6ª Edição do Pirituba Acontece

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#6 - Fevereiro

Esta publicação é resultado do projeto Click, um olhar curioso sobre o mundo, que promove oficinas de jornalismo comunitário.

PIRITUBA

Ver pág. 08

Danos Irreparáveis

(ver pág. 12)

Trote universitário: é tão ruim assim?

Fevereiro é época de voltar a estudar! Para algumas pessoas, o mês é ainda mais especial, pois é o primeiro na vida universitária. (Ver pág. 05)

Em comemoração ao mês de Pirituba, o Especial de Fevereiro é para você, leitor, aprender (ou relembrar) mais um pouco sobre a história do bairro que nasceu como local de isolamento e está crescendo cada vez mais. Esta será contada a partir de depoimentos de moradores e do histórico de algumas construções do bairro.

ARTES GRÁFICAS Tels.: (11) 3903-1409 / 3902-4662 melgraf@uol.com.br


Fala, Click! Olá, leitores! O ano já começou faz um mês, mas é agora que as coisas realmente acontecem. Teremos o carnaval, a volta às aulas e o aniversário do nosso querido bairro, que dá nome a esta publicação. Sendo assim, preparamos um especial inteiro com depoimentos de moradores antigos da região e a história de construções importantes do bairro, que normalmente se perdem no tempo. Ainda falaremos um pouco sobre as férias (porque elas são tão boas, não é mesmo?) e também sobre o verão, já que ele continua, apesar de às vezes não parecer. Como sempre, trabalhamos para escrever sobre assuntos de extrema importância: saúde, educação e transporte público. Esperamos que goste de tudo!

Equipe Click, no parque Toronto.

Equipe: Amanda Sanches Edson de Sousa Igor Franca Julia Reis Lucas Sena

Equipe Click

Marina Nagamini Thalita Xavier

Ouvindo Vozes a sua opinião aqui

Cena do filme “Carrie, a estranha”

Queremos saber o que você acha de nossa publicação. Mande críticas, sugestões e elogios (lógico!) para: clickumolhar@gmail.com Click Um Olhar @Clickumolhar

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Edson Caldas Evelyn Kazan João Gasparotto Lara Deus Marina Budoia Samuel Lopes Parmegiani Victhor Fabiano

Além de termos um apanhado de informações a respeito do bairro, é bom termos algo assim, que integra e interage com as pessoas. E neste pequeno, e não menos importante jornal, encontrei algo assim. Movimentos sociais, em que possamos compartilhar e disseminar a informação, em prol de um bem maior. Minha opinião sincera a respeito é que precisamos de mais iniciativas assim. Aos redatores e editores, estão todos de parabéns. Rodrigo Ferreira Lopes - Eng. Cartógrafo. A equipe Click agradece sua participação no jornal e esperamos que continue colaborando. Concordamos com você em relação à necessidade de termos mais ações sociais, de incentivo à cultura e da participação dos jovens nessas ações.


Piritubando

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fique por dentro da nossa região

Por Evelyn Kazan

É Carnaval!

