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SABEDORIA DO MAR TRÊS SÉCULOS DE ENSINO PARA A MARINHA MERCANTE
Dominar os perigos do mar que o Homem não conhecia, mereceu a atenção dos portugueses e levou à aprendizagem para navegar a cruzar os mares A necessidade de estudar a geometria, o cálculo matemático, aprender a tomar a altura do sol, estudar a loxodromia, além do estudo das correntes, ventos e marés, tudo foram necessidades que os marinheiros foram aprender à academia, havendo que em 1762 no Porto, de ser criada uma Aula de Náutica O ensino da cartografia náutica foi dos ensinos mais relevantes desta época Em 1779 foi fundada em Lisboa a Academia Real de Marinha e em 1782 a Academia Real dos Guarda Marinhas, enquanto no Porto em 1803 é fundada a Academia Real de Comércio e Marinha que sucede à então existente Aula Náutica A Escola Naval é fundada em 1845 e em 1877 o Ensino Náutico, comum aos dois ramos Em 1903 é Fundada a Escola Náutica, sendo em 1924 criados os cursos de Pilotagem, de Máquinas Marítimas e de Rádio Comunicações, mantendo-se o ensino comum, vindo as escolas a serem separadas em 1936 entre Militar e de Comércio
A Escola de Mestrança e Marinhagem da Marinha Mercante é fundada em 1946, até que em 26 Outubro de 1972 abre em Paço d’ Arcos, onde se mantém até hoje a Escola Náutica Infante Dom Henrique. Após o 25 Abril de 1974, a sua orientação passou para o Ministério dos Transportes e Comunicações (Secretaria de Estado da Marinha Mercante) , tendo em 31 Outubro 1985, pelo Decreto-Lei nº 485/85 (anexo I) sido aprovada a Lei Orgânica e através do Decreto
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Regulamentar n º 71/85 (anexo I) foi aprovado e ainda se mantendo em vigor, o Regulamento da Escola Náutica Infante D Henrique Através do Decreto-Lei nº 94/89 (Anexo I) de 28 Março, passa a estar integrada no Sistema Educativo Nacional de Ensino Superior Politécnico De acordo com despacho normativo nº40/2008 de 18 Agosto os Estatutos foram adequados ao Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), ficando a Escola com duas unidades orgânicas, o DTL – Departamento de Transportes e Logística e o DEM – Departamento de Engenharia
Marítima
O DTL dotado de um corpo docente com 48 professores, dos quais 16 são Oficiais da Marinha Mercante, fazem a coordenação dos seguintes cursos, contando hoje com 400 alunos:
Licenciaturas em Pilotagem, Gestão de Transportes e Logística, Gestão Portuária além de um Mestrado em Pilotagem Dispõe de um CEFE – Centro de Estudos e Formação Especializada, conducentes à certificação internacional no âmbito da Convenção STCW Os Oficiais da Marinha Mercante docentes, inte- gram os júris de exame, para obtenção de certificados de competência, conforme a Convenção STCW No âmbito da certificação marítima, coordenam os cursos e exames de reciclagem, para Oficiais Pilotos da Marinha Mercante
O DTM dotado de 34 docentes, presentemente com 350 alunos, faz a seguinte oferta formativa:
Licenciaturas em Engenharia de Máquinas Marítimas, Engenharia Electrotécnica Marítima além de um Mestrado em Engenharia de Máquinas Marítimas
É responsável pelos CTeSP – Técnicos Superiores Profissionais em Manutenção Mecânica Naval, Electrónica e Automação Naval, Climatização e Refrigeração, Redes e Sistemas Informáticos
Na sua actividade asseguram a realização de exames de Reciclagem para Oficiais de Máquinas Marítimas e de Oficiais Radio Electrónico que pretendam regressar à actividade marítima
Está em instalação o CID – Centro de Inves-tigação e Desenvolvimento da Escola
Náutica, para ali serem efetuados estudos e projectos, que aproveitarão a qualidade dos simuladores disponíveis e a expe- riência profissional do corpo docente, em prol de entidades e empresas quer nacionais quer internacionais
A Escola Superior Náutica Infante D Henrique – ENIDH é uma instituição de ensino superior que goza de autonomia estatutária, científica, pedagógica, administrativa, financeira, patrimonial e disciplinar de acordo com os seus Estatutos
Da sua acção formativa, actualmente com 750 alunos, saem futuros profissionais altamente qualificados e competentes, para explorarem eficazmente o potencial que são os oceanos e mares, para um crescimento sustentável dos sectores marinho e marítimo.
Mas não só, a Escola Náutica no século XXI, continua apostada em se tornar atractiva para os jovens, com vocações para outras competências profissionais, que visam colmatar os défices que a indústria reclama
A Escola vem adaptando os programas de estudo, à inovação e à evolução tecnológica, indo assim no caminho, desejado pelas empresas, que procuram actualmente, profissionais capazes não só de aplicar conhecimentos técni- cos e competências técnicas, como também, capazes de trabalhar em equipa, comunicar eficazmente, tomar decisões sob pressão e adaptar-se rapidamente, a novos ambientes e novas tecnologias
O Polo de Estudos Náuticos deve incluir a indústria, como os organismos da educação, agindo como facilitador e mediador na Mudança, num reforço da relação, entre indústria e a universidade
Urge fixar o objectivo, com uma campanha de dimensão social, orientada para os jovens, que pela literacia marítima, promova a formação e o acesso, às profissões ligadas ao mar, que já são fonte de emprego bem remunerado
Três séculos passaram em Portugal, desde que pela primeira vez se sentiu a necessidade de ensinar para os mistérios do Mar, em pleno século XXI, a Escola Náutica mantém esse desígnio, ao chamar a juventude, para o desafio com futuro