto, quando se trata do PIB per capita, o país demonstra uma distribuição de riqueza maior do que a Rússia, México, China e Índia; números que traduzem o potencial comercial que um investidor gostaria de ver em um novo mercado. •A piscina é grande: O Brasil é um país de 206 milhões de pessoas e se mantém entre os mercados top 10 do mundo no que diz respeito a resultados econômicos. Até a virada para 2015, além dos agronegócios, o Brasil era o 3º em cosméticos, o 4º em automóveis e o 6º em TI e Telecom. Uma economia tão grande impulsiona virtualmente todos os segmentos produtivos. •S ol com nuvens ao longo do dia: Há, sim, desafios para os novos players. O mercado brasileiro deixou crescer barreiras de entrada, como a burocracia administrativa e a complexidade tributária e trabalhista. Mas isso não deve desanimar o empreendedor. O fato é que quem conquistou êxito aqui também superou essas dificuldades e construiu casos de sucesso. Por que novos empreendedores não conseguiriam? Deixe, então, que parceiros estratégicos lidem com as formalidades e foque no seu Plano de Negócios. Depois, respire fundo, pule na água e aproveite. Será uma ótima experiência.

RODRIGO RIBEIRO, Gerente Geral da Cerqueira Leite Advogados.



ECONOMIA

Para a frente, mas

sem pressa Sem abusar do otimismo, analistas afirmam que o futuro da economia ainda é incerto, mas já aparecem sinais de melhora

D

epois de quase três anos de consecutivos resultados negativos, o Brasil começa a dar os primeiros sinais de estabilização e melhora econômica. Foi o que atestou uma sondagem recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde o Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 0,5 ponto em abril de 2017, totalizando 91,2 pontos. Com o resultado, o indicador apresentou seu maior nível desde maio de 2014, quando totalizou 92,2 pontos. A alta na confiança atingiu 11 dos 19 segmentos industriais analisados e resulta, principalmente, da melhora das expectativas gerais, apesar de um sutil revés nas percepções sobre a situação atual. “A sondagem da indústria, realizada em abril, retrata um setor ainda insatisfeito com a situação presente dos negócios, mas bem menos pessimista quanto ao futuro do que esteve no ano passado. Enquanto o nível de produção avança lentamente e a percepção sobre a demanda volta a piorar, a boa notícia é o avanço do otimismo com relação ao ambiente de negócios no horizonte de seis meses”, afirma Aloisio Campelo Junior, Superintendente de Estatísticas Públicas da FGV. O professor do Instituto de Economia da Universidade

de Campinas (IE-Unicamp) e pesquisador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (NEIT), Celio Hiratuka, explica que, embora haja sinais de melhora, ainda é preciso ter cautela, pois prevalecem muitas incertezas sobre o desempenho futuro da economia. “O grande problema é que a situação do emprego continua se agravando e a capacidade ociosa das empresas permanece elevada. Nessa conjuntura, provavelmente, não deve ocorrer investimentos tão cedo. No cenário externo, existe alguma recuperação das

O nível de produção avança lentamente e a percepção

sobre a demanda volta a piorar, mas há um avanço do otimismo em relação ao ambiente de negócios Aloisio Campelo Junior


Por Daniel Sender

De uma economia que vinha

perdendo 100 mil empregos

por mês, passamos a uma que, apesar de ainda ser problemática, encontrou certa estabilidade Antonio Carlos Porto Gonçalves

exportações, mas uma retomada firme depende de uma melhora no cenário internacional, que também não pode ser vislumbrada”, analisa Hiratuka. Para Antonio Carlos Porto Gonçalves, professor da Escola Brasileira de Economia e Finanças (EPGE) da FGV, embora o país ainda não esteja numa situação econômica ideal, as reformas adotadas pelo Governo Federal vêm resultando numa acentuada redução da inflação, que por sua vez derrubou a taxa Selic a 12,15%, segundo a última medição, realizada no mês de abril. No entender de Gonçalves, “pontos importantes vêm sendo corrigidos pelo governo, tanto no aspecto econômico quanto político, especialmente através da aprovação da PEC dos gastos, da reforma da previdência e do déficit orçamentário. Essas medidas frearam o desdobramento da crise, e de uma economia