Alegria, entusiasmo, dedicação e muito samba no pé. Chegou o tão esperado fevereiro, o mês do carnaval. E o Pirituba Acontece não poderia ficar de fora da maior festa popular do Brasil (por que não dizer do mundo?). É uma manifestação folclórica marcada por contrates: riso, contravenção, luxo, exagero, graça e brincadeira, e que envolve brasileiros de diferentes regiões com um universo de movimentos artísticos e uma diversidade cultural; apresenta-se como único e múltiplo - com frevo, boneco de Olinda, galo da madrugada, escola de samba, trio elétrico, marchinha, blocos, cordões, bumba meu boi, festival de Parintins: Boi Garantido e Boi Caprichoso, bate- bola... E muito mais. Não estamos falando de algo distante de nós. Aqui no bairro havia carnaval de rua que animava a “O nosso objetivo é que a escola de samba seja população com marchinhas, fantasias e desfiles de um espaço comunitário, onde seus integrantes blocos carnavalescos. Hoje, o carnaval em Pirituba exercem sua cidadania e cultivam suas tradições tem a contribuição da nossa escola de samba Prova culturais, da música, do canto e da dança, buscade Fogo com o enredo para 2012 “Entre laços e mos ainda proporcionar a sucessivas gerações a fitas, a Prova de Fogo é Festa nordestina nesse car- educação cultural e a inclusão social, por meio de naval” e trará para o Sambódromo do Anhembi, no eventos, reuniões e, sobretudo, do nosso desfile no dia 20 de fevereiro, um pouco da cultura nordesti- Sambódromo do Anhembi.” na, homenageando Luiz Gonzaga, em comemoração ao centenário do nascimento do Rei do Baião. “Hoje tem Folia de Reis Cortejos de Maracatu Bumba-Meu-Boi tem festa lá no arraiá É Carnaval, vou te levar pra dançar no afoxé Vem descer a ladeira, de “sombrinha na mão” Toque o fole, sanfoneiro! Salve o Rei do Baião Atrás do trio, no Galo da Madrugada Uma noite não é nada” Compositores: Gabriel Lima / Thiago Piccirillo Intérprete: Denny Gomes Foto de divulgação

“A comunidade é muito receptiva, participando dos ensaios e dos eventos promovidos pela agremiação. Algumas pessoas atuam como voluntárias na confecção das fantasias e na decoração dos carros alegóricos. E, por fim, desfilam no Carnaval.” “Prova de fogo é a única escola de samba do bairro de Pirituba - as outras agremiações são blocos carnavalescos”

Os ensaios: segundas,

quartas e sextas-feiras, a partir das 20h.

Local: na sede provisória, que fica na rua

Joaquim de Oliveira Freitas, 1585/1587, Vila Mangalot.

Número de componentes: cerca de 1.200

Depoimentos de Rosana Pinto, assessora de imprensa da Prova de Fogo. 03


Próxima estação: Pirituba Por Lara Deus

A Linha 6 - Laranja do metrô teve seu projeto ampliado para atender a região de Pirituba quando o debate sobre a construção do centro de convenções, o Piritubão, tornou-se próximo de ser sancionado. Agora, com o projeto aprovado e candidato a sede de um evento de importância internacional, a Expo 2020, as atenções se voltam novamente ao trecho da Linha 6 que chegará até aqui. O projeto de construção da via é antigo. Lançado em 2008, previa-se ir da região central da cidade até a Brasilândia. Atualmente, os trilhos prometem chegar à zona leste de São Paulo e serem estendidos ao bairro de Pirituba, próximo à Rodovia dos Bandeirantes, onde será construído o Piritubão. A data de entrega das estações também mudou desde a sua apresentação: antes, 2014; agora, 2017. Ainda com o novo prazo, o que se prioriza é a infraestrutura para o evento que poderá ocorrer em 2020 no nosso bairro. As obras da linha Laranja também suscitam problemas. Um deles é a duração deste megaprojeto, já que é planejado um trecho de 34 km de trilhos e não é comum a agilidade na construção de linhas de metrô em São Paulo, durando sempre, no mínimo, 10 anos. Outro entrave são as desapropriações planejadas

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Linha 6- Laranja o metrô, que atenderá a região de Pirituba.

para a obra ser iniciada. Com mais de 350 imóveis desapropriados ao longo da linha, um prestigiado jornal paulistano já concluiu que as empresas responsáveis pela obra estão evitando que moradores sejam deslocados nas regiões centrais, cuidado não tomado na periferia. O modelo de construção empreendido é chamado de Parceria Público-Privada e promete dar mais eficiência à execução do projeto, já que ele não dependerá somente do poder público para receber verba e ter decisões tomadas. A chamada “Linha das Universidades” ganhou este nome pois terá estações próximas a alguns centros de ensino superior, como a PUC, o Mackenzie, a UNIP e a FAAP e, com ela, Pirituba se integrará a toda cidade de São Paulo, fazendo parte da maior linha de metrô já construída.


SP em Pirituba

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o que acontece na cidade?

Trote universitário: é tão ruim assim?

