DOSSIÊ PERFIL BOLETIM ALMADA 223 JAN 2016 BOLETIM ALMADA 223 JAN 2016 19 19
CARLOS REINALDO SANTOS GUERREIRO Carlos Reinaldo Santos Guerreiro, diretor artístico da Orquestra de Câmara de Almada (OCA), maestro, músico e professor nas escolas da Orquestra Metropolitana de Lisboa (OML), é detentor de um invejável currículo na área da música. Começou a estudar música aos oito anos de idade na Sociedade Filarmónica Operária Amorense (SFOA), Seixal, onde se iniciou com o eufónio, um instrumento de sopro. Mas foi sob a influência de Glenn Miller, famoso trombonista norte-americano, e da sua Orquestra que o maestro Carlos Reinaldo Guerreiro optou pelo trombone. Os movimentos associativos e as suas bandas estiveram presentes no seu crescimento enquanto músico, tendo passado pela SFOA, pela Sociedade Filarmónica Incrível Almadense e pela Sociedade Recreativa Musical Trafariense. Foi pelo trabalho desenvolvido nesta última coletividade, durante 15 anos, que recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Cultural atribuída pela Câmara Municipal de Almada em 2008. Confessa que «não estava à espera desta distinção uma vez que era bastante novo». Na altura tinha apenas 38 anos. Aos 18 anos entrou na Banda do Exército, onde permaneceu durante mais de duas décadas. Nesta instituição exerceu funções de Trombone Solo e ensinou várias disciplinas nos cursos aí ministrados, como Música de Câmara ou Análise e Técnicas de Composição. A sua formação passou pela Escola de Música do Conservatório Nacional, onde concluiu o 8.º grau de Trombone, e pela Academia Nacional Superior de Orquestra (ANSO), onde concluiu os cursos superiores de Instrumentalista de Orquestra e de Direção de Orquestra. Hoje com 45 anos, Carlos Reinaldo Guerreiro ensina cerca de 100 alunos na ANSO e na Escola Profissional Metropolitana, ambas ligadas à OML. O ensino é uma das suas paixões. «Ter oportunidade de passar conhecimento aos jovens é um privilégio. O ensino é uma forma de fazer crescer as pessoas, dando-lhes uma base para progredir na vida». O facto de na sua juventude não ter tido um acesso facilitado ao ensino das artes, nomeadamente da música, engrandece o gosto e a vontade de ensinar. Ressalva, no entanto, o grande progresso feito nas últimas décadas no acesso à aprendizagem desta arte. Na OCA tem a cargo a direção artística onde, entre outras tarefas, é responsável pela organização da orquestra, pela definição da programação ou pela escolha de maestros. Sobre esta nova orquestra, que teve a sua estreia com o Concerto de Ano Novo na Academia Almadense, o maestro afirma que «faz parte da filosofia do projeto poder proporcionar um trabalho digno a jovens músicos e maestros portugueses».
PERFIL
MAESTRO