E o mercado farmacêutico? Embora o país ainda sofra com a estagnação da renda e o desemprego, o setor farmacêutico também deve mostrar sinais de melhora. Para Hiratuka, isso se deve a uma série de fatores econômicos e de ordem sociológica. “A expansão do mercado farmacêutico nos últimos anos esteve muito relacionada ao aumento da renda da população, que agora passa por um período de estagnação. Por outro lado, a estrutura demográfica e o envelhecimento da população faz surgir novas necessidades que acabam aumentando a demanda por novos medicamentos. Este último fator é estrutural e deve continuar beneficiando o setor”, explica ele. Gonçalves também demonstra otimismo em relação ao futuro do mercado. Segundo o economista, o aumento do dólar em 2016, aliado ao baixo poder de compra, fez com que a exportação se tornasse mais lucrativa, aumentando muito os preços no mercado interno de um país já fragilizado. “Com a normalização dos índices econômicos e o dólar tendendo aos R$ 3 até o final do ano, o mercado interno deve tomar a dianteira e puxar a economia. O setor automobilístico, o varejo, além de outros, devem sair do congelamento e, com eles, com certeza, o ramo farmacêutico”, completa.

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ECONOMIA

ÍNDICE O Índice de Confiança da Indústria de Transformação (ICI) é um indicador-síntese composto por 6 quesitos: Nível de Demanda Total (interna e externa), Nível de Estoques, Situação Atual dos Negócios e Expectativas sobre a Produção (últimos três meses), Emprego (últimos três meses) e Situação dos Negócios (últimos seis meses).

que vinha perdendo 100 mil empregos formais por mês, passamos a uma que, apesar de ainda ser problemática, encontrou alguma estabilidade”, observa ele, apontando ainda que até o final do ano o Brasil deverá ver um pequeno, mas promissor crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), após três anos de retração. Nessa projeção econômica, Gonçalves vê o papel do setor energético como crucial para a recuperação do país. “No governo anterior, o setor energético sofreu muito, por diversos motivos, e agora já mostra sinais sólidos de melhora. Isso deve alavancar o crescimento econômico, pois ninguém investe em um país sem um mínimo de segurança no setor energético”, elucida ele, acrescentando que outros setores que deverão apresentar sinais de melhora são o da infraestrutura e o agronegócio. “Espera-se que investimentos na infraestrutura deem bons sinais de melhora no setor, enquanto que o agronegócio continua resiliente, mostrando indícios de melhora no preço das commodities. Porém, para grande parte dos setores industriais, são poucas as expectativas de melhora substancial”, esclarece. Ambos os economistas concordam que o grande entrave para uma análise precisa dos rumos da economia para 2018 é a questão política. Segundo eles, as incertezas internas podem contaminar todo o plano econômico, considerando ainda que este também não é um momento de resolução no cenário externo.

Índice de Confiança da Indústria

Evolução sobre o mês anterior (diferença em pontos)

(dados de ago/08 a abr/17, dessazonalizados) 120

março

0,5 abril

Evolução sobre o mesmo mês do ano anterior (dados originais, diferença em pontos)

110 100 90 80 70

13,5

60 ag o/ de 08 z/ ab 08 r/ ag 09 o/ de 09 z/ ab 09 r/ ag 10 o/ de 10 z/ ab 10 r/ ag 11 o/ de 11 z/ ab 11 r/ ag 12 o/ de 12 z/ ab 12 r/ ag 13 o/ de 13 z/ ab 13 r/ ag 14 o/ de 14 z/ ab 14 r/ ag 15 o/ de 15 z/ ab 15 r/ ag 16 o/ de 16 z/ ab 16 r/ 17

13,6 março

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abril

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Fonte: www.fgv.br/ibre

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Medquímica em nova fase Indústria farmacêutica investe em tecnologia de ponta, priorizando a qualidade de seus produtos e serviços