Por Edson Caldas

Caneta, caderno e mochila nas costas. Fevereiro é época de voltar a estudar! Para algumas pessoas, o mês é ainda mais especial, pois é o primeiro na vida universitária. Apesar da alegria de finalmente estar entrando na faculdade, é também nesse momento que alguns estudantes podem ficar apreensivos. Motivo? O temido trote. As manchetes nos jornais e as reportagens na TV mostram o quanto o ato pode ser prejudicial. “Cresci com um pouco de receio do dia, pensando em maneiras de evitá-lo”, diz um estudante de jornalismo da Universidade Anhembi Morumbi, Anderson Leonardo, 18 anos. Mas, na prática, o trote universitário é mesmo tão assustador? “Vejo o trote como um verdadeiro rito de passagem, do vestibulando ao universitário, e da adolescência à vida adulta. Por isso o trote tem tanto significado!”, afirmou Hugo Rossini, 18 anos, que começa Arquitetura e Urbanismo, no Mackenzie, este mês. E Leonardo completa, “achei o meu trote bem leve se comparado a todos os outros que ouvi de amigos ou vi na televisão”. Não há como negar que seja uma difícil tarefa para os calouros. Augusto César Brasil, 19 anos, cursa Rádio e TV na Cásper Líbero, e conta como foi sua experiência: “Rasparam meu cabelo, pedimos dinheiro no semáforo, escreveram na minha

testa (...) e depois rolou uma integração no bar. A integração foi a melhor parte, sem dúvida”. Todos os entrevistados apontam como maior vantagem a interação com outros estudantes. “Ele faz com que [os alunos] já comecem as aulas enturmados com outros calouros e até mesmo alunos de semestres mais avançados”, diz Hugo. Augusto concorda: “Conheci os meus colegas de sala dos próximos quatro anos e também os veteranos que possivelmente ajudariam em dúvidas durante o ano”. Ainda assim, é preciso ter cuidado com o trote violento e abusivo, “alguns veteranos se aproveitam da situação para humilhar os calouros, portanto devemos nos policiar muito durante o trote”, aconselha Hugo. E Anderson completa: “Quantas não são as histórias de trotes que saem do controle e acabam ferindo ou até mesmo matando gente que tinha uma vida toda pela frente?” Daí a importância em prevenir-se e não fazer nada de que não tenha intenção. Pois essa “é a melhor forma de conhecer seus veteranos e a faculdade, além de ser muito divertido”, aponta Hugo. Trote universitário: é tão ruim assim? Não há motivo para se preocupar ou temer a prática, desde que calouro e veterano tenham o mesmo objetivo: se divertir. 05


Lição de casa você faz a sua?

Saúde,

a sua é você quem faz Por Marina Budóia

Sacolinhas plásticas, em breve em extinção? Por Marina Nagamini

Deixar de utilizar, nos supermercados, as tão famosas sacolas plásticas. É o que prevê uma lei aprovada pela Câmara Municipal de Itapetininga e que já entrou em vigor. Essa lei trata da troca do uso destas por sacolas biodegradáveis ou retornáveis, de maneira que o estabelecimento que desrespeitála poderá levar uma multa de R$126 a R$603. As empresas tiveram até 31 de dezembro de 2011 para se adaptarem. Tal iniciativa pode trazer inúmeras vantagens, não só para o meio ambiente, que é, na realidade, o fator mais importante. Pesquisas revelam que empresários estão faturando com a ideia do “biodegradável” e investindo nas ECO bags também. Além disso, o meio ambiente nos agradece! Estima-se que circule em todo o mundo de 500 a 1000 bilhões destes objetos. E nos perguntamos: aonde vai tudo isso? Os ambientalistas chamam a atenção para os rios e oceanos. Um dos casos extremos foi em 2002, quando uma baleia anã foi encontrada na costa com 800 kg de sacos plásticos presos ao seu estômago. Por isso, aves marinhas, baleias, golfinhos, tartarugas-marinhas entre outros, correm risco se as sacolas plásticas não forem substituídas. Entra aí, então, o papel do ser humano com o cuidado com a natureza e seu futuro. A sustentabilidade não é um assunto da moda, é um assunto que diz respeito à vida. Sendo assim, cabe à população aderir a essa lei e providenciar sacolas biodegradáveis, caixas de papelão (para fazer compras), ECO bags, sacolas retornáveis, etc.

