Poesias
SOCIEDADE LITERÁRIA LRV





Esta é a terceira coletânea de poesias do clube do livro
Sociedade Literária Lrv



Escolha uma carta com sabedoria



FINKLER
Um dia
Quem sabe um dia
Eu escreva uma melodia
Quem sabe um dia
Eu pare de ir aos bares.
E então,
No dia seguinte
Eu venha a desistir
E a jogar tudo pelos ares.
Quem sabe um dia
Ela volte a ser minha
E neste dia
Tudo deixaria
De ser só agonia
Quem sabe um dia.

INGRID MOHR
A arte de versejar...
Poetizar é emocionante, eminente e envolvente escrever o que se sente faz um bem danado à mente há quem não goste da rima por ela, tenho muita estima respeito que não a aprecia possuem outra alegria por aqui, vou terminando rimando e amando

OSTRA
thegardenofonlyoneviolet
frio,gelado,sem expressão, Adjetivos que eu obtive com o tempo, nunca liguei para os outros falavam,
Mas também nunca me esforçava para ter outros adjetivos diferentes, talvez no fundo eu soubesse que era verdade o que eles diziam, eu só via frio e gelo, talvez por isso o inverno do meu reino nunca passava, Ele era ligado com meu coração de pedra, mas aí um dia eu te encontrei, tão tímida e bela com seu vestido roxo, foi nesse dia que eu descobri que amor a primeira vista realmente existia, lá estava você,
Derretendo aos poucos meu coração gelado, Se eu era o gelo, você era o sol que sempre voltava para me derreter, Talvez o destino estivesse brincando com nós dois, e foi nesse dia que eu também descobri que nem todas a almas gêmeas ficam juntas, meu jardim que você cuidou com tanto amor, agora só possuía uma flor, A flor que eu te fiz musa, que carregava seu nome, minha palavra favorita, no meu jardim só tinha apenas uma violeta, Resistindo novamente ao frio.

FINKLER Agonia
Vou e venho
Venho e vou.
Sempre sem destino
Nunca sabendo onde estou.
Por vezes lúcido
Por outras não.
As vezes sozinho
Em outras não.
Lesados são aqueles
Que me fazem compania.
E no longo percurso se banham
Da mais solitária agonia.
Por que fasso isso?
Por que sou assim?
As vezes queria apenas
Poder fugir de mim.

INGRID MOHR
Eu poeta...
A linha morta ganha vida com a pena do poeta voa distante, incessante ousando impetuosamente revelar suas verdades sem trancas nem barreiras tudo vai ao papel nada de mais nada de menos na medida dos sentimentos

SURAK
Capitalismo selvagem
Homem primata.
Capitalismo selvagem.
Voraz o seu anseio por destruição!
Que animal busca a própria extinção?
Más é claro, o homem primata! Darwin já dizia
Que o homem não faria
Parte desta seleção...
Acalma a selvageria
Oh homem primata. Descansa um pouco
Essa ambição.
FINKLER
Quem sabe
Eu vou sair
Eu vou andar
Eu vou sentir.

Que sou alguém
Que não é nada
Que não tem ninguém.
Quem sabe um dia
Tudo esteja diferente.
E quando chegar a hora
Serei apenas uma memória.

FANF
Resistir
Eu queria que as pessoas entendessem melhor o "Hoje eu não quero existir."
Porque não é só sobre a vontade de morrer.
É sobre todo mundo dizer que é fácil viver, enquanto eu luto pra tentar resistir, porque aqui ao meu lado, não vai ter ninguém pra insistir em mim.
É sobre querer fugir, mas não ter para onde ir.
É sobre passar a madrugada acordada e não sentir mais nada.
É sobre parar de insistir no que te faz sorrir.
É sobre não saber como começar a existir.
É sobre querer alguém do seu lado, mas se acostumar com o vazio que tem ali
Por que é tão difícil existir?

FANF
Garota Amarela
Ela é o tipo de garota que desaparece, e depois de meses reaparece mandando para você um "Oi sumida".
Ela é o tipo de garota, que você não quer na sua vida. Mas quando a têm, não sabe como poderia viver sem.
Ela é o tipo de garota, que é amarela, às vezes rosa, às vezes azul, ou até mesmo, vezes que ela mesma cria a própria cor dela.
Ela é uma paleta de cores, indecisão, e dores. Ela é a garota que você não vai querer o caminho cruzar, pois sabe que se cruzar, vai ser difícil de desgrudar.

FINKLER
Sábado, fim de noite
Encaro a lua, só mais uma vês
Mais uma vês antes de virar mais um copo.
Não sei bem o que fiz, não quero me lembrar
Preciso de mais, não tenho pra onde voltar.
Será que vale a pena
Me manter sempre sedado.
Embriagado demais pra agir
Afogado demais pra sentir.
Já entendi
Que só escrevo bem
Quando estou mal.
Não me importa mais.
Ao final das contas
Que diferença faz?