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restes a comemorar 42 anos no mercado farmacêutico nacional, a Medquímica Indústria Farmacêutica comemora nova fase, após ser adquirida pelo Grupo Lupin, em junho de 2015. O Grupo Lupin é uma companhia global do segmento farmacêutico com sede em Mumbai, na Índia, e com 13 fábricas espalhadas pelo mundo. A companhia é especializada em produção de princípios ativos, medicamentos genéricos, produtos de marca, produtos de especialidades e de biotecnologia. Ao longo de quase 50 anos de existência, o grupo se consagrou como o maior produtor mundial de medicamentos para tuberculose e de cefalosporinas (antibióticos). No Brasil, sob o comando do Vp Managing Director Ricardo Lourenço, a Medquímica/Lupin vem se estruturando para consolidar-se como uma das indústrias farmacêuticas mais competitivas do Brasil e do mundo. “Estamos trabalhando em todas as áreas para conquistar nossos objeti-

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vos”, revela Lourenço. A companhia vem fazendo importantes investimentos em infraestrutura. Em setembro de 2016, inaugurou uma moderna planta de líquidos com produção vertical, construída com tecnologia de ponta. “Nossa planta de líquidos pode ser considerada um marco da nova história da Medquímica, pois a construção da mesma foi realizada com o que há de mais moderno dentro dos princípios das boas práticas de fabricação”, avalia o Diretor de Operações da Medquímica, Jadir Vieira Júnior. As instalações garantem ainda uma maior performance produtiva. “Esta nova planta colocará a Medquímica em um outro patamar de qualidade e produtividade dentro do mercado farmacêutico brasileiro. Crescemos 7% no volume total produzido, chegamos a uma eficiência produtiva de 98%, sem falar nos vários novos projetos implementados, como a aquisição de novas máquinas e modernos equipamentos, inclusive para a área de pesquisa e


desenvolvimento”, explica o Diretor de Operações. Vieira Júnior destaca ainda a ampliação da capacidade total de estocagem dos almoxarifados em 20%, investimentos em eficiência em energia para suportar toda a fábrica nos momentos de alto consumo, e novos e importantes registros conquistados junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), entre eles o primeiro registro de produto vindo da Índia, a Pregabalina. Sob o comando do Diretor de Operações, a Medquímica também estruturou o setor de Supply Chain (cadeia de suprimentos), que hoje é responsável por todas as operações de planejamento de materiais na Medquímica, e o setor de Sales and Operations Planning (Planejamento de Vendas e Operações), que coordena todas as estratégias de demanda e indicadores de performance da companhia. Na área de Recursos Humanos, sob o comando da Diretora de RH, Gislaine Trindade, a empresa vem atuando fortemente no planejamento de treinamento e desenvolvimento, para aprimorar a qualificação das pessoas que fazem parte da Medquímica/Lupin em diversos níveis. Na área financeira, que tem à frente Rogério Pereira, a organização venceu grandes desafios, superados com uma equipe bastante comprometida e dedicada a me-

lhorar os processos, com suporte para a execução do negócio na área de Tecnologia da Informação, Contabilidade, Controladoria e Financeiro. “Estamos aprendendo juntos a cultura de uma empresa multinacional, com incremento de novas tarefas”, avalia Pereira. O setor de marketing da companhia no Brasil está sendo estruturado sob o comando do Diretor de Marketing e Portfólio, Kléver Iftoda. O diretor também é responsável pela área de Inteligência de Mercado e Efetividade de Força de Vendas, e vem atuando no desenvolvimento de toda base analítica para tomada de decisão da empresa. “Essa área tem como principal cliente a equipe comercial e, atualmente, nossa força de vendas pode fazer uso de uma base de informações que alicerça a estruturação de planos estratégicos, negociações com clientes e acompanhamento de performance – tudo isso implementado com sucesso em menos de um ano”, comemora Iftoda. O Diretor de Marketing e Portfólio revela ainda os bons indicadores da Medquímica. Os dados de mercado mostram que de maio de 2016 até abril de 2017, a Medquímica ganhou duas posições no ranking do mercado relevante, ocupando a 5º posição em unidades e 11º posição em valores”, diz (Fonte: IMS Abr/2017). Sobre a área de Estratégia de Portfólio, o diretor salienta que a companhia no Brasil teve a oportunidade de avaliar dezenas de oportunidades que irão agregar um volume substancial de negócios à empresa nos próximos anos. Na área comercial, o Diretor Comercial e de Trade Marketing, Gean Martins, comemora a boa fase da empresa. “Estamos evoluindo no conceito de geração de demanda, investindo em treinamento de novas ferramentas providas pela área de Inteligência de Mercado/ Produtividade, o que nos permite apurar nossas técnicas de vendas. Em conjunto com a fábrica, área financeira e logística, a área comercial está consolidando a imagem da Medquímica/Lupin, agregando valor junto ao cliente com um melhor nível de serviço”, diz Martins.