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De volta à rotina, e com ela a má alimentação. Muitas pessoas que trabalham e estudam, acabam sem realizar uma refeição adequada, alegando não ter tempo suficiente para um prato completo de nutrientes. Pela praticidade e rapidez, acabam optando por lanches e frituras, que não são adequados para o dia a dia. As nutricionistas Laura Magrini e Santhi Karavias (APAN) dão algumas dicas para as pessoas que querem manter a saúde: Evitar alimentos fritos, levar sempre uma fruta na bolsa para não passar longos períodos em jejum e tomar bastante líquido. Saímos das férias, mas, entramos no carnaval. Homens e principalmente mulheres aderem às mais loucas dietas na busca por um corpo perfeito, mas isso não é a melhor solução. Normalmente a pessoa não consegue manter a dieta por muito tempo; traz flacidez, a dificuldade de emagrecer aumenta, perde-se músculo e não gordura, e traz um efeito contrario do que o esperado.

“Importante lembrar que é necessário um acompanhamento individual com um profissional”,

diz a nutricionista Laura Magrini.

Academia. É isso que as pessoas pensam quando decidem emagrecer ou enrijecer os músculos; consequentemente, consomem suplementos, muitas vezes, recomendados por amigos, mas o consumo excessivo desses suplementos acaba sobrecarregando os órgãos, dependendo de cada organismo. “O que para mim é um santo remédio pra você é um amargo veneno”, complementa Santhi Karavias. O maior problema de má alimentação é com as crianças, mas os pais podem contornar a situação: levando as crianças para fazer as compras, preparando pratos coloridos (nesses, a imaginação pode fluir), pedindo ajuda para a criança na hora de preparar a comida, sugerem as nutricionistas. “Dentro de uma alimentação saudável não há nada que não se possa comer”, diz Santhi Karavias. Visite o site da APAN, Associação Paulista de Nutrição, www.apanutri.com.br.


Lição de casa Cuidado com a pele Por Igor Franca

Muitas pessoas viajam durante as férias. Praias, parques, sítios com piscinas são alguns dos destinos preferidos. Mas por pensar ser invulnerável aos raios solares, ou ter uma pele mais resistente que a dos outros mortais, muitas pessoas não fazem o devido uso do protetor solar, o que pode causar ardências pelo corpo e até queimaduras. Do ponto de vista estético, tomar sol sem proteção de forma exagerada causa envelhecimento precoce da pele, além de causar sinais e manchas. Mas a pior consequência é o câncer de pele. João Gasparotto, um integrante do projeto, estudante de 15 anos, foi andar de lancha com o tio. Durante o passeio, João, que estava deitado na lancha, começou a sentir seu corpo arder e percebeu que tinha se esquecido de passar o protetor solar. Resultado: ficou com manchas vermelhas e ardências por todo o corpo. “Quando a gente voltou, eu não conseguia colocar um tênis”. Ingrid Silva é uma estudante que nunca gostou muito de usar o protetor por achar que sem ele não ficaria bronzeada, então sempre que ia à praia ou à piscina ela não se protegia do sol. “Só quando sentisse a pele ardendo, eu saberia que eu estava bronzeada” José Carlos Souza, um pedreiro de 39 anos, é um exemplo de como é importante usar protetor solar diariamente. José sempre foi pedreiro, mas nunca se preocupou muito em proteger sua pele dos raios solares. Hoje, com 39 anos ele aparenta ter 50! Quando sua mulher o alertou e ele foi ao médico, descobriu que a exposição ao sol sem a devida proteção lhe causou o envelhecimento precoce de pele. “Se eu soubesse do perigo teria me cuidado desde jovem”. O uso do protetor deve ser algo diário, e, nas férias, o cuidado deve ser dobrado. Não se deve ignorar o cuidado com o corpo, mas também não podemos nos esquecer de curtir o sol. Afinal, férias é uma época destinada à diversão e não a problemas.

você faz a sua?