FANF Três vezes ao dia
Morro pelo menos, três vezes ao dia.
Durante o almoço, meu estômago clama por algo, que não está lá.
Então eu a corto, em pequenos pedaços
Papai diz "Coma como uma dama" E então minha segunda morte ocorre.
A carne se dissolve na minha boca Sinto pontadas e mais pontadas, por todo o meu corpo.
Cada vez que morro, acabo por consumir, minha própria carne, Talvez seja por isso, que nunca estou inteira.

FINKLER
Quem sabe um dia
Quem sabe um dia
Eu escreva uma melodia
Quem sabe um dia
Eu pare de ir aos bares.
E então,
No dia seguinte
Eu venha a desistir
E a jogar tudo pelos ares.
Quem sabe um dia
Ela volte a ser minha
E neste dia
Tudo deixaria
De ser só agonia
Quem sabe um dia.

FINKLER Vazio
Não se preocupe
Não quero que se preocupe.
Estarei longe antes que perceba.
Farei com que logo me esqueça.
Espero que isso resolva
E que logo esteja bem.
Saiba que contigo percebi
Que não pertenço a ninguém.
Consagro a mim
Um desprezo inigualável.
Tudo o que tenho agora
É este vazio infindável.
Quem poderá a mim
Garantir sem duvidas
Que este não é meu fim.

FINKLER
Infame
Aquele jovem
Que sonhou, acordado.
Mas não fez nada, perdeu
E agora pensa: "tudo acabado"
Que será que acredita agora
Que dizem que ele mudou.
Talvez seja o mesmo
Talvez, agora, seja ele mesmo.
Somos o que somos
Até o pior traço, sempre será seu.
Se você diz que mudou
Na verdade, se corrompeu.

FINKLER
Sábado, fim de noite
Encaro a lua, só mais uma vês
Mais uma vês antes de virar mais um copo.
Não sei bem o que fiz, não quero me lembrar
Preciso de mais, não tenho pra onde voltar.
Será que vale a pena
Me manter sempre sedado.
Embriagado demais pra agir
Afogado demais pra sentir.
Já entendi
Que só escrevo bem
Quando estou mal.
Não me importa mais.
Ao final das contas
Que diferença faz?

FINKLER
Andrajos
Nasci, cresci, estudei, amei e até acreditei
Mas só fiz o que pediram que eu fizesse
E por isso fracassei na tentativa de fazer a diferença.
Hoje, não há um mendigo que eu não inveje
Simplesmente por não ser eu
A lenta caligrafia destes versos me diz
Que é até melhor que eu não tenha feito diferença.

FINKLER
Devaneio súbito
Se você ao menos pudesse saber
O quanto eu sou inteiramente seu
E o quanto sou devoto a ti minha musa
Um simples e singelo sorriso teu
poderia ser a explicação da existência de um universo inteiro
E a tua beleza...
Ah, beleza magistral
Celestial, divina..
Carregada de perfeição
Com teu corpo minunciosamente esculpido pelos anjos
Da Vinci se contorce no túmulo
Lamentando-se de não ter nascido na época em que a humanidade fora agraciada com tua presença estonteante
Quanto a mim? Desejo ser pra sempre o teu amante
E desejo ainda mais, que não me deixes para trás
Saiba que prefiro morrer a pensar em te esquecer.

FINKLER
Ninguém
Tem alguem ai?
Que possa me ouvir
Estou bem aqui
Tentando existir.
Já estou certo
De que torno a caminhar no incerto
Como se do fim já estivesse perto.
Sobra me, neste fim, o vazio
Que me presenteia com o alívio de ser só mais um.
Mas também me apunha-la com o medo, a solidão e a morte.
Seguirei portanto
Na angustia em que me encontro.
Idolatrando a dúvida
E perdendo o encanto.
A falta de nexo destas estrofes são
Um relato claro de que estou apenas
Seguindo em frente.
Um dia
De cada vês.

FINKLER
Sábado, fim de noite
Encaro a lua, só mais uma vês
Mais uma vês antes de virar mais um copo.
Não sei bem o que fiz, não quero me lembrar
Preciso de mais, não tenho pra onde voltar.
Será que vale a pena
Me manter sempre sedado.
Embriagado demais pra agir
Afogado demais pra sentir.
Já entendi
Que só escrevo bem
Quando estou mal.
Não me importa mais.
Ao final das contas
Que diferença faz?

FINKLER
Isolamento
Nunca iria imaginar
Que um dia
Iria me isolar.
Manter distância
Dos poucos que Me querem por perto.
Estou crente
De que sou
Muito carente.
Percebi como é difícil ficar
Sem ninguém pra conversar.
Quem diria
Que era isso que eu queria.
Achei incrível
A falta que eles sentem
Por alguém tão desprezível.