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Neo Química lança

antigripal

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Neo Química apresentou recentemente o antigripal Neolefrin, em versão com 20 comprimidos. O medicamento, similar ao Naldecon Noite (Bristol Myers Squibb), é uma solução completa contra os sintomas da gripe e resfriado, já que possui três princípios ativos em sua formulação – paracetamol, fenilefrina e maleato de carbinoxamina – que agem como analgésico, antipirético, descongestionante nasal e anti-histamínico. A embalagem de Neolefrin foi pensada para ser prática e facilmente identificada no PDV, com destaque para a marca, indicações do produto e explicação visual da posologia. A versão caixa com 20 comprimidos já está disponível em todas as farmácias do país. O lançamento da versão caixa com 20 comprimidos complementa a linha Neolefrin que já possui apresentações em xarope infantil e adulto, blister com quatro comprimidos e versão para bebês em gotas.

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Sobre a Neo Química Adquirida pela Hypermarcas em 2009, a Neo Química aumentou sua força e participação no mercado de medicamentos e se consolidou como uma das principais marcas do segmento farmacêutico brasileiro. Com mais de cinco décadas de história, contabiliza mais de 120 moléculas e 190 apresentações de genéricos; e mais de 140 marcas e 240 apresentações de similares. Hoje, a Neo Química é líder nacional em similares e genéricos². 2 - IMS PMB – Flash. Jan, 2017.



notas Ossos mais fortes Produzido pela Melcon, o Ostelox é indicado para o tratamento da osteoporose e também para a prevenção do desenvolvimento de fraturas. Composto que atua como um potente inibidor específico da reabsorção óssea, o fármaco pertence à classe de medicamentos não hormonais chamados bisfosfonatos, que ajudam na reconstituição dos ossos e faz com que tenham menos propensão a fraturas. Ostelox é contraindicado em casos de anormalidades do esôfago que retardam o esvaziamento esofágico, tais como: estenose ou acalasia; incapacidade de permanecer em pé ou na posição sentada por, no mínimo, 30 minutos; hipersensibilidade a qualquer componente do produto; e hipocalcemia. M.S.: 1.5589.0005.002-1. SAM 0800 604 0600. www.melcon.com.br.

Portátil e silencioso O inalador e nebulizador Mesh MD4000 da Medicate é indicado no tratamento de diversos problemas respiratórios. Portátil e leve, com moderna tecnologia de rede vibratória, o aparelho é silencioso e pode ser utilizado em casa, no trabalho e até no trânsito. O copinho não derrama o medicamento e por essa razão, beneficia os pacientes que não podem levantar ou preferem fazer a inalação deitados. O equipamento é bivolt automático e funciona também com duas pilhas pequenas alcalinas (AA).

O queridinho das academias Eleito o melhor termogênico nacional na terceira edição do Prêmio Corpo Ideal 2016-2017, o Kimera está dando o que falar nas academias do Brasil. Produzido pela Iridium Labs, marca de suplementos que vem se destacando no mercado desde o lançamento do Soma Pro, o produto possui uma combinação avançada de ingredientes que tem o objetivo de estimular ao máximo a quebra de gordura no corpo e acelerar o metabolismo. Além disso, contribui para uma melhor performance nos treinos. É ideal para quem procura definição muscular e perda de gordura com saúde.