Uma educação para toda vida

Por Victhor Fabiano

Muito se fala em meio ambiente e o quanto necessitamos dele, logo se discute sua preservação e os meios pelos quais faremos com que nossos biomas permaneçam conservados de acordo com os níveis corretos. Por mais que medidas em mesas de governos sejam discutidas e metas arquitetadas, a educação deve ser levada em conta em tal situação. Sabendo que em tudo a educação move barreiras e modifica situações, levar à população uma verdadeira educação e identidade ambiental modificaria os quadros de degradação do ambiente, e isso se inicia na fase escolar da criança. Quem nunca ouviu dizer que é necessário plantar uma árvore? Mas por quê? Não basta que seja ensinado à criança que a árvore deve ser plantada, é de direito que ela saiba o porquê e para quê todo esse plantio, assim, ela poderá desenvolver um caráter ambiental de outra natureza: o da preservação, além de apenas ter plantado. Quando se ensina a educação ambiental a uma pessoa, se insere um modelo de pensamento não apenas induzido pela ideia de que “plantar árvores é bom”, mas pelo conceito de que “plantar árvores revitaliza o ambiente em que vivemos e reconstitui uma flora, muitas vezes destruída, da qual possuímos total responsabilidade”. Um mito, ora eufemismo, seria o dito “a natureza necessita de nós para sobreviver”, talvez um discurso que caia bem quando se analisa que nós – seres humanos – destruímos o natural cada dia mais. Mas o meio ambiente será ele se nós não estivermos aqui; nós não seremos humanos se houver a falta do meio-ambiente: isso é real. Então, não troquemos os papéis, e defendamos uma educação ambiental integrada a tudo que seja necessário educar: que números sejam verdes e que letras tenham folhas. Teremos nosso futuro resguardado.

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Especial Equipe Click

O “PIRITUBA ACONTECE” tenta investigar as raízes do nosso bairro: na nossa primeira edição, falamos sobre a origem da palavra “Pirituba”, que significa muita taboa (planta que costuma nascer em regiões de brejo). Muito além das análises etimológicas, apresentamos este especial para quem deseja relembrar ou aprender mais um pouco sobre a história do bairro e o seu cotidiano que nasceu como local de isolamento e está crescendo cada vez mais. Fevereiro tem uma relação direta com a história de Pirituba, foi em 1º de fevereiro de 1885 a inauguração da Estação de trem, pela São Paulo Railway Company, colocando Pirituba em evidência. Este acontecimento marcou o início de um período de urbanização do bairro. É em homenagem a esse fato, comemora-se o “Dia de Pirituba” nesta data. E o trem, que aparece como símbolo do jornal “PIRITUBA ACONTECE”, representa o início das ações de uma equipe jovem que se propõe produzir cultura e divulgar ações sociais, marcando assim, um novo momento para o bairro, tal como foi o significado do trem para bairro de Pirituba. A história será contada a partir de depoimentos de moradores e do histórico de algumas construções do bairro:

“Isso aqui era tudo eucalipto!”, essa é a resposta de três antigos moradores de Pirituba quando a pergunta é sobre tempos passados. Uma delas é Marília A. dos Santos, dona de casa. Chegou a Pirituba em 1965, vinda de Matão, interior de SP. Em 1967 volta para sua cidade natal, retornando ao bairro em 1972, já casada. “O único meio de transporte que nos levava até o centro da cidade era o trem. E as ruas eram todas de barro. Me lembro de todos os tombos que levei indo até a estação. Hoje, tudo está diferente, facilitado”. Perguntada se trocaria de bairro, Marília diz que não “trocaria Pirituba por lugar nenhum no mundo”.

Foto: site Estações Ferroviarias.

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A moradora Josefa Maria Ferreira de Sena vive hoje na Vila Bonilha, em Pirituba, mas nasceu em Pernambuco e mudou-se para São Paulo em 1960. “O bairro não tinha muitas casas, era tudo mato por aqui” – conta a aposentada. “Hoje, o bairro está melhor, naquela época os únicos meios de transportes eram o trem e alguns ônibus e a água não era encanada, apenas do poço”.

No ano de 1960, José Maria S. Quile se mudou para a Vila Mirante, Pirituba, juntamente com sua família. Vindo do bairro da Pompeia, com cinco filhos e sua mulher, viu de perto o crescimento desse bairro. “Quando me mudei não havia muitas casas aqui”, afirma. “Com o passar do tempo, o bairro foi crescendo e melhorando. Naquela época, o transporte era melhor na Pompeia. Havia mais opções. Tínhamos que andar muito para chegar aqui.” Apesar de todas as dificuldades, o senhor José, 89 anos, conseguiu criar seus filhos e hoje cultiva plantas em sua casa e afirma: “Eu gosto daqui!”.

A antiga moradora Aparecida Maria Fabiano, 72, conta que, quando chegou aqui no bairro, não havia sequer água encanada; com muito esforço retirava a água necessária de um poço de 22 metros. Moradora há 46 anos, reflete as mudanças ocorridas apontando a falta de asfalto na época, sendo que apenas a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães era asfaltada em sua extensão; por evitar tanto esforço, a água encanada foi uma das grandes mudanças do bairro, avalia.

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As Construções Por ser o mês do aniversário de Pirituba, nada melhor do que contar a história de algumas das construções mais antigas do bairro e também aquelas que ajudaram no desenvolvimento local.

Estação Pirituba

E por que não começar com a construção que deu origem ao bairro? A estação de Pirituba atual não é mais a mesma de 1885, mas a sua ferrovia continua sendo aquela que trouxe o desenvolvimento inicial da região e sua inauguração, em 1º de fevereiro de 1885, marca também a fundação de Pirituba. A estação foi, sem sombra de dúvida, uma das portas de entrada para o desenvolvimento do bairro quando sua ferrovia ainda fazia o famoso trajeto “Santos - Jundiaí”. Hoje, ela transporta grande número de moradores da região noroeste de São Paulo e de cidades vizinhas como Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha e Jundiaí.

Mercado Municipal de Pirituba

O local de Pirituba pode ser

visto de longe, pois está numa região alta do bairro, mas não é só por estar em um lugar de destaque que ele chama a atenção das pessoas. Sua arquitetura moderna, desenhada pelo arquiteto Abelardo Riedy de Souza, o faz ainda mais chamativo com suas abas que lembram uma flor ou um guarda-chuva. Durante a noite, as abas do mercado a noite, as abas do mercado são iluminadas, deixando- o ainda mais bonito. O Mercado Municipal de Pirituba possui diversos boxes, os quais oferecem variados tipos de serviços, além do próprio mercado. Também, na parte exterior, há um posto da Polícia Militar e a sede do banco São Paulo Confia de Pirituba.

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Castelinho

Este espaço também é uma construção histórica de Pirituba, principalmente por ele ter sido o lar do contador inglês Charles Thomas Chapman, que era funcionário da São Paulo Railway, a empresa que construiu a atual linha 7-Rubi da CPTM, e também por ter sido a ferrovia, a maior fonte de desenvolvimento de Pirituba. Hoje, o Castelinho tornou-se parte de um condomínio. A empresa responsável pela construção dos apartamentos iria derrubá-lo, mas como ele é um patrimônio histórico tombado pela Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico), a demolição foi impedida. Mesmo que o Castelinho ainda esteja lá, ele acabou ficando escondido no meio dos apartamentos, que esconderam também toda a beleza de uma parte da história do bairro.

Igreja São Luis Gonzaga A construção é um exemplo de união no bairro, pois a sua construção só se deu pelo esforço comunitário dos moradores da Vila Pereira Barreto. Ela foi inaugurada em 1º de outubro de 1961 e ainda hoje, com seus 50 anos de vida, mostra-se bastante imponente e pode ser vista de longe, pois o local em que está lhe dá um grande destaque. Apesar de todo o crescimento que Pirituba teve desde a construção da igreja, esta ainda encontra-se igual desde 1961 e faz um contraste de Pirituba de antigamente com Pirituba atual.