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Automatizações para a distribuição farma A PC Sistemas, do Grupo TOTVS, apresenta novos recursos para o seu software de gestão especialista, o WinThor Medicamentos. A ‘Precificação com Sugestão de Políticas Comerciais’ precifica e simula promoções e políticas comerciais, levando em consideração rentabilidade, giro de produto e afins, uma vez que esse processo ocorre através de descontos aplicados diretamente pela fábrica. Já a ‘Rotina de Conta Corrente do Operador Logístico’ faz o controle automático dos pedidos, de acordo com os termos de cada indústria, alinhados aos débitos e créditos devidos.


Ricardo Lourenço na abertura da Abradilan Conexão Farma 2017 O presidente da Medquímica e do Grupo Lupin no Brasil, Ricardo Lourenço, participou da abertura do ciclo de palestras da Abradilan Farma 2017, o maior evento do segmento farmacêutico nacional, que aconteceu entre os dias 21 e 23 de março, no Expo Center Norte, em São Paulo (SP). O presidente discursou sobre os investimentos realizados no parque fabril da Medquímica e sobre a reestruturação de processos internos. Apresentou o crescimento global do Grupo Lupin e reforçou para o público alguns produtos da Medquímica que são líderes de mercado no Brasil, como o Dipimed.

Os benefícios que uma marca forte pode oferecer A tradição em qualidade mantém a Valda como primeira opção do consumidor no segmento. A exposição adequada é uma excelente oportunidade de sell-out em grande escala. Campanhas como o ‘WebFestValda’ familiarizam a marca no PDV e geram compra por impulso. Além disso, a presença de seis itens ou mais no checkout apresentaram um grande incremento nas vendas, pois a fama por produtos gostosos provoca interesse na experimentação de outros itens da linha. Para atender a essa demanda, a empresa lançou um expositor com os produtos de maior giro de toda a sua linha.

Arboreto lança novas embalagens Primeiro a utilizar embalagens com design moderno e prático, o Laboratório Farmacêutico Arboreto sai na frente. Depois de lançar a tampa com bico gotejador, diferencial do mercado, agora, inova, lançando o frasco em material pet, mais rígido, mais transparente e com a marca do laboratório Arboreto na própria embalagem. O rótulo também passou por transformação: ficou mais leve, deixando transparecer a qualidade límpida do produto envasado.

Pad Picking: separação de medicamentos fracionados Tecnologia para facilitar a separação de medicamentos da sua empresa. Elimine toda a estrutura de conferência no fim do processo de separação. São até 700 unidades homem/hora, atendendo às novas normas da Anvisa quanto à rastreabilidade dos medicamentos.

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notas

Nova linha de nutracêuticos

A Fitoway Laboratório Nutricional apresentou na Abradilan Conexão Farma 2017 a sua nova linha de nutracêuticos. A linha Pharma foi desenvolvida por meio de estudos com consumidores da terceira idade, os quais, segundo o entendimento do fabricante, formam o segmento com maior possibilidade de consumo de suplementos nos próximos anos. Indivíduos dessa faixa etária deverão buscar mais produtos para reposição de vitaminas e minerais, diminuição de dores em articulações, fortalecimento de músculos e ossos, aumento da libido e virilidade, além de produtos que ajudam no controle de colesterol e diabetes, entre outros. Para deixar tudo mais fácil, a linha Pharma traz na embalagem informações mais claras para suprir os anseios da melhor idade. Mais informações: www.fitoway.com.br

Um ano de sucesso Após um ano de sucesso com a linha ‘Natural Sweets’, a Fini mantém o ritmo de inovação para o canal Farma e apresentou na feira Abradilan Conexão Farma 2017 seus novos lançamentos para os consumidores. Em curto espaço de tempo, a empresa conseguiu marcar presença em 100% das redes de farmácias e mais de 20 mil farmácias experimentam diariamente o sucesso de vendas da linha ‘Natural Sweets’. A celebração dessa conquista se consagrou em um estande de mais de 60m² na Abradilan Conexão Farma 2017, que agrupou times de diversas áreas da Fini, inclusive com presença da diretoria internacional. Mais novidades virão ao longo deste ano.