Mesmo que algumas das construções históricas de Pirituba estejam deterioradas pelo tempo, elas ainda têm a sua importância e contam desde a origem do bairro, em 1885, até os dias atuais. Todas tiveram ou ainda têm a sua importância no bairro, seja pelo desenvolvimento do bairro ou pela importância que possuem para os moradores, muitos dos quais viram Pirituba crescer e ser o que é hoje.

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Novo

l har crônicas, desenhos e afins

Dias de Férias

Danos Irreparáveis

Por João Gasparotto

Esses dias considero como conquistas. São simples dias em que dá para se acordar sem preocupações, tomar um café da manhã sossegado, pensar no que se irá fazer no dia sem ter que consultar se tem exercícios para terminar. São dias que podem ser considerados quase perfeitos. Durante a manhã pode-se acordar mais tarde, ir para a rua e sentir o ar de despreocupação, conversar com os amigos na praça da esquina, quem sabe até fazer uma caminhada. Logo após uma tarde livre, não tem tempo nem clima que a estrague. Quando está quente, apelo para o lazer: jogar bola, uma piscina… não tem nada melhor. Está frio? Sem problemas: um chocolate quente, um filme, reunir a galera naqueles lugares especiais que todos temos para falar sobre nossas conquistas no ano. Tarde chuvosa? Dia péssimo? Nada! Onde está mesmo aquele baralho? Tudo resolvido. Um churrasco debaixo de uma varanda coberta com o som super alto, a casa da namorada. Nada estraga uma tarde livre. À noite? Vamos sair, a noite é uma criança, balada, festa, bar, cinema, tantas coisas. Em que cidade mesmo vai ter aquela festa? Legal, aqui perto, galera toda reunida, vamos pra lá, que só amanhã de manhã que eu vou voltar. Não tenho nenhum compromisso amanhã mesmo. Dias de férias, dias que não têm preço, dias de puro prazer, dias que todos temos que ter.

PROMOÇÃO MELGRAF 2012 ím

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São Miguel Arcanjo

Por Lucas Sena

Quando 2011 acabou, achei que meus problemas acabariam junto com ele, mas foi um engano. Não só continuaram em 2012 como também aumentaram. E pensar que todas aquelas simpatias de Ano Novo resolveriam. Eu ficava em casa sem saber muito bem o que fazer para solucioná-los. Fingiria que eles não existiam? Tomaria medidas extremas? Ou esperaria um milagre de Deus? Mas para mim, parecia que nada ia resolver (nem mesmo Deus). Não conseguia mais pensar sozinho e minha psicóloga estava de férias. Não sabia a quem recorrer. Tentava escrever, ouvir música ou ler um pouco, mas minha mente estava cheia. Já não dormia e meu corpo sofria com isso. Tentei rezar, mas precisava de soluções imediatas, instantâneas. Saia nas ruas e via as pessoas felizes, sem problema algum em suas vidas, sem preocupações, ou pelo menos elas conseguiam relevar os maus acontecimentos. Isso me deixava pior. Só eu estava sofrendo. Só eu tinha problemas na vida. Foi então que um dia, em casa, liguei a televisão e vi as vítimas das enchentes no Brasil. Comecei a pensar em uma explicação para ainda lutarem para reconstruírem suas vidas e percebi que a única coisa que eles tinham era muita vontade de viver. Eu tinha perdido a minha vontade de viver. Estava no modo automático, deixando as coisas passarem por mim. Qualquer mísero obstáculo que me aparecia pela frente eu já o classificava como “o maior problema da minha vida”. Fiquei cego no meu próprio pessimismo e não consegui enxergar que, na verdade, nunca tive problema algum na vida. Estava reclamando de barriga cheia, e isso era extremamente ridículo. Há tantas pessoas que têm verdadeiros problemas na vida e nem sequer ligam para eles. Mas agora eu mudei, sem essa de “problemas”. Só fico pensando em todas as pessoas que deixam de viver, pois, assim como eu, julgam ter problemas em tudo. Espero apenas que pessoas assim percebam rápido o mal que isso faz: estou na adolescência e já tive muitas perdas. Na fase adulta, os danos podem ser irreparáveis. ARTES GRÁFICAS Tels.: (11) 3903-1409 / 3902-4662 melgraf@uol.com.br


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