Maior força nas vendas

aliado das dietas e da performance física A linha Thermogenize foi projetada para levar o máximo de desempenho físico aos atletas amadores das mais variadas modalidades esportivas, ou seja, toda comunicação para o sell out do produto terá foco no público consumidor do canal farma. Diferente das principais marcas de termogênicos do mercado, a linha Thermogenize direciona suas forças de marketing para dentro das farmácias e drogarias de todo o Brasil, potencializando esse “novo consumidor”.

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Desenvolvido pela Máxima Sistemas, o ‘Pedido de Venda Medicamentos’ é um software para força de vendas especializado na distribuição de medicamentos. Além de emitir pedidos com agilidade, ele permite a você controlar e validar os alvarás de seus clientes, recebendo uma notificação de vencimento para que providenciem a documentação e não deixem de comprar. Outro recurso que o programa oferece é a visualização do lote de medicamentos, o que evita a venda de lotes suspensos e com outros problemas junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O produto pode ajudar o seu negócio a aumentar as vendas e ter um cálculo mais assertivo das tributações, tudo integrado ao WinThor. Contato: (62) 3412-2900.



Contatos Marco Aurélio Cavalieri (32) 3212-4007 • (32) 3212-4680 vendas.arboreto@hotmail.com www.fitoway.com.br comercial@fitoway.com.br (18) 3329 1630

Charles Leite • (43) 99825-6340 charles@flsoft.com.br Fabio Costa • (43) 99960-7900 fabio@flsoft.com.br

Daniel Carvalho • Gerente Nacional Farma daniel.carvalho@finiguloseimas.com.br (11) 4589-6450 | (11) 94595-1229 Claudia B. Varani Gerente Regional de Vendas SP e Sul claudia.varani@finiguloseimas.com.br (11) 94502-6768 Vinicius Rocha Gerente Regional de Vendas RJ, MG, ES e CO (Centro-Oeste) vinicius.rocha@finiguloseimas.com.br (11) 99235-4398 Cleber de Jesus Gerente Regional Farma NO e NE cleber.santos@finiguloseimas.com.br (11) 94589-6723 | (71) 98778-0001

Adriana Mendes • Diretora Comercial e Marketing contato@maximasistemas.com.br (62) 3412-2900

www.dorja.com.br • vendas@jamir.com.br (11) 3872-4266 • Fax: (11) 3865-3839

relacionamento@lupin.com 0800 703 4070

Contatos para SP/Sul Paulo Avila • (11) 94597-1807 Gerente Regional/SP paulo.avila@photongroup.com Contato outras regiões exceto SP/Sul Mayara Milani • (11) 94597-2777 mayara.milani@photongroup.com

Valmor Dirceu Senger • Gerente Comercial (62) 98221-0033 • (62) 3902 3275 Fax (62) 3902 3241 valmor.senger@melcon.com.br

Luciana Moura • Gestora Segmento Farma luciana.moura@pcinformatica.com.br 0800 707 2707 • (62) 9111-1680

(18) 3323-3390 comercial@inovenutrition.com.br vivi.metta@inovenutrition.com.br

Departamento comercial (62) 3310 2000 – Fax: 3310 2005

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Julio Nascimento Gerente Nacional de Vendas (21) 99878-3952 julionascimento@valda.com.br Alexandre Alves • Gerente Regional de Vendas (SP/Sul) (11) 98441-1314 alexandrealves@valda.com.br Adriana Viola • Gerente de Contas (SPI/CO) (16) 99616-5633 adrianaviola@valda.com.br Alexandre Scuvero • Gerente de Contas (RJ/MG/ES/DF/GO) (21) 97218-6047 alexandre.scuvero@valda.com.br Rômulo Santos Gerente Regional de Vendas (NO/NE) (85) 9756-9853 | (85) 98186-8978 romulo.santos@valda.com.br




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